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Como evitar que bebês continuem sendo trocados
Ginecologista que levou soco de marido de paciente é preso após denúncias de crimes sexuais, diz polícia
Profissional é investigada após pacientes ficarem com rostos deformados depois de procedimentos estéticos
Homeopatia pode ser revista como especialidade médica, diz CFM
Casal de idosos é esmagado por elevador de clínica
Sistema Unimed se reúne para refletir sobre marca
Ministério Saúde deixa faltar insumos para diagnosticar Covid e outras doenças
Decisão obriga plano de saúde a custear remédio mais caro do mundo
Artigo: Mais médicos ou melhores médicos?
ZERO HORA
Como evitar que bebês continuem sendo trocados
Por Tiago Dalcin, pediatra do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e do Hospital Moinhos de Vento
Há coisas que, de tão visíveis, ficam invisíveis. Essa frase se encaixa com perfeição em situações de trocas de recém-nascidos em maternidades. De tão óbvia, a necessidade da pulseira de identificação ? uma das principais medidas de segurança relacionadas ao nascimento ? pode passar despercebida pelos profissionais de saúde e pelos pais. Até algo grave acontecer, como a recente descoberta da troca de três bebês na Paraíba, com repercussão nacional. Poderia ter acontecido em qualquer lugar do Brasil ou do mundo. Quando se trata de riscos à segurança do paciente, não existem ilhas ou lugares blindados.
Que todos atuemos juntos para melhorar a qualidade do cuidado e fazer com que essa tragédia nunca mais volte a ser manchete
O estudo a seguir, por exemplo, é um dos poucos que pediatras e especialistas em segurança do paciente dispõem para avaliar a extensão do problema. Publicado na Revista de Enfermagem da UFRJ, ?Pulseiras de identificação e segurança do recém-nascido? indicou que: de 260 bebês numa maternidade do Piauí, 15,4% estavam sem pulseiras; os dados de 18% das pulseiras não conferiam com o prontuário; em 80,9% dos casos, pulseiras não foram checadas antes dos procedimentos de enfermagem; mãe ou responsável não foram orientados sobre o uso da pulseira em 76,8% das entrevistas.
Como deve acontecer com a maioria dos mais de 2,5 milhões de bebês/ano que nascem no país? A pulseira é colocada na sala de parto com o nome da mãe e o do bebê precedido de ?RN de? (recém-nascido de) e a data de nascimento. Alguns serviços incluem o número de prontuário. O que a família deve fazer se notar a falta da pulseira? Falar, alertar a equipe assistencial, saber se há algum motivo, por exemplo, prematuros de muito baixo peso. Qualquer incidente de identificação é considerado problema grave de segurança e deve ser relatado pela família e investigado pela maternidade. Cada vez mais, buscamos o envolvimento do paciente e entendemos que, muitas vezes, ele e/ou sua família podem ser os primeiros a identificar situações de risco. Que todos atuemos juntos para melhorar a qualidade do cuidado e fazer com que essa tragédia ? a troca de recém-nascidos nas maternidades ? nunca mais volte a ser manchete no Brasil.
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PORTAL G1
Ginecologista que levou soco de marido de paciente é preso após denúncias de crimes sexuais, diz polícia
Vídeo mostra agressão e homem que bateu no médico dizendo que ele era ‘abusador de mulher’. Polícia não divulgou a idade das vítimas e como o crime acontecia.
Por Michel Gomes, g1 Goiás
Um médico ginecologista, de 73 anos, que levou um soco dentro do consultório, foi preso após denúncias de crimes sexuais em Goiânia, segundo a Polícia Civil (PC). Na época, o homem que bateu no médico era o marido de uma paciente e falou que o profissional era “abusador de mulher” (veja vídeo acima).
O g1 não conseguiu contato com a defesa do médico até a última atualização desta reportagem.
De acordo com a polícia, o ginecologista foi denunciado por pacientes pelo crime de “violação sexual mediante fraude”. O homem que foi filmado agredindo o médico foi preso em junho deste ano e a revirravolta do caso foi divulgada nesta sexta-feira (21).
O mandado de prisão preventiva foi representado pela Delegacia Estadual de Atendimento à Mulher (Deaem). A polícia não divulgou a idade das vítimas e como o crime acontecia.
Na época da agressão, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse que o médico “era ginecologista, servidor efetivo da Secretaria Estadual de Saúde, cedido ao município de Goiânia, com ônus para o Estado de Goiás”, e estava lotado no Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) Novo Horizonte desde 2014.
Soco
No vídeo, o homem com um registro de ocorrência contra o médico, o sacode na frente da câmera do celular, entra no consultório, confirma se é o mesmo ginecologista e o agride com um soco no rosto, enquanto o chama de “abusador”.
Após a agressão, o médico demonstra confusão e chega a pedir para o homem contar o motivo do soco. À TV Anhanguera, na época, o profissional negou ter abusado da mulher e que só fez o exame do toque, já que a mulher está em seu oitavo mês de gestação.
O homem chegou a deixar o local, mas foi localizado pela GCM logo depois. Ele, seu tio e sua companheira, assim como o médico, foram levados para a Central de Flagrantes. O médico também passou pelo o Instituto Médico Legal (IML), onde passou por exame de corpo de delito devido à agressão sofrida.
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Profissional é investigada após pacientes ficarem com rostos deformados depois de procedimentos estéticos
Um casal e uma mulher denunciaram a profissional e vão passar por exame de corpo de delito. Paciente disse que o rosto ficou inchado e com caroços por mais de 30 dias.
Por Michel Gomes, g1 Goiás
Uma profissional é investigada pela Polícia Civil após três pacientes ficarem com o rosto deformado em procedimentos estéticos em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Uma das pacientes, que preferiu não se identificar, denunciou que o rosto ficou totalmente inchado, com caroços por mais de 30 dias e a profissional disse que “não perderia o sono” por causa do problema.
Em nota, a defesa da profissional disse que “se reserva ao direito de somente se manifestar após o conhecimento dos supostos registros policiais realizados, e o conhecimento de todo contexto envolvido, pois ainda não foi formalmente notificada” (leia nota completa no fim da reportagem).
Segundo a polícia, as vítimas que denunciaram são duas mulheres e um homem, que vão passar por exame de corpo de delito. Nas redes sociais, a profissional se apresenta como “doutora”, mas não especifica qual a formação.
No perfil, a investigada posta resultados de procedimentos em narizes, seios, bumbuns, rostos e até cabelos. De acordo com a polícia, a profissional pode responder por lesão corporal e até exercício ilegal da profissão, dependendo da qualificação dela.
Procedimento
Uma das vítimas contou à polícia que contratou um procedimento de preenchimento facial com ácido hialurônico no rosto e pagou R$ 3 mil. Segundo a paciente, ela teve caroços, inchaço e a boca ficou paralisada.
Também à polícia, a paciente disse que a profissional afirmou que era uma reação normal do produto e que o inchaço ia desaparecer, o que não aconteceu.
Após as reações, ela questionou a profissional sobre o produto e soube o nome da marca. O g1 pediu um posicionamento à marca, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
A paciente contou à PC que fez sessões para remover o produto, mas continuou com o problema e procurou a profissional novamente. Desta vez, a profissional teria dito que não perderia o sono.
Nota defesa da profissional
A defesa se reserva ao direito de somente se manifestar após o conhecimento dos supostos registros policiais realizados, e o conhecimento de todo contexto envolvido, pois ainda não foi formalmente notificada de nenhuma investigação iniciada. Contudo, está à disposição para prestar qualquer informação ou esclarecimento necessário sobre qualquer um de seus procedimentos.
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METRÓPOLES
Homeopatia pode ser revista como especialidade médica, diz CFM
Eficácia da homeopatia não foi comprovada em estudos clínicos e é alvo de controvérsia, mas especialidade é reconhecida no Brasil desde 1980
A homeopatia corre o risco de ter seu reconhecimento como especialidade médica revisto no país a partir de nova análise de estudos científicos, declarou o 1º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Jeancarlo Cavalcante, em entrevista ao Estadão.
A homeopatia é uma das áreas mais antigas da medicina e, ao mesmo tempo, uma das mais controversas. A especialidade foi criada a partir do princípio da proximidade: um elemento que causa alguns efeitos poderia, se diluído e agitado devidamente, curar os mesmos sintomas.
A cientista Natalia Pasternak, que é presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC), afirmou, também ao Estadão, que estudos já comprovaram que “a homeopatia não apresenta resultados superiores aos de um placebo” e que diversos países, como Reino Unido e Austrália, já excluíram os medicamentos de seus sistemas públicos de saúde.
No Brasil, porém, a homeopatia é regulamentada como especialidade médica desde 1980. Posteriormente, surgiram evidências mais sólidas sobre sua ineficácia, mas o CFM ainda não reviu sua posição. Entretanto, o conselho afirma que uma nova análise das evidências será realizada.
Discussão aberta
“O CFM reconhece essa especialidade, porém, como órgão regulador, está aberto para novas discussões. Caso as evidências sejam questionadas, nada impede uma nova análise. Vou pedir para minha equipe coletar essas evidências (sobre a ineficácia da homeopatia) e vou levar à apreciação dos conselheiros”, afirmou Cavalcante.
Ele explica que as áreas de atuação na Medicina são reconhecidas como especialidades após análise da Comissão Mista de Especialidades, composta pelo CFM, Associação Médica Brasileira (AMB), Ministério da Saúde e Ministério da Educação. Antes de 2015, o reconhecimento era decidido diretamente pelo conselho e AMB, mas agora qualquer criação ou extinção de especialidade deve passar pelo grupo.
A homeopatia recebeu reconhecimento do CFM em 1980 e da Associação Médica Brasileira em 1990. A Associação Médica Homeopática Brasileira, criada após o reconhecimento da especialidade pela AMB, é a entidade responsável por conduzir exames para a obtenção do título de especialista na área.
O presidente da AMB, César Eduardo Fernandes, defende a homeopatia por ser uma especialidade regulamentada no país, mas ressalta que a associação irá analisar os estudos que contestam sua eficácia e, se necessário, debaterá o tema internamente.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Casal de idosos é esmagado por elevador de clínica
Idoso de 94 anos morreu, já a idosa está internada em estado grave; caso é investigado
Um casal de idosos foi esmagado pelo elevador de uma clínica para uma consulta médica na quarta-feira, 19, em Montenegro (RS). O homem, identificado como Erineu Alves, de 94 anos, morreu devido aos ferimentos, já a esposa dele, de 83, está internada em estado grave.
De acordo com a polícia, o casal estava no térreo da clínica e abriu a porta que dá acesso ao elevador, que estava no segundo andar. O elevador começu a descer e o casal, sem perceber, caiu, eles tentaram abrir a porta para sair mas acabaram sendo esmagados pelo equipamento.
Socorristas foram acionados e, ao chegarem ao local, realizaram manobras para ressuscitar os idosos. Foram feitas perícias no local para identificar se houve falha humana ou mecânica.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul.
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PORTAL SINDIPLANOS
Sistema Unimed se reúne para refletir sobre marca
Evento terá painéis e apresentações de cases, com participação do fundador da JR Diesel, Geraldo Rufino, da comunicadora e escritora Cris Pàz e de executivos do Tik Tok, Azul Linhas Aéreas e Loggi
A Unimed do Brasil realiza o 3º Encontro da Marca, Mercado e Experiência do Cliente Unimed, nos dias 27 e 28 de julho, em Atibaia/SP. O evento reunirá profissionais das áreas de Comunicação, Experiência do Cliente, Marketing, Mercado e Ouvidoria das 340 cooperativas integrantes do Sistema Unimed.
Com o tema “Fortalecendo nossa Essência para a Perenidade do Sucesso”, o encontro será uma maratona de 24 horas de conteúdo e trocas de experiências para os participantes. As palestras e debates abrangem temas como inovações e tendências digitais, comportamento do consumidor, reputação, branding e escuta ativa para a promoção de jornadas positivas aos usuários dos planos de saúde. Alguns dos destaques na programação são as participações de Geraldo Rufino (JR Diesel), Lucas Rispoli (Tik Tok), Laurita de Cesar Augusto (Azul Linhas Aéreas), Patricia Queiroz Cabral (Loggi) e da comunicadora e escritora Cris Pàz, bem como as apresentações de cases de cooperativas do Sistema Unimed sobre experiência do cliente.
“Há mais de 55 anos, a Unimed foi criada como uma marca idealizada e gerida por médicos para proporcionar acesso à assistência à saúde de qualidade. O encontro proporciona aos nossos profissionais a oportunidade de refletir sobre como essa essência pode contribuir para superarmos os desafios do mercado e evidenciar para os beneficiários, e para a sociedade, como a nossa identidade é um diferencial dos serviços que oferecemos”, ressalta o presidente da Unimed do Brasil, Omar Abujamra Junior.
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DIÁRIO DO PODER
Ministério Saúde deixa faltar insumos para diagnosticar Covid e outras doenças
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o secretário-executivo da pasta, Swedenberger Barbosa, foram informados da “situação crítica” dos insumos para ações de vigilância em saúde e laboral, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), em alertas ignorados. Estão em falta materiais para diagnóstico de Covid-19, Rubéola, Parvovírus, Chikungunya, Zika, além da Doença de Chagas. Somente este ano o Conass notificou o ministério por duas vezes.
Pane geral
O problema grita nos Laboratórios Centrais (Lacen) de todos os Estados, que trocam insumos entre si, quando têm, ou a população fica à mingua.
Logística capenga
Gestores que pedem o estoque ouvem que a trava está no departamento de logística. São pendências judiciais, licitações ou o produto esgotado.
Vacinação comprometida
O Conass alerta que a falta de insumos compromete a vacinação. Falta, por exemplo, diluente para vacinas contra Covid-19 e a poliomielite.
Embromation
Questionado pela coluna, o Ministério da Saúde pediu “tempo” para responder, demonstrando ignorar o problema. O espaço segue aberto.
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MEDICINA S/A
Decisão obriga plano de saúde a custear remédio mais caro do mundo
Um bebê diagnosticado com Atrofia Muscular Espinhal (AME) conseguiu na justiça que o plano de saúde fornecesse o medicamento Zolgensma, o remédio mais caro do mundo, para seu tratamento conforme prescrito no relatório médico, sob pena de multa diária de R$ 200.000,00. A 25ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo analisou a ação movida pelos pais do bebê contra o plano de saúde, que se recusou a arcar com o tratamento alegando que o contrato excluía a cobertura do tratamento e que o fornecimento do medicamento Zolgensma comprometeria o equilíbrio econômico-financeiro do contrato. A empresa também alegou que o medicamento tinha caráter experimental e, portanto, não estava incluído no Rol de Procedimentos e Eventos da ANS.
O medicamento, que tem um custo de mercado de R$ 10,6 milhões, foi considerado essencial para o tratamento do pequeno paciente. A AME é uma doença genética rara que afeta os neurônios motores da medula espinhal, levando à fraqueza muscular e à atrofia.
No caso do pequeno paciente, a doença foi diagnosticada em seus primeiros meses de vida, uma fase em que cada dia conta para o sucesso do tratamento e o medicamento Zolgensma, apesar de seu alto custo, é considerado um dos tratamentos mais promissores para a AME, sendo capaz de alterar o curso da doença.
A família, com o objetivo de garantir o melhor tratamento para o filho, se viu em uma batalha legal contra a empresa de saúde.
Para Leo Rosenbaum, sócio do Rosenbaum Advogados, escritório especializado em Direito à Saúde e do Consumidor, responsável pela ação, este é mais um caso em que os planos de saúde se recusam a atender seus usuários em função do valor do medicamento. Mesmo com medicamento incluso no rol da ANS o plano recusou tratamento, ponderou o advogado.
A decisão
Em sua decisão, o juiz, rejeitou os argumentos da empresa de saúde. Ele observou que o medicamento Zolgensma não tinha caráter experimental e que, de fato, havia sido incorporado ao Rol de Procedimentos e Eventos da ANS para o tratamento da AME.
Além disso, o juiz afirmou que o bebê não poderia ser penalizado por uma eventual falha do plano de saúde em ajustar o valor da contraprestação para manter o equilíbrio econômico do contrato.
Assim, condenou a empresa a fornecer o medicamento Zolgensma, conforme prescrito no relatório médico, na dose recomendada, podendo ser ajustada ao longo do tratamento, durante todo o período necessário ou alternativamente, reforçando a obrigação das empresas de saúde em fornecer tratamentos essenciais para seus pacientes, independentemente do custo. No caso do pequeno paciente, a decisão representa uma luz de esperança em sua luta contra a Atrofia Muscular Espinhal.
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CORREIO BRAZILIENSE
Artigo: Mais médicos ou melhores médicos?
O atendimento rápido diante de uma emergência. O acolhimento nos momentos mais difíceis. O cuidado na prevenção das doenças. Ao nascer, durante toda a existência e nas despedidas. Em cada ocasião de nossa vida, estão lá os médicos, que dedicam suas próprias vidas à preservação de outros tantos – alguns que verão uma vez, outros que acompanharão por muito tempo.
Por sua relevância, quando nos vemos diante de crises da saúde, logo surgem pedidos por mais médicos, por novas faculdades de medicina. Chamados legítimos e compreensíveis, sobretudo em um país com ainda tantas carências na assistência básica de sua população. Mas, por essa mesma diferença que possuem para a vida, apenas clamar por mais médicos é uma simplificação capaz de trazer graves prejuízos aos brasileiros.
Até atender o público, os profissionais devem passar por uma formação médica rigorosa. Além da própria graduação, devem contar com uma estrutura hospitalar que dê suporte ao seu aprendizado prático, unidades básicas de saúde e número mínimo de leitos SUS com os quais lidarão os estudantes.
Esse deveria ser o modelo ideal e de excelência para a formação médica. Mas o que vemos é justamente a multiplicação do contrário: a abertura indiscriminada de escolas de qualidade duvidosa, sem condições e infraestrutura adequadas. Dado de 2019 da Organização Mundial da Saúde mostrou que o Brasil era o segundo país do mundo em número de faculdades de medicina.
E mesmo já tendo número suficiente de médicos no país – 2,2 por mil habitantes, bem acima do recomendado pela OMS – , há mais de 200 cursos aguardando autorização para funcionar. Surgiu, até mesmo, a proposta de um curso exclusivo para assentados da reforma agrária, à parte do ingresso regular.
É cômodo apenas pedir por mais médicos quando não se olha o todo. Temos um sistema de saúde fragilizado, incapaz de oferecer as mínimas condições de trabalho em diversas regiões. Situação que torna mais difícil, por exemplo, atender às necessidades dos municípios mais distantes, onde faltam esses profissionais, mas também estrutura adequada, remuneração justa e até mesmo segurança jurídica.
Não se trata de questão ideológica: a preocupação das associações e sindicatos médicos é com a qualidade dos serviços prestados. Queremos que a população seja atendida por profissionais de excelência, formados seguindo os modelos adequados. Sem isso, há um risco tremendo de prejuízos à saúde de milhões de brasileiros.
Por isso, nos opusemos em diferentes ocasiões à criação de novos cursos de medicina, sejam eles de grandes grupos educacionais, sejam escolas caça-níqueis, sejam formações que atendam a interesses particulares. Pela mesma razão, nos opusemos ao exercício, no Brasil, da medicina por profissionais sem revalidação do diploma obtido no exterior.
Quando se fala em médicos, a qualidade deve prevalecer sobre a quantidade. Em vez de abrir novos cursos, devemos reforçar a fiscalização dos já existentes, inclusive com o fechamento daqueles que não atendam aos padrões. Temos, também, de resolver problemas históricos do setor, como a infraestrutura dos hospitais e das unidades básicas, adequar o financiamento e garantir condições dignas de trabalho aos trabalhadores.
O Simers, como maior sindicato médico da América Latina, representando 15 mil profissionais do Rio Grande do Sul, tem sido uma voz ativa por essas bandeiras. Uma medicina de qualidade deve estar acima de qualquer ideologia ou governo. O que está em jogo, aqui, é a saúde e a vida dos mais de 200 milhões de brasileiros. Defendê-las é nossa missão ao fazermos nosso juramento – e por elas batalharemos, seja ao cuidar de quem precisa, seja ao buscar uma formação de excelência para aqueles que se somarão a essa luta.
FERNANDO UBERTI, diretor-geral do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers)
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Assessoria de Comunicação