ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
CPI da Covid: Ministério da Saúde queria convencer médicos e doentes a usarem remédios sem eficácia comprovada contra Covid
Após atraso, mais de 150 mil doses da AstraZeneca chegam a Goiás
Covid-19: Brasil registra 19,4 milhões de casos e 545,6 mil mortes
Saúde amplia projeção de entrega de vacinas para agosto
Prefeito de Goiânia afirma vacinação contra Covid-19 para pessoas a partir de 35 anos. Confira
Quase 60% dos goianienses aptos não retornou para receber a segunda dose
Ocupação em leitos de UTI volta a subir em meio a flexibilizações
Artigo – O respeito ao paciente não pode morrer na UTI
‘Capitã cloroquina’ diz que formulou perguntas para ela própria na CPI
Covid-19 provoca pandemia oculta’ e deixa 130 mil órfãos
China se opõe ao plano da OMS de investigar origens do coronavírus em Wuhan
Pela primeira vez, em São Paulo, funcionária é demitida por se recusar a tomar a vacina contra covid
PORTAL G1
CPI da Covid: Ministério da Saúde queria convencer médicos e doentes a usarem remédios sem eficácia comprovada contra Covid
De acordo com documentos analisados pela comissão, à frente da operação estava a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro.
A CPI da Covid está analisando documentos em que enviados do Ministério da Saúde a Manaus sugerem a criação de tendas para indicar remédios sem eficácia comprovada contra a Covid. Essas tendas de atendimento funcionariam fora dos hospitais.
Em janeiro de 2021, no auge da pandemia no Amazonas, o Ministério da Saúde pagou a viagem de 11 médicos a Manaus com um objetivo: orientar os profissionais de saúde do estado para receitar remédios sem eficácia no tratamento da Covid.
À frente da operação estava a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro.
Depois de passar alguns dias na cidade, o grupo de médicos elaborou um relatório que foi enviado no dia 20 de janeiro a Mayra Pinheiro e ao secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Hélio Angotti.
A CPI da Covid teve acesso aos documentos após a quebra de sigilo dos e-mails da secretária. A mensagem tem o título ‘Relatório UBS Manaus’.
O técnico do ministério escreveu: ‘Segue o relatório que tinha a data para ser preenchido até o dia de hoje, com a finalidade de relatar o que foi encontrado nas visitas das UBSs em Manaus, se adota ou não o tratamento precoce. Seguindo com algumas opiniões e possíveis soluções dos médicos voluntários’.
Segundo o documento, nas visitas realizadas foi constatado que 13 Unidades Básicas de Saúde de Manaus adotavam o tratamento com medicamentos sem eficácia e sete não adotavam.
Um dos médicos que participaram da comitiva, Gustavo Vinícius Pasquarelli Queiroz, relatou a resistência de colegas para prescrever remédios sem eficácia.
E sugeriu: ‘a criação de ‘tendas de tratamento precoce’, onde atuariam profissionais que aderem esta modalidade terapêutica. Para não haver discordâncias entre as prescrições, sugiro a criação de um ‘kit”.
O médico afirmou que seria uma forma de ampliar a oferta dos medicamentos.
“Assim sendo, daríamos a opção dos doentes escolherem e não dos profissionais. Visto que atualmente, os doentes têm que ter a ‘sorte’ de ser atendido por um médico prescritor do tratamento precoce. Com as tendas, a decisão fica a cargo dos pacientes. Por fim, mesmo que os colegas locais aceitem o tratamento precoce, as UBS’s não disponibilizam as medicações. Algumas unidades não têm nem dipirona”.
No e-mail, também consta o relato de outro médico, Luciano Dias Azevedo, após visitas feitas no dia 15 de janeiro – auge da crise de oxigênio em Manaus. Luciano Dias Azevedo é investigado pela CPI por integrar o chamado gabinete paralelo, que aconselhava o presidente Jair Bolsonaro a adotar medidas contrárias à ciência, como o uso de medicamentos ineficazes.
Ele também é apontado como o responsável por elaborar uma proposta para incluir na bula da cloroquina a recomendação para uso contra a Covid. Essa proposta foi recusada em uma reunião no Palácio do Planalto pelo diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres.
Tanto o gabinete paralelo, quanto o uso de medicamentos sem eficácia estão entre as linhas de investigação da CPI.
No e-mail, Luciano defendeu que enfermeiros passassem a prescrever medicamentos no caso de resistência dos médicos:
“Problema: Poucos médicos que prescrevem o tratamento precoce. Solução: Aumentar o número de profissionais médicos que prescrevem tratamento precoce nas unidades básicas e/ou dar autonomia de prescrição para os enfermeiros treinados no escore clínico associado a treinamento na identificação das fases da doença para prescreverem os pacientes e moradores do mesmo lar”.
Na avaliação da cúpula da CPI, os documentos mostram que o governo operou abertamente para impor o uso de medicamentos sem comprovação científica na rede pública de saúde e comprovam que Mayra Pinheiro mentiu em maio à CPI, quando afirmou que o Ministério da Saúde nunca recomendou o uso desses remédios.
Renan Calheiros: Vossa senhoria visitou as Unidades Básicas de Saúde para recomendar aos médicos do SUS o uso do tratamento precoce?
Mayra: Não, senhor.
Renan: Não visitou as unidades, mas recomendou o uso de tratamento precoce?
Mayra: Não. O Ministério da Saúde não recomenda. O Ministério da Saúde orienta.
O senador governista Marcos do Val, do Podemos, disse que o governo agiu em Manaus como em outros estados do país: apenas criou as condições para os pacientes terem acesso aos medicamentos.
‘Era uma indicação. ‘Olha, quem quer fazer o uso, faça dentro da sua liberdade de como médico de receitar e se responsabilizar pelo seu paciente’. Cada médico se responsabilizaria pelo seu paciente. Não era algo impositivo, ‘tem que’. Era se quiser, pode fazer a solicitação, que o estado solicita ao governo e o governo envia. Garanto a você que não era imposto, era sugerido’, disse.
Na avaliação do presidente da Comissão, senador Omar Aziz, do PSD, o estado do Amazonas foi usado como cobaia pelo Ministério da Saúde.
‘A troco de que esses médicos estiveram aqui, nós temos que descobrir. A troco de que usaram o meu estado do Amazonas e Manaus para ser cobaia, porque essa é a verdade. Utilizar o tratamento enquanto as pessoas morriam por falta de oxigênio, usaram tratamento que cientificamente não colaborou absolutamente com nada. Isso é crime contra a vida’, definiu.
A CPI também teve acesso a um vídeo de um treinamento que Mayra Pinheiro fez antes de depor à comissão. Ela conversa com Regis Andriolo, um biólogo, defensor da cloroquina, que ajudou a prepará-la. A secretária revela que acertou com senadores governistas perguntas que deveriam ser feitas, no que seria um jogo de cartas marcadas.
Mayra Pinheiro: A gente tem um grupo que nos apoia, que reconhece o nosso trabalho, e esse grupo precisa fazer perguntas, no direito que eles têm de interrogarem o depoente, que nos ajudem no nosso discurso. Então que perguntas eu posso dar pra esses senadores fazerem a mim, entendeu?
Regis Andriollo: Praqueles que entendem que é um erro…
Mayra: Isso. Eles jogam pra eu fazer o gol. Eles chutam pra eu fazer o gol.
Regis: Perfeito. Quatro perguntas?
Mayra: É. O que o senhor achar necessário. Pode ser mais. Pronto. Capricha. E já me dá a resposta porque os senadores têm que ter essa respostinha, entendeu? São 5 senadores… que vão jogar com a gente. Então eu preciso dar perguntas a eles pra eles me interrogarem cuja resposta seja a oportunidade deu falar.
O Ministério da Saúde não quis comentar se as sugestões foram acatadas. Sobre o treinamento de Mayra, o ministério informou que está sob sigilo.
O infectologista Gustavo Pasquarelli confirmou que fez a sugestão de montar tendas para a prescrição de medicamentos sem eficácia comprovada.
O biólogo Régis Andriolo não deu retorno ao contato.
O Jornal Nacional não consegui contato com o médico Luciano Azevedo.
…………
Após atraso, mais de 150 mil doses da AstraZeneca chegam a Goiás
Segundo o governo, imunizantes foram encaminhadas pelo Ministério da Saúde por via terreste ao estado. Ao todo, o estado recebeu 199.540 vacinas contra o coronavírus nesta quarta-feira.
Após um atraso, o carregamento com 156.250 doses da vacina AstraZeneca contra a Covid-19 chegou no final da tarde desta quarta-feira (21) a Goiás. Segundo o governo, as doses foram encaminhadas pelo Ministério da Saúde por via terreste.
Na madrugada, outro carregamento com 43.290 doses de vacinas Pfizer chegaram pelo Aeroporto Santa Genoveva. Ao todo, o estado recebeu 199.540 vacinas contra o coronavírus nesta quarta-feira.
Os imunizantes foram levados para a Central Estadual de Rede de Frio, também na capital e, após distribuídas aos municípios, deverão ser aplicadas como 1ª e 2ª dose. O governo não informou o motivo do atraso da remessa da AstraZeneca.
Do total de imunizantes já recebidos, Goiás aplicou 2.738.697 de primeiras doses das vacinas contra a Covid-19 em todo o Estado. Com o esquema vacinal completo, seja pelo reforço ou pela aplicação de vacina em dose única, foram imunizadas 964.839 pessoas.
Com o novo carregamento, Goiás atinge a marca de 4.850.890? vacinas recebidas desde o início da campanha, em janeiro deste ano.
……………………..
AGÊNCIA BRASIL
Covid-19: Brasil registra 19,4 milhões de casos e 545,6 mil mortes
O total de pessoas infectadas com o novo coronavírus chegou a 19.473.954 no Brasil. Nas últimas 24 horas, foram registrados 54.517 novos diagnósticos positivos de covid-19. Ontem, a soma de casos acumulados era de 19.419.437.
Ainda há 722.177 casos em acompanhamento. O nome é dado para pessoas cuja condição de saúde é observada por equipes de saúde e que ainda podem evoluir para diferentes quadros, inclusive graves. Nas últimas duas semanas esse índice vem caindo progressivamente.
Até hoje, a pandemia fez 545.604 vítimas que não resistiram à covid-19. Entre ontem e hoje, as secretarias estaduais e municipais de saúde de saúde confirmaram mais 1.424 mortes. Ontem, a soma de óbitos estava em 544.180.
As autoridades de saúde ainda investigam 3.457 mortes. Isso porque muitas vezes o diagnóstico de covid-19 só é obtido após o falecimento do paciente.
As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (21) pelo Ministério da Saúde em sua atualização diária. A pasta consolida dados enviados pelas secretarias estaduais de saúde sobre casos e mortes relacionados à covid-19. Os dados do estado do Ceará não foram atualizados.
O número de pessoas que se recuperaram da covid-19 somou 18.206.173.
Estados
No topo do ranking de mortes por estado estão São Paulo (135.973), Rio de Janeiro (57.856), Minas Gerais (49.233), Paraná (33.992) e Rio Grande do Sul (32.831). No topo de baixo da lista estão Acre (1.791), Roraima (1.823), Amapá (1.887), Tocantins (3.429) e Alagoas (5.685).
Vacinação
O total de doses disponíveis no país chegou a 164.478.404 segundo informações do Ministério da Saúde.
…………………………..
Saúde amplia projeção de entrega de vacinas para agosto
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (21) que aumentou para 63,3 milhões a previsão de doses de vacinas contra covid-19 que devem ser entregues em agosto pelos laboratórios contratados. A previsão anterior era de 60,5 milhões de unidades.
Segundo a pasta, a nova projeção representa um aumento superior a 50% em relação a julho, quando o país deve receber 40,4 milhões de doses previstas.
Nesta quarta-feira, o ministério confirmou que recebeu do Instituto Butantan mais 1,5 milhão de doses da Coronavac. Os imunizantes serão incluídos no Programa Nacional de Imunização (PNI) e distribuídos para os estados e Distrito Federal.
Além das vacinas recebidas, o instituto aumentou a expectativa de entrega para o próximo mês de 15 milhões para 20 milhões de doses. A entrega de imunizantes da Pfizer também foi ampliada, passando de 32,5 milhões para 33,3 milhões.
Além dessas doses, o Brasil também vai contar com a entrega de 10 milhões de doses da AstraZeneca, produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
De acordo com a pasta, 164 milhões de doses de todas as vacinas contra a covid-19 que fazem parte do PNI foram distribuídas aos estados. Do total, foram aplicadas 126,6 milhões, sendo 91,4 milhões de primeira dose e 35,1 milhões de segunda dose e dose única.
Segundo o ministério, o número de pessoas que receberam a primeira dose representa mais da metade da população-alvo (57%) de 160 milhões de pessoas com mais de 18 anos no Brasil. Quem está com a imunização completa (2º dose ou dose única) representa 21,7% da população-alvo.
Por meio do vacinômetro do Ministério da Saúde, a população pode acompanhar o andamento da vacinação em todos os estados.
? Ótima notícia: em agosto devemos receber + de 63 MILHÕES de doses de vacinas #Covid19 dos laboratórios contratados. A previsão é que sejam entregues:
? 10 milhões de doses AstraZeneca/Fiocruz
? 20 milhões de doses da Coronavac/Butantan
? 33,3 milhões de doses da Pfizer
…………………
O HOJE
Prefeito de Goiânia afirma vacinação contra Covid-19 para pessoas a partir de 35 anos. Confira
O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, confirmou nesta quarta-feira (21/07) a ampliação da vacinação contra Covid-19 para pessoas a partir de 35 anos nesta quinta-feira (22). As pessoas elencadas no grupo devem fazer o agendamento por meio do aplicativo ou no site da prefeitura para uma das 16 unidades disponíveis, que terão seu funcionamento das 9h às 17h, ou poderão comparecer no drive thru do Shopping Passeio das Águas a partir das 9h, onde serão distribuídas duas mil senhas.
Rogério Cruz comemora a chegada de 43.804 doses e a possibilidade de ampliação da idade. “Sabemos que só a vacinação pode dar segurança à população e permitir que voltemos a ter uma vida normal. Agora, com a ampliação para 35 anos, temos certeza que vamos aumentar a cobertura vacinal na nossa cidade. Estamos prestes a atingir um milhão de doses aplicadas e só vamos parar quando todos os goianienses estiverem seguros”, ressalta.
Confira os locais
Primeira dose: atendimento na modalidade pedestre, das 9h às 17h, por agendamento:
CIAMS Novo Horizonte
CSF Pq Santa Rita
CSF Residencial Itaipu
CSF Vila Mutirão
CS Cidade Jardim
CSF Leste Universitário
CSF Crimeia Oeste
Ciams Urias Magalhães
CSF São Francisco
CSF Vera Cruz II
CS João Braz
CSF Cerrado IV
UPA Chácara do Governador
UPA Novo Mundo
CSF Recanto das Minas Gerais
CS Parque Amazônia
Primeira dose: drive thru, sem agendamento, distribuição de duas mil senhas a partir das 9h:
Shopping Passeio das Águas
Segunda dose (AstraZeneca)
Goiânia segue aplicando a segunda dose para pessoas com aprazamento para o mês de julho. Nesta quinta-feira (22/7), poderão receber o imunizante AstraZeneca aqueles com data marcada até o dia 24/7 e em atraso, sem necessidade de agendamento. Mas atenção, as escolas municipais não serão disponibilizadas para aplicação de segunda dose, devido à testagem ampliada de antígeno para a Covid-19. A administração da segunda dose estará disponível na Área I da PUC Goiás, das 9h às 17h.
Grupos prioritários
Em atendimento à resolução da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), Goiânia ampliou o atendimento aos grupos prioritários da vacinação contra a Covid-19. Além dos idosos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto) e pessoas com comorbidades, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) retomou nesta semana a vacinação dos trabalhadores da saúde e dos profissionais da Educação. O atendimento é por agendamento para o CSF Leste Universitário, exceto gestantes e puérperas, que continuam sendo atendidas no Ciams Dr. Domingos Viggiano (antigo Ciams Jardim América), sem agendamento. Idosos que não receberam a primeira dose ou estão com atraso para a segunda, também podem procurar o Ciams.
Para informações detalhadas para qualquer um dos dias e dos grupos, basta acessar o site.
…………………
Quase 60% dos goianienses aptos não retornou para receber a segunda dose
Quase 60% das pessoas aptas a se vacinar com a segunda dose em Goiânia não retornaram aos pontos de vacinação para tomar o reforço, segundo informações da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Seis meses após o início da campanha de vacinação contra a Covid-19, das 87.235 pessoas que receberam a primeira dose na Capital, apenas 27.014 procuram os pontos de vacinação para reforçar a imunização.
Goiás tem 13,56% da população totalmente imunizada. Isso significa que 964.839 goianos receberam as duas doses da vacina ou a vacina em dose única, segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO). Na Capital, dados da SMS de Goiânia apontam que 40,49% da população recebeu a primeira dose de vacina e 17,73% recebeu a segunda dose ou a vacina em dose única. Entretanto, mesmo com o andamento da vacinação, as autoridades de Saúde têm alertado para a importância de a população se imunizar com as duas doses.
A secretária executiva da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Luana Ribeiro, lembra que das vacinas disponíveis no país, o intervalo entre a primeira e a segunda dose varia de acordo com o laboratório. “Para a Coronavac, o intervalo entre as duas doses é de até 28 dias e, para AstraZeneca e Pfizer, o prazo aumenta para até 12 semanas”, explica. Ela acrescenta que as estratégias da SMS para esse público ocorre diariamente e que é necessário a conscientização das pessoas para se imunizarem por completo.
“É necessário que cada pessoa vacinada com a primeira dose compareça para completar o esquema vacinal conforme a data marcada no cartão de vacinação para o retorno da segunda dose”, frisa Luana Ribeiro. Ela salienta que as pessoas que perderam o prazo estabelecido no cartão de vacinação para o reforço da vacina contra a Covid-19 devem procurar imediatamente um dos sete pontos disponíveis. “O atendimento, inclusive, é sem agendamento especificamente para essas mais de 60 mil pessoas”, pontua.
Conforme a secretária executiva da SMS, para ser imunizado de acordo com a eficácia das vacinas disponíveis, é necessário tomar as duas doses. “Não deixem pela metade, pois assim não conseguiremos avançar na luta contra a Covid-19”, reforça Luana.
Na Capital, quem está no prazo de tomar a segunda dose da vacina, pode comparecer a sete pontos de vacinação, que funcionam das 08h às 16h, sem a necessidade de agendamento. São eles as Escolas Municipais: Francisco Matias, Lions Clube Bandeirantes, Coronel José Viana e Bárbara de Sousa Morais. Além destes, também são pontos de vacinação: Escola Rotary Goiânia Oeste, Salão Comunitário (ao lado do CSF Guanabara I) e Área I da PUC Goiás.
Importância
O infectologista do curso de Medicina da Unicid, Dr. Renato Grinbaum, destaca que é muito importante que os idosos tomem as duas doses da vacina porque somente a primeira dose não garante proteção contra as formas graves da Covid-19. “Se você tomou a primeira dose, mesmo que tenha efeitos colaterais, é importante tomar a segunda para que você não tenha que, mais para frente, reiniciar o esquema com duas doses. A probabilidade de efeitos adversos na segunda dose, especialmente daquelas vacinas de vírus vivo, é menor do que na primeira dose da vacina”, explica o especialista.
Ainda de acordo com o infectologista, as estimativas com relação à Covid-19 têm algumas divergências. “Por um lado a vacinação cresce e o número de pessoas suscetíveis diminui, então existe a possibilidade de termos um cenário mais favorável. Entretanto, a divergência está no fato de que a vacinação é lenta e existe a chegada de novas variantes, e com essa imprevisibilidade é importante que as autoridades criem uma estrutura para atendimento que possa ser utilizada”, finaliza Renato. (Especial para O Hoje).
…………………….
Ocupação em leitos de UTI volta a subir em meio a flexibilizações
Com a flexibilização de algumas atividades comerciais, a taxa de ocupação em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) voltou a subir nas unidades de saúde das redes estadual e municipal. Na Capital, por exemplo, a ocupação tem se mantido acima de 75% desde o último dia 16. Para a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, o cenário tem que ser analisado de forma cuidadosa.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) tem notado crescimento de casos em regiões como a Central e Oeste. “Isso reflete lá na frente nas internações e óbitos. Estamos sempre em contato com as prefeituras para que elas possam tomar ações acertadas dependendo do cenário de cada cidade”, explica.
Já na rede estadual, os leitos destinados a pessoas diagnosticadas com a Covid-19 atingiram a taxa de 85% de ocupação no fim do último mês e sofreram variação entre 76% e 81%. Na última terça (20), chegou a 84,65%.
Mesmo com o aumento discreto, Flúvia aponta que é visto com bastante preocupação. O cenário mostra que a doença pode não estar avançando intensamente, mas também não apresenta redução. “A média é de 14 mil casos por semana. No melhor momento da pandemia até agora, tínhamos entre 4 mil e 5 mil”, avalia. Caso haja aumento significativo, pode gerar pressão novamente no sistema de saúde.
Capital
Para a secretária executiva da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Luana Ribeiro, os números de Goiânia não podem ser encarados de modo isolado. A Capital manteve um índice abaixo de 70% durante todo o mês de junho. Segundo ela, pode ter sido um momento atípico do fim de semana. “Para dizer que está subindo, o crescimento precisa ser sustentado”, informa.
Vale lembrar que na última semana, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz(Repúblicanos), flexibilizou o funcionamento de bares e restaurantes na Capital. Agora, os comércios voltaram a funcionar das 8h às 18 horas – o horário comercial antigo. Os bares, por sua vez, poderão funcionar até às 3 horas da manhã e com até oito pessoas dividindo a mesa.
O último decreto, que estava em vigência desde o último dia 29 de junho, trazia que os comércios poderiam funcionar das 9h às 17 horas. “Além disso, [com a volta do horário antigo] os empresários podem ter um convívio melhor com os seus colaboradores. E isso contribui para que não haja aglomerações no comércio, tendo em vista que os consumidores poderão se organizar para fazer suas compras dentro de sua rotina. Ou seja, isso melhora alguns cenários que estavam sendo notados em alguns comércios”, reforça.
O presidente da Abrasel, Danillo Ramos, postou em uma rede social um vídeo em que comemora o novo decreto para o segmento. Segundo ele, agora os estabelecimentos poderão funcionar até às 3 horas da manhã e podem ter até oito pessoas por mesa, ao invés das seis que estavam permitidas até o momento. “A gente acredita que isso só foi possível graças ao esforço de todos fizeram em manter os protocolos e o avanço da vacinação, do qual a gente também é a favor”, destacou.
Testagem
Nesta quinta (22), Goiânia realiza a testagem ampliada de antígeno da Covid-19. A ação será realizada em seis escolas municipais e serão disponibilizados 3,5 mil testes. O objetivo é promover o isolamento social de casos assintomáticos e, com isso, quebrar a cadeia de transmissão da doença na cidade. Podem realizar o teste pessoas acima de 12 anos de idade e o resultado fica pronto em cerca de 20 minutos. O procedimento é feito por meio da coleta do material no nariz, utilizando o swab, uma espécie de haste flexível.
………………
FOLHA DE S.PAULO
Artigo – O respeito ao paciente não pode morrer na UTI
Permitir videochamadas é um ato de humanidade, mas só com consentimento
Irene Abramovich Reg
Indiscutivelmente, a tecnologia tem sido importante aliada, durante a pandemia, no encurtamento de distâncias entre as pessoas. No entanto, não podemos nos esquecer que essa mesma tecnologia pode ser considerada invasiva no que diz respeito à intimidade e à vontade individual. É necessário, portanto, que saibamos usá-la com consciência e respeito.
Nesse contexto, o uso de recursos digitais voltados à comunicação entre pacientes e familiares é tema importante para o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), que publicou, recentemente, a resolução n° 347, responsável por regulamentar as videochamadas, não só no contexto da Covid-19, mas de modo geral.
A normativa determina que o assistido pode realizar visitas virtuais -se essa for sua vontade -desde que se respeite a privacidade dos demais e que também pode designar um representante, a quem caberá comunicar ao médico o desejo de ter ou não a imagem transmitida, caso ocorra a perda da capacidade para consentir.
Se, porventura, o paciente não fizer essa escolha, o profissional deverá se valer das diretivas antecipadas de vontade, que devem ser registradas no prontuário previamente à perda de sua capacidade para consentir, para deferir se gostaria ou não de participar de videochamadas. Com isso, é possível saber o real desejo mesmo de pacientes sedados.
A resolução n° 347 defende o princípio bioético da autonomia e preserva o sigilo do médico e do paciente -um dos pilares da relação médico-paciente- conforme defende o Código de Ética Médica, assegurando que o uso do digital seja feito de forma ética e respeitosa, sem que haja prejuízo à equipe profissional e aos demais assistidos que não desejam ter sua imagem divulgada.
O documento busca viabilizar esse recurso de modo que os direitos fundamentais do paciente sejam preservados, em especial a autonomia, a privacidade e o sigilo. Portanto, não se trata de proibição às videochamadas. Permitir seu uso é um ato de dignidade e humanidade, mas apenas se o paciente consentir.
Sempre deve prevalecer a vontade dele, incluindo o respeito à privacidade, dignidade e sigilo, que orientam uma medicina digna e humana. Há que se levar em conta ainda o respeito ao sigilo dos demais pacientes, internados no mesmo ambiente de UTI.
Cabe reforçar que a normativa refere-se, substancialmente, à conduta médica, uma vez que há a delegação constitucional do poder público, por meio da lei n° 3.268/57, que, em seu artigo 15°, determina que é atribuição dos conselhos regionais de medicina fiscalizar o exercício da profissão.
Recentemente, foi aprovado pela Câmara dos Deputados o projeto de lei n° 2136/20 -agora em análise pelo Senado Federal-, que vai ao encontro da resolução n° 347 ao determinar que os ‘encontros virtuais’ podem ocorrer, desde que seja respeitado o momento adequado definido pelo corpo profissional. Também define que, caso o paciente esteja inconsciente, as videochamadas poderão ser realizadas somente se ele tiver manifestado que esta era sua vontade antes da perda da capacidade de consentir, ou com autorização de seus familiares.
……………………..
‘Capitã cloroquina’ diz que formulou perguntas para ela própria na CPI
Raquel Lopes, Constança Rezende e Mateus Vargas
A secretária da Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, disse ter enviado a senadores governistas da CPI da Covid perguntas para que eles fizessem a ela durante seu depoimento.
‘Eles jogam para eu fazer o gol’, resumiu a servidora, conhecida como ‘capitã cloroquina’, em uma conversa em que se preparava para o depoimento, dado em 25 de maio.
Vídeo com a conversa foi obtido pela CPI na quebra de sigilo da servidora. O link estava em sua caixa de email.
‘Agentet em um grupo que nos apoia, que acredita no nosso trabalho. Esse grupo tem que fazer perguntas, no direito que eles têm de inter rogar o depoente, que nos ajudem no nosso discurso. Então, que perguntas eu posso dar para esses senadores fazerem a mim. Entendeu? Eles jogam para eu fazer o gol. Eles chutam para eu fazer o gol’, disse Mayra a um epidemiologista que participou da conversa.
Ela afirmou ainda que já havia enviado dez perguntas aos senadores governistas. Entre outras, afirma ter pedido para que eles fizessem perguntas sobre sua formação, as atividades que desempenhou no Ministério da Saúde e os esforços da sua secretaria no enfrentamento à Covid-19.
‘São cinco senadores que vão jogar com a gente. Eu preciso dar perguntas a eles para eles interrogarem, cuja resposta seja a oportunidade de eu falar. Certo? Faz o que o senhor achar que pode. A gente tem cinco senadores. ‘
O link da gravação aparece em um email encaminhado a Mayra pelo epidemiologista Regis Bruni Andriolo -que defende o chamado tratamento precoce, descartado pela comunidade científica-, dias antes do depoimento.
No vídeo aparecem Mayra Pinheiro, o epidemiologista e Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde. A intenção declarada por eles era m%anjzar as publicações científicas a favor do tratamento precoce para que Mayra os usasse no depoimento.
Em outro trecho, ela ironiza o próprio apelido, dizendo que o colega do ministério é ‘o olavista’ – ele tinha um livro do bolsonarista Olavo de Carvalho em sua estante- e ela, a ‘capitã cloroquina’.
Mayra também sugeriu que poderia arrumar um cargo para o epidemiologista, mesmo ele não tendo sinalizados e tinha ou não interesse.
Em depoimento na CPI, a secretária fez defesa ferrenha do uso da hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19, e admitiu que a pasta federal orientou médicos de todo o país para que adotassem o tratamento precoce.
Mayra também apresentou versões que conflitam com as apresentadas à comissão gelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, em particular sobre a crise em Manaus e a plataforma TrateCov.
Não é a primeira vez que membros do governo enviam perguntas a senadores governistas. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) questionou o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, durante depoimento à CPI da Covid, sobre sua orientação inicial para as pessoas evitarem buscar hospitais se acometidas de sintomas leves da Covid-19. Mandetta apontou que a pergunta lida pelo senador tinha sido elaborada pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, que encaminhou o texto por engano ao ex-ministro. Nogueira já havia apresentado requerimentos de convocações que foram redigidos por uma servidora da Secretaria da Presidência da República. Nem Mayra nem o Ministério da Saúde responderam aos contatos da reportagem.
…………………..
O ESTADO DE S.PAULO
Covid-19 provoca pandemia oculta’ e deixa 130 mil órfãos
Estudo foca crianças que perderam pais e contradiz ideia de que os mais novos são menos afetados pelo vírus
Ana Estela de Sousa Pinto
Ao menos 130.363 crianças brasileiras de até 17 anos ficaram órfãs por causa da Covid-19 entre março do ano passado e o final de abril deste ano, número que contradiz a ideia de que os mais novos sào menos afetados pelo coronavírus.
‘É uma pandemia oculta’, dizem os autores da estimativa, publicada na terça (20) na revista científica Lancet. ‘Essas crianças não identificadas são a consequência trágica esquecida dos milhões de mortos na pandemia.’
O número de menores brasileiros que ficaram órfãos multiplica por 180 os cerca de 1.200 óbitos na faixa etária até 19 anos desde o começo da pandemia, segundo o boletim mais recente do Ministério da Saúde.
Colocado em proporção, ele corresponde a uma taxa de 2,4 órfãos para cada mil brasileiros menores de idade, a quarta maior entre 21 países incluídos no estudo. O Peru tem a situação mais grave, com 10,2 órfãos para cada mil menores.
Em termos absolutos, o número do Brasil só não é pior que o do México, que registra pouco mais de 141 mil órfãos, ou 3,5 por mil. Embora o Instituto Nacional dos Direitos das Criança e do Adolescente afirme que contabilizar os órfãos brasileiros é viável por meio das certidões de óbito, não há estatística oficial no país até agora.
‘Crianças que perderam pais ou responsáveis na pandemia precisam de apoio governamental urgente ou enfrentarão danos de longo prazo’, afirmou Seth Flaxman, pesquisador do departamento de matemática do Imperial College de Londres e de ciência da computação da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e um dos 16 autores do trabalho.
Coordenado por Susan Wil-lis, do CDC (centro de controle de doenças dos EUA), o estudo já revisado por pares fornece as primeiras estimativas globais de orfandade causada pela pandemia de Covid-19.
Os cientistas calcularam mais de 862 mil crianças órfãs em 21 países, nos quais ocorreram cerca de 77% das mortes globais por Covid-19 até 30 de abril de 2021. Também estimaram que, em termos globais, mais de 1 milhão de menores perderam um dos pais ou seu principal cuidador, principalmente os avós.
A pesquisa inclui a família de forma ampla, porque38% das crianças do mundo vivem na mesma casa que os avós, porcentagem que chega a 50%na Ásia-Pacífieo. Mais vulneráveis à Covid-19, são esses idosos que costumam dar apoio prático, financeiro ou emocional para seus netos.
‘No Brasil, 70% das crianças recebem esse apoio financeiro; ainda assim, o Brasil ocupa o segundo lugar mundial em mortes por Covid-19, reduzindo as opções de cuidados por parentes’, alerta a pesquisa.
Nos EUA, 40% dos avós que vivem com os netos são os principais cuidadores, e no Reino Unido, 40% dos avós cuidam regularmente dos netos.
Considerando crianças que perderam algum parente responsável por sua criação, mesmo que não o principal, os números sobem para mais de 1,2 milhão nos 21 países analisados e mais de 1,5 milhão na estimativa global.
‘Evidências de epidemias anteriores mostram que respostas ineficazes a essas mortes, mesmo quando há um pai ou cuidador sobrevivente, po -dem levar a resultados psicossociais, neuroeognitivos, sodoeconômicos e biomédicos deletérios para as crianças’, afirma o estudo.
Os cientistas ressalvam que, para os cálculos, presumiram que parentes com 60 anos ou mais que viviam com parentes com menos de 18 anos eram avós e netos, embora o adulto mais velho possa ser um tio ou primo.
‘O que aconteceu com meu pai? Cadê minha avó? Quem vai cuidar de mim agora? São as perguntas das crianças que ficam, mas a sociedade também precisa se perguntar como ampará-las da melhor maneira possível. Algum dia chegaremos ao fim da pandemia de Covid -mas seus órfãos ainda existirão por décadas’, afirma Flaxman, em artigo publicado nesta quarta.
O cálculo do número de órfãos foi feito com base em números de fertilidade da ONU e estatísticas nacionais sobre mortes por Covid, o que indica que pode ser ainda maior, já que há subnotifieação nos registros de óbitos.
O trabalho também mostra que as crianças que perderam o pai são pelo menos o dobro das que perderam a mãe-no caso do Brasil, foi mais que o triplo: 88 mil ficaram órfãos de pai, contra 26 mil que perderam a mãe; cerca de 17 mil viram morrer avós responsáveis por sua criação.
Há três destinos possíveis para menores brasileiros que perdem seus responsáveis: o amparo de parentes, a reorganização familiar em que irmãos mais velhos assumem o cuidado dos mais novos ou abrigos e adoção.
‘Orfanatos nunca deveríam ser a resposta’, diz Flaxman. Ele observa que, de acordo com pesquisas neurocientíficas, institucionalizar crianças prejudica seu desenvolvimento cerebral.
Segundo o estudo, governos precisam ajudar famílias a criar menores que tenham ficado órfãos, para evitar a institucionalização, além de ajudar as crianças afetadas materialmente e emodonalmente. ‘Covid mata rapidamente, deixando pouco ou nenhum tempo para prepará-las para o luto’, observa Flaxman.
No longo prazo, a perda dos cuidadores aumenta o risco de doenças, suicídio, gravidez na adolescência, evasão escolar, violência sexual e vulnerabilidade a exploração econômica, segundo os cientistas.
Para o professor britânico, é preciso agir com urgência e acelerar a vacinação, já que a disseminação de variantes pode agravar o problema. O risco é especialmente alto na África, continente com alta fertilidade e a menor taxa de vacinação no mundo.
‘Trata-se não apenas de salvar vi das, mas de salvar famílias também’, diz Flaxman. Até 23% das crianças nos 21 países analisados são criadas por pais solteiros, cuja morte pode ter consequências extremas para as crianças.
No Brasil, três projetos de lei propõem auxílios nacionais a jovens que perderam responsáveis na pandemia: pensão de R$ 1.100 até os 18 anos, um fundo financeiro de amparo e um cadastro para que os órfãos tenham prioridade em programas sociais.
Para os pesquisadores, ações governamentais devem incluir grupos de apoio psicossocial para o luto, terapia comportamental cognitiva com foco no trauma, prevenção da violência sexual e doméstica e apoio psicossocial a famílias sob estresse.
………………….
China se opõe ao plano da OMS de investigar origens do coronavírus em Wuhan
A China se opôs ao plano da Organização Mundial de Saúde (OMS) de realizar uma segunda fase da investigação sobre a origem do coronavírus, incluindo a hipótese de que ele poderia ter vazado de um laboratório chinês. A entidade recomendou este mês que sejam feitas auditorias de laboratórios e mercados na cidade de Wuhan, pedindo transparência das autoridades. O vice-ministro da Comissão Nacional de Saúde do país asiático, Zeng Yixin, disse nesta quinta-feira (22/7) que a iniciativa “contraria o bom senso”.
“Não aceitaremos este plano de rastreamento, pois, em alguns aspectos, ele ignora o bom senso e desafia a ciência”, disse Yixin a repórteres. Ele acrescentou que ficou surpreso ao ler a sugestão da OMS pela primeira vez, já que consta a hipótese de uma violação de protocolos de laboratório por parte da China.
O chefe da OMS afirmou, no início de julho, que as investigações sobre as origens da pandemia estavam sendo dificultadas pela falta de informações sobre os primeiros dias de disseminação do vírus. Zeng reiterou a posição da China de que alguns dados não podem ser completamente compartilhados devido a questões de privacidade. “Esperamos que a OMS analise seriamente as considerações e sugestões feitas por especialistas chineses e trate a origem da covid-19 como uma questão científica, sem interferência política”, disse o vice-ministro.
A busca pelas origens do vírus se tornou uma questão diplomática complicada, cujo efeito foi piorar as relações da China com os Estados Unidos e muitos de seus aliados. Os EUA e outros países dizem que o país asiático não foi transparente sobre o que aconteceu nos primeiros dias da pandemia. Já a China se defende dizendo que a questão está sendo politizada e deveria ser deixada para os cientistas.
Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, reconheceu na semana passada que é prematuro descartar uma possível ligação entre a pandemia e um vazamento de laboratório do governo chinês em Wuhan, a cidade onde a doença foi detectada pela primeira vez no fim de 2019. Ele disse esperar por uma melhor cooperação e acesso a dados, acrescentando que este foi um desafio para a equipe internacional de especialistas que viajou ao país este ano para investigar a causa do surto. “Eu também fui técnico de laboratório, e acidentes acontecem”, disse Adhanom.
Seu posicionamento foi apoiado pelo ministro da saúde da Alemanha, Jens Spahn, que pediu às autoridades chinesas que permitissem que a investigação continuasse. Zeng disse que o laboratório de Wuhan não trabalha com vírus que infectem humanos diretamente. Ele observou que a equipe de especialistas coordenada pela OMS concluiu que um vazamento era altamente improvável.
No primeiro semestre, a equipe afirmou que o vírus provavelmente passou de animais para humanos, com especulações sobre sua origem focadas em morcegos, que por sua vez podem tê-lo transmitido para pangolins, tradicionalmente vendidos nos mercados chineses de alimentos.
Segundo Zeng, não são verdadeiros os relatos de que funcionários e alunos de pós-graduação do Instituto de Virologia de Wuhan contraíram o vírus e o transmitiram a outras pessoas. Ele reiterou que a China “sempre apoiou o rastreamento científico da doença” e deseja que isso se estenda a vários países e regiões em todo o mundo. “No entanto, nos opomos a politizar o trabalho de rastreamento”, finalizou.
………………………
JORNAL OPÇÃO
Pela primeira vez, em São Paulo, funcionária é demitida por se recusar a tomar a vacina contra covid
Por Gabriella Oliveira
O caso aconteceu na cidade de São Caetano, no Estado de São Paulo e a funcionária não apresentou nenhuma justificativa médica
O Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, confirmou que, pela primeira vez, um funcionário foi dispensado em segunda instância, porque se recusou a tomar a vacina contra o covid-19. A demissão foi por justa causa, e a justificativa da Justiça, é que o funcionário em questão, ao não se vacinar, colocava todas as outras pessoas de seu trabalho em situação de vulnerabilidade.
Cristiane Aparecida Pedroso era uma funcionária da Guima-Conseco, empresa que terceiriza serviços de mão de obra para hospitais. Ela atuava como auxiliar de limpeza no Hospital Municipal Infantil Marcia Braido e no dia 2 de fevereiro deste ano foi dispensada por ato de indisciplina por não se vacinar contra a covid-19. Ela entrou com recurso na Justiça, justificando que o fato dela ter sido dispensada por não querer tomar o imunizante era abusivo e não poderia ser considerado como indisciplina ou insubordinação. Cristiane não apresentou nenhuma justificativa médica para não se vacinar.
Contudo, o desembargador Roberto Barros da Silva, e todo o tribunal rejeitou por unanimidade o recurso. No julgamento, eles entenderam que a vontade particular da funcionária não poderia prevalecer pelo coletivo, colocando assim seus colegas de trabalho em situação de perigo. A decisão diz que “considerando a gravidade e a amplitude da pandemia, resta patente que se revelou inadequada a recusa da empregada, que trabalha em ambiente hospitalar, em se submeter ao protocolo de vacinação previsto em norma nacional de imunização, e referendado pela Organização Mundial da Saúde”.
Essa decisão de demitir funcionários que se recusam a tomar a vacina anti-covid sem apresentar justificativas médicas, já tinha sido sugerida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), em fevereiro deste ano.
………………………
Assessoria de Comunicação