Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 15 A 17/06/13 (PARTE 1)

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DIÁRIO DA MANHÃ

Coluna Holofote – Viagem
O presidente da Unimed Cerrado, José Abel Ximenes, está nos Estados Unidos desde o dia 7, participando do Intercâmbio Técnico Operacional das Cooperativas Médicas Unimed.
http://www.dm.com.br/jornal/#!/view?e=20130615&p=29 (15/06/13)

Coluna Café da Manhã
Presidente da Unimed Cerrado (Federação das Unimeds dos Estados de Goiás, Tocantins e Distrito Federal), José Abel Ximenes, está nos EUA desde o último dia 7, participando do Intercâmbio Técnico Operacional das Cooperativas Médicas Unimed.
http://www.dm.com.br/jornal/#!/view?e=20130616&p=4 (16/06/13)


Coluna Evidência – Reciclagem nos EUA
O presidente da Unimed Cerrado, José Abel Ximenes, está nos Estados Unidos desde o dia 7, participando do Intercâmbio Técnico Operacional das Cooperativas Médicas Unimed. Ximenes e diretores do Sistema Unimed ficam no país até o dia 22 e lá vão conhecer experiência de sucesso nas áreas de tecnologia e inovações em saúde, atenção primária à saúde e qualidade dos serviços. O grupo vai visitar cidades, como Kansas City, São Francisco, Nova York, Washington e Boston.
http://www.dm.com.br/jornal/#!/view?e=20130617&p=26 (17/06/13)
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Entre a cruz e a espada
Na noite de terça-feira uma criança nasceu no hall de um hospital. Ginecologista está sendo acusado, publicamente, de não ter prestado atendimento à gestante. A reportagem do DM buscou saber o que aconteceu e descobriu novos fatos
KARLA C. MARQUES E ELPIDES CARVALHO

Na noite da última terça-feira, (11), a paciente Letícia Leite Machado, 34, deu à luz na recepção da Maternidade Nascer Cidadão, no Bairro Jardim Curitiba, em Goiânia, por volta das 19h. Imagens postadas no Facebook mostram que a gestante estava sentada em um banco quando a criança nasceu. Durante trabalho de parto a recém-nascida que a princípio ganhou nome de Sofia chegou bater a cabeça no chão e, em seguida, foi socorrida pelo médico ginecologista e obstetra Rogério Araújo de Paula, que tinha acabado de assumir o plantão no hospital.
A cena do parto foi filmada por uma pessoa que estava na maternidade, momento em que a mulher teve a filha no chão da unidade de saúde. As imagens feitas através de aparelho celular mostraram toda ação do médico para salvar a vida da criança, assim que ela nasceu. O obstetra que estava em atendimento de um paciente no consultório saiu rapidamente para atender a gestante em trabalho de parto. No momento ele pegou o bebê com as mãos ainda no chão do hospital e a levou para os primeiros atendimentos médicos. Após atender a recém nascida, Rogério também prestou socorro a Letícia, mãe de Sofia.
Em entrevista à reportagem do Diário da Manhã, o representante comercial João Paulo Araujo, 28, foi quem registrou e presenciou as cenas do trabalho de parto de Letícia. Ele estava com sua esposa na maternidade desde o momento em que a mulher deu à luz ao bebê, e após o médico pegar a criança no chão da recepção do hospital e encaminhar mãe aos devidos cuidados. 
“Ela ficou gritando ainda uns 40 minutos antes do bebê sair de dentro dela, na hora enfermeiras e funcionários do hospital passavam perto, mas ninguém dava atenção à ela. Tinha camas vazias dentro de alguns consultórios, poderiam ter colocado ela num desses lugares. O único que fez o que devia e tentou ajudá-la foi o médico que chegou e pegou a criança, ele fez o primeiro atendimento, os outros só passavam e olhavam para a mulher", afirma.
Neste contexto, devido procedimentos e o atendimento de urgência do médico foi possível salvar a vida da criança. O bebê que precisou ficar internado na maternidade teve alta na tarde da última sexta-feira (14), por volta das 13h, ela foi retirada por um tio. A mãe também recebeu alta na manhã do mesmo dia. Segundo a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mãe e filha passam bem e até agora não apresentaram nenhum problema. 
A assessoria ainda informou que a criança já estava sendo amamentado pela mãe e com funções físicas e neurológicas normais constado através de exames médicos. A criança nasceu com 47 centímetros, pesando 2,27 quilos.
De acordo com a equipe médica do hospital, eles estimam que Letícia Leite estava com cerca de 39 semanas e 5 dias de gestação quando o parto aconteceu. Segundo informações da maternidade, a mulher não teria feito pré-natal e nem se lembrava da última menstruação.
A presidenta da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia, Zelma Bernardes, saiu em defesa da equipe médica da maternidade que ofereceu socorro a criança e a mãe. Ela disse que não houve negligência por parte deles, já que a mulher não forneceu dados corretos à médica que realizou o primeiro atendimento. "Informações de quantos partos ela teve, se houve algum abortamento são dados essenciais para o médico oferecer atendimento adequado", afirma. 
A reportagem do DM foi até à Maternidade Nascer Cidadão e conversou com um funcionário do hospital que presenciou toda a cena, desde as primeiras horas em que a paciente Letícia Leite Machado, 34, deu entrada no local e, em seguida em trabalho de parto, até ser socorrida pelo médico que assumiu o plantão.
O funcionário também afirmou ao DM que acompanhou parte dos procedimentos do profissional de saúde e acredita que não houve negligência médica. O funcionário que não quis se identificar por medo de retaliação relatou todo o fato. 

Entrevista na íntegra com funcionário do hospital
Diário da Manhã: – Que hora e como a paciente chegou ao hospital?
Funcionário hospital: "A paciente deu entrada na maternidade por volta das 16h30min, sendo atendida pela médica residente que estava de plantão. Estava sozinha e em trabalho de parto. Como o hospital estava com problemas de esterilização de material (problemas na autoclave) a paciente estava aguardando vaga em outro hospital."
DM: Qual era o quadro da paciente no dia do fato?
Funcionário: "Ela estava agitada e confusa. Tivemos a informação que a paciente é usuária de drogas, de acordo com informações da própria paciente, ela estava esperando pelo segundo filho."
DM: Como foi na hora em que a paciente deu à luz?
Funcionário: "Até aí, tudo ocorrendo normal na maternidade, quando entre uma contração e outra ela deu à luz no corredor do hospital. A moça já tinha sido assistida duas vezes antes do parto acontecer. De repente ela deu à luz e gritaram o médico. O dr. Rogério foi prontamente atender o caso, quando chegou, o recém-nascido estava no chão da recepção do hospital. O cordão umbilical tinha sido rompido, o que deixou uma grande poça de sangue no chão. Ele pegou o neném e levou para os primeiros atendimentos, pois ele tinha caído no chão e batido a cabeça, além de ocorrer o risco de hemorragia e de pegar uma infecção."
DM:  O médico já tinha atendido alguma vez a paciente?
Funcionário: "Nenhuma, o primeiro contato que houve foi naquele momento mesmo. Ela tinha sido atendida por outro médico, que estava no plantão anterior."
DM: Qual o procedimento das trocas de plantão?
Funcionário: "Quando tem troca de plantão, o médico que está saindo passa para o próximo que está chegando as coordenadas e as informações dos pacientes que foram e que ainda estão sendo assistidos. Conforme informações do plantonista que atendeu a mulher, ela estava com 6 cm  de dilatação, o normal é 10cm para que ocorra o parto normal sem complicação. Com base nessas informações e em outras detalhadas no prontuário da paciente ela estava apta à esperar uma vaga em outro hospital, pois o parto ainda ia demorar um pouco."
DM: Houve negligência no atendimento da paciente e do recém-nascido?
Funcionário: "Não foi o que ficou parecendo. O médico, assim que soube do fato, correu para tomar as devidas providências, pegou o recém-nascido e levou para o atendimento. Logo depois foi a vez da mãe." (16/06/13)
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De pais para filhos
Anemia falciforme é uma doença hereditária. Os glóbulos vermelhos têm formato de foice ou meia-lua: exige acompanhamento
ANTÉRO SÓTER

A anemia falciforme é lembrada com manifestações e conscientização da população em diversas capitais no Brasil no dia 19 de junho, Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme. Caracterizada por ser uma doença hereditária, e mais comum em afrodescendentes, o nome “falciforme” é pelo fato de glóbulos vermelhos das pessoas doentes serem similar ao de uma foice ou meia lua.
O chefe de Serviços do Hospital das Clínicas de Goiânia e professor de Hematologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), hematologista e hemoterapeuta Renato Sampaio Tavares, diz que essa doença pode ser identificada precocemente através do teste do pezinho. Na primeira semana de vida, a criança é submetida ao teste que pode identificar a presença da doença falciforme, e do traço falciforme. Já crianças a partir de quatro meses e adultos que ainda não fizeram o diagnóstico podem realizar o exame de sangue chamado eletroforese de hemoglobina, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Renato Sampaio, explica como ocorre essa mutação genética na molécula de hemoglobina. “Na anemia falciforme a alteração na molécula de hemoglobina ocorre devido a uma mutação genética, que é hereditária, ou seja, é passada dos pais para os filhos, mas a doença só acontece quando a pessoa herda dois genes anormais: um do pai e outro da mãe. Se a pessoa herdar um gene só, ela será portadora do traço falciforme, que não causa anemia nem crises de dor, mas pode ser transmitida para os filhos.”
Pessoas que possuem o traço falciforme, segundo ele, não desenvolvem a doença, portanto não necessitam de tratamento. “Mas aqueles que apresentem esse diagnóstico devem procurar uma orientação médica especializada para que os oriente em caso de quererem ter um filho”, diz Renato Sampaio.
Segundo o hematologista, a doença é mais comum na população afrodescendente. No Brasil a miscigenação racial torna essa característica mais difícil de delimitar. Para diagnosticar a anemia falciforme o principal exame a ser feito é o famoso teste do pezinho. “O exame, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), deve ser feito na primeira semana de vida do recém-nascido. Com ele os pais terão a segurança do reconhecimento precoce da doença falciforme.”
Após os quatro anos de idade é possível fazer a eletroforese de proteínas. Um exame de sangue também oferecido pelo SUS que pode detectar a anemia falciforme. “Antes do teste do pezinho, o grande aliado das famílias, dos cuidados e da orientação genética, a média de sobrevida era de 14 anos. Hoje registramos pessoas com a anemia falciforme com mais de 50 anos e essa média pode ser ainda maior, desde que haja o acompanhamento profissional adequado”, informa Renato Sampaio.
De acordo com algumas teorias, divulgadas inclusive pela Federação Nacional dos Portadores de Anemia Falciforme (Fenafal), a doença é resultado de uma mutação genética ocorrida em áreas distintas do continente africano em grupos no Benin, no grupo linguístico Banto, Senegal, Camarões e numa parcela chamada árabe indiana, podendo encontrar o gene da anemia falciforme também no continente asiático e com o tráfico de escravos houve a inserção do gene falciforme nas Américas.
A hipótese, de acordo com a Fenafal, é que teriam sofrido uma mutação como uma defesa natural do organismo para se proteger da malária. Porque é justamente nessas áreas que se pode perceber uma resistência a malária muito grande. A malária mata as pessoas porque o plasmódio tem a capacidade de absorver o oxigênio contido nas hemácias. Então o corpo teria criado o que a gente chama de Lei de Darwin, para combater a doença.
A anemia falciforme e predominante na população negra, mas não é exclusiva. Atualmente, por exemplo, foram registrados casos da doença no Paraná em pessoas brancas. Tem uma pesquisa de uma médica do Paraná que comprova que 87% das pessoas que tem a anemia falciforme no Estado são fenotipicamente brancas.
De acordo com o Ministério da Saúde, todos os anos, 3.500 crianças brasileiras nascem com anemia falciforme e 200 mil crianças brasileiras nascem com o traço falciforme. Renato Sampaio lembra que, embora possam não desenvolver os sintomas relacionados, os pais devem ficar atentos. “Esse é o principal motivo de nossa constante preocupação: a importância do conhecimento e da adesão ao tratamento quando necessário”, afirma.
O professor Renato Sampaio, que participa, desde o dia 12, do Congresso Europeu de Hematologia, em Estocolmo, capital da Suíça, revela que o Estado de Goiás deve agraciado com um centro de excelência para o tratamento de doenças falciformes. Um andar inteiro do Hospital das Clínicas está sendo preparado e equipado para receber um ambulatório de hemagoblinopatias.
Quanto antes o diagnóstico for confirmado, melhor. O ideal para o tratamento, de acordo com o hematologista Renato Sampaio, é que o paciente tenha um acompanhamento adequado, com suporte multiprofissional em um centro de referência. “O apoio de assistentes sociais, psicólogos, oftalmologistas e fisioterapeutas também têm a sua importância no tratamento da anemia falciforme e deve ser feito durante a vida inteira. Também é muito importante manter a rotina de exames diagnósticos para evitar as complicações crônicas, como o AVC, alterações cardíacas, além de acompanhar a taxa de hemoglobina”, diz.
Atualmente, existe tratamento medicamentoso com o hidroxiuréia, que auxilia no aumento da hemoglobina fetal e ajuda a qualidade de vida dos pacientes. O tratamento curativo é possível apenas com o transplante de medula óssea, mas só é indicado para pessoas com até 16 anos e com indicações específicas.
Segundo doutor Renato Sampaio, o tratamento da anemia falciforme envolve transfusão, que deve ser cautelosa e em casos selecionados, em função dos riscos de acúmulo de ferro. Nesta situação, podem ser usado quelantes de ferro. “A hidroxiureia é uma medicação bastante utilizada em pacientes selecionados, com o intuito de aumentar a hemoglobina fetal e reduzir o número de neutrófilos e monócitos que estão envolvidos nas crises vaso-oclusivas. O transplante de medula óssea HLA idêntico é uma opção, mas sua utilização ainda é bastante restrita em nosso meio, em função dos riscos deste tipo de tratamento”, informa.
O hematologista explica não existe cura para a quem é acometido pela anemia falciforme, apesar de existir pesquisas e experimentos com transplante de medula – aprovado recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que tem a possibilidade de curar, “mas o grande problema é achar um doador compatível e o risco do procedimento, mesmo com toda qualidade dos transplantes realizados atualmente”, diz ele. “O tratamento, em si, tem como principal foco a prevenção das situações que podem modificar a forma das hemácias”. Entre os cuidados necessários, segundo ele, estão o tratamento rápido de infecções, manter o calendário de vacinação em dia, evitar desidratação e atividades físicas muito intensas, além da antibioticoterapia.
As crianças que tem anemia falciforme devem receber tratamento especial por parte do pediatra, incluindo tratamento para prevenir infecções e orientação quanto a certas complicações típicas da idade infantil.
Os adultos com anemia falciforme podem passar bem, apresentando apenas queixas esporádicas ou podem ter complicações crônicas da doença, como úlceras nas pernas, cálculos (pedras) na vesícula, lesão na articulação do quadril, alterações oculares, insuficiência renal, alterações pulmonares e cardíacas, excesso de ferro, que é causado por transfusões de sangue frequentes.
“O acompanhamento médico permanece associado a uma vida saudável. A boa alimentação e o apoio familiar são fundamentais para a qualidade de vida do paciente com anemia falciforme”, orienta o professor Renato Sampaio.
DTC (Doppler Transcraniano).
Como aproximadamente 11% das crianças que possuem este tipo de anemia devem apresentar Acidente Vascular Cerebral (AVC) até os 20 anos de idade, a prevenção é indispensável. “A importância do Doppler Transcraniano (DTC) está no fato de prevenir o AVC, permitindo melhor qualidade e perspectiva de vida ao paciente. É um exame simples e indolor, semelhante ao ultrassom o qual permite a identificação da velocidade do fluxo sanguíneo cerebral”, explica Renato Sampaio. “Todo paciente com anemia falciforme, com idade entre 2 e 16 anos deve fazer o DTC pelo menos uma vez por ano”, completa.

A luta pelo transplante
A família de secretária Karoliny Moura, 20 anos, moradora em Aparecida de Goiânia, vem lutando para vencer a anemia falciforme, desde seus três anos de idade, quando descobriram que ela tem a doença. Karoliny já sofreu acidente vascular cerebral (AVC), em fevereiro de 2013, crise álgica, em 2012 que ocasionou uma bronco-aspiração, deixando-a, por 26 dias, em estado de coma, na UTI do Hospital Incore (Antigo Hospital São Bernardo ), chegando a ser desenganada pelos médicos.
“Tive que trancar minha matrícula no curso de Fisioterapia, além de deixar de praticar natação, pois caso viesse a ter outro AVC dentro da piscina, poderia ser fatal. Hoje tenho acompanhamento com um neurologista”, explica Karoliny. Ela também reclama da reação das pessoas quando descobrem que ela tem anemia falciforme. “Infelizmente tem muito preconceito com portador da doença, principalmente no mercado de trabalho”, diz ela ao revelar que já foi dispensada de duas empresas após os três messes de experiência quando descobriram que sofre da doença. “As desculpas eram sempre as mesmas. que eu era uma ótima funcionária, mas não estaria habilitada para trabalhar na empresa por não saber quando eu iria ter uma crise, quando seria necessário uma transfusão ou internação. Falta informação à sociedade do que é anemia falciforme”, lamenta.
Karoliny tem acompanhamento médico com o hematologista Dalton Biacchi Pfeifer, no IHG de Aparecida de Goiânia. “Parte do tratamento foi pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas pelas dificuldades impostas pelo sistema e pela necessidade de cuidados contínuos, o tratamento vem sendo coberto por um convênio médico”, diz Karoliny. O tratamento, segundo ela, é contínuo com medicações como ácido fólico (que ajuda na produção de glóbulos vermelhos), hidratação intensa, hidroxiuréia (quimioterapia), hemoterapia, entre outros.
A família de Karoliny reclama da burocracia para se cadastrar para receber transplante de medula óssea. Ela diz que vem tentando, mas que, infelizmente o cadastro no Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme) não foi liberado aos portadores de anemia falciforme e outras hemoglobinopatias, segundo Karoliny, “por burocracia do Ministério Público”.
Karoliny se diz “revoltada com o Ministério da Saúde que, ao invés de cumprir a Portaria MS/GM nº 675, de 2006, que garante o acesso de todo cidadão brasileiro ao sistema de saúde, deixa muito a desejar pelo excesso de burocracia, que muitas vezes leva o cidadão à morte. Uma médica  da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto chegou, inclusive, expor casos de sucesso de transplantes realizados naquela cidade e questionou o porque da recusa da Coordenação de Transplante do Ministério da Saúde em relação à ampliação do número de transplante de medula óssea (TMO) em casos de doenças falciformes, mas até o momento nenhuma providência foi tomada”, explica a secretária.
Karoliny lamenta, mas diz reconhecer que, “em nosso País carece de ampliação nas políticas públicas voltadas para as pessoas com doença falciforme, sendo necessário discutir com o Ministério Publico (MP) e a comunidade científica sobre o transplante halogênico em portadores da doença falciforme. Sei que não é um trabalho simples, mas se ao menos o Ministério Público deixasse de fazer vistas grossas e aprovasse a portaria liberando a inclusão da anemia falciforme e outras hemoglobinopatias no Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme). As esperanças de um portador de doença anemia falciforme chegariam ao extremo em apenas pensar que poderia obter a cura de uma doença que nos limita a planejar e executar objetivos desejados”. (16/06/13)
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Formas e tamanhos
Para cada humano, um organismo diferente. Com o órgão genital não é diferente: moldes
NAYARA REIS

Dizem que nem sempre o que agrada aos olhos de uma pessoa, necessariamente, agradará a todos. Ninguém é igual a ninguém, muito menos perfeito. As mulheres têm muitas dúvidas sobre sua sexualidade e até, hoje, receio de falar sobre elas abertamente. O formato da vagina, por exemplo, é um tema que gera questionamentos, mas é pouco discutido. Já os homens, têm mais facilidade para falar sobre sexualidade, e corriqueiramente estão se questionando sobre seus corpos, e portanto, sanando suas dúvidas.
Segundo o ginecologista Waldemar Naves do Amaral, a vagina, na verdade, se adapta às situações vividas pelas mulheres, seja em relação a sua vida sexual, ou até mesmo no momento do parto, na hora de ter um filho. “É um órgão elástico, em relação a estética, elas são diferentes umas das outras, inclusive nas crianças e mulheres a cima de 60 anos, o que é totalmente normal”, relata o médico.
As mulheres recorrem a alguns tratamentos para embelezar a região íntima. Segundo Waldemar, quem optam pelo uso de alguns adereços, como piercings, não tem nada a perder. “A cicatriz que isso deixaria caso ela resolva tirar o adereço, provavelmente, é a única coisa que a incomodaria, fazer tatuagem na vagina, também não acarretaria nenhum dano a saúde mulher. Quanto as cirurgias que já existem, como a labioplastia, é outra questão meramente estética”, esclarece o ginecologista.
O tempo nem sempre corre a favor das mulheres, e para a felicidade delas, existem as cirurgias plásticas, os implantes de silicone, lipoesculturas, e específicas para a vagina. A chamada himenoplastia, está na moda, esse procedimento é realizado em ambiente hospitalar, é feita uma microcirurgia, com colas biológicas e suturas delicadas. A anestesia é local com sedação. O procedimento demora em média 30 minutos e a alta hospitalar geralmente ocorre logo em seguida. Não há necessidade de se retirar pontos e outras correções podem ser feitas concomitante, como bioplastia ou ninfoplastia. Há quem seja contra a cirurgia quando feita por mero capricho feminino. Muitas ‘famosas’ já fizeram a cirurgia, o que a tornou mais pública e procurada pelas mulheres. (16/06/13)
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Doença de pombo
Criptococose é um nome estranho, mas para adquirir a doença basta que o cidadão tenha convivência com pombos urbanos
ANTÉRO SÓTER

Os pombos são sempre olhados como aves bonitinhas, um pombo como símbolo da paz, dois pombos como símbolos do amor. Entretanto, podem se tornar um verdadeiro transtorno para a população quando em grande número. Essas aves podem causar danos à saúde e ao ambiente. Segundo o infectologista Marcelo Daher, existem três tipos de doenças transmitidas pelos pombos: infecções bacterianas ou por fungos, reações alérgicas e doença intersticial pulmonar, que pode cursar com fibrose pulmonar. “São transmitidas principalmente pelas fezes, porém, as partículas das penas também podem provocar doenças”, explica.
Os perigos das infecções bacterianas ou por fungos estão relacionados a um processo infeccioso agudo, subagudo ou crônico. Em alguns casos é necessário internamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou pode levar à morte. A pessoa contaminada pode sentir calafrios, ter febre e sudorese. Entre os sintomas pulmonares estão tosse, presença de escarro, falta de ar e dor torácica. “Esta doença pode também comprometer outros órgãos, como o sistema nervoso central, podendo provocar alteração do nível de consciência, crises convulsivas, sonolência até levar ao coma”, explica. De acordo com o pneumologista, o tratamento depende do causador da infecção e pode ser feito via oral ou endovenoso, com o uso de antibióticos para bacteriana e para infecção fúngica, os antifúngicos.
A falta de predadores naturais favorece a proliferação de pombos. De acordo com o médico infectologista Marcelo Daher esses pássaros transmitem uma doença que pode levar a morte.
A criptococose é transmitida por fungos (Cryptococcus Neoformans) encontrados nas fezes secas do animal. De acordo com o infectologista a doença não é comum, e o índice de mortalidade pode ser de 60% a 70% em pacientes com Aids ou outra doença imunodepressiva. “O aumento da população dessas aves nos centros urbanos favorece o aumento da incidência da enfermidade”, diz.
A situação é mais complicada nas praças, pois as pessoas ficam com pena e alimentam as aves. “Os pombos dormem e fazem ninhos nas casas próximas às praças, aumentando os riscos para quem mora nessas regiões”, observa o médico.
Ele lembra que a poeira dos ninhos e das fezes podem causar doenças como: ornitose: infecção pulmonar, doença infecciosa aguda, cujo agente etiológico, Chlamydia psittasi, tem afinidade pelo sistema respiratório superior e inferior. Os sintomas são: febre, cefaleia, mialgia, calafrios, tosse. Doença do tipo oportunista, pode ou não se desenvolver, dependendo do estado de saúde da pessoa.
Histoplasmose: infecção pulmonar cujo agente etiológico, Histoplasma capsulatum, tem afinidade pelo sistema respiratório. Os sintomas que podem ocorrer variam desde uma infecção assintomática até febre, dor torácica, tosse, mal estar geral, debilidade, anemia, etc. Doenças oportunistas: o indivíduo pode ou não desenvolver a doença, dependendo de seu estado de saúde.
Criptococose: inflamação no cérebro – meningite aguda cujo agente etiológico, Criptococus neoformans, tem afinidade pelo sistema nervoso central. Os sintomas são: febre, tosse, dor torácica, podendo ocorrer também cefaleia, sonolência, rigidez da nuca, acuidade visual diminuída, agitação, confusão mental. São transmitidas através da inalação de poeira contendo fezes de pombos contaminadas pelos agentes etiológicos
Salmonelose: doença infecciosa aguda, cujo agente etiológico, Salmonela typhimurium, tem afinidade pelo sistema digestivo. Alguns dos sintomas são: febre, diarreia, vômitos, dor abdominal. É transmitida através da ingestão de alimentos contaminados com fezes de pombos contendo o agente etiológico.
Dermatites: são provocadas pela presença de ectoparasitas (ácaros) na pele, provenientes das aves ou de seus ninhos.
Alergias: os piolhos e as penas, além de incomodarem, causam sérias alergias.
RATOS VOADORES
O pombo doméstico, Columba livia, é uma ave originária da Europa. Na Inglaterra são chamados de “ratos voadores” pelo perigo que causam à saúde dos humanos. Os pombos soltos na natureza viviam antes nos campos, mantidos sob controle pelos seus predadores naturais, a coruja e o gavião, mas de uns tempos para cá eles preferiram viver nas cidades, encontrando sempre lugares para seus ninhos (em telhados de casas, de igrejas, de mercados, de quartéis, de prédios velhos, etc), para se reproduzirem e se alimentarem, lugares onde não encontram seus predadores naturais e assim, podem se proliferar à vontade, sem controle.
O pior é que muitas pessoas alimentam os pombos em seus quintais ou nas praças públicas, porque os acham bonitinhos e pensam que estão ajudando a cuidar do meio ambiente, sem saberem do risco enorme que correm, e aos seus filhos, ao lidarem com os pombos, suas penas com piolhos, carrapatos e percevejos e em especial, o risco de suas fezes, como nos dois casos citados. As fezes podem causar pneumonias fatais, renites crônicas e outros riscos graves afetando o cérebro, causando meningite aguda, e os pulmões.
O infectologista Marcelo Daher explica o que fazer para evitar as doenças causadas pelos pombos. “Primeiro, pare de alimentar os pombos, já, a partir de agora! Não deixe restos de comida no chão. Não deixe os pombos fazerem ninhos em seus telhados ou prédios. Ao varrer as fezes dos pombos de seus quintais, molhe antes as fezes e proteja o nariz e a boca com lenços ou panos úmidos e mantenha quaisquer alimentos em lugares fechados, longe de pombos. As aberturas em forros e sótãos devem ser vedadas com telas de arame ou alvenaria; nos beirais das janelas, em que as aves costumam pousar, deve-se colocar fios de náilon sustentados por pregos dez centímetros acima da superfície. Se os beirais forem largos, são necessários dois, três ou quatro fios; pendurar objetos brilhantes ou coloridos em pontos em que haja corredor de ar (os pombos os identificarão com algum predador e se afastarão). Outra coisa importante que você pode fazer é solicitar da Secretaria do Meio Ambiente da prefeitura onde você reside que faça alguma coisa, solicite ações do Conselho Municipal do Meio Ambiente, ações do Ministério Público (que tem dentre suas obrigações, atuar para proteção do meio ambiente), divulgue a ideia nos jornais de sua região, etc. O importante é você fazer alguma coisa, contribuindo para evitar que os pombos continuem a provocar danos à saúde das pessoas”.
Uma Cartilha de Manejo de pombos urbanos, muito útil para uma campanha de informação, pode ser encontrada na internet pelos endereços: www.ee.usp.br/cipa/doc/Manual_PombosUrbanos.pdf
Ou www.fzb.rs.gov.br/museu/downloads/pombos-domesticos.pdf

Neder: paixão pelos pombos
O promotor de Justiça aposentado e advogado atuante João Neder, no alto dos seus 79 anos de idade, é um columbófilo apaixonado. Desde a infância, em Minas Gerais, ele cuida de pombos. Inicialmente eram das aves vendidas em pet shops e depois de servir ao Exército Brasileiro passou a se dedicar ao pombo correio. Dedicação que ele preserva até hoje no Pombal Asas do Brasil, que mantém em sua casa no Setor Sul de Goiânia. “O que ocorre com os pombos mundanos, é que eles são mal cuidados. São vítimas da falta de planejamento para o saneamento básico e o poder público só enxerga quando há algum problema”, observa.
O advogado se orgulha de ter em seu plantel um pombo recordista mundial de voos oficiais. O animal percorreu uma distância de 2.027 quilômetros. Saiu de Belém, PA, e só parou na residência de João Neder em Goiânia. Um voo sem escala. Fato registrado em revistas e livros publicados em vários países, até na Alemanha.
João Neder diz que é preciso separar os pombos, pois existem várias espécies, “são mais de 200 raças em todo o mundo. Caso as autoridades, e a própria população, resolvessem tomar algum tipo de atitude, ninguém precisaria se preocupar com a possibilidade de ser acometido por alguma doença que possa ser causada pela presença dos pombos”, diz ele ao recordar que, ele mesmo, quando ainda na ativa na Promotoria de Justiça, cuidava dos pombos da Praça Cívica. “Consegui o milho com a prefeitura, mas os remédios eram adquiridos com meu próprio dinheiro. Todos os dias eu os alimentava e dava medicamentos misturados na água limpa”, lembra.
Para ele, a chamada “doença de pombo” é causada pelo “desmazelo do poder público. Bastaria remédio, vacinas e limpeza geral, mas o problema da saúde pública virou brincadeira. Não se vê investimento em obras de saneamento, o esgoto corre a céu aberto, com crianças se misturando ao lixo, além de alimentos sendo jogados de qualquer maneira e a comida caseira prejudica, e muito, os pombos, que a ingere e levam aos filhotes. Estes defecam, as fezes fermentam devido ao ambiente insalubre e isso se transforma em produtor de larvas”, lamenta o columbófilo.
Segundo João Neder, ao contrário do que se pensa, não são os pombos os maiores proliferadores de piolhos, mas sim os pardais. (17/06/13)
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