ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
• Prédio onde funcionava Cais fica abandonado e acumula lixo, em Aparecida de Goiânia
• Sequela neurológica da dengue
• Acesso baixo à mamografia
• Idoso busca vaga em UTI desde sexta
• Dengue faz juiz notificar Paço
• UTI neonatal
• Ex-vaqueiro começa guerra contra a obesidade
• Jovem que ficou deformada após plástica refaz cirurgia: 'Vida nova'
• Os perigos da cirurgia plástica
• Os perigos da cirurgia plástica
TV ANHANGUERA/ GOIÁS (clique no link para acessar a matéria)
Prédio onde funcionava Cais fica abandonado e acumula lixo, em Aparecida de Goiânia
http://g1.globo.com/goias/jatv-1edicao/videos/t/edicoes/v/predio-onde-funcionava-cais-fica-abandonado-e-acumula-lixo-em-aparecida-de-goiania/4186020/ (16/05/15)
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O POPULAR
Sequela neurológica da dengue
Epidemia da doença em Goiânia torna mais frequente notificação de casos raros e mais graves
Cleomar Almeida
Um tipo raro de complicação por dengue fez o administrador de empresas Eduardo Divino Borges Machado, de 47 anos, e o filho dele, Pedro Oliveira Borges, de 21, pararem em uma unidade de tratamento intensivo (UTI) em Goiânia, na última semana. Eles tiveram manifestações neurológicas da doença, que, segundo o infectologista Boaventura Braz de Queiroz, médico da Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Goiás, têm se tornado mais perceptíveis com a epidemia de dengue em Goiânia, apesar de representarem menos de 1% dos casos graves. A capital já registrou este ano 44.181 casos, no total.
Machado sente que a complicação neurológica faz os sintomas da doença se manifestarem de forma muito mais “rápida e pesada”. “Ela dá uma dor no corpo muito forte, com os sintomas da dengue clássica, mas, em 24 horas, fiquei com a parte motora comprometida, não consegui andar, pegar e falar direito. Cheguei ao hospital na cadeira de rodas”, contou ele, que ficou internado entre quarta e sexta-feira e o filho, de terça-feira a sábado. “Nós chegamos a ser levados para a UTI”, emenda Machado. Os dois moram no Setor Goiânia 2, na Região Norte da capital, e já iniciaram esta semana um longo período de repouso em casa.
Boaventura explica que a complicação neurológica é uma das mais raras da dengue. Diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Flúvia Amorim ressalta que qualquer tipo de complicação por dengue exige “cuidados especiais” no tratamento do paciente. “Quem tem a doença a partir da segunda vez tem mais chance de desenvolver as formas graves”, assevera a especialista. “Dos óbitos que tivemos, a grande maioria era portadora de doença crônica, como diabetes, e alguns tinham problemas cardíacos”, acentua ela.
Incidência
Assim como Boaventura, o infectologista Luiz Antonio Zanini afirma que quanto mais casos de dengue em uma região mais comuns são os casos mais raros de manifestação da doença, como a que ataca o sistema nervoso central ou periférico. Geralmente estes casos mais raros não são fatais, mas podem deixar sequelas se a pessoa não se tratar da dengue.
Os sintomas começam como os da dengue clássica, mas logo se desenvolvem os diferenciados, como paralisia facial ou nos membros, desorientação e agitação excessiva. Esses sintomas dependem da localização da infecção causada pelo vírus. Pode haver sequelas quando há perda dos movimentos dos membros inferiores, mas isso é ainda mais raro. Trabalhos de reabilitação, após a recuperação da doença, ajudam a eliminar sequelas. “Damos o tratamento suportivo para a pessoa ter condições de se recuperar”, pontua Zanini.
Como as complicações mais graves são raras, pondera Boaventura, não há motivo para a população se assustar, embora deva ficar em alerta. “É claro que mais um temor vai tomar conta da população na medida em que souber dessas complicações e na falta de perspectiva imediata para se fazer alguma coisa”, diz ele, acrescentando que ainda não há “prevenção mais segura.” “A vacina, possivelmente, só teremos em 2016 ou 2017.”
Pai e filho se esforçam para tentarem se recuperar o mais rápido possível. “Nós estamos tomando soro, para poder reidratar, e com dor de cabeça ainda, mas já bem melhor. Está todo mundo de repouso”, acentua o administrador de empresas. “Mas não sei onde pegamos dengue. A nossa casa não tem água parada, não tem entulho e a rua é seca”, acentua.
Agentes miram casas vazias na Região Sul
(C.A.)
Imóveis fechados e com possíveis indícios de focos do mosquito Aedes Aegypiti, na Região Sul de Goiânia, continuam esta semana no alvo das equipes da prefeitura de Goiânia, em ações de combate à dengue. A informação é da diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Flúvia Amorim. Equipe da Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Goiás se reúne hoje para apresentar balanço prévio da dengue.
A região é a que tem o maior número de imóveis fechados sem morador, na capital, de acordo com Flúvia. A expectativa é de que estes trabalhos sejam concluídos esta semana, para, depois, as equipes partirem para uma nova guerra contra o mosquito. “Depois da Região Sul, provavelmente vamos iniciar uma nova ação cata pneus, porque o número de pneus descartados de forma inadequada é muito grande”, lamenta a diretora de Vigilância em Saúde da SMS.
Coordenador de Controle de Dengue e Debre do Chikungunya da SES de Goiás, Murilo do Carmo Silva diz que, hoje de manhã, haverá reunião de colegiado na pasta, para fazer balanço. Segundo ele, o objetivo do encontro é mostrar aos gestores uma prévia de queda dos casos de dengue no Estado. “Muitos casos são registrados como dengue nas unidades de saúde, mas, na verdade, nem todos são”, afirma ele. (18/05/15)
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Acesso baixo à mamografia
Pesquisa divulgada neste fim de semana em Goiás alerta para problema na prevenção de doença
Pedro Nunes
O câncer de mama é a doença que mais atinge as mulheres no Brasil e está ainda mais suscetível àquelas entre 50 e 69 anos. A cobertura mamográfica do Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiás, no entanto, foi de 14,7% no ano de 2013 para esta faixa etária. O Ministério da Saúde preconiza que o ideal seria em torno de 70%. Os dados são de um estudo desenvolvido pelo Programa de Mastologia da Universidade Federal de Goiás (UFG) divulgados no Goiânia Breast Cancer Symposium, evento de pesquisa em câncer de mama do Brasil encerrado sábado na capital.
No Brasil, a previsão do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é de que ocorram mais de 57 mil novos casos este ano.
“A situação é grave. Temos que avançar, principalmente, no acesso das mulheres à mamografia, porque é o principal exame de prevenção ao câncer de mama”, explicou o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Ruffo de Freitas Junior.
Entre os tipos de câncer existentes, o de mama está entre os de maior chance de cura, em torno de 90%, caso descoberto em estágios iniciais. “Por isso a importância do diagnóstico precoce”, completou.
Ruffo de Freitas afirma que a quantidade de equipamentos em Goiás para a realização desse exame é satisfatória, porém a distribuição é desigual, já que a grande maioria encontra-se na capital enquanto uma área imensa do interior fica descoberta.
“Imagine a situação de uma mulher do interior. Ela terá que ir no mínimo três vezes a Goiânia. A primeira para fazer o exame. Uma outra vez para buscar. E uma última para levar o resultado para o médico. É realmente uma situação complicada”, destaca.
Carência
De acordo com o presidente da SBM, há uma carência também de unidades de tratamento não só no Estado, mas no País. “Existem apenas 71 unidades no Brasil. Mas em Goiás temos outro problema nas unidades de prevenção”, argumenta.
Propostas para melhor acesso
Durante o Goiânia Breast Cancer Symposium foram debatidos projetos para solucionar o baixo índice de exames no Estado. Os principais são: a capacitação dos profissionais que trabalham nos postos de saúde; o melhor aproveitamento dos mamógrafos em Goiás que hoje são subaproveitados, a instalação da primeira mesa de biópsia guiada chamada mamotomia – equipamento importado que custa cerca de R$ 300 mil e que não existe no Estado pelo SUS, além da construção de um prédio dentro do Hospital de Clínicas para o atendimento exclusivo.
Outra ideia, segundo Cléia Vilela Girardi, do Hospital de Barretos, é o mamógrafo móvel. A enfermeira apresentou a estratégia adotada pelo hospital de levar unidades móveis até as mulheres para que a mamografia seja realizada de uma forma mais cômoda.
(18/05/15)
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Idoso busca vaga em UTI desde sexta
Vandré Abreu
O aposentado Lauderino Antonio Ferreira, de 98 anos, aguarda desde a última sexta-feira uma vaga em unidade de terapia intensiva (UTI) em Goiânia por sofrer de insuficiência renal aguda e pneumonia. O senhor foi levado ao Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) do Jardim América na tarde de sexta e, desde então, os médicos prescreveram a necessidade de internação na UTI. No entanto, até a noite de ontem, nenhuma das 454 vagas da rede municipal de saúde esteve aberta.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), na noite de ontem, realizaria a transferência do paciente para o Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) Campinas por esta unidade ser referência em nefrologia, dado o estado avançado da insuficiência renal de Lauderino. Além disso, o Cais Campinas é mais estruturado, com capacidade de intubação, embora sem a potencialidade de uma UTI. A intenção da SMS é que o aposentado tenha um atendimento melhor que o atual até conseguir a vaga na unidade intensiva.
Segundo a neta de Lauderino, Cláudia Gomes Ferreira, o idoso estava bem saudável até três meses atrás, quando perdeu a mobilidade e passou a se locomover com cadeira de rodas. Desde sexta-feira, ainda de acordo com a neta, Lauderino estava recebendo soro no Ciams Jardim América, na mesma sala da unidade em que a substância é dada aos pacientes com suspeita de dengue. (18/05/15)
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Dengue faz juiz notificar Paço
A Prefeitura de Goiânia e a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) serão notificadas esta semana para apresentar, em até 72 horas, resposta ao juiz José Proto de Oliveira, da 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal da Comarca de Goiânia, com relatório sobre as medidas de combate à epidemia da dengue e de prevenção da doença. A promotora Alice de Almeida Freire propôs ação civil pública contra o município. Somente neste ano foram registrados 44.181 casos de dengue na capital. Desde o final de fevereiro, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia reconheceu que a cidade vive uma nova epidemia. A situação se agravou nos meses de abril e maio com a prorrogação do clima chuvoso. (17/05/15)
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UTI neonatal
A Prefeitura esclarece que paga o valor de tabela do SUS para as diárias de UTI neonatal em Goiânia. Como informado aqui, alguns hospitais privados têm fechado suas UTIs.
Atrasos
Do diretor municipal de Regulação, Cláudio Tavares: “Atrasos para hospitais acontecem quando gastos superam o teto e quando a União também atrasa repasses de recursos.” (16/05/15)
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Ex-vaqueiro começa guerra contra a obesidade
Morador de Jussara teve ontem primeira consulta que antecede à realização de cirurgia bariátrica
Adma Cozac
Ednaldo Ferreira de Faria, de 37 anos, passou ontem pela primeira consulta no Hospital Alberto Rassi (HCG). Ele acaba de entrar para o quadro de pacientes do Programa de Controle e Cirurgia de Obesidade (PCCO) da unidade, que tem como objetivo tratar a obesidade mórbida, de forma multiprofissional, para que os pacientes tenham toda a assistência necessária antes e depois da cirurgia bariátrica (gastroplastia).
Natural de Jussara, Região Noroeste de Goiás, Ednaldo, que tem 1,86 metros, atualmente está com 330 quilos, aproximadamente 240 quilos a mais do que o recomendado. Ele diz que “sempre foi gordinho” e desde a infância se destacava entre os colegas por estar acima do peso, mas nada que o atrapalha-se. Inclusive, acostumava correr e jogar futebol com os amigos. Entretanto, há dez anos começou a engordar descontroladamente. Agora, devido à obesidade, quase não sai de casa e leva uma vida estagnada na residência, onde mora com a mãe e o padrasto. A tia Marizete de Pina é quem acostuma acompanhá-lo às consultas médicas. Ela comenta que normalmente ele fica deitado ou sentado, quase não se locomove e há anos não pratica uma atividade física.
Após passar por exames, aferir a pressão e consultar a nutricionista da unidade, Ednaldo foi encaminhado ao consultório do médico Juarez Távora de Siqueira Júnior, cirurgião do Aparelho Digestivo, que será o responsável pela sua cirurgia bariátrica. De acordo com o médico, a gastroplastia é apenas uma das etapas do programa. Até chegar ao momento da operação, os pacientes passam por diversos médicos, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, fonoaudiólogos e fisioterapeutas. O especialista explica que todo o processo para a cirurgia tem de 3 a 6 meses de preparação. No caso de Ednaldo, esse tempo deve ser um pouco mais extenso. Segundo o especialista, como a cirurgia já é de risco, o paciente terá que perder cerca de 30 quilos até a operação.
“Geralmente, este tipo de pacientes não sofrem apenas por excesso de alimentos, mas sim pela forma de alimentação, isso é, a qualidade do que é consumido. É comum atendermos pacientes obesos com anemia”, explica Távora. Para Ednaldo, que está com o Índice de Massa Corpórea (IMC) bem acima de 40 – valor mínimo para a constatação da obesidade mórbida – o médico aconselhou que ele reforçasse a ingestão de carnes, a fim de adquirir proteínas. O número de refeições diárias deve ser reduzido. Alimentos calóricos, como carboidratos, também, devem ser evitados.
Mesmo com o sobrepeso quando criança, ele revela que jamais imaginou que teria complicações por isso. Agora, com hipertensão e obesidade mórbida, garante que está empenhado para seguir o programa do HCG. “Por ser criança, acho que não fazia muita ideia dos possíveis problemas que eu teria por causa da obesidade”, conta.
Em torno de 500 pessoas na fila de espera
Oferecido desde o ano 2000 pelo Hospital Alberto Rassi (HGG), o Programa de Controle e Cirurgia de Obesidade (PCCO) foi fortalecido há cerca de 3 anos e hoje realiza uma média de quatro cirurgias por semana, totalizando 12 operações de gastroplastia no mês, segundo explica Rafael Nakamura, Diretor Técnico do HGG.
O diretor comenta que atualmente são aproximadamente 500 pacientes na fila de espera. Nakamura explica, ainda, que a cirurgia não é a resolução da obesidade. Por isso, é de suma importância esse trabalho multidisciplinar, feito com nutricionistas, endocrinologistas, gastroenterologista, psicólogos, fonoaudiólogos e outros que é feito dentro do PCCO. (16/05/15)
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PORTAL G1
Jovem que ficou deformada após plástica refaz cirurgia: 'Vida nova'
Operação deixou excesso de pele no púbis: 'Fui confundida com travesti'.
Ela luta na Justiça por reparação e criou grupo para alertar sobre cuidados.
Fernanda Borges
A esteticista Annelise da Silva Martins Levino, de 27 anos, que ficou deformada após uma cirurgia plástica realizada em uma clínica particular, em Goiânia, refez o procedimento e diz que mudou de vida. Na época, a pele da barriga não foi devidamente removida, o que a deixou com um volume na região pubiana. “Parecia que eu tinha um pênis e chegaram a me confundir com um travesti. Mas tudo mudou depois que eu fiz a nova cirurgia. É uma vida nova”, disse ao G1.
Antes de fazer a primeira cirurgia, Annelise era dona de casa. No entanto, após sofrer com o procedimento desastroso, ela estudou e passou a trabalhar como esteticista. Além disso, entrou para um grupo em uma rede social que falava sobre o tema. Aí ela teve a ideia de criar seu próprio grupo, com o objetivo de ajudar outras pessoas sobre os cuidados na hora de escolher um cirurgião e uma clínica.
“Comecei com o grupo em 2013 e, aos poucos, ele foi crescendo. Hoje, são cerca de duas mil participantes, que trocam ideias sobre os procedimentos e todos os pontos que é preciso atentar. Lá falamos sobre os médicos que são credenciados junto ao Conselho Regional de Medicina e das experiências bem-sucedidas”, ressaltou.
A troca de experiências ganhou força e neste sábado (16) o grupo fará o seu primeiro encontro presencial. O evento gratuito, aberto ao público, será realizado a partir das 14h no Clube de Pesca Lago Verde, que fica na Rua CP 70, Quadra 107, na altura do km 8 da GO-070.
“Consegui reunir alguns especialistas, que vão tirar dúvidas sobre o tipo de procedimento que deve ser realizado para cada caso e os cuidados que a pessoa tem que tomar. Vai ser gratificante poder ajudar os outros a não passar pelo que eu passei”, concluiu Annelise.
Sequelas
O drama da esteticista começou quando ela fez a primeira cirurgia plástica, no dia 2 de julho de 2012. Ela queria retirar o excesso de pele na barriga após o nascimento da segunda filha e colocar silicone nos seios.
“Tudo parecia bem, mas eu só fui ver que o resultado tinha sido desastroso cerca de cinco meses depois da cirurgia, quando desinchei. Aí percebi que, além do excesso de pele acima da vagina, que parecia um pênis, eu estava com a cintura desproporcional, e o silicone estava caído”, lembra
Na ocasião, segundo Annelise, o médico Gustavo Resende, responsável pelo procedimento, alegou que ela não precisava ter passado por todos os procedimentos. “Ele disse que eu não precisava retirar o excesso de pele e apenas fez a colocação dos implantes (335 mls em cada um) e uma lipoaspiração na região da barriga. Porém, o resultado que ele deixou foi pior do que o que eu estava”.
A jovem, então, procurou o médico e ficou acertado que seria feita uma nova cirurgia reparadora. Porém, uma questão financeira atrapalhou a realização do procedimento. “A cirurgia custou R$ 11 mil. Paguei R$ 6.800 à vista e parcelei o restante em quatro vezes de R$ 1.050. Quando notei que o médico tinha destruído meu corpo, sustei o último cheque e comuniquei a ele. Falei que ia sustar porque não tinha ficado satisfeita com a cirurgia e só iria pagar quando ele me desse o reparo”, afirma.
Ao constatar o não pagamento da última prestação, o cirurgião teria se negado a fazer uma correção na paciente. “Eles me acusaram de ser caloteira e me mandaram procurar meus direitos. E foi o que eu fiz”, lembra Annelise.
Agora que consegui arrumar o meu corpo estou bem, mas o médico tem que ser punido"
Processo judicial
Após denunciar o caso à polícia, ela procurou um advogado e entrou com uma ação na Justiça. Segundo ela, até agora, nenhuma audiência chegou a ser realizada. “O meu caso segue tramitando no Tribunal de Justiça, em Goiânia. Pedi a reparação dos danos e, mesmo já tendo feito a nova cirurgia, tive muitos prejuízos”, disse.
Na época, o advogado Felicíssimo Sena, que prestou consultorias ao médico, afirmou que, segundo o profissional, o procedimento aconteceu dentro dos padrões da normalidade. "Ela procurou o Conselho Regional de Medicina [Cremego]. Aí sim, me parece o órgão cientificamente adequado, competente para fazer essa analise. Este órgão julgará ao tempo certo, depois da devida instrução, se o procedimento foi satisfatório ou não foi satisfatório", declarou.
O G1 entrou em contato novamente com o advogado na sexta-feira (15), mas ele disse que o médico nunca foi um cliente formal de seu escritório e que ele não tem mais contato com o profissional.
O Cremego informou, por meio de nota, que em 7 de novembro de 2013, após receber a denúncia protocolada pela paciente Annelise Levino, o órgão "instaurou uma sindicância para apurar o fato denunciado. A apuração está em andamento e deve ser concluída ainda neste mês".
Traumas
Annelise lembra que, por conta da cirurgia desastrosa, ela enfrentou inúmeras situações constrangedoras. A pior situação era em relação ao marido, pois ela passou a ter vergonha de ficar nua na frente dele. “Nosso relacionamento ficou por um fio e foi muito difícil a convivência. Por sorte, ele me apoiou muito até que eu pude refazer o procedimento”, conta.
Segundo ela, outra situação que a “traumatizou” foi o momento em que o excesso de pele na região pubiana foi confundido com um pênis. “Em uma loja, uma vendedora pensou que eu era um travesti. Nada contra quem é, mas eu me senti muito mal de ser confundida com uma pessoa do sexo oposto, tudo em função de uma cirurgia mal feita”, lembra.
Para evitar novos constrangimentos, ela investiu R$ 27 mil em uma nova abdominoplastia e colocação de silicone, em dezembro do ano passado. Depois disso, ela se considera recuperada. “Fiz um novo sacrifício para reparar minha vida. Agora que consegui arrumar o meu corpo estou bem, mas o médico tem que ser punido”, ressaltou a esteticista. (16/05/15)
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DIÁRIO DA MANHÃ
Os perigos da cirurgia plástica
Diminuir a barriguinha, aumentar os seios e levantar o nariz estão entre os procedimentos estéticos corriqueiros que colocam o Brasil como país com maior número de cirurgias plásticas estéticas em todo o mundo. Mas, apesar de o país ter cirurgiões plásticos conceituados no mundo todo, quem procura por esse tipo de procedimento deve tomar algumas precauções.
Segundo dados Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, enquanto nos últimos dez anos a população brasileira aumentou 10%, o número de cirurgiões plásticos aumentou 90%. Em 2014 foram feitas 1,49 milhão de procedimentos cirúrgicos estéticos.
O professor de psicologia social da Universidade de Brasília, Fábio Iglesias, conta que a busca por essas modificações faz parte de um processo chamado de gerenciamento de impressões, com o qual as pessoas buscam se posicionar em determinados meios. Ele explica que assim como as pessoas procuram se vestir, se maquiar, escolher fotos para as redes sociais pensando em como serão vistas e em serem bem aceitas, elas procuram os procedimentos estéticos com a mesma finalidade. “Essa cirurgia permite que a impressão sobre aquela pessoa seja melhor gerenciada e de uma forma que hoje não é mais tão cara e que também é mais rápida que outros meios”, explica.
O especialista ressalta que como o clima do Brasil, principalmente em regiões litorâneas, favorece a exposição do corpo, a preocupação com a estética também aumenta. “As pessoas exibem muito mais o corpo. Esse apego muito grande à beleza, parecer mais bonito e mais jovem é bastante evidente aqui, o que coloca o Brasil no topo desse ranking mundial”.
O presidente da regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Fernando Prado, aconselha o paciente a, antes de passar por um procedimento como esse, pedir referências de médicos e consultar, no site da entidade, se o profissional tem o título de especialista. “Às vezes médicos que não conseguem residência acabam aceitando um pouco de cada especialidade, mas não ficam realmente qualificados em nenhuma”. O especialista cita pesquisa de 2008 apontando que 97% dos erros em cirurgias plásticas foram cometidos por profissionais que não passaram pela residência específica. Ele ainda conta que a consulta deve ser longa o suficiente para tirar todas as dúvidas do paciente.
Depois de duas cirurgias não satisfatórias para modificar o nariz, a carioca Sônia Cruz buscou um terceiro procedimento. Desta vez, a aposentada sofreudanos graves. “Nesse terceiro procedimento o camarada retirou toda a cartilagem do meu nariz. Eu tive que fazer outra cirurgia para reparar, tive que repor cartilagem da orelha no nariz”, contou Sônia. Só depois dos danos, ela soube que o médico não era especialista em cirurgia plástica. Oito anos depois, Sônia passou por outro procedimento e, mesmo assim, não ficou totalmente satisfeita com o resultado.
Em alguns casos, mesmo tomando todas as preocupações, um procedimento cirúrgico pode acabar mal. Em 2014 a bancária brasiliense Railma Siqueira buscou, aos 32 anos, um especialista para trocar as próteses mamárias. “Ela pesquisou bem, eu fui com ela ao médico, que nos passou confiança, de quem tivemos referências. Agimos com segurança”, conta Cleydson Siqueira, marido de Railma. Ao conversar com o médico, a bancária resolveu fazer ainda uma miniabdominoplastia e uma lipoaspiração. Railma morreu dias depois da cirurgia, após passar por duas hemorragias.
“Nós acreditávamos que tínhamos um bom profissional. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer. Ele foi negligente. Teve a oportunidades de socorrê-la e não o fez, mas não podemos generalizar, tem ótimos profissionais no mercado”, disse Cleydson.
Por outro lado, cirurgias bem sucedidas podem realmente mudar a vida do paciente. A cabeleireira de Brasília Silvia Olive, de 39 anos, estava com a autoestima baixa com as mudanças que a gravidez provocou em seu corpo. “Eu não me sentia nada atraente. Nem tinha espelho em casa, não ficava sem roupa na frente de ninguém. Procurei muito e pesquisei no site do conselho para ver se o médico que me indicaram era especialista”, relembra. Depois de uma lipo e uma abdominoplastia no ano passado, ela está satisfeita. “Eu passei a me olhar no espelho novamente. Até a intimidade com meu marido melhorou. Agora tenho coleção de lingerie”, conta Sílvia.
Aline Leal – Repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação