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DESTAQUE
Com movimento de Pacheco, piso da enfermagem chega a nova etapa
Paciente é presa após ameaçar médica e enfermeira de morte em unidade de saúde de Anápolis, diz polícia
Goiás registra 2.199 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas
Pioneirismo no tratamento à dislexia; distúrbio que dificulta a leitura
Médicos e usuários reclamam da Unimed-Goiás. Sergio Baiocchi seria omisso e ditador
Geneterapias podem curar doenças, mas chegam a custar R$ 10 mi por dose
Relutância masculina em procurar médico adia tratamentos e amplia riscos à saúde
Governo de Goiás alerta sobre importância da vacina contra Covid-19 com proximidade das festas de final de ano
LGPD: Unimed Federação Centro Brasileira orienta sobre sanções e riscos de segurança da informação
CORREIO BRAZILIENSE
Com movimento de Pacheco, piso da enfermagem chega a nova etapa
O imbróglio que envolve a regulamentação do piso da enfermagem no Brasil pode ter mais um capítulo nesta semana. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que vai pautar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 390/14 para a próxima terça-feira. A matéria trata sobre o custeio dos salários dos profissionais nos estados e municípios.
“Na próxima sessão do Senado Federal, nós apreciaremos a proposta que viabilizará o piso nacional da enfermagem numa solução que haveremos de construir com o Supremo Tribunal Federal para que esse piso nacional se torne uma realidade no Brasil”, disse Pacheco, durante sessão da última sexta-feira no Congresso.
Na semana passada, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, em dois turnos, a PEC que busca viabilizar o custeio do piso salarial da enfermagem. Uma sugestão de mudança ao texto foi rejeitada e, agora, está sob apreciação do Senado. A proposição direciona recursos do superávit financeiro de fundos públicos e do Fundo Social para financiar o piso salarial nacional pelo Sistema Único de Saúde (SUS), entidades filantrópicas e outros prestadores de serviço que comprovem pelo menos 60% do atendimento de oriundos do programa.
“Poderão ser utilizados como fonte para pagamento da assistência financeira complementar de que trata o § 15 do art. 198 da Constituição Federal os recursos vinculados ao Fundo Social de que trata o art. 49 da Lei nº 12.351, de 22 de dezembro de 2010, ou de lei que vier a substituí-la, sem prejuízo à parcela que estiver destinada à área de educação”, estabelece a PEC.
A proposição ainda fixa um prazo de transição para que essas despesas sejam consideradas gastos com pessoal. No primeiro ano, esses valores não seriam incluídos nessas despesas. Com isso, a Lei nº 14.314/2022 voltaria a vigorar.
O piso da enfermagem foi suspenso no país devido a uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso. Ele determinou que a União, entes públicos e privados se manifestassem sobre o assunto. As partes deveriam informar o impacto financeiro do piso salarial, os riscos para a empregabilidade na área, além da possibilidade de eventual redução na qualidade dos serviços prestados na rede de saúde.
Na decisão, o magistrado concordou com o argumento das entidades privadas de que o Legislativo e Executivo aprovaram e sancionaram o projeto sem cuidarem das providências que viabilizariam a sua execução, como, por exemplo, o aumento da tabela de reembolso do SUS à rede conveniada.
A lei que regulamenta os salários foi sancionada em 4 de agosto deste ano pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e estabelece o piso de enfermeiros em R$ 4.750; 75% desse valor para técnicos de enfermagem e 50% para auxiliares de enfermagem e parteiras.
Barroso argumentou que a criação do piso sem uma fonte de recursos segura acarretaria em demissões no setor e colocaria em risco a prestação de serviços de saúde, uma vez que os hospitais filantrópicos e Santas Casas chegaram a divulgar que precisariam demitir cerca de 83 mil funcionários para manter o funcionamento.
Custos
Segundo o relatório apresentado pela deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), relatora do projeto, o piso está calculado com custo total em torno de R$ 18 bilhões. O mesmo documento mostra que o balanço patrimonial da Secretaria do Tesouro Nacional referente a 2021 calculou o superávit financeiro dos fundos da União naquele ano em R$ 20,9 bilhões, dos quais R$ 3,9 bilhões se referem à parcela do Fundo Social destinada à saúde pública e à educação.
“Em 2022, a Secretaria do Tesouro Nacional divulgou o seu balanço patrimonial de 2021, em que foi estimado que o superávit financeiro dos fundos da União para aquele exercício financeiro foi de R$ 20,9 bilhões, sendo que R$ 3,9 bilhões se referem a parcela do Fundo Social (FS) destinada a saúde pública e a educação”, afirmou a relatora.
“Ressaltamos ainda que a União conta com R$ 40 bilhões de recursos primários de livre aplicação. O montante de despesas necessárias ao pagamento do auxílio financeiro previsto pela PEC 27/22, está estimado em R$ 18 bilhões”, comparou
As entidades de classe acreditam que a aprovação seria uma reparação histórica para uma categoria que esteve na linha de frente da pandemia. “A enfermagem, esse grande contingente de trabalhadores e trabalhadoras, a maioria mulheres, aguarda há meses a implementação da lei já votada e sancionada por esta Casa”, defendeu Alice Portugal.
Na última semana, a deputada federal Carmem Zanotto (Cidadania-SC) manifestou à presidente do STF, Rosa Weber, a intenção de apresentar ao ministro Barroso um pedido de suspensão da ação, pois proposta que tramita no Congresso seria a solução para a questão do financiamento do piso. “Falamos sobre todos os encaminhamentos das fontes de financiamento para o piso nacional e mostramos que a Câmara fez a sua tarefa. Agora a PEC 27/22 deverá ser votada no Senado e depois será promulgada”, disse a parlamentar.
“Estamos a poucos dias de resolver o sonho de uma categoria. Temos o compromisso do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, de que a PEC será votada ainda na terça. Uma vez promulgada, iremos até o Supremo para pedir a extinção da decisão que suspendeu o piso nacionalmente”, disse o deputado federal eleito Bruno Farias (Avante- MG), presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) de Minas Gerais.
A proposta para garantir o custeio de parte dos recursos para o piso foi apresentada em 8 de novembro. Ela foi anexada a um outro projeto que tratava da ampliação do limite de despesas com pessoal ativo nas áreas da saúde e da educação, apresentada ainda em 2014, mas que não tramitou no Congresso.
A aprovação na Câmara também foi comemorada por outros parlamentares. “Após anos de luta, os profissionais da enfermagem foram reconhecidos. Ontem à noite foi aprovada em dois turnos na Câmara a PEC que garante o pagamento do Piso Nacional da Enfermagem”, declarou o deputado Paulo Pimenta (PT-SC) via redes sociais.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) disse que vai atuar para que o projeto seja aprovado no Senado. “Estamos cada vez mais próximos de aprovar definitivamente o Piso Salarial da Enfermagem! A Câmara votou o projeto e agora ele segue para o Senado, onde lutaremos para promover a articulação necessária e finalmente garantir o reconhecimento do piso da categoria”, afirmou.
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PORTAL G1
Paciente é presa após ameaçar médica e enfermeira de morte em unidade de saúde de Anápolis, diz polícia
Segundo a polícia, as ameaças começaram quando a mulher foi atendida na unidade de saúde. Na delegacia, a suspeita alegou que não se lembrava do ocorrido.
Por Gabriela Macêdo, g1 Goiás
Uma mulher de 54 anos foi presa na manhã deste domingo (18) após ameaçar uma médica e uma enfermeira de morte, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. De acordo com a Polícia Civil, o caso aconteceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Alair Mafra de Andrade, no Bairro Vila Esperança.
Como a identidade da mulher não foi divulgada, o g1 não conseguiu localizar a defesa dela para solicitar um posicionamento sobre o caso. Em nota, a Secretaria de Saúde do município informou que a mulher proferiu “palavras ofensivas e agressivas” contra a equipe assistencial da unidade e que ainda tentou agredir fisicamentes os membros da equipe (veja nota completa ao final da reportagem).
“Não houve possibilidade de resolução do conflito sem a devida ação policial junto à unidade, dado o estado de alteração em que a paciente se encontrava”, escreveu a secretaria.
Segundo a delegada Carla Portes, as ameaças começaram quando a mulher foi atendida na unidade de saúde.
“Ela começou a ficar muito alterada e a xingar a médica e a enfermeira. Disse que sabia o endereço [delas], que tinha o CPF e que ia matá-las”, detalhou a delegada.
Ainda segundo a delegada, a suspeita é que a mulher estivesse embriagada. Na delegacia, a suspeita alegou à polícia que não se lembrava do ocorrido.
A polícia ainda informou que no caminho para a Central de Flagrantes, a mulher danificou a viatura em que foi colocada. Ela está presa, deve responder pelos crimes de desacato, ameaça e dano ao patrimônio público e se encontra à disposição da Justiça de Goiás.
Nota da Secretaria de Saúde de Anápolis
“Na madrugada deste domingo, dia 18/12/2022, uma paciente deu entrada na UPA Alair Mafra de Andrade em estado de embriaguês importante, com agressividade e proferindo palavras ofensivas e agressivas contra a equipe assistencial da unidade, com tentativa de agressão física a membros da equipe da unidade.
Diante da situação, foi acionada ajuda policial com o encaminhamento da referida paciente e membros da equipe à delegacia de polícia para as providências necessárias ao caso. Não houve possibilidade de resolução do conflito sem a devida ação policial junto à unidade, dado o estado de alteração em que a paciente se encontrava.”
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A REDAÇÃO
Goiás registra 2.199 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas
Goiás registrou 2.199 novos casos de covid-19 em 24 horas segundo boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) publicado neste domingo (18/12).
O Estado soma 1.791.312 infecções pelo novo coronavírus e 27.674 óbitos confirmados pela doença. Outras 68 mortes estão em investigação para saber se há alguma ligação com a doença. A taxa de letalidade do vírus é de 1,55%.
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JORNAL OPÇÃO
Pioneirismo no tratamento à dislexia; distúrbio que dificulta a leitura
Profissionais desvendam o distúrbio genético da dislexia, que até pouco tempo era atribuído a preguiça ou pouca inteligência
O engenheiro civil Gilberto Rossi, de 41 anos, é um profissional bem sucedido. Especializado na área de pontes e viadutos, trabalhou nas reformas e construção das obras para a Copa do Mundo de 2014, em Cuiabá. Entretanto, ele afirma que, sempre se sentiu “burro” e que todas as suas conquistas foram obtidas com maior esforço do que fora necessário a seus colegas. Rossi só descobriu a razão para sua insegurança em 2020, quando seu sobrinho de 9 anos foi diagnosticado com um distúrbio que lhe causa as mesmas dificuldades escolares que Gilberto tinha na infância: a dislexia.
“Meu sobrinho é igualzinho a mim”, afirma Gilberto Rossi. “Ler exige dele um trabalho enorme. Basta abrir um livro em frente ao garoto para a sua atenção ir embora. A mãe recebia reclamações dos professores porque ele não copia as lições da lousa no caderno, que é desorganizado. Eu também era, e sou, assim – até hoje tenho dificuldade de ler em voz alta e faço confusão com a gramática”.
A dislexia é um distúrbio genético que dificulta o aprendizado e a realização da leitura e da escrita. A lentidão na aprendizagem, dificuldade de concentração, palavras escritas de forma estranha, dificuldade de soletrar e troca de letras com sons ou grafias parecidas são alguns sinais de dislexia. Se não forem abordados, os problemas reduzem o potencial acadêmico e o fracasso escolar, por sua vez, pode fazer com que o indivíduo sinta-se inseguro, ansioso e até deprimido.
Segundo a Associação Brasileira de Dislexia, o distúrbio está presente entre 5% e 17% da população mundial, podendo afetar a área visual e auditiva. Apesar de ser o distúrbio de maior incidência nas salas de aula, um estudo apresentado na Associação Britânica de Dislexia afirma que cerca de 70% dos profissionais das áreas de saúde e educação têm pouco conhecimento sobre ele.
Reconhecendo a dislexia
Felizmente, o diagnóstico precoce e a intervenção feita por uma equipe multidisciplinar tem a capacidade de melhorar significativamente o desempenho das pessoas que têm o distúrbio. Maria Ângela Nogueira Nico é fonoaudióloga pela Universidade de São Paulo (Usp), especializada em psicopedagogia clínica, e presidente da Associação Brasileira de Dislexia (ABD). A profissional trata da dislexia há 34 anos e afirma que, com o passar dos anos, a conscientização sobre o distúrbio aumentou muito, mas ainda há obstáculos a serem superados.
“Os profissionais mais importantes para o tratamento precoce do distúrbio são os professores”, comenta Ângela Nico. “Geralmente são eles que primeiro percebem que a criança troca letras, têm atraso na linguagem, e podem falar com os pais sobre a dislexia. Na pandemia, isso mudou um pouco porque os pais passaram a acompanhar a educação dos filhos mais de perto e muitos perceberam suas dificuldades. Por isso, hoje muitos adultos nos procuram. Os adultos também se beneficiam da intervenção e devem procurar ajuda profissional.”
O diagnóstico não é simples. A dislexia é um distúrbio específico que afeta áreas e funções do cérebro relacionadas com a linguagem, mas existem outras condições com causas diversas que também geram dificuldades de aprendizagem e que não devem ser confundidas com a dislexia. Por isso, é importante que o diagnóstico seja feito por uma equipe multidisciplinar que irá avaliar diversos aspectos da cognição do paciente, diz Ângela Nico. “A maioria das pessoas que nos procuram não têm dislexia; é comum que a criança não aprenda a ler no período esperado porque na verdade tem um quociente de inteligência (QI) abaixo da média, por exemplo, e precisam de um tratamento diferente daquele dado aos disléxicos”.
A avaliação multi e interdisciplinar envolve ao menos um fonoaudiólogo, psicopedagogo e neuropsicólogo, que irão aplicar exames neurológicos, de audição, processamento auditivo e visão. As análises das áreas distintas podem revelar qual a natureza da dificuldade do paciente. “Antigamente, o médico fazia um ditado e, caso a criança trocasse as letras, já diagnosticava com dislexia. Isso causava um grande problema porque fazia com que pacientes com deficiências intelectuais passassem anos sem tratamento.”
As causas de dislexia estão relacionadas com fatores genéticos que causam o desenvolvimento tardio do sistema nervoso central, problemas nas estruturas do cérebro e comunicação pouco eficaz entre alguns neurônios. No entanto, isso não afeta a inteligência da criança ou sua personalidade (é comum o estigma equivocado da criança que não gosta de ler por ser “preguiçosa”). Por ser genético e hereditário, na anamnese com crianças, muitos reconhecem em si mesmos os sintomas.
Conscientização
Hoje, a dislexia é melhor compreendida. Ângela Nico comenta que a ABD é a única associação brasileira reconhecida pela International Dyslexia Association, o que faz com que a associação tenha um intercâmbio de pesquisadores e informações com outras associações sobre o tema ao redor do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, disléxicos já têm direito a mais tempo para concluir provas escolares, exames na faculdade e entrevistas de emprego.
O Brasil aprovou sua primeira lei federal sobre o tema apenas em novembro de 2021 (Lei Nº 14.254). Ângela Nico afirma que não se trata de caracterizar os disléxicos como limitados, mas sim de garantir que tenham condições de realizar seu potencial. “Às vezes, ouvimos os pais dizerem ‘meu filho é dislexico, ele não pode ser reprovado na escola – pode sim! Os disléxicos são inteligentes, eles apenas têm de ser educados de maneira diferente.”
Enquanto no âmbito educacional a dislexia tem sido melhor compreendida, as dificuldades continuam no mundo profissional brasileiro. Ângela Nico afirma: “atualmente, uma das maiores preocupações é esclarecer os adultos que continuam sofrendo com a dislexia. A dificuldade se manifesta para conseguir empregos, por exemplo, quando uma redação escrita é exigida dentro de um prazo. É preciso conscientizar os recrutadores de que, caso o cargo não tenha relação com a capacidade de escrita rápida, os candidatos disléxicos não têm menor competência do que os demais.” Empresas multinacionais buscam parcerias com a ABD para tratar funcionários brasileiros no exterior, mas no Brasil, o assunto permanece pouco conhecido.
Tratamento
Embora a dislexia não tenha cura, é possível levar uma vida normal se o paciente receber uma intervenção especializada desde cedo. O tratamento com fonoaudiólogo e psicólogo permite criar estratégias para superar a confusão entre grafemas e fonemas semelhantes, afirma Ângela Nico. “A principal dificuldade é a leitura, mas a aquisição dessa habilidade está relacionada com a capacidade de memória, ritmo, percepção temporal e espacial – fatores que são trabalhados de forma especializada no tratamento.”
Outra importante distinção entre a dislexia (um transtorno de aprendizagem) e a dificuldade de aprendizagem por outras causas é que o esforço por via da alfabetização tradicional pode melhorar a capacidade de leitura de crianças que não possuem o distúrbio, mas gera pouco aprendizado nas crianças disléxicas. O tratamento tem duração variável, mas é lento e, para que não haja desistência, requer o esclarecimento e comprometimento da escola e da família do disléxico.
Os adultos também podem se beneficiar da intervenção profissional. É o caso de Gilberto Rossi, que há menos de um ano tem sido acompanhado por fonoaudiólogo. “No tratamento, você realiza vários exercícios que estimulam a leitura, escrita e visão”, explica. “A fonoaudióloga também irá te ensinar algumas estratégias para superar as dificuldades com as palavras e as dificuldades que surgem no cotidiano por conta da dislexia. O processo exige muita repetição e às vezes o esforço para manter a concentração é exaustivo, mas vale a pena! Em pouco tempo já consigo sentir melhora, e, mesmo quando encontro alguma barreira, sei que posso superá-la com as técnicas que aprendi na terapia.”
Um mundo sem consciência da dislexia
Em 1983, o colaborador do Jornal Opção Jorge Wilson Simeira Jacob fundou a ABD, motivado pelo desejo de ajudar jovens como seu próprio filho. O empresário e escritor entrou em contato pela primeira vez com o distúrbio quando a professora de seu filho afirmou que a criança tinha dificuldades de compreender textos. Por dois anos, Jorge Jacob procurou auxílio profissional, encontrando diversos charlatões pelo caminho.
“Naquela época, praticamente ninguém sabia o que era a dislexia”, afirma. “Descobri o que era a dislexia porque outro de meus filhos estudava na Inglaterra, e comentou comigo que existia uma associação que tratava da dislexia, ainda com poucos estudos, em uma fase inicial da compreensão do distúrbio. Fui até lá conversar com representantes da associação, que ficaram surpresos com o interesse de um brasileiro por um tema tão novo.”
Jorge Jacob se tornou membro da associação para receber materiais divulgados aos associados, como estudos científicos e novas publicações. Criou então a ABD com auxílio de amigos interessados no assunto e buscou parcerias com instituições de outros países. “Eu percebi que os disléxicos estavam nas mãos de charlatões. Em viagens pelo mundo em busca de soluções, encontrei vigaristas que vendiam remédios e ‘óculos para deixar de confundir as letras’. Como poucas pessoas entendiam do assunto, era fácil enganar as pessoas. Hoje, felizmente, existe mais esclarecimento, embora ainda haja muito a ser feito.”
Em 40 anos, a ABD realizou inúmeros testes diagnósticos e intervenções. Os dados gerados nestes atendimentos formam um acervo estatístico que é um patrimônio científico sobre o distúrbio e é consultado por profissionais de diversos países. Em intercâmbio com associações estrangeiras, a ABD ajuda a identificar e educar disléxicos em todo o mundo.
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Médicos e usuários reclamam da Unimed-Goiás. Sergio Baiocchi seria omisso e ditador
O diretor-presidente estaria gastando muito dinheiro para manter a estrutura, cada vez mais dispendiosa, mas deixando médicos e usuários insatisfeitos
A Unimed representa uma vitória dos médicos goianos, da competência deles. Souberam agregar, por intermédio de uma cooperativa, alguns dos melhores profissionais do Estado. Por isso se mantém a tantos anos, sem quebrar.
Neste sentido, o de agregar médicos de alta qualidade, a Unimed é vitoriosa. Trata-se de um acerto.
Mas há, entre médicos gabaritados, o consenso de que a Unimed cresceu demais, e nem sempre de maneira sustentada. A estrutura gigante, dizem eles, não significou, por outro lado, que os profissionais passaram a ser remunerados de maneira digna. Grande parte dos recursos obtidos está sendo usada para bancar a estrutura cada vez mais dispendiosa, e não necessariamente para melhorar os serviços aos usuários e atender os médicos com mais dignidade. A Unimed estaria contribuindo, ainda mais, para a proletarização da categoria médica.
Médicos admitem que o diretor-presidente da Unimed, Sergio Baiocchi Carneiro, é bem-intencionado, mas seria extremamente “turrão” e teria pouco apreço pela opinião dos profissionais de saúde. Depois de sua eleição, estaria se distanciando da categoria, encastelando-se numa espécie de torre de marfim. “Sergio Baiocchi se tornou arrogante e briga com as pessoas por qualquer motivo. Ele se tornou o ‘dono’ da verdade”, revela um médico experimentado, que, por sinal, o apoiou na última eleição. “A próxima eleição será apenas em 2024, portanto está bem longe, mas a oposição deveria se reunir para pressionar os atuais gestores”, sublinha. “Sergio Baiocchi, talvez por ser bolsonarista, se tornou uma espécie de ditador.”
Vários médicos postulam que novos planos de saúde, de espectro nacional, podem contribuir para um possível esgotamento do modelo da Unimed-Goiás, com sua estrutura física dispendiosa. “Se não se reinventar, se não adotar novos critérios, a Unimed vai perder médicos qualificados de várias áreas”, frisa um neurologista. “Com os valores atuais que pagam por uma consulta, muitos profissionais deixarão de atender usuários-pacientes da Unimed”, afirma.
Se há insatisfação por parte dos médicos, que preferem falar sem que seus nomes sejam mencionados — receiam ser “perseguidos” pelo grupo de Sergio Baiocchi —, não faltam reclamações por parte dos usuários.
A principal reclamação é que está cada vez mais difícil marcar consultar com vários médicos credenciados pela Unimed. Há consultas que precisam ser marcadas com três ou até seis meses de antecedência, e, ainda assim, algumas delas podem “cair”.
Recentemente, dois usuários da Unimed, mesmo com indicação de uma médica pneumologista, demoraram quase uma semana para obter autorização para fazer o exame para verificar se estavam contaminados pelo coronavírus. Numa unidade da Unimed, na Avenida T-9, um dos usuários ouviu de um funcionário: “A Unimed retarda os exames para reduzir seus próprios custos e, certamente, para ver se o paciente desiste e procura uma unidade pública de saúde”. O mesmo funcionário acrescentou que, para os demais exames, não há tanta demora para autorizar. “É quase automática”, assinala.
As unidades públicas, em termos de exames que tenham a ver com Covid, realmente estão atendendo com mais rapidez.
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FOLHA DE S.PAULO
Geneterapias podem curar doenças, mas chegam a custar R$ 10 mi por dose
Rob Schroeder passou a maior parte da vida tendo que levar injeções regulares de fator de coagulação sanguínea para combater as hemorragias descontroladas provocadas pela doença genética hemofilia B.
Mas sua vida foi transformada quatro anos atrás, quando ele se voluntariou para ser um dos primeiros pacientes a fazer um ensaio de um tratamento genético experimental chamado Hemgenix.
“Desde o tratamento, não tive mais sangramento algum. Nada. Com este tratamento eu realizei meu maior sonho”, disse Schroeder, representante farmacêutico de Monclova, Ohio, ao Financial Times.
Zolgensma, a geneterapia contra a atrofia muscular espinhal, que foi o medicamento mais caro do mundo quando chegou ao mercado, em 2019 – Divulgação
No mês passado, a FDA (agência americana que regula alimentos e medicamentos) aprovou o Hemgenix, desenvolvido pela CSL Behring e UniQure e administrado numa dose única por infusão intravenosa.
Trata-se do quinto tratamento genético contra doenças raras a receber o sinal verde dos reguladores americanos desde 2017, destacando o potencial dessa nova classe de medicamentos de tratar e em alguns casos, curar doenças raras, cânceres e outras condições.
As geneterapias, que operam adicionando um novo gene ao corpo ou reparando um gene que passou por mutação, podem melhorar problemas de saúde drasticamente, resolvendo sua causa original, normalmente por meio de um tratamento único. Mas são medicamentos complexos que podem ter efeitos colaterais perigosos e que são vendidos a preços extremamente altos.
O Hemgenix da CSL custa US$ 3,5 milhões (R$ 18,5 milhões) por dose, sendo o fármaco mais caro do mundo.
Desenvolvidos pela biotech Bluebird Bio, de Cambridge, Massachusetts, o Skysona e o Zynteglo, geneterapias contra uma doença cerebral infantil rara e uma doença sanguínea congênita, são o segundo e terceiro fármacos mais caros no mercado, vendidos a respectivamente US$ 3 milhões (R$ 15,8 milhões) e US$ 2,8 milhões (R$ 14,8 milhões) a dose.
Especialistas em saúde avisam que o custo alto das geneterapias pode limitar a disposição das seguradoras públicas e privadas de cobri-las, tornando-as inacessíveis a muitos pacientes.
Com mais de mil geneterapias e terapias celulares em fase de ensaios clínicos, há a preocupação de que os sistemas de saúde possam vergar sob o peso dos custos de curto prazo de atender à demanda por tratamentos.
No ano passado a Bluebird Bio tirou do mercado europeu o Zynteglo, geneterapia de dose única para a doença do sangue talassemia, depois de não ter conseguido persuadir os governos europeus a cobrir seu preço de US$ 1,8 milhão (R$ 9,5 milhões). A empresa disse a analistas que os pagadores europeus não desenvolveram sua abordagem à geneterapia de uma maneira que valorizasse a inovação. Ela descreveu elementos do sistema europeu como sendo “francamente quebrados” e “inviáveis” para investimento.
Com sua saída da Europa, a Bluebird foi obrigada a reduzir seus custos, cortando 30% de seu quadro de profissionais, e agora está investindo nas vendas nos Estados Unidos, onde os reguladores aprovaram o Zynteglo em agosto.
Miguel Forte é presidente da Sociedade Internacional de Terapia Celular e Genética, um grupo de médicos clínicos, pesquisadores e parceiros industriais que apoiam o desenvolvimento desses medicamentos. Ele disse que a retirada de um tratamento aprovado é decepcionante e que, se isso se repetir, será causa de “preocupações graves”.
“Acho que uma discussão sobre a acessibilidade dos tratamentos é essencial. Precisamos assegurar que esses medicamentos inovadores estejam disponíveis aos pacientes e também temos que continuar a aprender sobre eles e a desenvolver novos produtos.”
Em contraste, o Zolgensma, a geneterapia da Novartis contra a atrofia muscular espinhal, que foi o medicamento mais caro do mundo quando chegou ao mercado, em 2019, vendeu bem nos primeiros anos. As vendas subiram 36% em 2021, quando a empresa farmacêutica suíça expandiu seu acesso à Europa e aos mercados emergentes. Mas caíram 15% no último trimestre, algo que a empresa atribuiu a um desaquecimento, mas entrou em novos mercados mesmo assim.
A Novartis disse não acreditar que a queda nas vendas tenha tido ligação com as informações sobre a morte de duas crianças que haviam tomado o fármaco.
Os produtos de geneterapia podem ser caros, mas, segundo Forte, trazem grandes benefícios aos pacientes e sistemas de saúde. A natureza única dessas terapias curadoras melhora a qualidade de vida de pessoas que sofrem de doenças raras e pode poupar dinheiro no longo prazo, por reduzir ou eliminar a necessidade de tratamento médico, ele acrescentou.
“Se não conseguirmos quadrar o círculo relativo aos custos e reembolsos, deixaremos de oferecer as oportunidades certas aos pacientes.”
A indústria biofarmacêutica diz que os preços altos são necessários para cobrir os custos de desenvolvimento das geneterapias, que chegam a US$ 5 bilhões (R$ 26,5 bilhões), mais ou menos cinco vezes os custos dos medicamentos tradicionais. E os mercados para esses fármacos geralmente são pequenos. Além disso, os processos complexos de manufatura e regulatórios levam a longos períodos de espera até os tratamentos serem disponibilizados aos pacientes.
No ano passado, investidores e empresas investiram o valor recorde de US$ 22,7 bilhões (R$ 120,1 bilhões) em terapias celulares, genéticas e de engenharia de tecidos, contra US$ 19,9 bilhões (R$ 105,3 billhões) um ano antes, segundo a Alliance for Regenerative Medicine, um grupo de lobby que representa pequenas e grandes empresas do setor.
As vendas de tratamentos genéticos e celulares são relativamente modestas por enquanto, tendo chegado a US$ 4 bilhões (R$ 21,2 bilhões) em 2021, mas estão previstas para alcançar US$ 45 bilhões (R$ 238,2 bilhões) até 2026 com a aprovação de dezenas de outros tratamentos, segundo a firma de inteligência de mercado Evaluate Pharma. Mas alcançar esse crescimento das vendas depende da disposição de governos, seguradores e outros pagadores do setor da saúde de países ricos de cobrir o custo dos tratamentos.
Merith Basey, diretora executiva do grupo de defesa de pacientes Patients For Affordable Drugs Now, disse: “Nosso sistema de saúde não está em condições financeiras de pagar o preço que as empresas farmacêuticas pedem por esses novos fármacos, não importa quão revolucionários sejam”.
“O Hemgenix é uma inovação que pode salvar a vida de pacientes que têm condições de comprá-lo, mas essa inovação não tem valor algum para quem não pode pagar por ela.”
Bob Lojewski, o vice-presidente sênior da CSL e gerente geral para a América do Norte, disse que o preço de US$ 3,5 milhões do Hemgenix se justifica porque trata-se de possivelmente “o tratamento mais eficaz do mundo” e vai gerar grandes economias no longo prazo. Ele disse ainda que haverá alguns descontos para convênios médicos e pagadores.
“É lamentável que o preço vire manchete, no lugar da segurança, eficácia e promessa da terapia”, ele disse.
Segundo ele, o tratamento de pacientes com hemofilia B ao longo de toda a vida implica em custos superiores a US$ 20 milhões (R$ 105,8 bilhões).
Uma revisão do Instituto de Revisão Clínica e Econômica, órgão regulador independente de medicamentos, concluiu que um preço de US$ 2,96 milhões (R$ 15,6 milhões) milhões do Hemgenix se justifica devido à sua eficácia. Disse que os pacientes tratados com sucesso parecem estar curados, pelo menos por um período do tempo. Mas o instituto avisou que ainda há incerteza considerável quanto a se o sucesso do tratamento se mostrará duradouro no longo prazo.
O AHIP, grupo que representa mais de 1.300 empresas que fornecem seguro médico a 200 milhões de americanos, disse que seus membros não são avessos a pagar por medicamentos de geneterapia, desde que sejam comprovadamente eficazes e com boa relação custo-benefício.
Segundo a entidade, os convênios médicos provavelmente anunciarão restrições para garantir que as terapias sejam acessíveis apenas aos pacientes aos quais são mais adequadas. Além disso, disse que os copagamentos de pacientes serão comuns.
“No caso do Hemgenix, há muito a seu favor. É uma cura. É uma dose e acabou. E ajuda um setor da população, pessoas com hemofilia B, que não têm muitas opções de tratamento”, disse Sergio Santiviago, do AHIP.
Ele disse que as seguradores estão estudando opções de pagamento baseado no risco, para superar as dificuldades de cobrir tratamentos caros que na maioria dos casos não comprovaram sua validade por prazos mais longos. Por exemplo, os membros do AHIP acordaram um esquema de cobertura do Zynteglo pelo qual a Bluebird Bio terá que reembolsar 80% dos custos se os pacientes voltarem a precisar de transfusões sanguíneas menos de dois anos após o tratamento.
Mas, segundo Santiviago, o quadro se complica quando grande número de pacientes pode ter direito a tratamentos que custam milhões de dólares, especialmente se não houver evidências convincentes de sua eficácia.
Um teste importante está no horizonte com a aprovação nos EUA prevista para 2023 de uma geneterapia contra a anemia falciforme desenvolvida pela Vertex Pharmaceuticals e a Crispr Therapeutics. Cerca de 100 mil americanos têm anemia falciforme, contra apenas 30 mil que sofrem de hemofilia B.
Um estudo que avaliou o impacto das geneterapias sobre os orçamentos estaduais nos EUA, publicado no ano passado na revista especializada Jama Pediatrics, concluiu que uma geneterapia eficaz para a anemia falciforme encerraria problemas de custo para vários planos de seguro do Medicaid.
“Os tratamentos de preço muito alto recebem muita atenção, mas, do ponto de vista dos pagantes, o que geralmente tem peso maior é o número de pacientes”, disse Patrick DeMartino, médico especializado no tratamento de crianças com doenças do sangue e co-autor do estudo da Jama Pediatrics.
“Do ponto de vista do acesso dos pacientes e da defesa deles, se houvesse demora no acesso a um tratamento por um problema de restrições do pagador, seria um pesadelo de relações públicas. Prejudicaria as pessoas, mas também seria muito prejudicial à imagem do pagador.”
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O GLOBO
Relutância masculina em procurar médico adia tratamentos e amplia riscos à saúde
Há um divertido episódio do seriado Os Simpsons em que o protagonista Homer faz o possível e o impossível para fugir de uma cirurgia de doação de orgãos. É evidente que ele quer ajudar a salvar a vida de seu pai que receberia um de seus rins mas o pânico da operação o faz desistir da ideia sucessivas vezes. Para além do exagero do desenho, é claro, o comportamento masculino em termos de cuidado com a própria saúde não é, exatamente, muito diferente do exibido por Homer. Médicos alertam que, em geral, homens só procuram o serviço de saúde quando o quadro é avançado em casos já com queixas e sintomas.
Messi: Fim de ano:
Levantamentos recentes sobre o tema reforçam as percepções dos consultórios. Um estudo da ONG Oxfam mostrou que, em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, os homens se vacinaram menos do que as mulheres contra a Covid-19. Em São Paulo a diferença foi de 3 pontos percentuais, no Rio de quase 6.
Homens e rapazes também são mais relapsos com os cuidados necessários em caso de contágio com HIV, em todo o mundo. Enquanto 80% das mulheres com o vírus fazem o tratamento regularmente, entre os homens essa taxa é mais baixa, de 70%.
É possível ir além: os brasileiros em comparação com as brasileiras vivem menos. A expectativa de vida de um homem no Brasil é de 72,2 anos, enquanto a das mulheres é de 79,3. Também são os que mais fumam em São Paulo, 12,9% dos homens contra 9,6% das mulheres são tabagistas e tomam refrigerante acima de cinco dias na semana com mais frequência no Rio, são 19,8% dos homens contra 11,26% das mulheres.
Os dados são do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizado pelo Ministério da Saúde.
Em geral, as mulheres se preocupam um pouco mais cedo com a saúde. Caso ganhem um pouquinho de peso, elas já procuram o endocrinologista. O que facilita, por exemplo, o diagnóstico de uma diabetes precoce. Os homens, por outro lado, esperam algo mais grave acontecer para só aí procurar o médico descreve Tarissa Petry, endocrinologista do Hospital Oswaldo Cruz.
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Eliézer Silva, diretor-superintendente do sistema de saúde Einstein, concorda e afirma que a soma de hábitos mais precários e a falta de vontade de procurar o médico desfavorecem o homem amplamente.
A mulher tem consulta recorrente com a ginecologista. As meninas são ensinadas, desde cedo, que devem ir ao médico, os meninos não. Pacientes que chegam tarde ao hospital, têm tratamentos mais caros e com menor chance de sucesso sustenta.
Urologista
Dados compilados pela Sociedade Brasileira de Urologia ratificam essa colocação. Para se ter uma ideia do abismo que separa homens e mulheres, entre janeiro e julho deste ano, 1,2 milhão de consultas com ginecologista foram realizadas no SUS, contra 200 mil com o urologista. Se observarmos os atendimentos gerais dos dois sexos no SUS, em 2021, foram 370 milhões consultas e procedimentos com mulheres contra 312 milhões com os homens.
A mulher contar para uma amiga ou vizinha que fará um papanicolau é algo comum. Se a outra fala em uma rodinha de amigas que vai à gineco, as colegas dão a maior força. Agora, se tiver uma roda de amigos e um deles fala que vai ao urologista, ele vai ouvir piadas. Ouve que homem que é homem não vai. Tem medo de ficar impotente, foge do exame de toque, imagine, algo absolutamente simples, de três ou quatro segundos. Há muito tabu, muito preconceito afirma Stênio de Cássio Zequi, líder da área de urologia do A.C. Camargo.
O médico acrescenta que o homem tem o triplo de chance de ter câncer na bexiga que a mulher, já que um dos fatores de risco desse tipo de tumor é o tabagismo.
Miguel Srougi, um dos maiores especialistas em urologia do país, do Hospital Vila Nova Star, ainda afirma que a hesitação masculina tem a ver com o receio de aparentar fragilidade.
Os homens mais poderosos querem esconder quando estão doentes, os políticos também. Isso vêm mudando, mas eles ainda sentem medo de parecer vulneráveis. Pois isso, eles imaginam, pode minar a atenção que eles gostariam de receber explica.
Chocolate amargo:
Para o urologista, é preciso buscar atendimento e tratamento com velocidade. Em um estudo, nos Estados Unidos, foi constatado que os pacientes que protelaram o tratamento do tipo mais agressivo de câncer na bexiga por três meses tiveram 30% mais chance de morte do que os que iniciaram os cuidados imediatamente. Esperar não é opção.
Prevenção e custo
Em consenso, os médicos pontuam como um fator absolutamente negativo a oportunidade perdida em identificar uma doença no início. Eles explicam que, em geral, problemas de saúde em estágio mais avançado têm tratamento mais caro, doloroso e menos proveitoso.
Se pegarmos especificamente o câncer de próstata, o homem que só procura o médico após algum sintoma relacionado tem a chance de ter uma doença disseminada em mais de 90%. Significa, primeiro, que você não conseguirá curar esse paciente e vai diminuir a qualidade de vida dele. As medicações para esses estágios de saúde são muito mais caras e têm funcionamento inferior às indicadas aos pacientes em caso inicial diz o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Alfredo Félix Canalini.
Efeito sanfona:
O especialista acrescenta que caso o tratamento seja feito com celeridade, as estimativas se invertem.
Imagina quantas vidas podem ser salvas? indaga.
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GAZETA DO ESTADO
Governo de Goiás alerta sobre importância da vacina contra Covid-19 com proximidade das festas de final de ano
Secretaria de Estado da Saúde orienta população a se antecipar às datas comemorativas para completar esquema vacinal, pois máximo da imunização é alcançado 15 dias após aplicação da dose
O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), alerta a população a completar o esquema vacinal contra Covid-19, para prevenir o aumento de casos graves e óbitos, após as festividades de final de ano. A proteção máxima da imunização é adquirida após 15 dias da vacinação, por isso é importante não deixar a vacina para a última hora. Até quinta-feira (15/12), dados do Painel Covid-19 apontam que mais de um milhão de goianos aptos a receber a segunda dose de reforço (a partir de 30 anos) ainda não buscaram as salas de vacina.
A superintendente de Vigilância e Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, destaca que a circulação de novas variantes do vírus, tal como a ômicron BQ1.1, que teve identificação de 27 casos em Goiás, é motivo para se manter alerta, com adoção das medidas de prevenção recomendadas pelo Ministério da Saúde.
“Além do esquema vacinal em dia, é necessário manter a utilização de máscara em locais de aglomeração, etiqueta respiratória e higiene das mãos, principalmente por pessoas com maior vulnerabilidade para desenvolvimento de casos graves”, orientou, acrescentando que a pessoa deve procurar uma unidade de saúde para avaliação clínica e testagem se apresentar sintoma de covid-19.
Crianças
Outro ponto de atenção nesse momento é o aumento de casos de crianças hospitalizadas em Goiás, observado desde o final do ano passado, e que vem se mantendo de forma crescente, até agora. “Isso é uma preocupação principalmente entre os menores de nove anos, cuja vacinação foi disponibilizada há menos tempo”, informa.
Flúvia afirma que a procura pela vacina, por parte dos pais e responsáveis, tem sido baixa. “Chamamos atenção desses pais, que têm crianças, principalmente menores de nove anos, mas também as demais crianças e os adolescentes que ainda não iniciaram ou não completaram esse esquema vacinal, para que procurem um posto de saúde”, orienta.
De acordo com o painel Covid-19, disponível no site da SES-GO, referente à primeira dose, foram aplicadas 5.900.009 doses das vacinas contra a Covid-19 em todo o Estado. Em relação à segunda dose e a dose única, foram vacinadas 5.325.138 pessoas, e 2.759.459 já receberam a dose de reforço. Entre as crianças de 5 a 11 anos, 57,79% já receberam uma dose da vacina. Esses dados são preliminares e coletados junto ao Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do Ministério da Saúde.
Máscara
A respeito do uso de máscaras de proteção, diante do atual cenário epidemiológico da Covid-19, a SES segue a atual recomendação do Ministério da Saúde, e, conforme Nota de Recomendação Estadual nº7/2022 – SES/SUVISA-03084, para que as máscaras sejam utilizadas independentemente da situação vacinal em algumas situações.
No âmbito individual, devem manter a máscara pessoas com sintomas gripais, casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 e pessoas que tenham tido contato próximo com caso suspeito/confirmado de covid-19.
Além disso, também devem usar o acessório pessoas com fatores de risco para complicações da covid-19 (em especial imunossuprimidos, idosos, gestantes e pessoas com múltiplas comorbidades), em situação de maior risco de contaminação pela covid-19, como: locais fechados e mal ventilados, locais com aglomeração e em serviços de saúde.
No âmbito coletivo, as recomendações do uso de máscaras devem ser definidas pelas autoridades locais a depender do cenário epidemiológico de cada unidade federada ou município, avaliando fatores como: cobertura vacinal (incluindo doses de reforço), taxa de transmissão, taxa de hospitalização por SRAG, mortalidade, entre outros.
Na ocorrência de surto de Covid-19 em determinado local ou instituição, recomenda-se o uso de máscara por todos os indivíduos do mesmo ambiente, devido ao potencial risco de transmissão por pessoas assintomáticas e monitoramento de possíveis casos sintomáticos que possam surgir.
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UNIMED FEDERAÇÃO CENTRO BRASILEIRA
LGPD: Unimed Federação Centro Brasileira orienta sobre sanções e riscos de segurança da informação
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), criada em 14 de agosto de 2018, entrou em vigor em setembro de 2020 e se tornou uma das Leis mais difundidas do País, desde o Código de Defesa do Consumidor. A LGPD obriga todas as empresas a investirem em segurança da informação por meio de medidas técnicas e administrativas capazes de proteger os dados pessoais tratados pela organização.
O tratamento destes dados compreende qualquer atividade que utilize dados pessoais na execução da sua operação, desde a coleta até a eliminação dos mesmos. A lista de dados pessoais é vasta, podendo ser resumida em toda informação que torne uma pessoa identificada ou identificável (como nome, CPF, endereço e e-mail), além dos dados pessoais sensíveis, aqueles com potencial caráter discriminatório (como raça, sexo, religião e dados biométricos de saúde).
Recentemente, o Brasil passou a integrar a lista dos dez países mais digitalizados do mundo, o que representa um grande avanço para a nação, porém, também traz novos problemas: os dados pessoais estão mais presentes na internet e isso atrai, cada vez mais, ataques cibernéticos.
Dados divulgados pela empresa de cibersegurança ESET apontaram que houve um aumento de 700% no número de ataques cibernéticos em comparação a 2019, sendo que todos nós sofremos, em média, uma tentativa destes ataques a cada dois segundos.
O ano de 2022 foi marcado por diversos incidentes provocados por cibercriminosos, por exemplo:
Record TV: todos os dados da emissora foram criptografados e vazados na internet. Os cibercriminosos cobraram resgate de R$ 45 milhões em bitcoins;
Banco de Brasília (BRB): hackers exigiram cerca de 50 bitcoins (R$ 5,17 milhões) de resgate para que dados não fossem vazados;
Golden Cross: teve a operação suspensa e hackers, que alegam ter invadido o site da empresa, mostraram que os servidores ainda não estão 100% seguros, havendo vulnerabilidade conhecida (backdoor) e que foi explorada;
TV Anhanguera (GO): ficou dias com parte da programação fora do ar devido à ataque hacker. Foram atingidos a TV Anhanguera – afiliada da Globo – e os sites dos jornais O Popular, Daqui e também da rádio CBN Goiânia, além das rádios Executiva e Moov. Algumas publicações informaram que os atacantes exigiram o equivalente a R$ 1 milhão para fornecer a chave para decodificação dos arquivos.
Unimed Belém: teve as operações suspensas em virtude de ataque cibernético, ficando inoperante por vários dias.
Segundo a Check Point Research, o principal setor afetado por ataques ransomware no mundo é o da saúde, seguido pelos setores de internet, finanças e varejo.
De acordo com a LGPD, a organização deve definir um programa de governança, com indicação de um DPO, adequação de contratos, elaboração de políticas, adequações tecnológicas, capacitação das partes interessadas, dentre outras iniciativas.
A DPO da Federação, Christianne Pimenta, alerta que as sanções que as organizações podem sofrer em caso de descumprimento da LGPD são:
Advertência;
MULTA de até 2% (dois por cento) do faturamento limitada, no total, a R$ 50 milhões por infração;
multa diária, observado o teto no item anterior;
publicização da infração após devidamente apurada e confirmada a sua ocorrência;
bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até a sua regularização;
eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração;
suspensão parcial do funcionamento do banco de dados;
suspensão do exercício da atividade de tratamento dos dados pessoais;
proibição parcial ou total do exercício de atividades relacionadas a tratamento de dados.
Cabe a todos os envolvidos no processo de tratamento de dados a responsabilidade de proteger os dados dos nossos colaboradores e clientes. A prática médica exige o tratamento de dados sensíveis em larga escala, o que implica na aplicabilidade da LGPD para clínicas, consultórios e hospitais.
Sendo assim, listamos algumas proibições e boas práticas acerca da LGPD no âmbito da saúde:
O sigilo é fundamental – o titular possui o direito da autodeterminação informativa, cabendo a ele a tomada de decisão acerca do compartilhamento das suas informações, especialmente informações de saúde;
Atenção em caso de recebimento de links por e-mail e WhatsApp – todos nós conhecemos pessoas que caíram em golpes e perderam dinheiro e corremos o risco de também perder o acesso a sistemas, bancos de dados, além de provocar a inoperância do hospital, etc;
Tratar os dados apenas para as finalidades informadas pelos titulares – caso não haja consentimento específico, não podemos enviar publicidade aos nossos clientes, por exemplo;
Não divulgar fotos e vídeos no ambiente profissional – segundo resolução 2.126/2015 do CFM, os médicos não podem publicar fotos em situações de trabalho, como durante procedimentos cirúrgicos nem fazer a divulgação de imagens de “antes e depois”;
Senhas são pessoais e intransferíveis – mesmo que seja alguém de confiança, o aconselhado é não compartilhar suas senhas com ninguém. Tanto essa prática quanto a de salvar no smartphone podem facilitar o acesso de criminosos a contas privadas;
Os dados devem ser coletados de forma transparente – o titular deve compreender claramente as finalidades para as quais os dados dele serão utilizados;
Somos corresponsáveis por vazamentos de dados e incidentes provocados por nossos fornecedores;
Investimentos em ferramentas tecnológicas, criptografia, atualização de sistemas e equipamentos e antivírus são fundamentais – muitos ataques acontecem devido à exploração de tecnologia obsoleta ou desatualizada.
Em caso de dúvida, as Unimeds federadas podem entrar em contato com a Federação.
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Assessoria de Comunicação