Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 22/01/13

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

SAÚDE BUSINESS WEB

Sindhoesg cria Central de Compras para beneficiar filiados

O Sindicado dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg) está iniciando 2013 com a oferta de um novo e importante serviço aos filiados. Trata-se da Central de Compras do Sindhoesg, que vai proporcionar aos estabelecimentos filiados maior economia, agilidade, comodidade e segurança na aquisição de medicamentos, equipamentos, alimentos, materiais de escritório, produtos de limpeza e outros insumos.
O presidente do Sindicato, José Silvério Peixoto Guimarães, explica que o novo serviço foi criado para facilitar os processos de compras pelos estabelecimentos de Goiânia e do interior, reduzindo o tempo gasto nas cotações e pedidos, ampliando o acesso a fornecedores de todo o país e, consequentemente, facilitando a escolha dos que oferecem os melhores produtos e menores preços.
“Os estabelecimentos poderão adquirir produtos de A a Z, desde medicamentos de alto custo a roupas de cama e materiais de limpeza e construção”, resume Humberto Mendonça, diretor da Hum@ Tecnologia, empresa parceira do Sindhoesg na Central de Compras.
O funcionamento da central é simples: através de um computador conectado à internet, o filiado vai acessar a plataforma de compras eletrônicas da empresa Hum@ Tecnologia e preencher um formulário informando a relação e quantidade de produtos que pretende adquirir. A solicitação será lançada no sistema e, em poucas horas, o usuário terá acesso às propostas dos fornecedores. Depois, basta que o filiado selecione a proposta de seu interesse e efetue a compra.
Com a plataforma eletrônica, já usada em alguns hospitais da capital, a cotação que levava até dias e exigia vários telefonemas para os fornecedores, passará a ser feita em poucas horas. “Além desta economia de tempo, o sistema também amplia o acesso do filiado a esses fornecedores”, explica Humberto Mendonça, ressaltando que todas as empresas fornecedoras que participam das cotações eletrônicas têm sua documentação analisada periodicamente, o que proporciona maior segurança aos compradores.
Para a implantação do sistema, os profissionais da área de compras dos estabelecimentos serão treinados por técnicos da Hum@ Tecnologia. Para usufruir das vantagens oferecidas pela Central de Compras basta que os filiados de Goiânia e do interior, inclusive os vinculados aos Sindicatos de Anápolis e Iporá, entrem em contato com o Sindhoesg pelo telefone (62) 3093-4309, das 13 às 17 horas -falar com Tainá.
Não será cobrada nenhuma taxa de adesão e o valor da mensalidade a ser paga pelos filiados do Sindhoesg é de 300 reais, cerca de 80% inferior ao cobrado dos demais usuários da plataforma. O estabelecimento filiado que já usa a plataforma da Hum@ Tecnologia passará a ser beneficiado com esse desconto.

Sindhoesg também terá central de compras coletivas

Além da central de compras eletrônicas, em breve, o filiado do Sindhoesg contará com o serviço de Compras Coletivas, que deve gerar mais uma economia para os usuários. Inicialmente, serão adquiridos medicamentos da Curva A, que representa os maiores gastos dos estabelecimentos.
As primeiras compras coletivas serão efetuadas assim que a Central de Compras do Sindhoesg tiver a relação dos medicamentos mais consumidos pelos filiados. Esse levantamento será feito com base nas aquisições consolidadas através da central de compras eletrônicas.
Com a ampliação do serviço, além de contar com a comodidade das compras eletrônicas, segundo o presidente do Sindhoesg, José Silvério Peixoto Guimarães (foto), o filiado também contará com uma maior economia proporcionada pelas compras coletivas.
Para saber mais sobre a Central de Compras e aderir ao serviço, entre em contato com o Sindhoesg, das 13 às 17 horas, e fale com Tainá pelo telefone
(62) 3093 4309
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Gestores públicos são obrigados a informar gastos com Saúde
A partir de agora, o gestor que não alimentar o Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS) pode ter condicionamento das transferências constitucionais – como repasses do Fundo de Participação dos Municípios e Fundo de Participação dos Estados – e suspensão das transferências voluntárias dos recursos da União – como celebração de convênios e contratos de repasses

O Ministério da Saúde amplia as ferramentas de controle e transparência para permitir que o cidadão acompanhe a aplicação de recursos na área da saúde. A portaria 53 publicada nesta quinta-feira (17) no Diário Oficial da União determina que Estados, Distrito Federal e Municípios devam publicar os gastos com saúde no Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS). Desta forma, o cidadão poderá verificar se o seu estado ou seu município está cumprindo a aplicação mínima de recursos na saúde.
De acordo com a Emenda Constitucional 29, a União deve aplicar na saúde o valor empenhado (comprometido em orçamento com projetos e programas) no ano anterior mais a variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB). Já os estados e o Distrito Federal precisam investir 12% de sua receita, enquanto os municípios devem aplicar o mínimo de 15%.
Os gestores públicos das três esferas de governo (municipal, estadual e federal) devem declarar no sistema as receitas totais e as despesas com ações e serviços públicos de saúde.
O sistema faz o cálculo automático dos recursos públicos mínimos aplicados em ações e serviços de saúde, facilitando o monitoramento do Ministério da Saúde e órgãos de controle. A medida deve ainda incentivar a transparência, uma vez que o SIOPS é um sistema aberto à população.
Hoje, o SIOPS já existe e funciona nesses moldes, mas os gestores não são obrigados a publicar suas receitas e despesas. A partir de agora, o gestor que não alimentar o sistema pode ter condicionamento das transferências constitucionais – como repasses do Fundo de Participação dos Municípios e Fundo de Participação dos Estados – e suspensão das transferências voluntárias dos recursos da União – como celebração de convênios e contratos de repasses.
A partir das novas atribuições, o SIOPS precisará passar por um processo de remodelagem e adaptação. A portaria também estabelece orientações para os gestores públicos quanto à declaração e homologação dos dados indicados no sistema, inclusive sobre os prazos para a efetivação dos registros.
De acordo com o Departamento de Economia da Saúde, Investimentos e Desenvolvimento do Ministério da Saúde, a alimentação do sistema e o registro de dados é de responsabilidade dos gestores dos entes federativos declarantes: União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Os dados informados são organizados e disponibilizados na Internet, no endereço http://siops.datasus.gov.br, sob a forma de diversos tipos de consultas e relatórios. Um dos indicadores gerados é o do percentual de recursos próprios aplicados em ações e serviços públicos de saúde, que demonstra a situação relativa à aplicação do valor mínimo no SUS.
Histórico
A portaria publicada no DOU faz parte de uma construção. Primeiro, veio a Lei Complementar 141, de 13 de janeiro de 2012, e elegeu o SIOPS como o sistema de registro eletrônico centralizado das informações de saúde das três esferas de governo, garantindo o acesso público às informações. A LC 141 regulamentou a EC 29/2000.
Em seguida, foi publicado o decreto 7.827, de 16 de outubro de 2012, que regulamentou os procedimentos de condicionamento e restabelecimento de transferências constitucionais, bem como de suspensão e restabelecimento das transferências voluntárias da União, nos casos de descumprimento da aplicação dos recursos mínimos em ações e serviços públicos em saúde. Este decreto, mais uma vez, reforçou o SIOPS como o sistema informatizado, de acesso público, a ser utilizado pelos gestores públicos para declaração de suas despesas com saúde para efeito de cálculo e comprovação da aplicação dos percentuais mínimos investidos em saúde.
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O HOJE
HDT começa reforma
Obra para adequar depósito de lixo hospitalar custará R$ 130 mil e deverá terminar em 30 dias
CATHERINE MORAES

Após ameaça de interdição, começou ontem a reforma da Central de Depósito de Resíduos Sólidos do Hospital de Doenças Tropicais (HDT). O projeto de readequação foi entregue ontem pela Organização Social Instituto Sócrates Guanaes, que gerencia o hospital, à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás (STRE-GO). O encontro foi realizado na sede da SRTE, às 8h, e participaram o advogado e procurador do ISG, Ricardo Ribeiro, o superintendente regional do Trabalho e Emprego em Goiás, Heberson Alcântara, a auditora fiscal do Trabalho Jacqueline Carrijo, o procurador da República Ailton Benedito de Souza, o procurador do Estado de Goiás Rafael Arruda Oliveira, além de representantes da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) e da Vigilância Sanitária. O investimento total é de R$ 130 mil.
A Superintendência do Trabalho ameaçou interditar o depósito no último dia 10 de janeiro quando o hospital comemorou 36 anos. Na ocasião foi anunciada também a reforma total da unidade de saúde, que há 23 anos não passava por uma readaptação. Com cerca de R$ 7 milhões, a reforma vai garantir aumento de leitos de internação, unidades de terapia intensiva (UTIs), central de medicamentos, local para armazenamento adequado de lixo hospitalar, lavanderia e reforma da Central de Material Esterilizado (CME).
A CME e a lavanderia do hospital já estão interditadas pela SRTE em visitas anteriores e, atualmente, os serviços são terceirizados. Com o depósito de lixo, entretanto, a situação era mais complicada. Isto porque o local atualmente possui apenas uma tela de proteção e o lixo não é colocado em containers, mas em sacolas sem indicação de lixo hospitalar, perigoso. Para que o local se torne adequado, é necessário piso e paredes laváveis; containers novos, fechados e com sinalização de perigo; climatização e o local precisa ser como um baú, completamente fechado, sem aberturas. Em visita ao local no dia 10, a equipe do jornal O HOJE entrou facilmente no depósito, que não possuía trancas.
O projeto
A organização social explicitou as medidas que serão adotadas para a regularização do depósito de resíduos sólidos. O projeto contempla o isolamento completo da central, impedindo a entrada de animais e pessoas não autorizadas; a troca do piso, que será substituído por um modelo impermeável e lavável; aquisição de containers para a substituição dos atuais; instalação de sinalização; adequação do ralo, da iluminação, da ventilação e da exaustão no interior do abrigo; construção de local para a lavagem dos containers; e dimensionamento da coleta do lixo em conformidade com a quantidade de resíduos produzidos pelo hospital.
Durante o período da reforma, em torno de 30 dias, containers serão utilizados para abrigar temporariamente o lixo produzido no hospital. O procurador do ISG, Ricardo Ribeiro, reiterou que não existe a possibilidade de fechamento do HDT, uma vez que a resposta solicitada pelos órgãos de fiscalização está sendo dada pela OS.

Auditora diz que é necessário novo depósito
A coordenadora das auditorias ficais do trabalho em unidades de saúde, Jacqueline Carrijo, ressalta que a medida é emergencial e o que será feito é apenas uma reforma. “A medida é necessária e vai sanar a demanda deste momento, mas é necessário no futuro que seja construído um novo depósito. Para se ter ideia, antes a limpeza dos containers era feita à céu aberto. O depósito de lá era caso de polícia”, afirmou. A auditora fiscal disse ainda que vai acompanhar a reforma assim como os órgãos de fiscalização estadual.
Ontem, o procurador do Estado Rafael Arruda Oliveira ressaltou que os recursos para a adequação da central, que vai custar cerca de R$ 130 mil, são oriundos do contrato celebrado entre o ISG e o governo estadual para a gestão da unidade. A OS ressaltou ainda que a reforma obedecerá as normas técnicas recomendadas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e pelo Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmt) do HDT.
Fiscalização e interdições
Desde janeiro do ano passado, o MPTE começou a receber denúncias de funcionários do hospital que reclamavam das condições de trabalho. Entre os problemas: o uso de luvas descartáveis frágeis para limpeza de material altamente contagioso com sangue e excreção de portadores de aids. Além disso, reclamaram que a lavanderia possuía várias máquinas estragadas e as roupas usadas pelos funcionários estavam retornando para o uso ainda com sujeiras. “Os funcionários chegaram a trabalhar sem equipamentos de proteção individual. Ainda assim, correndo riscos de saúde, a enfermeira-chefe não parou o serviço”, explica Jacqueline Ramos.
Ampliação
A Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) informou que as obras para reforma do HDT deverão ser licitadas até a segunda quinzena do mês de março. Os projetos de engenharia já estão concluídos e em fase final de elaboração dos orçamentos. Com a ampliação, o HDT passará de uma área construída de 9.138 metros quadrados para 14.965 metros, recebendo acréscimo de 6.433 metros. A reforma e ampliação custarão ao Estado cerca de R$ 7 milhões, dinheiro já garantido no orçamento deste ano.
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Idosa espera por cirurgia no pé há mais de um ano
Maria José Soares, de 65 anos, cuida sozinha do neto de 8 anos, apesar das dores no pé, fraturado há um ano e três meses
ANGÉLICA QUEIROZ

Em outubro de 2011, Maria José Soares, de 65 anos, caiu na porta de casa e fraturou o pé. Um ano e três meses depois, ela já ficou internada por duas vezes e ainda sofre com dores, já que ainda não conseguiu fazer uma cirurgia que deve resolver o problema. Maria José vive com o neto de oito anos, em uma casa simples no Jardim Cerrado. Os pais do garoto não ajudam com as despesas e Dona Maria e o neto passam por dificuldades, já que ela não é aposentada e não consegue trabalhar desde que machucou o pé.
Apesar de sonhar com a cirurgia, Maria José se preocupa com o que vai fazer quando conseguir, finalmente, a operação. “O médico já avisou que vou precisar ficar pelo menos três meses de repouso. Como vou fazer? Eu que cozinho, eu que arrumo a casa, eu que cuido do meu neto. Vai complicar tudo pra mim”, comenta. Mesmo assim, sabe que a cirurgia é necessária e reclama da demora. “Os papéis já estão no Crer (Centro de Readaptação e Reabilitação Doutor Henrique Santillo), mas nunca me chamam”, diz.
Por conta das dores que sente no pé, Maria José tem que tomar diversos remédios. “Sempre que eu preciso andar muito, quase não aguento de tanto que dói”, conta. Os medicamentos pesam no orçamento familiar. “Eu sou pensionista. Com o que ganho já é difícil comprar roupa, comida e pagar as contas da casa. Por isso esses remédios, mesmo não sendo muito caros, fazem diferença,” detalha.
Em novembro de 2012, o neto, brincando, escorregou na beira de um córrego próximo de casa e precisou ser operado. Hoje se recupera bem, mas a avó conta que foi um susto. “Ainda bem que conseguimos a cirurgia e os remédios dele pelo SUS, senão não sei como a gente ia fazer”, conta. Com o início do ano letivo chegando, Maria José se preocupa também com o material escolar do neto. “De mochila a caderno, tenho que comprar tudo. E é tudo caro. É complicado”, desabafa.
Ajude
Endereço: Avenida C, Qd. 127, Lt. 16, Jardim Tiradentes – Aparecida de Goiânia
Contato: (62) 3537-7672
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A REDAÇÃO

Faleiros não descarta internação compulsória de usuários de drogas em Goiás
Adriana Marinelli

Goiânia – Em entrevista ao jornal A Redação na tarde desta segunda-feira (21/1), o secretário Estadual de Saúde, Antônio Faleiros, não descartou a possibilidade de implantar em Goiás o programa de incentivo à internação compulsória de viciados em drogas. A ação, desenvolvida em São Paulo, visa a internação forçada de dependentes químicos em estado grave, que não têm condições de tomar decisões sobre um possível tratamento.
De acordo com Faleiros, a medida pode ser adotada em Goiás, porém não neste momento. “Para tomar uma atitude como esta é necessário que se tenha leitos suficientes para atender todos os dependentes químicos, o que não é o caso no momento. Para viabilizar um programa como esse em Goiás precisamos contar com os Centros de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeqs)”, afirma.
“A informação que tenho é que a Agência Goiana de Transporte e Obras (Agetop) vai assinar ainda esta semana, acredito que amanhã (22), uma ordem de serviço para dar início à construção do primeiro centro, que será instalado em Aparecida de Goiânia (GO). Outros serão construídos e, a partir daí, poderemos pensar nas internação de viciados em drogas”, diz.
“Acho que é uma iniciativa válida porque muitos dependentes já não têm mais condições de saber o que é bom e o que é ruim. Por isso acho que em alguns casos o início da desintoxicação terá que ser forçada.”

Credeq
No final de 2011, o governador Marconi Perillo anunciou a construção de cinco Credeqs no Estado e, conforme estava previsto, as obras começariam em 2012. No entanto, conforme afirmou Antônio Faleiros na entrevista, as obras só devem ser iniciadas nos próximos dias.
De acordo com o que foi divulgado pelo governo de Goiás, o Credeq de Aparecida de Goiânia (GO), primeiro a ser construído, terá capacidade para atender 96 pessoas em regime residencial, sendo 42 adultos, 42 adolescentes e 12 crianças.
O Centro fará parte da Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde (SUS) e será integrado aos demais serviços públicos de saúde que atendem os usuários de drogas. Serão incluídos no tratamento crianças, adolescentes e adultos com diagnóstico de uso e dependência de álcool, crack e outras drogas, e que tenham grave comprometimento psicossocial.
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O POPULAR

Varjão
Cápsula de raio X achada em gabinete de prefeita

Peça foi levada ao escritório Comissão Nacional de Energia Nuclear em Abadia de Goiás, que descarta possíveis riscos de contaminação
Carla Borges

Um episódio chamou a atenção e levou preocupação aos moradores de Varjão, cidade com 3,6 mil habitantes distante 69 quilômetros de Goiânia. Um cabeçote de aparelho de raio X foi encontrado no gabinete da prefeita Juliana Rassi Dourado. Preocupada, ela acionou o Batalhão Ambiental da Polícia Militar (PM) e a notícia se espalhou pela cidade, gerando apreensão e a inevitável analogia com a cápsula, também de raio X, que continha o material radioativo césio 137, que deu origem a um acidente de grandes proporções em Goiânia, em 1987.
A cápsula de Varjão foi levada ontem para o escritório da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), em Abadia de Goiás, local que também abriga os rejeitos do acidente de Goiânia. Procurado pelo POPULAR, o diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da Cnen, Ivan Salati, disse que por se tratar da uma cápsula de raio X, não há risco. “Ela não apresenta nenhum problema relacionado à radiação, uma vez que o equipamento foi desligado ou tirado da tomada não há radiação nenhuma. A cápsula de raio X é como uma lâmpada e não tem radiação nenhuma”, explicou o diretor, por e-mail.
O diretor também informou que não há problema com o fato de ter ficado em algum lugar. “A exceção é que alguns equipamentos podem ter óleo para refrigeração que pode ter alguma toxidade, o que não parece ser o motivo da preocupação”, acrescentou. Ele determinou que seja confirmado se trata-se de uma cápsula de aparelho de raio X.
O assessor de Comunicação da Cnen, Luiz Machado, acrescentou que, mesmo não sendo responsável por esse tipo de aparelho, a Cnen recebeu o cabeçote. Machado explica que esses equipamentos são regulados pela Vigilância Sanitária nos Estados. “É muito comum as pessoas confundirem, pensando que esses aparelhos oferecem risco, mas não nos cabe regular”, justificou. “Isso não pode ser motivo para criar pânico infundado. A Cnen está consciente de suas responsabilidades”.
O secretário de Meio Ambiente de Varjão, Wilmar Alves Pereira, acompanhou a equipe da PM que levou a peça até Abadia de Goiás. Ele explicou que trata-se da cabeçote de um aparelho de raio X que pertence a um hospital particular que havia na cidade e deixou de funcionar há cerca de 15 anos. O secretário confirmou o que os técnicos da Cnen em Abadia disseram. “O cabeçote estava intacto e o transportamos dentro de duas caixas, em condições que podem não ter sido de total segurança, mas foram as melhores que conseguimos”, relatou.
Segundo Wilmar Pereira, técnicos da Cnen disseram que a cápsula poderia conter uma substância cancerígena. “Eles nos disseram que vão desmontar o aparelho e que a ampola vai permanecer lá para estudos, até mesmo para saber que substância ela contém. Já a parte de ferro deverá ser descartada e não será objeto de estudo”, acrescentou.
Para a prefeita Juliana Rassi Dourado, o motivo de o cabeçote do aparelho de raio X ter ido parar em seu gabinete é uma incógnita. Ela conta que tomou posse no dia 1º e que no dia 2 foi ao gabinete para trabalhar normalmente. Enquanto se inteirava da rotina de trabalho e do que havia no local, ela se deparou com uma caixa de papelão toda suja e pediu aos funcionários da limpeza para ajudá-la a abrir e ver o conteúdo.
“Procurei saber com funcionários mais antigos da casa se eles sabiam do que se trata, mas eles disseram que estava aí há muito tempo e me aconselharam a não mexer.” Juliana, então, acionou a Polícia Militar. Ontem ela foi informada de que o Ministério Público (MP) estadual tem um procedimento instaurado contra o proprietário do antigo hospital, por ter fechado a instituição com equipamentos dentro. “Segundo fiquei sabendo, a porta foi arrombada há alguns anos e esse aparelho foi furtado. Só não sei como ele veio parar dentro do gabinete do prefeito”, afirmou.
O POPULAR procurou a Secretaria Estadual de Saúde (SES) para ouvir a Vigilância Sanitária Estadual a respeito da regulação sobre os aparelhos de raio X em Goiás e a forma de fiscalização, mas, até o fechamento da edição, a assessoria de imprensa da SES não deu retorno. Também tentou contato com o ex-prefeito Eustáquio Ricardo de Souza, para saber se ele tinha conhecimento do aparelho na prefeitura, mas não conseguiu contato.
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Coluna Direito e Justiça – Indenização pelo Celobar
Quase dez anos depois da contaminação que matou 22 pessoas e deixou outras 300 com sequelas em todo o País, ainda não há uma sentença definitiva em relação à professora Rejane Lapolli Azevedo Ferreira, primeira vítima do contraste Celobar, que morreu logo depois da ingestão do produto para fazer exame. A 3ª Câmara Cível do TJ-GO reformou, parcialmente, sentença da 6ª Vara de Família, Sucessões e Cível de Goiânia, com o objetivo de isentar o médico José Monteiro Daher do Espírito Santo da responsabilidade pela morte de Rejane. No entanto, manteve o valor de R$ 30 mil de indenização por danos morais a ser pago pelo Centro de Diagnósticos por Imagem Portugal Ltda.
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DIÁRIO DA MANHÃ

Cápsula de raio X é abandonada em prefeitura
Equipamento estava em sala quando a prefeita de Varjão, no interior do Estado, avistou e acionou a polícia: descontaminado

THAMYRIS FERNANDES
Uma peça de aparelho radiológico foi encontrada na Prefeitura no município de Varjão, há 57 quilômetro de Goiânia. Material foi encontrado no dia dois de janeiro, um dia após a prefeita Juliana Rassi Dourado (PTB) tomar posse. Segundo ela, o aparelho – identificado como uma cápsula de raio X – foi encontrado em seu gabinete e pertence a um hospital particular da cidade, desativado há quase 15 anos.
Juliana Rassi explica que achou a caixa ao lado da mesa, e se preocupou ao descobrir do que se tratava. Prefeita conta que temeu a possibilidade do aparelho ser radioativo e acionou a ajuda do Batalhão Ambiental de Varjão. “Isso não é patrimônio do município, e não sei porque estava guardado aqui na prefeitura. Temos agora que aguardar as investigações para saber porque a gestão anterior mantinha esse objeto aqui.”
MATERIAL ANALISADO
De acordo com a Polícia Militar (PM), a cápsula foi levada ao Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO), uma unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), localizada em Abadia de Goiás. No entanto, a análise prévia do material constatou que o material não contém traços do césio 137 ou outros produtos radioativos, mas comprovou a existência de substâncias cancerígenas.
Não foi possível falar com a direção do Centro Regional do Cnen , mas polícia garantiu que a cápsula permanecerá na unidade. Nesse local também se encontram os rejeitos do maior acidente radioativo da história, em Goiânia, na década de 1980: o césio 137.
Para que a história não se repita: césio 137
O acidente radiológico de Goiânia teve início em 13 de setembro de 1987, quando catadores de ferro-velho encontraram uma cápsula usada em aparelhos de radioterapia. Material foi encontrado no Centro da cidade, nas instalações abandonadas do Instituto Goiano de Radioterapia, também conhecido como Santa Casa de Misericórdia.
A cápsula foi vendida para um ferro velho, onde foi desmontada. Do aparelho, foram liberados 19,26 gramas de cloreto de césio-137, uma espécie de sal que liberava brilho azul, no escuro. As pessoas da vizinhança que foram checar a descoberta ficaram impressionadas com o pó fluorescente. Sem conhecimento sobre o perigo a que estavam expostas, elas passavam o material pelo corpo e algumas ainda levaram amostras para casa, aumentando a área de risco.
Descoberta
De acordo com relatos do acidente, algumas horas após o contato com o césio, as pessoas começaram a apresentar sintomas da contaminação, como vômitos, náuseas, diarréia e tonturas. Sem conhecimento do episódio, os contaminados eram diagnosticados com uma espécie de doença contagiosa. Sintomas só foram identificados como resultado de um Síndrome Aguda de Radiação no final de setembro, quando parte da cápsula foi entregue à Vigilância Sanitária.
Depois de analisado o material, Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), examinou todos da região onde o césio foi aberto. Dados na internet afirmam que 112.800 pessoas foram expostas ao efeito da radiação. Dessas, 129 apresentaram contaminação interna e externa e foram apenas medicadas. Outras 49 foram internadas, 21 passaram por tratamentos intensivos e quatro morreram.
As casa em que foram encontrados vestígios de radiação, especialmente no Setor Aeroporto e imediações; foram esvaziadas e limpadas à vácuo para que a poeira fosse removida. Objetos pessoais dos moradores foram considerados rejeitos. Ao todo, foram gerados mais de 13 mil toneladas de lixo radioativos, lacrados em 14 contêineres e deixados no Parque Estadual Telma Ortegal, em Abadia de Goiás. O acidente com o césio 137 é considerado o maior episódio de contaminação por radioatividade no País e o maior do mundo fora de usinas nucleares. Na Escala Internacional de Acidentes Nucleares (Ines), que apresenta sete níveis de gravidade, o episódio foi classificado no nível cinco.
Com base nesse indicador, acima do caso em Goiânia há dois acontecimentos em centrais nucleares registrados: o de Chernobil (1986), na Ucrânia, em nível seis da escala; e o de Fukushima (2011), no Japão, em nível sete.
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Rosane Rodrigues da Cunha

Assessora de Comunicação

Casa dos Hospitais – Sindhoesg