Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 15/07/20 parte 1

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

ANS consegue suspender medida que obrigava planos de saúde a cobrir teste de coronavírus
ANS decide se testes para covid-19 continuam obrigatórios
Vírus avança na região Centro-Oeste
Aplicativo vai rastrear e monitorar registros pelo celular em Goiás
Caiado assina novo decreto e anuncia testagem em massa em 78 municípios
Anápolis instala mais dez UTI´S para pacientes com coronavírus
Cardiologista de Anápolis discorda do uso da Cloroquina pela rede municipal
Os polêmicos vídeos de médicos que recomendam tratamentos sem comprovação para a covid-19
Kit Covid-19 divide médicos
MPF-GO pede e Justiça nega tratamento da Covid-19 com cloroquina pelo Estado
Ainda sem registro de imunidade de rebanho
Goiás tem mais de 38 mil casos e 910 mortes
Dados de mortes têm defasagem
Goiânia está sem monitoramento da pandemia por bairros
Escola de Saúde de Goiás lança cursos EaD contra Covid-19
Grupo América inaugura Pronto Atendimento Cora Coralina
Decreto amplia prazos para suspensão de contratos e redução de jornada e salário

ESTADO DE S.PAULO

ANS consegue suspender medida que obrigava planos de saúde a cobrir teste de coronavírus

Exame avalia se há a presença dos anticorpos IgA, IgG ou IgM no sangue de pacientes que foram expostos ao vírus
A Agência Nacional de Saúde Suplementar ( ANS ) conseguiu na Justiça suspender efeitos da medida cautelar proferida em ação civil pública que obrigava planos de saúde a cobrir o teste sorológico para detectar a infecção pelo novo coronavírus . A decisão é temporária.
O exame avalia se há a presença dos anticorpos IgA, IgG ou IgM no sangue de pacientes que foram expostos ao vírus. A decisão da Justiça será levado para discussão da Diretoria Colegiada da ANS, que avaliará a medida a ser tomada. Enquanto isso, no entanto, continua válida a Resolução Normativa nº 458, que desde o dia 29 de junho obrigou os planos de saúde a oferecerem os exames sorológicos.
A Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos e Sistemas de Saúde (Aduseps), que entrou com a ação civil para obrigar a cobertura, disse que a atitude da ANS é uma afronta . A atitude da ANS em ingressar com um Agravo de Instrumento para derrubar a liminar é uma afronta, uma falta de respeito aos consumidores que pagam pelos seus planos e seguros de saúde.
Os exames sorológicos atendem a uma necessidade durante essa pandemia que de acordo com a indicação médica vai dizer o nível de anticorpos pela titulação do IGG e IGM. A ANS não considera o exame importante, pois as operadoras que devem pagar pelo procedimento da sorologia. Enquanto isso a Anvisa autoriza farmácias e drogaria a vender testes sorológicos , afirmou Renê Patriota, coordenadora executiva da entidade, que deve entrar com recurso.
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AGÊNCIA BRASIL

ANS decide se testes para covid-19 continuam obrigatórios

Debate será feito em reunião marcada para amanhã

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decide na próxima reunião de diretoria, marcada para amanhã (16), se o teste para detecção de covid-19 continua no rol de procedimentos obrigatórios dos planos de saúde. Os exames foram incluídos no dia 29 de junho , por causa de uma decisão judicial.
A liminar, no entanto, foi derrubada pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), a pedido da própria ANS. A agência informou que entrou com o recurso porque há risco para os beneficiários quando se incorporam novas tecnologias sem uma devida análise criteriosa.
"Estudos e análises de diversas sociedades médicas e de medicina diagnóstica mostram controvérsias técnicas em relação aos resultados desse tipo de exame e a possibilidade de ocorrência de alto percentual de falso-negativo. Suscitam dúvidas também quanto ao uso desses exames para o controle epidemiológico da covid-19. A decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, portanto, visa a proteger os indivíduos e promover a saúde pública num cenário ainda incerto em relação à pandemia", diz nota da ANS.
A agência informou que, independentemente das decisões judiciais, já faz avaliações técnicas sobre a incorporação de testes sorológicos para o novo coronavírus no rol de procedimentos.
Enquanto a diretoria colegiada da ANS não decide sobre o assunto, os testes IgA, IgC e IgM continuam obrigatórios em algumas situações clínicas, como gripe com quadro respiratório agudo (com febre, tosse, dor de garanta, coriza ou dificuldade respiratória) e síndrome respiratória aguda grave (dificuldade para respirar, pressão persistente no tórax, saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente ou coloração azulada nos lábios e rosto).
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DIÁRIO DA MANHÃ

Vírus avança na região Centro-Oeste

A epidemia do novo corona-vírus tem se acelerado nas Regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil nas últimas semanas, de acordo com dados de mortalidade divulgados pelas secretarias estaduais de Saúde e compilados por um consórcio de veículos de imprensa do qual o Estadão faz parte.
Os números deste levantamento são agregados em um intervalo de sete dias, de forma a minimizar as oscilações causadas pelo atraso de notificações em fins de semana e feriados. Nessas ocasiões, os óbitos divulgados costumam ser artificialmente mais baixos, o que cria altos e baixos inverídicos nas estatísticas. Para evitar esse problema, o cálculo revela a média de mortes diárias registradas em cada semana.
Uma série de indicadores mostra como a covid-19 começou a afetar de forma mais intensa as Regiões Sul e Centro–Oeste, que até agora pareciam ter sido poupadas de epidemias locais em grande escala. Na primeira semana de junho, as duas regiões juntas eram responsáveis por cerca de 4% das novas mortes registradas a cada dia no País. Hoje, já representam quase 18%. Essa dinâmica de crescimento fica ainda mais evidente ao comparar a curva de evolução da doença no Sul e no Centro-Oeste com as demais regiões do País.
Entre a primeira semana de junho e anteontem, a média diária de óbitos no Sul passou de 21 para 98, o que representa um aumento de 367%. No Centro-Oeste, no mesmo período, a média de mortes por dia saltou ainda mais: foi de 19 para 114, uma variação de 500%.
Nesse mesmo intervalo, a média no Sudeste passou de 461 para 470 No Nordeste, o valor foi de 347 para 384. Nesses casos, ocorreu um aumento de 2% e 11%, respectivamente, o que indica uma tendência de estabilização. Já no Norte, a variação foi de 170 para 81, uma queda de 52%.
Isolamento
Infectologista da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, Fábio Lopes Pedro afirma que as medidas de isolamento social adotadas nas Regiões Sul e Centro-Oeste adiaram o aumento de casos e, consequentemente, de mortes.

Brasil se aproxima de 2 milhões de casos

O Brasil registrou 1.300 novas mortes por covid-19, elevando o total de óbitos pela doença a 74.133, segundo dados divulgados ontem (14) pelo Ministério da Saúde. No balanço de 24 horas, 41.857 casos do novo coronavírus foram confirmados. Com isso, o número total de casos no País chega a 1.926.824. Desse total, 1.209.208 (62,8%) correspondem ao número de recuperados e 643.483 (33,4%) doentes ainda em acompanhamento. Há ainda cerca de 3.928 mortes em investigação. O Estado de São Paulo tem 386.607 casos do novo coronavírus e 18 324 mortes. O Ceará registrou 139.437 casos da doença e 6.977 óbitos. O Rio de Janeiro tem 132.822 casos e 11.624 mortes.
Goiás
Goiás registrou 1,072 casos e 30 óbitos de Covid-19 no balanço de 24h divulgado ontem. Com isso o estado chegou a 38.008 pessoas infectadas pela doença e 910 mortes. 11.429 pessoas foram curadas da infecção. Ao todo o estado tem 91.494 casos suspeitos e outros 41.788 descartados. Em relação aos óbitos, a taxa de mortalidade é de 2,39%. Existem ainda 61 óbitos suspeitos e outros 559 descartados. Dos 246 municípios, 227 já tem casos confirmados da doença.
Goiânia
A capital registrou ontem, em 475 bairros, um total de 10.158 casos, 348 a mais do que o registrado na segunda-feira.
No total, 273 óbitos estão confirmados. 8.549 pessoas se recuperaram da doença.
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Aplicativo vai rastrear e monitorar registros pelo celular em Goiás


Com o aplicativo "Dados do Bem", o Estado e 78 prefeituras goianas vão identificar suspeitos e diagnosticados com coronavírus, além de indicar quem deverá fazer o teste

Com o nome de "Dados do Bem'," o Governo de Goiás disponibilizará em breve um aplicativo que tem como objetivo rastrear e monitorar goianos com suspeita de Covid-19 ou já diagnosticados. A ferramenta foi apresentada na última segunda-feira (13/07) pelo governador Ronaldo Caiado em videoconferência, acompanhado dos secretários Ismael Alexandrino (Saúde) e Adriano da Rocha Lima (Governadoria), a prefeitos, secretários municipais de Saúde, presidentes de associações e sindicatos de profissionais da área da saúde, entre outros agentes que estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus.
Desenvolvido pelo Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino, em parceria com a Zoox Smart Data, o aplicativo foi doado ao Governo de Goiás. A previsão é de que o contrato seja assinado entre a empresa e o Estado até a próxima quarta-feira para que, em seguida, as prefeituras goianas possam fazer a adesão. A ferramenta já está disponível nas lojas virtuais Google Play e App Store e é utilizada também pelo Governo do Rio de Janeiro.
A princípio, a adesão poderá ser feita pelos 78 municípios, entre os que têm o maior percentual de contaminação e as cidades turísticas. A escolha foi determinada por critérios técnicos elaborados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). "Esses 78 municípios devem ter quase 2/3 da população de Goiás. Estamos falando de aproximadamente 4,5 milhões de pessoas.
É um universo muito grande" ressaltou o governador. Também nesta segunda-feira, Caiado anunciou a ampliação da testagem em massa da população dessas 78 cidades, a partir do rastreamento via aplicativo, e por meio de outra parceria. Desta vez, um convênio que está sendo firmado com o Instituto Butantan, de São Paulo, e o programa Todos Pela Saúde, do Banco Itaú em parceria com outros órgãos.
Empenho
Para que o rastreamento seja realizado da forma adequada será necessário o empenho de cada município goiano para a divulgação e popularização do aplicativo, conforme o secretário da Saúde, Ismael Alexandrino. "É um projeto muito bem estruturado, mas o Estado não consegue executá-lo sozinho. Precisamos, mais do que nunca, fazer a nossa atenção primária funcionar neste momento e serem atores e protagonistas nesse processo"," pontuou. Ou seja, a atuação dos agentes de saúde, agentes de en-demias, enfermeiros, técnicos de enfermagem e os médicos que atuam em cada cidade são fundamentais neste processo.
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Caiado assina novo decreto e anuncia testagem em massa em 78 municípios 

Durante o detalhamento das primeiras normas de flexibilização das atividades econômicas desde que Goiás começou a quarentena alternada nos últimos 15 dias, o governador Ronaldo Caiado anunciou,ontem que a testagem em massa para detectar casos de Covid-19 na população começa a ser feita em 78 municípios.
Os critérios técnicos para a escolha das cidades foram elaborados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), por meio Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). "Ficaremos responsáveis pela coleta, e a Fiocruz pelo transporte do material e divulgação do resultado em até 48 horas. Acredito que teremos a capacidade de rastreamento da doença muito grande, pedindo o apoio de todas as estruturas municipais para podermos realizar o isolamento", explicou Caiado, ao relembrar que o trabalho deverá contar com a mão de obra de assistentes sociais e agentes comunitários de saúde das prefeituras.Em Goiás, o RT-PCR será também disponibilizado a pacientes com quadros leves ou apenas sintomas gripais, como foi feito na Nova Zelândia, um dos primeiros países a controlar o avanço do coronavírus no mundo. O governador estima que quase dois terços da população devem ser testados, medida que, acompanhada da estratégia de isolamento intermitente, tem o objetivo de manter a curva de contágio estável, principalmente neste momento de abertura do comércio, programada para hoje.
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Anápolis instala mais dez UTI´S para pacientes com coronavírus

A Unidade de Terapia Intensiva do Centro de Internação Norma Pizzari Gonçalves conta com mais dez leitos exclusivos para pacientes de Anápolis. Agora são 16 leitos com respiradores, fora a sala de estabilização, somente no local. Com isso, a cidade passa a ter 43 vagas de tratamento intensivo para anapolinos com sintomas ou confirmados para Covid-19.
Uma parte da enfermaria da unidade foi adaptada para receber os respiradores que são utilizados em pacientes graves. O Centro de Internação ainda possui mais 30 leitos de enfermaria e 20 deles contam com aparelhos que ajudam a melhorar a respiração. "Temos os aparelhos de CPAP e ainda fazemos o protocolo de fisioterapia pulmonar que vem surtindo efeitos positivos e evitando a intubação de muitos pacientes", explica o secretário municipal de Saúde, Lucas Leite.
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CONTEXTO

Cardiologista de Anápolis discorda do uso da Cloroquina pela rede municipal

Segundo ela, o medicamento, em pacientes debilitados pela Covid-19, pode provocar efeitos colaterais agravantes ou mesmo a morte
José Aurélio Mendes Soares

"Uma polêmica que não deveria existir". Foi assim que a médica Ludhmila Hajjar definiu as discussões sobre a eficácia da Cloroquina no tratamento da Covid-19. Especializada em Cardiologia, professora associada de cardiologia da FMUSP, coordenadora da UTI cardio covid do HFMUSP e diretora de Ciências Tecnológicas e inovação da SBC, Ludhmila acumula ainda outros títulos, que a credenciam de forma especial a opinar e argumentar sobre o assunto.
Natural de Anápolis, Já deu entrevistas à redes nacionais e internacionais de TV, rádio e jornal, assim como na Internet, e é conselheira do prefeito Roberto Naves para assuntos de saúde. Durante entrevista concedida ao jornalista Jairo Mendes, ela foi eloquente ao discordar do protocolo adotado pela Secretaria Municipal de Saúde do município, que oferece a Cloroquina como opção no tratamento da doença.
Efeitos Colaterais
A cardiologista explicou que cada médico tem autonomia para prescrever o que achar mais adequado ao seu paciente. Porém ela, como médica do coração, falou dos efeitos colaterais da Cloroquina sobre esse órgão importante do corpo, que já fica bastante prejudicado no paciente com sintomas graves da Covid-19. "A administração dela pode ter efeitos colaterais sobre o coração do paciente. E sabemos que os casos graves da doença já debilitam o coração, o que torna o uso perigoso", detalhou.
Ludhmila contou que a Cloroquina ganhou popularidade depois que um estudo, envolvendo um grupo muito pequeno de pessoas, foi publicado na Internet e chegou às mãos de governos pressionados por uma solução. Alguns compraram a ideia, outros não, por critérios puramente ideológicos e políticos. "Estudos sérios e a utilização por décadas já comprovaram a existência dos efeitos colaterais. Mas não existe nenhuma prova científica de que esse remédio traga qualquer benefício no tratamento ou na prevenção da doença. Zero provas, zero embasamento científico", enfatizou.
Ela também disse o mesmo sobre a Ivermectina, um remédio contra parasitas que vem sendo indicado como prevenção por alguns médicos. "A ciência é quem deveria dar a opinião final nesse assunto. Essa é uma polêmica que nem deveria existir porque não há estudos que comprovem que a cloroquina faça bem. Ela é usada para impedir a replicação da malária dentro do organismo. Mas isso não tem necessariamente o mesmo efeito sobre o novo coronavírus".
Resultados positivos
Sobre o efeito positivo do uso do medicamento em pacientes de todo o mundo, Ludhmila explicou como funciona a comprovação científica no universo da medicina. Ela disse que 80% dos infectados terão nenhuma reação ou apresentarão sintomas fracos ou moderados. "O que reage nesses casos é o sistema imunológico do indivíduo, independente se ele use água benta ou Cloroquina. Ele vai reagir e o mérito fica para qualquer coisa que ele tiver usado durante a recuperação. Só uma porcentagem baixa de pessoas manifestam sintomas graves e, nelas, não é evidente a eficácia do remédio", reforçou.
"Para ter eficácia comprovada são necessários estudos, não só em laboratório, mas em milhares de pacientes, em diversas circunstâncias, até que se isole com precisão as provas de causa e efeito, o que leva anos e não meses", continuou. Perguntada sobre o protocolo da Secretaria Municipal de Saúde, que administra a Hidroxicloroquina em pacientes com sintomas leves e moderados, a cardiologista foi assertiva ao afirmar que não apóia essa prática. "Aconselho o prefeito Roberto Naves, mas essa decisão não teve a minha aprovação".
A médica criticou ainda o Governo Federal e o Ministério da Saúde que divulgam e distribuem a Cloroquina "como se fosse uma solução para o problema". Em entrevista exclusiva ao CONTEXTO, o secretário de Saúde de Anápolis, Lucas Leite, confirmou que o medicamento está à disposição dos profissionais para ser administrado com critério, se necessário. Lucas informou que está respeitando uma portaria do Conselho Federal de Medicina e uma recomendação do Ministério da Saúde.
O secretário afirmou que, de fato, não existe comprovação científica da eficácia da Cloroquina sobre pacientes da Covid-19, mas "por falta do tempo necessário para a conclusão dos estudos". "Empiricamente dizendo, ou seja, observando, já existe a contatação de que os pacientes melhoram. Principalmente nas fases menos agudas da doença, por isso, deixamos a opção de usar ou não a substância, que é fornecida gratuitamente pelo Governo, à cargo do médico", completou.
Mas, existiria alguma forma de curar o paciente com Covid-19? A Dra. Hajjar disse que corticóides como a Dexametasona, também usada no protocolo municipal, é bastante efetiva na redução dos sintomas e possui eficácia comprovada cientificamente no tratamento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que é um dos principais sintomas dos infectados em condições severas. "No mais é oferecer o suporte adequado para que o organismo vença a batalha contra o vírus, usando respiradores, equipamentos, medicamentos com eficácia comprovada e uma equipe qualificada de profissionais, soluções para as quais o Governo Federal deveria estar voltado desde o início da pandemia", finaliza.
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BBC BRASIL

Os polêmicos vídeos de médicos que recomendam tratamentos sem comprovação para a covid-19

Sociedades médicas brasileiras alertam para riscos de publicações que incentivam uso de determinados medicamentos contra novo coronavírus

"Bom dia! Estão recomendando tomar esse remédio. Há alguma contraindicação no meu caso?", perguntou um paciente para o infectologista Alexandre Naime, por meio de um aplicativo de mensagens.
O paciente, sem qualquer sintoma, manifestou interesse em consumir o antiparasitário ivermectina para, segundo ele, evitar uma possível infecção pelo novo coronavírus. O homem disse que havia assistido a um vídeo no qual a médica Lucy Kerr compartilhou um "protocolo para a ivermectina contra a covid-19". Na publicação, ela orienta sobre o modo como os pacientes devem consumir o remédio para obter bons resultados.
Em resposta ao paciente, Naime informou que não há qualquer comprovação científica sobre o medicamento para combater a covid-19. O médico também alertou que até o momento não há nenhum remédio comprovadamente eficaz para prevenir o novo coronavírus ou evitar que casos leves se agravem.
Naime classifica como "show de horrores" as constantes publicações sobre indicações de tratamentos para a covid-19 nas redes sociais. Para ele, a situação dificulta ainda mais as ações de prevenção e combate ao novo coronavírus, que já infectou quase 2 milhões de pessoas e deixou mais de 70 mil mortos no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde.
Assim como Naime, outros médicos também relatam que vídeos e textos, que afirmam que alguns remédios podem curar ou prevenir a covid-19, têm gerado dúvidas entre os pacientes sobre o tratamento para a doença causada pelo novo coronavírus.
Os médicos que compartilham tratamentos precoces ou profilaxia para a covid-19 nas redes sociais defendem que há alguns estudos e casos de regiões que obtiveram bons resultados com determinada medicação. Em razão disso, afirmam que é importante que esses remédios sejam adotados no tratamento da doença e, por isso, compartilham relatos positivos sobre esses medicamentos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras entidades de saúde internacionais frisam que não há, ao menos por enquanto, comprovação científica de que uma medicação que possa prevenir a covid-19 ou evitar, se usada no início dos sintomas, o agravamento do quadro de um paciente.
Em todo o mundo, há diversos estudos com possíveis medicamentos para combater a covid-19. No entanto, ainda não há tempo hábil para a conclusão de qualquer investigação aprofundada sobre o tema. Isso porque são necessários diversos níveis de testes para chegar a um possível medicamento que possa trazer benefícios aos pacientes.
Desta forma, a principal orientação de organizações médicas é que os tratamentos sejam feitos de forma individualizada, conforme as respostas de cada paciente.
Entidades médicas se preocupam com esses vídeos que defendem determinadas medicações contra a covid-19, pois consideram que eles propagam tratamentos que não têm evidência científica.
Vídeos sobre a covid-19
Os vídeos de médicos defendendo tratamentos sem comprovação costumam citar remédios como a cloroquina e a hidroxicloroquina, a ivermectina e o antibiótico azitromicina. Essas medicações costumam ser as mais citadas entre aqueles que defendem o suposto tratamento preventivo contra o novo coronavírus – mesmo sem respaldo científico.
Nos vídeos, médicos defendem situações como o uso desses remédios logo nos primeiros sintomas da doença, para, segundo eles, evitar que o quadro de saúde do paciente se agrave. Há ainda conteúdos que aconselham que essas medicações sejam usadas de modo profilático, para impedir que o paciente seja infectado pelo Sars-Cov-2, nome oficial do novo coronavírus.
No fim de junho, por exemplo, a live "Tratamento precoce salva vidas" reuniu médicos que afirmam que existe um tratamento que pode evitar que pacientes desenvolvam quadros graves da covid-19. No vídeo, os profissionais defendem o uso de medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina, o antibiótico azitromicina e os antiparasitários nitazoxanida e ivermectina.
Os profissionais de saúde que participam da live afirmam que o paciente pode evitar que seu quadro de saúde se agrave se, logo nos primeiros sintomas, começar a tomar um dos remédios citados. Segundo eles, essa é a única forma de evitar mortes pela covid-19 neste momento. Sem respaldo científico, dizem que tiveram bons resultados em seus locais de trabalho ao adotar protocolos que envolvem os medicamentos que defendem.
Na live, que durou mais de duas horas, os especialistas afirmam que não há nenhum viés político por trás das informações, apesar de adotarem discurso semelhante ao do presidente Jair Bolsonaro sobre o tratamento da covid-19. Todo o vídeo é conduzido pelo jornalista Alexandre Garcia, grande apoiador do presidente. No Twitter, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) compartilhou a live, que atualmente tem mais de 1,8 milhão de visualizações no YouTube, e a classificou como "esclarecedora".
Assim como os médicos, Bolsonaro também defende o uso de medicamentos mesmo sem comprovação científica. Meses atrás, o presidente exigiu que o Ministério da Saúde criasse um protocolo de tratamento contra a covid-19 no qual recomenda o uso de cloroquina ou hidroxicloroquina para todos os casos, dos mais leves aos mais graves. Ele também já se mostrou favorável ao uso de ivermectina em tratamento precoce contra o novo coronavírus.
Outro ponto abordado sobre o tratamento da covid-19 na live "Tratamento precoce salva vidas" é o uso de medicamentos como forma de profilaxia, para impedir que uma pessoa seja infectada pelo vírus. No vídeo, os profissionais de saúde citam a ivermectina para essa finalidade. No entanto, não há qualquer comprovação científica de medicamento que possa impedir que alguém seja infectado pelo Sars-Cov-2.
Há, entre os inúmeros vídeos de médicos defendendo determinados tratamentos para a covid-19, publicações nas quais são dadas orientações sobre o modo como a pessoa deve consumir os remédios. Nos comentários desses vídeos, muitos discutem, sem qualquer orientação médica, como tomar as medicações para ter um melhor resultado, para prevenir ou tratar o Sars-Cov-2.
Uma das publicações mais famosas na internet sobre a ivermectina é da médica Lucy Kerr, especializada na área de ultrassonografia. Em um vídeo do YouTube, com mais de 1 milhão de visualizações, a médica defende o uso do medicamento e orienta como utilizá-lo de modo profilático ou nas fases iniciais da covid-19.
Lucy diz que os vídeos são fundamentais, pois, segundo ela, "a grande mídia não fala sobre a ivermectina". A médica afirma que teve bons resultados ao tratar pacientes com o medicamento. "Há um monte de trabalho comprovando a eficácia da ivermectina. Na República Dominicana, por exemplo, foram tratadas 1,3 mil pessoas com a covid-19 e isso mostrou que há 99% de chances de cura com a ivermectina", diz à BBC News Brasil.
Apesar das afirmações da médica, os estudos com a ivermectina estão em fase inicial em todo o mundo. Portanto, não é possível atestar a eficácia do medicamento, nem os efeitos colaterais que ele pode ter no tratamento do novo coronavírus. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não reconhece o medicamento, ou qualquer outro, como indicado para a covid-19, por não haver, até o momento, estudos conclusivos sobre o tema.
Críticas a vídeos
Os vídeos compartilhados por profissionais de saúde que defendem tratamentos precoces ou profilaxia contra a covid-19 são duramente criticados por sociedades médicas.
No fim de junho, a Sociedade Brasileira e Pneumologia e Tisiologia (SBPT) lançou uma nota, logo após a live "Tratamento precoce salva vidas". No comunicado, a entidade afirmou que há quantidade enorme de informações falsas "sobre o tratamento da covid-19 circulando nas mídias sociais, as quais, não raro, envolvem médicos que alegam ser pneumologistas".
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) também se manifestou após a live. "Nos últimos dias, muito tem se divulgado nas redes sociais a respeito do uso de medicamentos para a covid-19. Várias destas divulgações que circulam nas mídias sociais são inadequadas, sem evidência científica e desinformam o público", disse nota da entidade.
A SBI ressaltou ainda que o país vive "uma séria crise de saúde pública" e afirmou que o compartilhamento de informações de tratamento sem evidência científica coloca em risco a saúde da população brasileira. "A avaliação do uso de qualquer medicamento fora de sua indicação aprovada (off-label) deve ser uma decisão individual do médico, analisando caso a caso e compartilhando os possíveis benefícios e riscos com o paciente, porém é vedado a publicidade sobre tal conduta.", afirmou a SBI.
Assim como a SBI e a SBPT, outras sociedades brasileiras da área da saúde – como a de bioética, a de cardiologia, a de imunologia e a de Medicina da família – também criticam a divulgação de conteúdos sem respaldo científico.
Membro da SBI, o infectologista Alexandre Naime, chefe de Infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu (SP), explica por que os médicos não devem tornar público tratamentos sem comprovação científica.
"O médico pode prescrever uma medicação que não esteja sólida na ciência, mas deve fazer isso no ato médico em particular, durante uma consulta. Isso se chama prescrição. Mas ele não pode fazer apologia ou indicar em redes sociais. Ao falar sobre isso em lives ou vídeos, eles estão divulgando abertamente tratamentos sem benefícios comprovados e incentivando as pessoas a recorrerem a esses remédios, que podem ter efeitos colaterais", diz Naime à BBC News Brasil.
O temor de entidades médicas é que publicações como os vídeos que defendem tratamentos não comprovados cientificamente possam culminar em automedicação, induzir alguns médicos a receitarem determinado medicamento mesmo sem respaldo científico e trazer a falsa sensação de segurança àqueles que adotam determinadas medicações de modo profilático.
Em relação aos medicamentos mais citados nos vídeos dos médicos, a SBI ressalta que grandes estudos com a cloroquina e a hidroxicloroquina não trouxeram bons resultados no combate à covid-19 e ainda apontaram para riscos de saúde, principalmente para o coração. Muitos testes com o medicamento pelo mundo foram suspensos.
Sobre a azitromicina, a SBI ressalta que até o momento não foi comprovado o benefício do medicamento em pacientes com a covid-19.
Em relação aos antiparasitários ivermectina e nitazoxanida (comercializada como o vermífugo Annita), estudos in vitro (em laboratório) apontaram que os medicamentos podem ter atividade contra o Sars-Cov-2. No entanto, essa é apenas a primeira fase das pesquisas Ainda são necessárias outras inúmeras avaliações até chegar aos testes em humanos. Por isso, entidades de saúde consideram que é altamente arriscado que pacientes consumam a medicação por conta própria, se baseando em vídeos da internet.
Já os estudos com o corticoide dexametasona apontaram que ele pode ser eficaz em casos graves, para pacientes que necessitam de oxigênio suplementar ou ventilação mecânica. Sobre casos leves de covid-19, não há qualquer evidência científica de que a medicação possa ajudar.
Especialistas apontam que muitas pessoas podem sentir melhoras depois de usar determinada medicação, mas ainda não é possível ter certeza, ao menos por ora, se isso se deve ao remédio ou ao curso natural da covid-19. Isso porque a taxa de letalidade da doença mostra que a imensa maioria dos infectados vai sobreviver – estudos mostram que somente 5% deles desenvolvem quadro grave, que pode levar à morte.
Posicionamento do CFM
O Código de Ética Médica, do Conselho Federal de Medicina (CFM), afirma que é proibido que médicos divulguem, fora do meio científico, "processo de tratamento ou descoberta cujo valor não esteja expressamente reconhecido cientificamente por órgão competente".
A reportagem procurou o CFM para saber o posicionamento do conselho sobre as diversas lives e outros vídeos compartilhados por médicos que usam as redes sociais para defender medicações sem comprovação científica. A entidade não respondeu especificamente sobre o tema, mas encaminhou um texto com perguntas e respostas sobre a conduta dos profissionais de saúde nas redes.
O texto encaminhado pelo CFM recomenda que os médicos usem, nas redes sociais, informações validadas cientificamente, no intuito de "promover a adoção de comportamentos e hábitos saudáveis". Ainda segundo o texto do CFM, "não é recomendável aos médicos e a qualquer outra pessoa distribuir informações sem que as fontes sejam confiáveis".
"Os médicos devem agir de acordo com o que é preconizado pelo Código de Ética Médica, ou seja, sem utilizar de artifícios que estimulam o sensacionalismo ou o pânico, por exemplo. Por isso, devem buscar abrigo na ciência, em métodos, técnicas e procedimentos que são reconhecimentos pela comunidade médica e científica", diz o texto do conselho.
Segundo o CFM, se uma pessoa identificar que um médico infringiu o Código de Ética, pode denunciar ao Conselho Regional de Medicina (CRM) do Estado em que o profissional trabalha. "Com base nisso, o CRM que vai apurar o assunto e tomar as medidas cabíveis", diz.
De acordo com a entidade, a denúncia faz com que o CRM abra uma sindicância para apurar os fatos. Caso as irregularidades sejam confirmadas, é aberto um processo ético-profissional, "no qual são asseguradas às partes direito à ampla de defesa e contraditório".
"Em caso de condenação, o acusado pode receber penalidades que vão da advertência confidencial até a cassação do seu CRM. Esse processo corre no âmbito do CRM. Após a decisão, caso esteja insatisfeito com o resultado, qualquer uma dos envolvidos – denunciado ou denunciante – pode recorrer ao CFM, que funciona em grau de recurso", explica trecho do texto do Conselho Federal de Medicina.
O CFM não informou se há apuração em algum Estado referente a possível denúncia de médicos que compartilham tratamentos para a covid-19 sem respaldo científico.
Nesta semana, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Estado em que atuam muitos dos médicos que divulgam vídeos sobre remédios para a covid-19, emitiu um alerta sobre o tema. A entidade afirmou que a divulgação e "prescrição de medicamentos/protocolos informais e sem comprovação científica relevante, no contexto da covid-19, por meio de canais públicos, como redes sociais e imprensa, pode configurar infração ao Código de Ética Médica".
"Pela falta de evidências, o profissional não pode divulgar o tratamento com tais medicamentos como eficaz", diz o comunicado do Cremesp.
Nas redes, os médicos que compartilham vídeos nos quais defendem tratamentos contra a covid-19 negam que estejam cometendo qualquer irregularidade. Isso porque alegam que falar sobre o assunto é fundamental para informar a população sobre o tema, pois, segundo eles, os benefícios das medicações que defendem comprovam que há cura para a covid-19.
O impacto dos vídeos e publicações na rede
Médicos ouvidos pela reportagem relatam que esses vídeos de profissionais da saúde que defendem tratamentos sem comprovação científica têm mudado a rotina em consultórios. Isso porque eles consideram que essas publicações influenciam na opinião do paciente sobre os tratamentos contra a covid-19.
De acordo com uma pesquisa online da Associação Paulista de Medicina (APM), 48,9% dos médicos que estão na linha de frente contra a covid-19 afirmam que têm sido pressionados por pacientes ou familiares a prescreverem tratamentos sem comprovação científica.
Ainda segundo o levantamento, 69,2% dos médicos disseram que as fake news, informações sensacionalistas ou sem comprovação técnica interferem negativamente no combate ao novo coronavírus, pois podem incentivar as pessoas a minimizar ou negar o vírus, deixar de seguir recomendações de isolamento social ou não procurar serviços de saúde.
A pesquisa da APM, divulgada na semana passada, foi feita por meio de um questionário respondido por 1.984 profissionais que estão na linha de frente contra a covid-19 em todo o país.
Apesar das críticas de sociedades médicas, as lives e os outros vídeos que divulgam tratamentos para a covid-19 sem comprovação científica continuam se multiplicando pela internet.
A reportagem entrou em contato com representantes das redes sociais, que afirmam que estão atentos aos conteúdos propagados em meio à pandemia do novo coronavírus.
Não há um posicionamento oficial das redes sociais sobre os vídeos dos médicos que defendem tratamentos para a covid-19 com medicamentos que não têm, ao menos por enquanto, comprovação científica. Enquanto outros tipos de publicações recebem alertas nas redes ou até são apagadas por propagar notícias falsas ou duvidosas sobre o novo coronavírus, os compartilhamentos sobre tratamentos sem comprovações científicas se propagam sem qualquer interferência.
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O HOJE

Kit Covid-19 divide médicos

Entidades divergem sobre eficácia no uso de Ivermectina e outros medicamentos contra o Sars-CoV-2


A polarização em torno de dois modelos do tratamento da Covid-19 extrapola a questão médica e se torna política.
Há o modelo pré-hospitalar que trabalha com prevenção e terapia da doença instalada por meio de medicamentos.
Nesse modelo, vários protocolos orientam o uso de Ivermectina, Vitamina D3, Sulfato de Zinco e Hidroxicloroquina.
No outro polo, existe o modelo hospitalar que não reconhece os benefícios da profilaxia medicamentosa e defende apenas o uso de fármacos que tratam os sintomas até a internação do paciente. A distribuição de kits de remédio pelo SUS é alvo de debate.
Um dos medicamentos recomendados pelo modelo pré hospitalar é o uso de Ivermectina em estágio de prevenção da doença. No entanto, de acordo com o Ministério da Saúde e a autoridade sanitária do governo dos EUA, Food and Drug Administration (FDA), não há nenhuma comprovação científica de que a Ivermectina seja um medicamento eficaz para tratar pacientes com Covid19. Os outros medicamentos também estão sendo distribuídos junto com a Ivermectina em "kits" por prefeituras e por sistemas de saúde privados, mas nenhum deles tem estudos que comprovem sua eficácia no combate à Covid-19.
No modelo pré-hospitalar frente à doença instalada, considera-se três fases clínicas. Na fase inicial, é feito o uso dos medicamentos descritos na profilaxia acrescidos de Azitromicina e anticoagulante.
Para a fase intermediária, é acrescentado a corticoterapia tipo Prednisona e pode-se fazer a troca de Azitromicina por outro antibiótico de largo espectro. Na fase avançada o doente deve estar internado, com acesso à UTI com indicação para intubação e soro de convalescente.
No modelo hospitalar não há reconhecimento dos benefícios da profilaxia medicamentosa e nem a utilização referente às fases inicial e intermediária. Este modelo defende o uso de fármacos sintomáticos até a fase avançada no ambiente hospitalar, em UTI com procedimentos de intubação para os casos mais graves.
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) afirma que os antiparasitários Ivermectina e Nitazoxanida mostraram atividade contra o novo Coronavírus em experimentos in vitro, mas destacam que ainda não há comprovação de eficácia dos medicamentos.
Pacientes assumem risco A vendedora Nara Rúbia Caetano foi diagnosticada com a Covid-19 no início deste mês.
Ela descobriu que estava com a doença depois que a empresa em que trabalha realizou testagem dos funcionários.
Nara estava apenas com sintomas leves da doença e teria continuado a ir trabalhar se não tivesse sido testada. "Estava sentindo dores lombares e de cabeça. Além de um cansaço muito forte, mas achei que era por causa do trabalho", relata a vendedora.
Apesar de ter sido testada positivamente para a doença na testagem que a empresa realizou, Nara buscou o teste pelo método PCR-H no Hospital de Campanha de Goiânia, mas o teste não foi realizado porque ela apresentava apenas sintomas leves. No entanto, a vendedora foi atendida por uma médica que optou pelo método pré-hospitalar com uso de medicamentos para tratá-la.
Ela tomou Ivermectina, Azitromicina, Vitamina D e Zinco por duas semanas. "A médica afirmou que o tratamento não tinha comprovação científica, mas alertou que os medicamentos não fariam mal", diz.
Nara afirma que não sentiu nenhum efeito da medicação em seu corpo. "Como eu fiz o teste no trabalho, por acaso, eu já estava no ciclo final da doença, já não tinha mais sintomas". A vendedora foi diagnosticada com Covid-19 no início do mês, mas já se recuperou e voltou ao trabalho.
Conselhos O Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRFGO) se posicionou contra o uso indiscriminado de fármacos que não tenham eficácia comprovada no combate a Covid19, mas a distribuição de kits com medicamentos preventivos tem apoio de um grupo de médicos em Goiás. O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) não se posicionou sobre o assunto.
Por meio de nota, a Associação Médica do Estado de Goiás (AMG) tece uma série de considerações para reconhecer os dois modelos de prevenção e tratamento da doença e reconhece a polarização política da classe médica em relação a eles. Diante do reconhecimento da AMG, a Associação defende que o princípio adotado para a escolha do modelo mais adequado no tratamento ou prevenção da doença deverá se basear no princípio da bioética que é a autonomia do profissional médico e do paciente em relação aos tratamentos.
A AMG defende que a prática médica de transformar o "verbo em ação" deve ser estimulada. Ela se baseia no princípio de que o modelo que melhor convencer o médico deve ser aplicado a todos os pacientes, sejam eles pobres, ricos, desconhecidos, membros da minha família e para o próprio profissional. No entanto, a Associação ainda diz que o médico não deve omitir ao paciente a possibilidade do uso dos dois modelos aventados e permitir que a autonomia da vontade dos pacientes seja respeitada na plenitude
Tratamento pré-hospitalar gera debate político e judicial
A liminar que pedia a obrigatoriedade do Estado e município de Goiânia a garantir a distribuição de tratamento ambulatorial precoce a pacientes diagnosticados com Covid-19 foi negado pelo juiz federal Euler de Almeida Silva Júnior. A ação civil pública foi proposta pelo Ministério Público Federal (MPF-GO).
O juiz justificou que a atuação jurisdicional poderia implicar ofensa ao princípio constitucional da autonomia dos Poderes. O tratamento em debate faz o uso de cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e adjuvantes, como veiculados pelo Ministério da Saúde na Nota Informativa nº 09/2020-SE/GAB/SE/MS e atualizações supervenientes. De acordo com o magistrado, a escolha da "melhor evidência científica" aplicável concretamente ao SUS, no âmbito farmacológico, é matéria de mérito administrativo e a decisão não cabe ao Juízo Federal.
Para o autor da ação feita pelo Ministério Público, o procurador da república Ailton Benedito, todas as alternativas farmacológicas seguras que apresentaram resultados positivos no combate à pandemia deveriam ser considerados pelas autoridades sanitárias. O procurador recomendou ao Estado de Goiás e ao Município de Goiânia que providenciassem a distribuição dos medicamentos nas respectivas unidades de saúde do SUS, mas não teve êxito e optou por ajuizar a Ação Civil Pública que foi negada.
Política O deputado federal Zacharias Calil (DEM) defende o tratamento preventivo para Covid-19 e afirma que a Câmara dos Deputados vai se posicionar sobre o dilema. A declaração foi feita na manhã da última segunda-feira (13) no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia, durante coletiva de imprensa convocada pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) e o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB) sobre o novo decreto da volta de atividades econômicas.
O parlamentar é cirurgião médico e acredita que o tratamento preventivo seria a estratégia mais eficaz para evitar que o sistema de saúde entre em colapso, diminuindo a demanda por leitos de UTI.
"Muita gente critica e fala que é uma 'balela', que não tem estudo científico, mas como falar para o paciente não fazer se ele chega em seu consultório e quer fazer? Temos que dar opção", declarou.
Zacarias acredita que o tema médico está sendo polarizado politicamente. "Está havendo uma politização da área sanitária e da política em si. O tratamento precoce hoje é o mais indicado. É uma doença desconhecida e nós temos que tomar uma posição e a nossa comissão na Câmara vai tomar essa posição", disse. Ele ainda afirma que o tratamento precoce vai evitar que pacientes lotem os leitos de UTIs. O deputado também defendeu o uso preventivo de Ivermectina na profilaxia da doença, afirmando que ele e toda a família fizeram uso do fármaco.
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MPF-GO pede e Justiça nega tratamento da Covid-19 com cloroquina pelo Estado
Nielton Soares

A Justiça Federal negou liminar ao Ministério Público Federal de Goiás (MPF-GO) obrigando que a União, o Estado de Goiás e o Município de Goiânia concedesse tratamento precoce com cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e semelhantes para pacientes com a Covid-19 em Goiás.
O Estado de Goiás, por meio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), informou que há ausência de evidências científicas evitando a inclusão dos medicamentos relatados pelo MPF no protocolo e diretrizes de entidades de saúde para o tratamento inicial de pacientes com a doença.
A PGE alegou ainda que há estudos, trabalhos científicos e as manifestações de entidades médicas que evidenciam a ineficácia dos medicamentos citados na ação. Tais argumentos foram aceitos pelo juiz federal, Euler de Almeida Silva Júnior, da 9ª Vara Federal Cível em Goiás.
Silva Júnior frisou que neste momento não é papel da Justiça determinar quais estudos científicos estão certo ou errado e, assim, buscar incorporá-los no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) dos entes federativos.
Para o magistrado, a decisão favorável ao MPF poderia acarretar muita procura ao serviço de saúde, a intensificação do conflito na relação paciente-médico, além de prejuízo da autonomia profissional deles e da liberdade de opção terapêutica do paciente.
Na decisão, o juiz deu prazo de cinco dias para o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goias (Cremego) se manifestar sobre a prescrição e o fornecimento dos medicamentos referidos na ação civil pública (ACP) no tratamento precoce aos pacientes diagnosticados com a Covid-19.
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FOLHA PRESS

Ainda sem registro de imunidade de rebanho

Não há qualquer evidência científica de que o Brasil esteja próximo de atingir a chamada imunidade de rebanho para o novo coronavírus, segundo Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), braço regional da OMS (Organização Mundial da Saúde), em entrevista online a jornalistas nesta terça (14).
À medida que as pessoas se infectam pelo novo coronavírus, desenvolvem um grau de resistência: a chamada resposta imune. Os anticorpos produzidos pelo organismo de cada um exposto ao vírus servem como obstáculo à disseminação desse mesmo vírus dentro de uma população. Quando a porcentagem de pessoas "imunizadas" aumenta, o "rebanho" – isto é, a população – acumula barreiras cada vez maiores e, com isso, confere proteção àqueles que ainda poderíam ser infectados. Esse efeito é chamado de "imunidade de rebanho".
Espinal citou estudos brasileiros e internacionais para afirmar que a imunidade de rebanho só é atingida quando entre 50% e 80% de uma população tem contato com o vírus. Manaus, que ficou interacionalmente reconhecida como uma das cidades brasileiras mais atingidas pela pandemia de Covid-19, teria apenas 14% da população afetada, segundo pesquisa brasileira eitada pelo diretor.
"Não há qualquer evidência de que o Brasil ou partes do país tenham atingido a imunidade de rebanho. No caso de Manaus, estamos longe de chegar a essa conclusão. Ainda vemos uma alta ocupação dos leitos na cidade", disse Espinal.
Essa prevalência necessária e inalcançada, aliás, não se restringe ao Brasil, segundo o diretor. Populações de países que não impuseram medidas restritivas fortes e por isso, em tese, foram mais expostas ao vírus, não atingiram patamares maiores de imunidade. É o caso da Suécia, onde apenas 7% de sua população teve contato com vírus entre abril e maio, segundo Espinal. O diretor afirma que a própria ideia de imunidade para o novo coronavírus ainda está em discussão pela comunidade científica.
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Goiás tem mais de 38 mil casos e 910 mortes

Goiás contabilizou até esta terça-feira (14) mais de 38.008 casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2) de acordo com boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO). Deste total, 1.072 ocorreram nas últimas 24 horas, período em que houve 30 óbitos. O total de mortes soma 910.
A secretaria ainda informou que existem 91.494 registros suspeitos em investigação e outros 41.788 já foram descartados. O total de recuperados, segundo a pasta, é de 11.429.
A SES-GO informou que a taxa de letalidade em Goiás é de 2,39%. O Estado ainda apura 61 óbitos que são considerados suspeitos e seguem em investigação para verificar a possível relação com a Covid-19. Já foram descartadas, depois de análises laboratoriais, 559 mortes que inicialmente foram consideradas suspeitas nos municípios goianos.
O Estado tem mais mulheres infectadas. Até agora são mais de 19,7 mil. Já os homens somam 19,2 mil afetados pela doença. Considerando as idades, pessoas com idades entre 30 e 39 são as mais contaminadas, com 10.104 casos. A faixa etária entre 20 e 29 anos aparece em segundo lugar com 8.012 casos. Em terceiro está o grupo de 40 a 49 anos com 7.936 infecções.
Entre as cidades, Nova Roma continua a única sem casos confirmados. Os três suspeitos que chegaram a ser investigados na cidade foram descartados. Em outras 18 cidades existem apenas casos suspeitos e nas outras 225 cidades goianas há confirmações da doença.
Capital
Goiânia tem 10.158 casos do novo coronavírus, com 348 novas confirmações em 24 horas. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) detalhou que 273 das infecções se referem a mortes pela doença, com um registro a mais desde o boletim da última segunda-feira (13). Há 253 pessoas que testaram positivo para a Covid-19 e continuam internadas, outras 1.043 estão isoladas em casa e 8.589 recuperadas.
A pasta informou no boletim divulgado na tarde de desta terça-feira que 5.195 infectados são mulheres e 4.963 são homens. A faixa etária mais afetada ainda é de jovens com idades entre 20 e 39 anos, com 4.430 casos. Depois aparecem pessoas entre 40 e 59 anos, com 3.653 casos. Idosos com mais de 60 anos estão em quarto no ranking de infectados.
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continua