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DESTAQUES
Acordo do estado com associação de hospitais garante leitos para atendimento da Covid
Goiás tem 1.846 pessoas infectadas e 73 mortes por coronavírus, diz governo
"A única saída é fazermos uma reabertura responsável"
Novo protocolo para cloroquina sai nesta quarta, diz Bolsonaro
Médico é vítima da covid-19
Goiás já teria 2,1 mil casos
Entidades médicas são contra o uso da cloroquina
Hospitais privados têm queda de ocupação de leitos
TV ANHANGUERA
Acordo do estado com associação de hospitais garante leitos para atendimento da Covid
https://globoplay.globo.com/v/8565729/programa/
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Goiás tem 1.846 pessoas infectadas e 73 mortes por coronavírus, diz governo
https://globoplay.globo.com/v/8565102/programa/
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O POPULAR
"A única saída é fazermos uma reabertura responsável"
Leonardo Reis, que comanda entidade que representa os médicos em Goiás, fala sobre o controle da Covid-19 e quais medidas seriam mais apropriadas
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Leonardo Reis, participou de uma live do jornal O POPULAR na noite desta terça-feira (19) e falou sobre o posicionamento da entidade, que defende o isolamento vertical como medida de enfrentamento ao novo coronavírus e o uso da hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes com Covid-19. Diferentemente do que foi publicado na edição de ontem do jornal O POPULAR, ele esclareceu que o Cremego não é contrário ao distanciamento social e sim ao isolamento horizontal. Disse que a população precisará aprender a conviver com o vírus, que deve continuar circulando no País pelo menos até o fim deste ano, e afirmou: "A única saída é fazermos uma reabertura responsável, gradual e com distanciamento social". Confira abaixo os principais trechos da entrevista.
O que o Cremego defende como medida para o combate ao coronavírus?
O conselho defende um distanciamento na medida em que as pessoas vão retornando aos poucos às suas atividades. Nós estamos há dois meses com decretos de isolamento, de fechamento do comércio e dos serviços, e aos poucos agora, esperamos aí com ansiedade o novo decreto do governo do Estado, que os serviços retornem gradualmente. Quando a gente fala do distanciamento é vislumbrando uma abertura gradual dos serviços, mas mantendo os cuidados de distância entre as pessoas, no mínimo dois metros, com o uso de máscara. Isso é eficaz, porque se você não tem o contato físico com a pessoa contaminada, não tem o contato nem com respiração e com gotículas, nem está num ambiente contaminado, como uma UTI cheia de pacientes com Covid-19, então a chance de você se contaminar é muito pequena. Se nós formos esperar em casa até o desaparecimento total do vírus, nós vamos ficar sem sair para comprar pão até o final do ano. O vírus não vai parar de circular pelo menos este ano. A minha previsão é que nós vamos conviver com o vírus durante ainda seis meses, oito meses, durante praticamente o resto do ano. E é óbvio que as atividades precisam retornar nesse período. As atividades de saúde, os serviços médicos em primeiro lugar, depois em um escala progressiva até o último, que eu imagino devem ser as escolas. As escolas devem ser o último serviço a ser reaberto, principalmente na educação infantil, porque criança não tem muita a noção de higiene que a gente tem e são potenciais disseminadores do vírus.
O senhor defende o isolamento vertical?
É. Nesse momento e para a nossa realidade no Estado de Goiás. Veja que não há fórmula mágica, não há tratamento universal. Você precisa analisar a realidade do nosso Estado. No atual momento, nós não precisamos, pelo menos por enquanto, de um novo decreto de isolamento absoluto horizontal. Depois de dois meses de isolamento horizontal, teoricamente, porque infelizmente muitos não respeitaram coisa nenhuma, nós precisamos colocar o nariz para fora. Quem vai começar a colocar o nariz para fora e quem colocar por último é uma decisão que precisa ser acertada entre os poderes municipal, estadual e a sociedade, o setor produtivo. O que nós defendemos no presente momento é um distanciamento social absoluto, de todas as pessoas, e um isolamento seletivo. As pessoas que trabalham, na medida em que os serviços forem voltando, precisam sair para a rua. Aqueles que estão em uma condição de vulnerabilidade – as crianças, idosos, aposentados – ou quem puder ficar em casa, ajudaria muito se o fizesse. Agora, na medida em que o governo for autorizando, precisa retornar às atividades. Porque não dá para uma pessoa que trabalha com o comércio, as galerias, as indústrias, o setor de serviços, barbearia, salão de beleza, academias, não dá para ficar fechado até o final do ano.
Se liberar as academias e todos esses serviços que o senhor está falando, não corre-se o risco de sobrecarregar o sistema de saúde?
Aí nós estamos falando num outro momento. Corre o risco de sobrecarregar e, se nós estivermos na iminência de um colapso no serviço de saúde, aí sim é lockdown, é fechamento com trancafiamento da sociedade em casa. Isso aí seria uma situação extrema que, na minha previsão, não vai acontecer em Goiás, em Goiânia e muito menos nas cidades do interior.
Mas se o senhor mesmo está falando que muita gente não obedece ao distanciamento, o que garante que a gente não vai chegar nessa situação?
A conscientização e a volta escalonada, gradual, dos serviços. Infelizmente muitos não obedecem, saem para correr sem máscara, saem para os parques sem máscara, e isso aí é inadmissível. Eu posso dizer que é um crime contra a saúde pública. Agora, eu acredito que as pessoas, à medida que a doença vai chegando perto, atinge uma pessoa próxima, elas vão começar a se conscientizar pelo uso da máscara, pelo distanciamento, lavagem e higienização das mãos o tempo todo. Nós temos que ter em mente que todos nós somos infectados em potencial. Eu não sei o que aconteceu ontem em você e você não sabe o que aconteceu ontem comigo. Se nós tivermos essa conscientização e a fiscalização do poder público, para verificar se o comércio e os serviços estão trabalhando dentro das regras de proteção, eu acredito que nós não vamos chegar num momento de iminência de colapso. Mas se eventualmente as pessoas não tiverem esse discernimento, se chegarmos a esse momento, aí sim seria o lockdown, o que seria desastroso do ponto de vista sanitário e uma catástrofe econômica.
O senhor esteve com o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, na tarde desta terça-feira (19), para discutir o escalonamento que restringiu o horário dos consultórios. Como foi a conversa?
Eu disse ao prefeito que é uma medida importante, primeiro para aliviar a aglomeração no transporte público. Não adianta a pessoa usar máscara e estar dentro do ônibus como em uma lata de sardinha, sem o distanciamento correto e sem a higienização devida. É importante esse escalonamento de horário de abertura dos serviços. Apenas fomos levar para ele que o serviço de saúde precisa abrir mais cedo, porque às vezes nós recebemos pacientes do interior, paciente que está em jejum, e aí não dá para abrir o serviço às 11h30. Me estranhou inclusive, e eu comentei, que as clínicas veterinárias abrem mais cedo que as clínicas humanas. Eu sugeri que isso aí poderia ser invertido. Os consultórios precisam abrir mais cedo para atender a população.
O prefeito se comprometeu a fazer uma alteração?
Sim. Imediatamente ele chamou a secretária de Saúde (Fátima Mrue) e eu até coloquei que isso poderia ser relativizado, de acordo com as especialidades e a demanda. Hospitais, por exemplo, não podem ter horário fixo de funcionamento. Alguns serviços de saúde não podem ter hora marcada, e alguns outros você pode escalonar. Essa foi a minha sugestão. O importante foi que o prefeito se mostrou sensível e entendeu as demandas da classe médica.
Mesmo sem comprovação científica da hidroxicloroquina para Covid-19, o Cremego tem defendido o uso do medicamento. Por que vocês estão encampando essa ideia?
Não é só o Cremego. Foi o Conselho Federal de Medicina (CFM) que liberou para o uso na Covid. Se o CFM, que é quem regulamenta aquilo que é experimental e aquilo que é tratamento consolidado no Brasil, o médico está à vontade para fazer. Se o paciente quiser tomar ele toma, se não quiser ele não toma. Aí vai de cada médico, e cada um vai ter uma opinião diferente. Vai ter médico que vai prescrever, vai ter aquele que não vai. Eu posso falar, com absoluta certeza, que a maioria vai prescrever. Não sei se 80%, 90%, 70%, mas a maioria vai. Sabe por quê? Porque a maioria dos médicos que teve Covid fez o uso da hidroxicloroquina neles mesmos. Pelo menos uns 200 médicos já tiveram a doença aqui em Goiás. Agora, se ele tomou, se deu bem, não teve efeito colateral, sobreviveu, é bem provável que ele indique o tratamento para um paciente.
O Cremego não tinha muito esse perfil de atuar politicamente, como estamos vendo na última semana. Por que houve essa mudança na postura do conselho? É uma questão econômica ou política?
Isso não é questão política. O posicionamento do Cremego é mais reativo, é mais pela provocação do que por uma posição pessoal ou alguma deliberação do colegiado. Isso aí nós fomos provocados e, na medida que somos provocados, a gente acaba tendo que levar algumas opiniões, algumas respostas. Do ponto de vista da abertura, nós temos a absoluta certeza que o vírus não vai parar de circular daqui um mês, daqui dois, daqui três. Do ponto de vista das atividades econômicas, e aí eu não posso defender só o setor saúde, porque os outros setores também precisam trabalhar, nós precisamos ter um equilíbrio econômico e sanitário. O governo não tem a condição de dar sustento para todos por seis meses. E também não podemos ser tão liberais, porque a nossa população não tem a disciplina dos países nórdicos e orientais. Nós temos que impor algumas regras, através do poder público, e equilibrar a questão econômica. De forma que a única saída é fazermos uma reabertura responsável, gradual e com distanciamento social. O uso de máscara com o distanciamento social é até o ano que vem, até a descoberta da vacina.
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Médico é vítima da covid-19
Médico morre Urologistade 61 anos lutou por 11 dias na UTI de um hospital particular, mas não resistiu. Ele atendia em três cidades P16
José Ronaldo Menezes, 61 anos, estava internado na UTI de um hospital privado de Goiânia desde o início do mês. De acordo com a família, o profissional de saúde não tinha comorbidades
Depois de 11 dias recebendo cuidados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de um hospital privado de Goiânia, o médico urologista José Ronaldo Menezes, de 61 anos, não resistiu às complicações da Covid-19. Ele sofreu uma parada cardíaca na madrugada desta terça-feira (19). Além de clinicar na capital, onde vivia com a família, ele atendia na rede pública de saúde de Goianésia e de Abadia de Goiás. Ele é a terceira vítima da doença entre profissionais de saúde em Goiás.
Logo que foi internado, familiares do médico divulgaram um comunicado informando a contaminação. "Infelizmente meu pai foi contaminado pela Covid-19 por fazer parte da área da saúde e estar atuando na linha de frente atendendo a população", disse em nota um dos filhos. Segundo a nota, José Ronaldo estava com os dois pulmões muito afetados e seu estado era considerado grave. O médico, que era de Niquelândia, chegou a ser candidato naquele município em várias ocasiões, uma delas para prefeito.
"A gravidade desse problema é maior do que todos nós imaginávamos, e só me caiu a ficha de tão grave quanto é esse vírus (sic) quando vi meu pai precisando de aparelho para respirar, necessitando de ir para um leito de UTI", afirmou o filho do médico no comunicado distribuído a amigos e familiares.
O urologista clinicava em Goiânia, mas de segunda a quarta-feira fazia plantão na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e no Hospital Municipal de Goianésia. Diretor da UPA, Carlos Eduardo, conhecido como Kaká Filho, lamentou a morte do médico. "Grande colega, grande ser humano", disse ele ao POPULAR.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Goianésia confirmou a morte de José Ronaldo Menezes pela Covid-19. "O Dr. José Ronaldo desempenhou um excelente trabalho na rede pública de saúde de Goianésia, servindo com muita dedicação e comprometimento no Hospital Municipal Irmã Fanny Duran e na UPA Walter Augusto Fernandes. Neste momento, prestamos nossas condolências a seus amigos e familiares", completa o comunicado assinado pelo secretário Hisham Mohamad Hamida.
O médico atendia também no Centro Especializado de Saúde de Abadia de Goiás, na região metropolitana da capital. A prefeitura do município publicou uma nota lamentando a perda de José Ronaldo que integrava o corpo clínico da unidade havia mais de 15 anos.
Filha do médico e ainda muito abalada, Lucélia Menezes informou que o pai não possuía nenhuma comorbidade e estava bem de saúde até ser infectado. "Este vírus veio para abalar nossa família", afirmou, antes de dizer que o grupo familiar preferia não se manifestar sobre a morte de José Ronaldo.
O corpo do médico foi sepultado às 15 horas desta terça-feira no Cemitério Jardim das Palmeiras, em Goiânia, em caixão lacrado.
Nesta terça-feira, dos 32 casos confirmados em Goianésia, apenas duas pessoas estavam sob monitoramento domiciliar, os demais foram curados. Há 45 casos suspeitos no município, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Três pessoas morreram no município em consequência da Covid-19. Já Abadia de Goiás contava com 26 casos suspeitos e nenhum confirmado.
Estado já teve outros profissionais internados por causa da doença
Presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás (Simego), Franscine Leão manifestou tristeza com a morte de José Ronaldo. Segundo ela, é o primeiro médico a morrer em Goiás acometido da Covid-19. Já o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) não confirmou a informação. Em nota, o Cremego informou que "se solidariza com a família, os amigos e os médicos goianos neste momento de dor".
Na última segunda-feira (18), em nota oficial, o presidente do Cremego, Leonardo Mariano Reis criticou o "confinamento absoluto" durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, o distanciamento social aliado às medidas de proteção e ao isolamento dos mais vulneráveis e de crianças pode ser efetivo do ponto de vista sanitário e "com menos prejuízos para a economia".
Para Leonardo Reis, "os médicos não podem ser incoerentes e defender isolamento dos outros enquanto defendem a manutenção de seus consultórios, exames e abertura de centros cirúrgicos".
Não há informações oficiais sobre o número de médicos infectados em Goiás pelo coronavírus. A pediatra Almerita Rizério Borges e o cardiologista Alexander Dobriansky precisaram de cuidados intensivos em decorrência da contaminação. Eles ficaram vários dias internados em hospitais privados de Goiânia e foram aplaudidos por profissionais da saúde, parte deles colegas médicos, ao receberem alta.
No dia 8 deste mês, em levantamento divulgado pela Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), o último realizado, 17 médicos estavam afastados do trabalho por causa da Covid-19. Eles integram um grupo de 41 profissionais de saúde que àquela altura haviam sido acometidos pela doença. Segundo a Ahpaceg, o número representa menos de 0,4% do total de trabalhadores, aproximadamente 7,5 mil, distribuídos nas áreas de enfermagem, administrativa, entre outras, além de 4 mil médicos. A maior taxa de afastamento era de médicos, 17, em seguida de técnicos de enfermagem, 14, e de enfermeiros, 4.
Falta de transparência em dados preocupa sindicato
Em Goiás outros dois profissionais de saúde perderam a luta para a Covid-19. No último dia 4 de abril morreu a técnica de enfermagem e de laboratório Adelita Ribeiro da Silva, de 38 anos. Ela trabalhava numa unidade do Hemolabor dentro do Hospital do Coração e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Novo Mundo, região Leste de Goiânia. No dia 21 do mesmo mês, Javier Martins de Oliveira, de 57, servidor da Gerência de Atenção Secundária e Terciária da Superintendência de Atenção Integrada da Secretaria Estadual de Saúde, também morreu depois de ser contaminado pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO), Ricardo Sousa Manzi disse que todos os dias recebe denúncias sobre trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) contaminados e afastados de suas atividades, mas a entidade não consegue descobrir o número real. Desde o início da pandemia, ofícios solicitando estes números têm sido encaminhados aos órgãos públicos e às organizações sociais que gerem unidades de saúde, mas o Sindsaúde não tem recebido respostas. "Precisamos saber o que está acontecendo com nossos trabalhadores."
Na plataforma Observatório da Enfermagem, do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), consta que até esta terça-feira (19), em todo o Brasil, foram reportados 15.620 casos de contaminação de profissionais de saúde, 134 deles em Goiás. Dos 128 que perderam a vida no País, um era a técnica de enfermagem Adelita Ribeiro da Silva. Ela trabalhava na capital.
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Goiás já teria 2,1 mil casos
Divergência de dados entre boletins do Estado e dos municípios prejudica a análise correta do cenário e deve-se a uma série de variações na alimentação dos sistemas. Números foram comparados no dia 18. Em Anápolis e Águas Lindas, defasagem chega a 110%
O boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) apresentou no máximo 81% dos casos confirmados de Covid-19 registrados nos boletins municipais nesta segunda-feira (18). Enquanto o Estado confirmava a contaminação pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) de 1.738 pessoas neste dia, os dados repassados pelas prefeituras somavam pelo menos 2.147 infectadas. A diferença foi de 409 notificações que não entraram no relatório divulgado diariamente pela SES-GO.
Este problema já se arrasta há dias e envolve mais do que uma diferença entre o momento em que os dados são divulgados pelas prefeituras, geralmente no fim da tarde e começo da noite, e pelo Estado, geralmente nas primeiras horas da tarde. Há casos de cidades, que ora aparecem com casos ora não, como Campestre e Padre Bernardo. Para o Estado, ambas não têm nenhum, mas segundo as redes sociais das duas prefeituras, cada uma registrou um.
Entre as prefeituras, a causa do problema está principalmente nos bancos de dados oficiais do Ministério da Saúde, que são abastecidos pelos municípios e pela unidade de saúde em que o paciente é atendido. São dois, o e-SUS VE, que registra casos leves, e o Sivep-gripe, que computa casos graves, como síndrome respiratória aguda grave (Srag) e óbitos. As críticas são principalmente ao primeiro, que só a partir do último dia 9, após diversas mudanças, teria ficado mais fácil de ser manuseado.
A diferença mais gritante nos dados, por ser a cidade que mais registra casos, é em Goiânia, onde no dia 18 não constavam 77 registros no boletim estadual. Mas já foi pior isso. No dia 13 de maio, o Estado anotava 172 notificações a menos que o boletim municipal do mesmo dia. Em Aparecida de Goiânia, segunda cidade com mais casos em Goiás, 22,7% dos 181 informados pela prefeitura local na segunda-feira (18) não estavam no informe estadual.
Em Anápolis, os boletins estaduais, oficialmente, tiveram uma variação de apenas dois casos nos últimos 13 dias, indo de 51 em 6 de maio para 53 no dia 18. Na primeira data, o boletim municipal já registrava 62 pessoas infectadas e no dia 18 este número saltou para 112. Um detalhe que chama a atenção nesta cidade é que de acordo com a SES-GO houve duas "reduções" neste intervalo, indo para 49 no dia 8 e 47 no dia seguinte. Depois, no dia 14, parou em 53.
A imprecisão no boletim estadual causa falsas impressões para quem avalia a situação no Estado. Além de Anápolis, que tinha realmente 111% a mais de casos do que o registrado pela SES-GO, Águas Lindas de Goiás – que aparece com 29 notificações – tem, na verdade, 61 (110% a mais). A cidade no Entorno do Distrito Federal que aparecia em 8º entre os municípios com mais ocorrências estaria em 5º se todos os dados tivessem sido computados.
Senador Canedo, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, Formosa, Catalão e Porangatu são outras cidades que aparecem também com grandes discrepâncias entre os boletins estadual e municipais. Em algumas destas cidades, como Catalão, além dos testes considerados padrão, são registrados resultados de testes rápidos, que no caso representam até seis vezes mais do que os primeiros. E há uma discussão na SES-GO sobre acrescentar ou não nos boletins os dados de testes rápidos.
A situação fica mais complicada nas cidades do Entorno do DF, onde muitos moradores fazem os testes em Brasília. Nestes casos, o abastecimento dos bancos de dados é feito pela capital federal e as prefeituras ficam sabendo ou consultando diariamente o sistema, ou os laboratórios de Brasília ou esperando que o morador contate o poder público e informe. É o que o POPULAR constatou em Planaltina, Águas Lindas e Valparaíso.
Há cerca de 10 dias, o problema nos dados do boletim estadual tem se acentuado a ponto de ter sido cogitado dentro do Centro de Operações de Emergências (COE) em Saúde Pública para enfrentamento do novo coronavírus, ligado à SES-GO, a interrupção da divulgação diária do boletim ao menos até que uma solução fosse encontrada.
Para calcular a diferença entre os boletins estadual e municipais, o POPULAR consultou o relatório divulgado pela SES-GO no dia 18 e o de 46 cidades na mesma data. Ao todo, na segunda-feira, 81 municípios goianos tinham casos comprovados de Covid-19 e, além destes, outros 8 que chegaram a ter em algum dia aparecido no documento divulgado diariamente no site da secretaria.
Campestre é uma destas oito cidades. Lá o primeiro e único caso foi registrado em 1º de abril, mas a partir do dia 6 de maio a cidade saiu da relação da SES-GO, voltando apenas por 5 dias para depois desaparecer novamente. No boletim municipal, o caso ainda está lá. Silvânia, que também tem um caso comprovado, ficou 6 dias fora do boletim estadual, a secretaria municipal confirma a notificação.
A reportagem entrou em contato com a SES-GO no começo da tarde desta terça-feira (19), mas até o fechamento da edição impressa do jornal não obteve retorno.
Banco de dados problemático
As secretarias municipais de Saúde ouvidas pelo POPULAR culpam os bancos de dados utilizados pelo Ministério da Saúde para as divergências entre boletins epidemiológicos. Estas pastas citam que no começo da epidemia nem mesmo havia um sistema organizado pelo governo federal para informar os casos de Covid-19.
A diretora de epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Grécia Carolina Pessoni, explica que os bancos de dados federais apresentaram ao longo dos meses uma série de problemas que fez o município priorizar uma planilha própria em detrimento ao registro nacional e que o boletim municipal sempre foi abastecido por esta planilha, enquanto o estadual tem como base o sistema do ministério.
Até o dia 9, por exemplo, o sistema nacional não permitia atualizações e correções de dados, levando o notificante a ter de deletar e refazer o registro. Além disso, o banco federal não validava os casos que não estivessem completos e, às vezes, um laudo de exame necessário para isso demorava dias, enquanto no boletim municipal já constava o dado.
A mesma dificuldade foi narrada pela coordenadora de vigilância epidemiológica da SMS de Aparecida de Goiânia, Naianny Fogaça.
A gerente de vigilância epidemiológica da SMS de Anápolis, Mirlene Garcia, diz que os dados do município estão de acordo com os que constam no sistema nacional e que a questão na divergência de dados com o Estado está em algum problema na Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). "Nosso dado está compatível com a realidade do dia. Agora não sei como o Estado consolida esses dados lá no monitoramento."
O secretário de Saúde de Planaltina, Germano Andrade Ladeira, disse que o sistema nacional sempre está atrasado em relação aos números reais pela demora com que é abastecido pelos laboratórios público e particulares do Distrito Federal – onde a maioria dos moradores da cidade faz os testes para detectar infecção pelo novo coronavírus. Ladeira conta que a pasta liga diariamente para os laboratórios públicos de Goiás e do DF, além dos particulares, além de serem informados pelos moradores infectados.
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AGÊNCIA BRASIL
Novo protocolo para cloroquina sai nesta quarta, diz Bolsonaro
Brasília – O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Ministério da Saúde vai publicar, nesta quarta-feira (20), um novo protocolo para o uso da hidroxicloroquina e da cloroquina em pacientes diagnosticados com o novo coronavírus. A declaração foi dada por Bolsonaro durante uma entrevista concedida ao jornalista Magno Martins, de Pernambuco, nas redes sociais.
Amanhã cedo, o ministro da Saúde vai assinar o novo protocolo da cloroquina. O último protocolo era de 31 de março, permitia a cloroquina apenas em casos graves. E agora não, esse novo protocolo é a partir dos primeiros sintomas. Quem não quiser tomar não toma , afirmou.
No final de março, o Ministério da Saúde incluiu em seus protocolos a sugestão de uso da cloroquina em pacientes hospitalizados com gravidade média e alta, mas mantendo a norma corrente na medicina de que cabe ao médico a decisão sobre prescrever ou não a substância ao paciente. A pasta também distribuiu ao menos 3,4 milhões de doses do medicamento para os sistemas de saúde dos estados.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) não recomenda o uso da droga, mas autorizou a prescrição em situações específicas, inclusive em casos leves, a critério do médico e em decisão compartilhada com o paciente.
Novo ministro
Sobre a indicação de um novo ministro da Saúde, Bolsonaro disse que não tem pressa e fez elogios ao interino na pasta, o general Eduardo Pazuello. Segundo o presidente, Pazuello seguirá no comando da pasta.
Por enquanto, deixa lá o general Pazuello, está indo muito bem, uma pessoa inteligente. É um gestor de primeira linha, graças a ele tivemos a Olimpíada do Rio de Janeiro. Ele foi o coordenador da Operação Acolhida, do pessoal que vem da Venezuela , destacou.
General do Exército, Pazuello foi nomeado para o segundo cargo mais alto da hierarquia ministerial no último dia 22, após Nelson Teich assumir o ministério no lugar de Luiz Henrique Mandetta e deixar o cargo em pouco menos de um mês.
Especialista em Logística, o militar foi coordenador logístico das tropas do Exército durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, além de ter coordenado a Operação Acolhida, que presta assistência aos imigrantes venezuelanos que chegam a Roraima fugindo da crise política e econômica no país vizinho.
Volta do futebol
Durante a entrevista, o presidente também comentou que recebeu mais cedo, no Palácio do Planalto, os dirigentes do Flamengo e do Vasco da Gama, clubes que defendem a volta do futebol no país, paralisado em função da pandemia do novo coronavírus. Estiveram com Bolsonaro os presidentes do Flamengo, Rodolfo Landim, e do Vasco, Alexandre Campello, entre outros integrantes dos clubes.
Eu conversei com a cúpula do Flamengo, hoje, e tinha também o presidente do Vasco da Gama. Eles querem voltar a jogar futebol. Então, conversamos com o Ministério da Saúde, para ter um protocolo para abrir, ter um certo regramento, começa sem ninguém na arquibancada , afirmou o presidente.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Entidades médicas são contra o uso da cloroquina
A cloroquina ou hidroxicloroquina é um dos medicamentos citados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o tratamento da covid-19 , mesmo sem ter comprovação de que o mesmo funciona. No final de semana foi a vez do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) manifestar o seu apoio ao uso do medicamento, durante uma live com o jornalista Alexandre Garcia.
O DM Online no último sábado teve a oportunidade de falar com o diretor do Hospital Regional Tibério Nunes em Floriano no Piauí, onde o medicamento é usado no tratamento para a covid-19 desde o início. Mas segundo o próprio médico não há um número que comprovem a eficácia do medicamento no tratamento para a doença. Tanto que o diretor da unidade informar que o melhor resultado ele obteve a partir da aplicação de corticóides.
Como o assunto vem sendo bastante discutido e sendo pauta nos principais jornais do país, outras entidades médicas se posicionaram sobre o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina no tratamento para a doença. No intuito de orientar os profissionais a adotarem a melhor opção para o tratamento, foi publicado um documento com diretrizes para o uso de alguns medicamentos que vem sendo usados para tratar a covid-19.
O documento é assinado pela Associação Brasileira de Medicina Intensiva (Amib), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e Sociedade Brasileira de Pneumonia e Tisiologia. O documento que foi assinado em comum acordo pelas entidades mostra uma tabela com o resultado dos testes feitos com os medicamentos, e as recomendações com diretrizes para serem seguidos ou adotados durante o tratamento para covid-19.
O primeiro medicamento que aparece é cloroquina, na qual avaliação feita pelos órgãos diz que o mesmo tem baixa ou quase nenhuma eficácia no tratamento para a covid-19, em seguida vem o uso da hidroxicloroquina juntamente com azitromicina, que segundo as entidades possuí baixa eficácia no tratamento para a doença. Na tabela eles indicam que outros medicamentos tem baixa eficácia ou que a mesma é muito baixa no tratamento para a doença.
Vale ressaltar que nesta terça-feira (19) o ministro interino da Saúde General Eduardo Pazuello levou o protocolo que indica a cloroquina ou a hidroxicloroquina para avaliação do presidente Jair Bolsonaro. Entretanto o mesmo só será usado a partir da assinatura de um médico, para que o protocolo seja utilizado no tratamento da covid-19.
Antes desse protocolo ser feito para o uso do medicamento, tanto o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta como Nelson Teich foram contra o uso da cloroquina, sem ter uma comprovação de que o mesmo é eficaz no tratamento do coronavírus. A diferença de posicionamento dos dois ex-ministros e do presidente, fez com que ambos deixassem a pasta, Mandetta foi substituído por Teich, que não chegou a ficar um mês no cargo e pediu demissão da pasta.
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PORTAL TERRA
Hospitais privados têm queda de ocupação de leitos
Procedimentos eletivos cancelados e medo das pessoas de pegar o novo coronavírus são apontados como motivos
A ocupação de leitos de hospitais privados apresentou queda em relação ao ano passado por causa da epidemia de covid-19. Este é o primeiro levantamento oficial a mostrar o que os médicos já vinham sentindo no atendimento: o cancelamento dos procedimentos eletivos e o medo de pegar o novo coronavírus afastaram as pessoas dos hospitais privados.
Os dados foram compilados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que lançou nesta terça-feira, 19, um boletim informativo com o monitoramento que vem realizando para medir os impactos da pandemia no setor. O boletim compara as taxas de ocupação dos três primeiros meses de 2019 em relação ao mesmo período deste ano.
A gente teve mais tempo na preparação da chegada da epidemia e todos os procedimentos eletivos foram cancelados , explicou o médico Jorge Salluh, do programa de pós-graduação em clínica médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Isso foi importante, num primeiro momento, para gerar uma reserva de leitos para os pacientes de covid-19, mas a ocupação acabou baixando de forma importante, bem como a receita. O mesmo aconteceu nos Estados Unidos.
Os porcentuais de ocupação geral de leitos em janeiro, fevereiro e março deste ano (66%, 58% e 50%, respectivamente) são bem menores dos que os registrados nos mesmos meses do ano passado (68%, 68% e 69%), além de seguirem caindo. O mesmo aconteceu no atendimento de emergência. Houve uma queda significativa entre fevereiro e março deste ano, de 11%, e outra maior ainda entre março e abril, de 48%.
Muitas pessoas que normalmente procurariam os hospitais estão preferindo ficar em casa, com medo de serem contaminados pelo novo coronavírus, dizem os médicos. Outra explicação: como as consultas médicas foram brutalmente reduzidas, caem também os pedidos de exame e as internações.
Já a taxa mensal de ocupação de leitos relativos à covid-19 em relação a outros procedimentos passou de 9% em fevereiro para 47% em abril. Também houve aumento do número de internações de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em relação ao ano passado, com curva ascendente também nos meses analisados deste ano, passando de 936 casos em janeiro para 5.432 em abril.
O boletim foi feito com base em informações enviadas à ANS por 109 operadoras que atendem 80% do total de beneficiários do setor. Para a análise específica da ocupação dos leitos privados, no entanto, foram coletados dados de apenas 44 dessas operadoras.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação