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DESTAQUES
Menina que pediu exame de Natal ganha exame de graça em hospital particular
MP denuncia ex-deputado e secretário por fraudes em licitações da Prefeitura de Goiânia
Brasil acumula 181,4 mil mortes e 6,9 milhões de casos de covid-19
Após quase 20 anos de obras, novo Hospital das Clínicas da UFG é inaugurado nesta segunda-feira
Qualicorp compra carteira com 55 mil clientes por R$ 176 milhões
Preço e rede credenciada de qualidade são diferenciais do SulAmérica
País perdeu o ‘timing’ nas vacinas
Com casos de covid em alta, 2021 será desafiador
Direto, plano de saúde ideal para pequenas e médias empresas
Em vídeo, Saúde critica Doria e diz que não há pedido emergencial
EUA começam a vacinar sua população contra Covid-19
Médico não deve indenizar por erro se não for provado nexo causal
Mais de 120 organizações pedem inquérito contra ‘revogaço’ da saúde mental
Medidas para o combate a Covid-19 em Goiás são destaque nacional
TV ANHANGUERA
Menina que pediu exame de Natal ganha exame de graça em hospital particular
https://globoplay.globo.com/v/9097612/programa/?s=0s
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MP denuncia ex-deputado e secretário por fraudes em licitações da Prefeitura de Goiânia
https://globoplay.globo.com/v/9098913/programa/
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AGÊNCIA BRASIL
Brasil acumula 181,4 mil mortes e 6,9 milhões de casos de covid-19
Os casos de pessoas infectadas no Brasil pelo novo coronavírus ao longo da pandemia ultrapassaram a marca de 6,9 milhões. Nas últimas 24 horas, as autoridades de saúde notificaram 21.825 novos diagnósticos positivos para a covid-19, totalizando 6.901.952. Ontem (12), o painel de informações marcava 6.880.127 casos acumulados.
Ainda de acordo com a atualização do Ministério da Saúde, as mortes por covid-19 chegaram a 181.402. Nas últimas 24 horas, foram registradas 279 mortes. Ontem, o painel de estatísticas marcava 181.123 óbitos.
O balanço apontou também 737.597 pacientes em acompanhamento. Outros 5.982.953 já se recuperaram da doença.
Covid-19 nos estados
Os estados com mais mortes são São Paulo (44.018), Rio de Janeiro (23.722), Minas Gerais (10.701), Ceará (9.784) e Pernambuco (9.284).
As unidades da federação com menos óbitos são Acre (750), Roraima (755), Amapá (849), Tocantins (1.201) e Rondônia (1.642).
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PORTAL G1
Após quase 20 anos de obras, novo Hospital das Clínicas da UFG é inaugurado nesta segunda-feira
Após quase 20 anos de obras, o novo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG) será oficialmente inaugurado nesta segunda-feira (14), às 9h, em Goiânia. A unidade, que já havia inaugurado leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para atender pacientes com Covid-19 em agosto deste ano, possui 20 andares e capacidade para 600 leitos de internação.
Apesar da capacidade, o novo prédio iniciará os atendimentos com metade dela, isto é, com 300 leitos em funcionamento. Segundo a assessoria da UFG, a oferta de leitos aumentará de forma gradativa, “de acordo com o planejamento das autoridades e instituições”. Já os ambulatórios e pronto-socorro continuam funcionando no antigo prédio.
Segundo a UFG, este é um dos maiores hospitais de universidade federal do país. O hospital, que começou a ser construído em 2002, tem 44 mil metros quadrados de área e também dispõe de auditórios e salas de aula para os estudantes da universidade que realizam atividades acadêmicas na unidade.
A cerimônia de inauguração, no Campus Colemar Natal e Silva, no Setor Universitário, também celebrará os 60 anos da UFG. Devido à pandemia de coronavírus, o evento será restrito a convidados, para evitar aglomerações.
Em outubro deste ano, o reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, e o superintendente do HC, José Garcia Neto, receberam a visita do secretário de Atenção Especializada à Saúde (SAES) do Ministério da Saúde, Luiz Otávio Franco Duarte, que conheceu o novo edifício de internações do HC.
Obra
O novo edifício de internações possui 20 andares com capacidade para 600 leitos de internação. Ao todo, são oito andares de internação geral, com 60 leitos cada um, além de um pavimento exclusivo para a internação de pacientes transplantados, dois pavimentos para centro cirúrgico e outros pavimentos para UTI adulto, UTI pediátrica e UTI neonatal.
O hospital também conta com áreas destinadas ao ensino e à pesquisa, como as salas de professores e o auditório para reuniões de supervisores e residentes, além das áreas destinadas aos profissionais de saúde, como o setor de nutrição e os ambientes para descanso e repouso.
O custo total da obra foi de R$ 170 milhões para a construção do edifício e R$ 20 milhões para a aquisição de equipamentos. Os recursos são oriundos da UFG, da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que atualmente administra o HC, e de emendas parlamentares da bancada goiana no Congresso Nacional.
O prédio possui enfermarias climatizadas, com sistema de segurança por câmeras e adaptadas para pessoas com necessidades especiais, sistema de farmácia satélite em cada pavimento e sistema de geração de energia, composto por sete geradores, projetado para manter todo o edifício funcionando normalmente mesmo se ocorrer falha no fornecimento de energia elétrica.
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MEDICINA S/A
Qualicorp compra carteira com 55 mil clientes por R$ 176 milhões
O valor pago foi R$ 176 milhões, sujeito a ajustes.
As operadoras da carteira adquirida são o Grupo NotreDame Intermédica ( GDNI Assim Saúde e Amil . No contexto da transação, a Qualicorp firmará com a Soma Corretora uma parceria para distribuição dos produtos da Companhia no Rio de Janeiro e em São Paulo, garantindo assim um importante parceiro comercial, uma vez que a MMS não vendia produtos da Qualicorp.
A aquisição faz parte da estratégia da Qualicorp de fortalecer sua presença em diferentes regiões do país e ampliar as opções de planos de saúde do portfólio da Companhia.
“Ficamos muito felizes em anunciar mais um grande passo como este. Com o fortalecimento da nossa presença em dois estados muito importantes para a Qualicorp, essa aquisição reforça a nossa estratégia de crescimento em todas as frentes de negócio”, afirma Bruno Blatt, CEO da Qualicorp.
Aquisições em 2020
Essa é a quarta aquisição feita pela Qualicorp em 2020. Ao longo do ano, a Companhia anunciou a aquisição de 4,3 mil vidas do portfólio da Health Adm, 14 mil vidas da Clube Care e, mais recentemente, a compra de 75% da Administradora de Benefícios Plural Saúde, com 96 mil vidas. Incluindo a nova aquisição, a Companhia adicionou aproximadamente 170 mil vidas ao seu portfólio ao longo de 2020, o que representa um aumento de aproximadamente 15% do seu portfólio no segmento adesão médico-hospitalar.
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GLOBO ONLINE
Preço e rede credenciada de qualidade são diferenciais do SulAmérica Direto, plano de saúde ideal para pequenas e médias empresas
Produto regional já está disponível no Rio de Janeiro e em São Paulo, além de outras regiões do país
Ter um plano de saúde é o terceiro maior desejo da população brasileira, ficando atrás somente da casa própria e da educação. É o que mostra uma pesquisa do Ibope encomendada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) em 2019. Hoje, no entanto, apenas 22% da população brasileira tem esse sonho realizado. E essa é a preocupação e o desejo de muitos dos pequenos e médios empreendedores brasileiros, que frequentemente encontram dificuldades em encontrar o produto ideal.
Foi pensando nesse público que foi lançado o SulAmérica Direto, um produto regional que é ideal para pequenas e médias empresas e profissionais autônomos – até 31/12 é possível contratar o plano a partir de 2 vidas (a categoria PME vai de 3 a 29 vidas e a PME+ de 30 a 99 vidas), entre titular e dependentes – após esta data, a contratação começa em três vidas. O primeiro lançamento deste plano foi no Rio de Janeiro, mas hoje já está disponível em São Paulo, com duas opções, Campinas, Curitiba, Recife e João Pessoa. Para 2021, já estão previstos lançamentos em outras regiões.
Com um preço bastante competitivo e acessível e uma rede credenciada de qualidade, o produto torna-se uma opção viável e eficiente para quem busca segurança e excelência. No Rio de Janeiro, por exemplo, a SulAmérica firmou parceria com prestadores reconhecidos pelo alto padrão de qualidade, sendo a Rede DOr o principal deles na região.
Trata-se de uma família de planos criada em 2019 com um portfólio de produtos que contam com toda a expertise da companhia e vão direto ao ponto, ou seja, atendem às necessidades dos beneficiários sempre com o cuidado de oferecer uma rede de alta qualidade, aumentando o acesso da população a planos de saúde com preços bastante atrativos, destacou Raquel Giglio, vice-presidente de Saúde e Odonto da SulAmérica.
A visão do corretor de seguros
Ágatta Marinho, gerente comercial da Bresson Saúde, conta que passou a comercializar o SulAmérica Direto quando definiu como estratégia para a sua corretora a venda de produtos para pequenos e médios empreendedores.
Esses empreendedores não entendiam que podiam ter um bom plano de saúde, com um preço justo e sendo bem atendidos. O SulAmérica Direto tem uma cobertura muito boa, que outros planos não oferecem. É o caso da Rede DOr, que aqui no Rio de Janeiro é referência, afirma.
Ela também relata que, na pandemia, muitos clientes acabaram cortando o plano de saúde da planilha de gastos, mas que agora voltaram a procurar o produto e optaram pelo SulAmérica Direto também pela questão do preço. Tenho muitos clientes que optaram pela migração para o Direto e chegaram a economizar uma quantia significativa todo mês, garante.
Comercializar o produto também fez bem para os negócios de Ágatta. Eu consigo oferecer para o cliente uma opção melhor em termos de custo e atendimento. Faz muita diferença ter um plano compatível, afirma. O plano também abrange as cidades de Belford Roxo, Duque de Caxias, Itaguaí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados, São João de Meriti e São Gonçalo. Além disso, o plano conta com opções com e sem coparticipação quando os valores da utilização são divididos entre empregadores e funcionários -, o que é um diferencial, pois propicia o uso consciente do produto.
O SulAmérica Direto Rio foi muito bem recebido pelos cariocas porque é um produto que cabe no bolso e garante ao beneficiário uma cobertura de primeira qualidade com a segurança de uma empresa consolidada como a SulAmérica, avalia Solange Zaquem, diretora comercial da SulAmérica responsável pela região Sul do Brasil e pelos estados do RJ e ES.
Cobertura nacional para emergência e telemedicina
Mesmo sendo um plano regional, o SulAmérica Direto possui uma rede credenciada que inclui opções para atendimentos de baixa, média e alta complexidades, de acomodações em enfermaria ou apartamento, pronto-atendimento, maternidade, centro de medicina diagnóstica e clínicas médicas. Há também o benefício de atendimento de urgências em mais de 30 hospitais nas principais capitais do país.
Os clientes do Direto também podem utilizar todas as ferramentas inovadoras da SulAmérica, incluindo a plataforma de telemedicina, com destaque para o Saúde na Tela, plataforma de consultas à distância que foi ampliada com a regulamentação da telemedicina durante a pandemia, que tem o potencial de dar mais sustentabilidade para o ecossistema de saúde suplementar, uma vez que favorece o cuidado primário, diminui as idas desnecessárias aos prontos-socorros e oferece oportunidade de renda para os profissionais da saúde com um custo mais baixo. O Saúde na Tela também inclui atendimento remoto com plantonistas e médicos especialistas, além do Psicólogo na Tela para cuidar da saúde emocional com atendimento agendado com psicólogos. O benefício também promove um pacote de descontos para ser utilizado na compra de medicamentos e na aplicação de vacinas.
Mas o que considerar antes de escolher o plano de saúde mais adequado para sua necessidade?
Confira alguns dos principais pontos que devem ser avaliados com o corretor de seguros:
1) Confira se a rede credenciada atende as suas necessidades, de sua empresa, colaboradores e dependentes, tornando o plano de saúde um diferencial de contratação;
2) Preste atenção às coberturas oferecidas e saiba qual é o ROL da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), que é a entidade que regulariza o setor de seguro saúde e lista as coberturas obrigatórias, garantindo procedimentos considerados indispensáveis ao diagnóstico, tratamento e acompanhamento de doenças;
3) Pesquise sobre a empresa do plano de saúde, sua idoneidade, experiência neste mercado, propósito e reputação. É importante que a proteção que está contratando garanta segurança a você, sua empresa, funcionários e dependentes;
4) Pergunte sobre as ferramentas digitais disponíveis para uso. Atualmente, poder contar com a conveniência de resolver diversas questões de onde estiver é altamente relevante. Além disso, a telemedicina está regulamentada durante a pandemia e é uma prática muito útil em diversas situações;
5) Até agora, você olhou mais especificamente para proteções de saúde física e emocional, mas saúde financeira é também muito importante para que tudo fique equilibrado e você tenha o apoio que precisa. Por isso, avalie se o preço cobrado é compatível com o que é oferecido, se cabe no seu bolso e considera a coparticipação, ferramenta que ajuda no uso corretor deste benefício e sustentabilidade do setor.
A promoção da SulAmérica de contratação a partir de 2 vidas vai até 31 de dezembro. Fale com seu corretor de seguros ou acesse SulAmérica Direto Sampa e SulAmérica Direto Rio.
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País perdeu o ‘timing’ nas vacinas
Em debate virtual, Margareth Dalcolmo lamenta atraso na corrida pela imunização, enquanto Drauzio Varella se preocupa com politização do tema. Economista Monica de Bolle alerta para impacto na retomada da atividade
A s notícias que chegam do exterior são animadoras. O Reino Unido já deu início ao seu programa de vacinação contra a Covid-19, e a Espanha deve começar nos próximos dias. O Canadá acelerou seus protocolos para aprovar um dos imunizantes, mesmo caminho seguido pelos EUA. Mas por aqui, a politização em torno da pandemia e a falta de planejamento do governo estão deixando o país para trás. E essa a percepção dos especialistas que participaram do seminário “E Agora, Brasil?”
– Sem dúvida estamos num momento crucial, de acesso a vacinas, e a meu juízo o Brasil perdeu o timing de entrar de maneira equânime em relação aos demais nessa guerra – afirmou a pneumologista Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fiocruz e colunista do GLOBO em “A Hora da Ciência”. – Nós já perdemos. Nós já estamos atrasados.
Segundo a especialista, uma das mais respeitadas em seu campo de atuação, recém-eleita presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o biênio 2023-2024, a vacinação não será a resposta definitiva para o novo coronavírus. Ele continuará circulando, fazendo vítimas pelo mundo. Mas a imunização em massa é, certamente, a melhor arma que temos.
– Para viroses agudas, a solução não é remédio, não é tratamento, não é protocolo de nenhuma espécie. A resposta está nas vacinas – sentenciou Margareth. – Viroses crônicas, como Aids e hepatite C, se resolvem com tratamento. Mas viroses agudas, como a Covid-19, se combatem com vacinas.
A economista Monica de Bolle, pesquisadora sênior do Peterson Institute for International Economics, em Washington, concorda que o Brasil “vai assistir de camarote” às campanhas de vacinação que já estão começando em outros países do mundo. E esse atraso terá consequências, tanto para a saúde da população como para a retomada da economia.
– A primeira, evidentemente, é de deixar parte da população, sobretudo aquela com menos acesso, a ver navios por alguns meses – disse a economista. – E o segundo impacto é econômico. Nós já vimos o impacto que uma pandemia descontrolada tem na economia, e estamos testemunhando isso de novo.
FALTA DE FREEZERS
Monica ressaltou que esse quadro vai se agravar com o fim do pagamento, este mês, do auxílio emergencial, fundamental para que os brasileiros superassem o auge da crise, assim como do estado de calamidade, que permitiu a expansão dos gastos públicos para o combate à pandemia:
– Vamos entrar em 2021 sem um plano claro para a campanha de vacinação, sem assistência para as pessoas que precisam e sem o estado de calamidade, a não ser que o governo decrete novamente – afirmou.
Margareth lamentou o fato de o Brasil, com o tamanho de sua economia, não ter freezer a -70-C para armazenar uma vacina como a da Pfizer/BioNTech. E relatou a preocupação de empresários com a vacinação:
– Há dois dias, tive uma reunião com alguns empresários, que me perguntaram “quantos freezers a -70 9 C a senhora quer que nós doemos para que pelo menos as capitais brasileiras tenham acesso à vacina?”
‘ATO DE FRATERNIDADE’
A pneumologista lembrou ainda que em 2021 não será possível vacinar toda a população mundial:
– Se somarmos todas as vacinas que estão sendo produzidas, isso dará 2,5 bilhões de doses. No mundo há mais de 7 bilhões de pessoas. Não dá para fazer da vacina uma quimera.
Outro ponto criticado durante o debate foi a politização das vacinas. Para médico e escritor Drauzio Varella, “a política invadiu a questão vacinai no Brasil”:
– Nós temos o Butantan em fase final (de testes), e o estado de São Paulo marcando data para vacinação. Curiosamente, 25 de janeiro é o aniversário da cidade! Nós ainda não temos a vacina produzida aqui, como se marca uma data?
Ele ressaltou que o Brasil é considerado referência mundial em imunização, mas afirmou que hoje falta coordenação central para enfrentar o desafio de vacinar 210 milhões de pessoas.
– Eu peço a todos que considerem a vacina como um bem público, um bem para todos, um ato de fraternidade em relação aos seus pares, não só em relação a vocês próprios. Sem ela nós realmente não teremos chance de sair dessa- resumiu Monica de Bolle.
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Com casos de covid em alta, 2021 será desafiador
Enquanto o Brasil volta a observar um aumento no número de casos de Covid-19 e a situação se agrava novamente nos hospitais das redes públicas e privadas em todo o país, o mundo começa a vislumbrar a esperança das vacinas. No Brasil, porém, a falta de uma ação coordenada entre estados e governo federal, além de uma disputa política sobre as medidas de enfrentamento à pandemia, deixou o país atrasado em relação ao resto do mundo na questão da imunização. As festas de fim de ano também devem alimentar a alta dos casos. Tudo isso traz a perspectiva de que os brasileiros não poderão retomar a vida normal em 2021, o que terá impactos significativos no cenário econômico.
Essa é a conclusão dos especialistas que participaram do evento on-line “E Agora, Brasil?”, na última quinta-feira. O debate teve a participação do oncologista, cientista e escritor Drauzio Varella; da pneumologista, pesquisadora da Fiocruz e colunista do GLOBO em “A Hora da Ciência” Margareth Dalcolmo; e da economista e pesquisadora sênior do Peterson Institute for International Economics Monica de Bolle.
O evento, realizado pelos jornais O GLOBO e Valor Econômico, com patrocínio do Sistema Comércio através da CNC, do Sesc, do Senac e de suas Federações, foi mediado pelo colunista do GLOBO Pedro Doria e pelo editor-assistente de Brasil do Valor Eduardo Belo.
RECUPERAÇÃO ECONÔMICA
Para Monica de Bolle, não pode haver recuperação econômica sem o controle da pandemia e do vírus. Nesse ponto, segundo a economista, as vacinas cumprem um papel fundamental.
– E apenas com essa conscientização da importância da vacina para o coletivo que a gente vai ter qualquer possibilidade de recuperação, em todos os sentidos. De recuperação da saúde, do nosso sistema de saúde, que hoje está absolutamente sobrecarregado, e da economia – afirmou a economista.
Drauzio Varella ressaltou que o país ainda terá que conviver com o vírus em 2021, devido à demora no programa de imunização e ao desafio de vacinar toda a população brasileira. Por isso, afirmou, as pessoas precisam manter os mesmos cuidados deste ano: usar máscara, higienizar bem as mãos e evitar aglomerações. Qualquer outra mensagem, segundo ele, não está de acordo com a realidade.
A pneumologista Margareth Dalcolmo ressaltou ainda que, com o verão e as festas de fim de ano quando as pessoas têm o hábito de se reunir- , a previsão é que o número de casos e de mortes por Covid-19 suba ainda mais em janeiro. Ela disse que a população precisa entender que, apesar dos avanços na pesquisa por vacinas, a pandemia ainda não acabou:
– Este dezembro não é igual aos outros, e para que nós estejamos vivos para os próximos Natais, é preciso que tenhamos muita resiliência e muita paciência.
O problema, segundo os médicos, está em convencer a população a evitar aglomerações em meio a um cenário de informações desencontradas do poder público. Drauzio lembrou não é por acaso que o Brasil é o segundo país do mundo em número de mortes pela Covid-19.
Ele apontou que, desde o início da pandemia no país, a questão foi cercada por uma “confusão enorme”, com a falta de um discurso único a favor das medidas de segurança e do distanciamento social. Para o médico, essa mesma falta de unidade é o que tem gerado os atrasos na vacinação no país.
Falta no Brasil, segundo Drauzio, uma coordenação central para a vacinação que seja nacional, liderada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
– Se tem uma coisa que o Brasil sabe fazer é vacinar, temos o maior programa de imunização do mundo. Mas é um desafio absurdo, de fazer algo que nunca foi feito, que é vacinar 210 milhões de pessoas.
MAIOR DESIGUALDADE
Os especialistas também criticaram o que veem como politização das vacinas. Para eles, o planejamento da imunização e as políticas públicas de distribuição de renda na pandemia deveríam ser pensados para mitigar as desigualdades sociais e econômicas do país. Eles criticaram ainda o fato de o plano do governo não ter incluído os presidiários entre a população prioritária para receber a vacina.
– No Brasil, as desigualdades não passam só por pessoas, mas por regiões, temos regiões no país extremamente desiguais. É preciso levar em conta essas características do país – disse Monica.
Para o colunista do GLOBO Pedro Doria, fica do debate a urgência do alerta emitido desde o início do ano pela comunidade científica sobre os protocolos de prevenção ao coronavírus:
– Continua fundamental ficarmos em casa, evitarmos aglomerações, cuidar principalmente daqueles mais frágeis próximos de nós.
Já o editor-assistente do Valor Eduardo Belo ressaltou que os debatedores traçaram um panorama amplo e concreto da situação sanitária e econômica do país.
– O debate confirmou uma sensação já disseminada por vários círculos, econômicos, sociais e científicos, de que o Brasil precisa urgentemente rever seus princípios nessas áreas e encarar a pandemia não como uma grande catástrofe, mas como um convite para consertar equívocos de suas políticas públicas e econômicas e dar um passo adiante.
O presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros, afirmou que a entidade e as federações que integram o Sistema Comércio têm acompanhado e orientado os empresários e também a população, por meio do Sesc e do Senac, buscando contribuir para que o Brasil possa superar a maior crise sanitáriaglobal em um século.
– O importante agora é a comprovação da eficácia e a agilização da compra e distribuição da vacina, ou das vacinas, para que nós brasileiros fiquemos livres do flagelo que nos tem afligido e que já ceifou quase 200 mil vidas em nosso país.
Especialistas. A pneumologista Margareth Dalcolmo, o médico Drauzio Varella e a economista Monica de Bolle durante o evento on-line. que teve a mediação do colunista do GLOBO Pedro Doria e do editor-assistente do Valor Eduardo Belo
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“É apenas com essa conscientização da importância da vacina para o coletivo que a gente vai ter qualquer possibilidade de recuperação. De recuperação da saúde, do nosso sistema de saúde e da economia “
Monica de Bolle, pesquisadora sênior do Peterson Institute For International Economics
“Este dezembro não é igual aos outros, e para que nós estejamos vivos para os próximos Natais é preciso que tenhamos muita resiliência e muita paciência “
Margareth Dalcolmo, pneumologista e pesquisadora da Fiocruz
“Temos o maior programa de imunização do mundo. Mas é um desafio absurdo vacinar 210 milhões de pessoas “
Drauzio Varella, médico e escritor
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FOLHA DE S.PAULO
Em vídeo, Saúde critica Doria e diz que não há pedido emergencial
Larissa Garcia
O Ministério da Saúde divulgou, neste domingo (13), um vídeo rebatendo o anúncio do cronograma de vacinação de Sâo Paulo. Além disso, a pasta afirma que nenhum laboratório pediu à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), até agora, registro para uso emergencial da vacina, e que por isso crianças e grávidas não poderão ser imunizadas
Na gravação, o secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, faz críticas duras ao governador do estado, João Doria (PSDB), e afirma que é “mais um devaneio” e que ele está “sonhando acordado”.
No vídeo, o secretário explica ainda a diferença entre autorização emergencial, feita apenas com grupo restrito, e registro definitivo. “Vacinação com autorização emergencial pode compreender apenas a vacinação de um grupo restrito.”
Ele afirma ainda que crianças e grávidas não poderão ser imunizadas. “Destaco que não há segurança para vacinar grupos que não participaram dos testes clínicos, como, por exemplo, grávidas e crianças”, diz.
O vídeo foi veiculado apenas no canal da pasta no YouTube e não foi compartilhado em outras redes sociais ou com jornalistas.
Em 7 de dezembro, Doria anunciou para 25 de janeiro o início da vacinação dos moradores com a Coronavac. Franco alega que não é possível estabelecer datas sem o registro das doses e pede que o governador “não brinque coma esperança de milhares de brasileiros” e “não venda sonhos que não possa cumprir”.
“Seria irresponsável darmos datas específicas para o início da vacinação, porque depende de registro em agência reguladora, posto que só saberemos da segurança completa quando finalizados os estudos clínicos da fase 3 [última etapa]”, diz no vídeo.
“Vale ressaltar mais uma vez que, segundo a Anvisa, nenhum dos laboratórios sequer iniciou o processo de autorização [da vacina] para aso emergencial em caráter experimental”, completa.
“Tudo isso contradiz o governador de são Paulo João Doria, que se equivocou talvez por desconhecimento do marco regulatório sanitário brasileiro”, diz. “Como estabelecer um calendário de vacinação sem saber se a vacina estará liberada para aso com a certeza de sua segurança e eficácia?”, completa.
Franco ressalta na gravação que a pasta será responsável pelo programa nacional de vacinação “o mais brevemente possível” depois da autorização da Anvisa e não descartou o uso da Coronavac, que está sendo produzida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, em parceria com a fabricante chinesa Sinovac. Ele fala ainda em uma ação integrada entre governo federal, estados, municípios e iniciativa privada.
“O brasileiros que puderem ser vacinados terão o direito garantido de forma segura, eficaz e gratuita. Isso no momento em que a Anvisa aprovar [a vacina] seguindo princípios do SUS [Sistema Único de Saúde] e os conhecimentos científicos”, destaca.
“Esclareço ainda que a vacina anunciada pelo Butantan, maior fornecedor de vacinas para o Ministério da Saúde, ao ser registrada e aprovada pela Anvisa, confirmando suas condições de segurança e eficácia, será também adquirida e adicionada ao plano nacional de vacinação contra a Covid-19”, afirma.
O Brasil registrou, nas últimas24 horas, 276 novas mortes pela Covid-19, além de 21.395 novos casos da doença. Com isso, o país tem no total 181.419 mortos pela doença e 6.901.990 registros de infectados.
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Lewandowski quer em 48h data de vacinação
O ministro do STF Ricardo Lewandowski deu prazo de 48 h para o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, informe uma data de início e de término de seu plano de vacinação contra a Covid-19.
O plano enviado pela pasta não apresenta prazo. A Saúde diz que isso só será possível após aprovação de alguma vacina pela Anvisa
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EUA começam a vacinar sua população contra Covid-19
Primeiros carregamentos do imunizante da Pfizer foram feitos no domingo
Os primeiros carregamentos da vacina contra a Covid-19 começaram a ser distribuídos pelos Estados Unidos na manhã deste domingo (13), dando início a um esforço histórico para interromper o avanço da pandemia, que tem matado mais de 2.400 pessoas por dia no país.
Trabalhadores de uma fábrica da Pfizer no estado do Michigan começaram a empacotar, em gelo seco, por volta das 6h3o do horário local, as primeiras levas da vacina, desenvolvida em parceria com a empresa alemã BioNTeeh. Caminhões com pilhas das vacinas empacotadas e refrigeradas deixaram a fábrica escoltados.
“Hoje não estamos transportando cargas, mas entregando esperança”, disse Andrew Boyle, executivo de uma transportadora contratada para levar a vacina da fábrica ao aeroporto da capital do estado, Lansing. “É incrível” disse o caminhoneiro Bonnie Brewer, 56, depois que uma carga foi entregue.
Os hospitais americanos estão preparando as primeiras doses para serem aplicadas já nesta segunda-feira (14), mas levará meses até que a maioria dos cidadãos do país possa ser vacinada.
Trabalhadores da área da saúde e idosos que vivem em asilo s serão os primeiros da fila a receber as duas doses do imunizante, que devem ser tomadas em um intervalo de três semanas entre uma e outra.
Mais de 100 milhões de pessoas, cerca de30% da população americana, pode ser imunizada até o fim de março, segundo um dos líderes da Operação Warp Speed, parceria público-privada liderada pelo governo americano para acelerar o desenvolvimento, a fabricação e a distribuição de vacinas.
Isso deixaria o país ainda muito distante da chamada imunidade de rebanho, que impediria a transmissão do viras, de modo que máscaras e distanciamento social ainda serão necessários por meses para conter a doença.
Oficiais de saúde precisam também superar a desconfiança que muitos americanos têm com as vacinas, preocupados que a velocidade com que foi desenvolvida possa comprometer sua segurança. Somente 61% dos americanos disseram que aceitam serem imunizados, segundo uma pesquisa da Reuters/Ipsos.
Os esforços de entrega da vacina se tornam ainda mais complicados pela necessidade de transportar e armazenar o imunizante a uma temperatura de -70ºC, o que requer uma enorme quantidade de gelo seco ou geladeiras específicas.
A entrega acontece em um momento em que o número de mortes se aproxima dos 300 mil americanos e o país atinge recordes de novas hospitalizações. Projeções apontam que possa haver 500 mil mortos antes que as vacinas estejam disponíveis para a maioria da população, até meados de 2021.
O governo diz que planeja ter 40 milhões de doses – o suficiente para imunizar 20 milhões de pessoas- até o fim de dezembro. Isso incluiria não somente a vacina da Pfizer, como também a da Moderna, imunizante que deve começar a ser analisado pela agência sanitária americana na próxima quinta-feira (17).
Apesar de o governo federal coordenar os esforços de distribuição, os estados terão a palavra final sobre quem receberá as primeiras doses. O governo está enviando os primeiros carregamentos para mais de 600 lugares.
A vacina desenvolvida pela pela farmacêutica americana Pfizer em parceria coma alemã BioNTech apresentou 95% de eficácia nos testes clínicos e recebeu autorização na noite de sexta-feira da FDA, a agência sanitária do país.
O imunizante já está sendo usado no Reino Unido desde o último dia 8, o primeiro país do mundo a usá-lo, e começou a ser aplicado em profissionais de saúde e asilos. A ideia é usar também centros de convenções e ginásios como postos de vacinação
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CONSULTOR JURÍDICO
Médico não deve indenizar por erro se não for provado nexo causal
Para a configuração de erro médico, é imprescindível demonstrar a existência de nexo causal entre a sequela do paciente e o procedimento do profissional. Com esse entendimento, a 2ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso manteve decisão que negou indenização a um paciente que culpava o médico por uma deformidade em seu braço.
Médico não deve indenizar por erro se não for provado o nexo causal
O autor, menor de idade representado pelos pais, sofreu uma queda que gerou deslocamento e fratura de seu cotovelo esquerdo. Ele passou por cirurgias ortopédicas, mas ficou com limitação dos movimentos devido a uma deformidade em seu membro.
A família alegou que o laudo pericial contém vícios, pois afirma que que o problema foi decorrente das cirurgias mas apontaria inexistência de culpa ou nexo causal. A 2ª Vara da Comarca de Sorriso (MT) não acolheu os argumentos.
Após recurso, a desembargadora Clarice Claudino da Silva, relatora do processo, constatou que não se trata de erro médico, mas sim de nova fratura sofrida no mesmo membro durante a fase de reabilitação. O autor não teria tomado os cuidados médicos e fisioterápicos prescritos.
“Não ficou comprovada a conduta culposa do médico apelado, de modo que não é possível imputar a ele responsabilidade indenizatória, uma vez que adotou os procedimentos necessários para a reabilitação do apelante”, destacou a magistrada. Seu voto foi acompanhado por unanimidade. Com informações da assessoria de imprensa do TJ-MT.
Clique aqui para ler a decisão: Processo 0001399-64.2000.8.11.0040
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DIÁRIO DA MANHÃ
Mais de 120 organizações pedem inquérito contra ‘revogaço’ da saúde mental
Bolsonaro promove o desmanche no CAPS e pode deixar de atender dependentes químicos e programas de prevenção ao suicídio
Mais de 120 organizações de diversos setores acionaram o Ministério Público Federal contra ‘revogaço’ planejado pelo governo Jair Bolsonaro em portarias que estruturam a política de saúde mental no País. As entidades pedem que um inquérito civil seja aberto pela Procuradoria para apurar a medida que, na opinião do grupo, poderá levar a um retrocesso e desmonte da área.
As discussões do Ministério da Saúde já provocaram um racha entre psiquiatras. Na quinta, 10, mais de profissionais se uniram para fazer frente à Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), entidade representativa da categoria que defendeu o ‘revogaço’ em discussão no governo. Para os psiquiatras, a manifestação favorável da ABP deriva de ‘interesses corporativos e mercadológicos’.
Uma das mudanças previstas é retirar dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) o atendimento psiquiátrico voltados a usuários de drogas. A medida já havia sido alvo do governo antes: em julho, Bolsonaro regulamentou as chamadas ‘comunidades terapêuticas’, entidades que fazem o mesmo tratamento, mas são ligadas a igrejas e defensores da abstinência, enquanto os Caps atuam com a perspectiva de redução de danos e são do Sistema Único de Saúde (SUS).
Outra proposta visa afrouxar o controle sobre internações involuntárias dos pacientes dependentes de drogas, retirando a necessidade de comunicação ao Ministério Público, como é feito hoje.
Em ofício enviado à Procuradoria, 128 entidades afirmam que as medidas, caso sejam implementadas, representarão um desmonte de políticas públicas da área da saúde mental e abririam brecha para falta de fiscalização do governo sobre o acompanhamento de pacientes.
‘O afastamento do SUS da gestão das ‘unidades de acolhimento’, relegando-as exclusivamente ao Ministério da Cidadania, abriria espaço à proliferação de comunidades terapêuticas e unidades privadas, financiadas com recursos públicos, mas não submetidas à fiscalização pela área da saúde acerca do plano terapêutico, presença de equipe de saúde mental e procedimentos internos de atenção’, apontam.
O Ministério da Saúde informou que as portarias que estruturam a política de saúde mental estão sob escrutínio de um grupo de trabalho composto, além da APB, por representantes do Ministério da Cidadania, do Conselho Federal de Medicina (CFM), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). A pasta alega que as regras estão ‘obsoletas’.
Profissionais ouvidos pelo Estadão também temem que as discussões em curso no Ministério da Saúde desemboquem em medidas para enfraquecer a Rede de Atenção Psicossocial (RAPs) do Sistema Único de Saúde (SUS), que segue um modelo integrado, territorializado e flexível desde a atenção básica.
Com a palavra, o Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde esclarece que, atualmente, existem mais de 100 portarias relativas à saúde mental que estabelecem diretrizes para o tratamento e a assistência dos pacientes – e de seus familiares – com necessidades relacionadas a transtornos mentais e com quadros de uso nocivo e dependência de substâncias psicoativas. Após minuciosa análise de técnicos e especialistas da área, observou-se que muitas dessas portarias estão obsoletas, o que confunde gestores e dificulta o trabalho de monitoramento e a efetiva consolidação das políticas de saúde mental.
Com o intuito de tornar a assistência à saúde mental mais acessível e resolutiva, deve-se levar em consideração a análise de indicadores negativos nessa área, como o crescimento das taxas de suicídio nos últimos 15 anos no Brasil, com agravamento de lesões autoprovocadas; o aumento de indivíduos em situação de rua com transtornos mentais graves; o isolamento social de pacientes com transtornos mentais graves; o aumento da mortalidade desses pacientes; a superlotação nos serviços de emergência; o aumento do uso de drogas e dependência química no país; o crescimento e a expansão das cracolândias em grande parte das cidades brasileiras; e o aumento de trabalhadores afastados, pela Previdência Social, principalmente por depressão e dependência química.
Nesse contexto, o Ministério da Saúde instituiu um grupo de trabalho com representantes do Ministério da Cidadania, do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), encarregado de analisar, discutir, aprimorar, revogar e criar novos instrumentos para a garantia do cumprimento da nova Política Nacional de Saúde Mental, aprovada pela Comissão Intergestores Tripartite (CIT) em dezembro de 2017, por meio da Resolução CIT nº 32/201 e da Portaria MS nº 3 588/2017.
Cabe informar, ainda, que, na nova atualização proposta, não há sugestão de fechamento dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e dos Consultórios de Rua. Sobre as Residências Terapêuticas, por não se tratarem de equipamentos médicos e serem destinadas, exclusivamente, ao acolhimento e reabilitação social, discute-se a sua transferência para o âmbito do Ministério da Cidadania.
Vale destacar também que o Ministério da Saúde, por meio de gestão tripartite, promoveu uma série de ações no âmbito da saúde mental durante a pandemia da Covid-19, como: videoaulas para profissionais da saúde e sociedade.
Ações de educação em saúde em defesa da vida, com a promoção de cursos de prevenção do suicídio e da automutilação na modalidade de educação a distância, disponíveis na plataforma Prevenção e Vida; instituição do Comitê Gestor da Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio; ampliação de serviços de saúde mental no SUS (Portarias 2.451 e 2.452, de 16 de setembro de 2020); repasse de R$ 650 milhões aos municípios para aquisição de medicamentos essenciais (Portaria 2.516, de 21 de setembro de 2020); entre outras.
Estão também em fase de elaboração as seguintes ações: criação de serviço telefônico para suporte em saúde mental – linha 196; elaboração de programa de treinamento para profissionais do atendimento 196; elaboração de programa de treinamento para profissionais da Atenção Primária à Saúde em consulta psiquiátrica; e treinamento de profissionais médicos e enfermeiros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em atendimento de urgência a doentes psiquiátricos.
Por fim, o Ministério da Saúde entende que a construção de uma rede de assistência à saúde mental essencialmente segura, eficaz, integral, humanizada, com abordagens e condutas baseadas em evidências científicas, e norteada por especialistas da área da saúde é um processo organizacional contínuo, que requer monitoramento constante e zelo com o investimento público.
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JORNAL OPÇÃO
Medidas para o combate a Covid-19 em Goiás são destaque nacional
Por Pedro Hara
Goiás foi um dos quatro estados que se destacaram na implantação do Guia Orientador para o enfrentamento da pandemia Covid-19
Goiás está entre os quatro Estados brasileiros que se destacaram na implantação do Guia Orientador para o enfrentamento da pandemia da Covid-19 na Rede de Atenção à Saúde. Elaborado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), o guia tem por objetivo sistematizar ações para apoio aos gestores estaduais, municipais e trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). A experiência goiana foi apresentada durante o 1º Seminário Nacional do Conass e Conasems.
A escolha foi baseada em critérios como a articulação entre o Estado e os municípios, por meio das Secretarias Municipais de Saúde, e o envolvimento dos diversos setores da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) no enfrentamento da pandemia, além da atuação do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems-GO).
A criação do Guia por parte da Conass e Conasems foi destacada por Sandro Rodrigues, superintendente de Atenção Integral à Saúde da SES-GO. “Esse instrumento possui um potencial absurdo para reunir as pessoas com objetivos comuns, como a defesa do SUS e a organização da rede de saúde em seus territórios, gerando resultados positivos para toda a sociedade.”, pontou Sandro.
Ao todo, 20 estados realizaram o pacto com o Conass e Conasems para a implantação do guia. Além de Goiás, Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul se destacaram. “Estabelecemos um grupo de governança e apresentamos a proposta do Guia para os gestores municipais. Assim, conseguimos realizar todas as oficinas programadas e em todos os territórios definidos, além de estabelecermos parcerias externas e internas para implantação do instrumento orientador”, detalhou a gerente de Atenção Terciária da SES-GO, Danielle Jaques Modesto, sobre a trajetória do trabalho no território goiano.
A apresentação sobre o caminho do enfrentamento a Covid-19 em Goiás foi conduzida por Ticiane Nakae, gerente de Atenção Primária da SES-GO e Lucélia Borges, secretária executiva do Cosems-GO. Na apresentação, elas mostraram que o Estado é dividido em cinco Macrorregiões de Saúde, reunindo os 246 municípios em 18 Regionais. Ticiane destacou o trabalho de aumentar a quantidade de leitos SUS no território goiano. “Chegamos a ter 672 leitos de UTI e 490 de enfermaria, de maneira regionalizada, garantindo uma estrutura em todas as Macrorregiões de Saúde de Goiás”, contabilizou a gerente.
Entre as principais ações foram citadas a criação de um comitê estadual com a participação da SES-GO, Cosems-GO e representantes do Ministério da Saúde em Goiás; a criação de núcleos macrorregionais; a realização de oficinas, conforme a realidade e definição locorregional; Além destas medidas, foi mencionada a aplicação de um questionário para o diagnóstico da situação dos municípios no início da implementação do guia. “Das 246 cidades, 239 responderam esse documento. Destas, em 182 o preenchimento do questionário foi realizado pelo próprio gestor de saúde”, relatou Ticiane, ao mostrar a alta adesão e o envolvimento das gestões municipais em todo o processo.
A contribuição do guia na constituição da Rede de Atenção à Saúde por meio do fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, foi ressaltada por Lucélia Borges, Cosems-GO. Segundo ela houve integração entre os pontos de atenção e alinhamento dos processos de trabalho nas unidades de saúde. Por fim, Lucélia destacou também que a implantação do instrumento motivou a construção de outros processos, como o guia de saúde mental e o questionário para gestores municipais.
Na apresentação, foram mostrados os resultados alcançados em Goiás, como a reorganização dos serviços já existentes, estabelecendo fluxos de atendimento e processo comunicativo entre as unidades; envolvimento das Regionais de Saúde, fortalecendo o apoio técnico aos municípios; diagnóstico situacional das Macrorregionais de Saúde; identificação de necessidades que vão além do contexto da pandemia; respostas imediatas e/ou planejamento de ações e troca de experiências exitosas entre as cidades.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação