Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 22/11/13

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

TV ANHANGUERA (clique no link para acessar a matéria)

Vereadores reclamam de atendimento precário em visita ao Hospital de Urgências de Goiânia (Jornal Anhanguera 1ª edição- 21/11/13)
http://g1.globo.com/videos/goias/jatv-1edicao/t/edicoes/v/vereadores-reclamam-de-atendimento-precario-em-visita-ao-hospital-de-urgencias-de-goiania/2969886/
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Vereadores registram superlotação e reclamações de pacientes do Hugo (Jornal Anhanguera 2ª edição- 21/11/13)

http://g1.globo.com/videos/goias/jatv-2edicao/t/edicoes/v/vereadores-registram-superlotacao-e-reclamacoes-de-pacientes-do-hugo/2970571/
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O POPULAR

Hugo
Corredores viram enfermaria
Em visita, vereadores constataram número de pacientes acima da capacidade de atendimento do hospital, que culpa Prefeitura
Galtiery Rodrigues

Em pleno corredor, pacientes dispostos em macas, de maneira improvisada, e clamando por informações, rapidez nos encaminhamentos ou por atendimento imediato. Isso, porque as enfermarias estão todas lotadas e não sobra lugar para colocá-los. Faz parte do dia a dia do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) o convívio com a demanda acima do que a estrutura é capaz de atender e, em boa parte, composta por casos que não deveriam ser direcionados para o local. Ontem, até às 17 horas, havia 83 pacientes aguardando o encaminhamento para outras unidades da região metropolitana e só seis conseguiram a transferência.
Esse é um problema histórico e que se repete mesmo depois do contrato com a organização social Gerir Instituto de Gestão em Saúde, hoje responsável pela administração da unidade, e após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que estipula regras para preservar o controle da regulação nas unidades de urgência de Goiânia. A direção geral do Hugo expõe que o caso não é novidade e que se acentua porque muitas pessoas são encaminhadas indevidamente para o local, sobrecarregando a estrutura. A situação veio à tona depois que um grupo de vereadores da capital decidiu visitar o local para averiguar uma denúncia recebida e produziu um vídeo com depoimentos de pacientes.
Na terça-feira, o vereador Felisberto Tavares (PT) foi informado de que existiam doentes em situação irregular dentro do hospital. Ele foi até lá e conferiu a veracidade do caso. No dia seguinte, apresentou a proposta no plenário da Câmara para que fosse criada uma comissão, segundo ele, suprapartidária, para visitar novamente o Hugo. Sem conseguir a adesão de vereadores da base governista, ele se reuniu a quatro colegas – os vereadores Eudes Cardoso (PMDB), Mizair Lemes Júnior (PMDB), Welington Peixoto (PROS) e Professor Domingos Sávio Vieira (PMN) – e retornaram ao local. “Encontramos um contexto pior do que no primeiro dia”, diz ele.
Enquanto Felisberto afirma que a maioria dos exemplos encontrados nos corredores do Hugo é de pessoas cujos casos se encaixam no perfil de atendimento da unidade, o diretor geral do hospital, o médico Ciro Ricardo de Castro, contesta e argumenta o contrário. “São pacientes encaminhados indiscriminadamente e até irresponsavelmente pela Regulação da Saúde municipal. Eles deveriam ser tratados nos Cais ou em hospitais da rede conveniada, e não aqui”, defende. Segundo ele, uma média de 40% dos pacientes não se encaixam nos critérios de atendimento, mas que acabam ficando no local, porque o hospital não pode negar o acolhimento. Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia respondeu, em nota, que se o hospital seguisse rigorosamente o protocolo da regulação da capital, talvez não estivesse com quadro de superlotação.

Fila de transferências acentua superlotação
O vídeo feito pelos vereadores mostram pessoas colocadas em macas improvisadas, reclamando da falta de médicos, sem saberem ao certo para onde seriam levadas. O POPULAR visitou o Hugo na tarde de ontem e verificou que os corredores continuam lotados de pacientes. No mais cheio deles, o pai da comerciante Fany Pontes de Morais, de 45 anos, agonizava a espera do encaminhamento prometido para outro hospital.
Há dois dias, ele sofreu um aneurisma cerebral e, em primeiro momento, a família o levou para o Cais da Vila Finsocial, região noroeste de Goiânia. O médico indicou, em seguida, que ele fosse direcionado para o Hugo para passar por uma tomografia, porque o procedimento não poderia ser realizado lá. O aposentado de 67 anos chegou ao hospital na quarta-feira e confirmou o quadro de aneurisma, após passar pelo exame.
Ontem, a filha e ele, que não consegue sequer falar, foram informados de que ele seria encaminhado ou para o Hospital Santa Mônica ou para o Hospital São Silvestre, ambos conveniados, mas localizados em Aparecida de Goiânia. Para isso, no entanto, ele teria que enfrentar a fila de encaminhamentos, que se limita a uma média de 10 transferências diárias, enquanto a quantidade de necessitados ultrapassa os 80. “Eu não sei mais o que fazer. O caso dele é sério, está com as veias estouradas e precisa retirar o coágulo do cérebro. Não dá para ficar aqui parado e esperando, vendo a situação piorar”, declarou desesperada a filha.
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Secretário não vê solução em curto prazo
O secretário estadual de Saúde, Antônio Faleiros, desacredita em solução para o caso em curto espaço de tempo. Ele não vê indicativo de que o poder municipal se disponha a fazer convênios com hospitais particulares capazes de atender os casos que são encaminhados para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Enquanto isso não acontecer e, da mesma forma, o problema de controle e regulação de pacientes não é solucionado, o cenário de pessoas dispostas em macas nos corredores tende a continuar.
“Nós ficamos naquela de ter que receber o paciente a qualquer custo, porque não podemos negar o atendimento, por mais que ele não se encaixe nos critérios da unidade. E eu, sinceramente, acho que é preferível ficar mal acomodado do que não receber auxílio médico”, afirma. Em tese, o Hugo foi idealizado para atender situações de trauma, fraturas expostas, atropelamentos e agressões interpessoais ou casos que impliquem risco de morte. Na prática, a realidade é distorcida e casos de pacientes com fraturas fechadas ou com problemas que não demandam atendimento de urgência também são encaminhados. Isso, conforme frisa Faleiros, não prejudica o atendimento dos fraturados, porque estes são tratados como prioridade e recebem o tratamento imediato, apesar da superlotação. “A ordem é dar procedência para esses casos”, conta.
A outra solução prevista para diminuir a demanda sobre o Hugo é o início das atividades do Hugo 2, hospital com o mesmo perfil e que está sendo construído na região noroeste de Goiânia. A promessa é de que a obra termine no primeiro semestre do ano que vem.
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Pesquisa
11% dos goianos temem a dengue
Patrícia Drummond
Somente 11% dos goianos temem e se preocupam com a dengue. Para os demais 89% da população, a epidemia não representa uma ameaça à saúde. Esse índice de preocupação e medo com relação à doença é o mesmo em nível nacional. Os números integram o estudo Saúde, Medicalização e Qualidade de Vida, realizado pelo Instituto de Ciência e Tecnologia e Qualidade (ICTQ) – com sedes em Anápolis e São Paulo – em parceria com o Datafolha. Concluído em julho passado, o levantamento aponta, ainda, que os que mais temem contrair a dengue têm idade entre 18 e 35 anos; somente 7% dos idosos brasileiros e goianos se preocupam ou temem a doença.
“Trata-se de uma epidemia essencialmente ligada às questões sócio-econômicas dos indivíduos”, avalia o diretor executivo do ICTQ, Marcus Vinicius Andrade, destacando que, de acordo com o estudo, 22% dos brasileiros e goianos das classes C e D temem a dengue, enquanto que somente 2% da classe A declaram temor à doença.
Segundo Marcus Vinicius, o principal objetivo da pesquisa – cujo desenho amostral foi elaborado com base em informações do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – foi mapear a percepção e o comportamento da população frente ao processo de adoecimento, com a consequente busca de qualidade de vida, também por meio do uso de remédios. “A partir deste mapa de medicalização, buscamos promover informações de patologias e doenças ignoradas ou subestimadas pela população, como é o caso da dengue, assim como fornecer subsídio à sociedade da saúde, com informações concretas que ajudem no combate ao uso irracional de medicamentos ou o auto-consumo”, explica o diretor executivo do ICTQ.
Ele lembra que o mesmo estudo realizado em parceria com o Datafolha identificou porcentuais sobre o uso regular de medicamentos isentos de prescrição: 18% da população, em nível nacional, e 29% entre os goianos.

Estado registrou 58 mortes este ano
Os dados apontados pela pesquisa do ICTQ/Datafolha se tornam ainda mais preocupantes se consideradas as estatísticas divulgadas na última terça-feira pelo Ministério da Saúde (MS). Segundo o Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (Liraa), feito pelo órgão, Goiás é o terceiro Estado brasileiro com maior número absolutos de mortes causadas pela dengue em 2013. Nesse ano, foram 58 óbitos registrados em municípios goianos por complicações em virtude da doença. O Estado aparece atrás somente de Minas Gerais e São Paulo, respectivamente o segundo e o primeiro mais populosos do Brasil. O Liraa também revela que pouco mais de 1% dos imóveis pesquisados em Goiás estavam infestados por focos do mosquito transmissor, o que caracteriza estado de alerta.
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DIÁRIO DA MANHÃ

Coluna Café da Manhã (clique no link para acessar a matéria)

Presidente do Einstein diz que o Hugo é referência
http://www.dm.com.br/jornal/#!/view?e=20131122&p=6
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O mal que vem das mãos
As duas maiores causas de mortalidade infantil no mundo são doenças que podem ser transmitidas pelas mãos, segundo a OMS
RAFAELA TOLEDO
Historicamente, o aperto de mãos é um hábito herdado de tempos primitivos, em que os homens geralmente andavam armados para sua segurança e o gesto era um sinal de boa vontade entre pessoas de tribos diferentes. Mal sabiam os antigos que mesmo as mãos nuas carregam armas. Os microorganismos que são transportados pelas mãos podem ser causadores de uma série de doenças, como parasitoses, sarampo, catapora, febre tifoide, hepatite e de pelo menos 70% das infecções hospitalares, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). “A mão é um dos principais veículos de infecções”, pontua a gerente do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), a enfermeira Thaís Yoshida.
De acordo com o médico infectologista Boaventura Braz de Queiroz (CRM-GO 5045), no ambiente hospitalar a situação é mais preocupante. “O paciente que está dentro de um centro hospitalar pode falecer em função de um descuido com a higienização das mãos. Por isto, nestes ambientes, o cuidado, tanto dos profissionais de saúde quanto da equipe de limpeza e dos próprios pacientes, deve ser redobrado”, orienta.
Ambiente
hospitalar
Thaís Yoshida explica que a OMS criou um projeto para incentivar os profissionais da área a serem mais cautelosos nos cuidados com as mãos. “São cinco momentos para higienização das mãos que consistem numa estratégia da OMS para conter o avanço das infecções hospitalares. Antes e depois do contato com algum paciente, antes de qualquer procedimento, depois de contato com qualquer dispositivo invasivo como agulhas e após contato com as áreas próximas ao paciente, porque uma maçaneta, por exemplo, pode estar contaminada com o agente causador de alguma doença”, esclarece.
O projeto existe desde 2009 e, desde que foi lançado, mais de 15,7 mil estabelecimentos de saúde com mais de 9 milhões de profissionais em 168 países se inscreveram na iniciativa, segundo informações da Organização das Nações Unidas (ONU). Ainda de acordo com a organização, de cada 100 pacientes hospitalizados, pelo menos sete em países desenvolvidos e dez nos países em desenvolvimento adquirem uma infecção associada a cuidados de saúde. Entre pacientes nas unidades de tratamento intensivo, a contaminação chega a aproximadamente 30%.
Contágio
Os hábitos de higiene variam entre pessoas e culturas, mas a orientação geral é a mesma: que se lave as mãos antes e depois das refeições, antes do preparo de alimentos e após as necessidades fisiológicas. Para o especialista Boaventura, isto não é suficiente. “As pessoas devem lavar as mãos antes e depois de qualquer motivação para sujidade das mãos”, ensina o médico. “Todas as doenças respiratórias podem ser transmitidas pelo contato das mãos. Este cuidado poderia, por exemplo, reduzir a incidência delas”, comenta.
De acordo com a gerente do SCIH, não existe estação mais propícia para a disseminação de doenças pelo contágio manual, mas ela pondera sobre os perigos de épocas mais frias, em que as pessoas ficam mais enclausuradas. “Nestes períodos, a propagação de gotículas de saliva contaminada pode ser mais intensa e o cuidado com as mãos também pode ser redobrado”, afirma.
Atos simples como coçar os olhos, nariz ou boca, fazer as unhas, contar dinheiro, usar o computador, falar ao telefone ou cumprimentar pessoas podem se tornar letais se houver contato com algum agente infeccioso, resultado da falta de higienização adequada das mãos.
Mais comuns
De acordo com a enfermeira do HDT Thaís Yoshida, as doenças mais comuns transmitidas pelo contágio manual são resfriados; gripe A, conhecida como Influenza; conjuntivite, diarreias infecciosas e gastroenterites. Entre as mais graves, as duas últimas, com ênfase no tipo de gastroenterite causada pelo agente Clostridium difficile.
Entre as crianças, de acordo com a gerente do SCIH, a varicela, comumente conhecida como catapora, é a mais frequente. “É altamente contagiosa e pode ser grave em alguns casos, mas nosso hospital é referência no tratamento da doença”, informa.
A varicela é caracterizada pelo aparecimento de vesículas na pele. Antes de secarem, estas vesículas produzem fluidos que são altamente contagiosos e podem disseminar a doença pelo contato com as mãos. “As exantemas ou vesículas somente são contagiosas antes de secarem”, esclarece a profissional de saúde.
Prevenção
De acordo com o instituto de saúde da Unilever, a microbiota normal da pele, ou seja, os microorganismos que vivem na pele do indivíduo saudável é dividida em dois tipos: residente e transitória, esta classificação é essencial para o entendimento da cadeia de transmissão dos agentes infecciosos. A microbiota residente é composta por elementos que estão aderidos nas camadas mais profundas da pele, ao contrário da microbiota transitória que coloniza a camada mais superficial da pele. Microrganismos deste último grupo são removidos por meio da higienização simples das mãos com água e sabão, os mais difíceis podem ser inativados pelos antissépticos.
Bruna Branco, estudante de design de interiores e mãe de Raul F. Branco Vieira de 1 ano e 9 meses, conta que sempre foi muito sistemática com a higiene das mãos. “Na minha casa só uso sabonete bactericida e lavo as mãos para qualquer coisa. Quando vou fazer comida, após usar o computador, lavar roupas ou mexer com qualquer produto de limpeza ou químico”, comenta.
Ela afirma que no seu caso o cuidado é inverso. “Tenho que me policiar para não ser muito rígida com meu filho. Por isso sou até mais enjoada comigo mesma do que com ele. Procuro deixar ele brincar, mexer na terra. De maneira geral, tento ter um limite quanto à neurose com a higiene”, conta.
Apesar do cuidado excessivo, a estudante conta que Raul contraiu uma virose recentemente que a deixou preocupada. “Até então eu não tinha tanto cuidado em lavar as mãos dele toda hora. Conforme disse, sou mais sistemática comigo do que com ele. Mas agora, toda vez que ele chega da rua e antes das refeições, faço questão de lavar suas mãos”, conta.
Fernando Kenzo, estudante de Engenharia de Produção e empresário, também se considera cuidadoso com a limpeza das mãos e atribui a cautela à educação recebida dos pais. “Me considero cuidadoso porque sempre que posso higienizar as mãos eu o faço. Meus pais são profissionais da área de saúde, então acho que fizeram questão de que eu e meus irmãos aprendêssemos”, afirma. Ele conta que lava as mãos sempre antes das refeições, após brincar com seu cachorro ou mexer com dinheiro.
Falta de Higiene
Apesar do ato de lavar as mãos ser um mecanismo preventivo bastante simples e eficaz, duas doenças que podem ser transmitidas pelas mãos são as maiores causas de mortalidade infantil no mundo, segundo a OMS. Cerca de 1,8 milhão de crianças morrem todos os anos por causa de pneumonia e 1,5 milhão, vítimas de diarreia. Uma pesquisa norte-americana realizada pela Sociedade Americana de Microbiologia em 4 grandes cidades dos EUA com 6 mil pessoas em 2011 revelou que um terço dos homens não lava as mãos após utilizar banheiros públicos. Entre as mulheres, apesar de ainda considerado inadequado pelos pesquisadores, este índice foi menos alarmante, 88% delas lavaram as mãos após utilizar os lavatórios coletivos.
Outro estudo semelhante realizado por uma pesquisadora britânica em vários países indica que o problema da falta de higiene é generalizado. Em algumas localidades da África, por exemplo, ela verificou que nem 12% dos pais lavavam as mãos após trocar as fraldas dos filhos. Na Europa, apenas 60% adotaram a prática.
Quanto ao Brasil, a realidade não poderia ser muito melhor. Pesquisa realizada por fabricante de produtos antibacterianos em 2010 demonstrou que, entre 1.057 brasileiros ouvidos, apenas 11% lavam as mãos antes de alimentar os filhos, 49% fazem a higiene das mãos após usar o banheiro e menos de 21% tem o hábito de limpar as mãos após o contato com algum animal.
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Vilão das mulheres
Câncer de mama faz 1.320 vítimas em Goiás e 450 em Goiânia a cada ano. Mamografias gratuitas ajudam a prevenir
JOAQUIM MUNDURUCA
A cada ano, no mundo, 22% dos casos novos de câncer são atribuídos ao câncer de mama. Ele é o mais mortífero para as mulheres, segundo avaliação da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama são elevadas. Apenas no ano passado, o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva estimou a ocorrência de 52.680 novos casos da doença. Apesar de não ocorrer apenas em mamas femininas, a doença ainda faz, comparativamente, poucas vítimas do sexo masculino. Das 12.852 vítimas estimadas pelo instituto, apenas 147 delas eram homens.
Para a comunidade médico-científica, entre os muitos fatores de risco à doença, estão a obesidade, o sedentarismo, o etilismo, e a exposição prolongada a radiações ionizantes. Ainda tema controverso, supõe-se que dosagens elevadas de pílulas anticoncepcionais à base de estrógeno potencializam o risco de desenvolvimento do câncer de mama. De acordo com estudos científicos, o autoexame das mamas não pode ser considerado um método completamente eficaz na detecção precoce do câncer, uma vez que não há evidência científica de que ele, isoladamente, contribua para a redução dos casos de mortalidade. Para o Ministério da Saúde, o Exame Clínico da Mama (ECM), realizado anualmente em mulheres a partir dos 40 anos de idade, e a mamografia (radiografia da mama), a cada dois anos, para mulheres entre 50 e 69 anos de idade, permanecem sendo os métodos mais eficazes para a detecção precoce do tumor maligno.
De acordo com o Inca, a herança genética tem papel preponderante no desenvolvimento do tumor maligno. Cerca de 10% do total de casos da doença estão associados ao histórico familiar, principalmente em parentes de primeiro grau, como mãe e irmã. Segundo especialistas, as mulheres com esse perfil devem iniciar os exames médicos por volta dos 35 anos de idade. Mulheres com menarca precoce (primeira menstruação), ou que tiveram menopausa tardia (após os 50 anos) e fizeram terapia de reposição hormonal, primeira gravidez após os 30 anos, ou que não tiveram filhos (nuliparidade) seriam mais susceptíveis a desenvolver a doença. A amamentação, a prática de atividades físicas e a alimentação saudável com a manutenção do peso corporal ideal podem contribuir para um menor risco de desenvolver o câncer de mama, segundo o mesmo estudo. Ainda segundo o relatório publicado pelo Inca, alterações na pele que recobre a mama ou no mamilo, com aspecto semelhante a uma casca de laranja, secreção no mamilo, nódulo (caroço) no seio ou na axila, acompanhado de dor ou não, são sintomas que precisam ser analisados.
Dados estatísticos do Inca publicados em sua “Estimativa 2012, Incidência de Câncer no Brasil” apontaram 52.680 casos novos de câncer da mama feminina para o ano passado, ou seja, 52 casos novos da doença para cada grupo de 100 mil mulheres. De acordo com o estudo, esse tipo de câncer é o que mais faz vítimas do sexo feminino no Brasil e em todo o mundo, se não se considerar os tumores da pele não melanoma. Em 2008, a estimativa era de 1,4 milhão de casos novos, ou aproximadamente 23% de todos os tipos de câncer. Numa classificação por regiões, a maior frequência foi registrada na região Sudeste, com 69 casos para cada grupo de 100 mil mulheres. A região com menor frequência foi a Norte, com 19 casos em cada 100 mil mulheres. A região Centro-Oeste apresentou um índice de 48/100 mil. (Veja Box com os números estimados da doença em Goiás e em Goiânia).
Seguindo uma estratégia do governo federal de rastreamento e prevenção da doença, a Lei 11.664/2008 estabeleceu, em seu texto, que todas as mulheres a partir de 40 anos de idade têm direito a realizar gratuitamente o exame de mamografia em todas as unidades de saúde ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). A lei entrou em vigor desde abril de 2009. Há um ano, a Lei 12.732 veio complementar a anterior oferecendo gratuidade nos tratamentos de radioterapia, quimioterapia e cirurgias para remoção de tumores malignos para diferentes tipos de câncer, incluindo o de mama, num prazo de 60 dias a partir do diagnóstico da doença.
Mastectomia
“Eu não sentia dores, nem havia nódulos no meu seio direito, mas lembro-me que saía um líquido com a aparência de colostro. Decidi procurar um médico. Ele analisou o seio e pediu uma mamografia. Dias depois veio o resultado. Eu tinha realmente um tumor. O médico quis fazer um exame mais detalhado, e então pediu uma biópsia. Ficou provado que eu tinha câncer de tipo 2. Era um tumor direcionado para o mamilo, mas não estava ramificado. Mesmo assim, ele decidiu pela mastectomia (remoção total da mama), e não houve necessidade de fazer quimioterapia, apenas rádio por pouco tempo. No mesmo dia da mastectomia, foi colocada uma prótese no local, mas o resultado não foi bom. Tempos depois, passei por uma nova cirurgia para substituir a prótese antiga por uma anatômica e com aproveitamento da minha própria pele. Recentemente fui à praia e usei biquíni, ninguém consegue notar que é uma prótese. Isso foi em 2000 e estou com ela até hoje. Sua durabilidade é de mais de 10 anos”, comentou satisfeita a dona de casa Teresinha de Jesus Almeida, de 50 anos. Segundo ela, na época, teve de desembolsar a quantia de R$ 1.800 para pagar pela prótese, uma vez que seu plano de saúde não cobria o custo da cirurgia realizada no Hospital Araújo Jorge, na Capital. Além do Araújo Jorge, o Hospital Geral de Goiânia (HGG) é outra unidade de saúde na qual operações de remoção do tumor maligno e de reconstituição do tecido da mama são realizadas gratuitamente. A Redação do Diário da Manhã tentou entrar em contato com os referidos hospitais, mas até o fechamento desta edição não havia obtido sucesso.
Semira
A Secretaria de Estado e Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial (Semira), em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), promove o "Mutirão da Mamografia – Atitude Rosa – A prevenção contra o câncer de mama não acaba em outubro". O evento é realizado, há mais de três anos, pela Superintendência Executiva da Semira e a Assessoria de Comunicação da SES. Este ano, haverá a realização do mutirão do exame de mamografia, uma iniciativa inédita do projeto. Para fazer o exame gratuitamente, deve-se agendar data e horário na Central de Laudo do Estado pelos telefones (62) 3932-6028 e 3201-5342, das 7h às 19h até a próxima segunda-feira (25). A oferta de exames está relacionada à disponibilidade das vagas. Para Goiânia estão previstas cerca de mil. O público alvo do projeto são mulheres com idade igual ou superior a 40 anos.
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SAÚDE BUSINESS WEB
Comissão aprova PEC que cria carreira de médico de Estado
Proposta, que exige dedicação exclusiva dos médicos aprovados por concurso para a carreira, sugue para votação em Plenário
A proposta de emenda à Constituição que cria a carreira de médico de Estado (PEC 454/09) foi aprovada nesta quarta-feira (20) pela comissão especial criada para analisá-la. O texto aprovado foi um substitutivo do relator, deputado Eleuses Paiva (PSD-SP), à proposta original, do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Segundo o substitutivo, o médico de estado deverá ingressar na carreira por meio de concurso público, e só poderá atuar no serviço em regime de dedicação exclusiva. No entanto, Paiva restringiu o alcance da medida à esfera federal. A proposta original incluía também estados e municípios, mas o relator argumentou que os custos “seriam altíssimos, inviáveis para o já limitado orçamento federal para a saúde”.
Paiva também eliminou da PEC a fixação de um piso salarial de R$ 15.187, “ficando a medida transferida para uma lei específica que regulamentaria a carreira”.
Na avaliação do relator, “para que o profissional possa exercer pelo Estado o papel social a este inerente é indispensável que se abram a perspectiva e o estímulo de uma carreira”. Ele ressaltou que a falta de perspectiva de uma carreira bem estruturada e a crônica política de baixos salários têm sido entraves para a consolidação de um Sistema Único de Saúde (SUS) de qualidade em todo o Brasil.
Críticas
A proposta foi alvo de críticas e questionamentos por parte de deputados como Dr. Rosinha (PT-PR). Ele afirmou que a medida é inconstitucional, pois a criação de carreiras é iniciativa exclusiva do Poder Executivo. “Essa comissão foi criada especialmente para criar a carreira de médico, todos os partidos só indicaram médicos e os médicos só conseguem enxergar o próprio umbigo. Não conseguem enxergar o País como um todo, a nação como um todo. Nós não podemos só olhar uma corporação. É um absurdo o que acabou de acontecer aqui”, criticou.
Dr. Rosinha argumentou ainda que a comissão não abriu espaço para o debate público da proposta. A deputada Rosane Ferreira (PV-PR), no entanto, discordou do parlamentar petista. Segundo ela, as sessões abriram espaço para debates, só que não houve interesse por parte dos deputados em manifestar opinião contrária à aprovação.
“O espaço democrático foi mantido. É importante que se deixe claro que nós aprovamos, aqui nesta Casa, uma medida chamada Mais Médicos, que teve como objetivo resolver os problemas de falta de médico no País. Mas nós sabemos que é uma medida paliativa. É um programa que durará três anos, com possibilidade de ser prolongado por mais três anos. Isso não resolve o problema de falta de médicos no nosso País. O que vai resolver são medidas como essa. É criar uma carreira de Estado, é ter salários justos e condições dignas de trabalho”, ressaltou.
A PEC segue agora para votação no Plenário da Câmara, em dois turnos.
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Artigo – Apuração eficiente de custos em saúde: como calcular?
Eduardo Regonha, diretor executivo da XHL Consultoria, dá dicas sobre como gerenciar e controlar custos, necessidade ainda pouco reconhecida no setor de Saúde
Talvez uma das tarefas que se caracterizam como uma necessidade para as instituições de saúde há algum tempo, que é aceita e compreendida por muitos gestores, mas ainda pouco praticada de forma confiável e eficiente é a definição dos custos dos serviços e consequentemente a apuração dos preços de venda de produtos e serviços. Todavia, não é suficiente apenas conhecer os custos e preços de venda, e necessário acima de tudo utilizar esta valiosa informação nos processos decisórios, nas negociações, no gerenciamento e controle dos gastos.
Os valores apurados devem contemplar todos os custos dos serviços prestados (diárias, taxas, exames, consultas, sessões e procedimentos), que incluem mão de obra, insumos (materiais, medicamentos, órteses, próteses) água, energia, telefone e depreciação. E devemos ter em destaque que devem gerar resultado (lucro, superávit) e também devem se tornar um serviço competitivo.
Acredito que somente uma adequada e confiável apuração e análise dos custos pode proporcionar à instituição um bom planejamento e direcionar as ações para a maximização dos resultados e redução e/ ou adequação gradativa dos custos.
Somente através do conhecimento efetivo dos custos, é possível gerenciar e controlar os setores e serviços. Muitos gestores preferem olhar para os concorrentes, buscando aplicar estratégias mercadológicas de competitividade, que não deixam de ser importante, todavia, não resolvem o problema isoladamente. É preciso antes buscar o total conhecimento da origem de seus custos. São eles que possibilitam o mais completo entendimento sobre o negócio. Quem domina o conhecimento dos custos, leva vantagem no planejamento, nas negociações e sai na frente dos concorrentes.
Com certa frequência, encontramos gestores, que por falta de domínio e conhecimento das informações, que um bom sistema de custos proporciona, inibem uma adequada apuração e análise, invariavelmente relegando estas informações para um segundo patamar, mas no momento em que começam a absorver o potencial desta informação, passam a tomar decisões somente após uma avaliação minuciosa dos custos. Afinal conhecer bem os custos é a principal forma de gerenciá-los.
No momento em que os dados começam a aparecer, algumas surpresas acontecem, serviços que se imaginava obter um retorno razoável, mostram-se deficitários, clientes considerados bons apresentam resultados negativos.
Algumas instituições não desenvolvem seus sistemas de custos imaginando que existe um alto investimento de implantação. Na verdade, a gestão de custos se paga por si, pois as informações que proporciona, atrelada ao gerenciamento e controle dos custos que passam a ser efetivados, o projeto na grande maioria das vezes tem retorno positivo em pouco tempo.
Nos dias atuais em que se fala tanto em modelos de remuneração, (procedimentos gerenciados, diárias globais, etc), vale destacar que sem uma correta e efetiva apuração dos custos dos serviços, a formação de preço fica seriamente arriscada. A formação de preços dos serviços leva em consideração o custo, a aplicação de margens de lucro e os impostos incidentes sobre a receita, com estes itens bem definidos nas negociações com os clientes, outras variáveis devem ser levadas em conta como: volume de atendimento, forma de pagamento (conta aberta, “pacote”,) prazo de pagamento, dentre outros. Negociar é uma arte, mas torna-se bem mais fácil com informações confiáveis e adequadas em mãos.
Atualmente existem diversos sistemas que possuem módulos de custos integrados, que se corretamente alimentados, geram as informações de preços de forma dinâmica, prática e com um considerável grau de confiança, tornando o gerenciamento e análise dos custos muito simples e proporcionando diversos tipos de relatórios que facilitam muito a área comercial nas negociações e nos processos decisórios.
Somente uma adequada, confiável e dinâmica apuração de custos pode gerar informações para o gerenciamento e controle eficiente dos recursos, reduzindo e/ou eliminando desperdícios.
Acredito que o segmento de saúde passa por um momento delicado, é notório que mudanças que impactarão diretamente nas finanças estão por vir, como as diárias globais, os procedimentos gerenciados (pacotes), exigindo muita competência na gestão dos negócios. Temos de conhecer os custos e administrá-los da melhor forma possível, pois a margem de lucro é cada vez mais apertada, as instituições precisam conhecer quais são seus produtos mais promissores, com maior margem, e estimulá-los, e ter instrumento para negociar e tentar melhorar a margem dos demais. A gestão de custo pode não resolver todos os problemas (longe disso), mas ajuda muito, como diz a famosa frase que todos conhecem “não se gerencia o que não se mede”, então afinal como gerenciar os custos se não os conhecemos?
* Eduardo Regonha é diretor executivo da XHL Consultoria
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação