Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 17/06/20 Parte 1

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES
Falta de testes laboratoriais: Tocantins pediu ajuda para Goiás, que vai mandar 3 mil reagentes
MP se posiciona contra reabertura do comércio em Goiânia
Caiado fala sobre isolamento social e pede atenção ao coronavírus em julho
HCamp de Porangatu recebe doação de 40 camas
Campanha alerta para não interrupção de tratamentos durante pandemia
Covid-19: Goiás registra 1.259 novos casos e 20 mortes em um dia
Covid-19: governo de Goiás oferece hospedagem para profissionais da saúde
Justiça Federal reitera: só pode se anunciar como especialista o médico que concluiu Residência Médica ou passou em prova de título de sociedade de especialidade
Sociedade de Pediatria não recomenda cloroquina para crianças
Medicamento aprovado por Oxford é usado em Anápolis para casos de Covid-19
“Estamos com 78% de lotação nos hospitais”, alerta superintendente da Secretaria de Saúde
Substituição de empresa investigada por fraude pode gerar economia de até R$8 milhões ao Ipasgo
Ipasgo retoma oferta de atendimento pelo Ingoh a novos pacientes
Caiado sanciona lei para que FundaHC gerencie hospitais de campanha goianos
Brasil indica cloroquina a crianças e gestantes
Central Covid-19 já realizou cerca de 24 mil atendimentos
Gestão de UTIs
80% dos Infectados estão recuperados, diz SMS
UTI lotada na rede municipal
Efeito colateral
Comércio tem pior abril em duas décadas


TV GLOBO

Falta de testes laboratoriais: Tocantins pediu ajuda para Goiás, que vai mandar 3 mil reagentes
http://linearclipping.com.br/cfm/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=76632786
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TV ANHANGUERA

MP se posiciona contra reabertura do comércio em Goiânia

https://globoplay.globo.com/v/8631406/programa/
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Caiado fala sobre isolamento social e pede atenção ao coronavírus em julho
https://globoplay.globo.com/v/8631313/programa/
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A REDAÇÃO

HCamp de Porangatu recebe doação de 40 camas

Goiânia – A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) realizou nesta terça-feira (16/6) a doação de 40 camas ao Hospital de Campanha (HCamp) de Porangatu. São equipamentos novos, adquiridos de uma empresa do sul do País, e que poderão equipar leitos comuns ou de Unidades de Terapia Intensiva.

Além das camas, a Ahpaceg já enviou cinco aparelhos respiradores ao HCamp. Essa entrega aconteceu no dia 6 de junho e os respiradores estarão à disposição do hospital por seis meses, prazo que poderá ser renovado. Neste período, a Ahpaceg ficará responsável também pela manutenção dos equipamentos.

Segundo a Associação, também foi oferecida capacitação de profissionais de saúde do HCamp e de unidades de cidades vizinhas. Realizado em parceria com a UniEvangélica, o Curso de Formação de Multiplicadores Linha de Cuidado Covid-19 foi realizado no final de maio, em Anápolis.

O treinamento contou com simulação realística de atendimentos, a formação de multiplicadores para a capacitação de mais profissionais de saúde, mapeamento estratégico, desenho de fluxos da linha de cuidado total e orientações para a implantação de protocolos.
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Campanha alerta para não interrupção de tratamentos durante pandemia

Goiânia – A CNSaúde lidera uma campanha de alerta a pacientes com doenças que demandam terapias e cuidados que não devem ser interrompidos. A iniciativa conta com apoio e participação da Federação dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Fehoesg) e seus Sindicatos federados – Sindimagem, Sindhoesg, Sindilabs, Sindhospi e Shoclesan –

“O objetivo é evitar o agravamento no quadro de pacientes que dependem de tratamento contínuo para garantir a qualidade de vida ou mesmo a própria sobrevivência. A paralisação dos atendimentos pode ainda aumentar a demanda por leitos que, hoje, se encontram escassos por conta da covid-19”, detalha a presidente da Fehoesg, Christiane Maria do Valle Santos.

Cardiologia, oncologia, nefrologia (hemodiálises), obstetrícia (pré-natal), entre outras áreas, estão no foco do esforço, assim como os cuidados pós-operatórios.

A campanha também convoca médicos e unidades de saúde a ecoar o alerta e afirma que as condições necessárias para a continuidade dos tratamentos estão garantidas. Entradas separadas, postos avançados criados especialmente para atender pacientes não-covid, treinamento reforçado de profissionais sobre o uso de EPI’s, assim como a testagem constante de profissionais em contato com o novo coronavírus são algumas das ações praticadas pelas unidades de atendimento.

“Os médicos são atores principais desse esforço. Por isso, são convidados a participar ativamente da campanha, fortalecendo o contato com seus pacientes e tranquilizando-os”, acrescenta Christiane do Valle.
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Covid-19: Goiás registra 1.259 novos casos e 20 mortes em um dia
Estado soma 246 óbitos pela doença

Adriana Marinelli

Goiânia – Goiás registrou 1.259 casos e 20 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, segundo boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) divulgado nesta terça-feira (16/6). Com as atualizações, Goiás soma 11.553 casos do novo coronavírus e 246 óbitos confirmados.

No Estado, há 36.976 casos suspeitos em investigação. Outros 19.779 já foram descartados. O total de pessoas que testaram positivo para covid-19 e já estão curadas não foi informado.

Além das 246 mortes confirmadas em Goiás até o momento, há 32 óbitos suspeitos que estão em investigação. Já foram descartadas 331 mortes suspeitas nos municípios goianos.

Para conferir os detalhes dos casos e óbitos confirmados, suspeitos e descartados, acesse o painel Covid-19 do Governo de Goiás por meio do link: https://extranet.saude.go.gov.br/pentaho/api/repos/:coronavirus:paineis:painel.wcdf/generatedContent
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Covid-19: governo de Goiás oferece hospedagem para profissionais da saúde
Foram disponibilizados 92 quartos em um hotel |

Goiânia – O governo de Goiás lançou o programa Hotéis Mais Saúde. A ação oferece hospedagem aos profissionais da saúde que estão trabalhando no combate ao novo coronavírus. O objetivo, segundo a gestão estadual, é garantir um ambiente seguro e confortável para descanso, ao mesmo tempo em que preserva seus familiares do convívio direto e, consequentemente, de um eventual contágio por covid-19.

Nesta primeira etapa do programa, que é gerido pela Goiás Turismo, são disponibilizados 92 quartos em um hotel de Goiânia. A seleção dos hóspedes é feita pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), que prioriza atendimento aos servidores cuja rotina de trabalho envolve maior contato com os pacientes da covid-19. “Essa iniciativa tem garantido tranquilidade e segurança para pessoas que, assim como eu, continuam trabalhando nesse período”, disse o médico Luís Reis.

Luís atua como médico clínico socorrista no Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT). Em toda conclusão da jornada de trabalho, ao invés de voltar para casa, ele se hospedado no hotel contratado pelo Estado. O médico mora com pessoas pertencentes ao grupo de risco da pandemia, por isso o distanciamento veio na hora certa. “Esse é um período de seriedade, mas tenho certeza que passaremos por ele”, observou.

A seleção do hotel ocorreu por meio de dispensa de licitação, em virtude da pandemia, e impõe várias condições estratégicas. Entre elas, a utilização de até 65% da capacidade, para evitar aglomerações, o atendimento exclusivo aos profissionais da saúde e a proximidade com os hospitais. Atualmente o Comfort Suítes Flamboyant recebe servidores que atuam no HDT e no Hospital de Campanha de Goiânia.

Sobre a rotina dos hóspedes, o presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, afirmou que segue protocolos de segurança, como a testagem periódica para a covid-19. “Outro fator preocupante é a questão do distanciamento entre esses trabalhadores e seus familiares. Por isso, estamos buscando auxílio psicológico para acompanhar tanto os profissionais da saúde, como as respectivas famílias”, salientou.

Investimento
O Hotéis Mais Saúde surge em meio à informação de que mais de mil profissionais da saúde em Goiás já contraíram a covid-19. Destes, 656 são de Goiânia. Segundo Fabrício, uma das principais funções do programa é preservar a vida desses profissionais que tanto têm lutado pelo bem-estar dos outros. “Estamos atuando para preservar a vida de cada um deles e também para evitar o colapso na saúde pública pela falta de profissionais”, disse.

Segundo o governo de Goiás, foram investidos R$ 496,8 mil para garantir a hospedagem de 92 pessoas no Comfort Suítes Flamboyant por um período de 60 dias. O presidente da Goiás Turismo informou a intenção de firmar mais parcerias. Nesse primeiro momento, a prioridade ainda é Goiânia, em função da alta demanda. A estimativa é garantir a contratação de mais 108 quartos de hotel. “Se houver necessidade, será estudada a possibilidade de estender o programa também para o interior de Goiás”, ponderou.
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CFM

Justiça Federal reitera: só pode se anunciar como especialista o médico que concluiu Residência Médica ou passou em prova de título de sociedade de especialidade

O Conselho Federal de Medicina (CFM) conseguiu vitória na Justiça e derrubou os efeitos de liminar que havia sido concedida à Associação Brasileira de Médicos com Expertise de Pós-Graduação (Abramepo) que dava o direito a 240 de seus membros de divulgar suas respectivas titulações latu sensu, desde que reconhecidas pelo Ministério da Educação. Com a decisão anunciada nesta segunda-feira (15), em Brasília (DF), todos os integrantes ficam obrigados a seguir as orientações da Resolução CFM nº 1.974/2011, que veda anúncios desse tipo.

Em seu despacho, o desembargador Novély Vilanova da Silva Reis, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, explica que a Resolução nº 1.974 dispõe sobre critérios norteadores da propaganda em Medicina, conceituando os anúncios, a divulgação de assuntos médicos, o sensacionalismo, a autopromoção e as proibições referentes à matéria. Em seu artigo 3º, essa norma veda ao médico divulgar pós-graduação realizada para a capacitação pedagógica em especialidades médicas e suas áreas de atuação, mesmo que em instituições oficiais ou por estas credenciadas.

Vedação – No entendimento do magistrado, essa vedação decorre da competência do CFM de “zelar pelo perfeito desempenho ético da medicina”, nos termos da Lei nº 3.268/1957. Assim, segundo assinalou o desembargador, não ofende o princípio constitucional da legalidade atribuir à entidade autárquica fiscalizadora estabelecer normas e vedações éticas para o perfeito exercício da profissão.

Ainda ao analisar o tema, ele esclarece que pós-graduação confere apenas formação acadêmica, não sendo sinônimo de especialidade médica. Para a Justiça Federal, o título de especialista é somente aquele fornecido por sociedades de especialistas ao médico concluinte do curso de Residência Médica, nos termos do decreto regulamentar nº 8.516/2016. Este texto legal define que esse título é aquele concedido pelas sociedades de especialidades, por meio da Associação Médica Brasileira (AMB) ou pela conclusão de formação em programas de Residência Médica credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).

“Não há dúvida que a divulgação de título de pós-graduação em cirurgia, por exemplo, induz o público ou o paciente acreditar que o médico seja um especialista nessa área – o que não é verdade -, cabendo ao Conselho Federal de Medicina reprimir e vedar, como prevê o artigo 9º da Resolução nº 1.974/2011”, cita o magistrado. Esse artigo orienta que, por ocasião de entrevistas, comunicações, publicações de artigos e informações ao público, o médico deve evitar sua autopromoção e sensacionalismo, preservando, sempre, o decoro da profissão.

Autopromoção – Nesse caso, continua o desembargador citando a resolução, entende-se por autopromoção o uso de entrevistas e a divulgação de informações ao público com intenção de angariar clientela e fazer concorrência desleal. Além disso, ele ressalta ainda que o decreto-lei nº 4.113/1942, que regula a propaganda de médicos, dispõe que “é proibido aos médicos anunciar especialidade ainda não admitida pelo ensino médico, ou que não tenha tido a sanção das sociedades médicas”.

Na extensa análise feita, o desembargador cita ainda o artigo 17 da Lei nº 3.268/1957, que exige o registro do diploma de graduação em Medicina no Ministério da Educação e não autoriza o médico a divulgar título de pós-graduação suscetível de induzir o público acreditar que seja ele um especialista em determinada área. De forma complementar, na decisão é reiterada a necessidade de que o título de especialista também tenha seu registro prévio no Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado onde o profissional atuar.

“O certificado emitido por um curso de pós-graduação lato sensu não dá ao médico o direito de registrar-se em um Conselho Regional de Medicina (CRM) como especialista nem em área de atuação de uma especialidade. Assim, o médico que conclui esses cursos não poderá divulgar que é especialista ou que está habilitado em determinada área de atuação. A divulgação da conclusão de pós-graduações também não deve nem pode ser feita de forma que induza o paciente a acreditar que o médico tem especialidade na área”, acrescentou o magistrado.

Segundo alegou, mesmo quando reconhecidos pelo Ministério da Educação, os cursos de pós-graduação lato sensu são exclusivamente de qualificação acadêmica e não profissional. “Indevidamente, algumas empresas que os oferecem, associam pós-graduação à qualificação profissional como especialista, o que representa propaganda enganosa a qual os médicos precisam estar atentos. A simples conclusão do curso lato sensu também não confere o direito de anunciar em cartões de visita, fachadas de consultórios ou qualquer outro meio uma especialidade reconhecida ou não pelo CFM”, arrematou.
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AGÊNCIA BRASIL

Sociedade de Pediatria não recomenda cloroquina para crianças

Brasília – A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou nota hoje (16) na qual reafirma sua posição contrária ao uso dos medicamentos cloroquina e hidroxicloroquina para o tratamento de crianças com suspeita de infecção com o novo coronavírus.

No posicionamento, a SBP classifica como inadequada a prescrição dessas substâncias para crianças e adolescentes diante da “inexistência de evidências consistentes e reconhecidas pela comunidade científica como válidas”. Esta recomendação, acrescenta a organização, é válida para qualquer quadro, tanto de sintomas leves quanto manifestações graves.

“A ausência dessas evidências sólidas impede o uso seguro dessas drogas, seja por que não há confirmação sobre seus efeitos terapêuticos positivos contra a covid-19, seja por que ainda não foram mensurados com exatidão seus possíveis efeitos colaterais”, diz a nota da entidade.

O texto reitera posicionamento divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria no dia 29 de maio sobre o tema, que já alertava para o emprego destas drogas no tratamento de crianças e adolescentes, mesmo antes da recomendação do Ministério da Saúde.

Novo protocolo do Ministério da Saúde
Na segunda-feira (15), o Ministério da Saúde anunciou novo protocolo para a prescrição de cloroquina e hidroxicloroquina para crianças e gestantes. O uso está condicionado à avaliação médica, com realização de exames. A prescrição fica a critério do médico, e é necessária a vontade declarada do paciente. No caso de pacientes pediátricos ou incapacitados, é necessário o termo de consentimento livre e esclarecido assinado pelos pais ou responsáveis legais.

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, já havia divulgado, em 20 de maio, a recomendação de cloroquina para pacientes com sintomas leves de covid-19. De acordo com o documento anunciado pela pasta, cabe ao médico a decisão sobre prescrever ou não a substância, sendo necessária também a vontade declarada do paciente, com a assinatura do Termo de Ciência e Consentimento. Até então este tratamento era considerado apenas para pacientes com sintomas graves.

Gestores do Ministério da Saúde defenderam o uso desses medicamentos durante entrevista coletiva, mas não apresentaram referências utilizadas para embasar o protocolo.
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JORNAL OPÇÃO

Medicamento aprovado por Oxford é usado em Anápolis para casos de Covid-19

Por Eduardo Pinheiro

Desde o início da pandemia, o medicamento é utilizado na rede pública para pacientes graves e moderados

Em um estudo da Universidade de Oxford divulgado nesta terça-feira, 16, pesquisadores do Reino Unido afirmam que o corticoide dexametasona é a primeira droga que, comprovadamente, reduz a incidência de mortes pela Covid-19. O procedimento é feito em Anápolis, em pacientes internados que apresentam casos graves e moderado, desde o início da pandemia.
O levantamento inglês concluiu que houve redução de 35% em mortes de pacientes que usavam respiradores e receberam a medicação.
O Ministério da Saúde britânico já comunicou que vai incluir a dexametasona no protocolo de tratamento da Covid-19.
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“Estamos com 78% de lotação nos hospitais”, alerta superintendente da Secretaria de Saúde
Por Eduardo Pinheiro

Flúvia Amorim disse que o crescimento dos casos está diretamente relacionado com a baixa taxa de isolamento social
Escalada do novo coronavírus em Goiás se aproxima de 11 mil casos confirmados nesta terça-feira, 16. Segundo boletim epidemiológico diário da Secretaria de Estado da Saúde (SES), há 226 mortes confirmadas pela doença, sendo 23 nas últimas 24 horas. No Estado, há 35.710 casos suspeitos em investigação. Outros 18.734 já foram descartados.
Para comentar os dados e dar um panorama da Covid-19 no estado, a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Flúvia Amorim, participou do TBC 1 da TV Brasil Central. Por videoconferência com a apresentadora Eva Taucci, Flúvia disse o aumento de casos só pode ser combatido com elevação dos índices de isolamento social, que seguem baixos.
“Estamos com uma taxa de ocupação de leitos de UTI nos hospitais públicos estaduais em 78% e ainda não atingimos o pico da doença, o que está previsto para meado de julho. Isso é muito preocupante porque há uma dificuldade de ampliação de leitos, ou porque não tem equipamentos ou não tem pessoal. Então, a única forma que temos para preservar leitos em hospitais é diminuir o número de casos e para isso precisamos aumentar nossos índices de isolamento social”, alerta a superintendente da SES.
Flúvia Amorim disse que o isolamento social em Goiás tem se mantido baixo, chegando ao máximo de 44% em alguns fins de semana. Estudos mostram que o isolamento mínimo para se ter segurança na oferta de leitos hospitalares é de 50%. A superintendente da SES abordou ainda o crescimento de casos no interior do estado, destacando Rio Verde e Anápolis, que vêm tendo crescimento no número de infectados.
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Substituição de empresa investigada por fraude pode gerar economia de até R$8 milhões ao Ipasgo

Por Lívia Barbosa

Licitação na modalidade pregão eletrônico por menor preço registrou a participação de 28 empresas

O processo de licitação aberto pelo Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) para substituir contrato com a empresa GT1 Gestão e Tecnologia, que é alvo de investigação por fraudes e desvios, em operação da Polícia Civil, pode gerar uma economia de até R$ 8 milhões.
A licitação na modalidade pregão eletrônico por menor preço registrou a participação de 28 empresas na sessão pública aberta na última quarta-feira, 10 de junho.
A concorrência é realizada para a contratação de empresa especializada na prestação de serviços de apoio administrativo e apoio em tecnologia, por 12 meses, pelo valor estimado de R$ 38,693 milhões. Após os lances, nos dois lotes de serviços, a empresa classificada em primeiro lugar ofereceu a prestação dos serviços por R$ 30,350 milhões.
Na segunda-feira, 15, a Comissão Permanente de Licitação (CPL) do Ipasgo iniciou a fase de habilitação das documentações e propostas. O resultado desta avaliação será divulgado até quarta-feira, 17 de junho. Caso a empresa seja desclassificada, haverá um novo pregão eletrônico.
“O processo está em andamento e podemos observar que há a possibilidade de um deságio de cerca de R$ 8 milhões, o que representaria uma economia imediata ao órgão público. Ao longo do último ano, já reduzimos os contratos anteriores. Deixamos de gastar R$ 48 milhões e passamos para cerca de R$ 38 milhões. Agora, podemos alcançar mais redução de gastos”, diz o presidente do Ipasgo, Silvio Fernandes.
Recomendação da CGE
A abertura deste processo de licitação segue a recomendação da Controladoria Geral do Estado (CGE), que, após realizar inspeção nos contratos do Ipasgo com a empresa GT1 Gestão e Tecnologia, solicitou a anulação das licitações e contratos firmados, via processo administrativo, para o fornecimento de sistemas de tecnologia e mão de obra.
O presidente do Ipasgo, Silvio Fernandes, explica que a licitação está sendo feita em caráter emergencial porque os contratos com a GT1 venceram no dia 10 de junho. “Devido aos graves indícios de fraudes, as investigações policiais e a recomendação da CGE, fica inviável a manutenção do contrato com a GT1. Esses contratos venceram e precisamos destes novos para contratar os servidores terceirizados”.
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Ipasgo retoma oferta de atendimento pelo Ingoh a novos pacientes

Por Lívia Barbosa

Plano de saúde foi notificado oficialmente na segunda-feira, 15, e os serviços foram restabelecidos de forma imediata

O Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) retomou a oferta de atendimentos a novos pacientes no Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh) nesta segunda-feira, 15.
O serviço estava suspenso desde fevereiro deste ano, quando o instituto tornou-se alvo da Operação Metástase, que investiga fraudes em auditorias médicas junto ao Ipasgo. Segundo a Polícia Civil, o esquema pode ter causado prejuízo de R$ 50 milhões ao plano de saúde dos servidores públicos.
O Ipasgo foi notificado oficialmente na segunda-feira, 15, e os serviços foram restabelecidos de forma imediata. A decisão é assinada pela desembargadora Nelma Branco Ferreira Perilo que cita a necessidade de se observar o princípio da não culpabilidade.
Em nota ao Jornal Opção, o Ingoh confirma a autoria da solicitação junto ao MP e afirma que a representação teria sido recebida pela direção do Ipasgo ainda no dia 2 de junho. Para o instituto, os pedidos foram pautados por crimes como improbidade administrativa, apontando que houve descumprimento de decisões judiciais desde fevereiro deste ano.
Nota
O Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (INGOH) confirma que protocolou um pedido de prisão em flagrante ao presidente do Ipasgo, Sílvio Antônio Fernandes Filho, no Ministério Público de Goiás, nesta segunda-feira (15). A representação foi pautada pelos crimes de Prevaricação, Improbidade Administrativa e Infração Administrativa, visto que o presidente descumpria, de forma recorrente, decisões judiciais desde fevereiro do presente ano. A última delas, publicada em 1º de junho, determinava retorno imediato de atendimentos deste plano de saúde na unidade. No entanto, o presidente só liberou a assistência médica integral ao INGOH, após ser informado do pedido de prisão em flagrante – 15 dias depois da publicação judicial.
Ao contrário do que repassado para a reportagem de O Popular, esta decisão foi recebida pelo presidente do Ipasgo no dia 2 de junho – inclusive com interposição de recurso (agravo interno) contra o conteúdo assinado pela desembargadora Nelma Branco, no dia 8. No texto, a magistrada arguiu que o Ipasgo não pode culpar o INGOH por irregularidades, visto que o inquérito sobre tal assunto sequer foi concluído. Nesse sentido, o INGOH, publicamente, reforça seu pedido para que a autoridade policial conclua o referido inquérito com apresentação de provas concretas de todas as acusações feitas ao longo dos últimos meses.
Como sempre, o INGOH se mantém à disposição da Justiça e da Polícia Civil para eventuais esclarecimentos e pauta os atendimentos de todos que necessitam de seus serviços com Ciência e Humanização.
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Caiado sanciona lei para que FundaHC gerencie hospitais de campanha goianos

Por Fernanda Santos

Projeto havia sido aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa

Após ser aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa de Goiás, o governador Ronaldo Caiado (DEM) sancionou a lei que autoriza a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (FundaHC) a assumir a gestão dos novos hospitais de campanha (HCamps).
A lei nº 20.795 foi publicada no suplemento do Diário Oficial do Estado no último dia 10. Os hospitais de campanha atendem a demanda de pacientes decorrentes da pandemia de Covid-19, com intuito de impedir um colapso na saúde pública do Estado.

O governo estadual deverá destinar R$150 milhões para que o FundaHC gerencie, operacionalize e atue nos HCamps. No ofício com o projeto, que havia sido encaminhado ao presidente do legislativo estadual Lissauer Vieira (PSB), Caiado pediu rapidez na tomada da decisão para que fosse assegurado com maior celeridade a criação de leitos nos HCamps. O pedido do governador foi atendido pelos parlamentares da casa.

Em abril, o Caiado conseguiu que a Casa Legislativa aprovasse com urgência o remanejamento de R$351 milhões para a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) para que os hospitais de campanha pudessem receber aparelhos, materiais e insumos para o enfrentamento do novo coronavírus na capital e interior.

Os recursos estão previstos na lei que autoriza o remanejamento de verbas para despesas urgentes e imprevistos motivados por calamidade pública. O dinheiro é investido na saúde dos municípios de Itumbiara, Luziânia, Jataí, Formosa, São Luís de Montes Belos, Águas Lindas, Anápolis, Goiânia e Porangatu.
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DIÁRIO DA MANHÃ

Brasil indica cloroquina a crianças e gestantes

O Ministério da Saúde estendeu nesta segunda-feira a recomendação de uso da cloroquina para gestantes e crianças. A nova orientação do governo brasileiro sobre o medicamento ocorreu na mesma data em que os Estados Unidos retiraram a autorização de emergência de tratamento com a cloroquina e a hidroxicloroquina contra a covid-19.
A orientação do Ministério da Saúde para estes grupos, desde ontem, é para prescrição desses medicamentos, associados ao antibiótico azitromicina, mesmo para casos leves. Não há evidência científica sobre eficácia da cloroquina contra a covid-19. O presidente Jair Bolsonaro é defensor deste tratamento e dois ministros da Saúde já deixaram o governo por, entre outros motivos, se opor ao uso amplo da droga.
O ministério deve atualizar nota informativa divulgada em 20 de maio sobre a cloroquina. O documento não é um protocolo, ou seja, não dita regras no SUS nem passa a autorizar procedimentos antes proibidos, mas tem forte poder político. Um dos pilares para elaborar o protocolo é a comprovação científica da eficácia da droga – o que não existe.
Mesmo antes do posicionamento do ministério, médicos já vinham receitando a cloroquina nas redes privada e pública de forma "off label", fora das recomendações da bula. Para dar respaldo a esta situação, mas sem seguir recomendações científicas, o Conselho Federal de Medicina (CFM) decidiu, no fim de abril, livrar de infração ética o profissional que prescrever cloroquina contra covid-19.
A Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, afirmou ontem que gestantes e crianças são grupos de risco para a doença, e por isso foram incluídos na recomendação. Ela disse que o ministério deve orientar uso da cloroquina e de outros medicamentos na atualização da nota e minimizou a decisão dos EUA sobre a cloroquina, tomada por meio da Food and Drug Administration (FDA), espécie de Anvisa. A agência americana determinou que "é improvável que a cloroquina e a hidroxicloroquina sejam eficazes no tratamento da covid-19 para os usos autorizados nos Estados Unidos".
Segundo a secretária, a FDA se baseou em "trabalhos de péssima referência metodológica". A secretária disse ainda que a agência só permitia uso para casos graves, enquanto no Brasil a recomendação é do uso precoce. Mayra ainda sugeriu, sem mostrar evidências, que a mudança de discurso do ministério sobre a cloroquina, feita no fim de maio, fez a curva de casos no País e a taxa de ocupação de leitos de UTI baixarem. "Não podemos afirmar com segurança que se deve a Estados e municípios que usaram prescrição, mas há indícios", disse.
Também sem mostrar evidências sólidas ou apontar benefício do distanciamento social, Mayra disse que a Índia teve resultados benéficos por adotar de forma preventiva o uso da cloroquina, o que ainda não é feito no Brasil.
Para o médico, advogado sanitarista e pesquisador da USP Daniel Dourado é "inacreditável" que o ministério dobre a aposta no uso da cloroquina, ampliando a orientação de uso, no mesmo dia da decisão dos EUA. "Sem nenhuma base científica, sem comprovação de segurança e eficácia. No mesmo dia em que a agência FDA cancelou até mesmo a autorização emergencial para esse tipo de uso, concluindo que não é mais razoável acreditar que essas drogas possam ser eficazes no tratamento da covid-19 e nem que os seus benefícios potenciais possam superar seus riscos conhecidos e potenciais."
O uso da cloroquina contra a covid-19 também é rejeitado por três das principais entidades médicas e científicas nacionais: a Associação de Medicina Intensiva Brasileira, a Sociedade Brasileira de Infectologia e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
Estados Unidos
A FDA afirmou ontem que "à luz dos eventos adversos cardíacos graves e outros efeitos colaterais graves, os benefícios conhecidos e potenciais da cloroquina e hidroxicloroquina não superam mais os riscos conhecidos e potenciais para o uso autorizado".
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Central Covid-19 já realizou cerca de 24 mil atendimentos

A Central Humanizada de Orientações sobre a Covid-19 da Prefeitura de Goiânia já realizou 23.741 atendimentos. O serviço, que já notificou 1.374 casos suspeitos da doença, é disponibilizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e tem o objetivo de esclarecer dúvidas sobre sintomas, formas de transmissão e distanciamento social.
Ao todo, o serviço já realizou 18.072 atendimentos via telefone e 5.669 pelo WhatsApp. As orientações que são repassadas aos cidadãos seguem os protocolos do Ministério da Saúde e das autoridades sanitárias.
Implantada em março, juntamente com uma série de medidas para conter o avanço do coronavírus em Goiânia, a Central atua também no combate à fake news e o atendimento é realizado por profissionais de enfermagem e médicos.
"A nossa missão é orientar a população e realizar o primeiro atendimento em caso de suspeita da doença. É uma forma de otimizar os serviços e de evitar que os usuários procurem de maneira inadequada as unidades durante a pandemia", explica a gerente de Atenção Primária à Saúde da SMS, Cynara Martins.
Atuam na central 36 técnicos de enfermagem, 16 enfermeiros, 16 médicos e um coordenador divididos em dois turnos, 7h às 13h e das 13h às 19, todos os dias da semana, inclusive nos feriados. Nos demais horários, das 19h às 7h, o atendimento é eletrônico, informando e instruindo o usuário sobre os horários de funcionamento do serviço.
O telefone da unidade é o (62) 3267-6123. Caso o usuário queira entrar em contato pelo aplicativo de mensagens WhatsApp, basta adicionar o número (62) 98599-0200 aos seus contatos. Assim que o cidadão enviar uma mensagem pelo aplicativo, ele receberá orientações sobre prevenção.
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O POPULAR

Gestão de UTIs

Enquanto a ocupação de leitos de UTI caminha para uma situação perto de crítica na capital, cidades do interior recebem recursos para incrementar a estrutura de atendimento intensivo a pacientes de Covid-19.
A pulverização desses recursos por todo território goiano pode,
em alguma medida, despressurizar a rede de Goiânia. É preciso, pois, acompanhar no detalhe esse indicador, do qual dependem vidas e, secundariamente, o afrouxamento das restrições ora impostas.
A gestão de UTIs em tempo de pandemia tem complexidades. Um dos indicadores é o tempo de permanência médio exigido com o Covid-19, de 15 dias. De acordo com o Observatório da Associação Nacional de Hospitais Privados , nos filiados, cada paciente permaneceu em média 7 dias internado em 2019. Considerando o giro do novo coronavírus, equivale dizer que os leitos disponíveis foram reduzidos à metade nessa crise.
Há de se considerar ainda a desigualdade social no País. Enquanto um quarto da população brasileira possui plano de saúde, outros três quartos concorrem por menos da metade dos leitos disponíveis no Brasil.
Daí a importância dos hospitais de campanha e da gestão rigorosa dessa ocupação nesse momento ainda de alta na curva de contágio.
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80% dos Infectados estão recuperados, diz SMS

Nas últimas 24 horas, o número de pacientes curados do novo coronavírus (Sars-CoV-2) em Goiânia saltou de 736 para 3.138. Isso quer dizer que 80% das pessoas infectadas na cidade já se recuperaram, segundo os dados do boletim epidemiológico divulgado nesta terça-feira (16) pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
De ontem para hoje, a capital registrou 487 novos casos de infecções pela Covid-19, um novo recorde de contaminação em 24 horas, e contabilizou 3.939 no total. O número de óbitos permanece em 99, sem alteração de ontem para hoje.
A diretora de Vigilância Epidemiológica de Goiânia, Grecia Carolina Pessoni, explicou ao POPULAR que a elevação expressiva de pacientes recuperados da doença em tão pouco tempo foi motivada pela mudança na investigação dos casos e pela implementação de uma força-tarefa.
"Mudamos a forma de análise. Nós vínhamos ligando para todos os casos e confirmando se não tiveram mais sintomas. Decidimos fazer uma força-tarefa, analisamos todos os casos, que são acompanhados pela telemedicina, e aqueles que concluíram o período de 14 dias e não tiveram complicações ou hospitalizações no histórico nós demos o caso como encerrado e concluímos a investigação do paciente. Claro, por ser uma doença nova, esse dados são analisados cotidianamente, então podem ser revistos".
O boletim epidemiológico também mostra que o número de internações em decorrência do coronavírus caiu de 228, ontem, para 100 nesta terça-feira, o que representa uma queda de 56% na quantidade de pessoas internadas em Goiânia. "Não foi de ontem para hoje. Algumas investigações estavam atrasadas pela alta demanda desse período. Com a força-tarefa conseguimos atualizar o cenário", disse a diretora de Vigilância Epidemiológica da capital.
A quantidade de pacientes infectados em isolamento domiciliar também apresentou um crescimento abrupto de um dia para outro. Ontem eram 168 pessoas isoladas, 5% do total de casos da capital. Hoje, 602 pessoas estão isoladas ou em monitoramento, 15% dos casos registrados. Nesse caso, o termo "monitoramento" foi incluído pela primeira vez no boletim epidemiológico desta terça. A SMS informou que um laboratório notificou quase 500 pacientes infectados ontem, mas que esses são casos antigos que não constavam no boletim epidemiológico. Eles passaram a ser monitorados e foram orientados a permenacerem em casa durante a recuperação.
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UTI lotada na rede municipal

Leitos para casos graves ofertados no HC/UFG, HMMCC e Gastro Salustiano para o SUS, em Goiânia, ficaram várias horas na terça-feira ocupados. Santa Casa tenta abrir mais 10 vagas
Mesmo com a ampliação de mais 20 leitos de UTI para Covid-19 nas últimas duas semanas, a rede municipal de Goiânia viu nesta terça-feira (16) todas as 58 vagas ocupadas durante boa parte do dia, a primeira vez que a situação chega neste ponto. Neste mesmo dia, a atualização do boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) bateu recorde de novos casos notificados, foram 487 resultados incluídos em 24 horas, e o índice de isolamento social segue abaixo dos 40%.
A situação é pior do que a verificada em 5 de junho, quando a titular da SMS, Fátima Mrue, afirmou que a discussão sobre a reabertura do comércio na capital só poderia ocorrer se o índice de isolamento ficasse acima de 50%. Naquele dia, ainda sem os dez leitos de UTI para Covid-19 que passaram a ser ofertados pelo Gastro Salustiano Hospital a partir de 11 de junho para o Sistema Único de Saúde (SUS), a rede municipal contava com ocupação de 80% dos leitos de UTI. Foi quando também a capital atingiu o pior índice de isolamento (32%) e os casos na periferia passara a avançar com velocidade maior.
A ocupação dos leitos de UTI é vista como o ponto crucial no enfrentamento ao novo coronavírus (Sars-CoV-2) e o índice de isolamento social é apontado como o melhor modo de reduzir a velocidade de contágio do vírus. Entretanto, desde o início de abril a capital não tem conseguido manter esse índice acima de 50%, patamar considerado ideal para que o sistema público de saúde não entre em colapso.
A SMS negocia com a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia desde a semana passada a abertura de mais dez leitos de UTI para Covid-19. O hospital topou e já tem a estrutura para oferecer, mas está esbarrando no mesmo problema pelo qual passam o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG) e o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC) para ampliarem a capacidade: a dificuldade de contratar profissionais de saúde para cuidar destes novos leitos.
O superintendente técnico da Santa Casa, Pedro Ivandosvick, diz que a dificuldade em se encontrar profissionais para trabalhar em UTIs sempre existiu, mas após a chegada da epidemia ficou ainda pior. Conforme O POPULAR apurou, os desafios têm a ver com o valor pago para estes profissionais e o exigido pelos mesmos. O HC/UFG está desde o começo do mês fazendo processos seletivos para poder abrir mais 8 leitos de UTI. O HMMCC, que tem capacidade para mais 185 vagas além das 40 atuais não encontra recursos humanos para aumentar mais 10.
A superintendente de Regulação e Políticas de Saúde da SMS, Andréia Alcântara, diz que ainda não chegou o momento de ter pessoas esperando por uma vaga para internação e que a abertura de vagas no Salustiano e na Santa Casa é temporária até que a Prefeitura consiga ampliar a oferta no HC e no HMMCC. Na capital, ainda tem o Hospital de Campanha (HCamp) de Goiânia, regulado pela rede estadual, que na terça-feira estava com 8 das 60 vagas de UTI disponíveis (86,7%).
Andréia explica que a demanda maior por internações está relacionada ao índice de isolamento. "Toda vez que este índice está baixo, sobe a necessidade de mais leitos de internação", disse. Ainda segundo ela, a ocupação de vagas na enfermaria aumentou também, mas está em torno de 80%. Quando a entrevista foi feita, a de UTI estava em 96%.
Andréia também informou que a tendência é que a Santa Casa fique com o perfil de pacientes que são encaminhados para o HC, que envolvem casos mais complexos, como grávidas, vítimas de enfarte ou que necessitem de cirurgias. O HC está com lotação máxima desde o dia 10.
O superintendente de Vigilância em Saúde da SMS, Yves Ternes, diz que a pasta tem feito campanha para estimular as pessoas a ficarem mais em casa e reconhece que o momento é de alerta. "Estamos em um momento crucial em relação à curva de casos. A população precisa fazer a sua parte", comentou.
Entretanto, além de as pessoas estarem circulando mais nas ruas, Ternes destaca que a secretaria tem notado aumento dos casos de contaminação intradomiciliar, o que seria indício de que os goianienses estão relaxando na precaução dentro de casa. "Elas saem para trabalhar e quando voltam para casa não fazem a higiene necessária", explicou.
A sobrecarga dos laboratórios que fazem testes para detectar casos de Covid-19 – assunto que foi noticiado pelo POPULAR nos últimos dias – é outro sinal de alerta destacado por Ternes. Ele afirma que isso pode atrapalhar o acompanhamento da evolução dos casos nos próximos dias, com a possibilidade de uma falsa sensação de desaceleração da curva. Para evitar isso, a Prefeitura estaria, segundo o superintendente, contratando mais testes. Para ele, é fundamental que se observe o cenário das internações e óbitos. "Os casos de internação e de óbitos estão sendo todos testados."
Cenário crítico
O grupo de pesquisadores da UFG que desde abril tem elaborado notas técnicas com cenários da Covid-19 em Goiás está finalizando uma nova atualização do estudo para esta semana no qual não há nenhum sinal de melhora da situação da epidemia seja no Estado ou em Goiânia. Pelo contrário, todos os indicadores apontariam que seguimos no pior quadro possível. "Estamos em um cenário de dobra dos casos a cada 10 dias. Vamos levar muitos sustos pela frente", comentou o professor e biólogo Thiago Rangel, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e integrante do grupo de pesquisa. Ainda segundo ele, qualquer medida para reverter a situação que venha a ser adotada no futuro poderá demorar até 30 dias para ter efeitos.
A nova nota técnica encontrou uma defasagem considerada grande entre o momento do óbito de uma pessoa com Covid-19 e a notificação no boletim epidemiológico estadual, que em Goiânia chega a até 10 dias de diferença. Para Thiago, isso é grave, pois prejudica uma reação das autoridades já que o número de mortes era considerado um dos mais precisos para identificação do cenário em tempo mais próximo do real. "Isso atrapalha a capacidade de se olhar o dado e ver qual a medida a ser tomada. Podemos já estar hoje num momento muito mais grave (do que se imagina) para que se possa fazer uma manobra", alertou.
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