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DESTAQUES DE HOJE
• Malária – Vítimas não foram a áreas de risco
• Sete desafios de sustentabilidade para a Saúde
• Senado quer submeter reajustes de planos coletivos à ANS
O POPULAR
Malária
Vítimas não foram a áreas de risco
Agentes de saúde coletaram mosquitos em parque para saber se há contaminação por protozoário
Malu Longo
Amostras do mosquito Anopheles, transmissor da malária, foram coletadas no início da noite de segunda-feira em um raio de dois quilômetros no Jardim Goiás, em Goiânia, por equipes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Três casos da doença foram confirmados em pessoas que moram nas proximidades do Parque Flamboyant, na Região Sul da capital, não se conhecem e não viajaram para áreas de risco nos últimos meses. O órgão municipal ainda aguarda resultados das análises para saber se as amostras do mosquito estão infectadas ou não com o parasita Plasmodium vivax, responsável por 85% dos casos de malária no Brasil. Exames apontaram a presença do parasita no sangue dos pacientes de Goiânia.
Secretário de Saúde de Goiânia, Fernando Machado afirmou ao POPULAR que a capital não é área endêmica de malária, entretanto, por ser referência em Saúde e polo de construção civil atrai pacientes e trabalhadores de regiões suscetíveis à transmissão da doença, o parasita por ter “viajado” através desse movimento migratório.
Doutor em genética de malária, o professor e pesquisador do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (Iptsp) da Universidade Federal de Goiás (UFG) Pedro Cravo confirma a informação do secretário. “O parasita encontrado no sangue dos pacientes de Goiânia, o Plasmodium vivax pode se alojar no fígado e ficar dormente por anos, sem manifestação dos sintomas. Mais tarde eles podem ou não surgir”, explica o pesquisador. É a chamada malária caladinha. Mesmo sem sintomas, se a pessoa infectada for picada pelo vetor pode transmitir a doença.
Fernando Machado ressalta que o Anopheles é frequentemente encontrado em Goiânia, mas há anos não existe uma cadeia de transmissão de malária na capital. “A doença provocada pelo parasita Plasmodium vivax tem baixa mortalidade, mas preocupa porque o diagnóstico pode ser confundido com dengue, cujos sintomas em muitos momentos são parecidos”. A médica infectologista Christiane Kobal, que acompanha Rafael Henrique Almeida, de 24 anos, internado numa unidade de terapia intensiva de um hospital particular, ressalta que a demora do diagnóstico pode agravar os casos de malária. O jovem, que procurou o pronto-socorro do hospital no sábado com sintomas da doença, mais tarde confirmada, está entubado e com respiração mecânica. Ontem, mais duas pessoas que residem nas imediações do Parque Flamboyant, procuraram o mesmo hospital com sintomas semelhantes e foram encaminhadas para exames.
Fernando Machado explica que, embora a identificação da presença do protozoário que causa malária ainda não tenha sido feita nas amostras de mosquitos coletadas, é importante que as notificações à SMS sejam feitas com agilidade para que a pasta possa atuar no controle da transmissão da doença. Com a colaboração de servidores da Agência Municipal do Meio Ambiente, equipes da SMS continuam trabalhando na região do Parque Flamboyant para combater possíveis criatórios de anofelinos.
Paciente se disse surpresa com diagnóstico
Janda Nayara
Dores fortes no corpo, fraqueza, falta de apetite, febre alta e calafrios que a faziam procurar um cobertor, mesmo com a temperatura em Goiânia aproximando dos 40° centígrados. Esses foram os sintomas relatados pela aposentada Maria de Fátima Ferreira, de 54 anos, o primeiro dos três casos confirmados de malária em Goiânia.
Facilmente confundidos com os sintomas da dengue, ela chegou a receber hidratação e medicação para dor em um hospital particular, onde apenas no quarto hemograma foi detectada a infecção pelo protozoário. “Fiquei e continuo muito abatida. Como nunca tive dengue, achava que os sintomas eram do vírus. Jamais imaginei que pudesse ser malária, já que a única vez que viajei este ano foi em julho, para Caldas Novas”, afirmou.
Maria de Fátima conta que o resultado positivo surpreendeu até mesmo os médicos dos três hospitais pelo qual passou, dois particulares e o Hospital de Doenças Tropicais (HDT), no dia 9 de outubro. “Ninguém cogitou esta hipótese e ficaram ainda mais assustados quando eu disse que não viajei para regiões endêmicas”, disse.
A aposentada foi atendida inicialmente no Hospital Lúcio Rebelo, o mesmo por onde passou outro paciente diagnosticado com a doença. Como a infectologista do local estava viajando, ela foi encaminhada para o HDT, onde, de acordo com a assessoria de imprensa, foi medicada e, por não estar em estado grave, recebeu alta para continuar o tratamento em casa.
No outro dia, Maria de Fátima precisou ser internada na unidade de terapia intensiva (UTI) de outro hospital particular para continuar o tratamento. “Foram sete dias de medicação, dos quais três eu passei na UTI e quatro no apartamento. São remédios muito fortes e que provocam diversas reações no organismo. Como a doença ataca o fígado, também vomitamos muito”, conta.
Mesmo tendo tomado a medicação, a aposentada continua sofrendo com os sintomas da doença. “Estou anêmica, coisa que nunca fui. O médico chegou a cogitar transfusão de sangue, mas antes, vai tentar reverter a situação com medicação. Ontem, de tanto vomitar, fui parar no médico novamente”, contou.
Ela diz que está com medo de que tenha contraído a doença nas proximidades do Parque Flamboyant, região da qual todos as vítimas são moradoras. “Fico preocupada porque minha família mora aqui em frente ao parque. Eu descia todos os dias para caminhar no fim da tarde por volta das 19 horas, horários que coincidem com o hábito do mosquito transmissor”, disse.
Transmissor da doença está presente em todo o País
Conhecido também como mosquito prego, o Anopheles, transmissor do protozoário que causa a malária, é encontrado em todo o Brasil, independentemente de a região ser ou não área de risco para a doença. Para colocar seus ovos, as fêmeas têm predileção por espaços hídricos, sejam eles lagos, remansos de rios e córregos, represas, valas de irrigação, manguezais, pântanos e até mesmo plantas da família das bromélias.
Machos e fêmeas do Anopheles alimentam-se de néctar e outras fontes de açúcar, mas elas precisam de sangue para o desenvolvimento dos ovos. A preferência das fêmeas é por sangue humano, o que a torna um importante e eficiente vetor da malária. Elas costumam picar ao amanhecer e ao anoitecer.
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SAÚDE WEB 365
Sete desafios de sustentabilidade para a Saúde
Estudo da consultoria Ideia Sustentável apresenta a necessidade de mudanças de gestão estratégicas rumo ao desenvolvimento sustentável
Sem diálogo organizado, o Brasil precisa aliar o progresso social ao econômico. A constatação foi consenso entre especialistas ouvidos pela consultoria Ideia Sustentável, que acaba de lançar o terceiro de uma série de quatro estudos da iniciativa NEXT -Observatório de Tendências em Sustentabilidade.
Com o tema "Sete Desafios de Saúde eSustentabilidade", a empresa apresenta os desafios de sustentabilidade relacionados ao setor da saúde que abordam desde a responsabilidade individual sobre o bem-estar até os impactos socioambientais e econômicos do setor.
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Os sete desafios mapeados foram Responsabilidade individual; Visão integral da saúde; Meio ambiente como causa e cura de doenças; Saúde como estratégia de sustentabilidade das empresas; Gestão de impactos; Tecnologias mais acessíveis; e Novos produtos e serviços.
Os temas foram definidos em conjunto com a Fundação Espaço ECO®, seguindo dois critérios básicos: a relevância do público-alvo principal (e a sua capacidade de produzir mudanças) e o potencial para gerar transformação em um determinado setor. Neste caso, o fator preponderante é a importância do setor da saúde para a competitividade de uma nação, uma vez que a produtividade depende de cidadãos saudáveis.
Dentre outros apoiadores estão o Instituto Saúde e Sustentabilidade, por meio de seu projeto Virada da Saúde, do Hospital Sírio-Libanês, Unimed, da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) e da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).
"Muitas doenças que assolam a população mundial poderiam ser minimizadas com países mais sustentáveis; segundo o Instituto Trata Brasil, numa lista de 200 países, o Brasil é o 112º no ranking em qualidade de saneamento básico.
A falta de um sistema de saneamento adequado gera uma série de doenças na população, como Diarreia, Cólera, Hepatites, Leptospirose, entre outras. Além disso, estima-se que a cada R$ 1,00 gastos com tratamento de esgoto, são economizados R$ 4,00 em saúde pública", afirma Roberto Araújo, diretor-presidente da Fundação Espaço ECO®, destacando os desafios que tratam das questões ambientais, bem como a importância de ter hábitos saudáveis de alimentação e do investimento em tecnologias que permitam o diagnóstico precoce de doenças.
O estudo traça tendências para o setor e desafios que visam apresentar uma provocação ou meta que, a partir de mudanças de visões e práticas, traz benefícios e impactos positivos para a economia, a sociedade e o planeta.
Uma das tendências apresentados foi o Desafio Zero, que aborda a necessidade da eficiência da gestão da saúde desde a atenção básica até os atendimentos de média e alta complexidade. Entretanto, este aspecto não contou com a validação dos especialistas ouvidos, pois, segundo eles, apesar de relevante na teoria, trata-se de um tema difícil na prática.
Para que essa evolução seja possível, governos, profissionais, sociedade civil, setor farmacêutico e demais atores do sistema devem atuar conjuntamente. Mas, para muitos entrevistados, não existe no Brasil um diálogo organizado na área.
De acordo com o diretor-presidente da Ideia Sustentável, Ricardo Voltolini, surge assim a necessidade de um valor compartilhado, que baseia os sete desafios apresentados.
Segundo ele, esta ideia traz uma nova concepção de sucesso econômico, aquele que aumenta a competitividade ao mesmo tempo em que melhora as condições socioeconômicas das comunidades do entorno. Ou seja, na área da saúde, este valor está relacionado aos resultados atingidos em benefício do paciente.
Paciente este que, segundo o primeiro desafio, deve cuidar de sua própria saúde. As pessoas buscam atualmente o melhor modo como viver e isso depende de suas escolhas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), se fatores de risco importantes – como tabagismo, alimentação não saudável, inatividade física, estresse, obesidade e consumo de álcool – fossem eliminados por meio de mudanças de hábitos, pelo menos 80% de todas as doenças do coração, dos derrames e dos diabetes do tipo 2 seriam evitadas.
Os demais desafios abordam questões relacionadas ao setor e as empresas de modo geral, principalmente, como elas podem promover um estilo de vida saudável de seus colaboradores, como a área da saúde deve gerir seus impactos socioambientais e ampliar a oferta de inovações à saúde.
Em dezembro o NEXT apresentará seu último estudo que abordará a temática das ferramentas de gestão para a sustentabilidade.
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Senado quer submeter reajustes de planos coletivos à ANS
PLS prevê que reajustes dos planos coletivos de saúde sejam regulados e limitados pela ANS para, segundo o autor, evitar aumentos abusivos
Reajustes dos planos de saúde coletivos terão que ser submetidos à Agência Nacional de Saúde (ANS), se um projeto de lei do senador Kaká Andrade (PDT-SE), em tramitação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), for aprovado. O texto aguarda recebimento de emendas até quarta-feira (22).
O PLS 282/2014 acrescenta um artigo à Lei 9.656/1998 para que os reajustes dos planos coletivos de saúde sejam regulados e limitados pela ANS.
O autor explica que os planos coletivos são os que utilizam uma pessoa jurídica para fazer a intermediação entre o titular do plano e a operadora. Eles existem nas modalidades empresarial, geralmente contratado pela empresa empregadora, e por adesão, contratado por associações e sindicatos.
Segundo Kaká Andrade, esse tipo de plano é o dominante no mercado nacional, alcançando 79% dos 50 milhões de beneficiários brasileiros de planos de saúde, conforme dados da ANS. No entanto, como a legislação é mais branda em relação a esses planos, está havendo a indução dos consumidores a se filiarem a associações falsas para aderirem a planos coletivos ao invés de planos individuais ou familiares.
“Na prática, contudo, os planos coletivos apresentam alguns problemas para o beneficiário, sobretudo por não terem seus reajustes regulados, o que pode redundar em aumentos abusivos”, alertou o senador.
Se for aprovado pela CAS, o projeto seguirá para a análise da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), em decisão terminativa.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação