Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 16 A 19/10/21

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Covid-19: Brasil tem 183 mortes e 21,6 milhões de casos em 24 horas

Covid: Goiás quer transformar hospitais de campanha em maternidade

CPI busca superar racha na reta final

Defesa da autonomia para aplicar kit covid

Novo decreto autoriza shows e flexibiliza outras medidas em Goiânia

Após decreto do Executivo, vereador retira passaporte da vacinação da pauta

Justiça considera ilegal a greve de médicos de Anápolis

AGÊNCIA BRASIL

Covid-19: Brasil tem 183 mortes e 21,6 milhões de casos em 24 horas

Desde o início da pandemia de covid-19, 603.465 morreram pela doença no Brasil. Em 24 horas, as autoridades de saúde registraram 183 novas mortes.

Ainda há 3.099 falecimentos em investigação. Essa situação ocorre pelo fato de haver casos em que o paciente morreu, mas a investigação sobre se a causa foi covid-19 ainda demanda exames.

O total de pessoas infectadas pelo novo coronavírus desde o início da pandemia alcançou 21.651.910 no Brasil. Entre ontem e hoje, as secretarias estaduais e municipais de saúde confirmaram 7.446 novos diagnósticos de covid-19.

Ainda conforme as autoridades de saúde, há 235.037 casos em acompanhamento, de pessoas que estão com o quadro de covid-19 confirmado.

Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde no balanço diário desta segunda-feira (18). A atualização sistematiza as informações sobre casos e mortes levantadas pelas secretarias municipais e estaduais de saúde.

Até esta segunda-feira, 20.813.408 pessoas se recuperaram da covid-19. O número corresponde a 96,1% das pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus desde o princípio da pandemia.

Os números em geral são menores aos domingos e segundas-feiras em razão da redução de equipes para a alimentação dos dados. Nas terças-feiras em geral há mais registros por causa da atualização dos dados.

Estados

Segundo o balanço do Ministério da Saúde, no topo do ranking de estados com mais mortes por covid-19 registradas até o momento estão São Paulo (151.129), Rio de Janeiro (67.584), Minas Gerais (55.218), Paraná (39.877) e Rio Grande do Sul (35.196).

Já os estados com menos óbitos resultantes da pandemia são Acre (1.842), Amapá (1.989), Roraima (2.018), Tocantins (3.834) e Sergipe (6.022).

Vacinação

No total, até o início da noite desta segunda-feira, o sistema do Ministério da Saúde marcava a aplicação de 260,3 milhões de doses da vacina contra a covid-19 no Brasil, sendo 151,4 milhões da primeira dose e 108,8 milhões da segunda dose e dose única.

O Ministério da Saúde passou a disponibilizar os dados sobre vacinação em novo endereço. Do painel, foram retiradas as informações sobre a distribuição de doses. Consultado pela Agência Brasil, o ministério justificou a mudança com uma melhoria do sistema.

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PORTAL METRÓPOLES

Covid: Goiás quer transformar hospitais de campanha em maternidade

Com redução do número de internações, estado promete ainda criar hospitais gerais. Rede privada também faz desmobilização de leitos

Cleomar Almeida

Goiânia – Em meio à queda no número de internação de pacientes com Covid-19, Goiás intensifica a desmobilização de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) da rede pública estadual até então destinados exclusivamente a pessoas com a doença. A promessa do governo é transformar hospitais de campanha, abertos no período crítico da pandemia, em maternidades ou hospitais gerais.

O secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, confirmou ao Metrópoles o plano de desmobilização dos leitos. “A desmobilização gradativa já começou”, afirmou. A rede estadual, incluindo as unidades conveniadas, tem 410 vagas de UTI Covid, mas 59% delas (242) estavam desocupadas na noite de segunda-feira (18/10).

No caso de hospitais que já existiam antes da pandemia, as vagas de UTI deles voltarão a ser destinadas a internações gerais. “A tendência é aumentar [a desmobilização] nos próximos meses”, disse o secretário. A situação também se estende para a unidades de saúde da rede privada.

De 900 para 7

No auge da pandemia, a rede estadual chegou a registrar 900 pedidos para internação em leitos Covid, por dia, e, atualmente, esse número caiu para 7. Por causa dessa redução e consequente ocupação das vagas, o estado tem o desafio de buscar saídas para que a população não fique desamparada, com unidades de saúde subutilizadas ou abandonadas em suas cidades.

Desde o início de agosto, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SESGO), a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid da rede pública estadual está em torno de 40%. Os números de mortes e de internação por complicações da doença têm apresentado queda, apesar de quase 60% da população ainda não ter sido vacinada.

Se a pandemia for controlada e a promessa do governo sair do papel, mais de 200 vagas de UTI deverão ser abertas para a população no estado, considerando o total delas em hospitais de campanha que existem em seis municípios: Goiânia, Itumbiara, Formosa, Jataí, Luziânia e Uruaçu. Incluídas as enfermarias, o número de leitos sobe para 600.

Chamamento

O estado abriu processo de seleção de organização social para gestão compartilhada do hospital em Uruaçu, que vai funcionar com parte geral, maternidade e oncologia. A unidade de saúde passará a operar com novo perfil de atendimento em até 60 dias, segundo previsão oficial.

 “Já fizemos chamamento da gestão do hospital em Uruaçu para parte geral, maternidade e oncologia. É um hospital que vai ficar muito mais caro que o custo de hoje, mas as estruturas não serão desmobilizadas. Terão seu perfil mudado para atender geral e maternidade”, disse Alexandrino.

Uma ala do Hospital Geral de Goiânia (HGG), transformada temporariamente em UTI para pacientes com Covid, também já voltou a ser usada com a sua finalidade original de amparo a pacientes paliativos.

Além disso, o hospital de campanha na capital, que tem apresentado baixa no número de internações de pacientes com Covid, passará a funcionar como a nova unidade materno infantil. A expectativa é de que seja o último a ser desmobilizado, por ser referência para tratamento a pessoas com a doença no estado.

O Hcamp de Goiânia estava com apenas 20% de ocupação dos leitos de UTI Covid na segunda-feira.

Leitos UTI Covid

Veja histórico do número de vagas em UTI Covid para adultos em Goiás, segundo dados do governo estadual:

Outubro/2021: 410

Setembro/2021: 494

Agosto/2021: 587

Julho/2021: 597

Junho/2021: 587

Maio/2021: 567

Abril/2021: 559

Março/2021: 418

Fevereiro/2021: 396

Janeiro/2021: 257

Dezembro/2020: 251

Novembro/2020: 258

Outubro/2021: 270

Setembro/2021: 318

Agosto/2020: 299

Julho/2020: 292

Junho/2020: 193

Maio/2020: 113

Abril/2020: 83

Março/2020: 68

“Vacinação em massa”

A desmobilização dos leitos de Covid deve aumentar, conforme mais pessoas receberem a vacina. “A gente vai ter campanha de vacinação no próximo ano inteiro, porque é preciso vacinar em massa toda a população”, disse o secretário.

“A tendência é diminuir bastante [o número de leitos Covid], até que não tenha necessidade de ter unidades específicas e que a doença passe a ser tratada como as demais, mas com necessidade de isolamento das pessoas contaminadas”, afirmou Alexandrino.

Agora, com a diminuição de pacientes internados com Covid, o estado também promete retomar a realização de cirurgias eletivas, que foram suspensar durante o período crítico da pandemia. No total, mais de 1,3 mil pessoas aguardam por esse tipo de procedimento.

A diminuição de vagas de internação para pacientes contaminados com o coronavírus também ocorre na rede privada.

O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, disse que as unidades de saúde associadas têm 186 leitos de UTI, com 35,5% de ocupação, e 222 leitos comuns, com 16,2% ocupados.

“Os hospitais estão desmobilizando os leitos que foram destinados a pacientes com Covid por causa da diminuição na demanda e voltando a convertê-los para as suas finalidades de origem”, afirmou ele.

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CORREIO BRAZILIENSE

CPI busca superar racha na reta final

Enquanto Renan Calheiros afirma que teor do relatório será definido pela maioria dos integrantes da comissão, senadores divergem sobre os possíveis crimes que podem ser atribuídos a autoridades, em particular ao presidente Bolsonaro

terça-feira, 19 de outubro de 2021 – 00:00

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Correio Braziliense  / Política

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JORGE VASCONCELLOS LUANA PATRIOLINO

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), deixou claro, ontem, que há um racha no grupo majoritário da comissão, formado por senadores independentes e de oposição. Ele se defendeu das críticas que tem recebido de colegas sobre o vazamento de partes do relatório final das investigações. O parlamentar também rebateu questionamentos de membros do colegiado sobre sua decisão de imputar alguns crimes ao presidente Jair Bolsonaro, como o de genocídio de populações indígenas.

Perguntado por jornalistas se pretende alterar a relação de delitos atribuídos ao chefe do governo, Calheiros respondeu negativamente. ‘Eu, por enquanto, não estou admitindo retirar nada. A maioria retirará o que quiser; apenas a maioria. Da minha parte, eu ainda tenho algumas coisas a acrescentar. Hoje mesmo, o senador Randolfe Rodrigues (vice-presidente da CPI) pediu a continuidade da investigação com relação ao ministro da Economia (Paulo Guedes). Da minha parte, eu concordo, mas vamos submeter isso à maioria”, disse o relator da CPI.

O vazamento de trechos do relatório final para a imprensa provocou uma crise dentro do grupo majoritário da comissão, conhecido como G7.0 Correio apurou que, internamente, os senadores acusaram Renan de descumprir o compromisso de que ninguém te-ria acesso ao relatório antes deles.

Por esse acordo, Renan discutiría os pontos do documento com os outros senadores na última sexta-feira, acataria sugestões e, nesta semana, submetería o relatório ao colegiado. Por causa do vazamento, o presidente da CPI, Ornar Aziz (PSD-AM), que pretendia votar o parecer somente após uma discussão interna, decidiu adiar a leitura do documento para amanhã – estava marcada para hoje. A votação do relatório pelo colegiado também foi adiada, para o dia 26.

Ontem, Renan procurou minimizar o vazamento de trechos do relatório. ‘Nós tivemos vazamento de umas minutas, foram minutas apenas, que expressam um pouco o meu ponto de vista, eu os defenderei a partir das provas colhidas, dos depoimentos, mas a disposição de todas as partes é com relação à construção de uma convergência’, disse o relator.

Renan disse também que, de certa forma, o vazamento teve um lado positivo. ‘Agora, se vazaram, vamos aproveitar para que a gente discorde concretamente em torno de algum ponto. Eu ainda não fui informado sobre qual é a divergência em torno de algum ponto’, declarou.

A postura do relator tem causado preocupações entre membros do G7 em relação a possíveis danos à credibilidade da CPI. Os senadores do grupo majoritário querem que o relator altere alguns pontos do parecer. Eles consideram não ser possível sustentar a responsabilidade de Bolsonaro por onze crimes, em especial o de homicídio qualificado e genocídio de populações indígens. A preocupação é de que a inclusão desses delitos, que seriam sem sustentação, sirva de justificativa para que o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, arquive o relatório.

Os parlamentares entendem que um argumento sólido acerca de quatro ou cinco crimes seria o recomendável para responsabilizar o presidente pelas mais de 600 mil mortes por covid-19 no país e pelas falhas no enfrenta-mento da crise sanitária.

Nos últimos dias, Ornar Aziz, disse que precisa ‘ser convencido’ de que houve genocídio durante a pandemia. Renan, sem citar o nome do colega, afirmou a jornalistas que só tomou conhecimento de discordâncias em relação ao relatório por meio da imprensa. ‘Eu estou aguardando que as pessoas me procurem para conversar’, afirmou. ‘Não houve nenhum pedido de emendamento do relatório. Essas posições que a proposta do relatório contém, elas são públicas. A investigação é pública, se fez com transmissão com meios de comunicação, com acompanhamento de internautas. Tudo o que aqui se investigou, se publicou”.

Credibilidade

Para Cristiano Noronha, cientista político e sócio da Arko Advice, ‘essa divisão acaba reforçando o argumento do governo de que era uma CPI com um objetivo claramente político, e não de descobrir de fato ou investigar de fato problemas de corrupção e de desvio de recursos que houve no combate à pandemia’. Segundo ele, ‘quanto mais confusão tiver na CPI, mais reforçado o argumento do governo e mais enfraquecida a CPI na reta final’. Noronha acredita que, com o adiamento da votação do relatório, haja espaço para uma reconciliação e algum tipo de entendimento entre os membros do G7.

Já Sérgio Praça, cientista político pela Fundação Getúlio Vargas, disse achar estranho que um senador como Renan Calheiros esteja envolvido em um caso de vazamento. ‘Um sujeito que é tão experiente na política e no Senado não conseguiu antever que vazar o relatório causaria problemas -a não ser que ele tenha feito de propósito’, disse.

Aziz e Renan: presidente e relator tentam esclarecer que o colegiado é maior do que o entendimento pessoal do senador alagoano, que se tornou adversário figadal dos bolsonaristas

Marcos Rogério: “Não querem investigar corrupção, querem apenas investir em uma narrativa política contra o presidente da República

‘Eu espero que acabe’, diz governista

Nenhum governista esteve presente na sessão de ontem da CPI, marcada pelo depoimento de familiares das vítimas de covid-19. Mas os aliados do Planalto mantiveram as críticas ao colegiado. Ele afirmam que o grupo agiu de maneira enviesada, com clara intenção de atacar o presidente Jair Bolsonaro. Diante do provável indiciamento do chefe do Executivo por diversos crimes, os aliados denunciam perseguição e pedem o fim da comissão.

Ao Correio, o senador Marcos Rogério (DEM-RO), afirmou que vê politização dominou o trabalho do grupo. ‘Eu espero que a CPI acabe. Porque se ela não quer investigar o que de fato ela nasceu para investigar, não tem razão para existir. Não querem investigar corrupção, querem apenas investir em uma narrativa política contra o presidente da República’, disse. ‘Não há evidências, não há provas, não há nada que aponte para o presidente’, garantiu.

O parlamentar acrescentou que o presidente da República não deveria ser indiciado, pois não houve aprofundamento de investigações. ‘O relatório do Renan [Calheiros] aponta para o presidente da República. O presidente nunca foi e não pode ser investigado pela CPI. A CPI não tem competência para isso’, ressaltou Rogério.

O senador demista ainda citou o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Britto Ribeiro, que está na lista de investigados pelo colegiado. ‘Ele nunca foi ouvido na CPI, mas foi colocado como investigado. A CPI foi usada politicamente em um jogo pré-eleitoral’, concluiu.

Ontem, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) criticou, em vídeo, a ideia de trazer depoimento de vitimas. O filho do presidente chamou a iniciativa do colegiado de ‘mancha na imagem do Senado’ e isentou o chefe do Executivo pelo aumento dos números da pandemia no país. ‘A CPI está entrando para a história como algo que mancha a imagem do Senado Federal. (É) Algo que certamente grande parte da população olha para cá agora com nojo por ter a audácia, a falta de sensibilidade de explorar a dor dessas pessoas que estão aí hoje depondo, com o compromisso que elas falassem mal do Bolsonaro’, argumentou.

‘Pessoas foram escolhidas a dedo para virem à CPI e falarem mal do presidente Bolsonaro. Pessoas com histórico de militância contra Bolsonaro vieram para a CPI hoje com o compromisso de responsabilizar Bolsonaro pelas mortes de seus familiares pela covid e não por causa do Bolsonaro’, acusou. (LP)

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CORREIO BRAZILIENSE

Defesa da autonomia para aplicar kit covid

Queiroga aproveita solenidade para afirmar que nada deve interferir na relação profissional da saúde-paciente, mesmo que seja a prescrição de medicamentos ineficazes contra o coronavírus. E, como Bolsonaro, diz que cidadão deve ter a liberdade de não se vacinar

» MARIA EDUARDA CARDIM » FERNANDA STRICKLAND

Aproveitando uma solenidade em celebração ao Dia do Médico, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu, ontem, a autonomia na relação entre médico e paciente e a liberdade dos cidadãos em relação às políticas públicas de saúde. As declarações foram, sobretudo, uma defesa velada da aplicação do ineficaz kit covid – segundo ele, ‘a relação médico-paciente tem que ser baseada na autonomia do médico e do paciente’ – e da não obrigatoriedade de se vacinar, conforme pensa o presidente Jair Bolsonaro.

A posição manifestada por Queiroga em favor da autonomia médica vem no exato momento em que a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) pode aprovar um relatório crítico ao uso de medicamentos sem efeito contra o novo coronavírus – como cloroquina, ivermectina e azitromicina.

‘O vínculo médico-paciente é inquebrantável, não pode ser quebrado por quem quer que seja, nem pelo Estado. É uma relação entre a consciência do médico e a confiança do paciente’, defendeu Queiroga, durante o lançamento do programa SOS de Ponta, que visa qualificar profissionais da urgência do Sistema Único de Saúde (SUS). Naquele exato momento, a CPI da Covid ouvia pessoas que perderam parentes para o novo coronavírus e faziam duras críticas à condução da pandemia pelo governo federal.

O ministro foi auxiliado pela secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro – conhecida pelo apelido de ‘capitã cloroquina’ por ser defensora do uso do fármaco no tratamento da covid-19. Ela afirmou que a autonomia médica foi questionada durante a pandemia.

‘Não sabíamos que teríamos, ao longo de uma pandemia, o desafio de enfrentar pessoas que não conhecem a arte médica. Nada entendem de medicina e passaram a questionar a nossa autonomia, o direito da nossa relação médico-paciente, o direito das nossas escolhas, o direito de salvar vidas. Fomos questionados, estamos sendo perseguidos, desafiados a não exercer essa autonomia para qual nós fomos formados’, observou.

Sobre a obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19, Queiroga foi na direção daquilo que Bolsonaro ataca – como a adoção do passaporte de vacinação. O ministro indicou que o governo federal não apoiará tal medida, implementada em alguns estados.

‘O governo do presidente Bolsonaro é um governo que defende fortemente a vida, desde a sua concepção, mas é um governo que defende fortemente a liberdade. Nós queremos que as pessoas, livremente, possam ter acesso às políticas públicas de saúde, como, por exemplo, a política de vacinação’, justificou Queiroga.

Contestações

A Associação Médica Brasileira (AMB) manifestou-se contrariamente às afirmações do ministro e da secretária. De acordo com o presidente da entidade, César Eduardo Fernandes, ‘a AMB defende a autonomia, desde que a escolha seja feita sobre algo que a ciência comprova funcionar. Se não há evidências científicas, não é medicina. Nós, médicos, somos capacitados para buscar as melhores alternativas e melhores benefícios’, afirmou.

Já a Sociedade Brasileira de In-fectologia (SBI) disse que não apoia o tratamento precoce. Em nota, salientou que ‘é uma sociedade científica, e todos seus posicionamentos se pautam na ciência, e não em meios sem fundamentação’.

O infectologista Julival Ribeiro observou que ‘o médico, sim, tem que ter liberdade ao tratar seu paciente, entretanto tem que seguir os preceitos científicos que regem a ciência. Não se justifica usar medicação sem comprovação de eficácia para tratar a covid-19. Portanto, tem que ser baseado em evidências científicas’.

Procurado pelo Correio, o Conselho Federal de Medicina (CFM) não se manifestou até o fechamento desta edição.

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O ESTADO DE S.PAULO

Em sua reta final, CPI expõe histórias dramáticas de vítimas na pandemia

Senadores ouvem relatos emocionados de pessoas que perderam familiares para o coronavírus; depoentes culpam governo Bolsonaro e cobram relatório duro da comissão

terça-feira, 19 de outubro de 2021 – 00:00

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O Estado de S. Paulo  / Política

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LAURIBERTO POMPEU MARCELO DE MORAES

No dia em que o bate-boca político deu lugar à vida real na CPI da Covid, depoimentos de quem perdeu parentes pela doença provocaram emoção na sala de sessões do Senado onde durante seis meses opositores do governo e aliados do presidente Jair Bolsonaro protagonizaram diversos embates. Ontem, por quase quatro horas, senadores ouviram relatos dramáticos de quatro mulheres e três homens que viveram uma guerra, mas foram derrotados pelo coronavírus. Os depoimentos demonstraram a dor da impotência diante da doença que já tirou mais de 600 mil vidas no País. Em comum, todos apontaram a responsabilidade do governo Bolsonaro pela falta de vacinas, que levou o Brasil a uma situação de descontrole no combate à pandemia. Cobraram da CPI um relatório duro, que mostre as falhas da gestão federal. Giovanna Gomes Mendes da Silva, estudante de 19 anos, perdeu o pai e a mãe em duas semanas e teve de virar chefe de família, cuidando da irmã oito anos mais nova. ‘Eu, meus pais e minha irmã éramos muito unidos. Quando meus pais faleceram, a gente perdeu as pessoas que a gente mais amava. A gente não perdeu só os pais, a gente perdeu uma vida. Uma vida de alegria’, disse, com a voz embargada. Ao ouvir Giovanna contar que pediu a guarda da irmã, após a morte dos país, o intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) que fazia a tradução do depoimento chorou. Foi substituído por um colega.

O taxista Márcio Antônio do Nascimento Silva, que perdeu um filho para o coronavírus, afirmou ter sentido uma dor ‘no coração’ ao ouvir o presidente Jair Bolsonaro perguntar ‘E daí? Quer que eu faça o quê?’, em abril do ano passado, quando as mortes por covid haviam ultrapassado a marca de 5 mil.

‘Eu escutei lá no meu coração: ‘E daí que seu filho morreu?’. Isso me gerou muita raiva, muito ódio. Isso me fez muito mal’, desabafou Márcio Antônio. ‘Eu daria a minha vida para o meu filho ter chance de ter se vacinado. Não tinha perspectiva de vacina ainda. Sabe, não tinha ainda máscara’, completou o taxista, que também viu a irmã morrer de covid. ‘Quero que alguém me faça entender por que lutar contra máscara, que salva vidas? Por que lutar contra a vacina?’ MANAUS. A exemplo de Márcio Antônio, a enfermeira Mayra Pires Lima, do Amazonas, perdeu a irmã para a doença.

À CPI, Mayra contou o drama da escassez de equipamentos durante a crise de oxigênio em Manaus, em janeiro deste ano. ‘Eu tinha um grande sonho de ajudar as grandes calamidades, conhecer outros países que precisam de ajuda e talvez atender pacientes em situações de guerra’, afirmou. ‘Hoje eu falo que eu vivi uma guerra, porque atendi pacientes muitas vezes sem proteção nenhuma. ‘ Fundador da Organização Não Governamental (ONG) Rio de Paz, Antônio Carlos Alves de Sá afirmou aos senadores que Bolsonaro nunca demonstrou compaixão pelas pessoas que enfrentavam a tragédia. ‘O que vimos foi a antítese de tudo o que se esperava de um presidente da República’, criticou. Na mesma linha, Arquivaldo Bites Leão Leite, que perdeu dois primos, um tio e um irmão para o coronavírus, além de ter tido a doença e sofrer as sequelas, disse que Bolsonaro provocou um ‘genocídio premeditado’.

BOLSONARO. Enquanto a sessão transcorria, Bolsonaro publicou um vídeo antigo, ao lado da médica Mayra Pinheiro, conhecida como ‘Capitã Cloroquina’. Na postagem, ele dá os parabéns à representante da classe pelo Dia do Médico. Secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra ganhou o apelido por defender o medicamento ineficaz no tratamento do coronavírus, prática que foi considerada criminosa pela CPI. No relatório final da CPI, antecipado pelo Estadão, o senador Renan Calheiros (MDBAL) propôs a criação de um memorial em homenagem às vítimas da covid. ‘Nós nunca esqueceremos’, escreveu ele. Há também a sugestão de criar uma pensão para órfãos da pandemia. A leitura do relatório estava marcada para hoje, mas, após a reportagem revelar o teor do documento – que acusa o governo de agir com ‘dolo’ na condução da crise sanitária -, a entrega foi adiada para amanhã e a votação ocorrerá somente na próxima semana.

O vazamento do relatório provocou mal estar na comissão. O desconforto foi exposto pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). A principal divergência diz respeito à acusação de genocídio contra indígenas, imputada a Bolsonaro. De qualquer forma, apesar de integrantes do G7 – como ficou conhecido o grupo majoritário da CPI – discordarem de trechos do parecer de Renan -, o Palácio do Planalto admite que não há como impedir a apresentação de um relatório contundente contra o governo. A ideia do Planalto é desqualificar as acusações e carimbá-las como sendo de cunho político e eleitoral. Ou como ‘relatório do Lula’, segundo definiu um aliado muito próximo de Bolsonaro, citando a ligação política entre Renan e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição de 2022.

DISPUTA. A discórdia entre integrantes da CPI envolve uma disputa por espaço político. Na prática, a antecipação do relatório de Renan foi considerada por membros do G7, especialmente por Aziz, como uma quebra de compromisso. Pelo acordo alinhavado anteriormente, o relatório final receberia contribuições do grupo antes de ser apresentado. Os senadores acham que Renan quis criar a política do ‘fato consumado’.

‘Tudo que o Brasil não deseja, não espera e não aceita é que essa CPI, depois de ter dado uma contribuição histórica fundamental ao País, termine numa disputa de vaidades’, disse o senador Humberto Costa (PT-PE). Senadores do G-7 avaliam que uma ‘mão pesada demais’ no texto dá munição para o governo alegar que o relatório é político.

‘O que estamos testemunhando é algo macabro, triste e lamentável. Pessoas foram escolhidas a dedo para virem para a CPI e falarem mal do presidente Bolsonaro’, protestou ontem o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho ‘or’ do presidente.

Governo

A estratégia do Planalto é desqualificar as acusações e carimbá-las como sendo ‘eleitorais’

Depoimentos

‘Foi uma diferença de 14 dias do meu pai e da minha mãe. A gente não perdeu só os pais, a gente perdeu uma vida. ‘

Giovanna Gomes da Silva Estudante

‘O sangue das mais de 600 mil vítimas escorre nas mãos de cada um que subestimou esse vírus. A vacina é a única solução’.

Katia Shirlene Castilho Perdeu pai e mãe

‘Hoje eu falo que vivi uma guerra, porque atendi pacientes muitas vezes sem proteção nenhuma, assim como os meus colegas. ‘

Mayra Pires Lima

Enfermeira

‘Nós fomos, em vários momentos, hostilizados por setores da sociedade que eram levados pela liderança presidencial. ‘

Arquivaldo Leão Leite Jornalista

‘Eu escutei lá no meu coração: ‘E daí que seu filho morreu?. Isso me gerou muita raiva, muito ódio. Isso me fez muito mal. ‘

Márcio Antônio do Nascimento Taxista

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A REDAÇÃO

Novo decreto autoriza shows e flexibiliza outras medidas em Goiânia

Goiânia – O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), autorizou a realização de shows artísticos e flexibilizou algumas medidas adotadas no enfrentamento à covid-19. As mudanças constam em novo decreto publicado nesta terça-feira (19/10), no Diário Oficial do Município.

De acordo com o documento, os shows artísticos serão permitidos “mediante autorização da Secretaria Municipal de Saúde” e obedecidos os protocolos sanitários. A autorização oficial ocorre às vésperas da apresentação do cantor sertanejo Gusttavo Lima. O show Embaixador in Goiânia, marcado para 23 de outubro, tem previsão de receber 15 mil pessoas. O acesso do público para o chamado “evento-teste” é alinhado junto às autoridades de saúde.

Ainda no decreto, o prefeito altera algumas regras para o recebimento de público em alguns estabelecimentos ou eventos. “Fica permitido o funcionamento das casas de espetáculo, casas de artes cênicas, boates e congêneres, com ocupação de no máximo 60% do espaço”, descreve o documento. Antes, o limite era de 50%.

A lotação máxima de 60% se estende para outros locais, como shoppings, galerias, centros comerciais, parques Zoológico e Mutirama. O mesmo vale para celebrações religiosas. Já para competições esportivas, a capacidade de público permitida é de 40%.

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Após decreto do Executivo, vereador retira passaporte da vacinação da pauta

Por Elder Dias

Marlon (Cidadania) afirmou que seu objetivo já havia sido atingido com ações aplicadas pela Prefeitura de Goiânia

Estrategicamente, durante continuação da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), o vereador Marlon (Cidadania) retirou seu projeto do passaporte da vacinação de pauta. Reabertura da sessão tinha objetivo de continuar discussões sobre a matéria. No entanto, ele afirma que seu objetivo já foi atingido a partir de ações semelhantes aplicadas pelo Executivo.

“Esse passaporte era simplesmente uma forma de fazer a retomada de forma mais segura e o quanto antes. Também apresentamos emendas para que os não vacinados não ficassem de fora dos eventos, através da apresentação de testes PCR e IGG”, esclareceu o vereador do Cidadania.

A justificativa de Marlon foi que, após longa conversa com o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos) e outros membros do Paço, novo decreto foi publicado em prol da retomada mais segura. “Na próxima semana teremos um evento teste, que é o show do Gustavo Lima, onde será necessário o comprovante de vacinação. Com esse novo decreto e com esse evento teste, teremos a retomada do setor de eventos de forma segura. Nós vencemos”, declarou Marlon.

Assim como toda a sessão plenária, a CCJ reaberta foi marcada pela galeria cheia de cidadãos contra e a favor do comprovante de imunização. Do lado direito, de frente a mesa diretora, pessoas erguendo cartazes com mensagens em prol da liberdade. Do esquerdo, moradores de ocupações que são favoráveis ao passaporte.

No momento do anúncio da retirada, contrários à matéria se prostraram de pé e aplaudiram a decisão do autor do projeto que instituía o passaporte da imunização contra Covid-19. O relator do projeto, Kleybe Morais (MDB) que fez relatório pelo arquivamento da matéria, parabenizou o autor da matéria.

“Estamos em um momento em que já estamos passando de uma pandemia para uma epidemia”, justifica. No novo decreto publicado pela Prefeitura na edição do Diário Oficial desta terça-feira, “fica permitida a realização de shows artísticos mediante autorização da

Secretaria Municipal de Saúde e obedecidos os protocolos sanitários”.

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JORNAL OPÇÃO

Justiça considera ilegal a greve de médicos de Anápolis

Decisão determina o retorno imediato do atendimento. Descumprimento de medida pode acarretar em multa diária de R$ 5 mil

Gabriela Macêdo

Elder Dias

Após Procuradoria Municipal apresentar ação de contestação da legalidade da da greve organizada pelo Sindicato dos Médicos de Anápolis (SIMEA), Tribunal de de Justiça do Estado de Goiás determinou suspensão imediato da paralisação dos profissionais da Saúde. A decisão é da juíza de Direito substituta em 2º grau, Camila Nina Erbetta Nascimento. O descumprimento da medida pode acarretar multa diária de R$ 5 mil ao movimento.

O argumento apresentado pela Procuradoria foi em prol do dever previsto na Lei Federal de garantir à comunidade a prestação dos serviços de saúde, considerados indispensáveis, sobretudo em função da pandemia. De acordo com Camila, a suspensão foi determinada ao passo que o Simea não apresentou um plano efetivo para a continuidade do serviço, “o que representa relevante gravame para a comunidade, mormente considerando o quadro de pandemia”.

Isso, porque segundo a Lei Federal n.º 7.783/89, que regulamenta a Lei de Greve, durante a greve, deve ser garantida a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, como a saúde. “A greve deflagrada acarretará um colapso para o sistema de saúde municipal, principalmente considerando o quadro de pandemia enfrentado em razão do novo Coronavírus”, pontuou a juíza.

“O direito de greve, a par de se tratar de direito constitucional fundamental de caráter coletivo, não é absoluto, devendo a sua aplicação ser solucionada conforme as peculiaridades do caso em análise e as exigências do bem comum”, explicou. A greve foi iniciada nesta sexta-feira, 15, após comunicado do sindicato no dia anterior.

Ao Jornal Opção, depois de coletiva no Palácio das Esmeraldas, o prefeito Roberto Naves disse que recebeu representantes do sindicato em audiência na quarta-feira, 13, para tentar um acordo que evitasse a paralisação. Por isso, se sentiu surpreso com o início do movimento. Segundo o prefeito, não falta atenção à saúde do município.

“Desde que assumimos a Prefeitura, temos feito investimentos maciços na área da saúde. O município tem obrigação de investir 15% na saúde e estamos investindo mais de 35%. Sobre as questões de material e atendimento colocadas pelo sindicato, o prefeito disse que está trabalhado para “melhorar a questão da infraestrutura, dos medicamentos e principalmente o atendimento, que diz respeito à saúde do cidadão anapolino”.

No entanto, em documento publicado pelo Simea, os profissionais da saúde indicaram diversas razões que motivaram a paralisação. Entre elas,  não fornecimento desde 2020, pela Prefeitura, de grande parte dos medicamentos psiquiátricos de uso contínuo; redução da quantidade de médicos nos plantões e aumentou o número de pacientes, por causa do fechamento de unidades de saúde; plantão da UPA com atendimento de apenas dois médicos; falta de exames de imagem e de laboratório; falta até de curativos adequados no Hospital Municipal, entre outras.

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Assessoria de Comunicação