ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES DE HOJE
• Hospitais – 77% aprovam unidades de saúde
• Cartas dos Leitores – Saúde pública
• Saúde – Secretarias vão apurar morte
• Césio – 27 anos depois, a dor persiste
• Artigo – O raio X da morte
• Ministério público recomenda que ANS regulamente cancelamento de planos
• A doença do esquecimento
O POPULAR
Hospitais
77% aprovam unidades de saúde
Pesquisa feita a pedido do governo mostra maior aprovação dos hospitais estaduais
Maria José Silva
Um universo de 77,8% dos usuários, acompanhantes e profissionais de saúde estão muito satisfeitos ou satisfeitos com o atendimento prestado pelas unidades de saúde localizadas na capital, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Anápolis e Santa Helena de Goiás, administradas pelo Estado, por prefeituras, União e por entidades filantrópicas. Tal índice foi apurado na pesquisa Avaliação da Saúde nos Hospitais de Urgência e Cais, feita pelo Serpes.
A pesquisa foi contratada pela Lide Saúde, a pedido do governo do Estado, com o objetivo de aferir o grau de satisfação da população nas unidades de atendimento à saúde. As entrevistas foram realizadas com 1.514 pessoas em hospitais e nos Centros de Assistência Integral à Saúde (Cais).
ESTADO
A pesquisa também verificou que somente 21,6% dos entrevistados estão insatisfeitos ou muito insatisfeitos com o atendimento prestado pelas unidades. Nos hospitais administrados pelo Estado, 90,7% das pessoas que responderam aos questionários afirmaram que estão muito satisfeitas ou satisfeitas com a assistência. Apenas 8,8% das pessoas não aprovam o serviço nos hospitais.
As unidades municipais de saúde de Goiânia também foram bem avaliadas pelas pessoas que contribuíram com a realização da pesquisa. Do total de entrevistados, 64,6% destacaram que estão satisfeitos ou muito satisfeitos com o atendimento prestado pelos Cais e pela Maternidade Nascer Cidadão. A insatisfação no atendimento foi manifestada por 34,8% das pessoas.
A pesquisa também seria realizada na Maternidade Dona Iris, mas os avaliadores não tiveram autorização de aplicar os questionários na unidade.
No interior, 71,7% dos entrevistados afirmaram que estão satisfeitos ou muito satisfeitos com a assistência prestada à população. Foram ouvidos moradores de Aparecida de Goiânia, Anápolis, Senador Canedo e Santa Helena de Goiás. Do total, apenas 26,9% demonstraram que estão insatisfeitos ou muito insatisfeitos com o serviço ofertado pelas unidades.
A pesquisa constatou, ainda, que 66,6% dos pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde estão satisfeitos ou muito satisfeitos com o atendimento proporcionado pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás e pela Santa Casa de Anápolis. Nestas duas unidades, o índice de insatisfação das pessoas que responderam á pesquisa foi de 33,4%. (15/09/14)
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Cartas dos Leitores – Saúde pública
Não sei de vocês, mas eu estou muito preocupada com o País. Ele está piorando rapidamente. Agora uma pessoa morre nos hospitais pela total indiferença de médicos e enfermeiros. Ninguém teme uma Justiça que leva cem anos para resolver suas questões. Uma simples perna quebrada de um jovem, que ficou dois dias sendo levado de um hospital para outro, sem ninguém se importar com sua vida, o levou à morte por falta de assistência. Não venham dizer que foi outra coisa. Foi abandono, indiferença, pouco caso. E as eleições estão aí… Mas, infelizmente, com estas urnas do Brasil tão frágeis, acho difícil haver alguma mudança. Estamos perdidos…
Maria Cecília Osório Silva
Centro – Goiânia
■ E chorarmos. Num primeiro momento, por compaixão às vítimas. Jovens, que se vão muito cedo. Por solidariedade às famílias, mesmo sendo elas de nós desconhecidas. Depois, por indignação. Médicos e profissionais da saúde são preparados para salvar vidas. Temos milhares de exemplos destes profissionais que se dedicam com amor a isso. Acredito que o diretor do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) teve um momento de pouca lucidez em seus comentários sobre o caso de Bruno Henrique. Sabemos do excelente trabalho que é realizado pelo Hugo, mas acima de tudo o objetivo é salvar vidas, sem que seja considerado o perfil. Bruno era um ser humano acidentado, diferente sim de casos com fraturas abertas, mas que necessitava de cuidados.
Não era um campo de batalha, onde médicos precisam escolher entre os que têm alguma chance e os que não têm. Estamos diante de algo bem simples. É de responsabilidade do hospital e é necessária uma apuração deste caso, assim como para o assassinato de João, o jovem de Inhumas. Não pela repercussão do caso. Somos uma sociedade onde todos têm os mesmos direitos. Choramos, diante de uma realidade da saúde pública, pelo descaso das autoridades com o mais simples e básico no atendimento à população.
Vivemos um momento de campanha eleitoral, onde todos os candidatos aos cargos importantes apresentam em seus programas a solução de todas as mazelas da população, incluindo aí a solução para a saúde. Eleitos, nada vão fazer, vão para os cargos pessoas do partido e aliados, que pouco entendem e nada vão fazer. Não há nada de novo nestas propostas. E a maioria dos eleitores vai esquecer destas promessas e continuar a conviver com os problemas. Somos impotentes diante desta máquina corrupta e sem engrenagens adequadas para o funcionamento.
Com certeza, algum grupo partidário vai utilizar do caso Bruno para atacar o adversário, como se fosse a solução final para esta realidade. Seria bom que permanecessem calados, pois a reação do eleitor pode ser ao contrário. Choramos, pelo desespero da impotência em fazer algo eficaz por estas tão trágicas mortes. A vida está cheia de tragédias. Todo dia convivemos com algumas e acabamos por aceitar a realidade. Mas tragédias que podem ser evitadas por ações de respeito, solidariedade e compaixão, estas não podemos aceitar. Cada um que busque a sua defesa, cada um que procure as suas desculpas, mas não podemos mais aceitar tais descasos.
Fica a minha solidariedade às famílias e minha revolta. Viver é o bem mais precioso que nos é dado e, mesmo que sejamos apenas um passageiro nesta viagem, esperamos ser bem tratados. Desrespeito e omissão são casos de polícia. Crueldade é acerto com Deus.
Que aqueles que têm o poder de mudar as coisas façam com humildade o seu trabalho e com a certeza de que somos todos filhos da mesma terra que nos é dada por Deus.
A dor da perda o tempo ajuda, mas a dor da humilhação e do descaso não nos deixa. Estamos acumulando muito estas dores, isso pode se tornar perigoso para a sociedade. São necessárias uma mudança de postura e, principalmente, ação.
O que faltou no caso Bruno foi a ação imediata de quem está aí para salvar vidas. Não há desculpas. Não devemos aceitar e, se nosso voto pode mudar isso agora, é o momento de escolhermos certo.
Julio Cesar Nunes (14/09/14)
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Saúde
Secretarias vão apurar morte
Bruno Henrique Viana, de 17 anos, morreu de embolia pulmonar no Hugo, depois de peregrinação
Gabriela Lima
Dois dias após a morte do entregador Bruno Henrique Mendonça Rodrigues Viana, de 17 anos, no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a Secretaria Estadual de Saúde (SES) começaram a investigar o caso. O jovem perdeu a vida por complicações por conta de fratura na perna, após uma peregrinação por três unidades de saúde. A família reclama de negligência médica e registrou um boletim de ocorrência.
Bruno morreu na madrugada de quarta-feira, enquanto aguardava uma cirurgia para corrigir uma fratura no fêmur direito. A suspeita do Hugo é que ele tenha sofrido uma embolia pulmonar. Segundo a família, em mais de 24 horas no hospital, o rapaz não recebeu a visita de nenhum médico nem passou por exames complementares.
Questionado se o paciente foi atendido por algum médico e sobre a medicação ministrada, o diretor da unidade, Ciro Ricardo de Castro, respondeu que não poderia passar os dados do prontuário à imprensa por conta do sigilo médico. Também afirmou que só vai se pronunciar novamente sobre o caso após o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) atestar a causa da morte. “Nós encaminhamos o prontuário para a Comissão de Ética do Hospital que avaliará a conduta de cada profissional envolvido”, afirmou.
O secretário estadual de Saúde, Halim Antônio Girade, informou que pediu esclarecimentos ao Hugo sobre em quais circunstâncias aconteceu a morte e as providências tomadas. “Se não houve um atendimento médico, é claro que é grave”, afirmou.
Girade lamentou a morte do rapaz e diz querer que ocaso seja esclarecido. “Perder um jovem assim é terrível para qualquer família”, se solidarizou. No entanto, falou sobre a dificuldade de prevenir casos de embolia em vítimas de trauma. “Eu mesmo já perdi um parente assim, que morreu na minha frente sem eu poder fazer nada, mesmo sendo médico”, relatou.
A via crucis de Bruno teve início por volta do meio-dia de segunda-feira, quando o motociclista foi atropelado enquanto fazia uma entrega, no Setor Parque Atheneu. Socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ele passou pelo Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) Campinas e Centro de Referência em Ortopedia e Fisioterapia (Crof) até ser encaminhado ao Hugo cerca de 10 horas após o acidente.
Questionado se a demora no atendimento nas unidade municipais de saúde (Cais e Crof), pode ter contribuído com o desfecho trágico do drama de Bruno, o gestor da SMS, Fernando Machado, afirmou: “Em tese, foi colocado que houve uma demora, mas não tem como criar um nexo causal entre uma suposta demora e a morte do paciente”.
Na avaliação preliminar do secretário, não houve erro das equipes médicas e sim uma tragédia pessoal. “Nós vamos analisar todos os fatos. Pedi para abrir uma apuração sobre todos os caminhos pelos quais ele passou, tanto nas unidades municipais quanto na unidade estadual. Se ficar comprovado que alguém errou, deverá responder. Mas, na minha visão preliminar, muito provavelmente ele desenvolveu uma doença que é uma situação consequente de politraumatizados.
Segundo o secretário, que também é médico intensivista, além de ser de difícil prevenção em traumatizados, embolia pulmonar é uma doença com alto índice de mortalidade.
MEDICAÇÃO
Pela literatura médica, fratura no fêmur é fator de risco para embolia pulmonar. A prevenção é feita pela aplicação de anticoagulante. Mas, segundo a família, Bruno só recebeu o medicamento no dia seguinte após o acidente.
Machado explica que o Cais não tem papel de fazer a anticoagulação para fraturados. “Pelo protocolo, essa medicação deve ser feita em ambiente hospitalar, após exames afastarem outros tipos de lesão corporal, que poderiam levar à morte por sangramento”, diz.
O medicamento, segundo o secretário, também não poderia ter sido aplicado no Crof , pois, se o paciente tivesse alguma reação, o centro de referência não seria o local adequado para tratá-lo. “É difícil fazer uma prevenção precoce porque é preciso afastar diagnósticos de outras lesões, como traumas neurológicos ou torácicos”, explicou.
PERFIL
O secretário, que responde pelo sistema de regulação de vagas do sistema de saúde no município, afirmou que o local correto para a aplicação do medicamento era justamente um ambiente hospitalar como o hospital de urgência. A informação contradiz a fala do diretor Ciro de Castro, que afirmou, na quinta-feira, ao POPULAR, que o caso de Bruno, por ser uma fratura fechada, não se tratava do perfil de atendimento do Hugo.
“Se o Hugo não atender fraturas graves de ossos longos, ele existe para quê?”, questionou Machado.
Sobre a fala de Castro, afirmando que o caso deveria ter sido tratado no Crof ou em hospital da rede conveniada, Machado rebateu. “Se, naquele momento, a regulação tivesse outro hospital da rede privada conveniada, nós, até no sentido de reduzir a demanda do Hugo, teríamos encaminhado o paciente para outro hospital. O Crof não tem centro cirúrgico. Ele tem centro para fazer redução de fraturas, ou seja, colocar o osso no lugar. Mas o caso do Bruno era de cirurgia aberta”.
Coordenador da Diretoria de Regulação, Avaliação e Controle (Drac), o médico Cláudio Tavares defendeu como correta a transferência do paciente para o Hugo. Segundo Tavares, antes de autorizar um encaminhamento, os médicos reguladores avaliam resultado de exames como frequência cardíaca, frequência respiratória e pressão arterial. “Fratura de fêmur é um caso grave, e há casos de fraturas fechadas que são mais graves que muitas fraturas expostas”, afirmou.
Segundo o secretário estadual de Saúde, o Hugo é referência em grandes traumas e fraturas expostas porque uma capital com o porte de Goiânia precisa de uma unidade com essa especialidade. No entanto, ele ressaltou que o hospital deve “atender todo mundo”.
O Conselho Reginal de Medicinda de Goiás (CRM-GO) informou ter tomado conhecimento do caso e que já iniciou procedimento para apurar se houve falhas no atendimento do rapaz.
Família registra ocorrência no 8º DP
Inconformados com a forma de atendimento prestado a Bruno Henrique Mendonça Rodrigues Viana, de 17 anos, os pais do garoto, morto no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), registraram um boletim de ocorrência de morte a esclarecer, na manhã de ontem, no 8º Distrito Policial (DP) de Goiânia. O casal acredita que o filho tenha sido vítima de negligência e pede que a Polícia Civil investigue o caso.
“Queremos Justiça. Meu filho não merece morrer dessa forma, sem um atendimento digno, e ficar por isso mesmo”, disse a mãe do garoto, a comerciante Cléia Carneiro de Mendonça, de 55 anos.
“Quando recebe um paciente num hospital e trata ele com descaso, deixa lá sem o devido cuidado até morrer, a responsabilidade é de quem?”, questiona o pai, o motorista Milton Rodrigues Viana, de 54.
Para a família, é difícil aceitar que o filho tenha morrido após um acidente aparentemente banal. “Ele estava bem. Se tivesse recebido o cuidado adequado, talvez ainda estivesse vivo”, diz a mãe.
A reportagem do POPULAR acompanhou o caso de Bruno após encontrar o rapaz no corredor do Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) Campinas, durante uma reportagem sobre falta de aparelhos de raios X na rede municipal de saúde. Apesar da suspeita de fratura na coxa por conta de um acidente de moto, o rapaz estava bem. Na ocasião, ele disse ter 19 anos. Mas, na verdade, tinha 17.
Bem humorado, Bruno chegou a elogiar o tratamento dado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que o socorreu. Mas, após passar horas no Cais esperando para ser transferido para o Centro de Referência em Ortopedia e Fisioterapia (Crof), questionou. “Eu aqui esperando enquanto tem essa ambulância parada aí há um tempão.”
Segundo os pais, Bruno era um rapaz trabalhador. Por isso, mesmo menor de idade, buscava a independência financeira. “Ele era alegre e sempre pensava no futuro”, relata a mãe.
Bruno fazia o terceiro ano do ensino médio e tinha planos de prestar vestibular no fim do ano. “Ele queria fazer o curso de Direito. Vivia falando que ia vencer na vida”, lembra Cléia.
“Eu perdi metade da minha vida, porque ele era tudo para mim. Eu não quero que eles façam a mesma covardia com outro filho de outro pai de família”, justifica Milton.
Dúvidas
O desfecho trágico do caso Bruno Henrique levanta dúvidas sobre o atendimento na rede de saúde pública em Goiânia. Os secretários de saúde municipal, Fernando Machado, e estadual, Halim Antônio Girade, respondem alguns questionamentos.
Demora ocasionou morte?
■ Fernando Machado:
Em tese, foi colocado que houve uma demora, mas não tem como criar um nexo causal entre uma suposta demora e a morte do paciente. Embolia pulmonar em traumatizados é uma doença de difícil prevenção e com alto índice de mortalidade.
■ Halim Antônio Girade:
Se for detectada alguma falha, é claro que abriremos uma sindicância. Mas sei que uma embolia pulmonar maciça, que é a suspeita, pode ocasionar morte súbita.
O desfecho trágico do caso Bruno Henrique levanta dúvidas sobre o atendimento na rede de saúde pública em Goiânia. Os secretários de saúde municipal, Fernando Machado, e estadual, Halim Antônio Girade, respondem alguns questionamentos.
Quais casos o Hugo deve atender?
■ Fernando Machado:
Se o Hugo não atender fraturas graves de ossos longos, ele existe para quê? Se, naquele momento, a regulação tivesse outro hospital da rede privada conveniada, nós, até no sentido de reduzir a demanda do Hugo, teríamos encaminhado o paciente para outro hospital. O Crof não tem cetro cirúrgico. Ele tem centro para fazer redução de fraturas, ou seja, colocar o osso no lugar. Mas o caso do Bruno era de cirurgia aberta e não de redução.
■ Halim Antônio Girade:
O Hugo é referência em grandes traumas e fraturas expostas. Ficou definido que ele tem esse perfil, mas deve atender todo mundo. Atende, estabiliza e manda para a unidade caso julgue que ela tenha o perfil mais adequado.
Anticoagulante deveria ser aplicado logo após o acidente?
■ Fernando Machado:
Cais não tem papel de fazer a anticoagulação para fraturado. Pelo protocolo, essa medicação deve ser feita em ambiente hospitalar, após exames afastarem outros tipos de lesão corporal, que poderiam levar à morte por sangramento.
Família alega que no Hugo, médicos só olharam bruno após ele agonizar. Qual a posição da secretaria?
■ Halim Antônio Girade:
Se não houve um atendimento médico, é claro que é grave. Estamos fazendo um levantamento e já encaminhei ao Hugo um documento solicitando esclarecimentos sobre quais circunstâncias a morte ocorreu e quais providências foram tomadas.Quero que caso seja esclarecido. Lamento demais a morte do rapaz. Perder um jovem assim é terrível para qualquer família. Mas eu mesmo já perdi um parente assim, que morreu na minha frente sem eu poder fazer nada, mesmo sendo médico. (13/09/14)
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Césio
27 anos depois, a dor persiste
Sobreviventes do acidente radiológico reclamam da falta de assistência e de remédios
Uma rotina marcada por muitas dificuldades compõe o cotidiano das vítimas que sobreviveram à tragédia do césio 137. Passados 27 anos do maior acidente radiológico ocorrido no planeta, dezenas de pessoas que tiveram contato direto com o material radioativo praticamente não têm acesso gratuito aos medicamentos para tratamento dos problemas de saúde, muitos deles relacionados ao acidente. O drama vivido pelas vítimas se arrasta desde dezembro de 2010, época em que o estoque de remédios do Centro de Assistência aos Radioacidentados (Caras) – antiga Superintendência Leide das Neves – chegou quase a zero.
A dificuldade de acesso aos medicamentos tem sido tanta, que se tornou uma das principais bandeiras de luta da Associação das Vítimas do Césio, estruturada logo após o acidente com o objetivo de garantir os direitos das pessoas que sofreram lesões físicas e psicológicas em função da radiação. A presidente da entidade, Suely Lima Morais Filho, de 56 anos, assinala que as pensões do Estado e da União – cada uma no valor de 1 salário mínimo – são insuficientes para custear remédios de alto custo.
“Apesar de o acidente ter ocorrido há quase três décadas, para nós é como se tudo tivesse acontecido ontem. Grande parte das pessoas que moravam no Setor Aeroporto, na área onde a cápsula passou, tem problemas de depressão. No fundo, ainda não superaram o trauma”, pontua. Na época da tragédia, grande parte das pessoas envolvidas no episódio era jovem. Hoje, prestes a completar 60 anos, as vítimas têm de tomar remédios para hipertensão, osteoporose e transtornos neurológicos, entre tantos outros.
LICITAÇÃO
A deficiência no repasse de medicamentos tem sido tanta que uma das pessoas que mais lutaram em favor das vítimas tem optado por permanecer calada. Ex-presidente da Associação das Vítimas do Césio e membro do Conselho Estadual de Saúde, Odesson Alves Ferreira, de 59, tomou a decisão de não ir mais às consultas no Caras. “Não adianta passar pelo médico e não receber o medicamento. A gente só tem acesso ao remédio quando o diretor do Centro o compra com o dinheiro do próprio bolso”, sublinha. Odesson Ferreira revela que deixou de fazer o tratamento para prostatite aguda, cujos remédios, conforme diz, são extremamente caros.
O diretor-geral do Caras, André Luiz de Souza, afirma que o serviço só dispõe de medicamentos de farmácia básica, distribuídos nas unidades básicas de saúde. “O problema acontece quando o médico receita um medicamento de marca. Desde que não somos mais uma fundação, precisamos fazer as compras por meio de licitação da Secretaria Estadual da Saúde, no atacado.” (13/09/14)
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Artigo – O raio X da morte
A capa do POPULAR da edição de ontem dispensaria comentários se não fosse, por razões óbvias e pelo sentimento de revolta, indignação e tristeza, o tema motivador desse artigo. O título: 2ª Feira: Bruno chega ao Cais com a perna quebrada. Quinta-feira: Depois da peregrinação, Bruno está morto. Como? Como uma perna quebrada leva uma pessoa à morte? Não tiveram tempo pra atender aquele jovem? Não quiseram cuidar dele? A culpa é do médico, da enfermeira? Me fiz todas essas e outras perguntas. Foi aí que me dei conta de que estava escrito no texto que no Cais de Campinas, onde o jovem deu entrada, não tinha equipamento de raios X. A ficha então caiu e lembrei que, em se tratando de saúde pública, tudo é possível e previsível.
Duas fotos estampadas na capa do jornal chamaram muito a atenção. Uma do jovem deitado sobre a maca, tirada na segunda-feira durante uma reportagem que o jornal fazia sobre a falta de raios X na rede municipal de saúde. A outra, da mãe chorando sobre o caixão do filho, na quinta-feira seguinte. Até me deparar com o jornal logo pela manhã, a minha disposição pessoal era de evitar leitura e outros meios de conhecimento de notícias trágicas. Se bem que são tantas diariamente que se torna impossível evitá-las, mesmo que indiretamente. Aquela, em especial, me chamou a atenção. Indignado, não me contive e acabei lendo a matéria assinada pela jornalista Gabriela Lima.
Por si só, a foto do jovem, ainda em vida, deitado na maca do posto de saúde dizia muito. Aliás, tudo, considerando que aquele atendimento deveria ser imediato. Ele, conforme a reportagem, mostrava-se tranquilo, alegre e brincalhão mesmo com uma das pernas quebrada, lesão provocada por um acidente de moto. Até chegou a brincar pedindo para não sair feio na foto. Não imaginava aquele adolescente que ele teria mais poucas horas de vida porque o desrespeito com os que necessitam de atendimento público estava prestes a protagonizar o trágico. O atendimento demorou tanto que quando veio já era tarde demais. Uma embolia pulmonar tirou a vida de Bruno e as justificativas médicas dadas, a mim não convenceram e muito menos aos familiares.
Bruno Henrique foi mais uma vítima de um sistema de saúde que não funciona aqui e em qualquer parte do País, assim como não funcionam nada bem a segurança e a educação, pilares de sustentação de qualquer administração. Na dor de uma família, O POPULAR retratou a triste realidade do caos em que se encontra a saúde. Certamente, quando esse País completar seu ciclo de transformação, iniciado com o grito social que culminou com a cassação de então presidente Fernando Collor, qualquer gestor público sofrerá, pela falta de responsabilidade, com o peso da lei sobre seus ombros. A falta de raio X em um posto de saúde deveria ser um exemplo clássico de como chamar à responsabilidade aquele que tem o dever de gerir bem o serviço público.
A capa do POPULAR, retratando um caso típico de como não se deve tratar a saúde e de como ser negligente no atendimento de um paciente com a perna quebrada, reflete verdadeiramente o quadro atual do sistema público de saúde. Bruno não foi o primeiro a ser vítima do descaso público com a saúde. Muitas outras famílias choram seus mortos, vítimas do mesmo mal que matou Bruno. Quantos outros terão de morrer para mudar o quadro atual? Acredito que quando a sociedade quiser dar um basta aos desmandos, como fizeram com Collor, os gestores passarão a aplicar melhor os recursos disponíveis. Do contrário, o velho jargão popular do “não há nada tão ruim que não possa piorar” vai prevalecer.
Norton Luiz Ferreira é delegado de Polícia (13/09/14)
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SAÚDE BUSINESS 365
Ministério público recomenda que ANS regulamente cancelamento de planos
Agência não exige das operadoras a apresentação de documento que confirme que o contrato foi rescindido
O Ministério Público Federal expediu recomendação para que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) regulamente o cancelamento de planos de saúde pelo consumidor.
De acordo com o procurador Claudio Gheventer, a agência não exige das operadoras a apresentação de documento que confirme a rescisão do contrato. A sugestão do documento é de seja garantida aos beneficiários dos planos a possibilidade de rescindir o contrato pessoalmente, ou por outros meios, como telefone, carta, e-mail, ou site da operadora.
Algumas reclamações recorrentes foram inseridas na recomendação como, por exemplo, inscrição do nome em cadastros de inadimplentes, cobranças indevidas ou dificuldade em cancelar o contrato por telefone. Além disso, pesquisa da Ligia Bahia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que aponta problemas na rescisão dos planos foi incluída no documento.
A recomendação foi feita a partir de inquérito civil público instaurado pelo MPF, que apontou dificuldades dos beneficiários para cancelar planos. Segundo o procurador embora o Decreto nº 6.523/2008 garanta aos consumidores de serviços regulados o direito ao cancelamento através do SAC, a ANS entende que tal obrigação não se aplica às operadoras de saúde.
Para reportagem do Estadão, o Gheventer afirmou que a ANS não é obrigada a acatar, mas o MPF pode tomar as medidas cabíveis, como ajuizar uma ação civil pública.
De acordo com a advogada Joana Cruz, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, existem operadoras que recomendam aos beneficiários que deixem de pagar o plano para que seja cancelado, mas muitas vezes o nome acaba indo parar nos órgãos de proteção ao crédito.
Para Joana, a ANS também precisa regular a rescisão de contratos coletivos pela operadora. No plano individual, o contrato é cancelado se o beneficiário ficar inadimplente por 60 dias consecutivos e ele for notificado no 50º dia. No plano coletivo, que hoje
corresponde a 80% do mercado, a rescisão é imediata.
A ANS informou ao Estadão que ainda não foi notificada oficialmente pelo MPF. "Será necessário analisar a recomendação para que a agência possa se manifestar sobre o tema", informou em nota a assessoria de imprensa. (13/09/14)
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DIÁRIO DA MAHÃ
A doença do esquecimento
O mês de setembro é destinado ao combate à enfermidade que assola a população da terceira idade
APARECIDA ANDRADE
A cada 68 segundos, alguém desenvolve a doença de Alzheimer, e mantidas as taxas atuais, os especialistas acreditam que o número de pacientes deve quadruplicar até 2050. O impacto da doença cresce em todo o mundo sendo uma das causas, o aumento da longevidade. O mês de setembro é direcionado à conscientização da doença.
O ex-alfaiate, hoje aposentado, Gonçalo Gonçalves de Lima, que completou, na última segunda-feira, 94 anos, descobriu que tinha a doença quando realizava exames de rotina. Conta a neta de Gonçalo, Zuleika de Macedo Lima, que no começo ninguém levou a sério a perda de memória do avô, a qual atribuía ao simples fenômeno natural da idade que estava avançando e assim considerava normal, o fato dele não se lembrar. "Nós notamos que ele começou a ter lapsos, queda momentânea da memória, mas não passou por nossa cabeça que ele estava com Alzheimer, foi nas consultas de rotina ao geriatra que descobrimos, na época, ele tinha 88 anos", narra.
Zuleika observa que, na percepção da família, depois que descobriram que o avô tinha Alzheimer, a doença parece ter se agravado consideravelmente. "Antes meu avô ficava muito feliz ao me ver, hoje ele ainda fica feliz, mas não nos reconhece mais. Até mesmo meu pai que cuida dele, diariamente, ele não o reconhece", lamenta.
Com base em dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) no Brasil, existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade, desse total, 6% sofrem do mal de Alzheimer. Em todo o mundo, 15 milhões de pessoas têm Alzheimer, doença incurável acompanhada de graves transtornos às vítimas. Nos Estados Unidos, é a sexta principal causa da morte de idosos, entre 75 e 80 anos, e a única causa de morte, entre as 10 principais, que não pode ser prevenida, curada ou mesmo ter a progressão interrompida.
A neta ainda relata à reportagem do Diário da Manhã que o avô sempre teve uma boa saúde, e, após descobrir a doença, começou a tomar a medicação para estabilizar o Alzheimer. Mas, teve que interromper a ingestão dos remédios por causa dos efeitos colaterais, além de não terem surtido melhoras significativas à saúde de Gonçalo. "Meu avô tem uma ótima saúde e estava sofrendo com os efeitos dos medicamentos, que não têm resultados regressivos, não cura, só estabiliza a doença no estágio em que se encontra", justifica a interrupção.
Especialista
Para neurocientista, Minerva Carrasquillo essa é uma realidade: "Os medicamentos disponíveis, atualmente, apenas diminuem a progressão dos sintomas e, infelizmente, o benefício é, com frequência, imperceptível. Por isso, há tanta urgência em descobrir melhores tratamentos", adverte.
Especialistas pontuam que o Alzheimer é uma doença que, de início, o paciente começa a perder a memória mais recente. Pode até lembrar com precisão de acontecimentos de anos atrás, mas esquece o que acabou de realizar uma refeição. Situação vivida por Gonçalo que, apesar de ter 94 anos, segundo a neta ainda consegue se recordar de memórias passadas, mas não das recentes. "Ele não reconhece as pessoas e não lembra as histórias do dia a dia, mas se perguntarmos para ele coisas do seu passado distante, ele lembra, no entanto, do passado recente não consegue recordar nada", reconhece.
Com a evolução do quadro, o Alzheimer causa grande impacto no cotidiano da pessoa e afeta a capacidade de aprendizado, atenção, orientação, compreensão e linguagem. A pessoa fica cada vez mais dependente da ajuda dos outros, até mesmo para rotinas básicas, como a higiene pessoal e a alimentação. De acordo com a neurocientista, Minerva Carrasquillo, quanto mais velha, maior o risco da pessoa sofrer dessa patologia que afeta o cérebro, "apagando as recordações" e que condena o paciente, bem como sua família, a uma deterioração devastadora e inevitável da qualidade de vida.
Busca da
cura
Em consequência do aumento da expectativa de vida da população, cientistas de todo o mundo lutam para encontrar uma cura para a doença de Alzheimer que aumenta em ritmo acelerado. As estatísticas indicam que aproximadamente 44 milhões de pessoas no mundo convivem com a demência, número que, conforme estimativas aumentará para cerca de 115 milhões até o ano 2050.
Hoje é sabido que a Medicina conhece as causas desse tipo de demência, porém, não conseguiu descobrir a cura. No entanto, avalia a neurocientista, que os avanços na pesquisa estão produzindo informações novas e promissoras sobre a origem do problema e trazendo esperanças de se poder detectar a doença em estágios mais precoces, como também definir formas mais específicas de tratá-la.
Minerva Carrasquillo pontua que a evidência obtida, até hoje, indica que a patologia da doença de Alzheimer se inicia com o acúmulo da proteína beta-amilóide, o que resulta em uma cascata de eventos, que terminam com a destruição de neurônios, em regiões do cérebro essenciais para a preservação da memória e das funções cognitivas. "Ainda que os tratamentos já desenvolvidos para reduzir o acúmulo dessa proteína tenham apresentado efeitos colaterais, temos feito progresso nas tentativas de eliminá-los", analisa.
A especialista ainda reconhece que a maior dificuldade tem sido em encontrar drogas que possam cruzar a barreira hematoencefálica (entre o sangue e o cérebro) e que não produzam efeitos colaterais sérios. Mas acrescenta que quanto mais se aprende sobre os fatores genéticos e ambientais, que aumentam o risco de desenvolvimento da doença de Alzheimer, mais aumentam as chances em combatê-la. "Nosso estudo está facilitando a identificação dos genes associados ao Alzheimer e nos guias para os mecanismos biológicos que contribuem para a doença. O desenvolvimento de tratamentos eficazes depende do conhecimento desses mecanismos biológicos", define.
Mais
estudos
Em uma recente Conferência Internacional de Copenhague, realizada em julho deste ano, foi feita referência à relação entre a doença de Alzheimer e a perda do olfato. Essa associação prevê uma possível ajuda na detecção mais precoce da doença diz o estudo.
De acordo com neurocientista os resultados desse estudo, a correlação entre a perda do olfato e a doença de Alzheimer é significativa, porém não é perfeita. Por isso, não se pode usá-la para predizer o desenvolvimento dessa doença. "Porém, conforme se especula, será possível utilizá-la em combinação com os exames já existentes para poder diagnosticar a doença em pacientes, antes que eles apresentem todos os sintomas que até agora têm sido usados para definir a doença, como, por exemplo, a perda de memória episódica", explica.
Mas a especialista adverte que o exame de odor, que foi utilizado nesses estudos, seja fácil de aplicar e não é caro. É difícil prever quando se poderá utilizar esse conhecimento, de fato, na prática clínica. "De uma forma similar aos estudos sobre a perda de olfato, os estudos que visualizaram as placas de beta-amilóide no olho concluem que esses exames poderiam ajudar a diagnosticar a doença de Alzheimer em idade mais precoce, medir o progresso dela e as respostas a terapias. Esses estudos ainda estão em etapas iniciais e requerem confirmação em um grupo maior e independente de pacientes", conclui.
Rotina
Zuleika observa que o dia a dia do avô já foi bem mais agitado e que, hoje, com o avanço da idade, ele se tornou mais dependente e menos inquieto. Conta que antes, por ser muito ativo, era preciso usar de estratégias criativas para convencê-lo a realizar algumas necessidades básicas como tomar banho e se alimentar. "Às vezes quando o chamamos para tomar banho ele diz que já o fez ou até mesmo para comer ele diz já ter se alimentado", descreve.
Para lidar com a situação Zuleika resume: "Nós usamos o humor, quando ele diz que já tomou banho brincamos e o convidamos para um novo banho", acrescenta que o cansaço gerado, hoje, está relacionado à idade avançada do avô, deixando-o muito dependente. Mesmo assim ela assegura que seu Gonçalo é muito amado e querido por todos.
"Ele sempre foi muito brincalhão, então quando começou a ter os lapsos de memória, nós achávamos que ele estava brincando, lembro uma vez que o levamos ao médico chegando lá o médico perguntou – quem é essa moça? Ele disse é minha irmã, referindo-se a mim (neta)", descreve algumas das mudanças causadas pelo mal de Alzheimer.
Mitos e verdades sobre o Alzheimer
1. O primeiro sintoma do Alzheimer é sempre a perda da memória.
MITO – apesar de ser o sintoma inicial mais comum, nem sempre a perda da memória é o sintoma que sinaliza o início da doença. Em algumas pessoas os sinais iniciais da doença de Alzheimer podem ser desorientação no tempo e espaço, dificuldade de linguagem , dificuldade para planejar ou resolver problemas mais complexos ou mesmo realizar tarefas corriqueiras, alterações de humor e comportamento dentre outras .
32. Esquecer as coisas significa ter a Doença de Alzheimer
MITO – Problemas de memória podem estar relacionados a diversos fatores, como outras demências ou até mesmo estresse, ansiedade e depressão. Outras causas de esquecimento podem ser associadas a distúrbios do sono ou uso de medicamentos que afetem a memória. A doença de Alzheimer, em fases iniciais atinge a capacidade de guardar novas memórias e as mais recentes, enquanto memória de fatos acontecidos há mais tempo (como na infância) são preservadas. As pessoas afetadas pela Doença de Alzheimer possuem um quadro progressivo de dificuldade de memória.
3. Quem tem Alzheimer não consegue compreender o que se passa ao seu redor.
MITO – o portador desta doença se mantém consciente do que está acontecendo ao seu redor, apesar das dificuldades de memória e dos outros sintomas. Apenas nos estágios avançados isso pode mudar. O importante é não tratar o idoso com Alzheimer de forma infantilizada.
Deve-se preservar seu papel e espaço nas relações familiares.
4. Jogos de raciocínio, como palavras cruzadas e sudoku, ajudam a evitar a doença.
MITO – esse tipo de jogos de raciocínio podem amenizar os sintomas e até ajudar no tratamento. Porém, sua prática não evita que uma pessoa desenvolva ou interrompa a evolução da doença.
5. Praticar atividade física é importante para pessoas com Alzheimer.
VERDADE – exercitar-se pode retardar a manifestação da doença, assim como amenizar seus sintomas, além de melhorar a qualidade de vida do cuidador e paciente. Se o paciente não possui contraindicação à prática de alguma atividade física, esta deve ser incentivada e o sedentarismo evitado. Mesmo em pessoas que não possuem a doença, há estudos sugerindo que a prática regular de atividade física pode contribuir para a prevenção da doença de Alzheimer no futuro.
6. A Doença de Alzheimer não tem cura.
VERDADE – infelizmente a doença não tem cura após seu estabelecimento. Porém, existem tratamentos que retardam sua evolução e outros que minimizam os distúrbios cognitivos, do humor e do comportamento. Alguns medicamentos podem tornar o processo mais demorado ou atacar problemas paralelos da doença, como insônia ou agitação.
1. Cuidadores e familiares também precisam de cuidado para conviverem com a doença.
VERDADE – a Doença de Alzheimer exige tanto das pessoas que cuidam dos pacientes que é preciso que elas mantenham-se física e psicologicamente saudáveis para dar conta de uma situação que gera extremo estresse. Tratar do portador de Alzheimer é também cuidar de quem está em torno dele. É importante participar de grupos de apoio, aprender a lidar com a culpa, cansaço, angústia, além de mudanças na rotina e cuidados com o paciente.
Fonte: Hospital das Clínicas da FMUSP (13/09/14)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação