Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 21/10/14

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES DE HOJE

• Alerta – 3 casos de malária em Goiânia
• SUS perde 14,7 mil leitos de internação em 4 anos
• Redução de leitos segue tendência mundial, diz Ministério
• Hospital Santa Cruz passa a integrar Associação de Hospitais Privados

O POPULAR
Alerta
3 casos de malária em Goiânia
Preocupação de autoridades da área da saúde é que doença tenha sido transmitida na capital. Período de incubação é de 30 dias
Malu Longo
Três casos de malária em pessoas de classe média, moradoras das proximidades do Parque Flamboyant, no Jardim Goiás, região Sul da capital estão sob investigação da Diretoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. O alerta foi dado na semana passada por um hospital privado por onde passaram dois dos pacientes, uma mulher de 53 anos e um homem de 24. No final da tarde de ontem, o órgão municipal confirmou o terceiro caso de um jovem de 15 anos que está internado em outro hospital particular. O temor das autoridades de saúde é de que a doença seja autóctone, ou seja, transmitida em Goiânia, o que não acontece há vários anos.
Os dois primeiros pacientes chegaram ao pronto-socorro do hospital particular com sintomas como febre e dores no corpo. Exames de sangue de ambos apontaram a presença do parasita plasmodium vivax, responsável por 85% dos casos de malária no Brasil. A doença, endêmica na região amazônica, é transmitida pela fêmea infectada do mosquito Anopheles, que geralmente pica no amanhecer ou no anoitecer. Diretora de Vigilância em Saúde da SMS, Flúvia Amorim confirma que os três exames foram positivos para malária.
“Não sabemos ainda se eles foram infectados em Goiânia, mas como os três são moradores das proximidades do Parque Flamboyant, hoje mesmo vamos colocar armadilhas no local para tentar capturar o mosquito transmissor, o Anopheles”, disse ontem Flúvia Amorim. Segundo ela, é prematuro afirmar que se trata de uma transmissão autóctone enquanto os três casos não forem investigados. Equipes da Vigilância Epidemiológica já estão conversando com as famílias para descobrir se os pacientes viajaram nos últimos dias. De acordo com a diretora de Vigilância em Saúde, entre a picada do mosquito e o desenvolvimento da doença há um período de incubação de 30 dias.
Caso seja comprovado que o local de contaminação é mesmo Goiânia, a SMS vai tomar as medidas de controle para evitar que mais pessoas sejam infectadas. O foco se volta para o controle do vetor e para o tratamento dos pacientes, que se tornam transmissores em potencial. Com o parasita na corrente sanguínea, eles podem ser picados pelo mosquito que vai transmitir para outras pessoas.
Diagnóstico tardio
A infectologista Cristiane Reis Kobal, que acompanha um dos casos, está preocupada. Ontem, o rapaz de 24 anos foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com dificuldades respiratórias. No meio da manhã ela informou que o rapaz não estava respondendo aos medicamentos à base de cloroquina, o mais utilizado em casos de malária. “Há anos não temos malária autóctone em Goiânia, por isso a preocupação”, afirma a médica. Christiane Kobal conversou com familiares do paciente e está convicta de que o jovem não deixou a capital nos últimos 11 meses.
Christiane Kobal estava viajando para os Estados Unidos quando a mulher foi atendida no hospital privado. “Quando me ligaram e disseram que era malária pedi para encaminhá-la para o Hospital de Doenças Tropicais (HDT)”. Em nota, o HDT informou que a mulher realmente passou pela unidade no dia 9 deste mês com suspeita de malária, mas foi liberada após ser submetida a exames. Alegando respeito à paciente e à ética médica, o hospital não informou o diagnóstico. O POPULAR apurou que a mulher voltou a ser internada na sexta-feira, desta vez em um hospital privado.
Christiane Kobal está apreensiva. “É preciso ressaltar a importância médica disso. Inicialmente, tanto familiares quanto médicos acreditaram que o paciente de 24 anos estava com dengue e o diagnóstico demorou muito para ser feito, o que agravou seu quadro”, explica a médica. “É uma situação grave porque muitas pessoas podem estar com os sintomas acreditando ser dengue, e na verdade é malária”, diz a infectologista.
Flúvia Amorim, diretora da SMS informa que está há mais de 15 anos na Vigilância Epidemiológica de Goiânia e desde então nunca foi registrado nenhum caso de malária transmitida na capital. “Todos foram importados, pessoas que viajaram e foram contaminadas em regiões de risco”.
Contaminação na capital é improvável
A malária é causada pelo protozoário Plasmodium. No Brasil, os agentes infecciosos são as espécies Plasmodium malariae, Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax, sendo que as duas últimas são responsáveis pela grande maioria das infecções em todo o mundo. De acordo com o doutor em genética de malária, o professor e pesquisador do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da Universidade Federal de Goiás, Pedro Cravo, os casos em que o agente é a Plasmodium vivax, 85% do total, são mais fáceis de tratar e com letalidade muito pequena. Já os 15% restantes são mais letais.
Pedro considera improvável, mas não impossível que a contaminação dos três casos já notificados à SMS tenha ocorrido em Goiânia por se tratar de uma doença rural, de florestas. “É preciso investigar, mas é estranho”, diz.
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SAÚDE WEB 365
SUS perde 14,7 mil leitos de internação em 4 anos
Segundo análise do Conselho Federal de Medicina, com base em números do Ministério da Saúde, queda de leitos do SUS desde 2010 afetaram principalmente pediatria, psiquiatria e obstetrícia
Segundo um levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), com base em dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde, quase 15 mil leitos de internação foram desativados na rede pública de saúde desde julho de 2010 – dos 336,2 mil leitos para uso exclusivo do Sistema Único de Saúde (SUS) naquele mês para 321,6 mil em julho de 2014. Queda de quase 10 leitos por dia.

O período escolhido desconsiderou datas anteriores devido à informação do próprio governo de que os números anteriores a 2010 poderiam não estar atualizados.

Os leitos de internação são aqueles destinados a pacientes que precisam permanecer no hospital por mais de 24h horas. Segundo o presidente do CFM, Carlos Vita, a diminuição dos leitos de internação ou cirurgia reflete no aumento do tempo de permanência dos pacientes nas emergências, à espera de encaminhamento ou referenciamento. Para ele, a falta de leitos para internação é considerada a principal causa da superlotação e do atraso no diagnóstico e no tratamento, aumentando a taxa de mortalidade.

Distribuição regional
Em números absolutos, os estados do Sudeste são os que mais sofreram com a redução no período, principalmente no Rio de Janeiro, onde 5.977 leitos foram desativados desde julho de 2010. Na sequência, aparece o Nordeste, com 3.533 desativações no período. Centro-Oeste e Norte sofreram cortes de 1.306 e 545 leitos, respectivamente. A região Sul é a única que apresenta alta de leitos (mais 417).

Dentre as especialidades mais afetadas no período, em nível nacional, constam pediatria cirúrgica (-7.492 leitos), psiquiatria (-6.968), obstetrícia (-3.926) e cirurgia geral (-2.359). Já os leitos destinados à clínica geral, ortopedia e traumatologia foram os únicos que sofreram acréscimo superior a mil leitos.

Uma tabela com a quantidade de leitos desativados ou acrescidos por especialidade pode ser vista (em PDF) no site do CFM.

Observação e UTI
Segundo o levantamento, leitos de repouso ou de observação cresceram 15% no período. Eles são utilizados para suporte das ações ambulatoriais e de urgência, como administração de medicação endovenosa e pequenas cirurgias, com permanência de até 24 horas.

Também foram apurados na pesquisa os chamados leitos complementares (reservados às Unidades de Terapia Intensiva – UTI, isolamento e cuidados intermediários). Ao contrário dos leitos de internação, essa rede complementar apresentou alta de 12%, passando de 24.244 em julho de 2010 para 27.148 no mesmo mês de 2014. O maior acréscimo (1.312 leitos a mais) aconteceu nos estados do Nordeste, seguido pelo Sudeste (1.012). Nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sul o aumento foi mais tímido, de aproximadamente 200 leitos a mais em cada uma delas.

Embora a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) não recomendem ou estabeleçam taxas ideais de número de leitos por habitante, em relação a outros países com sistemas universais de saúde, o Brasil aparece com um dos piores indicadores. De acordo com o último relatório de Estatísticas de Saúde Mundiais da OMS, o Brasil possuía 2,3 leitos hospitalares (públicos e privados) para cada grupo de mil habitantes no período de 2006 a 2012.

A taxa é equivalente à média das Américas, mas inferior à média mundial (2,7) ou as taxas apuradas, por exemplo, na Argentina (4,7), Espanha (3,1) ou França (6,4).

Segundo o relatório, “a densidade de leitos pode ser utilizada para indicar a disponibilidade de serviços hospitalares e as estatísticas de leitos hospitalares são geralmente extraídas de registros administrativos de rotina”, como as bases do CNES, no caso do Brasil.
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Redução de leitos segue tendência mundial, diz Ministério
Após levantamento divulgado pelo CFM, pasta federal alega que avanços da medicina e da tecnologia médica, além de políticas organizadas de desospitalização, explicam tendência
Na segunda-feira (20), após a divulgação de um levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre disponibilidade de leitos no SUS – que entre outras coisas ressaltava a “perda” de 14,7 mil leitos de internação nos últimos quatro anos –, o Ministério da Saúde divulgou um comunicado no qual defende que a redução das vagas é “uma tendência mundial”.

Segundo a pasta, os dados refletem a substituição dos leitos hospitalares pela atenção ambulatorial ou domiciliar, principalmente em áreas na qual o avanço da medicina reduziu o tempo necessário para assistência, e consequentemente de internação. Estão na conta do Ministério as cirurgias realizadas por vídeo e os tratamentos realizados fora do ambiente hospitalar, incluindo hospitais-dia, ambulatórios ou em domicílio.

A pasta cita dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) para defender a tendência. O Reino Unido, por exemplo, entre 2003 e 2012 verificou uma redução no número de leitos hospitalares em 26%, passando de 3,95 por 1.000 habitantes para 2,91. No Canadá, outra possível referência, o indicador passou de 3,4 para 2,7 entre 2008 e 2010.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, uma parcela significativa da diminuição de leitos hospitalares de internação se deu pelo fechamento dos chamados manicômios, que atendiam pessoas com problemas de saúde mental. Segundo o Ministério, desde a criação da Política de Saúde Mental no Sistema Único de Saúde, de 2001, e com o fim das internações em manicômios, houve redução de 17% do total de hospitais especializados em psiquiatria com habilitação pelo SUS para esse tipo de internação – em 2010 eram 215 e, em 2014, são 178.

Em 2010, o Brasil possuía 39.587 leitos psiquiátricos no SUS contra 32.290 em 2014. Em contrapartida, estão em atuação no país 2.129 CAPs (Centros de Atenção Psicossocial), 695 Residências Terapêuticas, 60 Unidades de Acolhimento, 119 consultórios de rua e mais 800 leitos em Hospitais Gerais para atendimento a essa população.

A tecnologia também diminuiu o tempo de internação em outras áreas, e procedimentos que antes necessitavam de internação hoje são feitos em ambiente ambulatorial, como a vasectomia. Além disso, um grande número de hospitais de pequeno porte deixou de realizar internações e passaram a adotar procedimentos ambulatoriais, com objetivo de adequar a escala de produção e financiamento dessas estruturas, atendendo melhor as necessidades regionais, alega o Ministério. A desospitalização também tem seu papel: estruturas de saúde mais resolutivas e próximas da população, como UPAs, fazem parte da estratégia de atendimento do SUS.

As UPAs, segundo a pasta, resolvem até 97% dos problemas dos usuários que as procuram sem necessidade de encaminhamento a um hospital. As unidades possuem até 20 leitos e também são equipadas com salas de estabilização, de até 30 leitos, para tratar o paciente. Atualmente, são 2.550 leitos nas UPAs 24h, com capacidade para atender 77,2 milhões de habitantes.

Prevenção
O Ministério também ressaltou iniciativas de prevenção e promoção à Saúde no SUS. Localidades com melhor cobertura do Programa Saúde da Família diminuem a quantidade de internações cardiovasculares e de acidentes vasculares cerebrais. São 38.151 equipes atualmente no País.

Segundo o Ministério, hoje estão disponíveis 349.209 leitos nas redes pública e conveniada ao SUS. Em 2013 eram 348.386 leitos e, em 2010, 359.128.

A pasta alega ainda que, nos últimos anos, tem desenvolvido estratégias para o aumento de leitos em áreas consideradas fundamentais: Rede de Urgência e Emergência, Rede Cegonha, Programa Melhor em Casa. Foram criados, nos últimos três anos, 17.786 novos leitos hospitalares e extra-hospitalares na rede pública de saúde.

São leitos em serviços de urgência e emergência, em UPA 24h, em UTI, leitos clínicos e obstétricos e na rede especializada de Saúde Mental. Somente a oferta de leitos de UTI no SUS cresceu 25% nos últimos três anos, passando de 15.509 para 19.394. Os leitos de UTI são os de maior complexidade, que exigem estrutura e esforço de profissionais, além de serem destinados a pacientes em casos graves.

Destaca ainda o atendimento domiciliar oferecido pelo programa Melhor em Casa. A iniciativa busca reduzir as filas nos hospitais de emergência, prestado assistência na própria residência do paciente. Mais de 11 mil pacientes recebem atendimentos em casa pelo programa.
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Hospital Santa Cruz passa a integrar Associação de Hospitais Privados
No Estado, já fazem parte da Anahp os hospitais Nossa Senhora das Graças, VITA Curitiba, VITA Batel, Hospital Pilar e Marcelino Champagnat
A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) amplia sua rede de hospitais associados com a chegada de um novo membro, o Hospital Santa Cruz, de Curitiba (PR). A instituição é a sexta do Estado do Paraná a se unir à Anahp, que passa a contar com 68 membros distribuídos em todas as regiões brasileiras.

O Hospital Santa Cruz possui certificado de Acreditação Hospitalar nível 3 pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), renovado em 2013, oferece 220 leitos e capacidade para realizar mais de 14 mil atendimentos por mês.

No Estado, já fazem parte da Anahp os hospitais Nossa Senhora das Graças, VITA Curitiba, VITA Batel, Hospital Pilar e Marcelino Champagnat.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação