ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
O POPULAR
Artigo – OSs, prejuízos por trás do discurso
O projeto que altera a Lei das Organizações Sociais (OS), em votação na Assembleia Legislativa de Goiás, pode parecer pouco relevante, mas se analisado, verifica-se o quanto ele é prejudicial e beira a condição da ilegalidade.
As Organizações Sociais são instituições privadas sem fins lucrativos, que gerem no lugar do Estado, algumas áreas prioritárias, como a saúde, por exemplo. O conceito pode parecer bonito. Mas em Goiás, se esta alteração de lei for aprovada, a prática trará malefícios à população goiana, beneficiando talvez o governo, pois centralizará no governador o poder de decidir se uma organização tem capacidade para atender as demandas da população ou não.
Atualmente, para que uma organização seja qualificada para atuar no Estado, existe um procedimento compartilhado para o parecer final. Já pela proposta, isso poderá ser feito apenas pela decisão do governador, sem depender de análise técnica dos órgãos competentes.
Depois disso, para que essa organização “trabalhe” para o governo, ela precisa vencer um processo seletivo que estabelece, entre outros requisitos, que ela tenha experiência e conhecimento. No projeto do Executivo, as entidades com menos de um ano de funcionamento e experiência poderão concorrer.
O projeto também prevê que após a contratação de uma OS, possam ser feitas alterações quantitativas e qualitativas nos contratos por simples contratos aditivos, o que pode mudar tanto a oferta da prestação dos serviços quanto as metas estabelecidas no contrato.
Exemplificando: uma OS é contratada para realizar uma determinada quantidade de atendimentos por mês e depois de assinado o contrato, o governo poderá reduzir essa quantidade, podendo manter os valores a serem pagos, o que se mostra um grande prejuízo ao Estado.
Ou uma OS pode apresentar um valor exageradamente inferior a outra que também concorre à licitação, vencer e após assinado o contrato, o governo aumentar a quantidade do serviço a ser prestado, configurando favorecimento e permitindo a interpretação de que há possibilidade de manipular o processo licitatório. Outro ponto relevante a ser observado é a previsão de que o Estado poderá repassar recursos para as OSs para a ampliação da estrutura física e aquisição de equipamentos. Esses recursos no caixa das OSs podem ser gastos sem a exigência de licitação.
Neste mesmo projeto, foi afastada a previsão do artigo 61 do Código Civil, que estabelece que o patrimônio de uma OS seja repassado para outra instituição que faça o mesmo serviço ou trabalho aproximado no Estado, ou para o próprio Estado, no caso de sua extinção.
Do jeito que o projeto foi apresentado, o art. 61 não se aplica. Ou seja, o valor destinados pelo Estado à compra de bens da OS não retornará aos cofres públicos possibilitando que alguém tire vantagem do recurso público, que sai do bolso da população.
Na lei federal que trata do mesmo assunto, essa é uma exigência fundamental para que uma OS seja qualificada, pois é a manutenção do dinheiro público em favor do Estado e não da iniciativa privada.
Quem atua no lugar do Estado, lidando com os recursos públicos, precisa prestar contas e dar satisfações à população de forma rigorosa, tal qual o próprio Estado. A alteração proposta pelo governo contraria essa lógica, e estabelece que as OSs apenas façam um simples prestação de contas.
E há questões ainda mais polêmicas. Um inciso foi acrescentado para permitir que uma OS que prestou serviço por quatro anos possa continuar a prestação de serviços sem a necessidade de nova seleção por edital, ou seja, sem novo processo seletivo. Com isso corre-se dois riscos: o primeiro, de perpetuidade de uma organização na prestação de serviços, que poderá continuar por anos, sem precisar passar por outra seleção; o segundo, a possibilidade de que uma só OS, que já presta serviço, passe a prestar serviço em outras áreas do governo. O que significaria praticamente a terceirização da gestão do Estado.
Enfim, por todos os modos que se olhe para esta matéria, vê-se que ela é extremamente prejudicial a Goiás, aos cofres e às contas públicas e, especialmente, para a boa prestação do serviço público.
Karlos Cabral é líder do PT na Assembleia Legislativa de Goiás (16/12/13)
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Saúde
Governo lança processo seletivo para contratação de médicos
A Secretaria de Gestão e Planejamento, por meio da Escola de Governo Henrique Santillo, torna público o Edital 009/2013, que trata do processo seletivo simplificado para a contratação de médicos legistas para a Superintendência da Polícia Técnico-Científica da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Serão oferecidas 27 vagas, que serão distribuídas da seguinte forma: cidade de Goiás (4), Formosa (3), Rio Verde (3), Catalão (3), Iporá (3), Campos Belos (4), Mineiros (4), Anápolis (1) e Luziânia (2).
Os candidatos devem ter o curso superior de Medicina em qualquer especialidade. Eles cumprirão uma jornada de 40 horas semanais, exclusivamente no Núcleo Regional da Polícia Técnico-Científica, vinculado à cidade para a qual se inscrever. A remuneração mensal é de R$ 5.889,04.
Os selecionados serão contratados temporariamente por um periodo de até três anos, nos termos da Lei Estadal 13.664/2000. Os candidatos serão escolhidos mediante a análise de currículos. Os interessados poderão obter maiores informações através da leitura do edital, www.segplan.go.gov.br/concurso e poderão fazer suas inscrições até o dia 29, acessando o site: http://sss.segplan.go.gov.br/certame.
Os candidatos que desejarem informações mais detalhadas a respeito das atribuições do cargo poderão contatar diretamente os Núcleos Regionais da Polícia Técnico-Científica nas localidades para as quais foram divulgadas as vagas. Mais informações: (62) 3201-9265 (15/12/13)
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Mais Médicos
Falta de Wi-Fi atrapalha uso de equipamentos
São Paulo – Sem contar com Wi-Fi nos postos de saúde onde trabalham, profissionais do programa Mais Médicos não conseguem usar parte dos recursos oferecidos no tablet dado pelo Ministério da Saúde para auxiliá-los no atendimento aos pacientes.
No aparelho ficam disponíveis materiais de consulta referentes a protocolos clínicos, informações sobre doenças e tradutor português-espanhol, entre outros recursos.
Parte do material, porém, só pode ser acessada se o aparelho estiver conectado à internet sem fio, tecnologia inexistente na maioria das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) onde os médicos atuam.
“O tradutor do espanhol para o português, por exemplo, só funciona se tiver internet.”, diz uma médica cubana que trabalha na zona norte de São Paulo. (15/12/13)
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Luziânia
Três médicos vão parar na delegacia
Diego Souza, de Luziânia
A polícia vai investigar uma possível omissão de socorro no Hospital Municipal de Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. Os médicos Milton Martins Soares, Cristóvão Medeiros Rezende e Pedro Muniz foram detidos, levados para a delegacia na quinta feira e liberados depois de quase três horas de depoimento. Um inquérito será instaurado para investigar a denúncia, afirma o delegado Cleber Martins.
Os médicos foram detidos depois que duas pessoas procuraram o Hospital Municipal de Luziânia. Um dos pacientes estava com um corte no braço provocado por um acidente de trabalho. Os procedimentos de emergência foram realizados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) dentro do hospital. De acordo com a direção da unidade, o plantão era dos três médicos. Um não estava na unidade, o outro trabalhando em outra ala e um terceiro alegou que não sabia fazer o procedimento.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Luziânia uma sindicância interna deve ser aberta para apurar o caso. “Eu já pedi um relatório da direção do hospital para esclarecer o que aconteceu”, diz o secretário de Saúde Watherson Roriz. (14/12/13)
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SAÚDE BUSINESS WEB
Sites e redes sociais colocam em xeque relação médico-paciente
Inspiradas por casos de sucesso como a PatientsLikeMe e ZocDoc, plataformas online crescem no setor e revolucionam o modo de "fazer saúde"
Com quase 20 anos de profissão, a médica Leandra Resende De Carneiro recorda-se quando se deparou com um caso atípico: uma lesão perianal tumoral. A biópsia não indicava a existência de um tumor maligno e, na dúvida, Leandra expôs o caso a outros especialistas da área a fim de discutir a conduta ideal, tanto cirúrgica quanto de acompanhamento do paciente. E assim buscou opiniões de médicos que, como ela, estão conectados pela rede social WProcto – espaço destinado a profissionais da área de coloproctologia no Brasil e no mundo -, onde compartilham vídeos e fotos de casos clínicos. E não foi apenas desta vez, também houve ocasiões em que a resposta ao tratamento da Doença de Crohn (inflamação crônica do intestino) não foi satisfatória, e então recorreu aos colegas de web. “A experiência clínica de outros ajuda muito na opção por determinadas doses de medicação ou mesmo na escolha por aquela que têm dado certo”, conta ela, que é cirurgiã geral da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (MG).
Leandra está entre os 94 milhões de brasileiros que utilizam a internet e mídias sociais, aponta o Ibope, número que coloca o País à frente dos Estados Unidos e das demais nações do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, na sigla em inglês). A diferença dela em relação aos usuários comuns é que as ferramentas digitais passaram a ser fundamentais no exercício de sua profissão, participando ainda das redes DoctorsWay, Med1, Ology, Youdoc! e RadUniverse – todas dedicadas à classe médica. É disso que as plataformas digitais em Saúde se tratam: prover à comunidade de profissionais do setor um canal de colaboração, informação e conhecimento, a partir de redes sociais, fóruns, blogs, sites e aplicativos para dispositivos móveis. Mais do que isso, as ferramentas virtuais expandem o alcance dos pacientes a conteúdos especializados, auxiliam na busca por serviços e tratamentos de qualidade e no diálogo com pessoas que vivenciam experiências semelhantes. E por que não falar da possibilidade de interação entre médicos e pacientes em consultas online?
Todas essas possibilidades já impactam – e tudo indica vão impactar cada vez mais – a qualidade dos serviços, as relações e os negócios no setor, como aconteceu no mercado norte-americano, onde a mobilidade, a internet e as mídias sociais transformaram a natureza e a agilidade da interação entre consumidores e organizações. Na vanguarda do movimento, destaca-se a PatientsLikeMe, que inspirou e tem inspirado novas iniciativas em todo o mundo. Fundada em 2004, a rede conecta pessoas que possuem a mesma doença ou condição de saúde e, ao publicarem dados reais sobre sintomas e tratamentos para mais de 1,5 mil enfermidades, os usuários criam uma base de dados que brilha aos olhos de pesquisadores, farmacêuticas, entidades regulatórias e grupos médicos.
No Brasil, não faltam exemplos de comunidades virtuais que, de 2011 para cá, têm gerado novos serviços e experiências. Entre elas, figura a start-up DoctorsWay, exclusiva para médicos, que ao completar dois anos de funcionamento aproxima-se dos 5 mil usuários e deve dobrar esse número até o final de 2013. Já o HelpSaúde, diretório que lista mais de 1,5 milhões de profissionais e estabelecimentos de saúde, registrou 32 milhões de pessoas que utilizaram a plataforma, desde o seu lançamento. Tem dado tão certo que a empresa já recebeu aportes de dois fundos de investimentos (Astella Investimentos e, mais recentemente, Kaszek Ventures) e estreou, no final do ano passado, o agendamento de consultas online.
Discutível, mas irreversível
Mas, como toda novidade, as plataformas digitais têm desafiado a Saúde a formular novas perguntas e, rapidamente, elaborar respostas a elas. Os debates compreendem dilemas éticos, veracidade do conteúdo distribuído na internet, desafios tecnológicos e de segurança da informação, habilidades de gestão corporativa e novo perfil do consumidor. E tem mais: a consolidação das redes sociais na Saúde brasileira e a democratização do conhecimento forçam quebras de paradigmas.”O nível de adoção hoje das plataformas eletrônicas no Brasil é bastante básico.
As pessoas já estão nas redes sociais, no entanto, os pacientes ainda não estão educados a buscar informação, e os médicos, por sua vez, desconhecem os benefícios que elas trazem, ou têm medo de que as atividades na internet conflitem com a conduta ética e legal da profissão”, explica o empreendedor e fundador do EmpreenderSaude, organização brasileira de fomento e apoio à inovação no setor, Vitor Asseituno.O médico identifica as restrições impostas pelo próprio Conselho Federal de Medicina (CFM) quanto à interação entre profissionais e pacientes na internet como barreira à expansão das ferramentas digitais, principalmente aquelas que propõem a troca de informações entre os dois públicos e agendamento de consultas online.
Tais limitações, segundo o especialista, têm sido discutidas entre as entidades regulatórias e devem sofrer ajustes, ou mesmo revogação. “O segmento está ganhando mais consciência sobre o assunto e percebendo que não pode coibir os médicos de utilizar os novos recursos de colaboração”, afirma Asseituno.As relações virtuais entre médicos e pacientes também geram preocupação para o cofundador da DoctorsWay Renato Campanati Vieira, que concebeu a plataforma com o propósito de conectar a comunidade médica para compartilhar e discutir casos clínicos, esclarecer diagnósticos e expandir o conhecimento.
O conteúdo é produzido por colaboradores – cerca de 45 médicos dos maiores centros do Brasil e do mundo – e, para participar, o usuário é obrigado a informar o CRM. “O foco é 100% profissional, não abrange o público leigo, até por conta de algumas características do nosso código médico”, confirma o empreendedor, que recomenda cautela e amadurecimento das discussões mais sensíveis.”Já estivemos duas vezes no CFM apresentando a DoctorsWay e fizemos alguns ajustes para que a rede seja o mais ética possível”, conta Vieira. “Hoje, converso com médicos de outros estados por meio da DW Consulting, fórum em que o usuário faz a sua pergunta, escolhe as especialidades que podem opinar, anexa imagens clínicas para auxiliar na avaliação e aguarda as respostas.
O espaço já tem mais de 230 perguntas”, comemora ele. A rede também está disponível em um aplicativo recém-lançado para Android e iOS.Enquanto o uso das mídias sociais estritas à comunidade médica parece mostrar mais aceitação no contexto brasileiro, as possibilidades que se estendem ao público em geral evocam dúvidas. Um dos pontos de atenção refere-se a bancos de dados desatualizados ou alimentados por cadastros duvidosos de profissionais que, por exemplo, nunca exerceram a medicina, defende o cofundador da DoctorsWay. “Alguns sites fornecem ranqueamento de médicos por qualidade e preço, o que o CFM também evita”, pontua ele.Esta preocupação influencia diretamente a HelpSaúde, cujo propósito e modelo de funcionamento dependem da qualidade da base de dados que disponibiliza aos mais de 250 mil pacientes cadastrados. Com cerca de 10 mil profissionais registrados que compartilham suas agendas na plataforma de busca e agendamento online, o site gerou mais de 7 mil consultas em julho e previa atingir a marca de 10 mil consultas confirmadas em agosto. “As bases que consultamos são as oficiais, como a do Ministério da Saúde, logo os dados estão corretos por natureza. Nunca tivemos problemas de dados equivocados ou perfis falsos. E ainda checamos as informações solicitando cópias de carteiras profissionais”, esclarece o fundador e CEO da HelpSaúde, Gustavo Guida Reis.
Organizações e profissionais de saúde questionam ainda a credibilidade do conteúdo compartilhado em sites não monitorados, além do risco de transmissão de informações privadas e confidenciais – por exemplo, o compartilhamento de dados sobre pacientes ou empregadores por parte dos colaboradores. Uma preocupação que, na opinião do coordenador do projeto GenteComoEu, João Sebastian do Amaral, esconde um obstáculo quanto ao acesso ao conhecimento. “Disponibilizar a informação é, antes de mais nada, um processo de equalização do poder. Ou seja, quanto mais acessível à sociedade, mais balanceadas serão as relações, já que o poder se dilui”, indica o consultor.
No GenteComoEu, há poucos meses no ar (ainda em fase de testes), pacientes que sofrem de doenças crônicas, familiares, médicos, cuidadores, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, entidades e associações ganharam um espaço de relacionamento, diálogo e troca. Idealizada e gerenciada por uma equipe de profissionais de comunicação, marketing e tecnologia com experiência em saúde, a rede permite que os usuários publiquem conteúdo, contem suas histórias e sirvam de inspiração para portadores de enfermidades menos conhecidas e que carecem de informação e pesquisas, como esclerose múltipla.Um dos supostos efeitos negativos da ampliação do conhecimento pelo paciente seria a automedicação, argumento que Asseituno rebate com veemência: “essa possibilidade já existe sem as redes sociais.
Quem quiser se automedicar, fará isso. O que precisa haver é uma mudança na regulação – e isso já está acontecendo, como foi com antibióticos, por exemplo – para dificultar o acesso a medicamentos que não podem ser usados sem prescrição”.Os impactos desse movimento, segundo Asseituno, são difíceis de prever. No entanto, o acesso à informação já produz efeitos, pois agora o paciente, antes de procurar um médico, checa o histórico profissional dele e chega para a consulta mais engajado, ciente de sua doença. Ele pergunta se pode tentar determinado tratamento que algumas pessoas já experimentaram e compartilharam na rede social da qual participa. “Fica muito feio para o médico dizer ao paciente que não sabe do que ele está falando. Isso incomoda alguns profissionais. Agora eles precisam tomar a melhor decisão possível junto com o cliente”, diz Asseituno.
Modelo de Negócio
Para se sustentarem, as mídias sociais na Saúde têm explorado, inicialmente, o formato de patrocínio, o que tem chamado a atenção de empresas farmacêuticas. Mas no HelpSaúde, por exemplo, o profissional que deseja ter serviços adicionais tem a opção de pagar uma mensalidade para acessá-los. A DoctorsWay, por sua vez, aposta em parcerias com empresas que queiram incentivar e promover a educação médica continuada, além de já se aventurar na venda de informações a partir de um braço dedicado a pesquisas de mercado. As divergências de opiniões e a desorganização do setor para reduzir os riscos que as plataformas digitais apresentam atrapalham, mas não impedem o surgimento de novas iniciativas. Asseituno, do EmpreenderSaúde, prevê: “alguns empreendedores estão desenvolvendo ferramentas adotadas em países como os Estados Unidos conscientes das limitações e esperançosos de que as regras [aquelas determinadas pelo CFM] vão mudar. Vai ser questão de acertar as arestas”. (14/12/13)
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DIÁRIO DA MANHÃ
O que fazer quando a cegonha não vem?
Procurar ajuda médica deve ser o primeiro passo quando há dificuldade em engravidar
Casar e ter filhos, para muitas pessoas, é a realização de um sonho. No entanto, após o casamento, ou alguns anos de tentativas, muitos encontram dificuldades para realizar o desejo de aumentar a família, ou ter o primeiro filho com a chegada de uma criança. Com isso, casais e mulheres em busca de reprodução independente vivenciam momentos de muita ansiedade e frustração.
A farmacêutica e bioquímica Viviane de Souza Santos Cerqueira, 37, casada há 15 anos, tem o sonho de ser mãe de um filho gerado dentro do seu ventre. Ela contou que não consegue engravidar pelos métodos convencionais, mas após uma indução simples de ovulação, com medicamentos, engravidou em 2011. O sonho que parecia se tornar realidade, virou um pesadelo, pois logo no início da gestação ela sofreu um aborto espontâneo.
Viviane que tenta há aproximadamente sete anos gestar um bebê, está no meio do primeiro processo de fertilização in vitro. "É um processo muito desgastante fisicamente, psicologicamente e financeiramente", afirma.
Endometriose
O motivo que impossibilita Viviane de engravidar na forma normal é uma obstrução das Trompas de Falópio. Sendo que o bom funcionamento destas é fundamental para se conseguir engravidar e esta obstrução é decorrente de endometriose.
Segundo Viviane, a endometriose é uma doença que afeta um número assustador de mulheres e é uma das principais causas de infertilidade. Além disso, pode trazer outros inúmeros problemas para quem tem esta doença. "Por este motivo, como profissional da área da saúde, insisto sempre que as mulheres procurem bons médicos, para averiguar sintomas que aparecem com a menstruação, tais como: cólicas fortes, ciclo menstrual irregular, alterações intestinais durante este período e dificuldade de engravidar. Todos estes sintomas podem sinalizar endometriose e infelizmente, boa parte dos profissionais não estão capacitados a diagnosticar esta doença. Na maioria das vezes, o diagnóstico correto só acontece quando a mulher se submete a intervenção cirúrgica, como a laparoscopia e realização de biópsia", aconselha.
Sabe-se que é demorado conseguir esse procedimento na rede pública. Mas alguns profissionais altamente capacitados já conseguem fechar o diagnóstico através de exames radiológicos. Viviane, que é de Brasília-DF, já participou de uma palestra com intuito da criação de um projeto de lei que favoreça o tratamento de portadoras de endometriose.
A farmacêutica que já procurou atendimento na rede pública de saúde, não obteve êxito devido à demora, que é um fator predominante nesse caso, no qual o relógio biológico feminino começa a apitar. "Infelizmente, na rede pública, existe o fator tempo que desfavorece a maioria das mulheres que não conseguem engravidar e não podem esperar muito tempo para ter um tratamento adequado. Quase sempre, a demora já se inicia com a dificuldade em diagnosticar as causas da infertilidade. Quando diagnosticadas as causas, vem a demora em obter o tratamento. Desta forma, meu tratamento está sendo realizado na rede particular e cabe ressaltar que as etapas de tratamento para engravidar não tem cobertura da maioria dos planos de saúde", desabafa.
Na rede pública a espera é de cerca de cinco anos, garante Viviane. Como muitas mulheres não podem esperar todo este tempo, elas recorrem às clínicas particulares, que é o caso da farmacêutica. "Vou gastar cerca de R$ 20 mil, nesta primeira tentativa e a probabilidade de dar certo, no meu caso, é de apenas 30%", fala angustiada.
A farmacêutica que não se sente frustrada pela ausência de um filho, afirma que é bem resolvida e nunca desistiu de engravidar, mas também nunca entrou em desespero. "Sei que a ansiedade só piora esta situação e tenho amigas com o mesmo problema e nem todas lidam com cautela com a dificuldade de engravidar, algumas delas chegam a se sentir menos mulher pelo fato de não serem mães", diz Viviane.
Contar com o apoio da família nesse momento faz toda diferença e Viviane tem a torcida dos seus entes queridos. Apesar de seus 15 anos de casada, o fato de não ter que lidar com cobranças ajuda muito a passar por tudo com facilidade. "Sonho em ter meu filho nos braços, saudável e dar aos meus pais e aos pais do meu marido, a alegria de serem avós e ao meu marido, a realização do sonho de ser pai", finaliza.
Distúrbios
hormonais
Auxiliar pedagógica Dalila Bezerra de Jesus, 31, é casada, há sete anos, e durante cinco anos tenta engravidar. Nesse período teve duas gestações sem sucesso e nunca tentou algum tipo de fertilização por fatores financeiros. Ela já procurou recursos disponíveis na rede pública, na tentativa de alcançar o tão sonhado objetivo, porem até o momento, apenas fracasso.
De acordo com alguns exames realizados, foi constatado em Dalila que seus distúrbios hormonais dificultam a ovulação, impossibilitando a fecundação. "Sem contar a síndrome dos ovários policísticos e a endometriose. Foram enumeras as tentativas e mesmo assim os tratamentos são demorados e aparentemente tão distante da minha realidade", lamenta.
Dalila se sente frustrada por não conseguir conceber um filho, "qualquer mulher casada que almeja ter um filho sente-se frustrada logo nas primeiras tentativas sem sucesso, imagine após cinco anos de tentativas, duas gestações, um esposo ansioso, familiares quase desacreditados e amigos ávidos por bebês", diz.
Mas a esperança é a ultima que morre para auxiliar pedagógica, pois ela sonha em amamentar seu bebê, enquanto for possível, quer segurá-lo e sentir o mais perto de si e sentir o enorme prazer de ser mãe. "Apesar de receber apoio dos familiares, tem hora que bate a frustração e uma sensação de que falta alguma 'coisa' falta 'alguém'", disse.
ENtrevista – Vinícius de Oliveira
Diário da Manhã – Quando o casal ou a mulher devem procurar ajuda médica?
Vinícius de Oliveira – Se o casal passou 12 meses tentando engravidar sem sucesso, é hora de procurar um médico para a realização da investigação básica. Em alguns casos o casal pode procurar ajuda antes dos 12 meses: mulheres acima de 35 anos de idade, história de endometriose, irregularidade menstrual ou casais que já tenham diagnóstico de alterações masculinas ou femininas do aparelho reprodutivo.
DM – Quais são os tipos de métodos para se fazer uma reprodução humana?
Vinícius de Oliveira – Os tratamentos de reprodução assistida podem ser classificados como de baixa e alta complexidades. A relação sexual (ou coito) programada e a inseminação intrauterina são denominadas técnicas de baixa complexidade. Por ser considerado tratamento de baixa complexidade, o coito programado pode ser recomendado para casais em que a mulher possua trompas normais e o parceiro apresenta sêmen normal. É, geralmente, indicado nos casos em que se pretende aperfeiçoar a relação sexual com a monitoração da ovulação ou nas anovulias crônicas utilizando-se drogas indutoras. O tratamento baseia-se em uma indução da ovulação com acompanhamento por meio de exames de ultrassonografias seriadas, orientando-se os casais a terem relações sexuais no período fértil, determinado pelo exame ultrassonográfico. A monitoração também fornece dados confirmatórios da ruptura folicular e das características do corpo lúteo, na segunda fase do ciclo.
Técnica simples, a Inseminação Intrauterina não requer nenhum tipo de anestesia, consiste no preparo e na capacitação do sêmen em laboratório, para, posteriormente, ser colocado através de cateter no interior da cavidade uterina, no momento da ovulação. A técnica está indicada nos casos de fator masculino leve, na infertilidade sem causa aparente (Isca), na falha de coito programado ou para utilização de sêmen congelado ou de doador. A integridade das trompas é um dos requisitos para realização desta técnica. Pode ser necessária mais de uma inseminação por ciclo. Também denominadas técnicas de reprodução assistida (TRA), os tratamentos de alta complexidade são realizados em laboratório, com o preparo do sêmen e dos óvulos, portanto in vitro. A obtenção dos espermatozoides pode s er realizada por ejaculação espontânea ou por meio de procedimentos cirúrgicos (extração testicular ou epididimária) com anestesia. O preparo e a manipulação dos gametas têm variações de acordo com a forma de fecundação realizada no laboratório, podendo ser realizada a técnica da fertilização in vitro convencional (FIV convencional) ou a técnica da injeção intracitoplasmática do espermatozoide (ICSI)
DM – Qual a diferença entre inseminação intrauterina e a fertilização in vitro?
Vinícius de Oliveira – A inseminação intrauterina e a fertilização in vitro são técnicas diferentes de reprodução assistida. A inseminação é um processo mais simples e envolve a indução da ovulação seguida da colocação dos espermatozoides dentro do útero. A fertilização é um processo mais complexo que envolve além da indução da ovulação, a coleta dos óvulos e a fertilização desses pelos espermatozoides in vitro (no laboratório) para posterior transferência dos embriões para dentro do útero.
DM – Quais são as maiores dificuldades encontradas pelo casal, na hora de tentar uma fertilização?
Vinícius de Oliveira – Quando a chegada do filho demora a se concretizar, os sentimentos de fracasso e frustração estão constantemente atrelados a esse processo. A mulher passa a se cobrar por não conseguir engravidar, em contrapartida, seu companheiro também se sente frustrado por não conseguir fecundá-la. Racionalmente, podem até compreender que isso não depende só deles, afinal, nenhum ser humano tem o poder de trazer uma vida para esse planeta. Porém, no íntimo de seus sentimentos, está o fracasso por não ter conseguido mais uma vez e a insegurança de nunca conseguir alcançar esse sonho. Realmente, não é nada fácil lidar com a frustração de uma menstruação ou com um resultado de beta HCG negativo quando se buscava – quer seja em casa ou com os tratamentos de reprodução assistida – um desfecho bem diferente. O reconhecimento de nossa impotência diante de muitos fatos da vida merece ser constatada e, principalmente, que nem tudo acontece exatamente no momento que desejamos. Jamais teremos explicação para tudo, entretanto, o fato de não acontecer na hora que queremos, em hipótese alguma, quer dizer que nunca será. O exercício da paciência é algo nobre, porém, nada fácil, já que nunca queremos nos frustrar. Todo sonho tem um tempo próprio para se concretizar, assim, não resta alternativa para que aconteça, senão, esperar, buscar e acreditar!
Acredito que, além do fator psicológico, o fator financeiro também seja uma dificuldade a ser enfrentada pelos casais com infertilidade. No Brasil, não existem políticas públicas para o tratamento da fertilidade, o que impede o acesso de boa parte da população. No país, não passa de dez o número de hospitais públicos que oferecem tratamento de reprodução assistida. Apesar de que nos últimos anos o custo dos tratamentos têm tido significativa redução através de parcerias e programas sociais realizados em clínicas de reprodução assistida, o que tem viabilizado financeiramente o acesso de vários casais e estes tratamentos.
DM – Qual a idade máxima que uma mulher pode procurar esse tipo de tratamento?
Vinícius de Oliveira – A Resolução CFM no 2.013/13 destaca a segurança da saúde da mulher e a defesa dos direitos reprodutivos para todos os indivíduos. Essa é a terceira norma sobre o assunto. Pois não existe regra específica que regulamente a prática da reprodução assistida no Brasil.
• A idade máxima das candidatas à gestação de reprodução assistida passa a ser de 50 anos, sendo que antes não havia limite de idade.
• A idade limite para a doação de gametas (óvulos e espermatozoides) é de 35 anos para a mulher e 50 anos para o homem, mas antes não havia referência de limite de idade.
DM – Existe a possibilidade da mulher não segurar o feto, após ter sido introduzido no útero?
Vinícius de Oliveira – A taxa de sucesso de uma inseminação artificial depende muito das causas envolvidas. É essencial a permeabilidade, pelo menos de uma das trompas, assim como um número mínimo de espermatozoides. Desta maneira temos uma taxa que varia de 15 a 20%. A taxa de sucesso de uma fertilização in vitro também varia de acordo com a causa da infertilidade e principalmente com a idade da mulher. Estas taxas podem variar de 15 a 50%.
DM – Existe uma variação de preço para esse procedimento ou varia com cada caso?
Vinícius de Oliveira – Apesar de ter simplificado a gravidez de milhões de famílias ao redor do mundo, as técnicas de reprodução assistida ainda contam com um grande empecilho para transformarem ainda mais vidas: o preço. Em média, o custo das técnicas pode variar de R$ 600 a R$ 20 mil, dependendo do método utilizado para combater a infertilidade. O preço também pode variar de cidade para cidade. A reprodução assistida tem um custo elevado por se tratar de um procedimento de alta tecnologia. O meio de cultura onde os embriões se desenvolvem, por exemplo, tem custo alto. Além disso, os profissionais que a realizam são altamente treinados. Existe ainda, o alto custo dos medicamentos.
DM – No consultório o maior número de infertilidade é proveniente dos homens ou das mulheres?
Vinícius de Oliveira – A infertilidade é uma doença do sistema reprodutivo. Cerca de 30% dos casos de infertilidade pode ser atribuída a fatores do sexo masculino e cerca de 30% a fatores do sexo feminino. Em cerca de 20% dos casos, a infertilidade é inexplicável ou sem causa aparente. O restante dos casos de infertilidade é causado por uma combinação de problemas em ambos os parceiros.
DM – Existem casos de infertilidade sem causa aparente, ou casos de pessoas que não possam gerar uma vida?
Vinícius de Oliveira – A infertilidade é inexplicável ou sem causa aparente em cerca de 20% dos casos. No caso de mulheres com falência ovariana prematura ou menopausa já estabelecida, a opção seria o uso de óvulos doados, para mulheres com causas associadas a fatores uterinos que impedem uma gestação, a opção seria o uso do útero de substituição com parentesco consanguíneo até 4º grau, segundo normativa atual do Conselho Federal de Medicina (CFM). Para homens com azoospermia (ausência de espermatozóides), a opção seria o uso de sêmen doador. (16/12/13)
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Artigo – Um dos maiores beneméritos da Medicina goiana
JOSÉ AFONSO BARBOSA
“O médico Philemon Xavier de Oliveira trabalhou incansavelmente, num plantão permanente, de 24 horas, muitas vezes à distância, atendendo toda classe de pessoas de Morrinhos e cidade vizinhas sem nunca se preocupar com a condição financeira, social, política, ou econômica do atendido, sempre o fazendo com o mesmo critério, atenção e carinho.
Associou-se a mais oito sonhadores e tentou iniciar uma das primeiras indústrias da região (INA), com a intenção ilusória de aproveitar a matéria prima abundante e mal aproveitada na época (o abacaxi) e a mão de obra ociosa naquele tempo. Infelizmente e principalmente em decorrência da falta de experiência industrial e administrativa de todos os sócios teve que interromper sua atividade, dando um prejuízo considerável a cada um de seus fundadores.
Poderia ter sido um homem rico, mas não o foi. Principalmente pelo seu desprendimento, solidariedade, retidão de caráter e humanismo.
Um fato que eu acho curioso de seu caráter e que gostaria de ressaltar é de que em todos os empreendimentos de que participou foi até suas últimas consequências ocupando os cargos mais elevados e de maiores responsabilidades, como por exemplo, quando fundou o Jóquei Clube de Morrinhos, o Sindicato Rural, a Cia Telefônica de Morrinhos, a Regional de Morrinhos da Associação Médica de Goiás e foi o seu presidente por mais vários mandatos.
Como médico não ficou satisfeito com um título de Especialista. Tem dois. De Cirurgia Geral e de Anestesiologista. Conseguiu também o título maior da medicina, foi membro da Academia Goiana de Medicina.
No CRM GO foi seu Conselheiro por 15 anos e depois eleito para o Conselho Federal de Medicina, no Distrito Federal, como representante do Estado de Goiás.
Como médico por mais de 50 anos, conseguiu conquistar a confiança e o reconhecimento de uma população enorme. Assim com a admiração e o respeito de seus colegas de profissão.
Aos 82 anos de idade é o médico mais idoso da região, ainda exercendo o seu ofício com competência e dignidade.
Sempre se pautou pela ética e dedicação profissional, tendo a vida humana como parâmetro de todas as suas condutas e decisões.
Para mim o Philemon Xavier de Oliveira foi, e ainda é, o colega mais solidário, o companheiro mais amigo e o amigo mais fiel. Tudo isso me leva a pensar que qualquer homenagem a ele prestada é justa, desde que seja feita com ele ainda em vida” .
Philemon Xavier de Oliveira é pessoa simpaticíssima, de educação refinada, culto, ligado a tudo que acontece no mundo em todas as áreas. Um homem do seu tempo.
Quando chegou a Morrinhos em 1955, logo depois de formado pela Universidade de Medicina da Bahia ele, dona Sônia e dois filhos, pegaram a cidade que ainda desfrutava de grande visibilidade no Estado de Goiás, por conta de seus filhos ilustres que sempre brilharam na política, nas artes, e na cultura goiana.
Conviveu com as famílias mais importantes do município. Foi amicíssimo de Sylvio Gomes de Mello; Antonio Julio Gentil de Mello; Honório Gomes de Mello;Énio de Faria Rosendo Pinto; Xavier de Almeida; dona Fiica;Luiz Nunes de Azeredo; Jorivê Costa, Helenês Cândido; Félicio Chaves, Manoel de Freitas; Joviano Antonio Fernandes; Nafhtali de Souza; Eurico Barbosa; Genésio de Barros; Domingos Vilefort Orzil; Guilherme Xavier de Almeida; inclusive dona Sônia iniciou sua carreira de professora em Morrinhos, substituindo-o no Colégio das Irmãs Agostinianas, em março de 1955.
Todos tiveram por ele a mais elevada estima e consideração. Médico de família atendia mais nas residências do que no hospital. Muitas vezes ele próprio transportava o paciente para o hospital, principalmente quando se tratava de acidente doméstico ou parto.
Fez da Medicina um sacerdócio. Visou sempre a saúde e o bem-estar das pessoas. A recompensa financeira vinha depois.
Sua calma e paciência franciscanas sempre encantaram quem com ele conviviam, tanto pacientes como funcionários.
Seus sócios e colegas de trabalho, Penido de Oliveira; Gildo Vieira Campos; Orsi Martins da Silva; Valter Cherubim Bueno; e Jarbas Nogueira da Silva não cansam de tecer elogios ao amigo e companheiro Philemon Xavier de Oliveira.
(José Afonso Barbosa, presidente – Academia Morrinhense de Letras) 16/12/13
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação