Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 19 A 21/07/14

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES DE HOJE


• Cirurgia Plástica – Paciente perde ação na Justiça
• Hugo 2 – Concurso para 2.363 vagas
• Hugo 2 abre com 40% da capacidade, mas OS receberá 80%
• Aids no cotidiano de um jovem goiano: “É para o resto da vida”
• Os perigos do glúten


O POPULAR

Cirurgia Plástica
Paciente perde ação na Justiça
Para TJ-GO, operação foi considerada satisfatória por perito e mulher teria abandonado tratamento
Carla Borges

Uma mulher que se submeteu a uma rinoplastia, cirurgia plástica estética no nariz, teve negado pela Justiça o pedido de indenização por danos morais e materiais. Além da ausência de provas de que a conduta da médica que realizou o procedimento ocasionou o mau resultado, a perícia judicial comprovou que os métodos empregados foram corretos e constatou que a própria paciente pode ter contribuído para o resultado, por ter abandonado o tratamento, por conduta inadequada após o ato cirúrgico e pela própria reação do organismo. A decisão é da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), que seguiu o voto do relator, desembargador Leobino Valente Chaves. A decisão reformou sentença de primeiro grau, que havia condenado a médica e o hospital onde o procedimento foi feito ao pagamento de R$ 4,2 mil de indenização por danos materiais e de R$ 20 mil por danos morais. A paciente ainda foi condenada a pagar R$ 1,5 mil de honorários de advogado.
O caso aconteceu em 2008, em Goiânia. A mulher contratou os serviços da médica para a realização de uma cirurgia plástica embelezadora nas mamas e no nariz. No entanto, após 20 dias de pós-operatório, ela procurou a médica, insatisfeita com o resultado da cirurgia do nariz que, segundo ela, a deixou “pior do que antes”. Na época, segundo os autos, a cirurgiã explicou a ela que em procedimentos desta natureza a necessidade de um período maior de espera porque a região é propícia a inchaços e edemas. Tudo isso estava registrado no Termo de Consentimento Informado, assinado pela cliente antes da cirurgia. No documento, está escrito que “os resultados na rinoplastia são difíceis de avaliar antes de três meses, tempo em que o nariz permanece inchado, sendo que, em alguns casos, o edema pode demorar meses ou até um ano para regredir por completo”.
Diante do quadro de ansiedade da paciente, cerca de dois meses e meio depois da cirurgia, a médica a procurou, por telefone, dizendo que, por ela não querer aguardar o tempo previsto, a solução seria fazer uma cirurgia reparadora, na qual seria feito um enxerto no nariz, com cartilagem da costela. A cirurgia chegou a ser marcada para 23 de dezembro daquele ano, mas a paciente desistiu, alegando falta de confiança na médica. Ela decidiu, então, procurar outro cirurgião plástico, que operou seu nariz em janeiro de 2009. Depois da nova cirurgia, a mulher decidiu processar a cirurgiã na Justiça. Para isso, reuniu nota fiscal do serviço, relatório médico da primeira cirurgia e fotografias de antes e depois. Durante a instrução do processo, foi realizada perícia médica, que concluiu que o procedimento cirúrgico foi correto e que a médica, em síntese, aplicou técnicas adequadas ao caso. O perito concluiu que, em vez de agir de forma imprudente, negligente ou imperita, a profissional é muito habilitada.
“É, ao meu ver, muito mais plausível a possibilidade de que tenha ocorrido uma inesperada perda de sustentação cartilaginosa, já no pós-operatório do que, repito, a ocorrência de uma falha básica, ainda mais com uma profissional habilitada”, concluiu o perito.
Para o relator, foi comprovado que a cirurgia foi considerada satisfatória do ponto de vista da literatura médica, o que exclui a possibilidade de erro. Leobino também considerou a conduta da operada. “O fato de a paciente ter manipulado (mobilizado) o curativo ‘aquaplast’ pode ter causado prejuízo à delicada arquitetura de arcabouço ósseo e cartilaginoso recém-construída, como informado pelo perito”, ponderou o magistrado, acrescentando que as fotografias levada ao processo não podem ser consideradas únicas a reconhecer uma suposta imperícia.

Documentação resguarda ambas as partes

No último dia 29, reportagem do POPULAR mostrou o aumento de reclamações por supostos erros em procedimentos médicos, que chegou a 300% em algumas regiões do País nos últimos dez anos. Médicos e advogados especialistas na área de saúde ouvidos na ocasião apontavam para a necessidade de médicos e pacientes documentarem tudo o que for possível quando da realização de intervenções cirúrgicas, especialmente naquelas eletivas, que são marcadas. Mesmo nos procedimentos de urgência alguns cuidados podem ser tomados. Esse cuidado pode resguardar tanto os profissionais da área de saúde como pacientes. Na semana passada, O POPULAR mostrou a decisão do desembargador Itamar de Lima que condenou um hospital a indenizar em R$ 15 mil um paciente que ficou com sequelas após a realização de uma cirurgia. Ele entendeu que, apesar de não haver indícios de erro no ato cirúrgico, é dever do profissional orientar e informar sobre os riscos do procedimento.
No caso envolvendo médica e paciente da cirurgia de rinoplastia, a informação da paciente sobre os riscos e intercorrências da operação foi um dos fatos determinantes para que a médica ficasse livre da obrigação de indenizar os danos alegados pela paciente. Presidente da seccional goiana da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o médico Paulo Diniz Júnior observa que no caso em questão havia provas evidentes de que a médica agiu com lisura e profissionalismo. “É isso que se espera da Justiça, que ela seja correta em seus julgamentos, dando oportunidade aos dois lados, o que foi feito e deve ser feito sempre”, avaliou. Diniz acrescenta que é importante que os profissionais façam os Termos de Consentimento Informado com cuidado e que todos os documentos sejam corretamente preenchidos.
Presidente da Comissão de Direito Médico, Sanitário e de Defesa da Saúde da seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), Ana Lúcia Amorim Boaventura ressalta que a documentação resguarda as duas partes, médico e paciente. Principalmente em cirurgias estéticas, ela recomenda que o paciente procure se informar e discutir exaustivamente o que ele busca e os resultados que podem ser esperados. “A estética é muito subjetiva. Muitas vezes, o defeito que você vê, eu não vejo”, exemplifica a advogada. Ela acrescenta que os tribunais já pacificaram que a relação entre médico e paciente é uma relação de consumo. Assim, o médico tem o dever de informar. Sobre o caso da rinoplastia, quando soube, pela reportagem, que a perícia e a Justiça concluíram que a paciente não tomou os cuidados necessários, Ana Lúcia observa que essa conduta tem nome na doutrina do direito médico: erro do paciente. “Esse tipo de procedimento é uma sociedade. O bom resultado depende do casamento entre a atitude do médico e a do paciente”, orienta.
Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Erso Guimarães observa que o episódio serve para reforçar ainda mais a recomendação que o órgão já faz, para que os médicos adotem o uso de Termos de Consentimento Informado, não apenas nas cirurgias eletivas. “Ele vale também para as urgências”, diz o médico. “Só nos casos de extrema urgência, ou seja, nas emergências, os médicos não devem ter isso em mente, porque primeiro é a vida do paciente, depois dados burocráticos”, acrescenta. Embora não seja obrigatório nem para cirurgias eletivas, Guimarães pondera que o documento protege o profissional médico e sua equipe e também o paciente. Ele acrescenta que informar o paciente sobre todos os aspectos que envolvem qualquer procedimento terapêutico é dever do médico, previsto no Código de Ética Médica. “É mais honesto que se tire todas as dúvidas e essa informação deve estar preferencialmente documentada, é mais fácil para dirimir quaisquer dúvidas.” (21/07/14)
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Hugo 2
Concurso para 2.363 vagas
Lista de aprovados deve sair no dia 5 de setembro, antes da abertura prevista do hospital
Rafael Xavier e Patrícia Drummond

Com mais 90% da obra concluída, o Hospital de Urgências da região noroeste de Goiânia, o Hugo 2, deve entrar em operação no final de setembro. Ontem a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e a Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (Agir) firmaram o contrato de gestão. A organização social terá a responsabilidade de gerir a estrutura por 48 meses – com possibilidade de prorrogação do vínculo por mais 48 meses – e lançou logo após a assinatura do acordo um processo de seleção pública para montar o quadro de funcionários da unidade.
São 2.363 vagas, que serão preenchidas por meio de um processo seletivo que será aplicado pela Universidade Estadual de Goiás (UEG). A contratação dos funcionários, assim como a operação do hospital, é de total responsabilidade da Agir. De acordo com o superintendente executiva da organização, Sérgio Daher, a opção por uma seleção pública se deu pela magnitute da contratação. “Para um processo seletivo deste tamanho, não é nossa área de atuação, por isso buscamos uma universidade”, destacou.
O secretário de saúde, Halim Girade, disse que, a seleção pública foi uma sugestão da SES. “Nós pedimos que faça a seleção sempre via concurso, como vai fazer agora. Não é uma exigência, mas selecionar os melhores é uma exigência”, comentou o titular da pasta. Para o dirigente da OS, no entanto, o método de contratação de funcionários para o Hugo 2 vai depender do quantitativo. “Isso vai depender da necessidade. Se nós vamos contratar dois colaboradores nós não iremos conseguir uma instituição que faça a contratação. É por isso que existe o RH (Departamento de Recursos Humanos) próprio de cada empresa.”
Cauteloso quanto a inauguração do Hugo 2, Sérgio Daher não quis precisar uma data, mas, de acordo com o cronograma publicado no edital de seleção de pessoal, a expectativa é de que a partir do dia 5 de setembro seja publicado os nomes dos aprovados e o cronograma de convocação seja definido. As datas, portanto, estão de acordo com o que pretende o secretário Halim Girade. “A partir de hoje, eles (Agir) estão tendo já a oportunidade de ser gerentes, eles podem começar a preparar o funcionamento do hospital”, afirmou o secretário, que estima que o hospital entre em operação no fim de setembro.
Conforme apurou o POPULAR, o Núcleo de Seleção da UEG foi procurado, para assumir o concurso, ainda neste mês de julho, e só aguardava a assinatura do contrato entre a AGIR e a Secretaria Estadual de Saúde (SES) para divulgar o Edital. “Embora tenha sido tudo muito rápido, já estamos acostumados a coordenar concursos desse porte e não houve dificuldade”, informou uma fonte ouvida pela reportagem no Núcleo de Seleção. De acordo com o material divulgado, as inscrições para o concurso do Hugo 2 terminam no próximo dia 27 e o resultado final, com a lista dos aprovados, deve sair em 5 de setembro. Tudo está sendo feito pela internet, por meio do site www.nucleodeselecao.ueg.br.
Ao todo, são 2.363 vagas, sendo 484 para nível fundamental; 1.008 para nível médio; e 871 para nível superior. O regime de jurídico de trabalho é celetista e os candidatos aprovados e classificados no limite das vagas oferecidas serão contratados conforme a necessidade da AGIR. Os salários variam de R$ 850 reais a R$ 6,6 mil. A validade do concurso público é de seis meses, contados a partir da publicação do resultado final no Diário Oficial do Estado de Goiás, podendo ser prorrogado por três meses, a critério da OS. A seleção para os postos de trabalho ocorrerá em três etapas: avaliação da equipe multiprofissional, de caráter eliminatório (exclusiva aos candidatos com deficiência); prova objetiva, de caráter eliminatório e classificatório; e análise curricular, de caráter classificatório. Todo o processo seletivo será realizado na capital.
CARGOS
Segundo prevê o edital lançado pelo Núcleo de Seleção da UEG, os cargos a serem preenchidos no Hugo 2 variam entre os níveis fundamental, médio e superior. Para nível fundamental, estão disponíveis vagas de auxiliar de cozinha, higiene, manutenção e processamento de roupas; camareira; copeiro; copeiro executivo; cozinheiro; eletricista; jardineiro; lactarista; maqueiro; motorista; operador de caldeiras; e vigilante. Já para candidatos de nível médio, a disponibilidade é para agente administrative; almoxarife; auxiliar de laboratório clinico; digitador; eletrotécnico; faturista; fotógrafo/filmador; instrumentador cirúrgico; mecânico de manutenção; monitor de video; programador; recepcionista; telefonista; técnico em informática, em nutrição e em segurança; técnico em análises clínicas, em eletroencefalograma e em enfermagem (este último, para diferentes e variadas áreas médicas).
Os cargos de nível superior, por sua vez, são para assistente social; biomédico; enfermeiro e fisioterapeuta (para diferentes e variadas áreas médicas); engenheiro do trabalho; fonoaudiólogo; nutricionista (clínica e produção); odontólogo (bucomaxilo); psicólogo; terapeuta ocupacional; e medico, em especialidades que variam de pediatria a nefrologia. Há vagas para plantonistas e diaristas e em períodos diurno, matutino, vespertino e noturno.
Para inscrever-se no concurso do Hugo 2, o interessado deve conectar-se ao endereço eletrônicowww.nucleodeselecao.ueg.br e ler o edital de abertura. Em seguida, fazer o cadastro geral, caso não o tenha feito ainda, por meio do CPF, e guardar a senha gerada. O passo seguinte é preencher o formulário de inscrição; gerar e imprimir o documento de arrecadação estadual (Dare); e efetuar, até o dia 28 de julho, o pagamento da taxa de inscrição, por meio do Dare – o pagamento pode ser feito em qualquer agência, em terminal de autoatendimento ou no serviço de internet dos bancos integrantes da rede de arrecadação do estado de Goiás indicados no Dare, ou em seus correspondentes bancários. Depois, é só imprimir o comprovante de inscrição, também pela internet, a partir de dois dias úteis depois da data de efetivação do pagamento da taxa de inscrição.

Hugo 2 abre com 40% da capacidade, mas OS receberá 80%
No primeiro mês, a expectativa é de que o Hugo 2 funcione com cerca de 40% de sua capacidade. Segundo o plano de metas que consta na minuta de contrato da SES com a Agir, este número significa que a unidade deve ter cerca de 1,6 mil atendimentos de urgências nos 30 primeiros dias de funcionamento. A carga será ampliada até que se atinja, a partir do sétimo mês, quase 4,1 mil atendimentos do tipo, por mês. “Temos, principalmente, que garantir a segurança do paciente, num processo que é gradativo. Abrindo 40% já desafogaremos o Hugo”, estima Halim Girade.
No contrato de gestão, mesmo nos primeiros meses, a Agir receberá o valor de 80% do contrato. Este é o percentual fixo estipulado no acordo, enquanto os demais 20% estão vinculados às metas estipuladas no documento firmado entre as instituições. Se conseguir cumprir os objetivos estipulados, a Agir receberá R$ 15.020.830, por mês. Ao final do contrato a instituição poderá receber do governo estadual o total de R$ 720,9 milhões.
O valor, no entanto, divulgado pela SES, foi contestado pelo superintendente executivo da OS. “Houve ai uma informação equivocada deste valor de pagamento de serviços na sua totalidade por mês. Evidentemente que os gestores do hospital vão tentar produzir sua totalidade o mais rápido possível, mas não é neste momento (o valor que será recebido). Neste momento é impossível.” (19/07/14)
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JORNAL OPÇÃO

Aids no cotidiano de um jovem goiano: “É para o resto da vida”

O Jornal Opção Online acompanhou o dia de um jovem goiano portador do vírus HIV. O depoimento de P.M.C. é emocionante e alerta sobre os riscos de sexo sem segurança

P.M.C. só lembra que é “positivo” quando caminha até a geladeira para pegar um copo de suco para tomar a medicação. “Sempre odiei remédios”, diz, mas é obrigado a tomar rigorosamente quatro comprimidos todas as noites, “para o resto da vida, sem folgas”.  Os quatro: Ritonavir, Atazanavir e dois Biovir – conhecidos como coquetéis, que surgiram na década de 1980, e que servem para impedir a multiplicação do vírus da imunodeficiência humana, o HIV, no organismo.
Este mês o jovem completa exatamente um ano na nova rotina. P.M.C. tem hoje 21 anos, contraiu o vírus há dois. “Quando recebi o diagnóstico da minha sorologia positiva vivi um pesadelo, não estava pronto para lidar com a notícia. Para quem contar? Como seria minha vida? Iria morrer?”, disse, relembrando da época.
Atualmente cursa o quinto período da faculdade de Direito em uma universidade de Goiânia. “Com o passar dos dias fui aceitando a ideia”, afirma. Depois do pesadelo, P.M.C. se diz bem, feliz, de um viver mais leve que antes. “Meu dia-a-dia é comum, estudo, trabalho e nem sempre me lembro que tenho o vírus”.
Após o período sombrio, casou-se. O companheiro também é soropositivo, adquiriu o vírus em um relacionamento anterior. “Por confiança ele deixou de usar preservativo”, contou. Atualmente os dois usam camisinha durante suas relações sexuais.
A cada dois meses P.M.C. sai de sua casa no Setor Vila Brasília, em Aparecida de Goiânia, e segue para o Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica, localizado na Av. Contorno, no Setor Norte Ferroviário, em Goiânia. No centro, é atendido por um médico. O Jornal Opção Online acompanhou uma consulta do jovem com o médico infectologista Vicente Porfirio Pessoa.

No consultório o especialista confessou à reportagem que tem atendido muitos jovens. “Aumentou o número de jovens com o vírus, principalmente homoafetivos, entre 20 e 28 anos”, disse. Na próxima consulta, P.M.C. deverá fazer exames para conferir a carga viral e o seu perfil bioquímico completo. “Não deve passar da próxima e não se esqueça de trazer o caderno [onde o jovem anota as datas de todos os exames realizados]; pode trazer o jornalista, mas traga o caderno também”, brincou Vicente Porfirio.
O tratamento e centro de referência em Goiás
Após consulta, o jovem P.M.C. voltou para casa com medicamentos que usará pelos próximos dois meses.  “As testagens, os aconselhamentos e o tratamento de pessoas com alguma Doença Sexualmente Transmissível (DST) são feitos por nós de forma gratuita”, disse à reportagem a coordenadora técnica do Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica, Juliana Monteiro Machado.
O centro trabalha com demandas espontâneas. “Fazemos campanhas, como por exemplo, o Fique Sabendo [do governo federal], que incentiva o teste rápido do HIV”, salientou a coordenadora.
No mês passado a unidade de saúde atendeu 354 pessoas que precisaram da especialidade médica em infectologia.  Além de registrar 60 casos de DST’s, como Condiloma, Herpes, Úlceras Genitais e Hepatites B.
Em junho foram confirmados e notificados 22 novos casos de HIV na unidade, 15 em homens e 7  em mulheres. O centro de referência fez ainda mais de 760 aconselhamentos sobre os riscos do sexo sem preservativo.
A reportagem encontrou o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) da unidade praticamente vazio. Uma mulher, que não quis se identificar, afirmou que o seu teste rápido de HIV não demorou mais que trinta minutos para ser concluído. “Passei por um aconselhamento com um assistente social antes de realizar o teste, e um depois que o resultado ficou pronto. Deu negativo”, comentou com alívio.
Aids no Brasil e no Estado

Dados divulgados nesta quarta-feira (16/7) pela Unaids, programa da Organização das Nações Unidas (Onu) voltada para HIV/Aids, afirma que o número de novas pessoas infectadas pelo vírus cresceu 11% no Brasil entre 2005 e 2013.
Itumbiara, cidade a 206 km da capital, contabilizou quase 100 casos da doença  nos últimos 18 meses. Segundo dados do Núcleo de Atenção Básica à Saúde (Nabs), em 2013 foram notificados 63 casos, sendo que seis dos pacientes tinham menos de 20 anos. Em contrapartida, nos seis primeiros meses deste ano, 29 pessoas contraíram o vírus HIV, das quais três ainda não chegaram aos 20 anos. Das pessoas infectadas no planeta, 2% moram no Brasil. Em 2013 o país reunia 47% da quantidade de infectados e dos novos casos na América Latina.
A Unaids diz em documento que nos últimos 30 anos, a epidemia do HIV já matou mais de 35 milhões de pessoas. “Ao mesmo tempo, a resposta à epidemia gerou um movimento global, que transformou a forma de se abordar questões de saúde e de desenvolvimento. O Brasil é um país que se destaca no cenário internacional por sua resposta à Aids, tanto pelas ações realizadas em âmbito nacional”, salienta a Onu.

Procure uma unidade de saúde

Qualquer pessoa que quiser fazer o teste rápido ou esclarecer dúvidas pode procurar o Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica, que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h.
“Ser portador do vírus HIV ainda causa desconforto e certo preconceito, assim como outras enfermidades, como hanseníase e tuberculose. Quanto mais rápido descobrir que é portador do vírus HIV, melhor será o tratamento”, frisou Juliana Monteiro.
P.M.C. tem levado uma vida tranquila, inclusive faz parte de uma rede de jovens que aconselha novos portadores da doença, além de discutir em palestras o uso do preservativo.
Já a jovem que fez o teste rápido, relatou que a partir de agora sempre usará preservativo – a forma mais segura e barata de se proteger de qualquer doença na hora do prazer. (20/07/14)
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DIÁRIO DA MANHÃ
Os perigos do glúten
Substância causa risco à saúde dos que a consomem? Todos devemos evitar ou podemos ingeri-la?
KHAYTE PROFETA
Uma substância muito abundante no nosso cardápio tem entrado na mira de muitas pessoas que querem emagrecer ou melhorar o bem-estar e a saúde. O glúten é uma proteína encontrada na semente de muitos cereais, como trigo e a cevada. A substância é desconhecida por parte da população, mas já existe uma certa rejeição em relação ao consumo por parte de algumas pessoas. Mas, afinal, o glúten faz mal à saúde? Deve ser evitado? Estes questionamentos foram feitos a especialistas que nos ajudaram a esclarecer essas dúvidas.
O alergista, Francisco Geraldo Sarti de Carvalho, garante que não faz sentido alguém evitar o consumo de glúten sem alguma indicação de profissional de saúde. "Em uma dieta balanceada é fundamental que se tenha os alimentos que são fontes de glúten, como o trigo, que é um ótimo alimento. Aquelas pessoas que não têm intolerância ou alergia ao glúten e nem doença celíaca, podem ingerir sem problema."
Equilíbrio
Simone da Cunha Rocha Santos, presidente da Associação de Nutrição do Distrito Federal e sócia de uma empresa de consultoria em Nutrição e Fitness, esclarece que a superexposição a um alimento pode criar no organismo um pouco de intolerância a ele. "O problema é que a nossa dieta ocidental hoje em dia tem muito consumo de alimentos que tem origem no trigo, ou seja, que tem glúten. Mas é bom salientar que isso não acontece somente com glúten, é bem comum as pessoas que fazem dieta de exclusão do glúten, passarem a todos os dias comer algum outro tipo de farináceo (mandioca, arroz) e essa superexposição pode levar a pessoa a desenvolver novamente uma hipersensibilidade a esse novo alimento, porque como o sistema imunológico dela está com baixa defesa, e o intestino dela já teve danos," explica.
O gastroenterologista, Américo Silvério, compartilha da mesma visão: "O que devemos evitar são dietas desequilibradas, uma dieta muito rica em carboidratos pode trazer algum distúrbio alimentar associado, assim como dieta muito rica em gorduras etc. A não ser que você tenha alguma intolerância ao glúten, essa proteína ingerida dentro de uma dieta balanceada não tem problema nenhum."
Para trazer esse equilíbrio na ingestão de carboidratos, Simone sugere uma quebra de rotina, mas jamais a eliminação completa do glúten. "Temos a opção de comermos tubérculos no café da manhã, como produtos à base de mandioca, mas você não vai ficar o resto da vida sem comer glúten, isso não existe", afirmou a presidente da Associação de Nutrição.
Exclusão do glúten
Simone Santos alerta para o perigo desta exclusão definitiva. "É um crime algumas mães não introduzirem glúten para as crianças maiores de um ano de idade. A mãe deve dar esse alimento no momento certo, porque se ela não der, no futuro a criança pode ser um possível hipersensível ao glúten, porque na época que o sistema imunológico dela estava sendo montado ele não foi exposto àquela proteína."
Toda dieta de exclusão de alguma substância deve ser temporária e com um propósito definido, disse Simone. "Muitas vezes a gente pode tirar o glúten da dieta como uma estratégia de dar um descanso para a pessoa que está apresentando algum desconforto, e depois reintroduzir o alimento o comendo, uma vez por dia, e rodiziando a cada três dias. Muitas vezes só de diminuir o consumo do alimento já dá uma resposta bem legal para a pessoa, principalmente quando se trata de alguns distúrbios gastrintestinais", assegura.
Simone, que também é educadora física, enfatiza que a eliminação do glúten no cardápio não é "para ficar com uma barriga sarada, chapada. Se a pessoa comer só batata, mandioca, mesmo sem glúten ele pode engordar por conta do índice glicêmico destes alimentos". Por isso toda dieta de exclusão, além de temporária, deve ser elaborada por quem tenha um conhecimento muito grande de técnica dietética.
Muitos malefícios atribuídos à ingestão do glúten, principalmente espalhados em vários blogs pela internet, são "fantasiosos", alega Américo. "O glúten deve ser evitado apenas por quem tem alguma intolerância ou alergia ao glúten. Nas outras pessoas ele não vai causar nenhum sintoma. Muitos problemas imputados ao consumo dessa proteína são causados pelo excesso de carboidrato, porque o glúten é mais comumente encontrado em alimentos ricos em carboidratos. Ao contrário do que alguns afirmam, o glúten em si não vai fazer uma aderência, uma 'cola' no intestino", afirma o endocrinologista. Considera ainda que algumas pessoas acabam perdendo peso ao diminuir a ingestão de glúten simplesmente porque o carboidrato – que é calórico – foi cortado da dieta.
Sensibilidade
Francisco salienta que existem três grupos bem definidos de pessoas que enfrentam dificuldade com o consumo de glúten, "o primeiro grupo é o dos intolerantes do glúten, que não têm uma doença propriamente dita; no segundo grupo estão os celíacos, que têm uma intolerância decorrente de alterações imunológicas – a doença celíaca é autoimune –, e apresentam sintomas crônicos mais importantes; o terceiro grupo é o de pessoas alérgicas ao glúten, esses pacientes alérgicos eles podem desenvolver os sintomas digestivos, respiratórios e cutâneos, podendo até ter um choque anafilático".
A doença celíaca ocorre em cerca de 1% da população, e outras enfermidades distintas relacionadas ao glúten tem uma prevalência estimada seis vezes maiores do que a doença celíaca propriamente dita. O alergista indica que todas as pessoas que tem alergias, tanto alimentares quanto respiratórias ou dermatológicas, devem investigar a sua tolerância ao glúten e a diversos outros alimentos, assim como os que têm sintomas digestivos crônicos ou perdem peso inexplicavelmente.
Simone orienta as pessoas que desconfiam do glúten como origem de algum desconforto a jamais eliminarem por si só o glúten do cardápio. A primeira conduta deve ser procurar um profissional de saúde, pois somente um gastroenterologista pode descobrir através de diversos exames laboratoriais se a pessoa é celíaca ou não. "Uma dieta de exclusão do glúten sem determinação médica impossibilita o diagnóstico do nível de sensibilidade ao alimento, e dificultar o diagnóstico da doença de uma pessoa que pode ser celíaca pode acabar com a vida dela, porque se ela consumir uma pizza pode morrer por causa disso", enfatiza.
A nutricionista conta que "uma vez o paciente não sendo celíaco faz-se uma dieta de exclusão para observar se há alteração nos sintomas que ele apresenta. Se ao excluir o glúten não for observado nenhuma mudança, o problema dele pode ser outro, como amendoim, arroz etc… Se com a exclusão do glúten os sintomas melhorarem, o intestino dele será tratado com fibras probióticas e então o alimento é reintroduzido. Essa exclusão pode ser por 20 ou 30 dias. Depois da reintrodução a pessoa vai comer aquele alimento de três em três dias." Simone destaca que comer o mesmo alimento diariamente não é saudável para ninguém.
Correlação com outras doenças
O exagero no consumo de qualquer alimento pode levar o organismo a desenvolver uma hipersensibilidade a algum ingrediente. Francisco lembra que "às vezes uma pessoa sempre teve uma leve intolerância ao glúten, e ao ingeri-lo frequentemente ela tem os sintomas exacerbados na idade adulta".
Embora várias doenças sejam atribuídas ao consumo de glúten, ele não causa problemas nas pessoas que não apresentam qualquer hipersensibilidade ou intolerância à proteína. Mesmo assim diversos estudos científicos demonstram que uma dieta livre de glúten pode fazer parte do tratamento de outras doenças não-celíacas, como autismo, diabetes, artrite reumatoide, enteropatia por HIV, transtornos neurológicos – como TDAH, esquizofrenia e esclerose múltipla –, Síndrome do Cólon Irritável, dermatite herpetiforme e outras doenças complexas.
Simone complementa que alimentos fontes de glúten têm um alto fator inflamatório, e mesmo não sendo o causador de tantos males, ele faz parte da sistemática dessas doenças. Ela ressalta que a dieta de exclusão de glúten não é "modismo", mas serve para tratar as pessoas que tem hipersensibilidade à essa proteína, devido ou não a uma condição de saúde anterior.
"Às vezes a pessoa tem uma enxaqueca há anos e não sabe porque, aí em certo momento ela resolve fazer uma dieta de exclusão de glúten e sente que a dor de cabeça dela diminuiu muito, assim ela pode perceber que tem algum problema com esse alimento", exemplifica a nutricionista. Contudo ela frisa que o principal aspecto em qualquer tratamento é a individualidade: "Tirar leite e glúten não é a solução de todo mundo, a dieta deve ser sempre baseada em exames médicos."
Casos
Poliana Rios, dona de casa, conta que sempre tinha uma sensação de azia e percebia que constantemente sua barriga ficava inchada e a sentia pesada, mas nunca teve o diagnóstico de doença celíaca. Ela confirma que antigamente era acostumada a comer pão, macarrão, bolacha e outros alimentos provindos do trigo.
Em 2005, Poliana deu à luz a João Vithor, seu primeiro filho, e precisou fazer uma dieta restritiva de glúten para amamentar seu filho, que era celíaco. "Eu já sabia que eu era intolerante ao leite e alérgica ao ovo, mas um exame que eu fiz não apontou nada em relação ao trigo", argumentou.
Em 2012 Poliana, que tinha 27 anos à época, precisou novamente fazer uma dieta restritiva para voltar a amamentar João Vithor que estava internado. Após essa segunda fase de dieta restritiva ela tentou retornar ao consumo de derivados de trigo. "Comi um pão francês com margarina sem leite e ainda me senti mal, foi onde eu vi que o glúten me fazia mal também", diz.
A dona de casa conta que hoje em dia tudo em sua casa foi substituído "aqui não entra trigo porque a minha filha Nicole também é celíaca; até se eu comer na rua, qualquer coisa eu já me sinto mal, minha barriga fica doendo até quatro dias depois" narra.
Samantha de Consuello, fisioterapeuta, começou a apresentar desconforto com o consumo de alimentos com trigo somente após a idade adulta. "Quando eu tinha uns 30 ou 31 anos comecei a ter muitos gases e diarreia sempre após as refeições, logo após vieram dores e muito vômito praticamente toda vez que eu comia alguma coisa", relata.
Ela conta que começou a observar os próprios hábitos alimentares, já que ela é alérgica a várias coisas, "meu corpo pode ter tido essa reação por causa de um excesso de glúten que havia no meu organismo, porque naquela época minha dieta tinha muito carboidrato derivado do trigo", assume.
Naquela mesma época a fisioterapeuta fez uma viagem e foi a única que passou mal com o que comia, foi quando ela desconfiou que todo aquele incômodo poderia vir do glúten contido nos carboidratos que ela ingeria habitualmente. "Na internet eu descobri a intolerância ao glúten, e comecei eu mesma, Samantha, a diminuir o glúten da minha dieta. Quando eu diminuí o glúten eu vi que melhorava, sem ele eu não tinha enjoo, fraqueza, mal-estar, nem os gases."
Dieta
Ao chegar de viagem Samantha marcou consulta com um gastroenterologista e continuou sem consumir glúten por quase 30 dias. O gastro a encaminhou para uma alergista que pediu o exame que apontou intolerância ao glúten. A alergista, por sua vez, indicou uma dieta temporária de restrição completa de glúten e recomentou um nutricionista.
"Quando eu vi que eu estava muito boa, eu voltei a comer trigo. Depois disso eu nunca mais tive as crises de antes porque eu fiz uma desintoxicação do glúten. Eu posso até comer pizza, um misto quente, tranquilo… mas se eu passar dois dias repetindo essa dieta eu já tenho uma crise e dou diarreia", relata.
Samantha declara que é bem controlada em sua dieta e acredita que os médicos foram um canal de benção na sua vida, mas ela destaca que sequer precisou ficar retornando frequentemente a esses profissionais porque a sua cura se deu primeiramente a seu Deus, "um Deus vivo que cura, que restaura e que cuida de mim", certifica. (19/07/14)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação