Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 18 A 20/07/20 parte 1

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES


Goiás tem mais nove mortes por covid-19, chegando a 1.092
Negados 6 em 10 pedidos de UTI
'As negativas para internação no privado estão maiores"
Goiânia pode já ter 101 mil infectados
'Todo mundo acha que pode tratar de pacientes com Covid-19'
Brasil atinge platô diz diretor da OMS
Pazuello faz críticas a protocolos e diz que testagem não é essencial
Esgotado limite de leitos de UTIs para Covid-19 em Goiás
Estudos não comprovam eficácia da ivermectina
Guerreiros que lutaram até o último suspiro contra a covid-19
Unimed distribui Kit Covid-19 com hidroxicloroquina
Esperar imunidade de rebanho 'é absurdo e antiético', diz líder de estudo que investiga quantos tiveram Covid-19 no Brasil
Heróis no combate à Covid são vítimas de violência no front
Paciente e médico se envolvem em confusão após profissional indicar agendamento por telefone para exame de coronavírus


A REDAÇÃO

Goiás tem mais nove mortes por covid-19, chegando a 1.092

Goiânia – Boletim sobre o novo coronavírus divulgado neste domingo (19/7) pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) apontou para uma redução do número total de infectados pela covid-19, caindo de 40.782 para 40.765.

Segundo a pasta, "estão sendo realizados ajustes nos sistemas oficiais de notificação, conforme informado pelo Ministério da Saúde na última semana. Assim, os municípios e unidades notificadoras podem ter encontrado dificuldade em alimentar os dados durante o final de semana. Além disso, a atualização de fichas no sistema pode resultar na redução do número total de casos confirmados devido, entre outros motivos, a duplicidade de notificações, por exemplo".

Já a quantidade de óbitos subiu para 1.092, ou seja, nove mortes nas últimas 24 horas. Isso significa uma taxa de letalidade de 2,68%. Há 51 óbitos suspeitos que estão em investigação. Já foram descartadas 624 mortes suspeitas nos municípios goianos.

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O POPULAR

Negados 6 em 10 pedidos de UTI

De 171 solicitações de internação em Unidades de Terapia intensiva em hospitais públicos ou conveniados da rede estadual, apenas 73 foram atendidas pela Secretaria de Saúde
Os hospitais públicos e conveniados regulados pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) internaram em leitos de UTI apenas 42,7% dos pacientes com suspeita ou confirmação do novo coronavírus (Sars-CoV-2) para os quais foram solicitadas vagas na semana passada, entre 5 e 11 de julho. Dos 171 pedidos neste período, 73 foram atendidos. Já para leitos de enfermaria, 44,1% das solicitações tiveram êxito.
Esses pedidos são feitos pelo Complexo Regulador Estadual (CRE), que é o órgão dentro da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) responsável por administrar a ocupação dos leitos de Covid-19 para pacientes do interior. Pacientes da capital com o vírus são regulados pela Secretaria Municipal de Goiânia (SMS).
O secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, aponta três motivos principais para tantos pedidos: o aumento do número de casos em Goiás, que já passou de 40 mil infectados e mil mortes; o aumento de pedidos de pacientes da rede privada; e a solicitação de vaga pelo profissional de saúde do interior sem necessidade clínica.
Na ponta, nos municípios, onde as vagas são solicitadas, pacientes esperam mais de 24 horas para conseguir internação. Quando conseguem, nem sempre é no hospital de campanha mais perto e o doente tem que se deslocar centenas de quilômetros para uma unidade distante.
"A cada dia que passa está demorando mais", relata Diego Castro, secretário municipal de saúde de Bonfinópolis, município da região metropolitana de Goiânia (RMG), com cerca de 10 mil habitantes. Ele lembra que o primeiro paciente da cidade que precisou ser internado com coronavírus, em abril, demorou 4 horas para conseguir um leito. Em maio, um outro paciente precisou esperar 11 horas. No começo de julho, um terceiro teve que esperar mais de 48 horas.
Segundo Diego, cerca de 4 mil moradores da cidade trabalham na capital, utilizam transporte público e acabam passando a doença para familiares. No entanto, as solicitações de internação de Bonfinópolis só entram na regulação estadual e os hospitais municipais ou conveniados de Goiânia não são usados pelos moradores.
"No portal da transparência diz que tem vagas de UTI, mas quando joga no sistema de regulação, a resposta a sempre a mesma: 'recusada por falta de leitos'", questiona o secretário municipal. Assim como ele, outros gestores municipais indagam sobre a diferença entre o mapa de leitos e a negativa de vagas.
Em reportagem do POPULAR do último final de semana, a presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Goiás (Cosems-GO), Verônica Savatin, também questionou essa diferença de informações.
Sobre essa diferença, a SES-GO informou por nota que a regra de preenchimento de leitos não é tão simples, pois os pacientes podem ter necessidades diferentes conforme o seu histórico de saúde. A pasta cita como exemplo pacientes com Covid-19 gestantes que podem precisar de alguma intervenção em centro cirúrgico e são direcionadas para o Hospital das Clínicas (HC) ou crianças que vão necessariamente para o Hugol.
Reunião interna
O aumento de hospitais privados sem vagas para pacientes graves com Covid-19 em Goiás tem preocupado gestores da Saúde. O tema foi pauta de reunião interna do Centro de Operações de Emergências (COE) estadual de combate ao coronavírus, na última quarta-feira (15).
"Final de semana foi um inferno de pessoas ligando pedindo vagas", teria relatado em tom de preocupação um dos representante dos hospitais privados, Haikal Helou. Na ocasião, ele disse que há relatos de espera de 24 horas a 48 horas para conseguir vaga de internação para pacientes com convênio.
O superintendente de atenção à Saúde, Sandro Rodrigues, teria falado nesta reunião sobre a necessidade de criar um protocolo para o levantamento de pacientes com planos de saúde que estão no sistema público para fazer uma cobrança desses convênios.
Na reunião foi enfatizado que todos têm direito de ser cobertos pelo SUS, mas que as pessoas que compram o acesso à saúde suplementar precisam ser atendidas pelos seus respectivos convênios.
Já na reunião de 8 de abril foi defendido um pente fino nas solicitações de leitos de UTI que aumentaram muito. Na ocasião, houve queixa por parte de gestores do Estado que solicitações de vaga com poucas informações sobre o paciente. Além disso, haveria casos de pedido de leito crítico para paciente que necessita de leito semicrítico.

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'As negativas para internação no privado estão maiores"

Secretário de Saúde aponta fatores para aumento de solicitações de vagas de UTI

O POPULAR conversou com três secretários municipais que quando têm pacientes com plano de saúde fazem pedido de vaga também no Estado e internam onde sair primeiro. Isso tem aumentado a quantidade de solicitações?
Isso tem sido relativamente comum, temos recebido muitos pedidos de paciente que têm Ipasgo, que tem Unimed. Eles pedem no privado. Como cota do privado, segundo presidente da Ahpaceg, são só 15% das UTIs destinadas para Covid, enche muito rápido, aí acabam pedindo no Complexo Regulador Estadual e o paciente fica internado também no estadual. Isso é ruim porque tira a vaga de quem não tem plano de saúde. Não que eles não tenham direito, têm, o SUS é universal, mas não é justo em momento de pandemia utilizar vaga do público de quem não tem plano de saúde para pacientes que têm Ipasgo, Unimed, Sulamerica e tantos outros

Quantos destes pedidos de leitos não atendidos são de pacientes com plano de saúde?
A gente ainda não tem mensuração de quantos são do privado que estão pedindo para ir. Mas o que a gente tem percebido de forma subjetiva é que as negativas para internação no privado estão cada dia maiores, o paciente que roda dez (hospitais) privados e não é atendido.

Mas esses pacientes com plano são determinantes para esse aumento de pedidos de internação e a negativa de mais da metade?
Além disso, o que tem acontecido também, é que muitos pedidos que vêm do interior, às vezes, é um paciente que daria para ficar na enfermaria do próprio interior, não é nem na nossa. Aí o pessoal acaba querendo mandar o paciente logo para a capital com medo de complicar e tudo mais, e faz o pedido, tem este aspecto também. E o aspecto também natural de que o número de casos realmente tem aumentado. Tem três fatores aí que se somam para aumentar o número de pedidos no CRE. O que a gente tem conseguido dar vazão, sobretudo, com estas ampliações últimas (de leitos). Ontem (Quinta-feira, 16) a gente fez lá em São Luís de Montes Belos, vamos fazer em Anápolis, segunda, mais 18 leitos, Águas Lindas também aumentando o suporte.

Como filtrar o paciente que realmente precisa da vaga?
Esta identificação não é fácil, porque ela depende da informação passada por quem está pedindo a vaga, quem está tentando. Ou seja, se a outra pessoal mentir, ou então não passar o dado de forma fidedigna, fica complicado. A gente só descobre isso depois que o paciente chega. Realmente nós temos tentado o máximo possível conscientizar as pessoas que pedem vaga, seja pessoal da enfermagem, seja colegas médicos a fazer uma avaliação minuciosa.
Maior pico de internações desde o começo da epidemia
A falta de leitos críticos, de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para paciente com o novo coronavírus no setor privado é uma realidade. A reportagem apurou que até o fechamento desta edição nenhum hospital privado de alta complexidade de Goiânia estava recebendo pacientes em leitos de UTI por falta de vagas.
Para driblar essa falta de vagas, pacientes do interior com plano de saúde são inseridos para disputar a vaga tanto para unidades privadas como em hospitais estaduais. "Joga nas duas, o que sair primeiro, para salvar o paciente. Aqui funciona assim", relata o secretário municipal de Saúde de Ceres, José Alfredo Curado Fleury Júnior. "Pacientes de todos os planos têm parada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA)."
Esse aumento da demanda é sentido pelos profissionais de saúde, a médica Germana Peres Canedo, de 32 anos, que trabalha em uma UTI com pacientes com coronavírus em um importante hospital privado de Goiânia, conta que percebeu o aumento de pedidos de vaga que a unidade recebe e precisa negar por falta de vagas. "Estou trabalhando com a doença desde o início de março. Sempre (que tinha abertura), sabia que uma semana depois ia ter pico. Esse é o meu terceiro pico importante. Acho que está maior de todo."
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Goiânia pode já ter 101 mil infectados

Novo inquérito sorológico realizado pela Prefeitura de Goiânia aponta que 101,5 mil pessoas já podem ter contraído o novo coronavírus (Sars-CoV-2) na capital, o equivalente a 6,7% do total de habitantes do município. A pesquisa foi realizada no dia 11 de julho e mostrou um aumento de mais de 3 vezes em relação ao inquérito anterior, feito no dia 20 de junho, que apontou uma taxa de contaminação de 2,1% da população.
Esse aumento de 200% também foi verificado na comparação do terceiro inquérito (2,1%) com o segundo (0,7%). Todos os três levantamentos ocorreram em um mesmo intervalo de tempo – três semanas -,com um número parecido de pessoas, usando a mesma metodologia.
O inquérito é feito a partir de exames que detectam anticorpos no organismo da pessoa contra o novo coronavírus. Ou seja, não mostra necessariamente se a pessoa está infectada no momento do exame. Por isso, os responsáveis pelos levantamentos dizem que o resultado é um retrato de duas semanas atrás.
Quando se divide a cidade por distritos de Saúde da SMS, o com maior índice de contaminação é o Norte, com 12,8% da população já infectada. Em seguida vem o Leste, com 8,7%, e o Sul, com 7%. No final da reportagem, confira o percentual de todos os distritos.
Em nota à imprensa enviada pela assessoria da SMS, o superintendente de Vigilância em Saúde de Goiânia, Yves Mauro Ternes, disse que os motivos de mais pessoas nos bairros do Distrito Norte terem contraído o novo coronavírus. "Naquela região sempre há um enorme fluxo de pessoas principalmente por conta das Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa) e do amplo comércio varejista. Tudo isso acaba provocando aglomerações. Lá existe também uma grande circulação de caminhões vindos de todas as regiões do país por conta da proximidade com a BR-153", disse.
Apesar de o Distrito Norte ser o que apresenta maior taxa de contaminação, lá não é o com maior número de casos confirmados. Isso se dá principalmente porque são os moradores da região centro/Sul que mais testam, principalmente pela rede particular.
Na mesma nota, a titular da SMS, Fátima Mrué, informou que o resultado do inquérito vai ajudar na elaboração de estratégias de enfrentamento da epidemia. "Como sabemos que a região Norte apresenta maior taxa de transmissibilidade, vamos concentrar as ações de prevenção por lá.
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'Todo mundo acha que pode tratar de pacientes com Covid-19'

Até o dia 27 de junho, um sábado, o infectologista Boaventura Braz de Queiroz, de 60 anos, engrossava as fileiras de profissionais de saúde que estão na linha de frente em Goiânia no combate à Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). Um dos mais respeitados médicos goianos em sua área de atuação, ele percebeu no dia seguinte que algo não estava bem com seu próprio organismo. De uma forma muito racional, conduziu, com a ajuda de um colega, todo o processo de análise de sua situação clínica, verificando a necessidade de internação e a medicação a ser utilizada, procedimento que tinha empregado com dezenas de pacientes.
A confirmação de que ele próprio havia se infectado com o novo vírus veio dois dias após os primeiros sintomas. Foram sete dias em casa e outros sete num leito hospitalar, inclusive em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Na terça-feira (14), ele deixou, como paciente, o Instituto de Ortopedia de Goiás (IOG), onde integra o corpo clínico. Desde então, buscou um refúgio fora de Goiânia para se recuperar.
Ele decidiu conversar com o POPULAR para referendar o que considera "as melhores práticas médicas" em meio a um turbilhão de informações sobre o tratamento da Covid-19 que partem de médicos não especialistas e até de leigos.

Como o senhor está se sentindo após a alta hospitalar?
Clinicamente estou bem, fazendo minhas atividades habituais. Agora é só recuperar meu condicionamento físico que antes da doença era excelente, o que espero conseguir em três meses. Sempre tive muito cuidado com isso, com meu peso, alimentação adequada e atividades físicas.

Quando percebeu que algo não estava bem?
No sábado, 27 de junho, eu tinha feito uma atividade física bem intensa. De domingo para segunda-feira senti muita dor no corpo, mas como meu condicionamento físico era muito satisfatório, não achei condizente à atividade física. Na segunda-feira amanheci em estado febril e dor no corpo fora do normal. Ainda de manhã fiz uma hipótese diagnóstica e solicitei ao meu colega, Luiz Carlos Silva Souza, que solicitasse o exame para Covid, o que fiz na mesma tarde. Na terça-feira eu já estava com o PCR positivo, ou seja, em menos de 24 horas colhi o material baseado nas minhas condições físicas.

O senhor foi internado de imediato?
Não. Passei sete dias dentro de casa acompanhando meus sintomas e percebendo a piora do meu padrão respiratório, o que ocorreu do sexto para o sétimo dia. O que definiu a minha internação foi a oximetria. O padrão de gravidade que sigo para meus pacientes é de que, quando há necessidade de oxigênio, a situação é grave. Segui rigorosamente este critério.

O que considerou importante enquanto esteve em casa?
Duas coisas: a inapetência, meu apetite piorou muito, e um mal estar generalizado. Mas o que considero fundamental foi que, mesmo sem vontade de me alimentar tive a preocupação de me hidratar muito, ingeri quatro litros de líquido diariamente, água e isotônico. Com isso minha função renal esteve estável todo o tempo e eu atribuo à hidratação.

O senhor precisou ser intubado?
Fiquei dependente de oxigênio por cinco dias. Fiquei na UTI somente um dia, mais pela insegurança do ponto de vista pessoal. Entendi que lá estaria melhor assistido. Todo o protocolo adotado no hospital foi consenso entre eu e a médica intensivista Ava Caroline, que me atendeu. Durante a internação fiz pronação (técnica de ventilação de bruços) e ventilação não invasiva (VNI), uma máscara de oxigênio, e gradualmente fui melhorando. A partir do dia 10 fiquei somente com o oxigênio ambiental dentro do hospital.

Que protocolo de tratamento adotou?
O que considero um dos melhores até o momento, o do Instituto Nacional de Saúde, dos Estados Unidos, a maior agência de pesquisa biomédica do mundo. Ele diz que paciente é considerado de gravidade quando tem alteração como redução de leucócitos e piora respiratória. Neste caso tem de entrar com anticoagulante. Fiz uso da dexametasona baseado na oximetria, a saturação do oxigênio, que estava abaixo de 94. Foram as duas drogas fundamentais. No dia 2, a primeira tomografia indicava comprometimento de 10% do pulmão; no dia 6 repeti o exame que mostrou 40% e no dia 8, já estava com praticamente 50%. Apesar dessa tomografia adotei a conduta de não tratar a pneumonia porque considerei estar com pneumonia viral.

O senhor fez uso do plasma de convalescente?
Sim, tomei essa decisão junto com a médica intensivista e minha filha, Ana Terra Morena Queiroz, que é residente em geriatria. Eu não tinha nenhuma certeza dessa necessidade. Fiz uso na quarta-feira, dia 8, e passei os dias seguintes sem febre, evoluindo com melhora progressiva.

O que foi primordial durante sua internação?
Sem nenhuma dúvida a fisioterapia respiratória. Fiz essa atividade intensamente durante todo o processo. Sou disciplinado, tentei seguir rigorosamente a orientação da fisioterapeuta que acompanhou, Grasiele. Devo muito à ela por enfrentar essa doença tão de perto. É um processo que exige proximidade, por isso é difícil, do ponto de vista para a pessoa que está prestando assistência ao paciente, porque há risco de contaminação.

Como tem observado a discussão sobre o uso da cloroquina e da ivermectina?
Nenhum desses medicamentos nos dá segurança. Não usei e não indico para meus pacientes para tratamento de Covid-19. Os estudos não comprovam eficácia. Há muita discussão. A situação é nova e confusa. Há drogas nos Estados Unidos que já mostraram benefícios, como o Remdesivir, mas esse medicamento ainda não está disponível no Brasil. Todo mundo está achando que pode tratar de pacientes com Covid-19, de leigos a médicos especialistas. A diferença é que os últimos estudaram a vida inteira para cuidar de pacientes com infecção. Infelizmente, temos assistido pessoas de áreas completamente diferente querendo tratar pacientes graves, sem a expertise do tratamento de doenças infecciosas.

Foi um grande susto?
Tentei ser o mais racional possível mesmo diante da insegurança que a doença nos causa. A gente não sabe para onde as coisas vão caminhar. Uma das coisas que me estressou muito foi quando um exame de sangue mostrou uma queda muito acentuada de linfócitos. Eu fiquei acompanhando de perto e eles só me deixaram respirar mais tranquilo no dia 11. Antes estava abaixo de 800. Foi uma angústia muito grande. Mas duas coisas positivas considerei nesse processo: minha condição física, tanto do ponto de vista alimentar quanto de condicionamento físico.

Como está seu período de convalescência?
Estou longe de Goiânia, ao lado da minha mulher, Márcia Aparecida, respirando, namorando e podendo dedicar mais tempo à família. Espero retomar as minhas atividades na próxima segunda-feira (20) na clínica onde tenho meu consultório, nos três hospitais privados que atendo e no Hospital de Doenças Tropicais (HDT).
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DIÁRIO DA MANHÃ

Pazuello faz críticas a protocolos e diz que testagem não é essencial

Para o ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello, afirmou em entrevista, que a testagem não é essencial para o controle da pandemia do coronavírus. A afirmativa se contradiz com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que sustenta que a aplicação de testes como uma das maiores estratégias de enfrentamento ao vírus.
Conforme a avaliação do general e ministro interino, o diagnóstico da doença pelo médico, com análise clínica e auxílio de outros exames, permite um tratamento antecipado que, em sua opinião, pode ser mais eficaz. Entretanto, faz críticas ao método inicial do ministério, quando ainda era dirigido por Luiz Henrique Mandetta, de não recomendar a busca por atendimento médico de quem tinha sintomas leves, conforme afirma o site Uol.
"Não [ testagem não é essencial]. O diagnóstico é clínico, é do médico. Pela anamnese, pela temperatura, por um exame de tomografia, por uma radiografia do pulmão, por exame de sangue, podendo até ter um teste. Criaram a idéia de que tem que testar para dizer que é coronavírus. Não tem de testar, tem de ter diagnóstico médico para dizer que é coronavírus. E, se o médico atestar, deve-se iniciar imediatamente o tratamento", destacou.
Na última semana, o ministério da Saúde mudou o protocolo de combate a pandemia no Brasil, norteando pacientes a procurarem médicos mesmo com sintomas leves. Inicialmente, a recomendação era esperar o agravamento dos sintomas para atendimento e assim evitar uma corrida aos hospitais e sobrecarregar a testagem, na época ainda insuficiente.
Para Pazuello, "no início, a população foi orientada a permanecer em casa, mesmo com os sintomas da covid. E era para ficar em casa até sentir falta de ar. E, quando você tivesse falta de ar, ainda diziam para segurar mais um pouquinho. Matamos quantas pessoas com isso? Loucura. O porcentual de morte sobe para 70% ou 80%. E isso não está dito em lugar nenhum, principalmente por quem agora critica", apontou o ministro.
Perguntado prontamente se a referência era a Mandetta, Pazuello confirmou que a postura pode ter relação com uma "curva de aprendizagem" da doença, e que não diria que "ele estava errado ou teve dolo".
"Ele imaginava que a melhor coisa era ficar em casa até passar mal. Não vou dizer que ele estava errado ou que teve dolo. Na época era o que tinha de certo. Isso é a curva de aprendizagem. É uma doença nova, o Ministério da Saúde não tinha conhecimento do tratamento precoce, dos medicamentos que davam certo ou não e sobre quais medidas funcionavam. Ele fez um protocolo, e isso teve que ser modificado. Agora é tratamento imediato, nada de ficar em casa doente. E o diagnóstico é do médico, não do teste", argumentou.
Testagem
A partir do princípio da pandemia, em março, a OMS adotou em suas recomendações a testagem como ponto central. Segundo afirmação do diretor-geral da entidade na época: "nós temos uma mensagem simples para os países: testar, testar, testar. Teste todo caso suspeito".
Países que foram bem sucedidos no primeiro momento e avanço da doença, como Coréia do Sul e Alemanha, tiveram a aplicação dos testes como uma das prioridades para identificar casos, isolar pacientes e rastrear a disseminação do vírus.
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Brasil atinge platô diz diretor da OMS

De acordo com as declarações feitas nesta sexta-feira (17) pelo chefe de programa de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) , Mike Ryan, o Brasil parece não demostrar mais o crescimento exponencial das infecções provocadas pelo novo coronavírus e teria atingido o platô .
Ryan deu as declarações em uma coletiva de imprensa e afirmou que o fator "R" – mostra que o número de pessoas que cada pessoa pode infectar, pode estar entre 0,5 e 1,5 nos estados brasileiros e que a confirmação de casos chegou a um platô entre 40 a 45 mil por dia.
Conforme as declarações do diretor da OMS, o vírus não está dobrado como antes, e por essa razão não há um aumento exponencial. Ryan acrescentou ainda que "não há nenhuma garantia de que o vírus vai cair por si só".
O Brasil registra mais de dois milhões de casos da doença, e chegou a esse número cinco meses depois da primeira pessoa confirmada com o coronavírus.
Na última quinta-feira (16) o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) confirmou um total de 45.203 casos, que fez com que o país chegasse ao total de 2.012.151 casos da doença no Brasil. Apesar dos dados divulgados, autoridades de saúde do país afirmam que o número pode ser maiores do que os divulgados em função da falta de testes em larga escala e das subnotificações.
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Esgotado limite de leitos de UTIs para Covid-19 em Goiás

Goiás tem mais de 40 mil casos de Covid-19, em vídeo, o governador pede ajuda à população para manter o isolamento social e evitar aglomerações e festas, além de recomendar o uso de máscara de proteção facial para quem sair de casa.
O governador Ronaldo Caiado (DEM), afirmou nesta quinta-feira (16), logo após a inauguração do 6° Hospital de Campanha, em São Luís de Montes Belos, que o governo chegou ao limite de sua capacidade para entregar leitos de UTIs aos municípios, para tratar casos graves de coronavírus.
"Hoje temos que entender que a capacidade nossa de entregar leitos de UTIs em todo o estado, nós chegamos ao nosso limite", confirmou o governador.
Com constatação dos alarmantes índices de isolamento social e do constante crescimentos nos números de mortes e casos confirmados da doença , o governodor pediu ajuda à população.
"Vamos manter o isolamento. Não promovermos aglomerações e festinhas. É um momento delicado da contaminação. Nos ajudem. Usem máscaras e higienizem bem as mãos".
A rede pública estadual de saúde estão com 86, 1% dos leitos de UTIs ocupados, e 68,6% das vagas em enfermarias preenchidas.
O novo HCamp de São Luís de Montes Belos possuí aproximadamente 100 profissionais da área da saúde e administrativo, segundo o governo. São 12 médicos e 28 enfermeiros e técnicos em enfermagem, além de fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e fonaudiológos.
Segundo o boletim publicado nesta quinta-feira (16), consta 1.018 mortes registradas e 40.404 casos confirmados de coronavírus. O painel da Covid-19 revela que o vírus avançou por todo território goiano, sem deixar nenhuma cidade sem casos confirmados ou suspeitos. Dos 246 municípios, 229 têm moradores contaminados e 17 estão com casos suspeitos.
Mesmo com o aumento progressivo de casos, o governador do estado liberou quase todas as atividades econômicas não essenciais, na segunda-feira (13), via decreto assinado. Em seguida o prefeito da capital, Iris Rezende (MDB), também seguiu as determinações do estado publicando decreto semelhante.
Assim, o reflexo dessa liberação será observada ao final do mês, e conforme os dados sejam considerados críticos, o governo assinalou que as medidas podem "ser revistas a qualquer momento, conforme análise da evolução da situação epidemiológica".
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Estudos não comprovam eficácia da ivermectina

A ivermectina, usada para tratamento contra parasitas em seres humanos e animais, é tida como a nova medicação que irá curar – ou prevenir – a infecção contra o coronavírus. Mesmo sem nenhum estudo conclusivo comprovando a eficácia do remédio para tratar a covid-19, o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sinco-farma) confirma que houve um aumento das prescrições, mas especialistas alertam para os riscos de uso indevido.
Cientistas australianos publicaram em junho um estudo científico informando que o remédio conseguiu parar a repli-cação do vírus em laboratório. Foi o bastante para que muitos corressem até a farmácia para obter a medicação que é indicada para tratar de verminose, sarna e bicho geográfico.
Professora associada do departamento de Microbiologia da UFMG, Giliane de Souza Trindade afirma que é necessário que as pessoas saibam a diferença de um teste feito em laboratório para outro aplicado em seres vivos. "As pessoas ignoram isso, ficam procurando uma fórmula mágica. É a mesma coisa da cloroquina (que também não tem eficácia comprovada)."
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia soltado uma nota no dia 10, informando que os estudos relacionando a ivermectina ao tratamento da covid-19 não eram conclusivos.
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Guerreiros que lutaram até o último suspiro contra a covid-19

Eles tinham um único objetivo: proteger a sociedade goiana. Profissionais que, por vezes, colocaram as próprias vidas em risco para garantir a paz. Pessoas de bem, que tinham como fonte de dedicação o cuidado e o amor ao próximo. Servidores da Segurança Pública que aliaram boas idéias, com a boa vontade, planejamento e muita ação. As nossas homenagens, hoje, vão para os integrantes da Segurança Pública que foram vítima da COVID-19. Essa doença que é a inimiga em comum de toda população mundial e que está causando muita dor e sofrimento em milhares de famílias espalhadas pelo mundo todo.
Fizemos questão de conversar com os familiares desses profissionais que são tão valiosos para uma sociedade. Entramos em contato com a família do Subtenente da Polícia Militar de Goiás, Elvis Silva de Araújo. A filha do policial, Tuany Araújo, de 27 anos, engasgou quando tocamos no assunto e explicamos o motivo da ligação. Mas ela não hesitou em descrever o pai. "Era um excelente policial, excelente marido, excelente pai e excelente pastor. Não vivia nada para além disso. Ele colocava as pessoas em primeiro lugar. Ele dedicou a vida para tudo isso, e quem o conheceu sabe e diria o mesmo".
Com nó na garganta, Tuany nos contou das boas lembranças e falou da saudade que aperta o peito. Durante mais de 29 anos, o Subtenente Elvis Silva de Araújo fez parte da Polícia Militar de Goiás. A luta era tarefa diária no cotidiano do policial. Respeitado na carreira militar, nunca se curvou para a criminalidade. E ele batalhou até o último suspiro, mas acabou sendo vítima da Covid-19 no dia 11 de julho de 2020 em Luziânia, Entorno do Distrito Federal. Faleceu com 49 anos e deixou a esposa e 3 filhos. Com o coração apertado, após ouvir os relatos da filha do Subtenente da PM Elvis, ligamos para o familiar de outra vítima. A reação foi a mesma. Era possível ouvir, mesmo que por telefone, que a pessoa do outro lado da linha estava com o choro engasgado. "Ele era dedicado em tudo que fazia", contou Roseli Piedade de Lima Silva. Muito emocionada, ela falou que 'dedicação' era a palavra que melhor definia o marido, o perito criminal de classe especial, Valdinei da Silva.
"Em todos os lugares que trabalhou ele se preocupava e procurava fazer tudo da maneira correta e honesta. Tinha um senso profissional ímpar e era um excelente pai e marido", disse. Valdinei, que trabalhava para a Polícia Técnico-Científica desde 1999, foi gestor da Regional de Ceres por muitos anos e ali fez a diferença para Segurança Pública. Na última quarta-feira, 15/07, foi comunicado o falecimento de Valdinei à família. Ele tinha 51 anos e deixou a esposa, filhos, muitas histórias e saudades irreparáveis aos familiares, amigos e colegas de profissão.
Welcia Queiroz da Silva foi pra quem ligamos logo que terminamos de conversar com Roseli. Welcia é esposa do Sargento da Polícia Militar, Nilson João Ananias, de 48 anos, com quem teve dois filhos. Ele estava na ativa e trabalhava na assistência da PM no Tribunal de Justiça de Goiás. No último dia 15, Welcia recebeu uma das piores notícias que já recebeu na vida. O marido, que ela descreveu como "inigualável" tinha acabado de perder a guerra para a Covid-19. Entre um suspiro e outro, ela esboçava algumas frases.
"Tudo que ele fazia era com muita perfeição e capricho. Como homem, pai, marido e profissional, uma pessoa de caráter, justo, íntegro e que ajudava os outros", relatou. Welcia dividiu conosco uma das mais angustiantes situações que foi a de não poder despedir do marido. Nilson virou mais uma estatística. Ironia do destino. Justo ele, como os demais servidores da Segurança Pública, que tanto trabalhou para que as estatísticas em Goiás não se elevassem, preocupando durante boa parte da vida com a proteção de 7,2 milhões de goianos. Nilson dedicou 28 anos da vida à Polícia Militar.
Nós também falamos com a senhora Aureliana de Oliveira Sales, e com Ana Lúcia, Paula e Fernanda, respectivamente mãe e irmãs do Soldado da Polícia Militar Ubirajara Luis de Sales, de 38 anos, que trabalhava para a Segurança do Estado há mais de 6 anos. Ele foi o primeiro policial da corporação a morrer em decorrência do coronavírus em Goiás – no dia 1º de junho. Dona Aureliana sequer conseguiu falar sobre sua perda, tamanha dor tem sentido desde que o filho se foi. As irmãs de Ubirajara conseguiram conversar conosco. Entre elas foi consenso: o irmão era um grandioso profissional e era muito admirado por toda família. Ele não tinha esposa, não tinha filhos. Mas o que ele tinha de sobra eram sonhos a serem realizados.
Outras perdas irreparáveis e que jamais serão esquecidas são a do 2º Sargento da Reserva Remunerada, Eurípedes Ferreira de Brito, e do 1º Sargento da reserva remunerada, Antoninho Martins Rodrigues. Eurípedes e Antoninho eram do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. O 2º Sargento Eurípedes tinha 64 anos e faleceu na última quinta-feira (16/07). Ele era natural de Goiás e entrou no Corpo de Bombeiros em 1983. Ele estava na reserva remunerada desde 2004 e, em 2018, havia sido promovido por ato de bravura pela prestação de trabalho no acidente radioativo do Césio 137, em Goiânia. Já 1º Sargento Antoninho, estava na Reserva Remunerada desde 2011. Nasceu em Itumbiara, tinha tinha 63 anos, entrou na corporação em 1982 e trabalhou nos quartéis de Goiânia e Senador Canedo.
Nossas homenagens também são dedicadas a Eurípedes Barsanulfo Tavares de Brito, servidor do Estado desde 1985. Ele estava aposentado. Até 2018, Eurípedes esteve a serviço da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária. Muito querido entre os colegas e amado pelos familiares, se despediu da vida em função de complicações da Covid-19. Outra perda que está sendo sentida com muita dor e pesar é a do Subtenente da Polícia Militar Luís Fernando Ferreira. Ele prestava serviços ao Estado há quase 30 anos. Por vezes, deixou o afago familiar para lutar contra a criminalidade e garantir a paz dos goianos. Amante da farda militar, Luís Fernando foi mais uma grande perda da Segurança Pública.
O Sargento Wagner Luiz de Almeida da Polícia Militar também é um dos nossos heróis que passou, durante 26 anos, diversas datas comemorativas em patrulhamento nas ruas goianas, ao invés de estar com a família. Porque tinha assumido como missão proteger a população do Estado de Goiás. A Covid-19 o levou. Ele deixou a esposa, dois filhos e muitas histórias de natais dedicados ao povo goiano. Edmilson José de Souza, também Sargento da PM, profissional ativo há mais de 25 anos, agora faz parte da nossa triste estatística. Pior do que estar em meio aos números trágicos do nosso Estado, é não tê-lo mais para fazer o que mais amava na vida: ser policial. Ele deixou esposa e uma filha.
Também nos despedimos de Vantuir Pinto Camargo, auxiliar de Autópsia da Superintendência de Polícia Técnico-Científica. Ele dedicou 16 anos da vida à sua paixão: Polícia Técnico-Científica. Sua competência sempre foi a principal característica apontada pelos colegas de trabalho. Profissional dedicado que nunca se curvou a qualquer limitação. Sempre esteve a postos para servir a população goiana. Outra perda que registramos é a de José Aparecido Borges, Subtenente da Reserva Remunerada do Corpo de Bombeiros que trabalhou mais de 30 anos dedicados a segurança de Goiás. Não foram poucas as vezes que esses profissionais não puderam abraçar as mães no domingo de maio, porque o cumprimento do dever não permitia. E agora, partiram vítimas de uma doença que está batendo na porta das casas do mundo inteiro.
Apenas em Goiás, no dia 17 de julho, foram contabilizadas mais de 1000 mortes por Covid-19. Destes, o número de servidores da Segurança chegou a 10 em menos de três meses. O Estado de Goiás perdeu profissionais da Segurança Pública que estavam na ativa, trabalhando na linha de frente no combate à criminalidade e que não puderam ficar em casa. E também teve perdas de profissionais aposentados, que já estavam na reserva, mas que dedicaram toda a vida à missão de garantir a proteção ao povo goiano.
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Unimed distribui Kit Covid-19 com hidroxicloroquina

Kits estão sendo distribuídos na unidade de Brusque-SC aos médicos cooperados. Medida gerou polêmica nas redes sociais

A Unimed de Brusque-SC está distribuindo um kit Covid-19 com hidroxicloroquina e ivermectina aos médicos cooperados. Fotos que mostram uma pequena caixa com laço verde e uma carta informando como administrar os medicamentos foram publicadas no Twitter e causaram bastante repercussão.
A carta traz no título: hidroxicloroquina 400mg + vitamida D 50.000UI + ivermectina 06mg + zinco quelado 30 mg . Em seguida, há informações sobre a forma de administrar, a quantidade e como fazer o armazenamento. Hidroxicloroquina deve ser tomada durante uma refeição ou com um copo de leite , diz o texto.
Em nota, a Unimed do Brasil se manifestou sobre o caso. A operadora de planos de saúde disse que orienta suas cooperativas a seguirem as diretrizes previstas pelas associações e sociedades de especialidades médicas brasileiras, além dos protocolos aprovados pela OMS.
A Unimed destacou ainda que cooperativas têm autonomia para desenvolver e executar as ações que julgarem pertinentes às suas necessidades. Médicos que as compõem têm autonomia para indicar tratamentos e procedimentos de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina , acrescentou.
A Unimed de Brusque também comentou o Kit Covid-19. Ressaltou que oportunizou a profilaxia aos profissionais que atuam na linha de frente e também aos médicos cooperados por estar preocupada com a crescente perda de trabalho profissional no combate à Covid-19. A unidade disse que se baseou no protocolo utilizado há algumas semanas e amplamente divulgado da Prefeitura de Porto Feliz-SP.
A Unimed Brusque informa que a utilização não era compulsória e após compra conjunta dos insumos tão escassos no mercado na atualidade, foi optado pela distribuição aos que desejaram realizar a profilaxia sugerida , afirma. Segundo a unidade em Brusque, foi assinado um termo de consentimento e realizados exames para excluir doenças que possam ser agravadas pelo uso da profilaxia.
Em texto publicado no site oficial, a Unimed destaca que a adoção do chamado tratamento precoce, feito pela Unimed Brusque, tem gerado resultados satisfatórios. Já na primeira semana de Ambulatório, tivemos dois pacientes positivos, que começaram a ficar graves e em decisão conjunta com eles, optamos em utilizar a medicação, já que não havia nada disponível e era a única alternativa que estava sendo falada, lá no mês de março. Os dois iniciaram o tratamento e em 48 horas de medicação começaram a responder, ficaram bem, estão bem até hoje. Dali para frente intensificamos os estudos, e desde então, o protocolo do Ambulatório Especial da Unimed Brusque foi usar a hidroxicloroquina e a azitromicina por cinco dias em todos os pacientes que apresentaram quadro de pneumonia viral , diz a Dra. Daniela Salvador Alves, pneumologista e coordenadora médica de Serviços em Saúde da Unimed Brusque.
Salvador Alves afirma haver um movimento médico no Brasil em prol do tratamento precoce com uso de hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina e zinco quelado. Os pioneiros nesse tratamento são dos estados do Norte e Nordeste do país, em especial devido ao colapso que esses locais enfrentaram no Sistema de Saúde. Desta forma, eles passaram a tratar os pacientes precocemente e urgente. E em 40 dias, o colapso foi revertido, sendo um dos exemplos a Unimed de Belém do Pará, que controlou a situação. Baseado nesse e em demais exemplos, infectologistas começaram a avaliar a eficácia do tratamento precoce.
No Twitter, grande parte dos internautas criticou o Kit Covid-19 da Unimed. Se alguém tiver problemas sérios de saúde por conta desse kit a culpa é de vocês , escreveu @JaumGodoy. A OMS não recomenda uso, suspendeu pesquisas porque não foi comprovada eficácia e a Unimed está enviando cloroquina de souvenir? (…) não é possível tamanha irresponsabilidade , assinalou a usuária @mariaapasseio. O princípio cooperativista de independência e autonomia não tem nada a ver com essa irresponsabilidade de ignorar protocolos internacionais comprovados cientificamente , criticou também o internauta @julianorabujah.
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CONTINUA…