Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 17/07/20

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

ANS retira teste para covid-19 de lista obrigatória de cobertura
Não recomenda? 6 vezes que Bolsonaro defendeu uso da cloroquina
Saída de Alessandro da Sefin veio após sequência de embates com a Saúde
Uma morte a cada 43 minutos
Epidemia migra na periferia
Ivermectina divide médicos
Média indica que mortes pela Covid-19 pode crescer no Brasil
Veja a taxa de ocupação de UTI para Covid-19 em Goiás
Estudos não comprovam eficácia da ivermectina contra a covid-19
Fiocruz é 'orientada' pelo Ministério da Saúde a recomendar a cloroquina
Coronavírus é responsável por mais de 50% das mortes em Goiás. Veja outras causas


AGÊNCIA BRASIL

ANS retira teste para covid-19 de lista obrigatória de cobertura

Brasília – A Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS – decidiu retirar do rol de procedimentos obrigatórios dos planos de saúde os exames sorológicos, conhecidos como testes rápidos, para detecção da covid-19.

Os testes, que identificam se a pessoa desenvolveu anticorpos após exposição ao novo coronavírus, foram incluídos devido a uma liminar da Justiça Federal de Pernambuco. A agência recorreu contra a medida e o Tribunal Regional Federal da 5ª Região acatou o pedido.

No recurso, a ANS alegou que estudos e análises de diversas sociedades médicas e de medicina diagnóstica mostram controvérsias técnicas em relação aos resultados desse tipo de exame e a possibilidade de alto percentual de falso-negativo.

Em reunião da diretoria da agência, transmitida on-line nessa quinta-feira, os diretores votaram pela suspensão dos efeitos da resolução que incluiu os testes IGA, IGC e IGM na cobertura dos planos.

O diretor-presidente substituto da ANS, Rogério Sacarabel, esclareceu que, além da questão científica, que ainda está em análise, uma incorporação inadequada de um exame pode não ser benéfica para o consumidor, já que impacta diretamente nos custos assistenciais do sistema, que também são repassados aos usuários.

Sacarabel também ressaltou que, desde o início da pandemia, em março, a agência incluiu espontaneamente no rol de procedimentos básicos dos planos o teste RT-PCR para diagnóstico da Covid-19.

Na reunião também foi aprovada a realização de uma audiência pública para dar continuidade à discussão sobre o assunto. Mas a data ainda não foi divulgada.
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CORREIO BRAZILIENSE

Não recomenda? 6 vezes que Bolsonaro defendeu uso da cloroquina

Presidente diz não ser o responsável por recomendar uso da hidroxicloroquina, mas defende medicamento para tratar covid-19 desde o início da pandemia e tomou decisões com base na convicção

A hidroxicloroquina voltou a ser tema de comentários de Jair Bolsonaro (sem partido). Dessa vez, o presidente disse que, embora tenha obtido bons resultados com o medicamento no tratamento que faz contra a covid-19, não aconselha o uso . Não recomendo nada, recomendo que você procure seu médico , disse no vídeo.
"Muitos médicos dizem que a hidroxicloroquina funciona. Não estou fazendo nenhuma campanha para o medicamento, afinal de contas, o custo é baratíssimo. Talvez por causa disso que tem muitas pessoas contra. E outras, parece, que é por questões ideológicas", completou Bolsonaro.
A declaração ocorre após o subprocurador do Ministério Público Lucas Rocha Furtado pedir, na última terça-feira (14/7), que o Tribunal de Contas da União (TCU) obrigue o presidente a deixar de "propagandear o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no trato da covid-19?.
Confira seis momentos em que o chefe do Executivo defendeu o uso do remédio contra o novo coronavírus:
Horas depois de anuncar o teste positivo para o novo coronavírus, Jair Bolsonaro postou um vídeo nas redes sociais em que aparece engolindo um comprimido , segundo ele, de hidroxicloroquina. Bolsonaro diz que aquela era a terceira dose que tomou da medicação. Estou tomando aqui a terceira dose da hidroxicloroquina. Estou me se sentindo muito bem. Estava mais ou menos domingo, mal na segunda-feira. Hoje, terça, estou muito melhor do que sábado. Então, com toda certeza, né, está dando certo , disse  rindo, antes de engolir a cápsula.
O presidente ampliou o protocolo adotado pelo Ministério da Saúde sobre o uso cloroquina no dia 20 de maio. O Conselho Federal de Medicina diz que pode usar desde o começo então. É direito do paciente. O médico na ponta da linha é escravo do protocolo. Se ele usa algo diferente do que está ali e o paciente tem alguma complicação ele pode ser processado , apontou o chefe do Executivo.
Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich deixaram o comando do Ministério da Saúde após discordarem do presidente sobre o uso do medicamento e sobre o isolamento vertical. – apenas de idosos e população de risco – como forma de combate à pandemia.
No dia 4 de julho, o presidente disse que a hidroxicloroquina era o único tratamento enquanto não houvesse vacina para a covid-19. "Estamos tendo notícias, inclusive também cada vez mais não só no Brasil como no mundo, o tratamento precoce via hidroxicloroquina tem surtido efeito. Então nós apelamos àqueles ainda que resistem no tocante a esse protocolo, que como é um protocolo, é algo oficial, que realmente entendo que a única prevenção, o único tratamento que temos é a hidroxicloroquina enquanto não chega a vacina", apontou o presidente. A declaração foi feita durante entrevista ao Grupo ND de Santa Catarina.
O presidente também disse ter feito reuniões , no início de abril, com dois grupos de pesquisadores brasileiros para discutir sobre a eficiência da hidroxicloroquina no combate à Covid-19. Segundo ele, os pesquisadores "foram unânimes de que a cloroquina é quase uma realidade, é bastante palpável" para amenizar os efeitos da doença provocada pelo novo coronavírus.
Tivemos a sorte de esse material aí, chamado hidroxicloroquina, que alguém teve a ideia de ministrar isso aí e deu certo. Deu certo, não. Está dando certo , disse o presidente em entrevista ao programa de tevê programa Brasil Urgente no dia 1º de abril.
Em março, quando o Brasil tinha registrado apenas três pacientes infectados com covid-19, o presidente Bolsonaro visitou uma farmácia na quadra 303 do Sudoest e, bairro nobre de Brasília, localizado a 6,8 quilômetros da Esplanada dos Ministérios, e perguntou aos atendentes sobre a procura pela hidroxicloroquina.
A farmacêutica que atendeu o presidente conversou com o Correio na ocasião e disse que Bolsonaro afirmou que testes científicos comprovam a eficácia do medicamento no combate a doença causada pelo novo coronavírus.  "Ele disse que a cloroquina foi testada mesmo, e agora tem efeito de tratamento para o covid-19", completou.
Mesmo com a falta de um parecer favorável ao medicamento por parte da comunidade científica internacional, Bolsonaro mandou, em março, que o Exército brasileiro produzisse cloroquina . Mais de 1,2 milhão de comprimidos do remédio foram fabricados pelo Laboratório Químico Farmacêutico do Exército – normalmente são 250 mil a cada dois anos.
Em junho, o Ministério Público (MP) protocolou um pedido para que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue superfaturamento na produção de cloroquina pelo Exército. De acordo com dados do Ministério da Saúde, foram distribuídos 4,3 milhões de comprimidos aos estados desde o início da pandemia.
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O POPULAR


Saída de Alessandro da Sefin veio após sequência de embates com a Saúde

O pano de fundo para Alessandro Melo ter decidido deixar o comando da Secretaria Municipal de Finanças juntamente com cinco de seus principais auxiliares teria sido uma sequência de "estranhamentos" com a secretária de Saúde, Fátima Mrué. Nos bastidores, Alessandro vinha se queixando do que apontava como lentidão no uso do dinheiro encaminhado pelo governo federal para o combate à pandemia do novo coronavírus. Ao mesmo tempo, haveria grande demanda da pasta por recursos do Tesouro Municipal com o mesmo objetivo. Nesse contexto de embates, o estopim teria vindo com a exoneração de Joney Luiz Clemente de Oliveira, que deixou a superintendência da Sefin para assumir cargo semelhante na Secretaria de Ciência e Tecnologia em 7 de julho. Três dias depois o prefeito Iris Rezende (MDB) assinou decreto tornando sem efeito apenas o ato da nova nomeação. Melo tentou sem sucesso reverter a demissão e a pessoas próximas ele teria dito que a equipe sairia junta, da mesma forma que entrou. A coluna mostrou no início de julho que a SMS tinha utilizado pouco mais de um terço dos R$ 73,6 milhões enviados pela União. No mesmo período, o Paço liberou outros R$ 42 milhões em créditos extraordinários.
Efeito dominó
Após Alessandro anunciar a saída à sua equipe, surgiram propostas na Sefin de entrega de todos os cargos de chefia. Além dos cinco que também decidiram
sair e assinaram a carta
a Iris Rezende.
Impacto
Presidente da Câmara de Goiânia, o vereador Romário Policarpo (Patriota) resume a saída de Alessandro, apontado como responsável pela recuperação das contas assim: "A pior perda que a Prefeitura teve nesta gestão."
Véspera
Alessandro Melo cobrou a votação de emenda à Lei Orgânica que desvincula receita de fundos. A proposta não tinha sido votada pela Comissão Mista da Câmara de Goiânia e foi avocada para o plenário, onde passou em primeira votação na terça.
Reação
A vereadora Cristina Lopes (PL) afirma que o projeto dá "cheque em branco" ao Paço e foi votado sem debate.
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Uma morte a cada 43 minutos

Somente nos 16 primeiros dias deste mês, Goiás contabiliza 543 óbitos por Covid 19. No total, Estado soma 1.018 vidas perdidas pela doença em 113 dias desde a primeira notificação
O número de óbitos registrados por Covid-19 em Goiás revela ritmo acelerado em julho. Nos primeiros 16 dias do mês, foram 543 vidas perdidas para a doença. Ou seja, a cada 43 minutos uma pessoa morreu, levando em consideração apenas a infecção do novo coronavírus (Sars-CoV-2). No meio da tarde desta quinta-feira (16), o registro oficial pelo site da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) verificou 1.018 óbitos por Covid-19. Para se ter uma ideia, o boletim enviado pela pasta, fechado por volta das 12 horas, ainda apontava 986 mortes. Os óbitos verificados apenas nesta metade do mês correspondem a 53% do total contabilizado pela pandemia até então.
O avanço exponencial das mortes também pode ser visto pelo acréscimo da média de óbitos diários. Na primeira semana de junho, o Estado registrava cerca de cinco mortes por dia. Já na semana seguinte este índice chegou a 12, passando para 19 e fechando o mês com 27 óbitos diários em média. Com estes números, no total, Goiás tinha um morto por Covid-19 a cada 2 horas e 4 minutos no mês passado. No entanto, assim que chegamos a julho, a média diária de óbitos avançou para 31 e chegou a 34 nesta semana. Nas últimas três semanas, a aceleração do índice tem um taxa de 1,1, indicando uma projeção de cerca de 1,6 mil até o fim deste mês.
Pelos dados da SES-GO, atualmente Goiás está com taxa de letalidade de 2,51%, número abaixo da média nacional, que é de 3,8%. "Já o aumento no índice de gravidade era previsto antes mesmo de a pandemia atingir o Brasil, visto que o maior número de casos também resulta no aumento de internações e óbitos", informa a secretaria. Segundo a pasta, a região metropolitana de Goiânia, o Entorno do Distrito Federal, e "aquelas cidades que detêm grandes indústrias, além de cidades que margeiam as principais rodovias do Estado, inclusive com fluxo interestadual, são as que mais preocupam o Estado".
Biólogo e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Thiago Rangel, que participa de um grupo de pesquisadores que estudam o impacto da Covid-19 no Estado, afirma que, pela demora na notificação das mortes, é provável que o Estado, hoje, já tenha entre 1.300 e 1.400 óbitos. Para Rangel, a maior probabilidade é que o óbito de número mil tenha ocorrido na primeira semana deste mês. "Se olharmos, daqui alguns dias, pela data do óbito com os registros nas secretarias vamos ver que isso já ocorreu. Estes marcos, como o caso mil são incertos pela defasagem na notificação das mortes. Vai com toda esta incerteza. Tenho quase absoluta certeza que ele tenha ocorrido entre os dias 1º e 4 de julho, mas demora para ficarmos sabendo", diz.
Até por isso, segundo o pesquisador, os estudos da UFG não apontam as datas estimadas para números exatos. Na última projeção feita, os pesquisadores estimaram que até o fim deste mês, em um cenário com a manutenção do isolamento social entre 35% e 40%, que é o atual, teríamos entre 1.696 e 2.815 óbitos. A SES-GO, em nota, esclarece que "já era esperada a dobra do número de casos em um intervalo cada vez menor de tempo". "A segunda quinzena de julho foi apresentada como a fase mais crítica da doença no Estado, de acordo com estudos da Universidade Federal de Goiás. Assim, o esperado é que na próxima semana Goiás atinja o pico, seguido de uma fase de platô no número de casos, até iniciar uma redução diária das notificações, como já observado em outros locais."
Confiabilidade
No entanto, Rangel esclarece que os estudos da UFG apontam que este pico só deve ocorrer na segunda quinzena de agosto, com maior probabilidade para o fim daquele mês. "Não existe evidência de que o pico será na semana que vem. Estimativa nossa é para o fim de agosto. Isso depende da confiança no inquérito sorológico feito pela Prefeitura de Goiânia", explica. Segundo ele, se os inquéritos realizados pelo Paço, que apontaram incidência de 2,1% da doença na população, estiverem certos, o modelo da UFG está correto e o pico será no fim do mês que vem. Por outro lado, se a incidência da doença for maior do que a apontada no inquérito, é provável que o pico seja antes, mas não menos que a partir de meados de agosto. Na ocasião, mantendo as premissas do cenário verde, o Estado deve chegar a cerca de 4 mil óbitos.
Estado é o que mais demorou
Goiás possui, até então, o maior tempo entre o primeiro óbito registrado pela Covid-19 e a milésima verificação entre as demais unidades da federação.
Foram 113 dias entre a morte da mulher de 66 anos, moradora de Luziânia, e o registro que passou dos mil óbitos no Estado. O Rio Grande do Sul demorou 112 dias para ultrapassar a marca, o que ocorreu no último dia 14, e o Piauí , 111, com a milésima morte sendo registrada na última quarta-feira (15). Em contrapartida, o Estado de São Paulo levou apenas 34 dias entre as duas marcas e o Pará, 43, sendo os dois com menos tempo em todo o País.
O biólogo e pesquisador da Universidade Federal de Goiás, Thiago Rangel, aponta que isso pode ter ocorrido pela junção das medidas austeras tomadas no Estado no início da pandemia, entre o fim de março e o começo de abril, e também a baixa densidade demográfica na região. "É interessante isso. O tamanho da população só importa para definir quando é o pico e a sua proporção, mas não sobre isso.
O que faz diferença é a densidade, o quanto as pessoas entram em contato com as outras", explica. Com isso, a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), reitera que "a estratégia adotada até agora pelo governo de Goiás de ampliar e regionalizar leitos de internação tem bons resultados na assistência às pessoas que precisaram de internação". A pasta reitera que foram criados 373 leitos de UTI no Estado neste ano. "Já estão em operação seis hospitais de campanha, sendo que o de São Luís de Montes Belos foi entregue nesta quinta-feira (16), com 34 leitos dedicados a Covid-19, sendo 10 UTIs. Mais dois estão sendo preparados em Formosa e Jataí." A SES informa ainda que vai ampliar a "testagem para rastrear e monitorar os casos em 78 cidades estratégicas, isolando os positivos de forma seletiva".
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Epidemia migra na periferia

Aumento de casos nos últimos 15 dias é maior em bairros da região noroeste de Goiânia, enquanto Jardim Guanabara e Novo Mundo passam por período de estabilização
Após um pico de casos confirmados de Covid-19 no Jardim Guanabara e Jardim Novo Mundo em junho, quando o novo coronavírus (Sars-CoV-2) intensificou o processo de "periferização" da doença, a epidemia agora passa por uma migração entre os bairros mais afastados da região central e segue com força nos mais populosos da região centro-sul.
Após 14 dias sem atualizações, a Plataforma Covid-19, desenvolvida por uma equipe multiprofissional do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás (Lapig/UFG), voltou a receber dados sobre a incidência do novo coronavírus da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, nos quais se destacam Jardim Curitiba, Setor Campinas, Setor Bueno, Jardim América e Parque Tremendão.
Estes cinco bairros são os que apresentaram o maior aumento porcentual de notificações entre os dias 1º de julho (quando foi feita a última atualização na plataforma antes da interrupção) e 14 de julho. Isso considerando apenas os bairros que no começo do mês tinham mais de 50 registros de Covid-19 – ao todo, 32. Já são 515 bairros com casos de Covid-19 confirmados por testes, 40 a mais do que havia no dia 1º.
Mortes
Já quando se observa o total de mortes por bairros, conforme relatório da plataforma da UFG, os que mais chamam a atenção são o Conjunto Vera Cruz e o Jardim Nova Esperança, respectivamente terceiro e quarto com mais óbitos mesmo não estando entre os dez com mais moradores infectados.
Bairros com poucas notificações de casos positivos também se destacam pelo número de mortes proporcionalmente, como o Jardim Acalanto (4 mortes e 12 casos confirmados), a Vila Abajá (3 mortes e 15 casos confirmados) e a Vila Itatiaia (5 mortes e 35 casos confirmados).
Há também cinco bairros que registraram um óbito cada que aparecem com apenas um caso confirmado de Covid-19 (Areião I, Chácara Califórnia, Jardim Sonia Maria, Residencial Buena Vista IV e Vila Jacaré). E um que aparece com dois casos, sendo os dois fatais: Vila Matilde.
Já quando se considera apenas os 30 bairros com mais casos confirmados, os cinco com mais mortes por número de casos confirmados estão na periferia. Além do Conjunto Vera Cruz e do Jardim Nova Esperança, estão nesta lista Vila Finsocial, Residencial Vale dos Sonhos I e Parque Atheneu.
Ainda considerando os 30 bairros com mais casos confirmados, apenas o Balneário Meia Ponte e o Setor Negrão de Lima seguem sem mortes registradas. O primeiro já tem 97 moradores com Covid-19 até agora, enquanto o outro aparece com 87.
Triste liderança
O Setor Bueno continua liderando a lista dos bairros com mais casos, agora com 487 moradores que se infectaram ao longo dos últimos 4 meses. O Jardim Guanabara, que chegou a ficar bem próximo do Bueno, agora está com 381 casos, porém na tabela aparece atrás do Setor Oeste, com 296 casos, porque ao contrário dos bairros centrais o Guanabara é dividido em pequenos setores. Outro bairro que viu o número de confirmações perder força foi o Novo Mundo.
Cruzamento de dados feito pela reportagem mostra, entretanto, que nos últimos 15 dias, o bairro que mais vem tendo destaque negativo na epidemia é o Jardim Curitiba, na região Noroeste, ao apresentar um crescimento de 80,3% no total de casos. O Parque Tremendão, que fica ao lado, aparece em 5º entre os com maior aumento. Os dois bairros aparecem entre os 20 com mais casos atualmente.
Outro bairro que aparece com grande aumento de casos é o Setor Campinas, que teve o primeiro caso confirmado apenas em 20 de abril e até 1º de junho não passou de 10 casos confirmados. Em 1º de julho eram 54 casos e agora já são 88, um aumento de 62,9%. Na lista dos 504 bairros, Campinas aparece em 23º.
O Setor Bueno e o Jardim América são outros dois bairros que apresentam crescimento acima de 50% em 15 dias. Completam a lista de 10 com maior aumento o Conjunto Vera Cruz, o Setor Central, o Cidade Jardim, o Setor Bela Vista e o Setor Pedro Ludovico.
Dados públicos
Desde abril, a Plataforma Covid-19 divulga em um site (covidgoias.ufg.br) informações sobre o avanço da infecção no Estado, na capital e nos bairros de Goiânia e Aparecida. Por 14 dias, entretanto, os dados ficaram sem atualização, segundo o Lapig, até que fosse encontrada uma forma nova de torná-los públicos, devido ao grande volume de informações a serem checadas. Goiânia já soma mais de 10,5 mil casos e 297 mortes.
Confira a lista atualizada com os 31 bairros com mais casos confirmados:
Bairro – Casos em 14 de julho (Aumento em 15 dias)
Setor Bueno -487 (51,2%)
Setor Oeste -296 (39,6%)
Jardim Guanabara – 294 (5,4%)
Jardim América – 272 (50,3%)
Jardim Novo Mundo – 213 (25,3%)
Setor Central – 196 (45,2%)
Jardim Goiás – 194 (32%)
Parque Amazônia – 193 (35,9%)
Setor Pedro Ludovico – 175 (40%)
Setor Leste Universitário – 153 (23,4%)
Jardim Curitiba – 128 (80,3%)
Conjunto Vera Cruz – 127 (46%)
Setor Marista – 114 (29,5%)
Jardim Nova Esperança – 112 (38,3%)
Residencial Vale dos Sonhos I – 107 (10,3%)
Cidade Jardim – 99 (43,5%)
Setor Recanto das Minas Gerais – 99 (35,6%)
Setor Aeroporto – 98 (38%)
Jardim Balneário Meia Ponte – 97 (34,7%)
Setor Parque Tremendão – 92 (46%)
Parque Atheneu – 91 (33,8%)
Vila Finsocial – 89 (39,1%)
Setor Campinas – 88 (63%)
Setor Sudoeste – 88 (31,3%)
Setor Leste Vila Nova – 87 (31,8%)
Setor Negrão de Lima – 87 (31,8%)
Setor Bela Vista – 86 (43,3%)
Setor Urias Magalhães – 85 (11,8%)
Setor Morada do Sol – 76 (5,6%)
Setor Sul – 73 (32,7%)
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Ivermectina divide médicos

Uso do medicamento de forma profilática e no tratamento precoce do novo coronavírus tem aumento. Médico que defendia o uso do remédio e está infectado segue internado em Goiânia
O uso da ivermectina – medicamento usado comumente para combater parasitas – no tratamento do novo coronavírus (Sars-CoV-2) tem ganhado cada vez mais popularidade e dividido médicos que são contra e a favor do uso do medicamento. De um lado, um grupo defende que, mesmo sem comprovação científica da eficácia, o medicamento tem ajudado, na prática, a evitar quadros graves da doença quando usado no tratamento precoce de pacientes. Do outro, um grupo acredita que o uso da medicação de forma indiscriminada, principalmente em tratamentos profiláticos, vai contra os princípios da medicina, que baseia os procedimentos em evidências científicas sólidas.
Em Goiânia, o cirurgião geral e clínico Joaquim Inácio de Melo Júnior, segue internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele faz parte de um grupo de médicos goianos que defende o uso da medicação e que chegou a distribuí-la no início do mês em Aparecida de Goiânia. Na última semana, Joaquim deu uma entrevista à TV Serra Dourada onde afirmava que estava infectado com a Covid-19, mas estava bem e se tratando com a ivermectina. No dia 10 de julho ele foi internado. Amigos e parentes do cirurgião fizeram campanha nas redes sociais para doação de plasma para o médico. A unidade de saúde onde ele está hospitalizado disse que não pode informar detalhes do estado de saúde do paciente. Entretanto, O POPULAR obteve informações de que estado de Joaquim continua delicado.
O cirurgião pediátrico e deputado federal Zacharias Calil, um dos defensores do uso de ivermectina no tratamento precoce do novo coronavírus, lamentou o estado de saúde do colega de profissão. "Fiquei sabendo pelas redes sociais. Sinto muito que ele esteja doente assim", afirma. Sobre o fato da falta de sucesso da ivermectina no tratamento precoce de Joaquim, Calil afirma que o medicamento não é milagroso. "Infelizmente, não são todos os casos que vão evoluir bem", pondera.
Calil explica que não é a favor do tratamento profilático como alguns médicos, como Joaquim Inácio de Melo Júnior, estão recomendando. "É preciso prescrição médica. É necessário chegar a unidade de saúde e caso existam sintomas, fazer exames. Quanto mais cedo o tratamento começar, menor o risco do estado de saúde do paciente ficar grave", diz.
Já os médicos que são contra o uso do medicamento, esclarecem que cerca de 80% das pessoas que se infectam com a Covid-19 se curam sem complicações. "É muito leviano falar que o paciente tratado com a ivermectina ficou bem por conta dela, quando a porcentagem de casos leves é tão alta assim", explica o médico infectologista chefe da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Alexandre Barbosa. "Ainda que a ivermectina diminuísse a carga viral, ela não seria positiva para tratar casos graves, pois ela não conseguiria tratar a resposta inflamatória do corpo causada pelo vírus", ressalta a médica infectologista e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Marianna Tassara.
Política
Com a grande adesão da população ao uso da ivermectina, tanto os médicos que são contra o uso do medicamento quanto os que são a favor acreditam que a política tem interferido no posicionamento de colegas de profissão. O POPULAR tentou contato com outros médicos que são a favor do uso da ivermectina, mas apenas Calil aceitou conversar com a reportagem. O médico admitiu que mesmo sem comprovações científicas da eficácia, o medicamento tem sido visto como uma tentativa prática de combater uma doença com muitos vieses ainda desconhecidos. "Em uma guerra, quando o inimigo é grande, precisamos recuar. Foi o que fizemos com o isolamento social. Entretanto, quando começamos a ter alguns instrumentos de batalha precisamos começar a usá-los", explica.
Marianna acredita que o estímulo ao uso do medicamento tem motivação ligada a retomada das atividades econômicas. "As pessoas vão se sentir mais seguras a voltar a consumir, ir para as ruas e retomar as atividades de maneira indiscriminada. No fim, isso vai resultar em um sistema de saúde colapsado", afirma a médica.
Alexandre Barbosa diz que muito médicos estão recomendando o uso da ivermectina para conseguir publicidade e popularidade. "Alguns realmente acreditam na eficácia do medicamento, mas outros estão cientes da ineficiência e ainda sim o indicam pois sabem que grande parte da população está preocupada e em busca de uma solução simples para a doença", diz.
Barbosa afirma ainda que fazer prescrições médicas sem se basear em evidências científicas é um crime contra a ética médica. "Eu costumo chamar isso que estamos vivendo de um show de horrores. É mais grave ainda quando médicos que tem credibilidade junto a população indicam a medicação. O único caminho efetivo para tratar a doença é por meio da ciência e, por enquanto, ela ainda não tem respostas palpáveis sobre o que pode realmente ser eficaz", finaliza o médico infectologista.

Que remédio é esse?
Entenda como a ivermectina atua no organismo e confira os riscos que excesso do medicamento pode trazer à saúde
O que é a ivermectina?
É um fármaco antiparasitário aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e serve para o combate, principalmente, de piolhos, sarna, vermes, etc. Até o momento, ele não tem nenhuma aprovação sanitária para ser usado como antiviral.
Como ela atua no organismo?
Contra parasitas, ela age paralisando os nervos deles, que acabam morrendo por não conseguirem mais se alimentar e se movimentar.
Como ela age contra o coronavírus?
Contra o Sars-CoV-2, estudos in vitro mostraram que ela diminuiu o material genético dentro do vírus em 48 horas. Porém, ainda não foram feitos ensaios clínicos para testar a eficácia do procedimento em humanos e a dose usada do medicamento é muito alta e poderia causar prejuízos à saúde humana.
Quais podem ser os efeitos colaterais do uso do medicamento?
Como antiparasitário, por conta da baixa dosagem, os efeitos colaterais são irrisórios. Porém, o uso indiscriminado da ivermectina pode causa efeitos dermatológicos, como vermelhidão na pele, neurológicos, como fraqueza muscular, além de afetar pessoas com problemas cardíacos, asma, e diabetes.
Atualmente, o Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO) não recomenda a automedicação e nem o uso de medicamentos para o tratamento de doenças sem uma eficácia comprovada cientificamente. Por enquanto, a recomendação do CRF-GO continua sendo o isolamento social, uso de máscaras e aumento da higienização.
Fonte: Flaubertt Santana, farmacêutico especialista em toxicologia e conselheiro do Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO)
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DIÁRIO DA MANHÃ

Média indica que mortes pela Covid-19 pode crescer no Brasil

Segundo dados do Covid-19 Brasil , projeto que monitora a pandemia no país e reúne cientistas de diferentes universidades, a média móvel de mortes diárias, em decorrência da covid-19 , vem se mantendo estável no Brasil desde o início de junho.
Contudo, as estatística são altas, e m torno de mil óbitos registrados diariamente . Essa taxa representa a soma das mortes divulgadas pelas secretarias estaduais de Saúde na última semana, dividida por sete.
Considerando que os números diários podem variar, devido à atrasos no registro de mortes , esse tipo de quantificação oferece uma noção mais eficiente sobre como a epidemia cresce no Brasil .
Outros fatores podem influenciar na flutuação dos números de óbitos durante a semana, como a falta de testes e a capacidade de processamento dos laboratórios.
Por exemplo, os exames feitos nos finais de semana são divulgados apenas no início da semana seguinte, o que infla os indicadores destes dias.
Dessa forma, calcular a média produz uma visão mais fiel do avanço do coronavírus. Os dados adquiridos mostram que a situação atual é grave no Brasil e que ela ainda pode piorar.
Entre o final de março e fim de maio, a taxa móvel cresceu aceleradamente, contudo, com pouca variação desde então, com o menor índice no dia 2 de junho, com 923 óbitos. E o maior, em 24 de junho, com 1.057 óbitos .
A média móvel de mortes por semana mais recente, de 14 de julho, ficou em 1.049 óbitos.
"Ela estacionou em torno de mil. Isso significa que a pandemia ainda está muito agressiva, e, por isso, o total de óbitos está crescendo tanto", diz Domingos Alves , professor da Faculdade Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto e colaborador do Covid-19 Brasil.
A infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stucchi , também enxerga as estatísticas com preocupação.
"É muito complicado nos acostumarmos com mil mortes por covid-19 todo dia. A gente começa a achar que é normal, mas isso não é normal", diz Stucchi .
A pandemia de coronavírus está em tempo epidemiológico diferente no estados, municípios e às vezes até em áreas de uma mesma cidade. Esse é um dos motivos de porque a taxa média pode continuar alta no país como um todo.
Estados como o Amapá, Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba,  Pernambuco, Piauí, São Paulo e Bahia, a média é estável, contudo em um nível elevado.
Já os Estados com a taxa em queda são, o Amazonas, Acre, Pará e Rio deJaneiro.
E, no momento, a doença cresce em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, Tocantins e no Distrito Federal.
Outro ponto, é a evolução da doença nas cidades do interior. "A epidemia no Brasil não é uma grande fogueira. São várias fogueiras pequenas. As fogueiras altas que a gente via nas capitais agora deram lugar a fogueiras menores nas principais cidades do interior, que estão cercadas por uma porção de fogueirinhas", diz Alves .
O que é preocupante, já que segundo Stucchi , as cidades do interior, normalmente não possuem infraestrutura de saúde suficiente, como leitos, profissionais com mais experiência e bons equipamentos, em falta até nas grandes metrópoles.
"Se não tem isso disponível, aumentam as chances de um paciente morrer", afirma a infectologista.
Com o aumento dos casos, a estimativa é também de um aumento no número de mortes, já que os mesmo, diferente das mortes, continuaram crescendo até o início deste mês.
A taxa móvel continuou alta, entre 37 mi e 38 mil nestes 15 dias. E certamente, não deu tempo para esse crescimento dos casos se refletir no número de mortes, já que a doença pode demorar de oito a dez dias para se agravar, depois dos primeiros sintomas.
"De maneira nenhuma chegamos ao pico. Acredito que a média de mortes vai voltar a crescer nas próximas semanas e atingir patamares ainda maiores", alerta Alves.
E continua, "se a gente se mantêm em patamares tão elevados e nada é feito, pelo contrário, estamos reabrindo o comércio, a pandemia vai ser muito longeva."
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TV ANHANGUERA

Veja a taxa de ocupação de UTI para Covid-19 em Goiás
https://globoplay.globo.com/v/8705946/programa/
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AGÊNCIA ESTADO

Estudos não comprovam eficácia da ivermectina contra a covid-19

São Paulo – A ivermectina, usada para tratamento contra parasitas em seres humanos e animais, é tida como a nova medicação que irá curar – ou prevenir – a infecção contra o coronavírus. Mesmo sem nenhum estudo conclusivo comprovando a eficácia do remédio para tratar a covid-19, o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sincofarma) confirma que houve um aumento das prescrições, mas especialistas alertam para os riscos de uso indevido.

Cientistas australianos publicaram em junho um estudo científico informando que o remédio conseguiu parar a replicação do vírus em laboratório. Foi o bastante para que muitos corressem até a farmácia para obter a medicação que é indicada para tratar de verminose, sarna e bicho geográfico.

Professora associada do departamento de Microbiologia da UFMG, Giliane de Souza Trindade afirma que é necessário que as pessoas saibam a diferença de um teste feito em laboratório para outro aplicado em seres vivos. "As pessoas ignoram isso, ficam procurando uma fórmula mágica. É a mesma coisa da cloroquina (que também não tem eficácia comprovada)."

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia soltado uma nota no dia 10, informando que os estudos relacionando a ivermectina ao tratamento da covid-19 não eram conclusivos. O texto também afirma que o uso do medicamento para indicações não previstas na bula é de escolha e responsabilidade do médico prescritor e que não existem remédios aprovados para prevenção ou tratamento da doença no Brasil. "O uso desse remédio cria uma falsa sensação de segurança, com efeitos alérgicos e alteração no fígado", explica Jean Gorinchteyn, infectologista do Hospital Emílio Ribas e Albert Einstein.

A auxiliar administrativa Nilza da Silva Gomes, de 49 anos, moradora de Sorocaba, no interior de São Paulo, tomou a ivermectina como prevenção contra a covid-19. Seu marido, da mesma idade, e a filha de 15 anos também fizeram uso do medicamento. "Não sentimos nada diferente, nenhum efeito colateral", afirmou. "Isso não significa que a gente vai se descuidar das medidas preventivas, como o distanciamento social e o uso de máscara. É só uma prevenção a mais", justificou Nilza.

Ela contou que o medicamento, em falta nas farmácias, foi comprado pela sua patroa. "Ela encomendou para a família dela e nos deu as doses de presente. Como a gente já toma outro remédio para verme anualmente, achamos que não teria nada demais, mas o propósito era mesmo de prevenção contra a covid", disse.

Como a dosagem leva em conta o peso corporal, Nilza e a filha tomaram dois comprimidos cada. Já o marido fez uso de três. A dosagem foi repetida depois de 15 dias, no último dia 10. Nilza disse que sua patroa testou positivo para o vírus durante o tratamento com ivermectina. "Ela tinha tomado a primeira dose, quando fez o exame simples e deu positivo. Então ela tomou a segunda dose fez um novo exame mais completo. Aí deu negativo."
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Fiocruz é 'orientada' pelo Ministério da Saúde a recomendar a cloroquina

O Ministério da Saúde orientou a Fiocruz a divulgar amplamente e recomendar o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento precoce de pacientes da Covid-19, apesar de as evidências científicas indicarem a ineficácia de ambos no combate ao novo coronavírus.

A própria Fiocruz participa do estudo Solidarity, da Organização Mundial de Saúde (OMS), cujos testes com cloroquina e hidroxicloroquina foram suspensos em junho porque todos os resultados obtidos indicavam que as substâncias "não reduziam a mortalidade dos pacientes".

Um outro grande estudo sobre a eficácia dos dois remédios, o Recovery, foi conduzido, também em junho, pelo Reino Unido com a participação de mais de 11 mil pacientes. Seus coordenadores concluíram que "não há efeito benéfico" no uso da hidroxicloroquina.

Mesmo assim, em 30 de junho o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Luiz Otávio Franco Duarte, enviou ofício à presidência da Fiocruz e aos institutos Evandro Chagas (INI) e Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF), solicitando "a ampla divulgação desse tratamento, considerando que ele integra a estratégia do Ministério da Saúde para reduzir o número de casos que cheguem a necessitar de internação hospitalar para tratamento de síndromes de pior prognóstico, inclusive com suporte ventilatório pulmonar e cuidados intensivos".

O ofício menciona como "medidas essenciais": considerar a prescrição de cloroquina ou hidroxicloroquina, mediante livre consentimento esclarecido do paciente (…) para tratamento medicamentoso precoce, ou seja, nos primeiros dias dos sintomas, no âmbito do SUS".

Perguntado sobre as evidências que embasam tal recomendação, o Ministério da Saúde nada explicou. A Fiocruz confirmou em nota o recebimento do ofício e informou que "está ciente" das orientações do Ministério e informou que "entende ser de competência dos médicos sua possível prescrição".

No fim da nota, lembra que participa "por designação do Ministério da Saúde e é responsável no Brasil pelo estudo clínico Solidariedade, que avalia a eficácia de medicamentos para a Covid 19". O estudo, conduzido pela OMS, é o mesmo que concluiu pela ineficácia dos remédios.
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JORNAL OPÇÃO

Coronavírus é responsável por mais de 50% das mortes em Goiás. Veja outras causas

Por Lívia Barbosa

Dos 371 óbitos registrados em uma semana, mais de 200 podem ter relação com a Covid-19. Levantamento aponta que infarto é causa de alto número de mortes em Goiás

Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade mostram que a Covid-19 é a principal causa de mortes em Goiás. Levantamento realizado entre os dias 5 e 11 de julho mostra que, neste período, 371 goianos foram a óbito em todo o Estado. Deste total, 192 óbitos foram registrados como decorrentes de doenças por vírus.
Também foram registradas 6 mortes por síndrome respiratória aguda grave [SARS] e 9 por neoplasia maligna dos brônquios e dos pulmões. Outros 9 óbitos foram registrados como causa mal definidas.
Além das mortes relacionadas ao novo coronavírus e que possam ter relação com a Covid-19, os dados apontam que doenças como infarto também tem ocasionado muitas mortes. Foram 12 óbitos em uma semana.
Veja a lista completa:
Óbitos por ocorrência, segundo a causa básica, de 05/07/2020 a 11/07/2020*, Goiás.

Causa (CID10 3C) Nº de óbitos*
A09   Diarreia e gastroenterite orig infecc presum 1
A41   Outr septicemias 5
A46   Erisipela 1
B16   Hepatite aguda B 1
B20   Doenc p/HIV result doenc infecc e parasit 1
B34   Doenc p/virus de localiz NE 192
B43   Cromomicose e abscesso feomicotico 1
B57   Doenc de Chagas 4
B87   Miiase 1
C15   Neopl malig do esofago 1
C25   Neopl malig do pancreas 2
C26   Neopl malig outr mal def aparelho digestivo 2
C34   Neopl malig dos bronquios e dos pulmoes 9
C50   Neopl malig da mama 2
C55   Neopl malig do utero porcao NE 1
C61   Neopl malig da prostata 5
C64   Neopl malig do rim exceto pelve renal 1
C71   Neopl malig do encefalo 2
C78   Neopl malig secund org respirat e digestivos 1
C79   Neopl malig secund de outr localiz 1
C95   Leucemia de tipo celular NE 2
D40   Neopl comp incerto/desconh org genitais masc 1
D48   Neopl comp inc/desconh outr localiz e NE 1
D59   Anemia hemolitica adquir 1
E10   Diabetes mellitus insulino-dependente 1
E11   Diabetes mellitus nao-insulino-dependemte 3
E14   Diabetes mellitus NE 8
E46   Desnutric proteico-calorica NE 1
E50   Defic de vitamina A 1
E64   Sequelas desnutric e outr defic nutricionais 1
F02   Demencia em outr doenc COP 1
F10   Transt mentais comport dev uso alcool 2
G30   Doenc de Alzheimer 3
G80   Paralisia cerebral 1
I10   Hipertensao essencial 4
I11   Doenc cardiaca hipertensiva 2
I21   Infarto agudo do miocardio 12
I24   Outr doenc isquemicas agudas do coracao 1
I25   Doenc isquemica cronica do coracao 3
I27   Outr form de doenc cardiaca pulmonar 1
I33   Endocardite aguda e subaguda 1
I42   Cardiomiopatias 1
I46   Parada cardiaca 2
I49   Outr arritmias cardiacas 1
I50   Insuf cardiaca 2
I51   Complic cardiopatias doenc cardiacas mal def 2
I64   Acid vasc cerebr NE como hemorrag isquemico 7
I67   Outr doenc cerebrovasculares 2
I69   Sequelas de doenc cerebrovasculares 1
J11   Influenza dev virus nao identificado 1
J15   Pneumonia bacter NCOP 4
J18   Pneumonia p/microorg NE 6
J43   Enfisema 2
J44   Outr doenc pulmonares obstrutivas cronicas 6
J45   Asma 1
J69   Pneumonite dev solidos e liquidos 1
J96   Insuf respirat NCOP 4
J98   Outr transt respirat 1
K40   Hernia inguinal 1
K52   Outr gastroenterites e colites nao-infecc 1
K56   Ileo paralitico e obstr intestinal s/hernia 1
K59   Outr transt funcionais do intestino 1
K70   Doenc alcoolica do figado 1
K74   Fibrose e cirrose hepaticas 1
K81   Colecistite 1
K83   Outr doenc das vias biliares 1
K92   Outr doenc do aparelho digestivo 2
L02   Abscesso cutaneo furunculo e antraz 1
L50   Urticaria 1
M32   Lupus eritematoso disseminado 1
M34   Esclerose sistemica 1
N17   Insuf renal aguda 1
N18   Insuf renal cronica 2
N30   Cistite 1
N39   Outr transt do trato urinario 1
O16   Hipertensao materna NE 1
P36   Septicemia bacter do recem-nascido 1
R96   Outr mortes subitas de causa desconhecida 2
R99   Outr causas mal definidas e NE mortalidade 9
V28   Motociclista traum acid transp s/colis 1
X99   Agressao objeto cortante ou penetrante 2
U04   Síndrome respiratória aguda grave [SARS] 6
NÆo codificada ou em branco 1
Total 371

Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade

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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação