Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 13/08/14

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES DE HOJE

• Atestado médico
• Caso Rafaela – OAB quer fim de limite de doador
• Saúde – HDT atualiza sobre vírus ebola
• Publicada lei que obriga presença de farmacêutico nas drogarias
• Menos sódio, menos infartos e AVCs
• Um hospital diferente
• Médicos de Anápolis declaram apoio a Caiado


O POPULAR
Atestado médico
Atestado de comparecimento a posto de saúde não é válido como atestado médico. O entendimento é da 2ª Turma do TRT-GO em processo de vigilante contra a empresa Proguarda Vigilância Ltda. A Turma entendeu que o fato de ele ir ao posto para atendimento em um período, sem que isso implique concessão de atestado médico de impossibilidade de exercer as atividades laborais, não justifica a falta do dia integral de serviço.
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Caso Rafaela
OAB quer fim de limite de doador
Entidade vai entrar na Justiça para derrubar efeitos de portaria do Ministério da Saúde
Maria José Silva

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de Goiás (OAB-GO) vai tentar derrubar na Justiça os efeitos da Portaria 2.132, do Ministério da Saúde (MS), que estabelece o limite de cadastros anuais em todo o País e por unidades da Federação no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). A decisão foi anunciada ontem pelo presidente da entidade, Henrique Tibúrcio, após a realização de uma reunião, na sede da OAB-GO, na qual recebeu familiares e amigos da menina Rafaela Raizer Landim Silva, de 6 anos.
Desde o início de maio, os pais da garota, o auditor fiscal Eugênio César da Silva e a assistente social Luciana Raizer da Silva, travam uma luta para conseguir a doação de medula óssea, fundamental para a realização de um transplante em Rafaela. A menina, que inspirou o irmão Alexandre Raizer, de 7 anos, a escrever o livro A Princesa que Usava Óculos, teve a leucemia diagnosticada no dia 30 de abril. Dias depois, os familiares idealizaram e efetivaram a realização da campanha Doe Vida, Doe Medula, Doe Fé com o objetivo de sensibilizar a população a transformar-se em doador de medula óssea, o que, na avaliação deles, pode aumentar as chances de a garota ser submetida ao transplante.
O apelo feito pelos familiares da menina causou uma espécie de corrida ao Hemocentro. A coordenadora do Núcleo de Medula Óssea da unidade, Ludmila Faria Ferreira, informou que após o início da campanha a procura por doação teve um aumento de aproximadamente 400%. Durante a ação, entretanto, os pais da menina foram surpreendidos com a existência da portaria que fixa o teto de registros no País e nos Estados. O documento, assinado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, estabelece para Goiás o teto de 12 mil inscrições por ano.
INCONSTITUCIONAL
Henrique Tibúrcio informou que a entidade vai ingressar com ação civil pública ou ação direta de inconstitucionalidade para derrubar os efeitos da portaria do Ministério da Saúde. Na avaliação dele, o documento é inconstitucional porque fere os princípios dos direitos humanos. “Na medida em que o documento limita a quantidade de doadores, limita as chances de a garota encontrar doador compatível”, sublinha o presidente da OAB-GO. Ele destaca ainda que a medida é injustificável na medida em que trata as pessoas como números.
Emocionado, o pai de Rafaela Raizer acentuou que a campanha não visa contemplar apenas a filha, mas todas as pessoas que enfrentam o drama da leucemia e que precisam ser submetidas a um transplante de medula óssea. Ele diz que a menina está fazendo o tratamento com o uso de quimioterapia e que, em função disso, a imunidade dela está em um nível bastante baixo. “Minha filha vive hoje em uma redoma, a nossa casa. Lá ela brinca, mas não pode ter contato com outras pessoas.”
SEMANAL
De acordo com Ludmila Ferreira, o Hemocentro de Goiás faz, em média, o registro de 600 doadores por semana. O banco de dados da unidade, referente a todo o Estado, tem o registro de 92 mil doadores com menos de 55 anos, idade limite para a doação. Já o cadastro nacional é composto por 3,3 milhões de inscritos. O Ministério da Saúde informou, por meio da assessoria de comunicação, que a portaria não visa limitar o número de inscritos, mas ordená-los. O teto de inscrições, de acordo com a assessoria, é fixado conforme a quantidade de fenótipos genéticos da região.
A assessoria de comunicação do MS informou, ainda, que o pai de Rafaela Raizer foi recebido pelo ministro Alexandre Padilha, que se sensibilizou com o drama vivido pela garota e comprometeu-se a realizar ações que contribuam para a melhoria do estado de saúde dela. O Redome, conforme a assessoria, é interligado com o cadastro de outros países, entre os quais Estados Unidos e Alemanha, compostos, respectivamente, por 5 milhões e por 7 milhões de doadores. Na avaliação do MS, a menina tem cerca de 80% de chances de encontrar a medula óssea compatível e submeter-se ao transplante.
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Saúde
HDT atualiza sobre vírus ebola
Missionário que trabalhou na Libéria é a primeira vítima europeia da doença. Ele morreu ontem
Janda

O vírus ebola fez ontem a primeira vítima europeia. O missionário espanhol Miguel Pajares, de 75 anos, contraiu a doença no Hospital Saint Joseph de Monróvia, onde trabalhava na Libéria para uma organização governamental. Ele foi levado para a Espanha no dia 7 de agosto e é o quarto funcionário do hospital a morrer em dez dias. O centro, dependente da ordem religiosa espanhola San Juan de Dios, foi fechado no dia 1º de agosto pelas autoridades liberianas.
Desde março, a doença já matou mais de mil pessoas na África e a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou emergência internacional por causa da epidemia. Mesmo diante da dificuldade de disseminação do vírus ebola para outros continentes devido suas características de transmissão, o Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT/HAA), unidade de referência no tratamento de doenças infecciosas em Goiás, já se prepara para um possível atendimento e realizou palestra de atualização para os profissionais de saúde.
Diante do aumento da preocupação mundial com a epidemia de ebola, o governo brasileiro reforçou, desde sexta-feira, os procedimentos em portos e aeroportos para a identificação de casos suspeitos e ativando um centro de operações de emergência para monitorar as informações sobre a doença. O Ministério da Saúde (MS) publicou em sua página informe técnico reforçando as recomendações nas ações de vigilância e serviços de saúde de referência, como é o caso do HDT.
O governo não descarta que possa ocorrer a detecção de casos de viajantes provenientes de países com transmissão, na zona ocidental da África – Libéria, Guiné, Serra Leoa e Nigéria. No documento, o MS explica a origem do vírus, identificado pela primeira vez em 1976, na República Democrática do Congo. Ele foi transmitido para seres humanos que tiveram contato com sangue, órgãos ou fluidos corporais de animais infectados, como gorilas, chipanzés, morcegos-gigantes, antílopes e porcos-espinhos.
A gerente médica do HDT, Analzira Nobre da Costa, garante que o hospital já segue todas as medidas protetivas necessárias para o caso de doenças infecciosas, como a febre hemorrágica do Ebola. “Claro que os cuidados devem ser maiores por se tratar de uma doença de alta letalidade, cerca de 60%, mas as precauções de contato são as mesmas”.

Profissionais já seguem orientações do MS

Os profissionais que trabalham no Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT/HAA) já seguem as orientações de utilização de equipamentos de proteção individual indicados pelo Ministério da Saúde (MS), como máscara N-95, propé, jalecos capote, luvas de procedimento, avental impermeável e proteção para os olhos e nariz. “A limpeza do ambiente também já é normatizada, assim como a destinação dos resíduos produzidos”, afirma a gerente médica da unidade, Analzira Nobre da Costa.
A única diferença, segundo a gerente, é em relação aos exames para confirmação da doença. Eles só são realizados em Belém (PA), que possui laboratório de nível 4. “Colhemos o material em frasco protegido e o isolamento viral só é feito lá.”
Analzira explica que a dificuldade do vírus chegar e se disseminar no Brasil é devido a sua forma de transmissão. “A pessoa tem de ter tido contato direto com as secreções de um paciente contaminado – lágrima, leite humano, fezes, urina – ou ter participado de funeral de alguém que morreu em decorrência da doença. Não basta ter estado nos países afetados.”
Pode levar até 21 dias para que a pessoa contaminada apresente sintomas, que são, de acordo com a médica, febre alta e de início súbito, que evolui para sintomas hemorrágicos – diarreia, vômitos ou urina com sangue, hemorragia interna ou sinais na pele.
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AGÊNCIA BRASIL
Publicada lei que obriga presença de farmacêutico nas drogarias

Brasília – Foi publicada na segunda-feira (11/8), no Diário Oficial da União, a Lei 13.021, que torna obrigatória a presença de um farmacêutico em drogarias, durante todo o horário de funcionamento. Com a norma, as farmácias deixarão de ser apenas estabelecimentos comerciais e passarão à condição de prestadoras de serviços de assistência à saúde.

Segundo o Conselho Federal de Farmácia, medir pressão, glicemia, aplicar soro e vacinas estão entre os exemplos de serviços que a norma permite que sejam prestados nas farmácias.

Outra função que caberá ao profissional é notificar os profissionais de saúde, órgãos sanitários e o laboratório industrial sobre efeitos colaterais, reações adversas, intoxicações e dependência de medicamentos.

A nova lei, que entra em vigor em 45 dias, prevê ainda que as drogarias devem ter instalações adequadas sob o aspecto sanitário. Elas deverão ter equipamentos necessários à conservação de imunobiológicos, como vacinas e outros equipamentos exigidos pela vigilância sanitária.

Há 20 anos no Congresso Nacional, a nova lei altera a Lei de Controle Sanitário do Comércio de Drogas e Medicamentos (Lei 5.991/1973), que atualmente exige a presença de "técnico responsável, inscrito no Conselho Regional de Farmácia", o que permitiu a interpretação de que os técnicos podem ser profissionais de nível médio. Além disso, admite a substituição por "prático de farmácia" ou "oficial de farmácia", em localidades sem o profissional exigido.

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O HOJE
Menos sódio, menos infartos e AVCs
Meta do Ministério da Saúde é reduzir em 25% a mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis até 2022
Cristiane Lima,
com Agência Brasil

Redução de sódio nos alimentos deve diminuir em 15% as mortes por acidente vascular cerebral (AVC) e em 10% as ocorrências por infarto em todo o País. A expectativa foi apresentada pelo ministro da Saúde, Ar¬thur Chioro, durante divulgação realizada ontem em Brasília dos resultados do acordo de cooperação entre Ministério da Saúde e Associação das Indústrias da Alimentação (Abia), para a redução da substância em vários alimentos. A meta do governo federal é reduzir em 25% a mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis até 2022.
De acordo com a diretora de Vigilância Epidemiológica de Doenças Não Transmissíveis, Magna Maria de Carvalho, os acordos com as empresas nacionais representam avanço no combate às doenças ligadas ao excesso do sódio. “Todos devem se conscientizar dos riscos que o sal pode trazer.” Empresas de panificação já firmaram acordo e houve redução de sódio no pão francês produzido em Goiás.
Ela ressalta o dado de que, no Brasil, o consumo diário de sódio é mais que o dobro recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Enquanto a orientação mundial é de que se consuma no máximo 5 gramas do produto, a média ingerida diariamente pelo brasileiro é de 12 gramas. “E o excesso do sal é responsável direto pelas doenças que mais matam em Goiás e no Brasil, como cardiovasculares, renais e hipertensão”. As doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por 63% das mortes no mundo e 72% no Brasil
Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico de 2013 mostra que 48% dos brasileiros acham que o nível de consumo de sal é médio, e pouco mais de 15% consideram-no alto ou muito alto. “Quase metade da população acredita estar consumindo a quantidade ideal. No entanto, sabemos que isso não é verdade. Nosso consumo ainda está muito acima do recomendado pela OMS. Esses acordos de redução do sal são importantes porque ajudam a diminuir a quantidade ingerida justamente nos itens em que o consumidor não percebe, nos alimentos processados. Por isso, é importante que a população atente para a quantidade registrada nos rótulos e faça a comparação entre as marcas”, destacou o ministro.
Estudo conjunto da Escola de Economia de Londres, do Instituto Karolinska (Suécia) e da Universidade do Estado de Nova York mostrou que até 2025 o número de hipertensos nos países em desenvolvimento, como o Brasil, deverá crescer 80%. No Brasil, existem, atualmente, 17 milhões de hipertensos. Em Goiás, o número já supera 500 mil.

Indústrias retiram em um ano 1,2 t de sódio

De 2011 para 2012, as indústrias de alimento conseguiram retirar 1.295 tonelada de sódio das bisnaguinhas, dos pães de forma e dos macarrões instantâneos. Esse foi o resultado de acordo entre o Ministério da Saúde e a Associação das Indústrias da Alimentação (Abia), que prevê queda de 1,8 mil tonelada dessa substância até o final de 2014, na produção. Conforme diretora de Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta, no período, houve redução de quase 11% no sódio da bisnaguinha e do pão de forma, e de mais de 15% no do macarrão instantâneo.
Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a redução é satisfatória para um primeiro ano de acordo. “Com apenas três tipos de alimento, já conseguimos retirar mais de 1,2 mil tonelada de sódio das prateleiras. Com os quatro acordos, esperamos chegar a 28 mil toneladas em 2020 .”
Mas a gerente da SES, Magna Carvalho, entende que, apesar dos avanços, ainda há muito de ser trabalhado, principalmente junto às empresas de pequeno porte. “Reduzir o sal significa, em muitos casos, reduzir o prazo de validade dos produtos e isso influencia nos custos. Para grandes empresas, o impacto pode não ser tão relevante quanto para as pequenas indústrias.”

Cooperação
Ao todo, são quatro acordos de cooperação entre Ministério da Saúde e Abia para a redução de sódio nos alimentos industrializados. Eles contemplam 16 categorias de alimentos, representando 90% dos itens industrializados. Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar de 2008 mostram que 28% do que vai à boca do brasileiro são alimentos industrializados. No último acordo assinado no final do ano passado, laticínios, embutidos e sopas prontas foram contemplados com a redução de sódio.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Um hospital diferente
Hospital de Doenças Tropicais (HDT) torna-se referência pela humanização e atendimento de diversas patologias

WELLITON CARLOS
O Hospital de Doenças Tropicais (HDT) Anuar Auad recebeu no mês de abril um importante prêmio nacional concedido pelo Ministério da Saúde tendo como principal motivo o processo de humanização no atendimento.  Mais do que prêmio, entretanto, o hospital, hoje sob a gerência da organização civil Instituto Sócrates Guanaes, guarda uma trajetória de enfrentamento contra doenças muitas vezes pouco compreendidas e que exigem respostas imediatas da equipe médica.
O centro de saúde oferece aos moradores de Goiás e mesmo de outros estados um cuidado de referência médica, pois nem todas as unidades da federação se dedicam a investigar e tratar as inúmeras doenças que despontam da ação dos microrganismos.  Para se ter ideia, não existe uma unidade médica com o nível do HDT na região Centro-Oeste.
A atuação na área infectocontagiosa e dermatológica exige especialização e dedicação diferenciada dos profissionais de saúde e da administração. Atendimento a pessoas que sofreram ataques de animais peçonhentos, dengue, aids, influenza H1N1 e tuberculose são algumas das doenças que o quadro está preparado para enfrentar. Agora mesmo as equipes de infectologistas estão atentas aos casos de ebola na África e se preparando para enfrentar o vírus, caso seja necessário.
Conforme dados quantitativos da unidade, dentre 1º de janeiro a 20 de dezembro de 2013, o HDT confirmou 415 casos de aids, 371 acidentes com animais peçonhentos, 203 pessoas infectadas com tuberculose, 199 casos registrados de meningite, 171 de varicela, 127 de dengue e 95 de hepatites virais.
Atendimento
De acordo com a enfermeira do Setor de Qualidade, Stefane Arruda, há 12 anos o hospital tem um Grupo de Adesão que tenta envolver os pacientes que iniciam tratamento. Ele procura estabelecer um contato mais próximo com os doentes, que muitas vezes optam em deixar de se relacionar com o hospital, seja por discriminação seja por dificuldades de deslocamento. Daí que se ele não procura o HDT, a unidade faz esta função, com uma equipe multidisciplinar.
"O grupo procura mostrar para a pessoa que ela não precisa se sentir marginalizada, pois o que ocorre com você acontece também com os outros. Sabemos que é grave o abandono do tratamento, daí a necessidade de mantermos todos unidos para enfrentarmos a doença", diz Stefane. 
O Grupo de Adesão do HDT tem hoje cerca de 5 mil integrantes e representa uma ação completamente diferenciada quando se compara o HDT com outras unidades públicas. O paradoxo é claro: enquanto hospitais abarrotados correm dos pacientes, adiando tratamentos, o grupo procura o doente para estabelecer contato e atenção. 
Esse comportamento mais social e interativo com os pacientes não é de agora. A história do hospital o fez caminhar por outra rota de assistência médica, mais próxima e sensível aos acontecimentos na vida das pessoas. "No começo, aqui era só HDT e terra vermelha. As pessoas faziam verdadeiras viagens para chegar ao hospital. Daí esse estigma de hospital longe de tudo e de todos e a existência de pacientes marginalizados. Mas rapidamente o hospital tornou-se referência para doenças dermatológicas, atraindo os olhares do país", diz a enfermeira.
A guinada começou com a instituição do tratamento do Fogo Selvagem, uma doença 'bolhosa', modalidade de pênfigo, que afetava o paciente por meio de dores terríveis, cuja descrição era de que a pessoa sentia realmente o corpo pegando fogo. "Os relatos da época mostram que as pessoas chegavam aqui correndo e gritando", diz a enfermeira.
Doença tratada pelas ciências dermatológicas, os médicos e enfermeiros se debatiam com a falta de informações sobre o pênfigo e usavam o conhecimento que restava à época para tratar os doentes.
Antes do Fogo Selvagem e logo depois, todavia, o hospital teria seu papel no estabelecimento do conceito de saúde pública em Goiás.
Oswaldo Cruz
O HDT se originou de uma união do Hospital Oswaldo Cruz – criado no final da década de 1960 para atender e acompanhar doenças infectocontagiosas – com o Hospital do Pênfigo. Na década de 1970, a grande incidência de procura por conta do fogo selvagem fez a unidade se renovar. E o HDT com o nome de Hospital do Pênfigo tornou-se abrigo e local de atenção para doentes que eram rejeitados devido às características físicas deixadas pela doença.
Em meados da década, todavia, uma grande epidemia de doenças meningocócicas provocou uma sobrecarga. E ocorreu então a junção dos antigos Hospital Osvaldo Cruz e Hospital do Pênfigo. Com uma nova estrutura, agora seria possível atender a todas as demandas da população.
Passados quase 40 anos, o HDT tem como meta ser um hospital que investe no ensino e pesquisa, além de permanecer estratégico no combate de doenças epidêmicas que incidem quando menos se espera uma população.
Nas últimas décadas, os profissionais médicos e de enfermagem têm se dedicado a elaborar artigos científicos e divulgá-los na comunidade de especialistas. Segundo informa a gerente médica da unidade, Analzira Nobre, a contribuição do HDT se amplia, chegando a outros países.
Tratamento de aids é referência no País
O Hospital de Doenças Tropicais (HDT) é focado em diversas doenças, mas a que mais exige esforços continuados da equipe continua a ser a aids. Stefane Arruda explica que a doença viral, queira ou não, estigmatiza e gera ainda um pânico não necessário e preconceituoso entre as pessoas. O HDT, todavia, viu surgir a doença e se especializou em tratá-la ao longo do tempo, oferecendo atendimento e remédios (coquetel) aos pacientes.  
A médica Analzira Nobre está no hospital há 20 anos e acompanhou praticamente a doença se estabelecer e também ser tratada maior eficácia, na medida em que os retrovirais se aperfeiçoaram. Ela também visualiza certo estigma em relação aos pacientes. "A pessoa pode vir tratar de unha encravada, mas alguém vai dizer que ela veio tratar aids. Neste sentido, o paciente carrega, sim, o estigma. Mas também temos outro estigma, se é que podemos chamar assim, de um hospital de alta qualidade", conta a profissional. 
Envolvimento
É no atendimento da aids que o Grupo de Adesão atinge sua melhor performance, pois consegue abraçar inúmeros pacientes que poderiam ter abandonado o tratamento. "Os profissionais do HDT são realmente diferenciados, pois todos têm um envolvimento. Nosso paciente é, de fato, carente, precisa de afeto, de atenção", diz Stefane.
Às vezes, explica a enfermeira, o paciente sai da unidade assustado. "Tem paciente com vergonha de vir no hospital, não quer ser filmado. Outros fornecem telefones que não existem", explica a profissional. Com este dilema, os profissionais saem a campo para oferecer tratamento aos doentes.
Unidade de vigilância
A médica Analzira Nobre afirma que o HDT é também um hospital de vigilância, pois acompanha surtos e epidemias constantes de doenças pouco conhecidas e também populares – o que exige sempre agilidade da equipe médica para se atualizar. "Nós tratamos H1N1, somos um hospital de referência para acidentes ofídicos, temos também as tuberculoses, meningite, enfim, inúmeras doenças. Somos referência em malária", diz.
Da mesma forma que Analzira, a diretora-geral do HDT, Anamaria Arruda, é uma entusiasta das possibilidades de atendimento do hospital goiano. Ela sublinha que o HDT não "trata apenas aids", mas uma série de doenças infecciosas e dermatológicas.
Ela informa ao Diário da Manhã pretende tirar do papel o Ambulatório Viajante, um dos projetos para os próximos meses da atual gestão. "Vai explicar uma série de questões de vacinas a que roupa você vai usar, por exemplo, se realizar uma viagem ao exterior ou para outros estados do Brasil", explica.
Anamaria reitera que a pessoa que precisa de atendimento no HDT deve primeiro procurar um Cais. "Somos referência do nível terciário, em atenção de doenças infecciosas. Então, não atendemos a demanda espontânea. O paciente tem que passar primeiro pelo Cais, que encaminha para o ambulatório e emergência."
Para Anamaria, neste sistema, a demanda regulada, torna a atenção médica mais equilibrada, deixando a intervenção do HDT para os casos mais graves.
Comparativo de produção (antes e depois da OS)
Número de atendimentos emergenciais:
Antes do ISG (Janeiro de 2011 a Junho de 2012): 12.874 (média mensal: 715)
Depois do ISG (Julho de 2012 a Dezembro de 2013): 17.392 (média mensal: 966) Número de atendimentos ambulatoriais:
Antes do ISG (Janeiro de 2011 a Junho de 2012): 49.209 (média mensal: 2.733)
Depois do ISG (Julho de 2012 a Dezembro de 2013): 57.209 (média mensal: 3.178)
Número de internações:
Antes do ISG (Janeiro de 2011 a Junho de 2012): 3.787 (média mensal: 210)
Depois do ISG (Julho de 2012 a Dezembro de 2013): 4.218 (média mensal: 234)
Um hospital em números
Funcionários: 1.017
Leitos: 122 (64 leitos de enfermaria adulto, 19 leitos de enfermaria pediatria, 9 leitos de UTI Adulto, 6 leitos de UTI pediátrica, 14 leitos de observação e 10 leitos-dia)
Especialidades: HDT/HAA oferece atendimento especializado em Infectologia e Dermatologia. As demais especialidades oferecem suporte para os pacientes definidos com o perfil da unidade, e são as seguintes: Clínica Geral, Neurologia, Pneumologia, Psiquiatria, Medicina Intensiva, Cardiologia, Gastroenterologia, Ginecologia, Nefrologia, Hematologia, Nutrologia, Endocrinologia, Proctologia e Urologia.
Apoio: diagnóstico – oferece instalações e equipamentos adequados para a execução de exames laboratoriais, serviços de imagem, incluindo tomografias.
Indicadores de produção de 2013
Números de atendimentos gerais (emergenciais e ambulatoriais): 50.939 (média mensal: 4.244)
Números de atendimentos multidisciplinares*: 160.164 (média mensal: 13.347)
Números de cirurgias: 485 (média mensal: 40)
Números de internações (incluindo UTIs e enfermarias): 2.578 (média mensal: 214)
Quantidade de exames laboratoriais realizados: 208.716 (média mensal: 17.393)
*Os atendimentos ltidisciplinares incluem atos de Nutrição Clínica, Psicologia, Fisioterapia, Serviço Social, Fonoaudiologia, entre outros.
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Médicos de Anápolis declaram apoio a Caiado
Médicos de diferentes entidades de Anápolis manifestaram na segunda-feira (11) apoio à candidatura ao Senado de Ronaldo Caiado (DEM). O evento, que ocorreu no Sindicato dos Médicos de Anápolis, reuniu representantes da Associação dos Médicos de Anápolis, da Unimed de Anápolis, da Cooperativa de Crédito Unicred, da Associação dos Hospitais de Anápolis, do Conselho Regional de Medicina de Goiás e do Sindicato das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Filantrópicos de Anápolis.
Ronaldo Caiado se comprometeu com os médicos a batalhar pelo orçamento de 10% da receita da União para a saúde, pela aprovação do projeto que trata da carreira de médico de Estado e pela valorização da profissão. Ele lembrou que em seu mandato na Câmara foi líder de bancada e cumpriu a promessa de votar a regulamentação da profissão médica, após anos de engavetamento do projeto.
"É importante termos no Congresso quem defenda nossa classe. Um dos nossos maiores aliados, o deputado federal Eleuses Paiva, de São Paulo, renunciou sua candidatura. É uma perda significativa para o setor. É preciso que os médicos se empenhem para colocar no Congresso nomes que lutem pela saúde", disse o democrata.
O parlamentar afirmou ainda que irá se empenhar pela carreira de médico de Estado. "Queremos buscar a interiorização dos especialistas médicos. Sem a carreira de médico, os profissionais não chegarão às regiões mais distantes do País", avaliou. "A carreira de Estado é fundamental e é um compromisso do presidenciável Aécio Neves", contou.
A iniciativa da reunião entre médicos incluiu também candidatos classistas da Câmara e da Assembleia e teve como finalidade discutir propostas e desafios para a área de saúde. "Queremos integrar a classe política com as entidades médicas. Escolhemos os candidatos que tenham histórico de atuação em benefício dos médicos e dos pacientes", explicou Wilson Afonso, presidente do Sindicato dos Médicos de Anápolis. "Ronaldo Caiado é nosso parceiro e está sempre presente em nossos eventos. É um político que tem ação brilhante no Congresso em prol da classe médica", especificou.
Em sua explanação inicial aos médicos, Ronaldo Caiado defendeu que as mudanças necessárias ao País ocorrem no âmbito do Parlamento. O democrata lembrou que, infelizmente, Goiás nunca teve representante no Senado que levantasse a bandeira da Saúde.

Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação