ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Mais de 130 pacientes aguardavam por vaga em leito de UTI na quarta-feira em Goiânia
Goiás tem 17 casos confirmados de gripe H1N1; duas pessoas morreram este ano com a doença
Goiás possui 1,97 médicos para cada mil habitantes
Ocupação de UTIs cai 16% em um ano
Secretário da Saúde é eleito presidente do Conass
Senado aprova por unanimidade projeto de Caiado que cria centros de diabetes em todo País
Alto número de cesáreas
Os benefícios da maconha contra 18 doenças
AGM e TCM: credenciamento de profissionais da saúde
Pacientes denunciam médico por erros em MT
Ahpaceg promove capacitação na área de Gestão de Processos para profissionais de saúde
TV ANHANGUERA/GOIÁS
Mais de 130 pacientes aguardavam por vaga em leito de UTI na quarta-feira em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/mais-de-130-pacientes-aguardavam-por-vaga-em-leito-de-uti-na-quarta-feira-em-goiania/6599558/
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Goiás tem 17 casos confirmados de gripe H1N1; duas pessoas morreram este ano com a doença
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/goias-tem-17-casos-confirmados-de-gripe-h1n1-duas-pessoas-morreram-este-ano-com-a-doenca/6599553/
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RÁDIO CBN/GOIÂNIA
Goiás possui 1,97 médicos para cada mil habitantes
https://www.cbngoiania.com.br/programas/cbn-goiania/cbn-goi%C3%A2nia-1.213644/goi%C3%A1s-possui-1-97-m%C3%A9dicos-para-cada-mil-habitantes-1.1485511
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O POPULAR
Ocupação de UTIs cai 16% em um ano
SAÚDE MUNICIPAL Goiânia apresenta tendência de queda na utilização de leitos pelo SUS entre 2016 e 2017. Atualmente, fila de espera para internação chega a passar de 100
As Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de Goiânia estão sendo menos ocupadas por pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Houve uma queda de 16% na média diária de leitos ocupados quando se compara agosto de 2016 e o mesmo mês do ano passado. Enquanto 265 vagas estavam sendo utilizadas naquele mês de 2016,223 eram ocupadas no ano passado. Os dados foram coletados de um relatório da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disponibilizado para a Co missão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara dos Vereadores que investiga o tema.
Durante esse período de um ano, a quantidade de UTls ocupadas variou diariamente, mas manteve uma tendência de queda, com exceção do mês de abril de 2017. Para se ter uma ideia dessa variação, em 16 de agosto de 2016 havia 282 pacientes SUS em leitos de UTI da capital, já no dia 27 do mesmo mês esse número era de 213. Uma diferença de 24%. A maior parte dos leitos que apresentaram queda, quando se compara os meses de agosto, é composta por UTls adulto e neonatal, que representam 46,3% e 41,1%. Os outros são pediátrica, coronariana e de queimadura.
Em contrapartida, a quantidade de UTIs habilitadas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) aumentou 7% no mesmo período entre agosto de 2016 e 2017, segundo o relatório da SMS. Até hoje o hospital Santa Genoveva, por exemplo, ainda tem vagas cadastradas, apesar de Ler fechado no final de 2016.
O CNES é uma forma de controle do Ministério da Saúde (MS) sobre os recursos físicos e humanos disponibilizados na rede pública. E a partir do que é declarado nele que são decididos os valores do MS que serão repassados para os municípios. A SMS não respondeu ao questionamento da reportagem sobre a motivação da desatualização do cadastro.
MOTIVOS
Glaydson Jerõnimo, que foi superintendente de Regulação da SMS entre abril e outubro do ano passado, defende que mais fatores devem ser avaliados para compreender essa diminuição na ocupação de leitos de UTI, mas reconhece que há uma tendência de queda. Ele cita como problemas pontuais da época de sua administração, que podem ter influenciados os números negativos, a crise da Santa Casa de Misericórdia e uma superlotação no Hospital de Urgência (Hugo).
Nos bastidores, proprietários de hospitais dizem que há unidades que estariam oferecendo menos leitos para o SUS, por conta de demora no pagamentos de diárias. A SMS não confirma os atrasos. A fila de espera por vagas em UTIs chegou a passar de 130 durante a tarde de ontem.
Um antigo técnico da Saúde municipal ouvido pela reportagem conta que nem todos os leitos dos hospitais privados e cadastrados no MS são disponibilizados para a regulação. A confirmação da disponibilidade da vaga para a internação do paciente é feita por ligação telefônica. Segundo o MS, leitos cadastrados como do SUS devem ser exclusivos do Sistema Único.
Em matéria de outubro do ano passado, o diretor clínico do Hospital Santa Rosa reconheceu que as vagas que seriam do SUS não são exclusivas para o sistema público e podem ser ocupadas por pacientes de convênios privados. O então presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg) garantiu na época que apesar disso acontecer, a de cisão pela ocupação do leito era por ordem de chegada e não por benefício financeiro.
O atual presidente do Sindhoesg, José Silvério, garante que essa situação só acontece em casos de emergência, quando se recebe paciente em estado grave na porta do hospital .A Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (Aheg) disse que condena e denuncia hospitais que utilizam vagas de UTI SUS para planos privados.
SMS diz que internação aumentou, mas não responde à reportagem
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia divulgou uma nota no final da tarde de ontem com dados que demonstram o aumento do número de internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A informação foi publicada no site da pasta após a reportagem requisitar informações sobre a diminuição da ocupação de leitos de UTI entre 2016 e 2017.
O número de internações representa a quantidade de pacientes atendidos, que aumentou de 12.556 para 13.696, quando se compara 2016 e o ano passado. Uma diferença positiva de 9%. Segundo a pasta, isso foi possível graças a 981 auditorias em 109 estabelecimentos de saúde realizadas no primeiro ano de gestão da secretária Fátima Mrue.
No entanto, a SMS não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre a diminuição da ocupação de leitos de UTI, que é diferente do aumento de pacientes atendidos. Também não foi dada uma explicação sobre o crescimento da fila por espera de Terapia Intensiva, que passou de 130 na tarde de ontem.
A reportagem tentou entrar em contato com o atual superintendente de Regulação da SMS, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. Na última terça-feira, 20, também foi solicitada uma entrevista com a titular da pasta, que não foi atendida (TA)
Aposentada espera por leito para realizar cirurgia
"Minha avó está morrendo jogada e isso pra mim dói muito" diz, espaçando as palavras entre o choro, o neto de Onória da Paixão, Raphael da Silva, de 27 anos. A aposentada de 77 anos, moradora de Senador Canedo, aguarda um leito de Unidade de Terapia intensiva para uma cirurgia de angioplastia, no intuito de desobstruir as veias da perna direita, que corre risco de ser amputada. Raphael conta que a batalha já dura seis meses.
"A minha vó já não consegue mais andar, tem que ser carregada, não está se alimentando e mal está conseguindo ficar com os olhos abertos", denuncia. "Ela é moradora de Senador Canedo desde a fundação da cidade, contribuiu a vida inteira e, agora que ela está precisando, ninguém ajuda, parece que as autoridades não estão nem ligando", desabafa.
O neto conta que, inicialmente, foi pedido um exame de angiografia para medir a gravidade do entupimento das veias. "Nós passamos quase três meses esperando pelo SUS", reclama. "Foi preciso a família reunir e juntar o dinheiro para fazer o exame particular". O custo do exame foi de R$ 1,6 mil, segundo o neto. Entretanto, esse foi só o início do problema. Com o exame em mãos, a família partiu em basca da autorização do pedido de cirurgia e do leito de UTI, o que consumiram de Onória mais dois meses de espera.
Durante o período de espera, a idosa passou pelo Hospital Estadual de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa), por sete dias. "Seguraram ela lá no Huapa uma semana e depois mandaram ela pra casa, porque não tinha vaga", comenta Raphael. Depois disso, Onória esteve também no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio tage de Siqueira (Hugol), onde também não conseguiu a vaga.
Na última quarta feira, a idosa estava internada na Unidade de Saúde São Sebastião, em Senador Canedo, já respirando com o auxílio de aparelhos e com medidores de batimentos cardíacos. "Do início até aqui, minha avó só piorou. Ela está morrendo por falta de atendimento", desabafa o neto. (Fabiana Sousa ó estagiária do convênio entre o GJC e a Faculdade Araguaia)
7 é a quantidade de dias que Onória ficou no Huapa à espera de uma vaga de UTI para que pudesse fazer a cirurgia Justiça determina internação de paciente
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) foi alvo de uma decisão judicial liminar que a obriga a conceder uma vaga de internação em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para uma paciente que apresenta anemia profunda, o prazo para o cumprimento da medida é de 24 horas e pode ser feito tanto na rede pública como na conveniada.
Segundo o texto da decisão, que foi publicada ontem, Márcia Silveira da Silva Sousa espera a vaga no Centro de Atenção Integrada à Saúde, do Bairro Cândida de Morais, para poder realizar uma transfusão de sangue desde o dia 19 de março.
A paciente procurou a 82" Promotoria de Justiça do Ministério Público de Goiás (MP- GO), que entrou com um mandado de segurança, onde considerava que houve omissão da secretária de Saúde Fátima Mrue ao não fornecer a vaga.
Ainda segundo o texto da decisão, o MP GO tentou entrar em contato com a Central de Regulação da SMS, mas não teve resposta. Por conta da demora, a paciente corria riscos.
A decisão é do juiz José Proto de Oliveira da 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal. Ele definiu uma multa de R$ 10 mil por dia em caso de descumprimento da decisão. (TA)
16 vagas estão sem funcionar
Um dos fatores que ajuda a explicar um pouco o aumento da fila de espera por UTIs em Goiânia é o fechamento temporário dos leitos do Hospital Gastro Salustiano, no Setor Aeroporto, após uma vistoria da Vigilância Sanitária. A unidade disponibiliza até 16 macas para o SUS e todas elas estão desativadas. O chefe de fiscalização de estabelecimentos de Saúde, Carlos Caixeta, explica que foram encontradas algumas irregularidades no local, que foi fechado por decisão do proprietário para se adequar. Uma vistoria deve ser feita quando os leitos forem reabertos. (Colaborou Dayrel Godinho)
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DIA ONLINE
Secretário da Saúde é eleito presidente do Conass
O secretário da Saúde, Leonardo Vilela, foi eleito em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira (21/3) presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
A entidade, que reúne secretários de saúde dos estados brasileiros, acatou a indicação de Vilela ao cargo, apresentada pelo ex-presidente do Conselho, Michele Caputo Neto.
A posse do novo presidente deverá ser no dia 24 de abril.
Leonardo Vilela agradeceu a confiança dos 26 secretários de saúde que o elegeram e destacou que a política cresce quando o interesse público se sobrepõe e prevalece.
"É muito gratificante fazer parte desse colegiado, que um dos mais qualificados de que já participei. De fato, precisamos canalizar o potencial político do Conass junto ao Congresso e suas comissões, onde se definem as políticas que serão ou não, aliadas dos gestores da saúde", disse Vilela.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Senado aprova por unanimidade projeto de Caiado que cria centros de diabetes em todo País
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal aprovou ontem, por unanimidade, projeto de autoria do senador Ronaldo Caiado (GO) que estabelece uma política de assistência integral pelo SUS ao paciente com diabetes. O PLS 225/2017 tem como base a instalação de centros de diabetes espalhados por todo o país com diversos especialistas para garantir a universalidade do acesso, a integralidade e igualdade de assistência, o direito à informação e a descentralização do atendimento. O texto foi aprovado em caráter terminativo e segue para apreciação na Câmara dos Deputados.
"Hoje foi um grande momento! Conseguimos aprovar por unanimidade um projeto de minha autoria,que propõe exatamente a criação de centros especializados em todo o território nacional acompanhando as unidades do SUS. Ele te m o objetivo de diagnosticar precocemente, de acompanhar o paciente, mas também de ter no centro especializado aqueles especialistas de cada uma das áreas aonde nós vemos as complicações provocadas pelo diabetes. Foi uma grande vitória e se Deus quiser terá uma tramitação rápida na Câmara e uma sanção para que possamos começar esse grande combate a esse mal que tantas mortes têm produzido neste País", comemorou.
Ao apresentar o projeto, o líder do Democratas no Senado mostrou que o diabetes causou complicações que resultaram na morte de mais de 247 mil brasileiros em 2015. Estima-se que cerca de 14 milhões de brasileiros sofram com a doença que custa aos cofres públicos ma is de R$ 70 bilhões ao ano, de acordo como Atlas da Internacional Diabetes Federation (IDF). O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de despesas com diabetes.
Médico, o senador Caiado reforçou que 42% dos óbitos registrados no país são em decorrência de consequências advindas do diabetes, como AVC e insuficiência renal. "Estabelecer uma política estruturada de prevenção custará ao SUS muito menos do que as despesas decorrentes do tratamento das suas complicações", afirmou Caiado.
Os centros de diabetes serão distribuídos territorialmente, conforme o perfil epidemiológico da população de cada região do país. Essas unidades de saúde deverão prestar atendimento médico em todas as especialidades envolvidas no diagnóstico e no tratamento do diabetes mellitus e de suas complicações, bem como, quando necessário, oferecer serviços de outros profissionais de apoio.
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Alto número de cesáreas
No ranking internacional, o Brasil aparece como um dos líderes em realização de cesáreas desnecessárias-Visando à reversão desse quadro, o Ministério da Saúde criou um sistema de monitoramento online de partos feitos pelo SUS. Geraldo Duarte, professor do Departamento de Obstetrícia da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, avalia que essa é uma medida importante de monitoramento, desde que os dados recolhidos sirvam para o planejamento de estratégias efetivas de controle no número de cesarianas.
No Brasil, somente no Sistema Único de Saúde, a taxa de cesáreas alcança 42% do total de partos. Nos hospitais particulares, os números chegam a 80%. O professor conta que 40% é a meta esperada para hospitais destinados a atender apenas gestações de alto risco.Essa tendência à recusa do parto vaginal se mostra, portanto, como uma questão importante de saúde pública.
Dentre os motivos que levam as grávidas a optarem pela cesárea, Duarte aponta o ideário popular, que, por desinformação, faz as mulheres temerem o parto vaginal. A maioria delas tem medo da dor e de possíveis complicações para o bebê. O que o doutor comenta é justamente o contrário: o risco de desenvolvimento de problemas tanto para a mãe quanto para a criança são maiores nas cesarianas. A carência está, portanto, no grau de informação das gestantes.
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Os benefícios da maconha contra 18 doenças
• A ciência já provou que as plantas do gênero Cannabis possuem potentes agentes com valores medicinais. Canabidiol gera efeitos benéficos ao cérebro e o tetrahidrocanabinol possui propriedades analgésicas. Pesquisadores já realizaram estudos prévios que atestam implicações médicas. • Por conta da limitação às pesquisas, cientistas ainda não sabem exatamente todos seus efeitos positivos para a saúde. Por enquanto, o que se sabe é que existem mais de 400 compostos químicos na maconha que poderiam ter aplicação médica
A legalização da maconha já é uma realidade em diversos países, principalmente em razão dos usos medicinais que a ciência já mostrou que a erva pode ter. Embora alguns de seus benefícios médicos possam ser exagerados por defensores da legalização, pesquisas recentes demonstraram que há usos médicos legítimos para a maconha, e razões fortes para continuar estudando os usos medicinais da droga.
Existem pelo menos dois produtos químicos ativos na maconha que os pesquisadores acreditam ter aplicações medicinais. O canabidiol (CBD), que provoca efeitos no cérebro, e o tetrahidrocanabinol (THC), que tem propriedades de alívio da dor.
A psiquiatra norte americana, Suzanne Sisley, em entrevista à Science, relatou que, em seu trabalho de auxílio a veteranos de guerra, ela percebeu um comportamento diferente entre um grupo específico de pacientes. De acordo com ela, o Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT) é a principal ocorrência entre eles, e os medicamentos que precisam tomar (alguns veteranos chegam a tomar 12 tipos de remédios por dia) provocam reações indesejadas. "Eles relatam que para não ter que lidar com ansiedade, insônia, depressão e os flashbacks do conflito precisam recorrer a um tratamento que os deixam com o aspecto de um zumbi", conta a pesquisadora.
Alguns destes pacientes, porém, estavam começando a se sentir melhor. Eles também pareciam muito mais presentes. Quando ela os questionou sobre isso, veio a resposta: eles encontraram uma alternativa para todos os medicamentos e começaram a se automedicar com a maconha. "Eu estava realmente surpresa, e mais e mais pacientes estavam saindo das sombras e revelavam a mim que tinham experiências úteis com a planta da maconha", disse Sisley.
Ainda que gostasse do progresso apresentado por seus pacientes, ela deseja mais do que apenas algumas experiências bem-sucedidas. Ela ainda anseia por provas documentadas, ensaios clínicos de grandes populações de pacientes, e que sejam executados no padrão de ouro de um jornal revisado por pares, de que a maconha é a abordagem correta para o tratamento de TEPT – ou qualquer outra doença.
Com a legalidade da maconha medicinal em quase metade dos estados dos Estados Unidos e em outros lugares do mundo, mais médicos se perguntam qual o impacto que essa droga realmente tem sobre as pessoas. Eles querem informações sobre a dosagem e o seu impacto a longo prazo em pacientes.
O fato de pesquisas sobre a maconha serem limitadas faz com que os cientistas ainda não saibam exatamente todos os efeitos positivos para a saúde que ela pode ter. Além do CBD e do THC, existem mais de 400 compostos químicos na maconha que poderiam ter usos médicos. Isso porque a maconha é uma das substâncias mais rigorosamente controladas nos termos da legislação federal dos Estados Unidos. O governo do país considera que é uma droga de Classe I, ou seja, a Divisão de Controle de Narcóticos considera que ela não tem nenhum valor medicinal. Na lista, ela figura na mesma posição que a heroína e o LSD. Para fazer pesquisas sobre a maconha, os cientistas precisam de aprovação de vários departamentos federais, o que acontece apenas raramente.
Aqui no Brasil, desde janeiro deste ano, está liberado o uso de um componente da maconha para uso medicinal, o canabidiol (CBD). Estudos apontam que o CBD ajuda pacientes com doenças neurológicas, como epilepsia e esclerose múltipla. Ele pode ser útil até mesmo em crianças, reduzindo a frequência de convulsões.
A maioria dos estudos sobre a maconha se concentram nos danos causados pela planta. Os estudos sobre suas qualidades medicinais são pequenos e ainda estão em estágios primários ou observacionais, na melhor das hipóteses. "Médicos tradicionais não vão chegar nem perto deste material, mesmo que tenham ouvido falar que funciona, porque sem a pesquisa, sem ele ser aprovado em orientações práticas legítimas, eles vão se preocupar com a sua licença e seu profissionalismo", explica Sisley. "É por isso que é fundamental ter estudos controlados para que isso funcione".
Um projeto de lei bipartidário chamado de Compassionate Access, Research Expansion, and Respect States Act (Ato Estatal para o Acesso Compassivo, Expansão de Pesquisa e Respeito, em tradução livre) foi introduzido no Senado norte-americano em março deste ano e deveria aliviar algumas dessas restrições e tornar mais fácil os estudos da droga. Contudo, a legislação está em comissão no momento. Se este ato for aprovado algum dia e os cientistas puderem começar a estudar a droga a sério, existem várias áreas que podem ser alvo destas pesquisas, além do TEPT.
A seguir, serão apresentadas 18 doenças ou distúrbios que podem ser combatidos com o uso da maconha. Alguns efeitos são bem conhecidos, enquanto outros precisam de mais pesquisas para ser comprovados.
1. Dor crônica e espasmos musculares
Um relatório recente das Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina dos EUA afirma que há evidências definitivas de que a Cannabis ou os canabinóides (que são encontrados na planta da maconha) podem ser um tratamento eficaz para a dor crônica. O relatório diz que este é "de longe" o motivo mais comum pelo qual as pessoas solicitam a maconha medicinal.
Esse mesmo relatório afirma que há evidências igualmente fortes de que a maconha pode ajudar com espasmos musculares relacionados à esclerose múltipla. Outros tipos de espasmos musculares também respondem ao tratamento. Espasmos de diafragma, por exemplo, que não são tratados por outros medicamentos prescritos, podem ser tratados com a Cannabis.
2. Melhora da capacidade pulmonar
Há uma quantidade razoável de evidências de que a maconha não prejudica os pulmões, exceto se o indivíduo também fuma tabaco. Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association descobriu que não só a maconha não prejudica a função pulmonar, mas também pode aumentar a capacidade dos pulmões.
Procurando fatores de risco de doença cardíaca, pesquisadores testaram a função pulmonar de 5.115 jovens adultos ao longo de 20 anos. Os fumantes de tabaco perderam a função pulmonar ao longo do tempo, mas os usuários de maconha mostraram um aumento na capacidade pulmonar, mesmo que fumassem apenas algumas vezes por mês, como era o caso. É possível que o aumento da capacidade pulmonar seja devido a respirações profundas feitas durante o fumo, e não por causa de algum produto químico terapêutico na droga.
Os estudos apontam que mesmo quem fuma maconha com frequência não tem problemas nos pulmões. Uma pesquisa mais recente de pessoas que fumavam diariamente por até 20 anos não encontrou nenhuma evidência de que fumar maconha também prejudicasse seus pulmões. O relatório das Academias Nacionais diz que existem bons estudos que mostram que os usuários de maconha não são mais propensos a ter tipos de câncer geralmente associados ao fumo.
3. Crises epiléticas
O primeiro teste clínico em grande escala de um derivado da cannabis, conhecido como canabidiol, foi divulgado em maio do ano passado. O estudo mostrou ser capaz de reduzir a frequência das convulsões epilépticas graves em 39%, e o canabidiol (CBD) é o principal responsável por esses resultados.
"O canabidiol não deve ser visto como uma panaceia para a epilepsia. No entanto, para os pacientes com formas especialmente graves, que não responderam a inúmeros medicamentos, esses resultados dão a esperança de que logo poderemos ter outra opção de tratamento", declara o pesquisador principal Orrin Devinsky, professor de Neurologia, Neurocirurgia e Psiquiatria no Langone Medical Center, da Universidade de Nova York.
"Ainda precisamos de mais pesquisas, mas este novo teste dá mais provas do que jamais tivemos da efetividade do canabidiol como medicamento para a epilepsia resistente ao tratamento" acrescenta Devinsky.
Os pesquisadores usaram uma forma líquida experimental do CBD, chamada Epidiolex, que não foi aprovado pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos. De acordo com o estudo, no grupo tratado com CBD a frequência de convulsões diminuiu em 39%, de uma média de quase 12 convulsões por mês para aproximadamente seis.
4. Síndrome de Dravet
Durante a pesquisa para seu documentário "Weed", o neurocirurgião americano Sanjay Gupta entrevistou a família Figi, que tratou sua filha de 5 anos usando uma cepa de maconha medicinal com altos índices de canabidiol e baixos em THC.
A filha da família Figi, Charlotte, tem síndrome de Dravet, uma doença que causa convulsões e atrasos de desenvolvimento severos. De acordo com as gravações, a droga diminuiu suas convulsões de 300 por semana para apenas uma a cada sete dias. Quarenta outras crianças no estado usavam a mesma cepa de maconha para tratar suas convulsões quando o filme foi feito, e também apresentavam resultados positivos.
Os médicos que recomendaram este tratamento disseram que o canabidiol na planta interage com células cerebrais para silenciar a atividade excessiva no cérebro que causa essas convulsões.
Gupta observa, no entanto, que um hospital da Flórida que se especializa na desordem, a Academia Americana de Pediatria e a Agência de Controle de Drogas não endossam a maconha como um tratamento para Dravet ou outros distúrbios convulsivos. Mais estudos precisam ser realizados para que conclusões oficiais sejam mais consistentes.
5. Câncer
O CDB pode ajudar a evitar que o câncer se espalhe, segundo um estudo feito por pesquisadores do California Pacific Medical Center, nos EUA, em 2007. Outros estudos muito preliminares sobre tumores cerebrais agressivos em camundongos ou culturas de células mostraram que THC e CBD podem desacelerar ou diminuir os tumores.
Um estudo de 2014 descobriu que a maconha pode retardar significativamente o crescimento do tipo de tumor cerebral associado a 80% do câncer cerebral maligno em pessoas. São necessárias mais pesquisas para descobrir se essas descobertas em culturas celulares e animais têm o mesmo efeito nas pessoas.
6. Glaucoma
Nos 29 estados americanos em que a maconha foi legalizada, uma das razões mais comuns para a permissão é o uso da erva para o tratamento e a prevenção do glaucoma, doença que aumenta a pressão no globo ocular, danificando o nervo óptico e causando perda de visão.
"Estudos no início da década de 1970 mostraram que a maconha, quando fumada, reduz a pressão intra-ocular (PIO) em pessoas com pressão normal e com glaucoma", diz o National Eye Institute, nos EUA.
Por enquanto, o consenso médico é que a maconha só diminui a PIO por algumas horas, o que significa que não existem evidências de que ela pode funcionar como um tratamento a longo prazo agora. Os pesquisadores esperam que talvez um composto baseado em maconha que faça essa diminuição durar mais possa ser desenvolvido.
7. Ansiedade
Uma parte chave da ansiedade é o medo, e os poucos estudos que foram conduzidos com o uso do canabidiol sugeriram que o composto diminui o medo nas pessoas, alterando a atividade em certas regiões cerebrais. A afirmação vem de Carl Stevenson, co-autor da nova revisão de um estudo e Neurocientista da Universidade de Nottingham, no Reino Unido.
De acordo com sua publicação na Live Science, os pesquisadores analisaram estudos anteriores que examinaram o uso de canabidiol em situações que provocam ansiedade. Em alguns dos estudos, os pesquisadores expuseram roedores a estímulos ameaçadores para induzir estresse nos animais e, ao dar canabidiol aos ratos, reduzia-se o grau de ansiedade.
Efeitos semelhantes já foram mostrados em estudos envolvendo pessoas saudáveis e envolvendo pacientes com transtornos de ansiedade, de acordo com a revisão publicada no British Journal of Pharmacology. Em um pequeno estudo realizado com 40 pessoas, publicado em 1993, os pesquisadores descobriram que o canabidiol reduziu a ansiedade dos envolvidos que foram submetidos a situações estressantes.
Em um outro estudo com 24 pessoas que tinham fobia social, os pesquisadores descobriram que o CBD ajudou a reduzir a ansiedade desencadeada por uma tarefa de falar em público, de acordo com os resultados publicados em 2011 na revista Neuropsychopharmacology.
Mais pesquisas são necessárias para analisar os mecanismos exatos pelos quais o canabidiol pode trabalhar no tratamento de pessoas com ansiedade. Mas alguns estudos de imagem cerebral em humanos sugeriram que o composto ajuda a regular a atividade de partes do cérebro que estão envolvidas em emoções negativas, incluindo o medo, disse Stevenson.
8. Mal de Alzheimer
A maconha pode diminuir a progressão do mal de Alzheimer, sugere um estudo de 2006, publicado na revista Molecular Pharmaceutics. A pesquisa descobriu que o THC retarda a formação de placas amilóides, bloqueando a enzima no cérebro que as produz. Essas placas matam células cerebrais e estão associadas ao Alzheimer.
Uma mistura sintética de CBD e THC também pareceu preservar a memória em ratos com Alzheimer. Outro estudo sugeriu que um medicamento baseado em THC chamado dronabinol foi capaz de reduzir os distúrbios comportamentais em pacientes com demência. Todos esses estudos estão em estágios muito precoces, porém, e mais pesquisas são necessárias.
9. Esclerose múltipla
A maconha pode aliviar os sintomas dolorosos da esclerose múltipla, de acordo com um estudo publicado no Canadian Medical Association Journal. Trinta pacientes com esclerose múltipla com contrações dolorosas em seus músculos participaram do teste. Esses pacientes não respondiam a outros tratamentos, mas depois de fumar maconha durante alguns dias, eles relataram estar com menos dor.
Acredita-se que a cannabis possa intervir nos espasmos causados pela EM pelo mesmo motivo que ela tem ajudado a tratar a epilepsia: seu efeito neuroprotetor. Diversas células humanas possuem receptores de canabinoides. Quando a maconha é consumida, certos canabinoides, como o THC, se ligam a esses receptores. Quando essa conexão ocorre em células nervosas, o THC parece ter um efeito protetor, impedindo que as células interajam demais entre si. Esse efeito é benéfico para células afetadas pela EM, já que a capa de mielina não está lá para ajudar a proteger o neurônio. Pacientes relatam que os espasmos diminuem ou até desaparecem quando eles consomem cannabis, seja o Sativex ou a maconha em sua forma natural.
10. Hepatite C
O tratamento para a hepatite C é difícil. Os efeitos colaterais incluem fadiga, náuseas, dores musculares, perda de apetite e depressão. Isso pode durar meses e acabar levando muitas pessoas a interromper o tratamento. Mas um estudo de 2006 no European Journal of Gastroenterology and Hepatology descobriu que 86% dos pacientes que usavam maconha o completaram com sucesso. Apenas 29% dos não fumantes completaram, possivelmente porque a maconha ajuda a diminuir os efeitos colaterais.
A maconha também parece melhorar a eficácia do tratamento: 54% dos pacientes com hepatite C, fumando maconha, reduziram seus níveis de vírus e os mantiveram baixos, em comparação com apenas 8% dos não fumantes.
11. Doenças inflamatórias intestinais
Pacientes com doenças inflamatórias intestinais como a doença de Crohn e colite ulcerativa podem se beneficiar do uso de maconha. Os pesquisadores da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, descobriram em 2010 que produtos químicos presentes na erva, incluindo THC e canabidiol, interagem com células do corpo que desempenham um papel importante na função intestinal e nas respostas imunes.
O corpo faz compostos que aumentam a permeabilidade dos intestinos, permitindo que bactérias entrem. Mas os canabinoides na maconha bloqueiam esses compostos, tornando as células intestinais mais unidas, deixando-as menos permeáveis. Novamente, mais estudos são necessários para comprovar a eficácia da erva no tratamento destas doenças.
12. Estresse pós-traumático
Em 2014, o Departamento de Saúde Pública do Colorado, nos EUA, concedeu 2 milhões de dólares à Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos (um dos maiores defensores da pesquisa com maconha) para estudar o potencial da maconha para ajudar pessoas com transtorno de estresse pós-traumático.
Os canabinoides de ocorrência natural, semelhantes ao THC, ajudam a regular o sistema que causa medo e ansiedade no corpo e no cérebro. A maconha é aprovada para tratar esta condição em alguns estados americanos, e no Novo México, por exemplo, o estresse pós-traumático é o principal motivo para que as pessoas obtenham uma licença para a maconha medicinal.
Veteranos de guerra nos EUA são os que mais sofrem com o TEPT, mas o uso da maconha tem auxiliado na superação dos traumas dos militares (Reprodução)
13. Obesidade
Um estudo publicado no American Journal Of Medicine sugeriu que os fumantes de maconha são mais magros do que a média e têm um metabolismo e uma reação mais saudáveis aos açúcares, mesmo que acabem comendo mais calorias.
O estudo analisou dados de mais de 4.500 adultos americanos, 579 dos quais eram fumantes de maconha atuais, o que significa que eles haviam fumado no último mês. Cerca de 2.000 participantes haviam usado a droga no passado, enquanto outros 2.000 nunca haviam a ingerido.
Os pesquisadores estudaram como os corpos dos participantes responderam ao consumo de açúcares. Eles mediram os níveis de açúcar e de insulina no sangue depois que os participantes não haviam comido durante nove horas e depois de terem comido açúcar. Os usuários de maconha eram mais magros e seus corpos apresentavam uma resposta mais saudável ao açúcar.
ff14. Mal de Parkinson
Uma pesquisa recente sobre o uso medicinal do canabidiol (CDB) mostrou que essa substância extraída da maconha pode ser eficaz no tratamento de pacientes com mal de Parkinson. Segundo o professor José Alexandre Crippa, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP), um dos coordenadores do estudo, pela primeira vez, o grupo de voluntários que ingeriu cápsulas contendo canabidiol apresentou melhoras na qualidade de vida e no bem-estar.
Durante seis semanas, a equipe monitorou 21 pacientes com Parkinson, divididos em três grupos: o primeiro recebeu 300 mg de canabidiol ao dia, o segundo 75 mg e o terceiro placebo (sem nenhum princípio ativo). Para que não houvesse influência psicológica e sim um efeito farmacológico eficaz, nem os pacientes, nem mesmo os médicos tinham conhecimento sobre quem estava tomando qual cápsula.
Um terceiro integrante da pesquisa numerou as substâncias e os dados foram cruzados apenas no final, quando foi constatada melhora no quadro dos pacientes que ingeriram canabidiol na dose de 75 mg, e ainda melhor na dose de 300 mg. "O mais importante é que o medicamento não apresenta efeito colateral, ao contrário dos já utilizados", afirma Crippa.
Conforme o professor explica, as drogas atualmente usadas no tratamento da doença causam efeitos colaterais negativos, como a chamada discinesia tardia, que são movimentos repetitivos involuntários de extremidades, e movimentos da língua e mordidas nos lábios, além de sintomas psicóticos, como escutar vozes, ter delírios e mania de perseguição.
Canabidiol pode ser a droga ideal para tratamentos neurológicos, explica o professor José Alexandre Crippa (Reprodução)
15. Acidente vascular cerebral
Pesquisas da Universidade de Nottingham mostram que a maconha pode ajudar a proteger o cérebro de danos causados por acidentes vasculares cerebrais, reduzindo o tamanho da área afetada. Esta não é a única pesquisa que mostrou efeitos neuroprotetivos da cannabis. Algumas pesquisas mostram que a planta pode ajudar a proteger o cérebro após outros tipos de trauma cerebral, e até mesmo proteger o cérebro de concussões e traumatismos.
Lester Grinspoon, professor de psiquiatria em Harvard e defensor da maconha, escreveu recentemente uma carta aberta ao Comissário Roger Goodell, da NFL. Nela, ele disse que a NFL deveria parar de testar o uso de maconha nos testes antidoping e que, em vez disso, a liga deveria começar a investigar a capacidade da planta para proteger o cérebro.
"Muitos médicos e pesquisadores acreditam que a maconha tem propriedades neuroprotetoras incrivelmente poderosas, uma compreensão baseada em dados laboratoriais e clínicos", escreveu Grinspoon. Goodell disse que consideraria permitir que os atletas usassem maconha se a pesquisa médica demonstrar que é um efetivo agente neuroprotetor.
Pelo menos um estudo recente sobre o tema descobriu que os pacientes que haviam usado a erva tinham menos chances de morrer por conta de lesões cerebrais traumáticas.
16. Artrite
Segundo uma pesquisa de 2011, a maconha alivia a dor, reduz a inflamação e promove o sono, o que pode ajudar a aliviar a dor e o desconforto para pessoas com artrite reumatóide. Pesquisadores de unidades de reumatologia em vários hospitais deram aos pacientes Sativex, um medicamento para aliviar a dor baseado em canabinoides.
Após um período de duas semanas, estes pacientes tiveram uma redução significativa na dor e melhoraram a qualidade do sono, em comparação com outros usuários, que tomaram apenas um placebo. Outros estudos descobriram que os canabinoides derivados da planta e mesmo a maconha inalada podem diminuir a dor da artrite.
17. Quimioterapia
Um dos usos médicos mais conhecidos da maconha é para pessoas que passam por quimioterapia. Pacientes com câncer tratados com quimioterapia sofrem de náuseas dolorosas, vômitos e perda de apetite. Isso pode causar complicações de saúde adicionais.
A maconha pode ajudar a reduzir esses efeitos colaterais, aliviar a dor, diminuir a náusea e estimular o apetite. Existem também vários fármacos canabinoides que utilizam THC para o mesmo propósito.
A quimioterapia é um tratamento que provoca um desgaste muito grande e seus efeitos colaterais são muitos. O uso da maconha pode aliviar grande parte desses efeitos (Reprodução)
18. Alcoolismo
A maconha é mais segura do que o álcool. Isso não quer dizer que ela seja livre de riscos, mas a cannabis é muito menos viciante do que o álcool e não chega perto de causar tanto dano físico. Distúrbios como o alcoolismo envolvem interrupções no sistema endocanabinoide. Por isso, algumas pessoas acreditam que a cannabis pode ajudar os pacientes que estão lutando com esses distúrbios.
Pesquisas publicadas no Harm Reduction Journal descobriram que algumas pessoas usam a erva como um substituto menos nocivo para o álcool, medicamentos prescritos e outras drogas ilegais. Algumas das razões mais comuns pelas quais os pacientes fazem essa substituição são a de que a maconha tem menos efeitos colaterais negativos e é menos provável que cause problemas de abstinência.
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AGM e TCM: credenciamento de profissionais da saúde
O presidente da Associação Goiânia de Municípios (AGM), Paulo Sérgio de Rezende (Paulinho), teve encontro com o presidente do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Joaquim de Castro e os prefeitos Kelton Pinheiro (Bonfinópolis), Gustavo Mendanha (Aparecida de Goiânia), Zé Diniz (Abadiânia) e Allysson Silva Lima (Alexánia), para tratar sobre o credenciamento de médicos e enfermeiros dos municípios goianos.
O objetivo da reunião foi ponderar e esclarecer as contratações e as regularidades do credenciamento de cada munícipes. A intenção da AGM é buscara melhor via possível para implementar os serviços municipais de saúde na forma correta da Lei.
A rede dos municípios do Estado de Goiás possui médicos efetivos, aprovados por concurso público, e também médicos que prestam serviços, por meio de contrato de credenciamento, sob regime jurídico administrativo. Segundo o TCM, o credenciamento deve ser aberto a todo e qualquer médico disposto a prestar serviços ao sistema público de saúde.
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FOLHA MAX
Pacientes denunciam médico por erros em MT
Médico que tem registro profissional de Mato Grosso e também Goiás e que atua nos 2 estados está sendo denunciado por mais de 10 pacientes de Tapurah (433 a Médio- Norte de Cuiabá) por erros graves em cirurgias. O acusado é Julio Cesar da Silva, diretor do Hospital Municipal de Tapurah.
Uma das pacientes é Luciana dos Santos Barbosa Lima, 36. Ela foi aberta pelo médico, sem o consentimento dela ou da família, para tirar uma dúvida, que poderia ser sanada via ultrassom.
Revoltada, conta que no ano passado fez uma cirurgia de retirada de um mioma no útero com o médico Julio Cesar. Ficou internada após a intervenção, no Hospital Municipal de Tapurah, onde o médico denunciado atua e sangrou muito no pós-operatório.
Ainda perdendo sangue e uma espécie de água, resolveu ir para casa e por 2 meses essa situação perdurou amenizando um pouco. Mais de 6 meses depois, resolveu voltar ao médico, porque ainda sentia desconforto.
No dia 13 deste mês, uma terça-feira, no consultório do médico, questionou o profissional sobre o motivo disso. O médico alegou que havia ponto infeccionado e que poderia resolver isso facilmente, sem corte. Respondi que tinha um compromisso no centro da cidade e que voltaria e voltei, lembra a paciente.
No hospital, equipe de enfermagem começou os procedimentos parecidos aos realizados na primeira cirurgia. Questionei que não ia operar, que o médico disse que não haveria corte e que não precisa de exame de sangue pré-operatório, porque não seria cirurgia, mas me responderam que todos os pacientes que entravam passavam por isso e pensei: ok então , relata.
Depois disso, ela tomou um comprimido que a deixou grogue e foi encaminhada ao centro cirúrgico. Quando chegou lá, começaram a passar gel na barriga dela, sinalizando que seria feito um corte ali.
A paciente voltou a questionar, desta vez ao médico, que já estava a postos. O senhor se lembra que falou comigo que não precisaria cortar? O senhor se lembra que eu sou cardíaca? Doutor, eu não fiz jejum. Outra coisa, anestesia comum não pega em mim , disse. O médico respondeu para ela se acalmar e determinou que aplicassem algo na veia. Olhei para o teto e já não conseguia falar. Apaguei , relembra.
Cerca de 4h depois, Luciana acordou já no quarto, passou a mão na barriga e sentiu um curativo do tamanho idêntico da primeira cirurgia.
Entrei em desespero. Chorei, chorei e chorei. Não tinha ninguém ali comigo, quando acordei, para me explicar a situação. Ele me operou sem a minha permissão, sem a minha família saber, são muitos erros em uma só pessoa, lamenta. Liguei para o meu marido e falei para ele correr para o hospital que eu estava internada e tinha sido operada. Ele correu para lá, indo direto à sala do médico, que alegou que me abriu porque tinha uma dúvida e fechou porque não tinha nada de errado. Por que ele não pediu um ultrassom? – questiona.
Quando ela soube disso, retirou o soro, vestiu a roupa e também se dirigiu à sala do médico. Questionou a conduta dele e afirma ter ouvido ele dizer que estava com uma dúvida. Quem tem dúvida aqui sou eu que sou paciente, o senhor é médico, devia ter me explicado a situação, pedido exames , reagiu.
Saindo do hospital, registrou Boletim de Ocorrência, na Delegacia Municipal de Tapurah, e levou o caso ao Ministério Público Estadual. Ela ainda não foi chamada para prestar depoimento.
Moradores estão indignados com diversas histórias de supostos erros, reclamam que não são cobaias humanas e pedem providências ao secretário Municipal de Saúde de Tapurah, Marcos Felipe.
O Hospital não tem UTI e mesmo assim está fazendo cirurgias. Esta é outra denúncia dos moradores.
Há pacientes com medo de se expor como é o caso de uma senhora de 52 anos. Ela teve uma apendicite no dia 26 de setembro de 2017, sentiu forte dor e foi para o hospital. No dia seguinte, entrou para o centro cirúrgico.
Ele retaliou meu corpo com 4 ou 5 cortes, disse que eu estava podre por dentro, furou meu intestino várias vezes, colocou ele para fora e eu fiquei com aquelas bolsas. Tive alta mesmo assim, mas no dia seguinte voltei para o hospital ruim, queimando de febre dos cortes vazava fezes, detalha.
Às pressas, ela foi encaminhada para o Hospital Regional de Sorriso, com um quadro de saúde considerado grave. Passou por tomografia e deu entrada no centro cirúrgico. O cirurgião colocou o intestino dela para dentro, mas teve que mantê-lo fora do lugar. Minhas tripas estavam mais curtas, conta a paciente.
Segundo ela, teve que passar pela 3ª cirurgia, desta vez para que o intestino fosse colocado no lugar.
Foram 2 meses de internação e riscos e ela agora precisa do médico para pegar atestado. Isso porque está tentando, ainda sem conseguir, receber pelo INSS.
A mulher, que mora sozinha, é faxineira de um mercado local e com esse dinheiro que sobrevive. Devido às condições de saúde, não está podendo trabalhar. Há informações de uma paciente que também foi operada e ficou com uma toalha dentro da barriga.
Outro lado
O Gazeta Digital tentou falar com o médico denunciado, ligou para o Hospital de Tapurah, deixou 2 recados com secretárias e deixou o telefone de contato. Porém, até a publicação desta matéria não houve retorno.
O secretário municipal de Saúde, Marcos Felipe, informou que tem conhecimento das insatisfações da população e já formou uma comissão para avaliar caso o caso. De acordo com ele, já foi solicitado o prontuário de todos os pacientes do médico Júlio Cesar e outras documentações para anexá-las a um dossiê que será encaminhado ao Conselho Regional de Medicina (CRM).
Falei com o médico e ele disse que responderá a todas as acusações, mesmo que sejam criminais, e chegou a colocar o cargo à disposição, informa o secretário.
A reportagem entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina (CRM) de Goiás para saber se o profissional responde a processos por erro médico no conselho da classe daquele estado, mas a informação foi a de que processos dessa natureza tramitam em sigilo. Dessa forma, não foi possível confirmar se o profissional é processado por lá. No CRM de Goiás, nunca foi punido publicamente por falhas.
Já o CRM de Mato Grosso também informa que os processos daqui correm em sigilo e que o médico Julio Cesar da Silva não foi alvo de qualquer punição pública.
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AHPACEG
Ahpaceg promove capacitação na área de Gestão de Processos para profissionais de saúde
A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) realizou, nos dias 16 e 17 de março, no auditório do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-GO), o curso de “Gerenciamento por Processos”. Participaram da formação, cerca de 50 enfermeiros e demais profissionais de saúde de hospitais associados e não associados, aprimorando os seus conhecimentos em monitoramento, análise e plano de melhoria de serviços de saúde. O curso também incluiu conteúdos das áreas de liderança, gerenciamento da qualidade e indicadores em saúde.
A capacitação faz parte do programa de educação continuada em enfermagem da Ahpaceg e foi ministrado pela enfermeira Viviane de Queiroz Clementino, especialista em Gestão da Assistência em Enfermagem e Gestão da Qualidade em Saúde. Ela afirmou que a proposta do curso é repassar conceitos de gerenciamento e modelagem de processos, ferramentas da qualidade incluindo noções básicas de várias temáticas, como o gerenciamento de riscos.
Segundo a especialista, a modelagem de processos é uma das técnicas mais utilizadas para melhorar a qualidade da assistência em saúde. “Buscamos neste curso munir os profissionais de todas essas ferramentas e instrumentos para fazer a diferença em sua prática diária, aprendendo todo o processo de assistência em saúde e a gerenciar os riscos”, acrescentou.
Ela avalia que a iniciativa da Ahpaceg em oferecer o curso é extremamente pertinente e coerente. “Garantir que os profissionais tenham formações específicas para a área de atuação permite que eles tenham condições de aplicar essas ferramentas e promovam uma assistência em saúde cada vez melhor”, assinalou. Viviane de Queiroz esclareceu que a implantação da gestão de processos nos estabelecimentos de saúde possibilita, além de uma importante redução de custos, uma melhor assistência ao paciente. “O enfermeiro quase sempre é um gestor, ele lidera equipe, supervisiona e é preciso que o profissional tenha esse olhar de gestor dentro da atividade que realiza”, comentou.
Para ela, independentemente do cargo ou função, o enfermeiro precisa ter ferramentas de gerenciamento, não é possível mais trabalhar de forma empírica e sem métodos. Segundo a palestrante, a instrumentalização da gestão na atualidade passa por teorias da administração mais modernas. A especialista ressaltou que o paciente de hoje tem expectativas e necessidades muito diferentes de alguns anos atrás. “É preciso que as instituições de saúde melhorem a qualidade de serviços prestados e consequentemente alcancem melhores resultados”, observou.
O enfermeiro Lucian Mendes Guimarães, coordenador de enfermagem do Hospital do Coração Anis Rassi, disse que o curso possibilitou a ele aprender a identificar os processos dentro do ambiente de trabalho e melhorar a qualidade do atendimento. “Esse curso nos dá uma visão ampla de gestão de processos para que possamos compartilhar com a nossa equipe todo o conteúdo ministrado”. Ele considera importante que os estabelecimentos de saúde enviem seus profissionais para participar deste tipo de formação, já que são conhecimentos não ensinados na graduação e que interferem diretamente na qualidade do serviço prestado.
Josenei Skorek, enfermeira do Hospital Evangélico de Anápolis, considera que as ferramentas de gestão interferem na atividade diária dos enfermeiros. “Vamos ter condições de enxergar os processos de uma forma diferente e colocar em prática formas de melhorar a segurança do paciente”, afirmou. Ela classificou como louvável a oferta do curso pela Ahpaceg, pois o conteúdo ministrado não é de pleno conhecimento dos enfermeiros. “Sentimos essa necessidade e uma fragilidade em conhecer essas ferramentas de gestão em profissionais que integram as equipes de enfermagem”, enfatizou. Para a enfermeira, falta esse conteúdo na formação acadêmica e o acesso a este tipo de conhecimento faz com que o profissional atue de forma diferenci