Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 23/11/16

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES

Presidente do Cremego fala sobre regras para transferência para UTI pelo SUS
Pacientes reclamam da falta de médicos no Cais Chácara do Governador, em Goiânia
Caps oferecem tratamentos para pessoas com doenças mentais, diz superintendente
Cirurgia redentora
Filha de idoso encontrado em poste diz não ter conseguido tratamento para o pai
É dia de se lembrar do combate ao câncer

 

TV ANHANGUERA/GOIÁS

Presidente do Cremego fala sobre regras para transferência para UTI pelo SUS
http://g1.globo.com/goias/videos/t/bom-dia-go/v/presidente-do-cremego-fala-sobre-regras-para-transferencia-para-uti-pelo-sus/5467780/

Médico fala sobre regras para transferências de pacientes para UTI pelo SUS
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/medico-fala-sobre-regras-para-tranferencias-de-pacientes-para-uti-pelo-sus/5467978/


BDG Responde debate regras para transferências de pacientes para UTIs pelo SUS
http://g1.globo.com/goias/videos/t/bom-dia-go/v/bdg-responde-debate-regras-para-transferencias-de-pacientes-para-utis-pelo-sus/5467902/

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Pacientes reclamam da falta de médicos no Cais Chácara do Governador, em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/pacientes-reclamam-da-falta-de-medicos-no-cais-chacara-do-governador-em-goiania/5467973/

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Caps oferecem tratamentos para pessoas com doenças mentais, diz superintendente
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-1-edicao/v/caps-oferecem-tratamentos-para-pessoas-com-doencas-mentais-diz-superintendente/5466220/

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DIÁRIO DA MANHÃ

Cirurgia redentora
Goiás está entre as principais referências do Brasil para esse procedimento
A doença de Parkinson, também chamada de mal de Parkinson ou Parkinsonismo, é um dos grandes males da saúde e que afeta pelo menos 1% da população mundial acima dos 65 anos. No entanto, com o avanço da Medicina e com as melhorias nos métodos de estudo do cérebro humano, a cirurgia de DBS visa inibir os sintomas da doença e devolver a qualidade de vida àqueles que sofrem com o Parkinson.
A doença de Parkinson é uma das doenças neurológicas mais comuns dos dias de hoje. No mundo inteiro, ela atinge todos os grupos étnicos e classes socioeconômicas. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1% da população mundial acima de 65 anos é afetada por ela. A prevalência estimada é de 100 a 200 casos por 200 mil habitantes.
Nos Estados Unidos, aproximadamente 60 mil pessoas são diagnosticadas como portadoras da doença de Parkinson a cada ano e 1,6% da população com mais de 65 anos tem a doença. No Brasil, existem poucas estatísticas, mas estima-se que 200 mil pessoas sofram da doença. Um estudo epidemiológico realizado na cidade de Bambuí, em Minas Gerais, encontrou uma prevalência de 3,3% em pessoas com idade acima de 65 anos.
Histórico da doença
A doença de Parkinson ou Parkinsonismo já teve seus sintomas descritos pelo inglês James Parkinson, também sendo chamada de paralisia agitante, em que o paciente apresenta, além da lentidão e rigidez de movimentos, tremores constantes. É uma doença degenerativa de uma região no cérebro chamada de substância negra, onde acontece um processo de apoptose, ou seja, de perda neuronal e que provoca esse sintomas.
Com essa degeneração da substância negra, ocorre também a diminuição considerável ou a perda da produção da dopamina, que é sintetizada nessa mesma região. A dopamina é responsável por regular o estado emocional do indivíduo, ou seja, com menos dopamina no organismo, o paciente com Parkinson é mais triste e deprimido. “Não apenas em decorrência dos sintomas e da limitação de movimentos que a doença impõe ao paciente, mas também por causa dessa queda de produção de dopamina”, explica o médico neurologista Luiz Fernando Martins, que também é diretor de ensino e pesquisa do Hugo e diretor técnico do Instituto de Neurologia de Goiânia.
“Então deveu-se à ciência descobrir que existe uma alteração dessa dopamina em núcleos específicos cerebrais, então logo a primeira tentativa foi aumentar essa produção de dopamina, tendo em vista que existem substâncias que visam repor essa queda de síntese da dopamina”, continua o especialista. Ele conta também que foi em 1947, a partir de cálculos matemáticos tridimensionais (sistema cartesiano x, y e z), que começou o desenvolvimento de tecnologias para procedimentos cirúrgicos.
“As primeiras cirurgias, as chamadas estereotáxicas, consistiam em lesionar determinadas áreas do cérebro que se tornavam hiperativas, como se houvesse uma alteração do equilíbrio da atividade cerebral. Então esse procedimento cirúrgico visa devolver o equilíbrio que existia ali antes”, explica o neurologista.
O próspero procedimento
Com o passar do tempo, surgiu a ideia e também o avanço tecnológico de estimular as áreas pouco ativas do cérebro, ao invés de inibir as hiperativas. Esse procedimento é chamado de Deep Brain Estimulation (DBS), ou Estimulação Cerebral Profunda, numa tradução direta (ECB), onde tem uma aceitação melhor tanto por profissionais, quanto por pacientes e familiares, já que a proposta é incitar o cérebro, e não lesioná-lo, a fim de restabelecer o equilíbrio da atividade cerebral.
“Os centros cirúrgicos mais avançados para esse procedimento, em específico, estão na França, que é referência mundial, o Brasil é a principal referência sul americana para a cirurgia de DBS, e curiosamente o nosso estado é uma das principais referências do país”, conta Luiz Fernando.
Todo o procedimento cirúrgico começa com o uso de ferramentas matemáticas e computacionais para transformar o crânio e o cérebro em um sistema de coordenadas tridimensionais. Durante a cirurgia, um arco metálico contendo referências espaciais é instalado no crânio do paciente. Em seguida é realizada uma tomografia ou uma ressonância de crânio e essas imagens são instaladas em um programa que contém um mapa padrão do cérebro. O programa realiza a sobreposição da imagem com o mapa com precisão micrométrica e, desse modo, os alvos para instalação dos eletrodos da ECP viram coordenadas matemáticas ultraprecisas.
Além disso, a cirurgia acontece com o paciente acordado e totalmente lúcido, pois é ele quem diz aos médicos como está reagindo ao estímulo provocado pelo eletrodo, mesmo que os profissionais tenham que seguir as coordenadas predefinidas. É o paciente que guia o cirurgião durante a operação, mas ela é totalmente indolor e também não causa nenhum tipo de desconforto.
A equipe para a realização da cirurgia deve ter a presença obrigatória de um radiologista, um neurocirurgião, um físico e um neurocirurgião. “Para que o procedimento seja um sucesso, deve-se ter uma indicação precisa, um diagnóstico preciso e uma técnica precisa. É uma cirurgia extremamente delicada, pois consiste na instalação de um eletrodo no cérebro do paciente”, explica Luiz Fernando.
Mas existem certas restrições e pré-requisitos necessários para a submissão ao ECB, como ter idade abaixo de 75 anos, não sofrer de outras doenças psiquiátricas consideradas graves ou de outras doenças graves que possam reduzir significativamente a expectativa de vida, além de também não sofrer de doenças autoimunes.
Mas o especialista Luiz Fernando adverte: “A cirurgia não é a cura da doença de Parkinson. Esta é uma doença degenerativa do tecido cerebral e portanto progressiva. A ECB é um método de controle da doença que têm seu papel quando os recursos medicamentosos passam a não mais contribuir significativamente para a melhora da qualidade de vida do paciente”.
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O POPULAR
Filha de idoso encontrado em poste diz não ter conseguido tratamento para o pai

Carpinteiro Dagoberto Rodrigues Filho, de 68 anos, sofria de transtorno bipolar e já havia sido internado duas vezes
A filha do idoso encontrado morto dentro de um poste em Goiânia, no último domingo (20), afirma não ter conseguido tratamento para o pai, que sofria de transtorno bipolar. De acordo com a auxiliar de contabilidade Adriane Rodrigues, de 36 anos, o carpinteiro Dagoberto Rodrigues Filho, de 68 anos, havia sido internado duas vezes para tratamento. Após a última liberação, em agosto, o homem não teria recebido o acompanhamento médico necessário.
As duas internações – em 2012 e 2016 – duraram um mês cada. Ao G1, o médico psiquiatra Salomão Rodrigues Filho, da Pax Clínica, relatou que o carpinteiro passou por tratamento, saiu medicado, mas que precisava de um acompanhamento ambulatorial constante.
Adriane diz que procurou atendimento para o pai na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Brasicon, em Aparecida de Goiânia, mas sem sucesso.
"Ele não estava estabilizado para receber alta. Quando ele fazia o tratamento adequado, ele ficava mais calmo. Desta vez, ele estava super agitado, não conseguia ficar quieto. Eu fui ao médico, tentei uma guia para internação, mas negaram dizendo que ele estava bem. Disseram que se passassem remédio injetável ele ia ficar prostrado. Eu preferia ele prostrado em casa do que morrer assim na rua", desabafou a filha ao G1.
O poste onde estava o corpo de Dagoberto é um dos que estão abandonados há quase três anos nos canteiros centrais de várias vias da região sudoeste da capital. Eles seriam instalados nas obras de expansão de uma rede elétrica de alta tensão, pela Companhia Energética de Goiás (Celg), mas após um relatório do Banco Internacional de Desenvolvimento (BID), que mostrou falhas no projeto, a Eletrobras suspendeu a obra. A Celg comunicou que não tirou os postes porque espera a obtenção do alvará de construção e renovação da licença ambiental da Prefeitura de Goiânia para continuar as obras de implantação da linha de alta tensão. De acordo com a companhia, o sistema é "imprescindível" para a melhoria do sistema e atendimento aos próprios moradores
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É dia de se lembrar do combate ao câncer

Cerca de 3% cios pacientes com a doença são crianças e adolescentes. Mal exige atenção de pais e médicos, pois sintomas são variados e podem ser considerados comuns, sem a devida investigação

Nenhuma mãe ou pai espera um dia receber a notícia de que um filho, ainda pequeno, foi diagnosticado com câncer. Esta é uma daquelas coisas da vida que a gente tende a pensar que jamais vai acontecer, tampouco com alguém próximo e muito menos com uma criança. A realidade, no entanto, tem dessas surpresas desagradáveis e é preciso ficar atento aos sinais e à necessidade de conscientização. Hoje é celebrado, no Brasil, o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, que acomete, em média, 3% de todos os pacientes do mundo.
Só este ano, segundo estima o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), 12,6 mil novos casos foram e serão descobertos no País, sendo 1.270 só na Região Centro-Oeste.
Desde o dia 21 de junho deste ano, a rotina da pequena Ana Sofia Morais Rocha, de apenas 7 anos, passou a se dividir entre Mineiros, cidade onde ela mora com os pais, a 433 quilômetros de Goiânia, e o Hospital Araújo Jorge (HAJ), na capital, onde ela passa por tratamento para curara leucemia, descoberta depois de muitos exames e investigação médica. A mãe, a contabilista Kamila Morais Rocha, assim como outras tantas que acompanham os pequenos no enfrentamento da doença, deixou tudo de lado para amparar a filha na rotina hospitalar. Até o cabelo, ela fez questão de raspar para se solidarizar, ficar igual e tentar minimizar ao máximo o possível abalo ou estranhamento de Ana Sofia.
Tudo começou com a reclamação de uma dor na perna e no quadril esquerdo. Remédios foram dados, um ortopedista foi procurado e, inicialmente, cogitou-se que seria sinovite transitória, inflamação não grave e que, conforme a previsão inicial, seria curada rapidamente. Ana Sofia, criança ativa e que praticava natação e balé, poderia, então, não se preocupar, pois tudo continuaria como sempre foi. A dor, porém, ia e voltava com semanas de diferença, às vezes em maior intensidade, o que chamou a atenção dos médicos. O sangue, até então, estava normal. Não sinalizava nada até que, no dia 20 de junho, veio a primeira suspeita, confirmada no dia seguinte, após a realização de um mielograma, exame que avalia a medula óssea.
SINTOMAS
Os sintomas de câncer infantil são variados e podem se apresentar de diversas formas. "Depende muito do local e do tipo de tumor", pontua a oncologista pediatra Patrícia Carneiro de Brito, do Araújo Jorge. O que importa é saber que vão ter muitos sintomas parecidos com aqueles de doenças comuns, mas com a diferença básica de que resistirão um tempo maior que o normal, mesmo com uso de medicação, e tendem a reaparecer, como foi o caso de Ana Sofia.
"O erro, tanto de familiares quanto de médicos, é achar que é corriqueiro, normal e que não precisa investigar." Febres que resistem por mais de três dias, dores na cabeça que se sobrepõem à medicação e dores nas articulações e membros são alguns exemplos.
Falta de doador é um agravante
A mobilização foi grande, movimentou pessoas em vários estados, mas Ana Cristina Mendonça, de 12 anos, não conseguiu encontrar um doador de medula compatível a tempo. A Aninha, como ela ficou conhecida, graças à tag ífTodosPela Aninha, que se multiplicou nas redes sociais com a ajuda de amigos, familiares, conhecidos e pessoas que se solidarizaram com a causa, faleceu no dia 12 de novembro, após passar por tratamento que durou cerca de oito meses.
A frente do movimento, a mãe da garota, a agente de trânsito Cristiane Karlla Mendonça Cunha, foi quem deu início á busca incessante por alguém que fosse compatível à filha e pudesse lhe salvar a vida. "A campanha teve adeptos em São Paulo, Minas Gerais, Tocantins e Goiás. Mobilizou vários segmentos, como Corpo de Bombeiros e Polícia Civil. Só em Porangatu, ela conseguiu mil doadores, mas, mesmo nesse universo todo, não encontramos alguém que fosse compatível", lamenta a mãe, cujo conforto, hoje, é saber que, ao engajar muitas pessoas e informá-las sobre a leucemia e a facilidade de doação da medula, encontrou doadores para outros pacientes.
"Tem de pensarem outras pessoas. Efico feliz em saber que a campanha da Aninha está ajudando de alguma forma. Eu me coloco a disposição de qualquer pai ou mãe que precisar de ajuda", diz Cristiane. A falta de informação, segundo ela, ainda é uma questão enfrentada no dia a dia por quem necessita de auxílio. O desconhecimento sobre como proceder ou, até mesmo, sobre a simplicidade do procedimento, na visão dela, às vezes, trava boas intenções e faz com que pessoas propensas a doar deixem de procurar um local indicado.
Também mãe de paciente, mas sem a necessidade de transplante, a contabilista Kamila Morais Rocha, conta que muitas das dúvidas e até das "certezas" erradas que ela tinha só foram esclarecidas quando a filha foi diagnosticada com leucemia. "Antes de entrar nesse mundo, eu via aqueles anúncios de TV sobre a procura por doadores e não tinha consciência da importância. Ninguém vai a fundo para saber o quanto é simples a doação de uma medula, o quanto é rápido o cadastro. Muita gente pergunta, falando que tem medo, porque ouviu falar que enfia uma agulha na coluna e tem risco de ficar paralítico. Respondo: 'gente, minha filha faz esse exame de 15 em 15 dias. Você só vai lá doar cinco mililitros de sangue'", expõe.
A internet, nessas horas, é uma aliada imprescindível e que ajuda a informar e conscientizar. Exemplo disso, embora com final triste, é a mobilização gerada por Cristiane e Aninha. A filha de Kamila já ficou famosa na cidade onde mora, em Mineiros, atraindo a solidariedade da população. Ana Sofia faz questão de gravar vídeos e postar em sua página do Facebook, explicando sobre a doença e as fases do tratamento.
Tumor infantil reage melhor
A oncologista pediatra Patrícia Carneiro de Brito, que atua no Hospital Araújo Jorge (HAJ), em Goiânia, explica que, no geral, os tumores de câncer infantil tendem a reagir melhor ao tratamento, se comparados aos casos de adultos e idosos. A maioria do casos registrados, na infância, são de leucemia, seguidos por outros exemplos quase sempre ocasionados por alterações genéticas. A depender do tipo de câncer, no entanto, é provável uma maior agressividade da doença, como ocorre, segundo ela, em tumores no tronco cerebral e determinados tipos de leucemia que são muito resistentes. "Mesmo que a gente descubra cedo, é difícil minimizar as consequências", pontua a especialista.
Apesar de o câncer infantil corresponder a uma média de apenas 3% de todos os pacientes que sofrem da doença, Patrícia alerta para o grau de mortalidade, sendo uma das principais causas de morte de crianças e adolescentes na Região Centro-Oeste. Entre 2001 e 2005, por exemplo, o levantamento Câncer na Criança e no Adolescente no Brasil, colocou a doença como o segundo principal motivo de morte na região, para a faixa etária entre 0 e 19 anos. Perdia somente para acidentes e causas externas.
Patrícia trabalha na ala infantil do hospital Araújo Jorge. Segundo ela, em média, são atendidas cerca de 50 crianças por dia, sendo que 42 já são pacientes que vão dar continuidade ao tratamento e outras duas vão pela primeira vez. "Hoje temos 18 leitos para pacientes internados e 20 de quimioterapia ambulatorial. Não existe uma fila de espera, mas também nunca está vazio", expõe. Ainda de acordo com ela, em termos de resposta ao tratamento e de sobrevida, Goiás está semelhante ao Brasil e ao resto do mundo, seguindo os mesmos índices.
Em relação às vagas, quando elas já estão preenchidas e trata-se de caso grave em busca de tratamento, é comum o hospital tentar agilizar a liberação de um leito. "O Sistema Único de Saúde (SUS) tem todo um protocolo de regulação e controle de vagas, mas, quando é urgente, pedimos junto à diretoria para acelerar. Câncer na infância é sempre emergência", diz. Entre os pacientes da ala infantil, estão desde os recém-nascidos até os com 19 anos de idade.
Quatro perguntas para Kamila Morais Rocha
A contabilista é mãe de Ana Sofia Morais Rocha, de 7 anos, e que enfrenta o tratamento contra a leucemia desde junho deste ano
1 – Como foi para você, mãe?
No começo, é um baque para toda mãe. Quando fala a palavra câncer, você já pensa que vai perder a pessoa, mas, assim…
2 – Chegou a pensar isso?
Sim, pensei. Até hoje, inclusive, mesmo ela estando bem, quando a gente perde alguma criança aqui (ala infantil do Hospital Araújo Jorge, onde a garota passa por tratamento), volta tudo. Recentemente, perdemos uma criança, muito amiga dela, que era igual a ela, estava com um quadro clínico semelhante, não internava para nada e ela se foi. Eu conto tudo para ela. Se a criança foi para a UTI, eu conto. Se a criança não aguentou, eu conto. Tudo ela sabe. Não escondo. E ela conhece todas as crianças.
3 – Você raspou o cabelo também?
Raspei. Desde o começo, eu falei para ela: "Não, minha filha. O seu cabelo vai cair, mas o da mamãe vai cair junto." Quando começou a cair o dela, ela estava muito incomodada. Fui lavar um dia, e vi que estava caindo muito. Nesse dia, eu liguei para um amigo e falei para ele raspar a minha cabeça, meu esposo também quis e até esse amigo raspou junto. Ficamos os três. Quando eu cheguei em casa, fiz a surpresa para ela. E ela achou o máximo, pediu para raspar o dela também.
4 – Mudou alguma coisa no comportamento dela?
Não sei se ela já era, mas depois que tudo aconteceu, eu fui ver o tanto que ela é forte, de fé e resistente. Ela passa força para todos. Quando uma criança falece, ela fala: "Mamãe, era a hora dela. Deus, no dia que nasce, ele fala pra gente o dia que a gente vai embora. A gente não pode ficar reclamando por causa disso. Ela está com Deus". Aí um dia eu questionei ela: "E se fosse com você? la achar bom?" Ela respondeu: "Ah, mamãe, eu não ia achar bom, mas se Deus me chamar, eu não posso discutir com Deus" Ninguém falou isso para ela. Ela que surgiu com isso. Ela vive sorrindo e passando força para todo mundo.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação