Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 14 A 16/12/19

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUE
Médicos usam material cirúrgico reaproveitado como se fosse novo
Quadrilha fatura alto com a venda de remédios para emagrecer adulterados
Polícia pediu a prisão de 5 ex-diretores do Ipasgo e mais 4
Prefeitura de Iporá assina TAC com Cremego e Hospital Municipal é desinterditado
Com ampliação, Cais Chácara do Governador será transformado em UPA
Cardiologista-tenente do Exército deve disputar Prefeitura de Goiânia pelo Podemos
30% dos casos de câncer no Brasil são de pele
Pedidos de brasileiros para usar o 'SUS de Portugal' disparam em 2019
Ações de humanização em UTIs ajudam a reduzir incidência de Burnout nos profissionais da saúde


TV GLOBO/FANTÁSTICO

Médicos usam material cirúrgico reaproveitado como se fosse novo
https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2019/12/15/medicos-usam-material-cirurgico-reaproveitado-como-se-fosse-novo.ghtml
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Quadrilha fatura alto com a venda de remédios para emagrecer adulterados
https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2019/12/15/quadrilha-fatura-alto-com-a-venda-remedios-para-emagrecer-adulterados.ghtml

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O POPULAR

Polícia pediu a prisão de 5 ex-diretores do Ipasgo e mais 4

OPERAÇÃO METÁSTASEJuíza negou os pedidos sob alegação de que a liberdade dos citados não acarreta dano à apuração. Ao todo, 19 pessoas são investigadas
Dos 19 investigados na Operação Metástase, deflagrada esta semana pela Polícia Civil, 9 tiveram o pedido de prisão negados pela Justiça. Entre eles, 5 são diretores e ex-presidentes do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo). As outras três são ligadas ao Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh). A justificativa para a negativa da justiça é que eles não oferecem entrave para a apuração em liberdade e possuem residência fixa.
A Polícia Civil, em sua formulação do pedido, alegou que os investigados poderiam vir a destruir provas ou combinar versões entre seus relatos. Também foi alegado no pedido de prisão que, por serem pessoas "altamente articuladas e que ostentam alto poder econômico", poderiam constranger ou coagir testemunhas e funcionários dos dois institutos.
A juíza da Vara de Feitos Relativos a Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais, Placidina Pires, entendeu que ainda não há materialidade da autoria dos crimes apontados na investigação e que por isso não existiria motivo para que os nove fossem presos. Mas ela permitiu que fossem cumpridos todos os mandados de busca e apreensão referentes aos nove investigados. A magistrada ainda destaca que a apuração já aponta elementos suficientes para indicar o possível envolvimento dos nove com os crimes sem a necessidade de que eles ficassem detidos.
Os pedidos de prisão para ex-gestores do Ipasgo são direcionados os dois ex-presidentes do instituto Francisco Taveira Neto e Romeu Sussumu Kuabara, que também atuou como gerente de normas e para Sebastião Ferro de Moraes, que atuou como diretor de assistência ao servidor, Lívio Roberto Barreto, que foi assessor da diretoria de assistência ao servidor, e Fausto Ponte da Cruz, que era diretor de gestão e planejamento de finanças.
Segundo a investigação, estas pessoas atuaram para criar um edital que pudesse nitidamente beneficiar o Ingoh para atuação na área de oncologia e quimioterapia. A apuração destaca que, entre outras coisas, este grupo trabalhou para que não fosse dada a devida publicidade para participação de outras empresas do ramo da oncologia e que o Ingoh recebeu informações privilegiadas como a exigência de uma sala especial para atendimento de pacientes beneficiários do Ipasgo. Esta exigência impôs barreiras para a contratação de outras empresas interessadas na disputa.
Os outros quatro pedidos de prisão se referem aos diretores do Ingoh, sendo um deles Edmo Dias Pinheiro, que é proprietário da unidade, e dos sócios Yuri Vasconcelos Pinheiro, Yuri Pinheiro e Ketlin Vasconcelos Pinheiro. Ontem pela manhã, o advogado que representa o Ingoh e seus sócios disse em entrevista coletiva que as denúncias são infundadas e que a empresa quer que a apuração seja realizada com rigor.
A reportagem entrou em contato com os ex-diretores do Ipasgo e nenhum deles atua mais na autarquia. Apenas o advogado de Sebastião Ferro falou com a reportagem. O defensor Pedro Paulo de Medeiros disse que ainda não havia conseguido ter acesso ao processo, mas que seu cliente tem o maior interesse na apuração. "Ele não foi chamado para prestar depoimentos até o momento e está à disposição para esclarecer e apresentar qualquer documento solicitado."
A reportagem também entrou em contato por telefone com Francisco Taveira e Romeu Kuabara. As defesas de Fausto Cruz e Lívio Barreto não foram encontradas. A informação na autarquia é que todos já foram destituídos dos cargos. Apenas Kuabara é efetivo, mas atuou no local como comissionado.
A decisão da juíza Placidina Pires destaca que apesar de negar o pedido de prisão dos investigados, permitiu outras medidas como o bloqueio de bens no valor de R$ 50,5 milhões, além de busca e apreensão de documentos e objetos nos endereços listados pela Polícia Civil, entre eles as empresas listadas como envolvidas no esquema fraudulento e usadas para o "branqueamento de dinheiro decorrente das práticas criminosas em questão". As empresas que aparecem na decisão são a Autocare Premium Mecânica Especializada, Sobrevida Ltda, AMR Tecnologia e Serviços, Sempre Saúde e Tecnologia, Hemostasia S/S Ltda e Serviços Médicos Apolináio S/S Ltda.
Pacientes
A ampla divulgação da Operação Metástase causou temor em familiares de pacientes. Ontem, o casal Rosemeire Valadares e Luiz Carlos da Silva buscava informações sobre os fatos. A filha deles, de 30 anos, mãe de um bebê de 20 dias, faz quimioterapia no Ingoh contra um câncer de mama. "Será que ela tem o direito de saber que medicamento está tomando?, questionou a mãe. Sua expectativa é que a outra filha, que é farmacêutica, possa monitorar os remédios ministrados durante o tratamento da irmã.

Diretor do Ingoh rebate acusações
O diretor-técnico do Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh), médico Yuri Vasconcelos Pinheiro, afirmou ontem acreditar que partiram de médicos vinculados a empresas concorrentes as denúncias que culminaram na Operação Metástase, desencadeada pela Polícia Civil na quinta-feira, dia 12. Investigação policial aponta suposta fraude pelo menos R$ 50 milhões envolvendo o instituto e antigos gestores do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo).
Ao lado dos advogados Iure de Castro e Vítor Alarcão, o diretor-técnico explicou que a empresa fundada pelo pai há mais de 50 anos enfrenta denúncias infundadas desde que venceu em 2013 o edital de concorrência para atender pacientes pelo Programa Especial de Quimioterapia do Ipasgo. "Houve uma evolução no número de atendimentos desde o início do programa. Partimos de 93 pacientes/mês para 1.400, uma discrepância grande", disse Yuri. O fato teria incomodado a concorrência e gerado uma denúncia em 2014 junto ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), que posteriormente foi arquivada.
A evolução, conforme Yuri, se deu em função "do carinho e da competência" dos funcionários do Ingoh. O resultado deste trabalho apresentou eficiência e se traduziu na redução das glosas, um dos questionamentos da Polícia Civil. "Não desrespeitamos o edital em nenhum ponto", disse. Todos os itens apresentados pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção (Geccor) para justificar a operação foram rebatidos pelo diretor-técnico. Ele garantiu que há provas suficientes para comprovar o caminho lícito trilhado pelo Ingoh. "Falaram em auditor robô. Desconheço isso, mas merece ser esclarecido. Não existe superfaturamento. A tabela é única para todos", enfatizou.
Sobre os medicamentos vencidos encontrados, Yuri confirmou que eles realmente estavam na farmácia do Ingoh, mas "aguardando o envio para a empresa de descarte apropriada", atendendo a protocolos específicos. "Esses medicamentos não seriam jamais administrados." O médico afirmou ainda que ministrar medicamentos em menor quantidade como foi dito pela Polícia Civil "é algo impensável e inadmissível" na empresa.
Sobre a morte do paciente Alexandre Francisco Abreu, de 78 anos, pela qual a empresa pode responder por homicídio, Yuri chamou de "leviana" a acusação de prescrição de medicamentos inadequados. O médico, que é responsável pelos protocolos de tratamento do Ingoh, enfatizou que atribuir à empresa a morte de alguém num universo de 70 mil pacientes é exagerado. "A pessoa em questão vinha de dois tratamentos em outra clínica que também participava do mesmo programa, manifestou efeitos colaterais com o tratamento anterior e fez consulta única no Ingoh."
Um dos advogados presentes detalhou que a operação foi resultado de uma denúncia anônima feita em 2018 ao MP-GO e depois encaminhada ao Geccor.
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JORNAL OPÇÃO

Prefeitura de Iporá assina TAC com Cremego e Hospital Municipal é desinterditado

Por Thauany Melo

O documento concede o prazo de 45 dias, que começaram a ser contados nesta quinta, 12, para a correção das problemas encontrados na unidade

O Hospital Municipal de Iporá foi desinterditado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) nesta sexta-feira, 13. O fim da interdição ética foi aprovado diante da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Prefeitura Municipal de Iporá e o Cremego. O documento concede o prazo de 45 dias, que começaram a ser contados no dia 12 de dezembro, para a correção das problemas encontrados na unidade.
Após o prazo concedido, o Conselho fará uma nova vistoria no hospital, a fim de avaliar se a segurança e a qualidade do trabalho dos médicos e da assistência à população estão garantidos.
Leia na íntegra o Auto de Desinterdição Ética:
“O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás, no uso das suas atribuições e visando a preservação da dignidade do atendimento à população e ao profissional médico, resolve:
Desinterditar eticamente o trabalho dos médicos que atuam no HOSPITAL MUNICIPAL ADÃO PEREIRA DA SILVA do município de Iporá/GO, que funciona no endereço da Av. São Paulo, n.º 341, Bairro Mato Grosso, com base nos princípios fundamentais II, IV, VIII e XII do Código de Ética Médica (Resolução CFM nº 1.931/09), complementados pela Resolução CFM nº 997/80, artigo 35 da Res. CFM nº 1.541/98, capítulos II e III da Res. CFM nº 2.056/13 (Manual de Vistoria e Fiscalização da Medicina no Brasil) e, principalmente, a Res. CFM nº 2.062/13.
A desinterdição ética é decorrente da avaliação realizada pela 57ª Reunião de Diretoria do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás realizada com a direção da unidade em 12 de dezembro de 2019 onde foi sugerido a assinatura de um TAC – Termo de Ajustamento de Conduta. Esta desinterdição terá início às 00:00hs horas do dia 13 de dezembro de 2019.”
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Com ampliação, Cais Chácara do Governador será transformado em UPA

Por Lívia Barbosa

Unidade ganhará especialidades médicas de pediatria e ortopedia. Também terá número de consultórios ampliado e enfermaria pediátrica

A reforma e ampliação do Cais Chácara do Governador para a transformação em Unidade de Pronto Atendimento (UPA) terá início na terça-feira, 17. Para a realização da obra, prevista para ser concluída em quatro meses, os serviços oferecidos no Cais serão transferidos para a UPA Novo Mundo e o Cais Amendoeiras.
Além da melhoria geral na estrutura, a sala de reanimação será ampliada, passando de um para três leitos. Serão criadas uma enfermaria pediátrica, salas de isolamento e gesso. Já o número de consultórios médicos aumentará de três para cinco.
Atualmente, a unidade realiza uma média de 200 atendimentos de emergência por dia e 100 na parte de ambulatório nas especialidades médicas de ginecologia, urologia, dermatologia e alergia. O Cais também oferece serviços de psicologia, fonoaudiologia e odontologia. Com a ampliação, a unidade passará a ter também ortopedista e pediatra.
Os 256 servidores do Cais foram remanejados para outras unidades, como a Upa Novo Mundo e o Cais Amendoeiras. Alguns médicos e técnicos de enfermagem vão para o Cais de Campinas.
UPA Porte II
O Cais Chácara do Governador será transformado em UPA de Porte 2, que tem como característica a capacidade para atendimentos de baixa e média complexidade, semelhante a UPA Novo Mundo entregue em setembro deste ano. As outras duas UPAs existentes em Goiânia, a Itaipú e a Noroeste, são de Porte 3 com estrutura para atendimentos de média e alta complexidade.
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Cardiologista-tenente do Exército deve disputar Prefeitura de Goiânia pelo Podemos

Raíssa Lagares planeja, se eleita, fazer uma ampla reforma no sistema de saúde da capital para requalificar o atendimento
A goiana Raíssa Costa Barcelos Lagares tem 27 anos e formou-se em Medicina em São Paulo. Fez residência na Beneficência Portuguesa, sob orientação do célebre cardiologista-cirurgião Sérgio Almeida. Em seguida, especializou-se na Beneficência Portuguesa e no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Ele é especialista em cardiologia, arritmologia e clínica do esporte. Trabalhou seis meses num dos maiores hospitais de Miami e atende na Beneficência Portuguesa. A jovem é segundo-tenente do Exército.
Em São Paulo, onde mora, Raíssa Lagares, além de atender em seu consultório, também atende famílias carentes. A médica sublinha que o SUS passa por uma crise grave e precisa ser reestruturado para atender os pacientes com mais qualidade e rapidez.
Raíssa Lagares gosta de política, sobretudo porque seu pai, o deputado federal José Nelto, é político nato. Ao chegar do Panamá, onde participou de um congresso médico com cardiologistas de vários países, a cardiologista tomou uma decisão: vai se filiar ao Podemos — partido dirigido por seu pai em Goiás.
O motivo da filiação é que Raíssa Lagares, goiana de Goiânia, deve ser candidata a prefeita da capital. Um dos principais problemas da cidade, que conta com 1,5 milhão de habitantes, concentra-se na área de saúde. Segundo José Nelto, o Podemos e Raíssa Lagares vão elaborar um amplo programa para construir uma rede de saúde pública eficiente, rápida e organizada. “Hoje”, segundo José Nelto, “os postos de saúde fingem que atendem e os pacientes são obrigados a fingir que são atendidos”.
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AGÊNCIA ESTADO

30% dos casos de câncer no Brasil são de pele

São Paulo – Uma mancha na pele que só cresce. Às vezes coça, sangra, não cicatriza. Estes são alguns dos sintomas que podem indicar câncer de pele, o tipo mais comum de câncer no Brasil e em todo o mundo. A doença costuma surgir com mais frequência nas áreas que são mais expostas à radiação ultravioleta, como face, mãos e tronco. Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro realizou procedimento dermatológico no Hospital da Força Aérea Brasileira (HFAB) para investigar a possibilidade de câncer de pele. "Foi rotina", disse Bolsonaro.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) revelam que o câncer de pele corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no Brasil. Os três tipos de câncer de pele mais comuns são o carcinoma basocelular, carcinoma de células escamosas e o melanoma maligno. O diagnóstico da doença vai variar desde uma mancha simples que nunca evolui até o quadro de tumor mais agressivo, que pode levar à morte. Mesmo casos menos agressivos demandam tratamento. "Se não forem tratados, podem crescer muito e até destruir o tecido ao redor", diz o oncologista Antonio Carlos Buzaid, do Instituto Vencer o Câncer.

Detecção
O câncer de pele é detectável por meio de um exame clínico feito pelo dermatologista. Também é feita uma dermatoscopia, que consegue analisar pontos que identificam o câncer de pele. "E, para fechar o diagnóstico, precisamos fazer uma exérese (cirurgia para retirar parte de um órgão) dessa lesão e análise", explica Maria Paula Del Nero, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A metástase é mais comum no melanoma. "Se for melanoma, que é o tipo mais agressivo de câncer, o paciente terá de fazer uma retirada ampla da pele ao redor da lesão", diz Maria Paula.

Dependendo do tipo de câncer, é preciso acompanhar a lesão por alguns anos. Para prevenir o câncer de pele, especialistas recomendam o uso de filtro solar em todas as áreas que podem ser expostas ao sol, como rosto, couro cabeludo, braços e pernas. O próprio paciente pode perceber alguma mancha suspeita no corpo e buscar atendimento. Desde 2014, a campanha Dezembro Laranja, da SBD, busca mostrar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.

A DOENÇA Incidência
É o câncer mais frequente no Brasil e no mundo. É mais comum em pessoas com mais de 40 anos e é considerado raro em crianças e pessoas negras. Causado principalmente pela exposição excessiva ao sol.

Tipos
Há os casos de câncer de pele melanoma, que têm origem nas células produtoras da melanina, e não melanoma, o mais comum.

Sintomas
Manchas que coçam, sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor, feridas que não cicatrizam em quatro semanas. O tipo não melanoma tem alta chance de cura.

Prevenção
Uso de filtro solar em todas as áreas do corpo que podem ser expostas ao sol. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Agência Estado)
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FOLHA DE S.PAULO

Pedidos de brasileiros para usar o 'SUS de Portugal' disparam em 2019 –

O número de brasileiros que querem usar o sistema público de saúde de Portugal disparou nos últimos dois anos, impulsionado principalmente pelo aumento da imigração.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a quantidade de pedidos de brasileiros para usarem o sistema alcançou em 2019 o valor mais alto da série histórica antes mesmo de o ano acabar.
Até 1º de dezembro, foram 87.596 documentos, de acordo com os dados da pasta ?cerca de 5.000 a mais do que o recorde do ano anterior.
O resultado é mais do que o dobro do registrado em 2017 (40.721), e representa uma alta de 1.288% em relação aos documentos emitidos em 2012 (6.308). o primeiro na série.
A mineira Érica Silva é um desses brasileiros. Ela diz ter ficado em pânico ao descobrir estar grávida menos de seis meses após chegar a Portugal, onde estava em situação migratória irregular.
"Fiquei com medo de não ter condições para ganhar minha bebê. Mas, no centro de saúde mesmo, já me explicaram que, por conta do PB4 [documento emitido pelo Ministério da Saúde brasileiro], eu não precisaria me preocupar com o acesso a hospital", afirmou ela.
O documento em questão é o CDAM (certificado de direito à assistência médica), também conhecido como PB4, que garante que os brasileiros, mesmo sem visto adequado para morar em Portugal, tenham acesso ao sistema público de saúde da mesma forma que um cidadão português.
Os brasileiros se beneficiam de um acordo bilateral celebrado com o governo de Portugal que garante reciprocidade no acesso à saúde.
Ou seja: portugueses, de forma semelhante, também têm direito de usar o SUS (Sistema Único de Saúde).
O Brasil tem acordos semelhantes com a Itália e com Cabo Verde.
Embora o PB4 também seja procurado por turistas que querem evitar gastos com um seguro-saúde particular, é entre os brasileiros que migraram que ele vira unanimidade.
Vídeos que ensinam a pedir o documento e a usá-lo, mesmo para quem não tem autorização legal para residir no país, acumulam milhares de visualizações.
Para solicitar o CDAM para Portugal (a documentação varia de acordo com o país), é exigida a apresentação do RG, CPF, passaporte válido e comprovante de residência no Brasil. O pedido pode ser feito pela internet.
O aumento expressivo na procura pelo PB4 coincide com um aumento dos migrantes brasileiros em Portugal. Em 2018, houve uma alta de 23,4% em relação ao ano anterior. Foi a segunda alta consecutiva, após um período de seis anos de quedas nos números oficiais (de 2011 a 2016).
Os dados, porém, não contabilizam os imigrantes irregulares, o que significa que a comunidade brasileira, em termos reais, cresceu bem mais.
Até outubro de 2019, o Ministério da Saúde português contabilizou 613.522 atendimentos a cidadãos com nacionalidade brasileira, incluindo cuidados de saúde primários, serviços de urgência, consultas hospitalares e internações.
O resultado representa um aumento de 68,4% em relação ao mesmo período de 2017.
Na rede pública portuguesa, ao contrário da brasileira, nem todos os atendimentos são gratuitos. Em alguns casos, como na ida à emergência de um hospital, é cobrada a chamada taxa moderadora: o governo subsidia a maior parte do custo, mas o usuário final ainda arca com uma tarifa.
"Em Portugal, por exemplo, se o português pagar por um procedimento de saúde, o brasileiro também deverá pagar. Da mesma forma, os procedimentos gratuitos ao nativo também serão gratuitos aos portadores do CDAM", explica o ministério, em nota.
Grávidas, desempregados e menores de 18 anos são algumas das categorias que estão totalmente isentas de pagamento nos estabelecimentos de saúde.
Apesar do acesso facilitado a hospitais e consultas, quem vive de maneira irregular no país, ainda que tendo o PB4, pode enfrentar algumas dificuldades no acesso subsidiado a medicamentos.
Reconhecido com um modelo de sucesso na Europa, o serviço público de saúde em Portugal tem enfrentado uma sucessão de problemas e queixas nos últimos meses, especialmente quanto à falta de médicos especialistas e as longas horas de espera.
No fim de junho, um relatório divulgado pela Comissão Europeia apontou redução nos investimentos na área. A despesa pública portuguesa na saúde caiu para 6,1% do PIB, enquanto a média europeia é de 7,8% do Produto Interno Bruto.
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REVISTA HOSPITAIS BRASIL

Ações de humanização em UTIs ajudam a reduzir incidência de Burnout nos profissionais da saúde

Uma ação colaborativa internacional liderada por universidades e hospitais norte-americanos busca, nos últimos anos, incentivar protocolos e iniciativas de prevenção à Síndrome de Burnout. De acordo com pesquisadores dessas entidades, estudos oficiais realizados em vários países apontam que 20% dos profissionais de saúde que trabalham em unidades de tratamento intensivo apresentam os sintomas deste distúrbio psíquico, que é marcado pelo esgotamento profissional. Para lidar melhor com as rotinas estressantes e o trabalho sob pressão, inerentes ao tratamento de pacientes críticos, muitas instituições estão implantando mudanças e investindo em prevenção.
O assunto foi discutido na quinta-feira (12), durante o Simpósio de Humanização em UTIs, realizado pelo Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS). O projeto UTI Visitas, desenvolvido em parceria com o Ministério da Saúde, dentro do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS), foi uma das ações apresentadas. Criada para flexibilizar o acesso de familiares aos pacientes internados e com foco em melhorar o bem estar desses acompanhantes, a iniciativa trouxe vantagens inesperadas também à médicos, enfermeiros e técnicos.
"Uma das preocupações no início do projeto era o impacto que teria junto aos profissionais. Existia uma ideia de que a ocorrência de Burnout pudesse aumentar. Mas isso não aconteceu e, em alguns dos 36 hospitais no qual implantamos o UTI Visitas, observamos inclusive redução", afirmou a coordenadora assistencial do CTI Adulto, enfermeira Daiana Barbosa. A pesquisadora acrescentou que ainda estão buscando uma explicação pra este resultado, mas que "provavelmente o maior vínculo entre equipes e famílias tenha contribuído para os profissionais reconhecessem o valor social de seu trabalho", concluiu.
A neurologista Maria Cecília Vecino, do Hospital Moinhos de Vento, explicou o que é a Síndrome de Burnout e as razões para se tornar cada vez mais comum, não só entre profissionais da saúde. Ela também falou sobre a prevenção, como identificar alguém na equipe com o problema e como tratar. A incidência é maior entre as mulheres. Além de afetar a saúde física e mental, as consequências da síndrome são o aumento da rotatividade em empregos e até uma redução na qualidade do atendimento prestado ao paciente.
UTI Visitas
O simpósio foi organizado pela equipe idealizadora do UTI Visitas e responsável por sua execução na instituição. O projeto foi implantado para a pesquisa do PROADI-SUS em 36 hospitais do Brasil. Destes, 80% tornaram definitiva a flexibilização do horário. A permanência média dos familiares com os pacientes passou de 90 minutos para 10 horas ao dia nas instituições envolvidas.
Durante os painéis, foram analisados aspectos como os cuidados para viabilizar a presença de familiares na unidade e seus papéis, a redução de danos intra e pós internação, a humanização na reabilitação física, mental e espiritual e o suporte psicológico. As mesas contaram com a participação de familiares para discutir as vantagens aos pacientes.
Iniciativa premiada
O projeto UTI Visitas vem sendo reconhecido nacional e internacionalmente. De 2017 a 2019, o programa desenvolvido em 36 unidades país afora recebeu seis prêmios – entre eles, o Patient and Family Centered Care Award, pelo Johns Hopkins Partners Forum, e o 37th ISICEM Award, pelo ISICEM-Brussels.
As duas premiações se somam ao troféus nacionais Top Cidadania, concedido pela ABRH, Top Inovação em Processos e Top de Marketing categoria Ouro, ambos da ADVB, e o mais recente, Gestão Qualidade e Segurança, pela CBMI-AMIB. Além disso, a iniciativa é tema de seis publicações de revistas especializadas internacionais.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação