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DESTAQUES
Estudo: UTIs crescem no Brasil, mas milhões vivem longe de leitos
79% dos médicos da América Latina consideram a IA como aliada, aponta pesquisa
MÍDIA NEWS
Estudo: UTIs crescem no Brasil, mas milhões vivem longe de leitos
Hoje, cerca de 180 milhões de brasileiros dependem exclusivamente do SUS
O Brasil registrou um aumento de 52% em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em uma década, mas a distribuição das unidades e especialistas continua desigual entre as regiões e usuários da rede pública e da particular.
É o que mostra o relatório da Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) divulgado neste mês. Segundo a entidade, o Brasil tem 73 mil leitos de UTI. No SUS, são 37.820. Na rede privada, 35.340.
Apesar da proximidade numérica, proporcionalmente há 24,87 leitos a cada 100 mil habitantes no SUS (Sistema Único de Saúde). No particular, são 68,28 leitos a cada 100 mil.
Hoje, cerca de 180 milhões de brasileiros dependem exclusivamente do SUS para atendimento de saúde. Considerando o total de 73 mil leitos de UTI, os brasileiros têm 36 para cada 100 mil habitantes.
A população brasileira foi estimada em 212,6 milhões de habitantes em 1º de julho de 2024, de acordo com projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Um dos principais motivos para o aumento de leitos foi a necessidade gerada pela pandemia da Covid. Em 2019, havia 55 mil leitos no Brasil. Antes de chegar aos atuais 73 mil, em 2022, este número já ultrapassava os 70 mil entre públicos e privados.
Mas não foi só o coronavírus que estimulou o crescimento de UTIs. O relatório também aponta os surtos de dengue -que atingiu seu recorde histórico de casos em 2024-, a incidência de acidentes automobilísticos, bem como uma resposta ao envelhecimento da população.
Segundo Patrícia Mello, presidente da Amib, o número total de leitos de UTIs é estaticamente adequado para atender a população brasileira. Para ela, o problema é a distribuição geográfica das unidades e de equipes especializadas. Em especial, de médicos intensivistas.
Em estados como o Amapá, existem apenas cinco médicos intensivistas, em uma proporção de 0,68 especialistas para cada 100 mil pessoas. Todos eles estão na capital Macapá, onde há 213 leitos de UTI públicos e privados -incluindo para atendimento de adultos, neonatal e para vítimas de queimaduras.
Isso significa que mais de 290 mil amapaenses estão distantes de intensivistas e de um leito de UTI em um estado cerca de três vezes maior do que o Espírito Santo. A Secretaria da Saúde do Amapá não respondeu a reportagem sobre investimentos na área.
O cenário do estado no Norte, porém, é comum em todo o país. Segundo a Amib, a proporção de leitos em todas as capitais brasileiras é de 70,39 para cada 100 mil habitantes. Fora delas, o número cai para 25,58 leitos a cada 100 mil, uma taxa quase três vezes menor.
Isso significa deslocamento até leitos distantes, o que é crucial para garantir a vida de pacientes graves, segundo Mello.
O paciente da UTI precisa receber atendimento de complexidade, em geral, nas seis primeiras horas. Quando esse atendimento é retardado, você até pode resgatar um ou outro, mas a maioria você perde uma vida devido às situações de gravidade , explica a especialista.
Na avaliação da presidente da Amib, o investimento em UTI inclui capacitação de alta complexidade de médicos e enfermeiros, mas que os gestores devem estudar um número maior de locais estratégicos para instalá-las e investir em mais contratações. Em especial, para atuar em casos extremos.
A gente precisa resolver essa discrepância agora. Quando falamos da proporção atual, é em uma situação de normalidade. Em uma situação de uma pandemia ou catástrofe, isso transborda e temos um cenário de caos , acrescenta.
Em nota, o Ministério da Saúde afirma que desde o início do governo Lula foram repassados cerca de R$ 875 milhões anuais ao estados e municípios para custear as UTIs já existentes e R$ 2 bilhões nos últimos cinco anos para implantar 10 mil leitos adultos, pediátricos, neonatal e coronarianos.
Para a implementação e habilitação de um leito no SUS, o gestor estadual ou municipal deve encaminhar o requerimento ao Ministério da Saúde. Após análise e aprovação, os recursos são disponibilizados para a ampliação do serviço , acrescenta a pasta.
O Brasil registrou um aumento de 52% em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em uma década, mas a distribuição das unidades e especialistas continua desigual entre as regiões e usuários da rede pública e da particular.
É o que mostra o relatório da Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) divulgado neste mês. Segundo a entidade, o Brasil tem 73 mil leitos de UTI. No SUS, são 37.820. Na rede privada, 35.340.
Apesar da proximidade numérica, proporcionalmente há 24,87 leitos a cada 100 mil habitantes no SUS (Sistema Único de Saúde). No particular, são 68,28 leitos a cada 100 mil.
Hoje, cerca de 180 milhões de brasileiros dependem exclusivamente do SUS para atendimento de saúde. Considerando o total de 73 mil leitos de UTI, os brasileiros têm 36 para cada 100 mil habitantes.
A população brasileira foi estimada em 212,6 milhões de habitantes em 1º de julho de 2024, de acordo com projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Um dos principais motivos para o aumento de leitos foi a necessidade gerada pela pandemia da Covid. Em 2019, havia 55 mil leitos no Brasil. Antes de chegar aos atuais 73 mil, em 2022, este número já ultrapassava os 70 mil entre públicos e privados.
Mas não foi só o coronavírus que estimulou o crescimento de UTIs. O relatório também aponta os surtos de dengue -que atingiu seu recorde histórico de casos em 2024-, a incidência de acidentes automobilísticos, bem como uma resposta ao envelhecimento da população.
Segundo Patrícia Mello, presidente da Amib, o número total de leitos de UTIs é estaticamente adequado para atender a população brasileira. Para ela, o problema é a distribuição geográfica das unidades e de equipes especializadas. Em especial, de médicos intensivistas.
Em estados como o Amapá, existem apenas cinco médicos intensivistas, em uma proporção de 0,68 especialistas para cada 100 mil pessoas. Todos eles estão na capital Macapá, onde há 213 leitos de UTI públicos e privados -incluindo para atendimento de adultos, neonatal e para vítimas de queimaduras.
Isso significa que mais de 290 mil amapaenses estão distantes de intensivistas e de um leito de UTI em um estado cerca de três vezes maior do que o Espírito Santo. A Secretaria da Saúde do Amapá não respondeu a reportagem sobre investimentos na área.
O cenário do estado no Norte, porém, é comum em todo o país. Segundo a Amib, a proporção de leitos em todas as capitais brasileiras é de 70,39 para cada 100 mil habitantes. Fora delas, o número cai para 25,58 leitos a cada 100 mil, uma taxa quase três vezes menor.
Isso significa deslocamento até leitos distantes, o que é crucial para garantir a vida de pacientes graves, segundo Mello.
O paciente da UTI precisa receber atendimento de complexidade, em geral, nas seis primeiras horas. Quando esse atendimento é retardado, você até pode resgatar um ou outro, mas a maioria você perde uma vida devido às situações de gravidade , explica a especialista.
Na avaliação da presidente da Amib, o investimento em UTI inclui capacitação de alta complexidade de médicos e enfermeiros, mas que os gestores devem estudar um número maior de locais estratégicos para instalá-las e investir em mais contratações. Em especial, para atuar em casos extremos.
A gente precisa resolver essa discrepância agora. Quando falamos da proporção atual, é em uma situação de normalidade. Em uma situação de uma pandemia ou catástrofe, isso transborda e temos um cenário de caos , acrescenta.
Em nota, o Ministério da Saúde afirma que desde o início do governo Lula foram repassados cerca de R$ 875 milhões anuais ao estados e municípios para custear as UTIs já existentes e R$ 2 bilhões nos últimos cinco anos para implantar 10 mil leitos adultos, pediátricos, neonatal e coronarianos.
Para a implementação e habilitação de um leito no SUS, o gestor estadual ou municipal deve encaminhar o requerimento ao Ministério da Saúde. Após análise e aprovação, os recursos são disponibilizados para a ampliação do serviço , acrescenta a pasta.
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SAÚDE BUSINESS
79% dos médicos da América Latina consideram a IA como aliada, aponta pesquisa
Pesquisa do Medscape revela apoio à regulamentação da IA na saúde e destaca os benefícios e receios dos profissionais da Argentina, Brasil e México.
A inteligência artificial (IA) tem atraído a atenção da população por suas diversas aplicações, e esse avanço, que evolui rapidamente, está impactando significativamente a vida cotidiana e a prática médica. Espera-se que a IA redesenhe os cuidados médicos nos próximos anos. Uma pesquisa recente do Medscape, conduzida com mais de 3 mil médicos da Argentina, Brasil e México, revela que, embora muitos profissionais estejam otimistas em relação ao uso da IA na saúde, ainda persistem certos receios.
De acordo com o estudo, 71% dos médicos brasileiros defendem que o uso da IA na medicina seja supervisionado por órgãos governamentais ou associações médicas, refletindo uma clara demanda por monitoramento rigoroso. A opinião é compartilhada por 71% dos médicos argentinos e 79% dos mexicanos. Além disso, os três países concordam sobre a necessidade de uma estrutura regulatória: 84% dos brasileiros, 84% dos argentinos e 88% dos mexicanos consideram essencial a criação de regras claras para proteger pacientes e profissionais.
A pesquisa também destaca que 71% dos médicos brasileiros acreditam que a IA é útil para interpretar exames de imagem, enquanto 79% veem a tecnologia como um recurso capaz de revolucionar a gestão de prontuários médicos. Já na Argentina e no México, essa interpretação é menos frequente, com 67% e 65%, respectivamente, porém, a opinião sobre o uso de IA para prontuários médicos é semelhante entre os profissionais desses países (79% na Argentina e 81% no México). Para muitos médicos, a IA no ambiente de consultórios e hospitais já é vista como uma ferramenta promissora.
Evolução no uso de IA
Apesar de apenas 12% dos médicos brasileiros entrevistados utilizarem IA em tarefas administrativas, a pesquisa aponta para um cenário de evolução rápida. “A aceitação do uso da IA deve crescer significativamente nos próximos anos, pois 7 em cada 10 médicos ouvidos na pesquisa planejam incorporar a IA na rotina médica”, afirma Leoleli Schwartz, editora sênior do Medscape em português. Esse fenômeno também é observado na Argentina, onde 13% dos médicos usam IA para tarefas administrativas, e no México, onde 19% já a utilizam. Ambos os países projetam um aumento do uso da tecnologia no futuro (73% na Argentina e 71% no México).
Um ponto de preocupação entre os médicos é o impacto da IA na negligência médica. 45% dos médicos no Brasil, 42% na Argentina e 48% no México temem que a IA substitua o julgamento clínico. No entanto, a pesquisa também revela que, apesar desses receios, profissionais de todos os países acreditam que a IA pode ajudar a reduzir os casos de negligência médica (60% na Argentina, 52% no Brasil e 58% no México). Os médicos brasileiros demonstram maior preocupação com o risco de falhas tecnológicas ou uso inadequado da IA, com 34% de preocupados, em comparação a 24% no México e 19% na Argentina. “Muitos médicos brasileiros acreditam que a IA tem o potencial de transformar positivamente a medicina. Ao reduzir encargos administrativos e agilizar processos, a IA promete devolver aos médicos o tempo e os recursos necessários para se concentrar no que realmente importa: o atendimento ao paciente”, conclui a editora.
Dados da Pesquisa
A pesquisa foi realizada entre 11 de janeiro e 14 de março de 2024, com 3.140 médicos que assinam as edições em espanhol e português do Medscape, atuando na Argentina, Brasil e México.
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Assessoria de Comunicação