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DESTAQUES DE HOJE
• Nota 2 – Conselho afirma que está “surpreso” com “reprovação” da medicina da PUC-Goiás e garante que vai “pedir providências”
• Cursos de Medicina com avaliação insuficiente aumentam
• Saúde – Cais reabre e reduz transtornos
• A ética da vida
JORNAL OPÇÃO
Nota 2
Conselho afirma que está “surpreso” com “reprovação” da medicina da PUC-Goiás e garante que vai “pedir providências”
Por Alexandre Parrode
Presidente do conselho, Dr. Erso Guimarães, se mostrou desapontado com nota da universidade. Para ele, alunos devem cobrar qualidade no ensino
Presidente do Cremego, Erso Guimarães | Foto: Fernando Leite
Após o curso de medicina da PUC-Goiás ter sido reprovado no Conceito Preliminar de Curso (CPC), realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a universidade preferiu não comentar o caso. No entanto, o Jornal Opção Online foi atrás do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) para saber o posicionamento do mesmo sobre a situação.
O presidente dr. Erso Guimarães iniciou relatando que recebeu a notícia “com muita surpresa”. “A informações que tínhamos é de que o curso era de boa qualidade. Temos bons médicos formados lá. Inclusive, o índice de alunos que são aprovados em residências é satisfatório”, conta.
Para ele, o resultado é desapontante, mas que o Cremego “não tem acesso” aos critérios que o Ministério da Educação (MEC) utiliza para realizar tal avaliação — que, segundo o órgão federal, afere a qualidade da educação superior no Brasil e é um indicador de qualidade das graduações, levando em consideração o rendimento dos estudantes, a infraestrutura da instituição, organização didático-pedagógica e o corpo docente.
Questionado justamente sobre esses tópicos analisados pelo CPC, Erso Guimarães tenta, aparentemente, por panos quentes no desempenho insatisfatório da PUC: “É importante lembrar que a responsabilidade é sempre do médico, nunca da instituição na qual ele se formou”.
Contudo, o presidente acaba por alertar a sociedade, no sentido de que “é preciso estar atento à qualidade dos cursos, porque isso influencia diretamente na formação do médico que está sendo formado”. Já o conselho deverá, apenas, enviar “ofício solicitando providências” por parte da universidade. “É importante lembrar que nem o Conselho Federal, nem o Conselho Regional, tem a função de ‘fiscalizar’. Não é de nossa competência”, argumenta.
Ao ser perguntado sobre a posição do Cremego quanto ao silêncio da PUC-Goiás, o presidente finalizou dizendo que “espera que a universidade tome as devidas providências para oferecer um curso de qualidade”. (20/12/14)
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DIÁRIO DA MANHÃ
Cursos de Medicina com avaliação insuficiente aumentam
MARIANA TOKARNIA E YARA AQUINO AGÊNCIA BRASIL
A porcentagem de cursos de Medicina com conceito insuficiente, na avaliação do Ministério da Educação (MEC), aumentou no ano passado, comparada à divulgação anterior, feita em 2010. Em 2013, de acordo com dados divulgados hoje (18) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 17,5% tiveram conceito insuficiente, enquanto em 2010, a porcentagem era 13%.
Os dados fazem parte do Conceito Preliminar de Curso (CPC), que avalia o rendimento dos estudantes, a infraestrutura da instituição, a organização didático-pedagógica e o corpo docente. Em uma escala de 1 a 5 são considerados satisfatórios os cursos com conceito 3 ou mais.
Em 2013, 27 dos 154 cursos obtiveram conceito 2; 34 conseguiram conceito 4 e nenhum obteve conceitos 1 ou 5. Os 93 cursos restantes obtiveram conceito 3 ou não tiveram conceito calculado. Como os cursos são avaliados a cada três anos, a última avaliação de medicina foi em 2010, quando 177 cursos foram avaliados. Nenhum curso obteve conceito máximo e um obteve 1; 22 tiveram conceito 2; 35 alcançaram conceito 4; os demais obtiveram 3 ou não tiveram conceito calculado.
"Isso significa que o ensino médico no Brasil é uma catástrofe, não tem outra interpretação", diz o primeiro vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Britto Ribeiro. "Médicos malformados é sinônimo de mal atendimento à população", acrescenta. Ele ressalta que os cursos necessitam de infraestrutura e de bom corpo docente para oferecerem formação de qualidade.
A maior parte dos cursos com conceito insuficiente é oferecida por instituições privadas. Na avaliação do assessor do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular Sólon Caldas, o CPC é um indicador frágil para avaliar a qualidade dos cursos. "Esse conceito é enviesado, não posso dizer se os cursos são bons ou ruins, o processo não é coerente", diz.
Ele explica que o CPC é composto em 55% pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), feito pelo aluno. "E o aluno não tem compromisso com o resultado da prova, boicota. A prova é em um domingo à tarde, com duração de quatro horas", diz. Ele defende que sejam feitas visitas às instituições para avaliar os cursos e que sejam consideradas as especificidades de cada escola e dos locais onde estão inseridas.
Entre as que obtiveram conceitos insatisfatórios na última avaliação, estão também cinco federais: Universidade Federal de São João Del Rei, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Pelotas e Universidade Federal de Campina Grande.
Para que os conceitos se consolidem, comissões de avaliadores farão visitas para confirmar ou alterar a avaliação obtida. Cursos que obtiverem CPC 1 e 2 serão automaticamente incluídos no cronograma de visitas dos avaliadores do Inep. Os demais casos podem optar por não receber a visita e transformar o CPC em conceito permanente.
Além dos cursos de medicina foram divulgados os resultados dos cursos de enfermagem, biomedicina, medicina veterinária, odontologia, agronomia, farmácia, agronomia, fonoaudiologia, nutrição, fisioterapia, serviço social, zootecnia, tecnologia em radiologia, tecnologia em agronegócios, tecnologia em gestão hospitalar, tecnologia em gestão ambiental e educação física. (20/12/14)
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O POPULAR
Saúde
Cais reabre e reduz transtornos
Posto no Parque Amendoeiras volta a funcionar no fim de semana, mas ausência de médicos segue prejudicando atendimento
Eduardo Pinheiro
Depois de ficar fechado por quase um mês durante os finais de semana, o Centro de Atendimento Integrado à Saúde (Cais) do Parque Amendoeiras, na Região Leste, voltou a funcionar neste sábado e domingo. Cinco médicos trabalharam na unidade de saúde durante todo o fim de semana, três no sábado e dois no domingo, o que desafogou principalmente os Cais do Jardim Novo Mundo e Deputado João Natal, na Vila Nova.
De acordo com a enfermeira chefe da unidade, Nadia Pereira, dois médicos trabalham em regime de contrato temporário para suprir a falta de plantonistas no Cais. Outros são médicos concursados que foram conduzidos ou reconduzidos para a unidade.
Durante o dia de ontem apenas dois clínicos estavam no plantão, um em cada turno. Mesmo com a reabertura, alguns pacientes tiveram que buscar tratamento em outros locais.
O motorista Tiago Ferreira da Silva, de 22 anos, busca atendimento para seu filho de um ano.
Depois de quase uma hora aguardando, por falha de comunicação com outras unidades de saúde, foi obrigado a ir para o Hospital Materno Infantil, a mais de 10 quilômetros de distância. “Não há pediatras atendendo por aqui. Ficamos muito tempo esperando apenas uma informação. Agora temos que correr e ainda vou de ônibus”, disse.
Por outro lado a cozinheira Elizenir Gonçalves, de 48 anos, celebrou a abertura do Cais. Apesar de também esperar uma hora na fila para ser atendida, ela diz que ter a unidade aberta próxima de casa melhora a vida.
“Quem estava passando mal, tinha que buscar outros bairros. Ainda assim não havia garantia de atendimento, já que estavam lotados”, afirmou a cozinheira.
Elizenir chegou justamente na hora da troca de turno dos dois clínicos que atendiam ontem, por isso a demora. “Depois que o médico chegou foi rápido”, completou.
FALTAS
Mesmo com o retorno de funcionamento do Cais Amendoeiras, as constantes faltas injustificada de médicos continuam gerando problemas para quem busca atendimento de saúde na Capital. No sábado, a unidade do setor Cândida de Morais ficou praticamente paralisada. Já que dos quatro profissionais de saúde escalados para trabalharem por lá no período diurno, três não compareceram e não apresentaram justificativa. O que somado à falta de plantonista no período noturno agrava o problema.
O apoiador técnico do departamento de urgências da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Luciano de Moura, explica que os três médicos faltosos não impediram o funcionamento da unidade. Um clínico plantonista fez o atendimento de urgência e emergência durante o dia, enquanto técnicos e enfermeiros fizeram o suporte da unidade durante a noite.
“Caso esses profissionais não apresentem justificativa, será aberto procedimento administrativo para a secretaria tomar as medidas cabíveis”, informa. As faltas não justificadas podem acarretar punições, como o corte do ponto de frequência, desconto salarial e até suspensão de 30 dias sem remuneração.
Neste fim de semana, foram registradas apenas as três faltas injustificadas, assim todos as unidades de Goiânia funcionaram. No entanto, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do Setor Jardim Itaipú, um dos médicos que atendiam no local pediu remoção desde a semana passada. A SMS possui, hoje, 1.620 médicos lotados – 29 encontram-se afastados. A maior parte dos que estão em atividade (61,6%), atuam na urgência e emergência.
SAMU
Devido ao funcionamento de todos os Cais a central do Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu) funcionou sem grandes problemas. Um dos funcionários da central relata que os problemas de falta de médicos e dificuldade de achar vagas geram problemas constantes, mas nesse fim de semana, com todas as unidades funcionando, o problema foi menor. “Mesmo com falta de médicos, quando todos os Cais abertos fica mais fácil conseguir atendimento, causando menos transtornos”, diz.
Em reportagem do dia 15 de dezembro OPOPULAR mostrou que o Departamento Jurídico da SMS 89 processos de sindicância sobre servidores faltosos. Ainda assim, as constantes faltas expõem a fragilidade do sistema. Naquele fim de semana, as faltas provocaram uma reação em cadeia que se agravou com o fechamento da unidade do Parque Amendoeiras, sobrecarregando o atendimento do Cais do Jardim Novo Mundo. Mesmo com o quadro completo de médicos (dois clínicos e um pediatra), a unidade registrou longas esperas, filas e reclamações durante todo o dia. A precariedade do sistema afetou também o atendimento no Cais de Campinas, o que gerou peregrinação de pacientes para outras localidades.
A dificuldade em encontrar profissionais é explicada pela SMS pelas questões pessoais apresentadas pelos médicos, como o desinteresse, querer um tempo maior para ficar com a família e até mesmo a falta de disponibilidade. (22/12/14)
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A ética da vida
A relação médico-paciente vem mudando ao longo dos séculos e questões como ética passam a ser discutidas também no meio da ciência. Para falar sobre Bioética Global, o médico Raul Marino Júnior, paulistano de 78 anos, professor emérito na USP, esteve em Goiânia ministrando conferência organizada pelo Instituto Hugo de Ensino e Pesquisa. Doutor em neurocirurgia pela USP e pesquisador no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, Raul Marino afirma que no Brasil há uma deficiência de moral, que é o objeto da ética.
Onde entra a ética na Medicina?
A Bioética é a ética da vida, a prática da moral na ciência da Medicina. Medicina é a arte de ajudar o paciente a viver bem e a morrer bem e com dignidade. Bioética é baseada nos princípios de autonomia, beneficência, não-maleficência, justiça. É a ética de evitar danos a terceiros.
Qual sua opinião sobre aborto e eutanásia?
Quando você nasce já está começando a morrer. A gente entende muito sobre morte, mas não entende nada sobre vida. A Bioética é o rebento mais novo dessas ponderações filosóficas. Ela permite ao homem resgatar a sua dignidade. Tem a vida e a saúde humana como objeto. Tornou-se a mais vibrante área da Filosofia e da ética aplicada com dimensões transdisciplinares. A função da Bioética é traçar diretrizes para problemas como a tomada de decisões médicas, a experimentação em seres humanos e animais, o aborto e o infanticídio, a contracepção, a reprodução artificial, a pena de morte, a ecologia e a poluição, a revolução genética do genoma, as células tronco, a morte cerebral, os transplantes, a doação de órgão, a justiça em sistemas de saúde, a eutanásia, o suicídio, a vida e a morte, os cuidados paliativos e o biodireito.
Os profissionais de saúde trabalham com ética?
A Bioética é uma bússola para um verdadeiro humanismo médico. Serve de orientação para o que a Medicina deve ser para se tornar mais humana. Evitando a degradação da nossa humanitude e servindo como antídoto à tirania potencial do tecnicismo e seus complicados conflitos de valores. Hoje, infelizmente, nós enfrentamos uma desumanização dos estudantes, dos médicos e uma despersonalização dos pacientes. Os médicos não são mais humanistas e a Medicina não é mais uma profissão erudita, douta, culta, letrada e exercida com sabedoria. A arte da Medicina está em perigo por ser engolfada por seu aparato desumano e tecnológico. A medicina humanística séria e verdadeira só poderá existir quando ciência e tecnologia e a habilidade do médico forem praticadas com o mais profundo respeito pela humanitude do paciente. A maioria dos países tem tratado dessa especialidade médica como mercadoria comprada e vendida no mercado econômico para instituições chamadas convênios, que exploram os conveniados, negando os cuidados no momento em que mais precisam. Como ocorre neste País em declarada violação do compromisso cristão com a santidade da vida, deixando-se morrer por falta de assistência e crescendo-se a violação dos princípios bioéticos.
Por que mudou a relação médico-paciente?
Desde que o capitalismo, o livre mercado foi introduzido na prática médica a fim de reduzir custos, esses fatos aumentaram a deterioração do relacionamento entre o médico e o paciente cujos cuidados foram transformados em malevolente empreendimento comercial, fazendo desaparecer a benfazeja dedicação histórica dos médicos em benefício dos pacientes, transformando a profissão em emprego. Os compromissos morais sendo comandados por administradores que exploram o trabalho dos médicos, agora seus funcionários. (22/12/14)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação