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O POPULAR
Saúde
Jovem morre ao fazer exercícios em academia
Família de auxiliar financeiro de 27 anos diz que ele era hipertenso e estava acima do peso
Janda Nayara
O auxiliar financeiro Clayton Teodoro Borges, de 27 anos, morreu na manhã de ontem após sofrer uma parada cardíaca na academia Bambuí, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia. De acordo com a família, Clayton era hipertenso e estava acima do peso, motivo que o levou a procurar a prática de atividade física. Ele tinha se matriculado há cerca de dez dias.
De acordo com o proprietário da academia, Pedro Gonçalves Júnior, o rapaz tinha feito dez minutos de exercício em uma bicicleta ergométrica quando passou mal. “Ele parou para beber água e eu ainda perguntei se estava tudo bem, que depois partiríamos para a esteira. Ele fez sinal de positivo com a cabeça e quando me virei, ele caiu no chão”, afirmou.
De acordo com o Gonçalves Júnior, os primeiros socorros foram prestados com a ajuda de alunos da academia e orientação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que chegou ao local minutos depois. “Fizeram uso de medicação e desfibrilador, mas não adiantou”, disse.
Segundo informações do Samu, Clayton foi encaminhado para o Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) Chácara do Governador, mas já chegou sem vida ao local. O corpo passou por necropsia no Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) e seria transferido para Romaria (MG), cidade natal de Clayton.
Mesmo hipertenso e sedentário, Clayton não apresentou à academia o atestado médico que o liberasse para a atividade física, exigência do Conselho Regional de Educação Física (Cref-14/GO-TO).
“Fizemos o questionário e pedimos que ele trouxesse a liberação médica o mais rapidamente possível, enquanto isso passamos exercícios brandos de adaptação, já que ele também não tinha preparo físico”, afirmou o proprietário do estabelecimento.
De acordo com Rubens dos Santos Silva, presidente do Cref-14, a academia, que existe desde 2008, estava regularizada no órgão. “A última vistoria tinha sido feita em agosto de 2013 e neste período confirmamos que pediam os atestados dos clientes”, afirmou.
Silva explica que a fiscalização é feita em média três vezes ao ano, onde são verificadas a exigência do atestado médico, a presença do profissional registrado no Cref-14 e as condições físicas do local.
Uma sindicância foi aberta pelo órgão para investigar se houve falha na atuação do estabelecimento. “Nossa comissão de fiscalização, que dá apoio ao trabalho dos fiscais, já fez avaliação prévia no local, que estava em ordem.” O Cref-14 dispõe de 2 fiscais na capital para acompanhar 485 academias e 6,8 mil profissionais.
Fique atento
O que observar antes de se matricular em academia:
■ Certificado de regularidade emitido pelo Conselho Regional de Educação Física;
■ Se os profissionais que ministram os exercícios são credenciados junto ao órgão;
■ Ventilação do local;
■ Bom estado dos equipamentos.
* Dúvidas ou denúncias podem ser solucionadas no portal www.cref14.org.br
Presidente do Cremego recomenda avaliação antecipada
O cardiologista e presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), Erso Guimarães, explica que todo programa de atividade física deve ser precedido por uma avaliação médica de cardiologista ou clínico geral. Mesmo com os cuidados, ele afirma que não há garantias de que algo mais grave não possa acontecer. O médico lembra que a morte súbita relacionada às atividades físicas e aos esportes já atingiu até atletas de elite.
“Na consulta, o profissional de medicina avaliará o histórico médico familiar e pessoal do paciente, como desmaios, tonturas, dores no peito, falta de ar e o uso arriscado e indevido de substâncias lícitas e ilícitas, como anabolizantes, hormônios, estimulantes e outras drogas. Os exames necessários serão solicitados e todos precisam de avaliação médica”, explicou.
Guimarães afirma que mesmo para atividade de lazer ou para aquelas pessoas que ficaram um tempo afastadas do esporte é necessária a investigação médica. “O acompanhamento do profissional de educação física orientando sobre resistência, intensidade, duração e sequência também é fundamental”, disse.
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Dengue
Três cidades goianas têm 12% dos casos no País
Em relação aos estados, Goiás possui mais de 26% dos 87.136 casos de dengue registrados no Brasil apenas neste ano
Vandré Abreu
Goiânia, Luziânia e Aparecida de Goiânia registraram 12,41% dos casos de dengue notificados em todo o Brasil. A capital goiana é a cidade com o maior número de registros até a nona semana epidemiológica deste ano, com 6.089 casos, seguida pela cidade do Entorno do Distrito Federal (2.888) e Aparecida (1.838). Apenas a quarta cidade brasileira com mais casos não é de Goiás, sendo Campinas, em São Paulo, com 1.739 registros. Os dados fazem parte do Balanço da Dengue, divulgado ontem pelo Ministério da Saúde (MS).
Além de encabeçar o ranking dos municípios, Goiás também lidera o número de notificações entre todos os estados, sendo que mais de um quarto dos registros (26,22%) de dengue são de goianos. Em seguida, está São Paulo com 16.147 casos. Segundo o MS, o ranking leva em conta apenas o número absoluto de casos, que deve ser relativizado quanto ao tamanho do estado, índice de infestação e clima para os casos de comparação. No Brasil, a tendência é que o número de casos seja menor em estados mais ao sul, em função do clima mais frio.
Diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Flúvia Amorim afirma que o clima em Goiás é propício ao estabelecimento do mosquito Aedes Aegypti, especialmente com a mudança drástica em poucas horas, com chuvas intercaladas com sol intenso. No entanto, mesmo a comparação com estados vizinhos, de climas parecidos, como o Distrito Federal, também é vista como errônea, dado que a forma de notificação de cada secretaria municipal e estadual é feita de maneira diferente e pode ocorrer a subnotificação.
Segundo Flúvia, uma explicação para a grande quantidade de casos em Goiás seria em relação à circulação do vírus. Enquanto nacionalmente o vírus tipo 1 ainda se sobressai em relação aos outros três tipos, com 49%, no Estado já há uma maioria do vírus tipo 4, com 60% dos casos. O tipo 4 é um vírus mais novo, registrado no Brasil em 2011 e, portanto, há um maior número de pessoas suscetíveis a ele e, com a maior circulação, a tendência é que mais casos sejam registrados. Já o vírus tipo 1 foi registrado no início da década de 2000 e, portanto, há uma menor quantidade de pessoas que ainda não foram infectadas por ele.
INTERIOR
A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Tânia Vaz, afirma que, apesar da liderança no ranking de casos notificados, Goiás seguiu a tendência nacional em reduzir os registros na comparação com o ano passado. No entanto, essa redução ficou aquém do índice nacional, calculado em 80% e semelhante ao percebido em Goiânia. No Estado, até a última semana epidemiológica, fechada no dia 8 de março, a redução chegava a apenas 64%. Válido lembrar que, em 2013, Goiás passou pela maior epidemia da história da doença, com quase 160 mil casos.
Em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, ocorreu aumento de casos notificados em relação a 2013, quando foram registrados 1.882 casos ante 3.341 até o início de março. Segundo Tânia Vaz, há várias hipóteses para explicar esse aumento nos registros, como uma epidemia na cidade, mas a explicação mais provável é que teria ocorrido uma subnotificação de casos no ano passado.
Maioria dos criadouros do Centro-Oeste está no lixo
De acordo com o Balanço da Dengue, 43,8% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti no Centro-Oeste estavam no lixo, 28,9% no armazenamento de água e 27,3% nos domicílios. Para a diretora em Vigilância em Saúde da SMS, Flúvia Amorim, a realidade na capital é diferente, sendo identificada a maior parte dos criadouros nos domicílios. “É o nosso grande problema, porque também dificulta muito o combate, dada a dificuldade que temos em entrar nas residências, diz.”
O problema gerado pela coleta de lixo na capital nas últimas semanas, com a falta de caminhões coletores, não deve aumentar o número de casos de dengue, segundo Flúvia. A diretora explica que o ciclo do mosquito é de 10 a 15 dias, e que o problema não durou essa quantidade de tempo. No entanto, o número de casos deve aumentar nessa semana em relação à anterior em função da volta das chuvas seguidas por um período longo de calor intenso.
ACIMA DO ESPERADO
Flúvia explica que a avaliação da doença é mais local e, atualmente, o número de casos esperados está bem acima dos notificados, o que é explicado pela ausência de chuvas no início do ano e com a ocorrência de chuvas contínuas nos dias seguintes. “A comparação acaba colocando Goiânia na frente, mas ela é muito relativa principalmente pela sensibilidade da vigilância”, diz Flúvia, que explica que esse termo se refere a maneira com que cada secretaria documenta os casos e os envia ao Ministério.
Seis cidades com alto risco
A superintendente de Vigilância da Saúde da SES, Tânia Vaz, afirma que a secretaria, atualmente, tem maior preocupação com o número de casos registrados e menos com os índices de infestação. De acordo com o Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (LIRAa), também divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, seis municípios goianos possuem risco de infestação, com índice acima de 4%, e 75 estão em alerta, entre 1% e 3,9%. Esse número se refere à quantidade de imóveis que possuem condições propícias para a proliferação do mosquito.
Há ainda 54 cidades com índice satisfatório de infestação. O número mais alto foi encontrado em Montes Claros de Goiás, com 5,5% dos imóveis oferecendo riscos à saúde. Tânia Vaz informa que Goiás conta com 22 municípios prioritários no combate à dengue, mas que todos os 246 são monitorados em tempo real, em que é debatida a estratégia de combate à doença junto com as secretarias municipais. “A gente define o que é melhor para a característica da cidade, se vamos usar bombas costais ou carros fumacê, por exemplo.”
Segundo Tânia, a SES tem a prioridade de eliminar os criadouros dos mosquitos, mesmo que a população tenha uma preferência pelos carros fumacê, ideais para o combate do inseto adulto. Em Goiânia, o estado de infestação é de alerta, com índice de 2,3%. Segundo a diretora em Vigilância de Saúde da secretaria municipal, Flúvia Amorim, este índice é o normal para a cidade em períodos de chuva como este do início do ano. “Para cidades com clima iguais ao nosso é um número bem razoável, claro que não é o ideal, mas é dentro do nosso controle.”
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TV ANHANGUERA (clique no link para acessar a matéria)
Jornal Anhanguera 1º Edição mostra a rotina dos principais hospitais de Goiânia
http://g1.globo.com/videos/goias/jatv-1edicao/t/edicoes/v/jornal-anhanguera-1o-edicao-mostra-a-rotina-dos-principais-hospitais-de-goiania/3221041/
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação