Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 23/10/13

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


SAÚDE BUSINESS WEB

Artigo – Realidade de hospital mostra a importância da logística

Uma investigação do Ministério Público Federal (MPF), realizada no Hospital Federal do Andaraí, no Rio de Janeiro, no início deste mês, revela o quanto a logística hospitalar é primordial nas instituições de saúde. Na inspeção, constatou-se que faltavam medicamentos básicos, como dipirona e tramal, e insumos – próteses ortopédicas, gaze e até extensores para administração de remédios via parental.

O caso remete ao conceito básico da logística hospitalar, da importância do controle do fluxo de materiais e medicamentos em toda a cadeia a fim de garantir que a necessidade de insumos do hospital seja aferida em tempo real e possibilite a aquisição desses itens em tempo hábil para atender aos pacientes. A gestão logística inclui desde a geração de informação da demanda para a compra, o acompanhamento dos prazos de entrega dos fornecedores, a responsabilidade pelo recebimento e conferência de tudo o que foi solicitado e do que foi efetivamente entregue, os cuidados para armazenar, a separação dos pedidos e, por último, a distribuição dos insumos para uso nos pacientes. Dessa forma, é possível evitar a falta de produtos, extravio dentro da cadeia de abastecimento e desperdícios de insumos e recursos. A grande função da gestão logística é, através de automação e utilização de datamatrix ou códigos de barras tradicionais, fazer o rastreamento de todos os
insumos, da origem até o paciente e certificar-se de que o paciente certo recebeu o produto certo no momento certo, evitando assim situações como a diagnosticada pela MPF no Hospital de Andaraí.
A situação flagrada pelo MPF nos Hospital do Andaraí nos mostra o quanto é necessário um sistema de logística eficiente. Lá, a própria administração informou que faltavam no almoxarifado 38 itens diferentes, e, na farmácia, 14 tipos de medicamentos. O órgão ainda constatou que os insumos adquiridos estavam estocados no subsolo do prédio, de forma imprópria, junto com
sujeira, umidade, tubulações e fios elétricos aparentes. Além disso, foram encontradas mais de dez caixas de sondas que haviam sido descartadas devido a uma recente infestação de cupins.
Este é mais um exemplo de como a logística hospitalar precisa ser encarada com seriedade. E aponta ainda que, a opção de terceirizar esse serviço, que é de vital importância quando se trata de atendimento em saúde, é cada vez mais uma medida altamente recomendada.

• Mayuli Lurbe Fonseca é diretora de Novos Negócios da empresa UniHealth Logística Hospitalar e de Sistemas de Saúde (www.unihealth.com.br).
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DIÁRIO DA MANHÃ

Doença da desinformação

Estudo revela que boa parte da população acredita que diabetes está relacionada apenas ao alto consumo de açúcar
ELPIDES CARVALHO

Pesquisa divulgada, ontem, pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) apontou que brasileiros não reconhecem medidas de prevenção para prevenir o diabetes tipo 2, como cuidar da alimentação, praticar exercícios físicos ou parar de fumar. Isso porque a maioria dos pesquisados acredita que apenas evitar o consumo de açúcar é suficiente para evitar a doença. De acordo com a SBD, essa percepção é um mito antigo que dificulta o tratamento.
O estudo revelou que só 28% dos entrevistados ligaram atividades esportivas ao controle do diabetes e 72% não associaram o tabagismo como fator de risco. A pesquisa ouviu pouco mais de 1,1 mil pessoas, entre 18 a 60 anos, em seis capitais do País: São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Recife. O levantamento tem como objetivo principal avaliar o quanto a população entende a doença.
A endocrinologista Márcia Nery explica que o excesso de açúcar aumenta o peso, mas não provoca a doença, de imediato. “O que acontece é que esse consumo pode levar à obesidade que, então, causa a diabetes”, afirma. No caso do diabético, a alimentação é essencial no controle da doença. “Os carboidratos são os que mais afetam os valores de glicose no sangue após a alimentação, que pode levar à necessidade ou não do uso da insulina”, aponta.
Ainda segundo a endocrinologista, a doença se caracteriza pelo acúmulo de açúcar no sangue, por causa da falta de produção de insulina pelo pâncreas. A insulina é o hormônio que leva o açúcar para dentro das células e, caso ele não seja produzido, o sangue fica com o excesso.
Portanto, alimentos como pão, macarrão, arroz e batata são alguns “vilões” da dieta de quem tem diabetes, ou seja, essas pessoas têm que equilibrar a ingestão deles como maneira de se proteger. O diabetes pode estar ligado à carga genética, mas geralmente está relacionada à obesidade e ao sedentarismo, e aparece na fase adulta. Ela pode ser controlada com remédios e dieta, e injeções de insulina são usadas apenas em alguns casos.
Especialistas ressaltam que 90% dos casos de pessoas acometidas pela diabetes estão ligadas ao tipo 2. Já o tipo 1 costuma surgir na infância ou na adolescência e é caracterizado por uma falha no sistema de defesa do corpo, que leva à destruição das células que produzem a insulina no pâncreas. Esses pacientes dependem da injeção de insulina pelo resto da vida.
ALERTA
Conforme SBD, entre os anos de 2000 e 2010, a doença matou mais de 470 mil pessoas, colocando o Brasil na quarta posição em números de casos no mundo. Atualmente, são mais de 13,4 milhões de indivíduos com diabetes do tipo 2, especialmente pessoas obesas acima de 40 anos. Nesse tipo de diabetes há insulina, porém a ação é dificultada pela obesidade.
“Muito antes do aparecimento do diabetes tipo 2 a pessoa já pode, melhorando os hábitos de vida, prevenir o aparecimento dessa doença e outras. Ela pode já ir aumentando a atividade física e melhorando a sua alimentação reduzindo a quantidade de gorduras, reduzindo a quantidade de açúcar na alimentação, que são medidas simples que ela pode implementar no seu dia a dia, fritar menos os alimentos e adoçar menos os líquidos principalmente”, orienta Marcio Mancini, endocrinologista.

Diabetes, doença crônica que pode ser controlada
Entre os principais cuidados para tratar diabetes tipo 2 incluem: exercícios físicos, alimentação balanceada e controle do peso. A doença é crônica, que não tem cura, mas tratamento exige mudanças radicais nos hábitos de vida. O diabetes é um mal silencioso que se não for tratado pode comprometer o bom funcionamento de vários órgãos do corpo, como rins, coração e olhos.
A prática de atividade esportiva é essencial no tratamento da doença, pois ela ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue controlado e no emagrecimento. Os exercícios devem ser realizados de três a cinco vezes na semana. No entanto, endocrinologistas alertam que caso o diabetes tipo 2 esteja descontrolado, com glicemia muito elevada, o exercício pode causar a liberação de hormônios contrarreguladores, aumentando mais ainda a glicemia. Por isso, é importante visitar o seu médico e sempre fazer a medição da glicemia antes de iniciar uma atividade física.
É importante que o paciente com diabetes tipo 2 sempre combine com seus médicos quais são as melhores opções de atividade física e frequência. Lembrando que o ideal é privilegiar exercícios leves, pois quando o gasto calórico é maior do que a reposição de nutrientes após o treino pode haver a hipoglicemia – diminuição dos níveis de glicose.
Alimentação
Os cuidados devem ser diários e, assim que o paciente recebe o diagnóstico da moléstia, a pessoa já deve aderir a uma alimentação mais saudável. De acordo com a nutricionista Andressa Barbosa, menos de 50% das pessoas com alguma doença crônica aderem ao tratamento. “Isso pode ser explicado pelo fato da doença exigir algumas mudanças, como por exemplo, as relacionadas à dieta e à atividade física”, diz.
Ainda segundo a nutricionista, cerca de 80% dos pacientes com diabetes tem diagnóstico nutricional de obesidade. “Para esses, as medidas para o controle de peso adquirem uma importância ainda maior. A perda de peso sempre é recomendada para pessoas com sobrepeso ou obesidade, por ser um fato determinante da boa saúde”, explica.
A alimentação adequada é a parte fundamental para manter os níveis de glicemia equilibrados. A especialista diz que a primeira mudança a ser feita é com relação ao fracionamento das refeições e que o ideal é fazer de cinco a seis refeições por dia e evitar excessos de gorduras, principalmente à gordura saturada – de origem animal – e alguns alimentos industrializados. Entretanto, exercitando esses procedimentos básicos, consequentemente, o portador de diabetes tipo 2 estará controlando o seu peso, além de manter à saúde do corpo.
Para concluir a nutricionista ressalta: “Para conseguir conviver bem com doença o primeiro passo é aceitar as restrições alimentares que ela provoca. Seguir a alimentação prescrita junto à atividade física, que normalmente no início pode ser desconfortável, mas com o tempo, isso se torna um hábito de vida para o diabético e ele conviverá com a doença sem complicações. O segredo é persistência e o desejo de viver bem”, afirma.

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O HOJE

Presidente sanciona lei do Mais Médicos

Texto confere a médicos formados em outros países o direito de atuar no Brasil. Ministério da Saúde é responsável por emitir registros

A presidente Dilma Rousseff agradeceu ao médico cubano Juan Delgado, 49, vaiado ao desembarcar no aeroporto de Fortaleza, em agosto passado. O ato gerou repúdio do governo. Pouco antes, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou o episódio de “corredor polonês da xenofobia”.
“Não apenas pelo fato de ele ter sofrido um imenso constrangimento ao chegar ao nosso país, do ponto de vista pessoal e do governo, eu peço nossas desculpas a ele”, discursou a presidente.
Dilma sancionou ontem o Programa Mais Médicos, que envia médicos para regiões remotas do País. Sob gritos de “olê olê, olá, Dilma”, falou a uma plateia de cerca de 600 médicos, sobretudo estrangeiros.
É o segundo evento no Palácio do Planalto sobre o programa. Em julho, Dilma participou de evento semelhante ao lançar o Mais Médicos. Agora, num salão com ministros, deputados e senadores, sancionou ontem a lei, com alguns ajustes feitos pelo Congresso Nacional.
Tramitação
Durante a tramitação na Câmara e no Senado, o governo atuou para evitar grandes alterações ao texto original – com isso, foi mantida a essência do programa, como a permissão para que médicos formados no exterior sem revalidação de diploma possam atuar no Brasil por um determinado período.
A mudança mais expressiva feita na medida provisória permitirá agora acelerar o programa: caberá ao Ministério da Saúde, e não mais aos conselhos regionais de medicina, a tarefa de emitir os registros dos médicos intercambistas. O governo alegava que as entidades, contrárias ao programa, estavam atrasando propositalmente a emissão dos documentos.
A primeira etapa do Mais Médicos registrou a participação de 1.258 profissionais, entre aqueles formados no Brasil e no exterior. Na segunda rodada, foram inscritos 2.149 médicos, 2 mil deles de Cuba, além de 416 profissionais com diploma nacional – balanço preliminar mostra que, desses, apenas 171 se apresentaram aos municípios.
De acordo com o Ministério da Saúde, 1.232 médicos já estão atuando em postos de saúde em todo o País. No mês passado, 320 mil consultas foram feitas pelos médicos do programa. (Folhapress)

Ministro nega que ação seja emergencial

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem que a sanção da presidente Dilma Rousseff à lei do Programa Mais Médicos representa um ato de coragem. Padilha citou o impacto do programa no Sistema Único de Saúde (SUS), com a redução das filas nos setores de urgência e emergência, a possibilidade de mais jovens terem acesso aos cursos de medicina com as vagas que estão sendo criadas e a entrada de mais médicos brasileiros em programas de residência no País. O ministro também negou que o Mais Médicos seja apenas uma ação emergencial e transitória.
Ao rebater críticas dos que consideram o programa uma medida eleitoreira, Padilha lembrou que o Mais Médicos foi construído como resposta a solicitações de prefeitos de todos os partidos e de todas as regiões do país, que se ressentiam da falta desses profissionais em seus municípios para o atendimento à população.
Durante o evento, Padilha também se dirigiu a um médico cubano que foi hostilizado por um grupo de médicos quando chegou ao Brasil. Ele está trabalhando no município maranhense de Zé Doca, próximo a Impetratriz.
Padilha enfatizou ainda a importância de uma mudança na lei, pela qual caberá à pasta da Saúde conceder ao estrangeiros participantes do programa o registro único, que é uma declaração provisória para exercer suas atividades nos municípios até que a carteira de registro fique pronta. A carteira, que funcionará como uma cédula de identidade médica do profissional, elaborada especificamente para o programa, será produzida pela Casa da Moeda e deverá ser entregue em 30 dias. Com validade de três anos, ela autoriza o exercício da medicina exclusivamente na atenção básica, restrito às atividades do programa e aos municípios para os quais os profissionais foram designados.
Ele ressaltou, no entanto, que é fundamental os conselhos regionais de Medicina (CRMs) continuarem fiscalizando a conduta ética e a prática profissional e citou os resultados do programa. Ainda não obtiveram o documento 196 profissionais. O atendimento feito por eles beneficia 4,2 milhões de brasileiros.
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Redes sociais para combater o câncer

Interação pela internet tem aberto portas para novos tratamentos da doença. Resultados são apontados por quem usa e também por especialistas
quarta-feira, 23 de outubro de 2013 | Por: Alex Vieira

As redes sociais vêm sendo usadas por uma médica goiana para interagir com pacientes que fazem tratamento contra o câncer. Há quatro meses, a hematologista Leandra Paiva Queiroz usa a internet para compartilhar informações sobre a doença, tratamento e métodos de prevenção. Segundo a médica, como as redes sociais fazem parte do cotidiano da maioria dos pacientes que atende – crianças e adolescentes com até 18 anos – ela identifica a rede mundial de computadores como uma oportunidade de tirar dúvidas e divulgar dados importantes sobre o assunto.
A hematologista mantém duas páginas no Facebook, uma pessoal e uma fanpage. Ali, ela tira dúvidas sobre o tratamento, exames, novas tecnologias e ainda conversa com as crianças e com as famílias dos que estão em atendimento. Acredita que, desde que começou a ter esse contato com os pacientes e, principalmente com as mães, o retorno tem sido bastante positivo. “A linguagem e a facilidade do acesso têm sido importante para esclarecer dúvidas e manter contato com os pacientes em tratamento, mesmo fora do consultório.”
Manuela Bravo, de 10 anos, usa a internet no tablet e no computador de casa. Ela faz tratamento há cerca de dois meses e já curtiu a página da médica. Para ela, as informações postadas são importantes. “Algumas são engraçadas, outras divertidas e posso falar com a médica, se precisar”. A estudante é bastante esperta e antenada com a rede de computadores e afirma que, apesar de usar pouco o Facebook, ela acredita que tudo que possa ser colocado na internet para ajudar as pessoas deve ser divulgado. “Tem muita coisa legal e importante que pode ajudar muita gente”.
Mãe da estudante, Ana Paula Bravo afirma que a filha tem respondido bem ao tratamento e confirma que a pequena é esperta e sempre está ligada nas redes. Além das redes sociais, Manuela gosta de acessar vídeos, filmes, jogos e até notícias. A hematologista Leandra Queiroz também destaca que, em alguns tratamentos, a rotina das crianças e adolescentes acabam sendo alteradas e incentivar o contato nas redes com amigos e parentes pode ajudar a minimizar o afastamento durante as internações.

Leucemias têm 85% de chance de cura

As leucemias são os tipos de câncer mais comuns em crianças. Em Goiânia, este tipo de tumor corresponde a 29% dos diagnósticos no público infanto-juvenil (menores de 15 anos), seguido dos linfomas, 15%, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). A hematologista Leandra Queiroz afirma que novas tecnologias para os tratamentos de cânceres infanto-juvenil garantem chances de cura em cerca de 85% dos casos. Ela explica que os tumores infantis apresentam características muito específicas e, por isso, exigem um atendimento diferente dos casos que acometem os adultos.
Ela alerta que o diagnóstico precoce é importante para o tratamento. Ela completa que pais devem estar atentos a alterações na saúde da criança, como anemia, palidez, além de sangramentos em gengivas e outras mucosas. “São sinais de alerta que podem indicar a doença. Não necessariamente esses sintomas são da doença, mas o pai deve levar o filho ao pediatra assim que identificar algum. Se for o caso, essa criança será encaminhada ao especialista para início do tratamento. Quanto antes isso puder ser feito, melhor”.
De acordo com Leandra Queiroz, outros sintomas, como febre constante e dores nos ossos, também são sinais de risco e devem ser observadas. Ela explica que, a depender de cada caso, o tratamento pode durar até dois anos, com internações e administração medicamentosa. “A participação dos amigos e família nesse período é importante. Por isso temos essa preocupação em dar suporte para que o paciente em tratamento tenha uma vida o mais normal possível”, argumenta.

Espaço lúdico para atendimento a crianças

A hematologista Leandra Queiroz afirma que o tratamento oncológico em criança é realizado de acordo com a realidade do paciente e exige acompanhamento integral, envolvendo equipe multidisciplinar. As doses de medicamentos são ministradas de acordo com a idade e biotipo da criança. Em Goiânia, o Centro Brasileiro de Radioterapia, Oncologia e Mastologia (Cebrom) inaugurou ontem espaço para o tratamento de crianças e adolescentes. Um ambiente lúdico e colorido pretende acolher os pacientes.
O tratamento oncológico em criança é realizado de acordo com a realidade do paciente e exige acompanhamento integral. Além dos médicos, psicólogos, nutricionistas, odontologistas e enfermeiros também acompanham o paciente. No espaço, há locais para as crianças realizarem tarefas escolares, assistir vídeos e brincar. “A intenção sempre é incentivar a vida normal.”
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O POPULAR
Tarja Preta
Prefeito de Rialma é solto
Ele foi colocado em liberdade depois de prestar depoimento complementar no MP-GO
Alfredo Mergulhão
MP-GO
O prefeito de Rialma, Janduhy Diniz Vieira Filho, foi colocado em liberdade na tarde de ontem após interrogatório complementar realizado na sede do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). Ele estava no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia desde terça-feira da semana passada, quando a Operação Tarja Preta foi deflagrada pelo MP-GO. Janduhy foi o primeiro prefeito solto.
O termo de soltura do preso temporário foi assinado depois de duas horas de esclarecimentos prestados. Vários investigados passaram pelo mesmo procedimento, requisitado pelos promotores após depoimentos de outros suspeitos e de testemunhas. O MP-GO não divulga oficialmente, mas alguns suspeitos depuseram mais de uma vez. Os depoimentos ocorreram até no fim de semana passado, por meio de quatro bancas.
O advogado do prefeito, Rubens Fernandes Mendes de Campos, disse que seu cliente esclareceu pontos considerados “obscuros” pelos promotores na investigação. “Ele (Janduhy) deu informações importantes e dirimiu as dúvidas”, afirma. “Os promotores entenderam que não havia mais necessidade de manter a prisão temporária”, completa.
A soltura não precisou do aval do desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), Edison Miguel da Silva Júnior. O magistrado havia facultado aos promotores a decisão de libertar os suspeitos assim que julgassem necessário, após encerradas as diligências solicitadas para a apuração do caso.
No documento, os promotores Denis Bimbati e Walter Otsuka escreveram que a “restrição cautelar de liberdade não mais se mostra imprescindível à investigação”. Janduhy Diniz não precisou sequer voltar ao presídio. O alvará de soltura foi levado ao Complexo Prisional pelos policiais e agentes penitenciários que acompanhavam o prefeito no depoimento. O prefeito saiu do MP-GO direto para Rialma. A prisão temporária expiraria de amanhã para sexta-feira.
SUSPEITAS
Janduhy é investigado por suposta participação no esquema de compras irregulares de medicamentos, por meio de licitações fraudulentas. O MP-GO pediu o afastamento dele, mas o requerimento ainda não foi deferido pelo Judiciário. O prefeito está no primeiro mandato, é empresário – dono da Saborelle – e foi candidato da situação, com apoio do ex-prefeito Evaldo José.
No documento que fundamentou os pedidos de prisão, o MP-GO sustenta que Janduhy aceitou R$ 60 mil para a campanha. Esse valor teria sido devolvido pelo prefeito eleito, uma vez que não conseguiu garantir exclusividade no fornecimento dos medicamentos e insumos farmacêuticos, hospitalares e odontológicos.
O MP-GO suspeita que antes das eleições do ano passado houve acerto entre Janduhy e o empresário Edilberto César Borges, considerado chefe da organização criminosa. Depois de eleito, o acordo começou a ser cumprido por meio de compras feitas com “vales”, como se fossem fiado. Eram negociações informais, sem os devidos processos licitatórios. As notas fiscais eram emitidas somente após a compra ter ocorrido de fato.
Quando foi abrir uma licitação para comprar os produtos, as gravações telefônicas e interceptações de e-mail mostram a tentativa da prefeitura em direcionar o processo ao grupo empresarial de Edilberto. Em um grampo feito em 8 de fevereiro do ano passado, Milton Machado Maia, representante comercial das empresas envolvidas, afirma ter conversado com Janduhy. Ele diz que o prefeito esteve na J. Médica, de Edilberto, e que o negócio estava de pé.
No entanto, uma das empresas do grupo teve problemas com documentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Pro-Hospital. Edilberto e Milton pressionaram para cancelamento do edital, mas não tiveram sucesso. Dias depois, o Ministério Público de Contas do Tribunal de Contas dos Municípios detectou irregularidades no certame e pediu a suspensão do pregão presencial que seria realizado.
A frustração de seus interesses gerou revolta em Edilberto. Seu gerente, Milton, fez uma ligação cobrando que Janduhy devolvesse o dinheiro doado. O prefeito tentou negociar. Ele cogitou pagar com um de seus carros mas acabou quitando a dívida em três parcelas de R$ 20 mil. O pagamento foi flagrado pelo Centro de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) do MP-GO em um estacionamento próximo à Praça Cívica, em Goiânia.
Nenhuma das quatro empresas de que Edilberto é sócio administrador e investigadas – J. Médica Distribuidora de Materiais Hospitalares Ltda, JR Lacerda Material Médico Hospitalar Ltda, Pró-Hospital Produtos Hospitalares Ltda e Maeve Produtos Hospitalares Ltda. – aparecem como doadoras de campanha no banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
EXONERADO
O secretário municipal de Compras e Orçamento de Indiara, Wilmer Lopes Ribeiro, foi exonerado do cargo no dia 17. Ele foi preso dois dias antes de ser demitido. Conforme o MP-GO, “há indícios fortes de pagamentos de vantagens indevidas ao referido secretário”. A exoneração foi comunicada ao MP-GO pelo prefeito de Indiara, Osvaldo Jesus Novais, o Osvaldo Baiano (PR).
As escutas telefônicas e interceptações de e-mail revelam, segundo o MP-GO, que as empresas representadas por Edilberto e Milton foram beneficiadas nas contrações realizadas em Indiara. O MP-GO também acredita na “conivência” de Osvaldo e sustenta que houve superfaturamento de 200% .
Na representação, o MP-GO descreve que o grupo empresarial investigado começou vendendo medicamentos e material hospitalar para o município por meio de “vales”. Não havia qualquer procedimento prévio, cotação de preços, empenhos, ordens de pagamentos e emissão de notas fiscais. O Portal Transparência de Indiara mostra que mais de R$ 1,1 milhão foram empenhados a Pró-Hospital, Ideal Hospitalar, Única Dental e Recmed, todas investigadas. Desse total, pouco mais de R$ 90 mil foram pagos.
AFASTAMENTO
O prefeito de Corumbaíba, Romário Vieira da Rocha (PR), foi afastado do cargo por determinação judicial na segunda-feira. Ele está preso temporariamente há nove dias por suspeita de envolvimento em esquema de compra e venda fraudadas de medicamentos. Três secretários municipais e dois servidores públicos também foram afastados.
A decisão é da juíza Vanessa Baruki. Foram afastados os secretários de Saúde, Divino Magno Lourenço; de Administração, Luciene Teixeira; e de Transportes, Gilson Dias Arrates; o pregoeiro Leandro do Vale Almeida, e o servidor Jairo Fernando Alves.

Fique por dentro
Prefeito de Rialma é o primeiro a deixar a prisão:
Anduhy Diniz Vieira Filho (PSDB)
Primeiro mandato
Profissão: empresário
Suspeita: compras emergenciais, preferência de fornecimento e licitações combinadas em troca de pagamento de propina. Ele também não teria honrado o acordo com as empresas e devolvido o dinheiro.

Deputado questiona empresa em nome de sobrinho de Talles Barreto
Caio Henrique Salgado
O deputado estadual Paulo Cesar Martins (PMDB) apresentou ontem, do plenário da Assembleia Legislativa a denúncia de que uma empresa de um sobrinho do deputado Talles Barreto (PTB) teria firmado um contrato irregular com a prefeitura de Rialma, uma das envolvidas no esquema desarticulado pelo Ministério Público através da Operação Tarja Preta.
Conforme o peemedebista disse no parlamento, o advogado Jales Alves Barreto Júnior assinou em maio, através da empresa Ópera Assessoria Pública Municipal, sediada na casa de seu avô e pai do petebista, no Setor Marista, um contrato de R$ 56 mil com o prefeito de Rialma, Janduhy Diniz Vieira Filho (PSDB). O tucano estava preso e foi solto ontem.
O objetivo do contrato é a captação de recursos da administração estadual e, segundo a denúncia, nenhum serviço teria sido prestado pela empresa ao município. Segundo o portal da Transparência, a prefeitura de Rialma pagou R$ 28 mil para a empresa nos últimos quatro meses.
A Ópera Assessoria Pública Municipal é citada nas interceptações telefônicas. Em uma conversa gravada em abril com Janduhy, o chefe de gabinete da Junta Comercial de Goiás (Juceg), Wallber Miranda, indicado ao cargo por Talles, “coloca à disposição” “um pessoal da ‘Ópera’ para ‘rodar’ com ele”.
Antes disso, em janeiro, o homem apontado como gerente do esquema, Milton Machado Maia, “explica que o deputado Talles Barreto, com o assessor, deste, Wallber ‘Baiano’, montaram uma casa de apoio com o intuito de disponibilizar consultorias para prefeitos a fim de aproximá-los do deputado e também reduzir o custo com assessorias para prefeituras”.
Procurado pela reportagem, o deputado Talles Barreto afirmou que seu sobrinho Jales Júnior “tem autonomia”. “Ele é advogado e tem direito de contratar com o poder público. Ele trabalha no auxílio a prefeitos, orientando em relação a convênios e emendas parlamentares estaduais e federais.”
Ele justifica a utilização da casa de seu pai como sede legal da empresa. “Ele é recém formado. Está iniciando e utiliza o imóvel quando quer atender clientes em Goiânia”, justifica. Talles também diz ser alvo de ataques infundados. “Essa é uma questão pessoal do deputado Paulo Cesar comigo”, disse o parlamentar.
Talles também nega que faça parte da Ópera. “Auxilio os prefeitos, e são mais de 20, através do meu gabinete.”
A reportagem não conseguiu localizar Jales. Segundo Talles, seu sobrinho “está fora”. “Tentei falar com ele e não consegui”, diz.
Em conversa rápida por telefone, Janduhy defendeu a legalidade do contrato. “Fizemos a licitação e a empresa venceu”, justificou ele rapidamente antes da ligação cair. A reportagem não conseguiu restabelecer o contato.
Procurado pelo POPULAR, Wallber Miranda reconheceu ter relações com a Ópera, mas diz que só fala sobre o assunto pessoalmente.

Pastor pede jejum a fieis para prefeito de Araguapaz
Bruno Rocha Lima
Fundador da Igreja da Conquista Mundial, cuja sede fica em Araguapaz (a 259 km de Goiânia), o pastor Genivaldo José Pinto apelou até para jejum e orações na torcida pela libertação do prefeito Fausto Brito Luciano (PSDB), um dos presos na Operação Tarja Preta. O pastor, atualmente filiado ao PSDB, usou na segunda-feira a rádio comunitária de Araguapaz para convocar os moradores a fazerem jejum e formarem uma corrente de orações em prol do prefeito. O culto que marcaria o início da corrente estava agendado para a noite de ontem.
Ex-adversário de Fausto na eleição do ano passado, quando disputou como vice da chapa adversária, e agora convertido à base do prefeito, Genivaldo diz que sua maior preocupação é com o clima da cidade, que está muito tenso. “Pedi aos moradores de Araguapaz para que orem e façam o jejum pela libertação do Fausto, para que possamos restabelecer a normalidade na nossa cidade. Isto tudo que aconteceu é uma coisa nova e assustadora para nós.”
Questionado se acredita na inocência do prefeito, o pastor titubeia alguns segundos antes de responder: “Difícil julgar, né. Tem uma investigação correndo e tem que esperar para saber melhor o que aconteceu. Mas torço muito pela inocência dele, pois é o melhor para a cidade”.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação