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DESTAQUES
Governo prorroga até dezembro programa que permite redução de jornada e salário
Sistema Hapvida expande modelo verticalizado pelo país
Artigo – Aposentadoria do médico após a Reforma da Previdência
"Na saúde, instituições públicas fragilizadas dão margem à corrupção"
Covid-19: Goiás registra 1,3 mil infectados em 24h e chega a 230 mil casos
Com pausa da Johnson & Johnson, quais vacinas estão em fase mais avançada
Média móvel de mortes pelo coronavírus vai a 499, a menor desde 7 de maio
Falso médico é preso no Rio usando documentos de profissional de Goiás
Caiado diz que manterá leitos de UTIs em Porangatu após pandemia
PORTAL G1
Governo prorroga até dezembro programa que permite redução de jornada e salário
Extensão já havia sido anunciada por Paulo Guedes; acordos podem vigorar até 31 de dezembro. Programa foi criado em abril em razão da pandemia do coronavírus.
O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira (13) o decreto que prorroga, até 31 de dezembro, o programa que autoriza empresas a reduzirem proporcionalmente, ou suspenderem, a jornada e o salário dos funcionários.
Criado em razão da pandemia do coronavírus, o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEM) foi instituído com uma medida provisória em abril e já tinha passado por outras duas prorrogações.
O novo decreto foi publicado no "Diário Oficial da União" desta quarta-feira (14). O prazo atual terminava neste mês, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia anunciado que o programa seria estendido.
Como as medidas só valem enquanto durar o estado de calamidade pública, os acordos deverão ser encerrados no último dia de 2020.
Redução de jornada e salário: veja perguntas e respostas
"Diante do cenário atual de crise social e econômica, e com a permanência de medidas restritivas de isolamento social, faz-se necessária a prorrogação, mais uma vez, do prazo máximo de validade dos acordos", diz material divulgado pelo Palácio do Planalto nesta terça.
"Essa ação irá permitir que empresas que estão em situação de vulnerabilidade possam continuar sobrevivendo a este período e, desta forma, preservar postos de trabalho e projetar uma melhor recuperação econômica", afirma o governo.
O que prevê o programa
O programa foi criado em razão da pandemia do novo coronavírus e prevê que o governo recomponha parte da renda dos funcionários por meio de um auxílio financeiro.
O valor da recomposição corresponde a uma porcentagem do que o empregado receberia de seguro-desemprego e é depositado diretamente na conta do trabalhador.
Como contrapartida, o empregador é obrigado a garantir o emprego desse funcionário por um período igual ao da redução. Ou seja: se o contrato for reduzido ou suspenso por quatro meses, o trabalhador não poderá ser demitido nos quatro meses seguintes.
Se optar pela demissão no período, além dos valores normais da rescisão, o empresário terá de indenizar o empregado.
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FOLHA DE S.PAULO
Sistema Hapvida expande modelo verticalizado pelo país
Companhia já entregou, até o último mês de agosto, 158 obras das 345 previstas para todo o Brasil
A crise econômica gerada pela pandemia não afetou o ritmo de expansão do Hapvida. um dos maiores sistemas de saúde do Brasil: a empresa prevê a entrega de 345 obras em todo o Brasil até 2021. "Neste ano. investimos R$ 167 milhões na estrutura física de 158 obras, já entregues. Estão previstas mais 187 obras,entre elas 34 novas unidades a serem finalizadas até 0 ano que vem", afirma Bruno Cais, CFO do Sistema Hapvida.
A estratégia visa a ampliar a rede própria, que conta com uma infraeslruliirade40 hospitais. 184 clínicas médicas. 41 pronto atendimentos e 174 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial. "O Hapvida é a única operadora de saúde com um sistema verticalizado. ou seja, infraestrutura de rede própria, cm todas as regiões do país", declara.
A verticalização e a integração do sistema são os grandes diferenciais do modelo de negócios da empresa, que atende cerca de 6.4 milhões de clientes. "Esse modelo de negócio permite ter um controle maior dos custos e focar a eficiência operacional e a qualidade assistencial. Isso garante a sustentabilidade financeira da empresa e uma boa relação custo-benefício para o consumidor", afirma Cais.
A história do Hapvida começou em 1979. com uma pequena clínica fundada pelo oncologista Cândido Pinheiro em Fortaleza. Em 1986, a clínica se transformou no Hospital Antonio Prudente. E, em 1993, o doutor Pinheiro fundou a operadora Hapvida. A empresa começou a crescer e a ganhar participação de mercado, se expandindo pelo Ceará e para outros estados no Nordeste c na região Norte.
0 plano de expansão do grupo se intensificou nos últimos dois anos com a abertura de capital. Já atuando em praticamente todos os estados do Norte e do Nordeste, 0 crescimento para outras regiões se deu com a captação de R$ 3,4 bilhões de reais.
Em 2019, 0 Sistema Hapvida chegou, com rede própria, à região Sul c inaugura um hospital em Joinville (SC).
A partir daí, usou os recursos de IPO para as novas aquisições. As principais são:
2019
Grupo São Francisco, Ribeirão Preto (SP): R$ 5 bilhões.
Grupo América, em Goiás: RS 400 milhões.
Grupo Medicai, sediado em Limeira (SP): RS 300 milhões.
2020
Grupo São José, sediado em São José dos Campos (SP): RS 400 milhões.
Grupo Promed, sediado em Belo Horizonte (MG): RS 1,5 bilhão.
Nem todas essas aquisições estão concluídas. "0 Hapvida já assumiu 0 Grupo São Francisco, O Grupo América e outras pequenas operadoras, como 0 Grupo RN, de Uberaba (MG). Os grupos Medicai. São José e Promed ainda estão sendo avaliados pelos órgãos reguladores: a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Gade)."
No plano de expansão, a empresa não prospectou apenas operadoras de saúde e hospitais. Gomo a tecnologia é fundamental para a integração do sistema. o Hapvida adquiriu uma health tech, empresa de tecnologia em saúde. "A Maida Health, holding de tecnologia do grupo. trabalha no desenvolvimento de projetos de inteligência artificial e de novas plataformas de telemedicina", diz o executivo.
Para dar continuidade ao processo, Hapvida fez nova captação de recursos, com emissão de dívida(debêntures)no valor de R$ 2 bilhões c também um follow-up. oferta subsequente de ações no mercado, para a captação de lí$ 2,6 bilhões. No total, entre IPO. debêntures e follow-on, a captação foi de Ií$ 8 bilhões.
"Atualmente temos R$ 34 bilhões em caixa, que serão destinados á expansão da companhia seja em investimentos orgânicos, coma expansão da infraestrutura assistencial, seja em aquisições, como as que fizemos no último ano", declara Cais.
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Nosso modelo de negócio garante a sustentabilidade financeira da empresa e uma boa relação custobenefício a para o consumidor
Bruno Cais,
CFO do Sistema Hapvida
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FOLHA DE LONDRINA
Artigo – Aposentadoria do médico após a Reforma da Previdência
A atividade do(a) médico(a) é exposta naturalmente a agentes químicos e biológicos, como bactérias, vírus, germes infecciosos, secreções e sangue de pacientes, saliva, contato com materiais infecto-contagiantes e outras substâncias, possibilitando o direito à Aposentadoria Especial.
Com a reforma da previdência a aposentadoria dos médicos, que continua sendo na modalidade especial, sofreu algumas mudanças, dentre elas, pelas regras atuais, além do tempo de contribuição, passou a ser considerada a idade do segurado para fins de concessão do benefício.
Os médicos que já preencheram os requisitos antes da vigência da reforma terão seus direitos preservados conforme as normas anteriores. Já os médicos que estavam próximos de cumprir os requisitos antes da Reforma Previdenciária pela Emenda Constitucional n.º 103 de novembro de 2019, deverão se atentar às regras de transição, que levam em conta o tempo de contribuição e uma idade mínima.
Porém, ao contrário do que muitos imaginam, mesmo após a reforma da previdência ainda é possível converter o tempo em atividade especial (insalubre e/ou perigosa) em tempo comum, para aumentar o tempo de contribuição e o valor da aposentadoria. Essa conversão também possibilita a antecipação do pedido da aposentadoria ou o cumprimento dos requisitos para a concessão anteriormente à reforma da previdência (novembro de 2019).
A conversão do tempo especial em tempo comum, só é possível para o trabalho prestado até a promulgação da Emenda Constitucional nº 103/2019 (reforma da previdência). Ou seja, a atividade especial somente poderá ser convertida até 12/11/2019, data da publicação da Emenda, ainda que o Segurado continue trabalhando posteriormente. Nesse caso, o que vale é a lei vigente à época em que o serviço foi prestado.
O cálculo de conversão do tempo em atividade especial em tempo comum, corresponde à multiplicação do tempo de atividade especial por 1,2 para as mulheres, e por 1,4 para os homens (majoração de 20% ou 40%).
Não somente os médicos, mas os dentistas, veterinários, engenheiros, metalúrgicos, eletricistas, aeroportuários, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, químicos, farmacêuticos, dentre outros, podem ser extremamente beneficiados com a conversão e conseguir uma aposentadoria antecipada.
É certo que a grande maioria dos médicos atuam como autônomos, ou seja, profissionais que trabalham por conta própria, contribuindo para a Previdência Social (INSS) como contribuintes individuais. O fato do segurado recolher contribuições ao RGPS na qualidade de contribuinte individual, não afasta a possibilidade de reconhecimento do tempo de serviço laborado em condições especiais, visto que a legislação não faz distinção entre os segurados, bastando, somente a comprovação da exposição de forma habitual e permanente a agentes nocivos à saúde e/ou à integridade física (art. 57 da Lei 8.213 /91).
Ressalta-se a importância de conversar com um profissional especializado em Direito Previdenciário e informá-lo de todas as atividades de trabalho já realizadas, a fim de obter um parecer completo para o caso concreto e assim possibilitar a obtenção de uma aposentadoria mais benéfica.
Renata Brandão Canella, advogada
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PORTAL UOL
"Na saúde, instituições públicas fragilizadas dão margem à corrupção"
Em um artigo publicado recentemente na Folha S. Paulo, o médico Paulo Chapchap, diretor geral do Hospital Sírio-Libanês, afirma que os pilares da gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) estão sob ataque. Segundo ele, instituições enfraquecidas só beneficiam os que querem tirar vantagem.
"A ocasião faz o ladrão", diz Chapchap em entrevista à coluna. "Na saúde, instituições públicas fragilizadas dão margem à corrupção". Desde abril, ele também coordena o movimento Todos pela Saúde, uma iniciativa de enfrentamento da pandemia lançada a partir da doação de R$ 1 bilhão feita pelo Itaú Unibanco. Uma experiência que levou Chapchap a conhecer melhor o Brasil e a valorizar ainda mais o SUS. A seguir, os melhores trechos da nossa conversa:
VivaBem: No artigo, o sr. ressalta que há um processo de enfraquecimento das instituições brasileiras nas principais instâncias democráticas. Como isso fomenta insegurança na assistência à saúde?
Paulo Chapchap: O Brasil tem um problema cultural de seleção de pessoas para as nossas lideranças. O preenchimento dos espaços ocorre muito mais pela identidade ideológica e partidária do que por critérios como experiência, preparo e todo o conjunto de competências necessárias aos cargos técnicos. O preenchimento de cargos no Banco Central, por exemplo, ocorre de forma diferente do que acontece no Ministério da Saúde. No Banco Central, há os colaboradores de carreira. Quando um novo presidente é nomeado, dificilmente o segundo e o terceiro escalões são afetados. É um exemplo de consistência e de política institucional ao longo do tempo.
VivaBem: Como a saúde do país é afetada por essa insegurança?
Paulo Chapchap: Quando as instituições são enfraquecidas surgem comportamentos que, se forem reproduzidos, pioram a vida em sociedade. As instituições de saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), a Vigilância Sanitária, as secretarias do Ministério da Saúde têm que trabalhar de forma ordenada. Isso ficou claro na pandemia. Ninguém conhecia a doença, nem sabia o que ia acontecer. Instituições fragilizadas, com lideranças pouco afeitas às competências necessárias para o enfrentamento, cometem mais erros e demoram mais para perceber. É preciso haver capacidade de fazer gestão baseada em fatos e dados. A crise deixou evidente que não estamos indo bem.
VivaBem: Voltando ao exemplo do Banco Central, por que é tão difícil manter líderes com perfil técnico no Ministério da Saúde?
Paulo Chapchap: Não acho que o Ministério da Saúde deva ser ocupado apenas por técnicos. É preciso ter grandes lideranças com capacidade de gestão. Não estou fazendo uma crítica ao ministro atual. O ministro Pazuello tem procurado acertar. Ele tem experiência de gestão e compromisso com o país. Em algumas posições é preciso ter técnicos. Se eles não estiverem no ministério, é preciso convocar e ouvir técnicos que têm uma história de serviços públicos prestados ao país. O ministro ou o líder do centro de comando não precisa ser um técnico experiente na área, mas precisa ser um bom gestor e ter clareza sobre as competências que precisa juntar para poder tomar as decisões. E ter clareza também sobre as limitações que uma pessoa sozinha (qualquer que seja ela) teria para enfrentar uma crise dessa dimensão.
VivaBem: O ministro Pazuello disse na semana passada que não conhecia o SUS até esse momento da vida. O que o sr. achou dessa declaração?
Paulo Chapchap: Claro que ele não foi bem. Podia ter guardado isso para si. Está se expondo, mostrando quem ele é. Está se submetendo ao escrutínio. É claro que em uma hora dessa a pessoa apanha muito. Todo mundo diz: "Está vendo? Então ele não deveria estar aí". Como pode o ministro dizer que não sabia o que era o SUS, o grande projeto sanitário do país? Um sistema consagrado internacionalmente. O Brasil só não sofreu mais nessa pandemia porque existe o SUS. Acho que o ministro exagerou um pouco. De qualquer forma, ele fez um bom trabalho de aproximação com o Conass e o Conasems. Isso ele fez. Se você for entrevistar os diretores executivos dessas instituições eles vão dizer que o ministro fez um bom trabalho na coordenação do cuidado a partir do Ministério da Saúde. Isso era algo que estava faltando nessa crise. Dizer que a responsabilidade é dos Estados e dos municípios (e não do ministério), é algo que não existe. Cada um tem a sua parcela de responsabilidade. Precisam trabalhar juntos.
VivaBem: Há excesso de política partidária na saúde?
Paulo Chapchap: Os outros ministros eram mais políticos. O atual não é um técnico da saúde, mas é técnico da gestão. Até onde sei, ele não foi indicado por um partido político. E os cargos de segundo escalão do ministério não são ocupados por políticos. Quando há um ministro deputado, ele é mais sensível às pressões partidárias para ocupação de cargos. Quando o ministro não foi indicado por um partido político, ele pode ser mais resistente às pressões. Não é nítido para mim que o Ministério da Saúde esteja nas mãos deste ou daquele partido. Temíamos que ao acabar a interinidade do ministro Pazuello, houvesse uma indicação partidária.
VivaBem: Falta transparência na saúde?
Paulo Chapchap: É preciso assumir que não se sabe tudo. Quando uma decisão é tomada, é preciso justificá-la com base nos dados disponíveis no momento. E não ter constrangimento de voltar atrás quando a realidade for outra. Para um ente político, mudar de decisão pode parecer incompetência. Na política, é muito difícil reconhecer erros. Ser transparente sobre os enganos cometidos. Há sempre um certo disfarce na comunicação. Ela não é totalmente transparente porque sempre há oposição política. A diminuição da transparência é uma ação política.
VivaBem: No texto, o sr. menciona que instituições enfraquecidas só beneficiam os que almejam se locupletar. Quem são essas pessoas?
Paulo Chapchap: Não sei. Não pensei em uma pessoa ou em um partido. Mencionei isso de forma conceitual. Instituições são contratos, são leis. E também instituições em si (hospitais, autarquias etc). Quando o exercício do arcabouço legal do país é enfraquecido, quando as instituições são enfraquecidas, abre-se um espaço muito grande para quem quer fazer a coisa errada de propósito. Uma coisa é errar tentando acertar. Outra é fazer a coisa errada de propósito para levar alguma vantagem. Poder, dinheiro etc. Dependemos de instituições sólidas, fortes e bem geridas para não abrir espaço para quem quiser se aproveitar. A ocasião faz o ladrão. Se as instituições estiverem fragilizadas, as pessoas vão encontrar oportunidade de extrair valor da sociedade. Isso produz sociedades cada vez mais desiguais. Precisamos de instituições públicas fortes para não dar margem à corrupção.
VivaBem: O que o Brasil perde quando o governo não ouve as universidades, os institutos de pesquisa e a rede de hospitais universitários antes de decidir?
Paulo Chapchap: Perde a competência para uma boa decisão. Há os hospitais universitários federais, que hoje estão reunidos na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que é uma autarquia do Ministério da Educação. São mais de 50 hospitais dedicados ao ensino, com atividade acadêmica, com líderes importantes. Perdemos a oportunidade de contar com essa força. Com os diretores dos hospitais, com os reitores das universidades públicas e outras lideranças que poderiam ter sido convocadas a dar respostas.
VivaBem: Os três pilares da gestão do SUS estão sob ataque? De que forma?
Paulo Chapchap: Estava me referindo aos princípios da universalidade (todo cidadão tem direito ao SUS), da integralidade (o SUS oferece ações e serviços de todos os níveis de complexidade) e da equidade (todo cidadão é igual perante o SUS). Estamos vivendo o agravamento de dois problemas clássicos do sistema. O primeiro é de macrogestão das responsabilidades de cada ente federativo (União, Estados e municípios). As cidades menores não têm conhecimento interno e capacidade de gestão para lidar com suas responsabilidades. É preciso diminuir a sobrecarga sobre os municípios e centralizar as decisões mais nas secretarias estaduais de saúde.
VivaBem: Uma das principais responsabilidades dos municípios é oferecer uma boa atenção primária. Como fortalecê-la?
Paulo Chapchap: O segundo problema do SUS é de microgestão. É preciso melhorar o ordenamento da jornada do paciente a partir da atenção primária. Para isso, temos que reforçar e informatizar as unidades básicas de saúde. Quem conhece os pacientes são as equipes de saúde da família. A prevenção e a promoção de saúde começam por elas. Falta muita informatização. Com ela, a demanda do paciente poderia chegar mais organizada quando ele fosse encaminhado aos especialistas (atenção secundária) e ao atendimento hospitalar (atenção terciária). Isso é importante para enxergar a vida pregressa daquele indivíduo. E, quando ele voltar à unidade básica de saúde depois de ser atendido por um especialista ou em um hospital, os dados do atendimento recebido não vão se perder.
VivaBem: O sr. diz que é preciso unificar as vozes para desencadear um mecanismo de pressão que crie um movimento propositivo de combate à covid. Pressão em que sentido?
Paulo Chapchap: Pressão política, não partidária. Precisamos ter o comportamento adequado e ensinar o comportamento adequado. A sociedade civil organizada tem que participar mais das decisões. Há grandes institutos de pesquisa estatais. A Fiocruz fez um trabalho extraordinário durante essa pandemia. É de tirar o chapéu. Vale a pena conhecer porque ali há gente de muito compromisso com o país. O Instituto Butantan também teve um extraordinário papel. Alguns hospitais sob gestão pública ou públicos sob gestão privada se mobilizaram. É preciso ouvir a sociedade civil organizada para reforçar o SUS. Temos que falar mais alto. Quando você escreve as coisas que escreve está levantando a voz para formar opiniões que influenciem a política. É assim que a sociedade caminha. Partimos de uma sociedade muito desigual em que a grande maioria não tem nada. É preciso formar um condomínio. Como num condomínio, cuidar das áreas comuns faz com que todos nós vivamos melhor. O SUS pode ser o ponto de união e formação dessa visão mais colaborativa.
VivaBem: O que o sr. aprendeu sobre o SUS a partir da experiência de coordenador do movimento Todos pela Saúde?
Paulo Chapchap: Conheci melhor o Brasil e aprendi a valorizar ainda mais o SUS. O Sírio-Libanês faz gestão de hospitais públicos por meio do nosso Instituto de Responsabilidade Social. Estamos literalmente em todos os estados brasileiros. Entramos em mais de 300 hospitais públicos no Brasil. Acho que o maior aprendizado que tivemos foi perceber uma enorme dificuldade do ponto de vista de infraestrutura, tecnologia e desenho de processos. Por outro lado, há um extraordinário compromisso das pessoas. Às vezes, elas nem estão totalmente capacitadas para aquelas atividades, mas isso não as impede de assumir responsabilidades e ir para a linha de frente. Mesmo correndo risco pessoal. A cultura brasileira na área da saúde, construída pelo SUS, é de um enorme compromisso das pessoas com o cuidar bem. O SUS tem as pessoas comprometidas e engajadas. Os trabalhadores da saúde têm vocação, na grande maioria dos casos. Como lideranças, temos que organizar isso melhor. Para que o trabalho deles seja mais fácil, mais produtivo e menos sofrido.
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VEJA
Com pausa da Johnson & Johnson, quais vacinas estão em fase mais avançada
No Brasil, três imunizantes seguem em análise – com autorização para recrutar 25.000 participantes
Mariana Rosário
Com aplicação de doses nos voluntários iniciada no último dia 9, a Johnson & Johnson comunicou a pausa dos estudos no Brasil nesta terça-feira, 13. A razão da parada foi um efeito adverso grave detectado em um participante das pesquisas. Ao todo, doze voluntários chegaram a receber aplicações do fármaco no país.
Diante da interrupção nos trabalhos da Janssen-Cilag – braço farmacêutico da Johnson & Johnson – seguem na última etapa de testes, o chamado ensaio clínico Fase III, outras dez vacinas para Covid-19. Os laboratórios responsáveis são: Moderna, Pfizer e BioNTech, CanSino Biologics, Instituto de Pesquisa Gamaleya, AstraZeneca, Novavax, Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan, Sinopharm, Sinovac Biotech e Murdoch Children's Research Institute. Destes, três receberam aval para realizar ensaios no Brasil. São eles: Astrazeneca, Sinovac Biotech e Pfizer (além da Johnson & Johnson, que acaba de ser interrompida). Ao todo, 25 000 brasileiros deverão participar dos esforços científicos, mediante a autorização já concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O fato de uma vacina encontrar-se na Fase III não significa que está prestes a ser aprovada. Muitas experiências dão errado nessa reta final. Mesmo assim, o governador paulista João Doria (PSDB) aposta que a Sinovac estará sendo distribuída no país antes do final de 2020. Os poucos efeitos colaterais apresentados pelos voluntários da vacina chinesa até aqui ajudam a sustentar o otimismo do político tucano. Fabricantes como Astrazeneca e Pfizer preveem o fim dos estudos de seus imunizantes ainda neste ano.
Outros 29 testes estão em curso na Fase I e outros catorze na fase III. Estudos em laboratórios sem humanos – ou seja, pré-clínicos – totalizam 92 pesquisas.
É possível dizer que estão em estágio mais avançado no país as vacinas de Oxford (com o laboratório Astrazeneca) e a Sinovac Biotech – as primeiras a iniciar os estudos por aqui – e que já deram os primeiros passos no processo de registro do imunizante junto a agência reguladora brasileira. Essa aprovação fundamental, no entanto, se dará em esquema faseado, o que não quer dizer que a liberação está prestes a acontecer. A autorização que a população receba estas vacinas só ocorrerá quando os laboratórios conseguirem comprovar segurança e eficácia dos imunizantes, o que só será possível em fase mas avançadas do estudo.
Resposta da Johnson & Johnson
Em nota enviada a VEJA, a Johnson & Johnson afirmou: 'eventos adversos – doenças, acidentes etc -, mesmo aqueles graves, são uma ocorrência esperada em qualquer estudo clínico, especialmente em grandes pesquisas. (?) Assim, podemos fazer uma revisão cuidadosa de todas as informações médicas antes de decidir se o estudo deve ser reiniciado'. A empresa não especificou qual efeito acometeu o participante nem sua identidade, para preservar sua privacidade, garantiu.
Dados da pandemia
Nesta terça-feira, 13, a média móvel de novas notificações da doença foi de 20.641 e a de novos óbitos 500,6 . A média móvel semanal é calculada a partir da soma do número de casos e mortes nos últimos sete dias, dividida por sete – o que permite uma melhor avaliação ao encontrar um número comum de registros ao longo do período avaliado.
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O GLOBO
Média móvel de mortes pelo coronavírus vai a 499, a menor desde 7 de maio
O Brasil registrou 354 mortes causadas pela Covid-19 entre a noite de segunda-feira e a noite de ontem, segundo boletim divulgado às 20h pelo consórcio de veículos de imprensa.
O país já totaliza 151.063 vidas perdidas para a doença desde março deste ano. Foram contabilizados também 12.220 novos casos, elevando para 5.114.823 o número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus.
Já a média móvel de mortes ficou em 499, a menor desde 7 de maio. A média móvel de sete dias faz uma média entre o número de mortes do dia e dos seis anteriores. Ela é comparada com a média de duas semanas atrás para indicar se há tendência de alta, estabilidade ou queda. O cálculo é um recurso estatístico para conseguir enxergar a tendência dos dados abafando o ruído causado pelos finais de semana, quando a notificação de mortes se reduz por escassez de funcionários em plantão.
NÚMEROS DO MINISTÉRIO
O consórcio de veículos de imprensa é formado por O GLOBO, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo e reúne informações das secretarias estaduais de Saúde divulgadas diariamente até às 20h.
A iniciativa dos veículos da mídia foi criada a partir de inconsistências nos dados apresentados pelo Ministério da Saúde.
A pasta publicou seu balanço, no início da noite de ontem, apontando que o país contabilizou 309 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, elevando para 150.998 o número devidas perdidas para a doença. Foram registrados também 10.220 novos casos da doença, totalizando 5.113.628 infectados.
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 1,3 mil infectados em 24h e chega a 230 mil casos
Théo Mariano
Goiânia – Goiás registrou, nas últimas 24 horas, 1.344 casos e 6 mortes pelo novo coronavírus. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, que divulgou os números nesta terça-feira (13/10), o Estado agora atinge as marcas de 230.432 infectados e 5.211 óbitos pela doença. A pasta ainda aponta a existência de 220 mil recuperados do vírus nos municípios goianos.
De acordo com os indicadores, 236 mortes são investigadas para saber se a causa foi covid-19, e outros 230 mil pacientes são considerados casos suspeitos. A taxa de letalidade do vírus no Estado é de 2,26%.
O Governo de Goiás disponibiliza plataforma, atualizada a cada 30 minutos, com os principais dados sobre a covid-19 no Estado.
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Falso médico é preso no Rio usando documentos de profissional de Goiás
Homem já havia sido preso pelo mesmo crime
Goiânia – Um falso médico foi preso no Rio de Janeiro, na sexta-feira (9/10), usando documentos de um médico de Goiás. O homem foi identificado como Australiamar Fernandes Ferreira, de 41 anos. A Polícia Civil do Rio de Janeiro contou com o suporte do Instituto de Identificação de Goiás, que figura entre os mais ágeis do País.
Além de se apresentar como um profissional residente em Goiás, Australiamar também se passava por tenente do Exército Brasileiro. Ele trabalhava de forma irregular no Hospital Escola em Valença, Região Sul do Rio de Janeiro. Ele chegou a provocar a amputação da perna de um paciente depois de um tratamento médico equivocado.
A prisão foi feita por equipes da 91ª Delegacia de Polícia e segundo a Polícia Civil do RJ. Com o falso médico foram apreendidos jalecos, documentos falsos e peças de fardamento do Exército.
Australiamar, que chegou a usar nome falso mesmo depois da prisão, já havia sido preso outras três vezes, entre 2008 e 2012, pela prática do mesmo crime. As prisões aconteceram nos Estados de Goiás e Mato Grosso do Sul. O homem também possui passagens por ameaça, lesão corporal e estelionato.
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JORNAL OPÇÃO
Caiado diz que manterá leitos de UTIs em Porangatu após pandemia
Por Thauany Melo
Pedido está entre demandas apresentadas pela candidata a prefeita do município, Vanuza Valadares (Podemos)
Durante uma reunião convocada pelo governador Ronaldo Caiado nesta segunda-feira, 12, a candidata a prefeita de Porangatu, Vanuza Valadares (Podemos), apresentou algumas demandas do município, como escritório industrial, a Lei Pro-Goiás, a conservação e a pavimentação de rodovias, a manutenção da UEG/Porangatu e implantação de cursos no campus da universidade.
A candidata ainda reivindicou a manutenção dos leitos de UTIs, implantados no Hospital de Campanha da cidade (Hcamp) para atender os pacientes vítimas do Covid-19. Em resposta ao pedido de Vanuza, Caiado se comprometeu em manter os leitos na cidade, mesmo após a pandemia.
“Foi o pedido (de Vanuza), à época, presidente do Seasa, para que nós fizéssemos uma parceria com a prefeitura e mantivéssemos todos esses leitos que lá estão funcionando. Esses leitos existem em parceria com o governo do Estado de Goiás que repassa todo mês um valor para dar condições para que essas estruturas permaneçam atendendo as pessoas” disse Caiado.
Vocês podem ter certeza, o hospital em Porangatu não vai fechar as UTIs. Terminada a pandemia, ela vai continuar fazendo ali cirurgias eletivas e cirurgias de urgências”, acrescentou o governador.
Vanuza Valadares é a única representante do norte de Goiás a integrar a equipe de lideranças políticas do Governador.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação