ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Operação flagra esquema de remédio para emagrecer
Novo vírus registrado no país causa morte por febre hemorrágica brasileira em Sorocaba
Laboratório faz recall de ranitidina, usada para úlcera gástrica
Normas de saúde e segurança no trabalho serão revisadas para eliminar multas desnecessárias
IESS traça panorama da saúde da mulher no Brasil
Por que todo mundo deveria estar preocupado com a resistência antimicrobiana
Planos de saúde sobem o triplo da inflação em três anos
Manual de compliance da Ahpaceg orienta associados sobre relação com fornecedores
O POPULAR
Operação flagra esquema de remédio para emagrecer
Formado por 30 pessoas, grupo produzia e vendia ilegalmente a medicação em três municípios de Goiás
Um esquema de produção e venda pela internet de produtos para emagrecimento envolvendo 30 suspeitos foi denunciado ontem pelo Ministério Público de Goiás (MP). Dentre eles, 13 seguem presos. Durante a Operação Dieta Sadia, foi constatada a produção e a comercialização ilegal de medica-mentos para emagrecimento, sem registro, nas cidades de Cachoeira Alta, Paranaiguara e São Simão, ficando configurada, segundo o MP, a existência de uma organização criminosa, estruturada desde, pelo menos, 2013.0 grupo contava ainda com a colaboração de uma adolescente, um servidor público e policiais militares não identificados.
A organização produzia e comercializava remédios à base de anfetamina, inibidora de apetite, sibutramina, e dos de pressivos chamados fluoxetina e diazepam, no qual o uso é condicionado à prescrição médica, além de remédios para dor e estimulantes sexuais, o que rendia lucros exorbitantes, que foram lavados por meio de empresas de fachada e operações de compra e venda por laranjas. Depois de prontos, os remédios eram vendidos pela internet ou também repassados em academias, salões de beleza e revendedoras de cosméticos.
As fábricas funcionavam sem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de modo "extremamente amador", segundo os promotores de Justiça. Entre os investigados estão um vereador de Paranaiguara, onde a investigação começou.
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FOLHA DE S.PAULO
Novo vírus registrado no país causa morte por febre hemorrágica brasileira em Sorocaba
Natália Cancian
O Ministério da Saúde informou nesta segunda (20) o registro de um caso confirmado da doença febre hemorrágica brasileira, causada por um novo vírus. Havia mais de 20 anos que a doença não era registrada no país.
O caso foi notificado inicialmente pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que pediu apoio para investigação. Segundo a pasta, exames apontaram cerca de 90% de similaridade com o arenavírus, da espécie Sabiá.
A febre hemorrágica brasileira foi identificada pela primeira vez na década de 1990. Desde então, já ocorreram quatro casos em humanos, sendo três no estado de São Paulo, em área silvestre, e um no Pará.
O caso confirmado neste ano foi registrado em um paciente adulto, morador de Sorocaba, no interior de São Paulo, que morreu no dia 11.
Em nota, o ministério diz que o evento ocorreu de forma isolada. "Nesse momento, não há risco para trânsito de pessoas, bens ou mercadorias a nível nacional ou internacional", informa.
A confirmação, porém, acendeu um alerta entre autoridades de saúde devido à gravidade da doença, considerada de alta letalidade. Também levou o ministério a notificar a OMS (Organização Mundial de Saúde).
O paciente que teve o caso confirmado teve os sintomas registrados no dia 31 de dezembro, passou por três hospitais e não tinha histórico de viagem internacional.
Inicialmente, o caso chegou a ser investigado como suspeito de febre amarela, mas exames descartaram a doença. O caso foi confirmado como febre hemorrágica brasileira após exames identificarem o arenavírus.
Os primeiros sintomas são febre, mal-estar, dores musculares, manchas vermelhas no corpo, dor de garganta, no estômago e atrás dos olhos, dor de cabeça, tonturas, sensibilidade à luz, constipação e sangramento de mucosas, como boca e nariz. Com a evolução, podem ser registradas alterações neurológicas.
Ainda não foi confirmada a origem da contaminação. O ministério diz que funcionários dos hospitais por onde o paciente passou estão sendo monitorados, assim como os familiares da vítima.
O que se sabe é que as pessoas contraem a doença possivelmente por meio da inalação de partículas formadas a partir da urina, fezes e saliva de roedores infectados. (21|01|20)
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AGÊNCIA ESTADO
Laboratório faz recall de ranitidina, usada para úlcera gástrica
Mais de 50 lotes do medicamento podem ter contaminação por nitrosamina, impureza classificada como possível causadora de câncer em humanos
A Medley, unidade de negócios de genéricos da Sanofi, anunciou nesta segunda-feira (20) o recolhimento voluntário do medicamento ranitidina, indicado para o tratamento de úlceras de estômago ou de duodeno.
Segundo a empresa, a medida foi adotada por risco de contaminação por nitrosamina, impureza "classificada como possível causadora de câncer em humanos".
Na semana passada, a Anvisa (Anvisa Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou recomendações para que fabricantes adotem medidas para evitar a presença da substância em medicamentos.
Segundo a empresa, o recall é uma medida preventiva e vai atingir lotes nas dosagens de 150 mg e 300 mg. Ao todo, 50 lotes serão recolhidos.
"O recolhimento é realizado devido à possível contaminação com uma impureza de nitrosanima chamada N-nitrosodimetilamina (NDMA). A NDMA identificada é classificada como possível substância causadora de câncer em humanos", informa o comunicado. Ainda de acordo com a farmacêutica, os pacientes não terão custos.
A Anvisa informou que "recolhimentos voluntários de medicamentos estão em curso no Brasil, além da interdição de diversos lotes de medicamentos que não apresentaram dados sobre a presença das nitrosaminas".
Outra empresa que anunciou recall do medicamento foi o Aché Laboratórios Farmacêuticos.
Em nota, o laboratório informou que protocolou, preventivamente, junto à Anvisa o recolhimento voluntário dos produtos Label comprimidos, Label xarope e seus respectivos genéricos de cloridrato de ranitidina em dezembro do ano passado. Os medicamentos não são mais comercializados.
A farmacêutica informou que "segue rigorosamente todas as solicitações da Anvisa, inclusive a recomendação sobre o controle das nitrosaminas, e acompanha continuamente as discussões internacionais e nacionais sobre o tema".
Anvisa considera caso 'inaceitável'
Em nota publicada em seu site, a Anvisa classificou a presença da impureza como algo "inaceitável".
"As nitrosaminas são encontradas em alguns alimentos e suprimentos de água potável, mas as que são formadas em processos de síntese de ingredientes ativos usados na fabricação de fármacos são consideradas como impurezas. Por isso, sua presença em medicamentos é considerada inaceitável."
O órgão recomendou que os fabricantes realizem testes nos insumos e nos produtos.
A Anvisa informou que, desde julho de 2018, tem adotado medidas para conter a presença da impureza nos medicamentos. No mesmo ano, a substância foi encontrada em remédios para pressão arterial conhecidos como "sartanas", o que causou o recolhimento dos medicamentos em vários países.
"Diante desse novo achado e considerando a experiência adquirida com 'sartanas', pelo princípio da precaução, a Anvisa vem adotar medida proativa em relação a outras classes de medicamentos."
Em setembro do ano passado, o órgão suspendeu a importação, o uso e a comercialização do insumo farmacêutico ranitidina fabricado pela Saraca Laboratories Limited, empresa com sede na Índia, após a detecção de NDMA.
"Medidas similares foram adotadas por outras autoridades estrangeiras, como FDA (Food and Drug Administration), EMA (European Medicines Agency) e Health Canada. Após essa suspensão, outras proibições de importações e uso de cloridrato de ranitidina foram feitas pela Anvisa, totalizando seis produtores do insumo."
O que fazer
A Medley recomenda que os pacientes que têm produtos de algum dos lotes entrem em contato com o SAC da empresa pelo telefone 0800 729 8000, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h. "Em caso de dúvidas sobre o tratamento, entre em contato com o seu médico."
"Os pacientes são aconselhados a continuar usando seus medicamentos normalmente, a menos que sua descontinuação tenha sido aconselhada por seu médico ou farmacêutico, levando em consideração as recomendações nas informações do produto", orienta a Anvisa. (20|01|20)
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GAZETA DO POVO
Normas de saúde e segurança no trabalho serão revisadas para eliminar multas desnecessárias
O governo vai terminar de revisar até novembro deste ano todas as normas regulamentadoras (NRs) de segurança e saúde no trabalho. Elas estabelecem uma série de medidas a serem adotadas pelas empresas para prevenir acidentes e doenças ocupacionais no ambiente de trabalho, sob pena de multa em caso de descumprimento. O objetivo da revisão, segundo o governo, é simplificar a legislação e acabar com obrigações e multas que não fazem mais sentido ou que só existem para penalizar o empregador.
Para o ministério da Economia, as NRs são burocráticas e pouco eficientes. Muitas delas estão desarticuladas dos padrões internacionais e causam conflitos entre normas trabalhistas e previdenciárias. A pasta diz, ainda, que algumas NRs possuem caráter subjetivo, gerando insegurança jurídica, além de elevado custo de implementação para as empresas, sem que isso necessariamente se reflita na redução de acidentes e gastos previdenciários. Cerca de 20% das NRs nunca foram atualizadas.
?Para você ter uma ideia, quando eu cheguei aqui em janeiro, [quase] 6.900 tipos diferentes de multas poderiam ser aplicadas a quem empreende neste país. Eu desafio qualquer um a ter o conhecimento da integralidade desse colossal que o Estado impõe somente na área de saúde e segurança do trabalho?, afirmou o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, à Gazeta do Povo, em dezembro.
Revisão das NRs começou em 2019
O processo de revisão das NRs começou no ano passado. Ao longo de 2019, o governo reviu dez normas (veja a lista completa ao fim desta matéria), sendo que uma delas foi extinta (a NR-2). Ainda falta revisar 26 normas.
Segundo Marinho disse à Gazeta do Povo em dezembro, somente com a customização dessas dez normas o governo conseguiu eliminar milhares de multas desnecessárias e fazer com que o setor produtivo deixe de gastar mais de R$ 100 bilhões ao longo de dez anos para cumprir as antigas exigências.
Uma das principais NRs revistas foi a de número 28, que estabelece as linhas de fiscalização de cumprimentos das normas e as penalidades a serem aplicadas. A norma antiga previa 6.863 possibilidades de multas para todo o setor produtivo. Após a revisão, esse número foi reduzido para 4.096. Ou seja, foram eliminadas cerca de 2,7 mil autuações. O novo texto da norma regulamentadora foi publicado no Diário Oficial no dia 24 de setembro.
Outra norma que foi modernizada no ano passado foi a NR-12, que trata sobre máquinas e equipamentos. Ela traz regras sobre local de instalação, procedimentos de instalação, meios de acesso, dispositivos de paradas, aspectos ergonômicos, regras de manutenção, reparo, ajuste e limpeza, entre outros itens.
A norma foi editada na década de 1970 e revista pela última vez em 2010. Segundo o governo, as regras contidas na NR-12 eram de difícil execução e não estavam alinhadas a padrões internacionais. Em alguns casos, exigiam que as empresas fizessem tantas alterações no maquinário que o equipamento acabava perdendo a garantia.
Com a revisão, o novo texto da NR-12 poderá reduzir até R$ 43,4 bilhões em custos para toda a indústria, no prazo de vida útil dos equipamentos. A nova redação também deve refletir em um aumento entre 0,5% e 1% da produção industrial. Os dados foram calculados pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do ministério da Economia.
Pente-fino nas NRs em 2020
Em 2020, o governo vai continuar debruçado no processo de revisão das NRs. A meta é revisar todas as 26 normas que estão pendentes, além de concluir a revisão das NRs 15 e 22, iniciada no ano passado.
As normas que estão em processo mais avançado e devem ter seu novo texto publicado logo são as de número 7, 9 e 18. A nova redação já foi aprovada na Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP). As normas tratam, respectivamente, do programa de controle médico de saúde ocupacional, do programa de prevenção de riscos ambientais e de normas de segurança no setor de construção civil.
As NRs 4, 5, 17, 10, 29, 30, 31, 32, e os anexos I, II e XIV da NR-15 já se encontram em processo de revisão. As demais normas pendentes ainda não tiveram seu processo iniciado, mas a previsão do governo é começar e finalizar os tramites ainda neste ano.
Como é feita a revisão
O trabalho de revisão das normas regulamentadoras começa com a avaliação inicial de um grupo técnico, coordenado pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, ligada ao Ministério da Economia. Esse grupo é composto por auditores-fiscais do trabalho, pesquisadores da Fundacentro e profissionais do Ministério da Saúde e da Secretaria de Previdência.
Após a primeira fase, os textos são enviados para consulta pública. O tempo médio dessa consulta varia entre 30 e 45 dias. Em casos mais complexos, é realizada audiência pública. Foi o que aconteceu com as NRs 7, 9 e 17, que estão em processo de revisão.
Depois da consulta pública, todo o material coletado sobre as NRs é enviado para a Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP). Essa comissão conta com representantes de centrais sindicais, das confederações dos empregadores e de técnicos do governo. É função da comissão a construção do texto final da NR. Esse processo pode durar de um a seis meses. Ao chegar-se a um consenso, o novo texto da NR é publicado no Diário Oficial da União.
Segundo a secretaria especial de Previdência e Trabalho, todo o ?processo leva em conta a redução da burocracia e simplificação dos processos sem alterar o sistema de proteção ao trabalhador?. As NRs foram criadas a partir da década de 1970. Elas visam a proteção do trabalhador e a redução de custos previdenciários (pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente) e com saúde (SUS).
Lista
Confira como está o processo de revisão das 36 NRs existentes (eram 37, mas a NR-27 foi revogada em 2008):
NR-2: revogada em 2019. A norma, que já estava em desuso, indicava que todo estabelecimento, antes de iniciar suas atividades, deve solicitar a aprovação de suas instalações ao órgão regional competente do Ministério do Trabalho.NR-1: revisada em 2019. Trata sobre disposições gerais.NR-3: revisada em 2019. Trata sobre embargo e interdição.NR-12: revisada em 2019. Trata sobre máquinas e equipamentos.NR-20: revisada em 2019. Trata sobre inflamáveis e combustíveis.NR-24: revisada em 2019. Trata sobre condições de higiene e conforto.NR-28: revisada em 2019. Trata sobre fiscalização e penalidades.NR-16: revisada em 2019. Trata sobre atividades e operações perigosas.NR-15: revisada parcialmente em 2019. Foi revisto item sobre benzeno e cancerígenos. Revisão será finalizada em 2020.NR-22: revisada parcialmente em 2019. Foi incluído item sobre vedação de construção/funcionamento de áreas de vivência localizadas à jusante de barragem sujeitas à inundação em caso de rompimento. Revisão será finalizada em 2020.NR-7: Nova redação aprovada pela Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP). Será publicada em 2020. Trata do programa de controle médico de saúde ocupacional.NR-9: Nova redação aprovada pela Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP). Será publicada em 2020. Trata do programa de prevenção de riscos ambientais.NR-18: Nova redação aprovada pela Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP). Será publicada em 2020. Trata de normas de segurança no setor de construção civil.NR-4: em processo de revisão, com previsão de publicação em 2020. Trata de serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.NR-5: em processo de revisão, com previsão de publicação em 2020. Trata sobre a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa).NR-17: em processo de revisão, com previsão de publicação em 2020. Trata de ergonomia.NR-10: em processo de revisão, com previsão de publicação em 2020. Trata de instalações elétricas.NR-29: em processo de revisão, com previsão de publicação em 2020. Trata sobre o setor portuário.NR-30: em processo de revisão, com previsão de publicação em 2020. Trata sobre o setor aquaviário.NR-31: em processo de revisão, com previsão de publicação em 2020. Trata sobre agricultura, pecuária, silvicultura e aquicultura.NR-32: em processo de revisão, com previsão de publicação em 2020. Trata sobre serviços de saúde.NR-6: será revisada em 2020. Trata de equipamentos de proteção individual.NR-8: será revisada em 2020. Trata sobre segurança em edificações.NR-11: será revisada em 2020. Trata de transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais.NR-13: será revisada em 2020. Trata de Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações.NR-14: será revisada em 2020. Trata de fornos.NR-19: será revisada em 2020. Trata sobre atividades com explosivos.NR-21: será revisada em 2020. Trata sobre trabalho a céus abertos.NR-23: será revisada em 2020. Trata sobre proteção contra incêndios.NR-25: será revisada em 2020. Trata sobre resíduos industriais.NR-26: será revisada em 2020. Trata de sinalização de segurança.NR-33: será revisada em 2020. Trata sobre trabalhos em espaços confinados.NR-34: será revisada em 2020. Trata sobre condições e meio ambiente na indústria.NR-35: será revisada em 2020. Trata sobre trabalho em altura.NR-36: será revisada em 2020. Trata sobre Empresas de Abate e Processamento de Carnes.NR-37: será revisada em 2020. Trata sobre segurança e saúde em plataformas de petróleo. (20|01|20)
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REVISTA APÓLICE
IESS traça panorama da saúde da mulher no Brasil
Análise considera dados das beneficiárias de planos médico-hospitalares entre 2013 e 2018, apontando que o total de mamografias realizadas nesse período avançou de 4,8 milhões para 5 milhões
A procura por mamografia teve um aumento relevante entre as beneficiárias de planos de saúde médico-hospitalares de 2013 a 2018. De acordo com a Análise da Assistência à Saúde da Mulher na Saúde Suplementar Brasileira, feita pelo IESS, o total de exames desse tipo avançou de 4,8 milhões para 5 milhões entre 2013 e 2018, havendo alta de 5,1%.
Mais importante, o levantamento mostra que a procura pelo procedimento cresceu justamente pelo grupo definido como prioritário pelo Ministério da Saúde, as mulheres com idade entre 50 anos e 69 anos. Para elas, o número total de realização deste exame subiu de 2,1 milhões, em 2013, para 2,3 milhões em 2018. Incremento de 7,3%. José Cechin, superintendente executivo do Instituto pondera que apesar do resultado, essa faixa etária ainda responde por menos de metade dos exames desse tipo no País. "Os números demonstram que mesmo que a conscientização sobre o câncer de mama tenha crescido em decorrência de campanhas como o Outubro Rosa, ainda é necessário mais investimento em promoção da saúde das mulheres", avalia.
Enquanto o total de internações relacionadas ao câncer de mama avançou 19,7% no período analisado, passando de 34,9 mil para 41,7 mil, o de internações por câncer no colo de útero recuaram de 12,3 mil para 12,1 mil. Retração de 2,3%. Cechin afirma que é preciso fazer uma investigação mais aprofundada para entender se esse resultado é efetivamente positivo. "Entre 2013 e 2018, detectamos uma redução expressiva, de 6,8%, na procura pelo exame diagnóstico preventivo de câncer de colo de útero, conhecido como Papanicolau. Com isso, é preciso estudarmos mais detalhadamente a questão para entender se houve um recuo da incidência da doença ou se os casos estão sendo subdiagnosticados", alerta. Em 2013, foram realizados 6,6 milhões de exames de citopatologia cérvico vaginal (Papanicolau). Já em 2018, foram 6,1 milhões.
O estudo ainda indica um incremento na utilização de métodos contraceptivos. O total de laqueaduras tubárias avançou 20,7% no período analisado, indo de 13 mil para 15,7 mil. Já o implante de dispositivo intrauterino (DIU) mais do que quadruplicou. Foram 40,2 mil procedimentos em 2013 e 167,7 mil em 2018, crescendo 317,2%.
Até em decorrência desse comportamento, o levantamento detectou uma redução de 5% no total de partos no Brasil, caindo de 535,7 mil partos para 508,9 mil. As cesarianas continuam respondendo pela maior parte dos procedimentos na saúde suplementar. Foram 425,9 mil ante 82,9 mil partos naturais em 2018. Ou seja, somente 16,3% dos partos são naturais. Vale lembrar que a meta da ANS é de no máximo 45% dos partos sejam cesáreas e a OMS recomenda que esse parto não responda por mais de 15% do total. Praticamente o oposto do registrado atualmente. "Apesar das metas estabelecidas, acreditamos que é preciso destacar que cada procedimento tem benefícios próprios e os casos devem ser avaliados individualmente em conjunto pela mãe e seu médico de confiança", diz Cechin.
Em relação a 2013, o total de cesáreas recuou 6%, passando de 453,2 mil para 425,9 mil. Já o total de partos naturais cresceu 0,5%, avançando de 82,4 mil para 82,9 mil. Os números, novamente, são referentes apenas aos procedimentos realizados na saúde suplementar. (20|01|20)
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SAÚDE WEB
Por que todo mundo deveria estar preocupado com a resistência antimicrobiana
A resistência antimicrobiana – a capacidade de bactérias, parasitas, vírus e fungos resistirem a esses medicamentos – foi considerada pela OMS como uma das dez maiores ameaças à saúde pública global em 2019, junto a mudanças climáticas e ebola, por exemplo. No mesmo ano, a organização elaborou um plano estratégico que durará 5 anos para combater os 10 problemas selecionados.
Se nenhuma ação for tomada estima-se que até 2050 este problema em específico causará, anualmente, a perda de 10 milhões de vidas em todo o mundo. A previsão de prejuízo econômico é da ordem de 100 trilhões de dólares, que considera, por exemplo, a perda considerável da força de trabalho e o aumento dos custos da saúde.
Parte do plano estratégico da OMS é monitorar a porcentagem de infecções da corrente sanguínea devido a organismos resistentes a antimicrobianos. A meta é que em 2023 haja uma redução em 10%.
No Brasil, as infecções bacterianas ou fúngicas sistêmicas diagnosticadas no curso da internação hospitalar são de notificação compulsória. Além disso, são utilizadas como indicador de qualidade do serviço prestado.
Enquanto a indústria farmacêutica tradicional luta há anos para desenvolver novas drogas contra os microrganismos resistentes, em 2019 a CB Insights publicou em seu Game Changers – startups selecionadas com potencial de mudar a sociedade e as economias para melhor – a categoria Superbug Killers, ou seja, startups que abordam o surgimento de superbactérias resistentes a antimicrobianos. As selecionadas que estão enfrentando este problema são as seguintes:
Adaptative Phage Therapeutics
Todo antibiótico que foi ao mercado até hoje criou resistência antimicrobiana. O que variou foi o tempo entre sua implantação e o desenvolvimento de resistência a ele. O PhageBank⢠foi criado por esta empresa americana com a promessa de quebrar esse ciclo. Suas terapias estão em testes experimentais e já possuem estudos de caso disponíveis.
Os fagos, formalmente conhecidos como bacteriófagos, são vírus que apenas matam e atingem seletivamente bactérias. Eles são as entidades biológicas mais comuns na natureza e demonstraram combater e destruir efetivamente bactérias resistentes a vários medicamentos. Ou seja, quando todos os antibióticos falham, os fagos ainda conseguem matar as bactérias e podem salvar uma vida de uma infecção1.
Bugworks
A Bugworks tem laboratórios nos EUA, Austrália e Índia. Sua principal frente de trabalho é a pesquisa e o desenvolvimento de novas gerações de antibióticos de amplo espectro capazes de tratar infecções hoje resistentes.
A partir de modelagem molecular, bioquímica e estruturas biológicas criaram a plataforma batizada de ELUDE⢠– que previne o efluxo do antibiótico na bactéria (uma das formas de resistência). As pesquisas até agora estão na fase in vitro.
MicuRX Pharmaceuticals
Uma empresa que foca no descobrimento, desenvolvimento e comercialização de terapia antimicrobiana de combate aos superbugs. Seus cientistas estão tanto nos EUA como na China cooperando nesta busca e já possuem um pipeline com 4 potenciais candidatos.
Considerações finais
A humanidade e sua curta memória parecem ter esquecido como era a vida antes dos antibióticos e os tratam hoje de forma displicente e não como um medicamento que revolucionou a vida neste planeta. A série documental Explicando da Netflix reservou um episódio inteiro para abordar o tema e nos conta detalhadamente como iniciou algumas das pandemias mais aterrorizantes do mundo, como a da gripe suína.
O uso excessivo e inadequado destas drogas, não apenas pela medicina humana, mas da mesma forma pela veterinária, especialmente na produção de carne, nos fez chegar a este ponto. Os esforços terão que ser contínuos e colaborativos entre todos os setores envolvidos daqui pra frente, principalmente a saúde e a agropecuária.
Educação continuada de profissionais da saúde, controle do uso de antibióticos hospitalares, campanhas de conscientização pública são medidas mandatórias, mas que ainda representam apenas a ponta do iceberg se não quisermos ser dizimados por estes seres microscópicos. (19|01|20)
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AGORA SÃO PAULO
Planos de saúde sobem o triplo da inflação em três anos
Enquanto a inflação oficial do país medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) fechou 2019 com alta de 4,31%, a inflação dos planos de saúde subiu 8,24% no mesmo período.
A disparidade entre as categorias foi ainda maior nos últimos três anos. A inflação geral acumulada em 2017, 2018 e 2019 é de 11,41%. Os convênios médicos ficaram 36,61% mais caros, o triplo.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o pagamento do plano de saúde foi o segundo item que mais pesou no bolso do brasileiro em dezembro de 2019 (4,34%), atrás somente das refeições fora de casa (5,02%), puxadas, sobretudo, pelo aumento da carne no último trimestre.
Gerente de pesquisa do IPCA, Pedro Kislanov diz considerar a alta aplicada nos planos mais expressivos de cada região para fazer o levantamento de preços do IBGE. Normalmente, os reajustes não se dão somente com a inflação, mas também com o acréscimo de custos médicos nas condições em que é permitido.
Na opinião de Mário Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e integrante do Geps (Grupo de Estudos sobre Planos de Saúde), o aumento dos valores bem acima da inflação ocorre porque as empresas querem "compensar a perda de clientes.
Dados da Fenasaúde (federação que reúne 15 grupos do setor responsáveis por 40% do mercado) mostram que as operadoras tinham 50,7 milhões de beneficiários de produtos de assistência médica em março de 2014, contra 47,2 milhões em novembro de 2019.
Crise econômica sobrecarrega SUS em São Paulo e consultas sobem 10%
Coordenadora do Programa de Saúde do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), a advogada Ana Carolina Navarrete defende uma intervenção estatal para frear o aumento de preços. Trata-se de um problema regulatório que o cidadão individualmente não vai resolver. É uma questão sistêmica.
A pesquisadora diz que foram raras as oportunidades em que o cliente insatisfeito com o reajuste aplicado conseguiu negociar com a prestadora de serviço. Observamos que em caso de aumentos sem justificativas, o Poder Judiciário tende a ter um parecer favorável ao consumidor. A cada quatro casos, três ganham, diz.
Segundo levantamento divulgado em 2017 pelo Idec, a média dos reajustes contestados na Justiça é de 81,21%.
Disparidade pode ser maior, diz representante dos planos
A Fenasaúde afirma que a disparidade de aumento de preços tende a ficar ainda maior com o envelhecimento da população e o encarecimento das tecnologias usadas nos tratamentos médicos. Mudar esta situação é um desafio de toda a cadeia de saúde que depende, sobretudo, de uma mudança no modelo assistencial em direção a uma medicina baseada em desempenho, afirma a diretora-executiva do grupo, Vera Valente.
ANS acha comparação inadequada
A agência reguladora informa que não considera adequado comparar os reajustes dos convênios com a inflação oficial, já que o custo final deste tipo de serviço é impactado por fatores como o aumento da frequência de uso do plano de saúde, aumento dos preços e inclusão de novas tecnologias".
Variações dos serviços relacionados à saúde no ano de 2019 Serviços laboratoriais e hospitalares: 6,45% Fisioterapeuta: 4,74% Dentista: 3,55% Psicólogo: 0,58%. (18|01|20)
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GOIÂNIA EMPRESAS
Manual de compliance da Ahpaceg orienta associados sobre relação com fornecedores
Elaborado em 2018, código de conduta aborda diretrizes para compra e uso de órteses, próteses e materiais especiais
O compliance, nos ramos institucionais e corporativos, é o conjunto de condutas para se fazer cumprir as normas legais e regulamentares e as diretrizes estabelecidas para determinado negócio. Assim, tendo em vista o bom relacionamento entre os hospitais e as empresas fornecedoras de órteses, próteses e materiais especiais (OPME), a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) elaborou, em 2018, o " Manual Ahpaceg de Condutas e Controle de Dispositivos Médicos Implantáveis – Órteses, Próteses e Materiais Especiais ".
Esse manual de compliance objetiva também a prevenção de problemas relacionados à segurança dos pacientes e a construção e o fortalecimento de uma relação sólida, sustentável e ética entre os associados da Ahpaceg e os fornecedores da área da saúde. Para isso, orienta que cada hospital desenvolva um código de relacionamento com os fornecedores que contenha normas, diretrizes e critérios de gestão. Além disso, indica que os fornecedores devem ser avaliados segundo padrões técnicos de qualidade, em conformidade com os requisitos legais e sanitários, as normas regulamentadoras, a segurança do trabalhador e o respeito ao meio ambiente e que devem ser auditados periodicamente pelo comprador.
Embasado também em resoluções do Conselho Federal de Medicina e do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás, que tratam da relação entre médicos e as indústrias de órteses, próteses e materiais especiais, explicitam responsabilidade de diretores técnicos e clínicos de hospitais, disciplinam as prescrições e determinam arbitragem de especialista quando houver conflito, o manual aborda ainda o controle de qualidade e de consumo, a qualificação dos fornecedores de OPME e a remuneração dos hospitais.
A edição deste manual faz parte do trabalho da Ahpaceg, sempre pautado pela ética e a transparência na relação entre todos os segmentos do setor de saúde. Fundada em 2003, a Ahpaceg representa hospitais e instituições de saúde das áreas de diagnóstico por imagem, oncologia, bancos de sangue e laboratórios e com esse manual contribui para melhorar o relacionamento entre seus associados e as empresas fornecedoras do setor. (15|01|20)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação