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DESTAQUES
Com pandemia, rede privada de saúde tem queda de 20% da receita
Entenda as exigências da Anvisa para aprovar uma vacina no Brasil
Após queda de 61% de cirurgias eletivas no SUS, médicos esperam explosão de demanda
Agência Nacional de Saúde suspende reajuste de planos de saúde por 120 dias
Brasil contabiliza média diária de 985 mortes por covid-19
Laboratórios fazem pressão para que liberação de pesquisas siga acelerada
Covid-19: Goiás registra 33 mortes e 1.147 casos em um dia
OMS espera que novo coronavírus acabe em menos de 2 anos
“Muitas escolas vão fechar em Goiânia e a rede pública não consegue absorver demanda”, aponta advogada
CNN ONLINE
Entenda as exigências da Anvisa para aprovar uma vacina no Brasil
A produção de uma vacina é cara, demora e precisa passar por várias etapas antes da distribuição. Além, claro, da eficácia, é preciso que os órgãos de saúde se certifiquem sobre aspectos como validade da vacina, contraindicações e dosagem. Atualmente, quatro estudos para produções de vacina contra a Covid-19. Todos eles foram aprovados pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. E foi a pandemia do novo coronavírus que despertou interesse da população sobre as etapas da produção de uma vacina, já que esta é a grande esperança para conter a disseminação do vírus.
Saiba quais são as etapas desse processo, desde os estudos laboratoriais, passando pelos testes em animais e humanos, até a chegada do pedido de registro à Anvisa.
Fase não clínica
Durante o desenvolvimento do produto, um dos primeiros passos da trajetória até o registro é a realização de estudos da fase não clínica, aplicada em animais de experimentação, de acordo com protocolos estabelecidos pela empresa.
Esta fase, que ocorre em laboratórios, precede testes em humanos e tem como objetivo investigar a ação e a segurança da molécula em laboratório, procedimento comum exigido para qualquer tipo de novo medicamento.
Aqui, a vacina passa por ensaios que auxiliam os pesquisadores a verificar a dose adequada a ser administrada e a conhecer o mecanismo de ação do produto, bem como determinar sua segurança e imunogenicidade, antes de passar aos testes em humanos.
DDCM
A realização de estudos clínicos para fins de registro e pós-registro, deve ser aprovada pela Anvisa. Para isso, a empresa desenvolvedora da pesquisa deve submeter à Agência o Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamentos (DDCM), que traz informações detalhadas sobre o medicamento e sobre o estudo.
Autorização para estudos em humanos
Para realização de qualquer pesquisa clínica envolvendo seres humanos, é obrigatória a aprovação dos Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs) e/ou da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). A anuência de pesquisa pela Anvisa se aplica somente aos estudos clínicos que têm a finalidade de registro e pós-registro de medicamentos – incluindo vacinas – sempre por solicitação da empresa patrocinadora ou de seu representante. É importante esclarecer que o prazo para início da pesquisa, após a aprovação ética e regulatória, é definido pelo patrocinador do estudo.
Teste em humanos
Depois de cumprir as etapas da fase não clínica, a empresa deve realizar estudos clínicos em três fases para avaliar e determinar a segurança e a eficácia do uso da vacina em humanos. Cada etapa cumpre objetivos específicos no âmbito do desenvolvimento do produto.
Durante a fase 1, pequenos grupos de indivíduos, normalmente adultos saudáveis, são avaliados para verificação da segurança e determinação do tipo de resposta imune provocada pela vacina. Nessa fase também podem ser realizados estudos de desafio, a fim de selecionar os melhores projetos para seguirem à fase seguinte.
Na fase 2, há a inclusão de mais indivíduos e o produto já é administrado a pessoas que representam a população-alvo (bebês, crianças, adolescentes, adultos, idosos ou imunocomprometidos). Nessa fase é avaliada a segurança da vacina, a imunogenicidade, a posologia (dosagem) e o modo de administração.
Na fase 3, a vacina é administrada a uma grande quantidade de indivíduos – milhares de pessoas – para que seja demonstrada a sua eficácia e segurança, ou seja, que a vacina é capaz de proteger os indivíduos com o mínimo possível de reações adversas.
O início dos testes em seres humanos depende, além das aprovações ética e regulatória, da própria organização interna dos pesquisadores para recrutamento dos voluntários. A Anvisa não define esse prazo.
Registro
Para pedir o registro de uma vacina – última etapa antes da comercialização -, as empresas precisam apresentar justificativa para o registro e informações como dados sobre as matérias-primas usadas na vacina.
As desenvolvedoras podem solicitar avaliação de registro de produtos com estudos da fase 3 em andamento e, portanto, já com os dados consolidados das fases 1 e 2, desde comprovada alta eficácia terapêutica ou preventiva e/ou não exista outra terapia ou droga alternativa comparável para aquele estágio da doença. Além da pesquisa clínica, a empresa também realiza, paralelamente, o estudo de estabilidade do medicamento para gerar dados sobre, por exemplo, o prazo de validade e as condições de armazenamento adequadas.
De acordo com a Anvisa, o prazo para a primeira manifestação sobre o pedido de registro de vacinas é de até 60 dias. Neste período, a Agência pode conceder o registro, solicitar informações complementares para análise ou, ainda, negar o pedido.
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AGÊNCIA ESTADO
Com pandemia, rede privada de saúde tem queda de 20% da receita
Setor foi afetado principalmente pelo cancelamento de cirurgias eletivas e receio de pacientes em serem contaminados com novo coronavírus
Em um cenário transformado pela pandemia do novo coronavírus, a rede privada de saúde encara uma queda de até 20% da receita esperada para o ano, motivada pela quantidade de cirurgias canceladas e o receio dos pacientes de se contaminarem com a covid-19 em ambientes hospitalares. No total, 46,7 milhões de brasileiros são beneficiários de planos de saúde.
"Todos os pacientes que tinham as cirurgias de não emergência adiaram, mesmo os que não poderiam", diz Francisco Balestrin, presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Hospitais Privados. Ele aponta que a rede suplementar também precisou lidar com a escassez dos anestésicos, essenciais para o tratamento dos casos graves da covid-19, e o encarecimento de insumos, já que só os equipamentos de proteção individual (EPIs) aumentaram cerca de 400% do seu valor habitual.
A ocupação dos leitos, que em sua maioria, continua voltada para as vítimas da pandemia, também caiu da taxa de ocupação média de 80% para até 30%. "Estamos precisando reconectar o paciente crônico aos seus médicos, hospitais e clínicas, porque as pessoas ainda não estão suficientemente prontas (para voltarem)", aponta Balestrin.
"No SUS, a pandemia começou mais tarde e está durando mais tempo", afirma Victor Dourado, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo. Já no setor privado, de acordo com ele, "as cirurgias estão acontecendo há algum tempo".
Para alguns pacientes, o susto inicial passou e já é possível retomar os planos. Chao Enhung, de 62 anos, havia adiado a cirurgia para corrigir seu joanete, inicialmente marcada para maio, em um hospital particular de São Paulo. Como grupo de risco, não queria se expor ao ambiente hospitalar. Hoje, diz estar mais tranquila e já conseguiu remarcar o procedimento para o fim deste mês. "Acho que deu uma acalmada e que a pandemia ainda vai demorar pelo menos um ano. Com o tempo, a gente também relaxa."
Crise também deixa mercado de trabalho mais precário para médicos
Dourado, do sindicato paulista dos médicos, aponta ainda precarização de trabalho para os profissionais da saúde durante a pandemia. No sistema público, grande parte abandonou suas atividades e foi remanejada para o enfrentamento à covid-19. Na rede suplementar, muitos mantinham contratos como pessoas jurídicas (PJ) e dependiam da demanda por cirurgias para garantirem o salário. "Muitos não aparecem nas notificação de óbitos ou casos, e outros foram afastados sem remuneração nenhuma à medida em que caíram as cirurgias", afirma.
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Após queda de 61% de cirurgias eletivas no SUS, médicos esperam explosão de demanda
País teve 388 mil operações não urgentes a menos, de março a junho, após adiamentos para liberar leitos e evitar ida a hospitais; previsão agora é de filas maiores e pacientes com doenças agravadas
Entre março e junho, quatro primeiros meses da pandemia do novo coronavírus, o Brasil fez cerca de 388 mil cirurgias eletivas (não urgentes) a menos no SUS, conforme dados do Ministério da Saúde, na comparação com a média dos cinco anos anteriores. A queda é de 61,4%. Com a flexibilização do isolamento social na maior parte do País e a retomada das operações, profissionais de saúde preveem alta expressiva da demanda.
Em março, o Ministério da Saúde orientou Estados a adiarem cirurgias eletivas, como uma forma de poupar leitos e evitar infecções pela covid-19. A recomendação foi reforçada mais tarde pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio de nota apoiada por 11 entidades nacionais. Com a pandemia, os leitos ficaram perto da ocupação máxima em muitas regiões. Só no Estado de São Paulo, houve diminuição de quase 175 mil (cerca de 59%) dos procedimentos eletivos de março a junho.
O problema, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, é que muitos dos pacientes com cirurgias adiadas agora sofrem com a demora para remarcar as intervenções na rede pública, enquanto seus quadros se agravam. Já no sistema de saúde suplementar, a rede privada diz ver queda de até 20% da receita esperada para o ano. 'Alguns casos de especialidades que já tinham uma fila muito longa, realmente vai ter uma espera maior e pode sim haver agravamento do prognóstico', diz Walter Cintra, professor de Gestão de Saúde da FGV e médico sanitarista.
'A segunda onda provavelmente não será causada pela covid-19, mas pela quantidade enorme de pacientes que retornarão para serem tratados por outras doenças em situação muito pior do que se encontravam antes da pandemia', diz Gustavo Judas, presidente da Sociedade de Cirurgia Cardiovascular do Estado de São Paulo. Ele estima que o cancelamento de mais da metade dos procedimentos cardíacos pode criar um gargalo de até um ano nos hospitais.
No último dia 27, o governo paulista mudou os critérios do plano estadual de flexibilização da quarentena para que os municípios com taxa de ocupação da UTI inferior a 75% pudessem entrar na fase 4 (verde) – a regra antes previa ter menos de 60%. Isso havia sido defendido pela Prefeitura de São Paulo, como forma de liberar mais leitos que antes haviam sido reservados para a covid-19 e retomar a marcação das cirurgias eletivas, uma vez que houve desaceleração do contágio. Hoje, a capital está no nível 3 (amarelo), de cinco fases de flexibilização. Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde não informou o número de procedimentos cancelados.
Beatriz Paiva Santos, de 13 anos, tinha uma cirurgia marcada para abril na rede paulistana, quando deveria tratar sua escoliose, um desvio da coluna. O pai da jovem, o empresário Gil Santos, de 68 anos, aguarda vaga para remarcar e se preocupa. 'O agravante é que a doença da minha filha não está esperando muito e ela pode correr o risco de se tornar inoperável.'
Dentre as especialidades que mais preocupam, estão as cirurgias oncológicas, cardiovasculares e psiquiátricas, pela imprevisibilidade de evolução dos quadros, o que demandaria acompanhamento recorrente e rigoroso. 'Mesmo sendo eletivas, algumas cirurgias não podem esperar eternamente. A situação já era difícil antes da pandemia. Essa questão ficou ainda mais clara', diz Cintra, da FGV.
Trabalhando voluntariamente na interseção entre gestores da saúde pública e profissionais na linha de frente do combate à covid, Maira Caleffi, presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, também diz que a tendência é de que a defasagem do SUS para cirurgias eletivas se agrave, caso não haja coordenação eficiente das demandas. 'Esses atrasos vão aumentar a demanda em áreas onde o SUS é muito deficitário, como câncer avançado, transplantes de órgãos, diálise.' Em algumas áreas, como urologia e cirurgias abdominais, a estimativa é de que até 80% dos procedimentos tenham sido interrompidos.
E, de acordo com Maira, o paciente crônico é um ponto crítico. 'Parece que, com essas ondas como zika, dengue e coronavírus, você nunca chega a lidar com o paciente crônico. Ele nunca tem o cuidado que merece do sistema público de saúde. Segue aos trancos e barrancos, às vezes sem saber sequer para qual médico ir", acrescenta ela.
'Essa é uma preocupação muito grande porque as outras doenças não pararam de crescer. Os dados de mortalidade mostram que houve muitos óbitos de covid e também de outras doenças, muito provavelmente pela dificuldade de acesso nesse período', aponta Daniel Soranz, professor da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz.
Para Angelo Vattimo, coloproctologista e primeiro secretário do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), a solução não se resume a um só tipo de incremento na rede hospitalar. 'O grande problema é o acesso, que já não era ilimitado. Não adianta aumentar leitos sem a infraestrutura necessária para que sejam resolutivos.'
Para retomar cirurgias, medidas de distanciamento e higiene também devem entrar no planejamento. 'Ir ao hospital para tratar algo e voltar com covid-19 não é uma situação que queremos', destaca Walter Cintra, da FGV.
Saídas possíveis passam por integrar equipes, investimento e tecnologia
O consenso entre representantes de hospitais, especialistas em gestão de saúde e membros da comunidade médica é de que as cirurgias eletivas vão aumentar a demanda pelo trabalho articulado entre equipes. Dentre as estratégias possíveis, são defendidas reclassificação individual de casos, uma 'força-tarefa' dos médicos e mais investimento no setor, que luta para driblar problemas estruturais.
Para operações cardíacas, por exemplo, Gustavo Judas, presidente da Sociedade de Cirurgia Cardiovascular do Estado de São Paulo, sugere modernizar centros cirúrgicos. Entre as possibilidades, estão uma válvula cardíaca sem sutura, que facilita a cirurgia de troca da válvula aórtica e diminui o tempo de permanência em UTI, e a técnica de autotransfusão, que preserva os bancos de sangue. 'Nos serviços que já tinham tempo de espera muito prolongado, a pandemia levará a um prazo ainda maior e obrigar as instituições a lançarem mão dessas tecnologias capazes de otimizar a permanência na UTI e no hospital, com os mesmos recursos', diz. 'Esse será um desafio para as redes pública e privada, à medida que a pandemia passar.'
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Agência Nacional de Saúde suspende reajuste de planos de saúde por 120 dias
Após críticas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e cobranças de entidades, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu, na noite desta sexta-feira (21/8) suspender reajustes de planos de saúde por 120 dias, de setembro a dezembro deste ano.
Foram travados os aumentos para todos os tipos de planos, como individuais, familiares, coletivos, empresariais e por adesão, independente do número de segurados. Os valores de planos reajustados antes de setembro, no entanto, não serão revistos. A decisão deixou margem para manter o aumento, caso o contratante prefira.
Os diretores da ANS afirmaram que a avaliação dos impactos desta suspensão, além de possíveis medidas futuras de "reequilíbrio" dos contratos, serão feitas em outro momento, sem fixar uma data. Fontes da agência dizem temer que, após a suspensão, haja uma confusão para decidir como será feito o reequilíbrio do contrato.
Um risco é que haja cobranças retroativas aos clientes no próximo ano. A decisão foi aprovada por quatro dirigentes da agência. O diretor Rodrigo Aguiar se absteve. Ele afirmou que soube apenas meia hora antes que a reunião seria feita. Aguiar apontou que a suspensão chegou a ser debatida no fim de junho, mas não houve "sinalização" da agência de tomar uma decisão.
A ANS decidiu sobre os reajustes no dia seguinte a Maia afirmar que a Câmara iria reagir e votar projeto de lei para suspensão da alta das mensalidades, caso a agência não tomasse essa decisão. "Aumentar um plano em 25% é um desrespeito com a sociedade", criticou.
O presidente interino da ANS, Rogério Scarabel, disse na reunião "apoiar" cobranças de parlamentares e da sociedade. O diretor Paulo Rebello afirmou que houve redução de custos assistenciais na pandemia, pela redução da busca de cirurgias eletivas, por exemplo. "Apesar de reajustes se reportarem ao (custo do) ano anterior, não seria razoável se aplicar neste ano", disse.
A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) alega que reajustes usam como base os custos do ano anterior. A entidade afirma que recomendou a suspensão dos reajustes até julho.
"Neste momento de pandemia o sistema de saúde passou por um período sem precedentes. O impacto da demanda reprimida dos atendimentos adiados ainda é desconhecido, pois somente agora o sistema de saúde caminha para a normalidade."
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Brasil contabiliza média diária de 985 mortes por covid-19
Balanço do Ministério da Saúde mostra que mais de 2,7 milhões de pessoas já se recuperaram do coronavírus no País
SÃO PAULO – Nos últimos sete dias, a média móvel de novos óbitos foi de 985 a cada 24 horas pelo novo coronavírus. O País registrou neste domingo, 23, 495 mortes e 23.028 novas infecções de coronavírus, segundo dados do levantamento realizado pelo Estadão, G1, , , e UOL com as secretarias estaduais de Saúde. No total, 114.772 vidas já foram perdidas por causa da covid-19.
O balanço mais recente do Ministério da Saúde mostra ainda que 2.739.035 pessoas já se recuperaram do coronavírus em todo o País.
No final de maio, a média móvel de sete dias se aproximou de mil mortes por dia. Desde então, ou seja, há treze semanas, os números têm se mantidos próximos a esse patamar.
Sobre os infectados, já são 3.605.726 brasileiros com o novo coronavírus desde o começo da pandemia, 23.028 desses confirmados no último dia.
O Brasil é o segundo país com mais casos e mais mortes por covid-19 no mundo. Só perde para os Estados Unidos, que somam 5,6 milhões de contaminações confirmadas, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. O terceiro país mais afetado é a Índia, com 3 milhões. Os três juntos são responsáveis por quase metade de todos os casos registrados no mundo.
Consórcio de veículos de imprensa
O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia. E se manteve mesmo após a manutenção dos registros governamentais.
O Ministério da Saúde informou, no início da noite, que o Brasil contabilizou 494 óbitos e mais 23.421 pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Com isso, segundo a pasta, no total são 114.744 óbitos e 3.605.783 casos confirmados pelo coronavírus. Os números são diferentes dos compilados pelo consórcio de veículos de imprensa principalmente por causa do horário de coleta dos dados.
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FOLHA DE S.PAULO
Laboratórios fazem pressão para que liberação de pesquisas siga acelerada
Anvisa aprova estudos de remédios e vacinas relacionados com a Covid-19 em até 72 horas
Renato Machado e Natália Cancian
Farmacêuticas e médicos buscam na crise do coronavírus uma forma de fazer pressão para que ritos "acelerados" adotados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para autorização de pesquisas de potenciais vacinas e remédios sejam mantidos após a pandemia.
Dados de relatório da agência mostram que, em 2019, o tempo médio de análise de diferentes dossiês para estudos clínicos com medicamentos – quando são feitas pesquisas em humanos- variou de cerca de três a seis meses, para pedidos prioritários, a sete a nove meses, para aval a estudos iniciais que incluíram remédios mais complexos.
Os números contrastam com o prazo atual para análise de novos pedidos de testes de potenciais vacinas e medicamentos para Covid-19, os quais têm recebido, em média, aval em até 72 horas.
Para Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma, que reúne indústrias farmacêuticas, a Anvisa demonstrou na pandemia que tem condições de avaliar pedidos de autorização de estudos clínicos de forma rápida.
"A média de [tempo de análise para] pesquisa clínica no Brasil é muito ruim perto de outros países. Os Estados Unidos aprovam em 30 a 60 dias enquanto no Brasil demora seis a sete meses" diz. "É uma burocracia que na maioria dos casos é desnecessária."
Avaliação semelhante tem Fernando Francisco, da Associação Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisa Clínica. "As instâncias regulatórias estão aprovando estudos em velocidade muito rápida. O que temos discutido é: precisa levar seis meses para analisar estudo de uma droga biológica, e para um estudo de Covid levar 72I1?", questiona, citando o prazo máximo previsto em regras atuais, que vai de 90 a 180 dias.
"Temos possibilidade de melhorar, sem tirar a segurança do paciente", diz ele, para quem o ideal seria análise em até 90 dias em todos os casos.
O pedido para que a rapidez nas análises seja incorporada de forma mais ampla no pós pandemia tem ocorrido em conjunto com a pressão para aprovação de um projeto de lei que traz regras para a pesquisa clínica no país.
Atualmente, para que um novo estudo clínico de um novo remédio ou vacina seja aprovado, é preciso aval de comitês de ética e da Anvisa, que responde pela análise técnica.
O projeto traz o prazo máximo de 90 dias para a agência fazer avaliação de novos pedidos de estudos, o qual pode ser estendido para 180 dias apenas em casos complexos.
Embora prazos semelhantes já constem de norma da Anvisa, membros do setor destacam que falta lei específica que dê segurança ao setor e permita cumprimento mais rápido.
Aprovado no Senado em 2017, o projeto aguarda aprovação na Comissão de Constituição e Justiça na Câmara. Parlamentares que acompanham as discussões dizem que já há sinalização do presidente da Casa, Rodrigo Maia, para que a proposta ganhe novo impulso. O texto, porém, tem pontos polêmicos: um deles é que retira a necessidade de ter aval de duas instâncias de análise de ética, passando a apenas uma – a qual ocorreria no prazo de 15 a 30 dias.
Outro é a transferência da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, vinculada ao Conselho Nacional de Saúde, órgão com representação social, para o Ministério da Saúde. A mudança divide entidades, que apontam risco à defesa de interesses dos pacientes e possibilidade de interferências do governo.
Ainda assim, a previsão é que um requerimento de urgência para o projeto seja votado na próxima semana. A medida ocorre após carta enviada por 23 entidades.
"No Brasil se gasta muito menos recursos em pesquisa clínica porque não temosleis bem estabelecidas, com prazos. A mudança poderia tra-
zer acesso a drogas que não existem aqui e que são alvo de judicialização no SUS", afirma o deputado Hiran Gonçalves (PP-RR), relator do texto.
Regina Próspero, vice-presidente do Instituto Vidas Raras, afirma que o Brasil perde a chance de avanço em pesquisas por não ter uma lei específica. "A gente perdeu muita pesquisa por conta de prazo. Quando começava a desenrolar aqui, os prazos já estavam vencendo nos outros países e o patrocinador da pesquisa acabava tirando o Brasil do radar para não atrapalhar a pesquisa no resto do mundo."
Questionada, a Anvisa diz que medidas para redução dos prazos de análise já eram analisadas e devem ser retomadas após a pandemia.
A agência atribui a maior rapidez na aprovação de estudos ligados à Covid-19 a mudanças em procedimentos na tentativa de reduzir o impacto da nova doença.
Tais pesquisas ganharam prioridade e passaram a "furar a fila", foram instituídos comitês de especialistas para avaliar dados mais rápida mente e houve flexibilização de medidas técnicas.
"A situação de pandemia fez com que se buscassem respostas mais rápidas. Foi preciso reorganizar o foco no que era realmente crítico na hora de se conduzir um estudo clínico", afirma Gustavo Mendes, gerente-geral de medicamentos da agência.
Segundo ele, empresas também assumiram riscos, como avançarem fases de pesquisa sem ter todos os dados completos de etapas anteriores.
Mendes cita o exemplo da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, que obteve aval para testes no Brasil inicialmente com uma única dose, mas mudou para duas após resultados em outros países – sem ter que reiniciar todas as etapas.
"A flexibilização jamais aconteceria em um cenário que não fosse de pandemia", diz.
Até o momento, já foram aprovados 34 estudos no modelo "fast-track" (em 72I1) para Covid-19 neste ano. A agência também diz ter dado aval a outros 103 dossiês de pesquisas não ligadas a doença, com prazos que, na pandemia, variaram de 2,6 a 6,3 meses.
Mas enquanto alguns estudos são acelerados, outros ainda esperam na fila para começar a análise.
Atualmente, a agência soma ao menos 22 novos dossiês nesta situação – ornais antigo é de fevereiro. Também há outros 163 pedidos de emenda s e modifica çõe s em protocolos já existentes.
Em nota, a Anvisa reconhece que "alguns estudos podem ter tido seu prazo de análise prejudicado" devido ao foco em solicitações relativas à Covid-19.
Cobrada pelo setor, a rapidez em análises, porém, é vista com ressalvas por especialistas.
Gonzalo Vecina Neto, professor da USP e fundador da Anvisa, afirma que a agência ainda está aprendendo a lidar com burocracias e que há espaço para melhorias. Ele refuta, no entanto, a ideia de lentidão e aponta necessidade de garantir a segurança.
Para ele, a agência deve focar em questões prioritárias, mas tentar evitar pressões. Ele cita como exemplo a rapidez no aval ao registro de testes rápidos para a Covid-19 no início do ano.
"Isso foi uma grande bobagem, por pressão do ministério. Depois ficou claro que muitos não eram eficazes e vão ser retirados do mercado daqui uns meses."
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 33 mortes e 1.147 casos em um dia
Goiânia – Goiás registrou, nas últimas 24 horas, 33 mortes pelo novo coronavírus e 1.147 casos confirmados. Com os números, divulgados neste domingo (23/8) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), o Estado agora chega às marcas de 2.746 óbitos e 116.755 infectados pela doença. Segundo a pasta, 107.457 se recuperaram do vírus em municípios goianos.
Ainda de acordo com os dados, 179 mil casos são considerados suspeitos, e outras 169 mortes são investigadas para saber se a causa foi covid-19. A taxa de letalidade do vírus no Estado é de 2,35%.
O Governo de Goiás disponibiliza plataforma, atualizada a cada 30 minutos, com os principais dados sobre o avanço da covid-19 no Estado.
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OMS espera que novo coronavírus acabe em menos de 2 anos
São Paulo – A Organização Mundial da Saúde (OMS) espera que a crise do novo coronavírus possa acabar em menos de dois anos, afirmou, em Genebra, o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A gripe espanhola, que surgiu em 1918, levou dois anos para terminar, disse ele. Essa gripe matou mais de 50 milhões de pessoas em todo o planeta.
"Na nossa situação, agora com mais tecnologia, claro que com mais conectividade, o vírus tem mais chance de se difundir, pode se propagar rápido”, disse.
"Ao mesmo tempo, temos a tecnologia e o conhecimento para impedir isso", observou.
Mais de 22,81 milhões de pessoas foram infectadas pela covid-19 em todo o mundo, e 793.382 morreram, de acordo com uma contagem da agência de notícias Reuters.
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JORNAL OPÇÃO
“Muitas escolas vão fechar em Goiânia e a rede pública não consegue absorver demanda”, aponta advogada
Por Lívia Barbosa
Especialista aponta que ensino infantil, fundamental e cursos preparatórios para vestibulares foram os mais afetados com cancelamentos de contratos
Escolas de todos os níveis foram afetadas pela pandemia do coronavírus (SARS-CoV-2) e consequente suspensão das atividades presenciais. Cancelamentos de contratos e inadimplência têm sido os maiores obstáculos dos estabelecimentos que tentam garantir a sobrevivência até o retorno das atividades in loco, que só deve acontecer em Goiás no próximo ano.
Para a advogada Trabalhista e Empresarial Juliana Aranha, especialista em auditorias e compliance de escolas, o prejuízo tem sido ainda maior em unidades de ensino infantil (berçário e maternal) e ensino fundamental, de pequeno e médio porte, as conhecidas escolas de bairros. Nestes casos, os pais — que também tiveram suas finanças impactadas pela pandemia — têm sido mais resistentes a negociações.
“A realidade é que muitas escolas vão fechar em Goiânia. Principalmente as que possuem berçários, maternal e ensino fundamental. Para muitos pais e responsáveis, não existe a necessidade da criança permanecer matriculada se ela não está frequentando a escola”, afirma a profissional. Em outra ponta, os cursinhos pré-vestibulares também foram severamente afetados por cancelamentos de contratos.
Segundo a especialista, as instituições de ensino precisam apostar no diálogo, no sentido de avaliar o que pode ser feito caso a caso com cada responsável financeiro pelo aluno. “É importante frisar que muitas escolas não vão suportar a crise, e as escolas públicas não conseguem absorver a demanda. Então é melhor que os pais e escolas cheguem a um consenso e negociação que não seja o cancelamento da matricula”, defende.
“Antes da pandemia, a inadimplência girava em torno de 20%. Hoje esse número chega a 50% para muitas escolas e já tivemos registro de até 70% de inadimplência. É insustentável, por mais que algumas unidades tenham diminuído gastos com suspensão de contratos e EAD. São muitas realidades e algumas escolas tem capacidade de dar mais descontos outros não”, argumenta.
A transparência é outro ponto defendido pela advogada. “Se a escola puder negociar, esse é o melhor caminho. Se não, é preciso demostrar que a unidade teve muitos cancelamentos e inadimplência, para negar o desconto”, diz. O assunto é alvo de debates acalorados e foi parar No Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), que acionou cerca de 300 escolas da capital que teriam negado desconto em contratos.
“Eu, como advogada de escolas particulares, busco negociar com cada pai. Sabemos que cada caso é um caso e o diálogo é o caminho para o pai entender que se todos cancelarem os contratos, ano que vem pode não ter escola para seus filhos. As escolas públicas não vão suportar a demanda, então as particulares que conseguirem se manter esse ano podem ter um crescimento de matrículas em 2021”, analisa.
Ainda de acordo com Juliana Aranha, a tendência é que as unidade de ensino classe A e B vão conseguir se manter pós-pandemia. Enquanto as consideradas classe C devem registrar mais falências. “O rombo é muito grande. A dispensa de professor é cara. Muitas fizeram contratos de suspensão e redução de jornada, acharam que o retorno seria mais rápido, e agora precisam arcar com a estabilidade”, explica.
“A situação é muito diferente de tudo o que já vivemos, não existe saída fácil e tudo precisa ser conduzido com muito diálogo, buscando a sensibilização dos pais e transparência”, finaliza a advogada.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação