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DESTAQUES
Médicos do Hospital de Doenças Tropicais são investigados por fraudes nas folhas de pontos, em GO; veja flagrantes
Médicos do HDT são investigados por fraudes na folha de pontos
Justiça determina que Ipasgo restabeleça autorização de atendimentos no Ingoh
Cais Jardim Guanabara III será transformado em UPA
TV ANHANGUERA
Médicos do Hospital de Doenças Tropicais são investigados por fraudes nas folhas de pontos, em GO; veja flagrantes
https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2020/02/18/medicos-do-hospital-de-doencas-tropicais-sao-investigados-por-fraudes-nas-folhas-de-pontos-em-go-veja-flagrantes.ghtml
Imagens exclusivas da TV Anhanguera mostram folhas de pontos assinadas por médicos em horários em que eles não estavam no hospital ou atendiam em clínicas particulares de Goiânia.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e o Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia (HDT) investigam sete médicos, entre dermatologistas e infectologistas, especialidades de referência da unidade hospitalar, por fraudes nos registros de horário de trabalho. Imagens de câmeras de segurança registraram, durante três meses de investigação, médicos que anotaram nas folhas de ponto cargas horárias que não foram cumpridas.
A TV Anhanguera acompanhou, com exclusividade, a rotina desses médicos e obteve as folhas de pontos assinadas em horários em que eles não estavam no hospital ou atendiam em clínicas particulares (veja vídeo acima). A direção do hospital calcula um prejuízo de mais de R$ 600 mil com as fraudes. O HDT é público e recebe dinheiro público para se manter, entre eles do Sistema Único de Saúde (SUS), enviado pelo governo federal.
Os médicos que trabalham no hospital são concursados e recebem em média R$ 15 mil por mês para trabalhar 20 horas por semana. O salário é calculado com base nas horas que eles alegam ter trabalhado, já que todos são dispensados de bater o ponto eletrônico, o que só acontece porque, além de médicos, eles também orientam estudantes de medicina.
Um dos investigados é o médico gastroenterologista Rodrigo Sebba, que aparece nas imagens passando pela catraca do hospital, no dia 28 de janeiro, às 15h12, e saindo às 15h24, ou seja, ficou apenas 12 minutos na unidade. No entanto, as anotações do médico na folha de ponto constam que ele trabalhou durante seis horas. Depois de ser notificado da investigação pelo Ministério Público, o médico pediu demissão do HDT.
Ao ser procurado pela TV Anhanguera, Rodrigo não quis falar sobre o assunto, mas disse, em nota, que sempre cumpriu seus horários e que, em mais de 20 anos, nunca recebeu reclamações em relação a isso. O médico disse ainda que sempre atendeu todos os pacientes agendados.
Atendimento em clínica particular
Outro flagrante, feito em 27 de janeiro deste ano, mostra a médica Mayra Ianhez estacionando o carro no hospital às 7h11. Ela chegou uma hora depois do que o registrado na folha de ponto manual, onde ela marcou a jornada de 6h às 15h, com intervalo de 1h, entre 11h30 e 12h30. Mas as câmeras filmaram a médica indo embora às 12h06.
A saída antecipada foi para atender pacientes particulares em uma clínica no Setor Sul, em Goiânia. A consulta com ela custa R$ 400.
A reportagem da TV Anhanguera marcou e pagou uma consulta com a dermatologista Mayra Ianhez nesse dia, no horário em que a médica escreveu na folha de ponto que estava no HDT. Ela começou a atender na clínica pouco antes de 14h, e o atendimento durou cerca de 15 minutos.
Em conversa com a médica Mayra Ianhez, na porta do hospital público, ela disse que sempre fica na unidade médica.
– Reportagem: A gente tem a gravação de que a senhora foi trabalhar e deveria estar aqui [no HDT]…
– Mayra: Ué, mas terça-feira eu fico sempre aqui…
– Reportagem: Foi numa segunda-feira.
– Mayra: Mas na segunda-feira, a gente tem a carga horária que vai desde as sete, aí eu fico sem almoçar, fico aqui até uma, duas horas da tarde, e depois é que eu vou, na tarde, durante a tarde, é que eu vou para o consultório.
– Reportagem: Nesse dia, a senhora foi embora ao meio-dia.
– Mayra: Sim, mas eu acho que estar, deve estar, mas… durante a semana a gente repõe. Mas assim, a gente não sai enquanto todos os pacientes não tiverem sido atendidos.
Supervisor também investigado
O responsável pela fiscalização das folhas manuais de frequência dos médicos é o infectologista Boaventura Braz, que coordena a Comissão de Ética do hospital. No entanto, de acordo com a investigação, além de aprovar as folhas fraudadas, os documentos mostram que ele também não cumpriu a carga horária prevista em algumas datas.
“Eu tenho a segurança de que o meu supervisor fez todo o acompanhamento das minhas preceptoras ou os meus preceptores e obviamente isso tudo é acompanhado numa programação anual”, disse o médico.
Na folha manual, Boaventura afirmou que trabalhou nos dias 17, 24 e 27 de janeiro. No entanto, segundo a direção do hospital, ele não apareceu no HDT nestes dias. As câmeras das três recepções do hospital também foram vistoriadas e, em nenhuma delas, o infectologista aparece.
“Hoje cedo eu dei uma aula de coronavírus. Que horário que eu estava preparando essa aula? Eu estava preparando na minha casa, com toda a minha estrutura para poder elaborar o material para disponibilizar para o residente. Você quando trabalha com academia, assistência, e um programa a ser cumprido, você tem que perceber que nem tudo vai acontecer dentro do hospital”, afirma o médico.
Outros flagrantes
Em 30 de janeiro deste ano, o circuito de segurança registrou a dermatologista Vanessa Gomes Maciel estacionando o carro no hospital às 9h11 para começar a atender pacientes. A câmera filma a médica saindo do local menos de quatro horas depois, às 12h27.
A médica escreveu na folha de ponto desse dia que começou a trabalhar às 7h. O documento assinado por ela é o que vale para calcular o salário no fim do mês. O que revela que a médica recebeu o equivalente a cinco horas trabalhadas, mas cumpriu pouco mais de três.
A reportagem tentou contato com Vanessa, mas não obteve retorno.
As câmeras também filmaram o dermatologista Danilo Augusto Teixeira, em 2 de janeiro deste ano, chegando ao hospital pouco depois das 8h. Ele vai embora às 8h43, filmado pelo mesmo circuito de segurança. Novamente na folha de ponto foi registrada a entrada às 7h e a saída às 13h. Ele recebeu por seis horas, enquanto trabalhou por volta de 40 minutos.
Danilo disse, em nota, que nunca deixou de atender pacientes ou de realizar cirurgias e, como médico preceptor, ou seja, que se dedica também a ensinar estudantes de medicina, precisa estudar, preparar aulas e elaborar artigos para apresentações em congressos.
Também em janeiro, a médica Camila de Barros Borges, declarou ter trabalhado das 6h às 15h. Porém, imagens das câmeras de segurança flagraram a chegada por volta de 9h e a saída às 12h48.
A médica disse que fica no hospital até a hora que lhe é determinada e que cumpre todos os horários, além de orientar os residentes.
A investigação também aponta que a médica infectologista Luciana de Souza Lima trabalhou no dia 14 de janeiro deste ano das 8h24 até as 12h21, o que totaliza 1h03 minutos a menos do que ela declarou na folha de ponto.
Luciana disse, em nota, que exerce todas as funções e horários e que tem 86 horas positivas no hospital.
Três meses de investigação
A fraude foi descoberta após investigações do próprio hospital. O HDT passou os últimos três meses recolhendo imagens das câmeras de segurança para comprovar a fraude, no entanto, a direção afirma que o esquema acontece há mais tempo.
De acordo com o diretor do HDT, Roger Moreira, o fato dos números de consultas realizadas pelos sete médicos suspeitos de fraude serem menor do que o número de pacientes que eles deveriam atender, chamou a atenção da direção do hospital.
“Nós passamos, então, a comparar o ponto que eles assinavam com a entrada e saída deles aqui no hospital e, nós, infelizmente, verificamos uma divergência muito grande, né, em desfavor do estado. Então, todo esse levantamento foi encaminhado para a Secretaria de Saúde para que a secretaria possa tomar as providências cabíveis”, disse Roger.
O Ministério Público também está apurando a denúncia. A promotora do MP responsável pelo caso quer entender como os médicos conseguem aliar o cumprimento da carga horária no HDT, em outros hospitais e ainda em consultórios particulares.
A Secretaria de Saúde também abriu um processo para investigar a fraude e saber o tamanho do prejuízo. O Secretário de Saúde de Goiás Ismael Alexandrino disse que irá tomar as devidas providências para corrigir o problema, assim que eles forem comprovados.
“O que ficar comprovado em cima de fatos, terá a sua devida correção, podendo variar entre o próprio arquivamento, se julgar improcedente a denúncia, como também advertência, suspensão, e também a demissão do trabalhador. E, se houver indício de dano ao erário, ou de algum tipo de enriquecimento ilícito, a medida necessária para ressarcir o estado em relação a isso”, garantiu Ismael.
Pacientes na fila de espera
Nas quatro horas em que a médica Mayra Ianhez esteve fora do HDT, pelo menos 12 pacientes poderiam ter sido atendidos, segundo a direção do hospital. Pacientes como Edvaldo, que mal consegue andar por causa das feridas na perna. O filho dele tenta marcar uma consulta desde outubro do ano passado.
Filho do paciente, o feirante Mauro Sérgio, desabafa sobre a condição física do pai. “Não consegue andar, não consegue. Até hoje não conseguiu mesmo [a consulta]. E aí fica só piorando a doença. Só piorando, piorando”.
A costureira Vanilda Rodrigues levou o filho de 5 anos ao posto de saúde por causa de uma ferida no peito. A pomada que o médico passou não resolveu o problema e um outro médico pediu que ela procurasse o HDT com urgência porque estava suspeitando de leishmaniose, uma doença que pode matar. Mas até a publicação desta reportagem, a costureira não conseguiu uma consulta no hospital, especializado em doenças infectocontagiosas.
"O nome dele está no sistema, mas ainda não tem a vaga lá para fazer [a consulta]. Eu já chorei no HDT, já pedi, já implorei para eles e eles disseram que não podem fazer nada. Tem que ser no sistema", lamenta Vanilda.
A direção do hospital calcula que nos últimos dois anos, os sete médicos investigados causaram um prejuízo de R$ 630 mil aos cofres públicos, ou seja, dinheiro que foi pago por horas em que os médicos não estavam no hospital.
O diretor do HDT afirma ainda que o prejuízo maior é à população que precisou do atendimento médico no hospital.
“A gente trabalha com recursos escassos e o que a gente percebe é que agora a população fica desassistida, porque o médico que é contratado para ficar 20 horas e vem 12, 13, 14, ele está deixando de prestar o atendimento para a população. População extremamente carente, população que precisa desse profissional aqui”, disse Roger.
A dona de casa Luzia Senna dos Santos sente na pele o prejuízo causado por esta situação.
“Irresponsabilidade com a gente, né. A gente precisa, tinha que atender”, disse.
O que dizem os citados
Resposta do médico Danilo Augusto Teixeira
O trabalho como médico preceptor envolve além de atendimento ambulatorial e cirurgia eletivas, a assistência à residência médica de dermatologia no hospital. Para tal, temos que estudar, preparar aulas, orientar teses de conclusão de curso, elaborar artigos científicos e apresentações em congressos.
Neste fim de semana, revisei dois trabalhos para serem mandados para o Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica e, ontem à noite, mais um trabalho. Fomos premiados como melhor trabalho no Congresso de Cirurgia Dermatológica de 2019, e agraciado com prêmios em Congressos de Dermatologia internacionalmente.
Além disso, oriento residentes (médicos em especialização) nos fins de semanas e datas festivas (Natal, Réveillon e Carnaval), além de orientar acompanhamento de procedimentos cirúrgicos em outros horários. Tudo isso fora dos horários estabelecidos há mais de cinco anos.
Como médico assistente, não deixo de atender os pacientes e de realizar as cirurgias. Nunca deixei um paciente sem atendimento e já participei de tantas outras atividades (atendimento gratuito a população nos fins de semana, aulas de conscientização sobre fotoproteção, análise de currículos de candidatos a residência médica) e comissões (vice-coordenador da Coreme por dois anos e membro da Coreme por mais dois anos) neste hospital.
Nota da médica Camila de Barros Borges
Eu tenho a dizer que estou tranquila, faço parte da equipe de preceptores do HDT, ou seja médicos que contribuem com a formação de novos médicos especialistas. O HDT não é um hospital só de assistência, ele é um hospital escola e eu faço parte desta equipe que forma novos profissionais. Para tanto fico no hospital até a hora que me é determinada, temos escalas de finais de semana e feriados, que cumpro regularmente, orientamos os residentes com trabalhos e pesquisas. Enfim, exerço a minha função de forma correta e cumpro tudo que meu cargo exige.
Nota do Hospital de Doenças Tropicais
Em resposta, a diretoria geral do HDT informa que o controle de segurança de entrada e saída da médica em questão não evidenciou compensação de horas não cumpridas em dia anterior, mostrando divergência com a carga horária registrada manualmente pela profissional.
O banco de horas é resultado da carga horária mencionada pela profissional em seu controle manual. Entretanto, no caso em questão, quando comparado o registro feito manualmente com o controle eletrônico da catraca de acesso ao hospital, os horários registrados, em sua maioria, são divergentes.
Os profissionais sujeitos a controle de frequência por ponto manual são obrigados a declarar o horário correto de entrada e saída na unidade, não havendo regime de compensação automático de horas. O hospital esclarece que a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás veda o cumprimento de carga horária na modalidade de sobreaviso, devendo esta ser totalmente cumprida de forma presencia.
Nota da médica Luciana de Souza
“Sou funcionaria desde 1997, entrei na residência, desde então exerço todas as minhas funções e horários e que inclusive tem 86 horas positivas no HDT e que a diretoria do hospital tem dificultado os médicos a folgar essas horas positivas”.
Nota do médico Rodrigo Sebba
“Que sempre exerceu seus horários e que, em mais de 20 anos, nunca teve reclamações da diretoria e dos pacientes, em relação aos horários de atendimentos. Sempre atendeu todos os pacientes agendados. E além disso sempre trabalhei no hospital como preceptor da residência médica, orientando residentes e fazendo pesquisas.
Poderiam fazer também uma pesquisa com os nossos pacientes atendidos para verificar a qualidade do atendimento e o grau de satisfação. Podem também verificar na recepção do hospital se algum dia deixei de atender qualquer paciente, inclusive vários que não estavam agendados, eram atendidos por mim como encaixe rotineiramente. Essa informação pode ser facilmente identificada no sistema de consultas e com os atendentes da recepção”.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Médicos do HDT são investigados por fraudes na folha de pontos
Direção do hospital percebeu as disparidades passou três meses analisando os vídeos das câmeras de segurança
HÉLIO LEMES
Sete médicos do Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia (HDT) são investigados pela direção da unidade e pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) por fraudes na folha de pontos da unidade de saúde. De acordo com as informações divulgadas os médicos são de diversas áreas e o trabalho de investigação teve duração de três meses, que constatou que os profissionais estavam anotado na folha cargas horárias que não foram cumpridas.
De acordo com a matéria da TV Anhanguera, os médicos não estava na unidade de saúde ou estavam atendendo em clínicas particulares. De acordo com a direção da unidade, o prejuízo ao hospital passa dos R$ 600 mil com as fraudes. Vale ressaltar que o HDT além de ser um hospital público, ele recebe dinheiro do governo estadual e federal para se manter.
Segundo a publicação os médicos do HDT envolvidos são concursados e recebem cerca de R$ 15 mil mensais para trabalhar 20 horas por semana. Vale ressaltar que o salário é calculado com base no período que os médicos dizem ter trabalhado, uma vez que eles são dispensados após bater o ponto eletrônico, devido a eles também orientarem estudantes de medicina.
Entre os investigados está o gastroenterologista Rodrigo Sebba, que aparece em imagens do circuito de segurança do dia 28 de janeiro e mostra que ele passa pela catraca às 15h12 e sai às 15h24. Entretanto embora o tempo que ele tenha ficado seja apenas de 12 minutos, a folha de ponto mostra que ele trabalhou seis horas no dia em questão, e após ser notificado da investigação, o profissional pediu demissão do HDT.
O médico não se pronunciou sobre o assunto e afirmou que sempre cumpriu seus horários, e que em mais de 20 anos de profissão ninguém reclamou por isso. Além disto ele alegou que atendeu a todos os pacientes marcados na data em questão.
Em alguns casos Médicos do HDT estavam atendendo em clínicas particulares
No dia 27 de janeiro de 2017, a médica Mayra Ianhez estacionou o carro às 7h11 no hospital, ou seja, chegou uma hora depois do que havia sido registrado na folha de ponto manual, pois ela marcou que teve uma jornada que começou às 6h e terminou às 15h, com intervalo de uma hora entre às 11h30 e 12h30. Porém as câmeras de segurança mostram que a médica foi embora às 12h06. E conforme a publicação Mayra saiu para atender pacientes em uma clínica particular no Setor Sul, em Goiânia, e a consulta com a profissional custa cerca de R$ 400.
O supervisor também é investigado por envolvimento no esquema, o responsável pela fiscalização das folhas manuais de frequência dos médicos é o infectologista Boaventura Braz que coordena a Comissão de Ética do Hospital. A investigação mostra que além de aprovar as fraudes, os documentos demostram que ele também não cumpriu com a carga horária prevista em algumas datas.
De acordo com a publicação na folha de ponto o infectologista afirmou que trabalhou nos dias 17, 24 e 27 de janeiro. Todavia, a direção do hospital, informou que ele não apareceu em nenhum destes dias na unidade. Além do mais as câmeras de segurança do HDT foram vistoriadas, e o médico não aparecem em nenhuma delas.
Outra médica que também foi flagrada saindo antes de cumprir a carga horária, foi a dermatologista Vanessa Gomes Maciel, que estacionou o carro na frente do hospital às 9h11 para começar o atendimento aos pacientes, e às 12h27 as câmeras flagram a dermatologista deixando a unidade.
Na folha de ponto de acordo com a investigação, a médica afirmou que começou a trabalhar às 7h. Além disto o documento que ela assinou é usado para calcular o salário dela no final do mês. O documento revela que a médica recebeu por cerca de cinco horas de trabalho, e cumpriu pouco mais de três. Vanessa não se pronunciou sobre o caso.
No dia 2 de janeiro deste ano o dermatologista Danilo Augusto Teixeira, chegou ao HDT um pouco depois das 8h, mas foi embora por volta das 8h43, conforme registrado pelas câmeras da unidade. Entretanto na folha de ponto o médico antou que entrou às 7h e saiu às 13h, mesmo tendo ficado apenas 40 minutos na unidade, e recebeu por seis horas de trabalho.
Em resposta o médico afirmou que nunca deixou de atender pacientes ou fazer cirurgias, como médico preceptor, que ensina estudantes de medicina.
Em janeiro a médica Camila de Barros Borges antou que trabalhou das 6h às 15h, mas as imagens do circuito de segurança mostram que ela chegou às 9h e saiu às 12h48. Para a TV a médica informou que fica na unidade até a hora que lhe é determinada, que cumpre os horários e orienta os residentes.
Outra investigada é a médica infectologista Luciana de Souza Lima, que no dia 14 de janeiro do ano corrente entrou na unidade por volta das 8h24 e saiu às 12h21, que é uma hora e três minutos a menos do que ela registrou na folha de ponto.
A médica em resposta afirmou não deixou de cumprir com suas funções e horários, e concluiu que tem 86 horas positivas no hospital.
A fraude na folha de pontos foi descoberta pelo próprio hospital, a unidade passou os últimos três meses recolhendo imagens das câmeras de segurança para comprovar a fraude, porém, a direção afirmou que o esquema existe a mais tempo.
O diretor da unidade, Roger Moreira, afirmou que o fato dos números de consultas pelos médicos suspeitos serem menor do que o número de pacientes que eles deveriam atender, foi o que chamou a atenção da direção do HDT.
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JORNAL OPÇÃO
Justiça determina que Ipasgo restabeleça autorização de atendimentos no Ingoh
Por Thauany Melo
Suspensão havia sido declarada em razão da investigação da Operação Metástase, que indiciou médica do instituto e ex-presidente do órgão público
A Justiça determinou na última segunda-feira, 17, que o Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) restaure as guias de atendimento para conveniados no Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh). A suspensão havia sido declarada em razão da investigação da Operação Metástase, que indiciou uma médica do instituto e um ex-presidente do Ipasgo.
A decisão entende que o órgão público deve apresentar provas concretas ou esperar que o processo seja concluído antes de suspender os atendimentos. Segundo a juíza responsável pelo parecer, Livia Vaz da Silva, o descumprimento da decisão será penalizado em multa de R$ 50 mil por dia.
Para o Ingoh, a decisão é muito importante, pois a ação inicial feriu o princípio constitucional de garantia à ampla defesa e cerceou o direito do paciente decidir onde quer realizar o seu tratamento. Além disso, orientaram para que os pacientes que não conseguirem a autorização de atendimento entrem em contato com o Ipasgo e, em caso de negativa, informem à justiça.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ipasgo, mas ainda não obteve retorno. O espaço permanece aberto e a matéria poderá ser atualizada.
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Cais Jardim Guanabara III será transformado em UPA
Por Eduardo Pinheiro
Com as obras, unidade ganhará mais 600m2 e será transformada em Unidade de Pronto Atendimento (UPA), proporcionando mais segurança e conforto aos pacientes e funcionários
O prefeito Iris Rezende (MDB) e a secretária de saúde de Goiânia, Fátima Mrué, assinam, nesta quarta-feira, 19, ordem de serviço para reforma e ampliação do imóvel onde funciona o Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) Jardim Guanabara III. Com as obras, o Cais será transformado em Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
A obra de reforma e ampliação para a futura UPA Guanabara, na região Norte de Goiânia, será executada com recursos do Tesouro Municipal a um valor de R$ 2,1 milhões. A empresa MVA Construtora Eireli-EPP, vencedora da licitação, deverá executar os serviços no prazo máximo de 180 dias.
Ao final, a área construída do Cais terá acréscimo de quase 600 m2, passando dos atuais 1.700 m² para 2.280 m². Serão construídos uma sala de urgência, enfermaria pediátrica, banheiros nas salas de observação e sala de repouso para funcionários. Além disso, a recepção será ampliada, tudo pensando em maior conforto e segurança dos pacientes e funcionários.
Especialidades
Inaugurado em outubro de 2006, o Cais Jardim Guanabara III atende em média de 5,5 mil pessoas por mês, entre urgência, ambulatório e saúde da família. Além da urgência e do ambulatório, que oferecem as especialidades de psicologia, odontologia, pediatria e assistência social.
No Cais também funcionam três equipes do Programa Saúde da Família, com médico, enfermeiro, odontólogo e cinco agentes comunitários cada uma. Para a realização da obra, os 226 funcionários e os serviços oferecidos no local foram transferidos para outras unidades da região.
Outras UPAs
Goiânia conta atualmente com três UPAs: Itaipú e Noroeste, reconhecidas pelo Ministério da Saúde (MS); e a Novo Mundo, que está em processo de certificação. O Cais Chácara do Governador, que já está em reforma, também será transformado em UPA.
A obra de reforma e ampliação do Ciams Jardim América, outra unidade que será UPA, foi abandonada pela empreiteira responsável devido a desentendimentos entre os próprios sócios e dissolução da sociedade.
A segunda empresa colocada na licitação foi chamada, via processo, mas não poderá dar continuidade aos trabalhos. Uma nova licitação será realizada no dia 3 de março. A empresa ART Construtora e Incorporadora, que abandonou a obra, foi penalizada pela SMS com multa de 2% do valor do contrato, equivalente a R$61.905,90, e declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação