Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 23 A 25/03/13

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

O POPULAR

ASSOCIAÇÃO DOS HOSPITAIS PRIVADOS DE ALTA COMPLEXIDADE DO ESTADO DE GOIÁS (AHPACEG)

CARTA AOS USUÁRIOS DA UNIMED GOIÂNIA

Desde julho de 2012, a Ahpaceg vem negociando com a Unimed Goiânia o reajuste dos valores das diárias e taxas pagas há dois anos aos hospitais associados.  Esse reajuste é necessário para garantirmos a qualidade e a segurança dos serviços prestados aos cerca de 300 mil usuários da Unimed Goiânia.
Mas, após oito meses de negociação, o índice oferecido pela cooperativa ficou muito aquém do mínimo necessário para a garantia do bom atendimento aos usuários. A aceitação deste percentual implicaria a redução da qualidade desta assistência e colocaria em risco o funcionamento dos hospitais da Ahpaceg, fato que não admitimos.
Por isso, mantendo o compromisso de oferecer aos usuários desta operadora de planos de saúde e a toda sociedade uma assistência de qualidade, com segurança e resolutividade, os associados da Ahpaceg rejeitaram o reajuste proposto.
No dia 2 de abril, os hospitais associados vão suspender por 24 horas o atendimento aos usuários da Unimed Goiânia e intercâmbio. Neste dia, apenas os casos de urgência e emergência serão atendidos.
Informamos que essa é uma paralisação de advertência e que estamos abertos ao diálogo para que possamos continuar oferecendo aos usuários da Unimed Goiânia o atendimento com a qualidade que sempre marcou a assistência prestada pelos hospitais da Ahpaceg.
Contamos com a compreensão de todos os usuários que confiam na Unimed Goiânia e nos hospitais da Ahpaceg para cuidar de seu maior bem: a saúde.

Hospital de Acidentados

Hospital Amparo

Hospital Anis Rassi

Hospital da Criança

Hospital Evangélico de Anápolis

Hospital Infantil de Campinas

Hospital e Maternidade Jardim América

Hospital Monte Sinai

Hospital Samaritano de Goiânia

Hospital Santa Helena

Hospital Santa Mônica

Hospital São Francisco

Hospital São Salvador

Hospital São Silvestre

IOG – Instituto Ortopédico de Goiânia

………………………………………………………………
Dependência química
Ajuda de quem?

Angustiada, mãe luta para salvar três filhos do crack e seu drama
mostra dificuldade de conseguir resposta no poder público
Cleomar Almeida

É no meio de pilhas de materiais embalados para reciclagem, dentro de um galpão, no Setor Vale dos Sonhos, que a auxiliar de serviços gerais Luzinete Pereira de Araújo, de 46 anos improvisa um canto para morar com a família. Para cá, trouxe apenas alguns móveis que sobraram da sua casa, destruída em meio às brigas entre os três filhos, afundados no crack. Desesperada, ela deixou o emprego para dedicar todo o seu tempo para ir atrás de internação para eles. “Quero salvar os meus meninos”, desabafa. A corrida por socorro, todavia, tem feito ela e centenas de famílias caírem num labirinto, cheio de informações desencontradas em órgãos públicos.
Perdida numa via-crúcis, Luzinete acredita que apenas o Judiciário pode ajudá-la a resgatar os filhos, de 29, 27 e 23 anos de idade. E não é uma dor isolada. Só este ano, 98 famílias protocolaram, até a última semana, pedidos de internação compulsória no Estado. É quase a metade do total registrado ao longo de 2012. Na capital, a situação é mais crítica. São 36 pedidos de internação em apenas dois meses e meio, o equivalente a 88% do saldo do ano passado (veja quadro abaixo), conforme dados do Sistema de Processo Judicial de Primeiro Grau do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).
A quantidade de processos, todavia, pode ser bem maior, alerta a juíza Sirlei Martins da Costa, da 1ª Vara de Família e Sucessões de Goiânia. Alguns promotores de Justiça, por exemplo, entendem que antes é necessária a interdição do usuário de drogas – o reconhecimento de que ele não é mais capaz de administrar a sua vida – seguida de internação. Outros solicitam o tratamento diretamente. “Há muita confusão e as pessoas não sabem onde procurar o tratamento. Não têm informação de onde e quando vão encontrar vaga, por exemplo”, diz Sirlei.
Promotora de Justiça dos Direitos da Mulher, Rúbia Correa Coutinho reforça que muitas mães sofrem violência de filhos viciados e recorrem ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) para buscar tratamento ao agressor. “Orientamos que a mãe indique um lugar onde tenha vaga, para ver se conseguimos internação”, explica ela.
ANGÚSTIA PROLONGADA
Existem 120 viciados em drogas à espera de leitos em Goiânia, considerando só a lista do Pronto-Socorro Psiquiátrico Wassily Chuc, porta de entrada para o tratamento de dependentes químicos na capital. A fila é maior que o número de vagas disponíveis pelo Sistema Único de Saúde na cidade (102).
Quase sem lágrimas, Luzinete é o tipo de mãe que se expressa muito pelo silêncio. Já inteirou três anos na fila do pronto-socorro para conseguir um leito. Depois de passar pelo MP estadual, sua última parada foi na Defensoria Pública de Goiás, ainda em fase de instalação, na Região Sul da capital, bem longe de onde mora, na Região Norte.
A auxiliar de serviços gerais pensou que estava perto de dar fim a sua dor, mas na defensoria recebeu outra orientação para resolver pelo menos o problema do filho de 23 anos, o que mais lhe preocupa, já que ele deixou de dormir em casa, o mesmo que, quando menino, lhe ajudava a limpar a residência dos patrões. “Para pedirmos internação compulsória, ela terá de trazer um laudo, com um médico atestando a necessidade do tratamento”, explica a coordenadora da área de família e cível da Defensoria Pública de Goiás, Liliane Wascheck.
Desempregada, Luzinete conta apenas com a ajuda do marido, que trabalha com reciclagem. “Não sei como vou me virar. Mas estou pelejando porque é melhor sair do emprego do que perder meus filhos de vez”, diz, sem saber como conseguir um médico para arranjar um laudo. “Está muito difícil para mim, já não aguento mais esse sofrimento”, relata, na sala que organizou no fundo do galpão. “Pagar uma clínica particular é muito caro, não tenho condição”, lamenta.
MAIS DEFICIÊNCIA
O caso de Luzinete reforça, por outro lado, a precariedade da rede básica de atendimento aos usuários de drogas. Na região onde ela mora, não há Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CapsAD). Em Goiânia, só existem duas unidades especializadas, nenhuma ainda em periferia, onde os jovens estão mais vulneráveis ao problema. Esses postos, entretanto, entendem que a internação deve ser o último recurso do tratamento, seguindo orientação do Ministério da Saúde (MS).
O poder devastador e crescente das drogas já faz até os secretários de Saúde admitirem falhas nas políticas de atendimento. “Com respeito à área de desintoxicação e ambiente hospitalar para dependentes químicos, ainda está muito a desejar”, reconhece o titular da pasta estadual, Antônio Faleiros. “Faltam leitos. Por isso, o doente de saúde mental acaba sem assistência mais ampla”, acrescenta o secretário municipal de Saúde, Fernando Machado.
“A falta de ajuda e o monte de orientação diferente fazem aumentar minha dor, porque vou continuar vendo meus três filhos com a droga. É uma dor dolorida, que me machuca e deixa um vazio”, lamenta Luzinete.

Construção do Credeq segue a passos lentos
As obras do primeiro Centro de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeq) em Goiás seguem a passos lentos. Passados 57 dias da ordem de serviço, as máquinas ainda fazem a terraplanagem da área, na Avenida Copacabana, em Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital.
“A chuva tem dificultado o movimento da terra na área do Credeq”, alega o diretor de obras civis da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), Luiz Antônio de Paula. “Até julho do ano que vem vamos inaugurar essa unidade”, promete.
Já o primeiro Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CapsAD), na Região Noroeste de Goiânia, só deve ser inaugurado no fim deste semestre e não mais este mês, conforme havia prometido a coordenação de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Novo coordenador de Saúde Mental da SMS, Sérgio Spindola Mariano Nunes também promete para este ano ampliar para quatro o número de equipes do consultório de rua. Hoje só existe uma na capital.

Ela já perdeu até a fé
Com o filho mergulhado na cocaína, diarista não tem mais esperanças de vê-lo novamente em casa. Especialistas sugerem políticas articuladas
Cleomar Almeida
Na casa da diarista M.J.G, de 45 anos, dominam o silêncio e a tristeza e paira um tom de solidão. A cocaína entrou lá há sete anos, pouco antes de seu filho chegar à maioridade. Hoje o primogênito tem 25 anos, mas já saiu de casa para fugir da pressão dos traficantes. Ela não sabe seu paradeiro. Longe do filho seu desespero engoliu a sua fé. “Já não tenho mais forças para seguir nessa luta. Perdi até a fé em Deus para recuperar o meu menino”, conta ela, sentada na sala de sua casa, com as mãos sobre um travesseiro. “Nossa dor não entra nas estatísticas”, desabafa.
Assim como centenas de mães, M.J.G viu-se diante de um filho que se recusa a qualquer tratamento, porque não se enxerga como doente. “Ele não quer internação. Só ajudaria se fosse obrigatória, mas, se fosse assim, ele ia se revoltar”, diz a diarista, pontuando que percebeu o problema dentro de casa com a mudança de comportamento do filho. “Ele começou a dormir muito, faltava do serviço e não seguia compromissos, sendo que, até então, sempre foi responsável”, lembra, com a voz bastante trêmula.
O promotor de Justiça Marcos Antônio Ferreira Alves argumenta que a internação, sozinha, não resolveria o problema. “Não é só pelo tratamento médico que vaise resolver o problema, mas pela reinserção do usuário de drogas na sociedade”, observa. “O Estado precisa garantir saídas não apenas para desintoxicação, mas também para o resgate dessas pessoas às famílias”, frisa.
Sem ter o filho por perto, a diarista vive como se estivesse em estado de choque. Em casa, só tem a companhia de sua mãe, de uma enteada e de uma neta, de 2 anos, filha do mais velho. Mantém contato com o rapaz esporadicamente, apenas por telefone, mas constantemente vem à cabeça uma imagem que insiste na memória. “A pior situação que já presenciei até hoje foi um dia que cheguei e vi o meu filho em cima da cama, desmaiado. O nariz dele estava todo machucado, sangrando, de tanto cheirar cocaína”, recorda, antes de se desabar num choro prolongado e intenso. “As pessoas pensam que só o crack destrói famílias, mas não é”, emenda.
DESPREPARO
A expansão das drogas mostra o despreparo do Estado e dos municípios para enfrentarem o problema, na avaliação da presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO), Mônica Araújo de Moura. “As famílias estão desesperadas, sem saber o que fazer”, alerta, também conselheira-titular do Conselho Estadual Antidrogas. “Municípios e Estado devem agir de forma integrada, com equipes multidisciplinares”, sugere.
Na opinião do presidente dos Conselhos Municipal e Estadual de Saúde, Venerando Lemes de Jesus, o maior gargalo é a discriminação do usuário de drogas e a falta de união entre os poderes, para formulação de políticas públicas. “Cada um tem agido de forma tímida e isolada, pensando que vai dar conta da situação sozinho”, analisa.
Com as mãos cruzadas, a diarista suspira e desabafa: “Diante da falta de alternativas, acabei perdendo o meu filho, infelizmente.”
A pior situação que já presenciei até hoje foi um dia que cheguei e vi o meu filho em cima da cama, desmaiado. O nariz dele estava todo machucado, sangrando, de tanto cheirar cocaína. As pessoas pensam que só o crack destrói famílias, mas não é.”

M.J.G, diarista e mãe deusuário de drogas (25/03/13)
……………………………………………………

Cartas dos Leitores
Lixo hospitalar

Moro há 32 anos na Rua 1.121, antes uma rua calma onde trafegavam feirantes e moradores de três pequenos prédios recém-construídos. Hoje, com uma rua estreita, estão localizadas várias empresas, a OAB, a Igreja Fonte da Vida, a Polícia Federal, algumas clínicas e uma maternidade.
Esta maternidade, por sinal, que não respeita os moradores e pedestres da rua. O fundo da mesma fica na Rua 1.121. E é lá que fica o latão de lixo, que não tem separação. O mesmo fica em sacos pretos dentro e fora do latão, esparramado pelo chão, em cima da calçada, atrapalhando os pedestres, que são obrigados a atravessar a rua, onde existem árvores com galhos caídos em cima da calçada.
Esta semana ao passar pelo local, tinha sangue escorrendo pelo chão, que só foi lavado pela chuva três dias depois. Além de sangue, já me deparei com seringas e outros materiais hospitalares em sacos abertos. Se por algum motivo a Comurg não passa à noite, temos de conviver com esta podridão em nossa pequena rua.
Peço à Vigilância Sanitária que fiscalize com mais rigor, pois são vidas correndo risco.

Clélia de Jesus Leitão
Setor Marista – Goiânia (24/03/13)

Faculdade de Medicina
Caros leitores, a população da cidade de Goiás está ansiosa para que o desejo buscado torne-se uma realidade o mais breve possível. Esse desejo é de que a Faculdade de Medicina seja implantada o mais rápido possível. Já temos Letras, Direito, Filosofia, Serviço Social e outros cursos. A Faculdade de Medicina na cidade de Goiás dará vigor à mocidade, à população, à cidade. Temos estrutura física para que isso torne-se uma realidade, além do mais atenderá inúmeras cidades próximas. Esperamos que todos amantes do progresso e bem-estar de um povo colaborem para a realização desse sonho viável.

Augusta Faro Fleury de Melo – Goiás – GO (23/03/13)

…………………………………………………….
SAÚDE
Com serviço público lotado, clínicas aproveitam vizinhança

Em busca de uma melhor assistência a preços mais baixos que os encontrados na rede privada convencional, usuários do SUS migram das unidades básicas para centros instalados nas proximidades
Deire Assis

Na esteira das deficiências enfrentadas pelos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em busca de assistência médica, clínicas particulares têm se instalado no entorno dos Centros de Assistência Integral à Saúde (Cais) e Centros Integrados de Assistência Médico-Saintário (Ciams). Nestes locais, os pacientes têm acesso a consultas médicas e exames a baixo custo, se estes forem comparados aos praticados pela maioria dos serviços de saúde.
Reportagem do POPULAR publicada na semana passada mostra que a espera por uma consulta especializada pode chegar a 14 meses e é maior quando a necessidade é por assistência nas áreas de oftalmologia, endocrinologia, ortopedia, entre outras. De acordo com estatísticas da Diretoria de Regulação, Avaliação e Controle da Secretaria Municipal de Saúde, 70 mil usuários esperam na fila por uma consulta especializada em Goiânia, onde são realizados 30 mil novos agendados todo mês.
No entorno do Cais do Jardim América, um dos que recebem maior demanda de pacientes do SUS, há várias clínicas que oferecem exames clínicos e de diagnóstico, bem como consultas médicas. Uma das clínicas, o Centro de Especialidades Médicas, pertence ao médico Bernardo Paula Neto, eleito vereador em Goiânia, pelo PSC, nas eleições de outubro do ano passado. Conhecido como Dr. Bernardo do Cais, o médico atende na clínica duas vezes por semana. Na fachada do centro médico, a inscrição: “Consultas populares”.
É o médico-vereador quem explica: “Consultas populares são aquelas oferecidas a preços mais baixos. A pessoa que pagaria em torno de 300 reais, 200 reais por aí, lá paga 80 reais. Aí sobra inclusive para o remédio”, diz. Bernardo do Cais admite que muitos pacientes que o procuram no consultório particular são pacientes também da unidade pública de saúde. “É bom também para o sistema, porque desafoga um pouco o Cais. O médico ganha pouco, mas ganha, e é bom para o paciente, que é bem atendido”, frisa.
Bernardo do Cais defende a tese de que muitas pessoas que buscam assistência na rede pública têm condições de pagar pela consulta. “O SUS é universal e não dá conta da demanda. Quem tem um mínimo de condições de arcar com esse custo, prefere pagar do que esperar a sua vez”, defende. O médico, após eleito vereador, diz que não deixou de atender no Cais, “compromisso que fez com seus pacientes”, afirma. Atende na unidade no período da tarde, quando não há sessões na Câmara. Só no Cais do Jardim América, conta, está há 24 anos.
Em épocas de epidemia de dengue, como a experimentada por Goiânia em 2013, a demanda de pacientes nas clínicas instaladas no entorno dos Cais, aumenta. É o que garantem secretárias de algumas delas ouvidas pela reportagem. Nesse casos, são pessoas que buscam inclusive a emergência na rede pública, mas devido à alta demanda dos Cais, acabam desistindo de esperar e arcam com as despesas de uma consulta particular.
Na quinta-feira da semana passada, conta o médico-vereador, havia atendido no plantão do Cais 20 pacientes até o fim da tarde. No consultório particular, conta, a demanda é variável, mas em média, atende dez pacientes por dia de trabalho.
Em torno só do Cais do Jardim América há cinco clínicas. Em uma delas, o paciente marca consulta com ginecologista, de um dia para o outro, a um custo de R$ 150. O valor inclui a realizado de ultrassonografia endovaginal e exame preventivo contra o câncer de colo uterino.

Doméstica se cansa e paga por consulta
Pelo menos cinco clínicas particulares estão instaladas também em volta do Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais) do Setor Novo Horizonte, onde, semana passada, houve vários protestos de pacientes que denunciaram falta de médicos na unidade. Uma das clínicas pertence a um ex-médico do Cais, cardiologista, que conta hoje com uma clientela que também desistiu de tentar acompanhamento médico pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Uma de suas pacientes desde a época do Cais é a doméstica Maria de Lourdes Gregório da Mota Oliveira, de 59 anos. Ex-moradora da região, a mulher mudou-se para Aparecida de Goiânia onde, conta, passou a enfrentar ainda mais dificuldade para acompanhar de perto os problemas de coração. A alternativa encontrada foi arcar com o custo da consulta com o médico que a acompanhava na época em que se consultava no Cais do Setor Novo Horizonte.
“A gente tem que se virar para pagar senão quiser ficar passando mal sem assistência. Se eu tivesse que esperar pelo Cais, já tinha morrido”, queixa-se a doméstica, que tem rendimento de um salário mínimo mensal. Na semana passada, pelas suas contas, teria que arcar com um custo de 250 reais, que pagaria a consulta com o cardiologista ( 100 reais) e dois exames de diagnóstico, um eletrocardiograma (30 reais) e um holter (120 reais).
O desespero da mulher em busca de uma assistência mais ágil tem justificativa. Hipertensa, Maria de Lourdes teve um pico de pressão na semana passada, desmaiou e chegou a ferir a cabeça. “Tenho que me consultar com um neurologista também, mas esse vai ter que esperar. O salário não dá para tudo de uma vez”, explica. Na clínica, conta, ela já se consulta há dois anos. Outros dois anos ela foi paciente do médico no Cais do Setor Novo Horizonte.
Quem também desistiu de esperar por uma consulta com especialista no Cais do Setor Novo Horizonte foi a aposentada Maria Ferreira Justina, de 73 anos. “Há três anos eu pago particular, com muita luta”, diz. Uma vez por ano, pelo menos, a mulher passa por uma revisão pelo cardiologista, pagando 100 reais pela consulta. “Como os remédios para a pressão eu consigo retirar de graça na farmácia, aí já fica mais fácil”, conta.

Atendimento a 50 reais com ginecologista
Na semana passada, O POPULAR entrou em contato, por telefone, com várias das clínicas que se instalaram no entorno das unidades da rede básica de saúde do município de Goiânia. Numa delas, no Setor Finsocial, bem próximo do Centro Integral de Assistência à Saúde (Cais) localizado no bairro, a consulta com o ginecologista é oferecida a 50 reais. Se a paciente quiser fazer no mesmo lugar o exame preventivo de câncer de colo uterino, desembolsa 70 reais.
Na clínica, havia vaga para logo depois do feriado com médico que, segundo a secretária, atende também no Cais. Em outra clínica, perto do Cais do Novo Horizonte, a consulta com o cardiologista custava 90 reais e havia vaga para a mesma semana. Se o paciente fizer o eletrocardiograma na unidade, o preço sobe para 120 reais. O médico que trabalha na clínica, segundo a atendente, também faz parte dos quadros do Cais em frente.
Em outra clínica nas imediações do Cais do Novo Horizonte, são oferecidas consultas em praticamente todas as especialidades: clínico-geral; cardiologia; pediatria; ginecologia; dermatologia; otorrinolaringologia; urologia; oftalmologia; entre várias outras. Também de acordo com as atendentes ouvidas pelo POPULAR, a maior parte dos profissionais atende no Cais em alguns plantões.
De acordo com a Secretaria Municipal de saúde de Goiânia, órgão tem se “esforçado para suprir o déficit de profissionais médicos da rede pública de saúde na capital”. De acordo com o órgão, desde janeiro, 363 médicos entraram nos quadros da SMS. Destes, 201 são novos credenciados e 162 foram convocados por concurso público. Segundo o secretário municipal de saúde de Goiânia, Fernando Machado, o déficit de profissionais médicos na rede gira em torno de 15%. (24/03/13)
……………………………………………

Coluna Giro
Cartões vetados

Resolução do Conselho Regional de Medicina proibiu qualquer forma de desconto nos preços dos serviços médicos em Goiás via cartão fidelidade, cartão família, cartão saúde, etc. (23/03/13)

Urgência
Serão inaugurados amanhã 25 leitos na UTI Neonatal da Maternidade Dona Iris. (25/03/13)

…………………………………………
Jornada de Cirurgia Plástica
Médicos alertam para “milagres”

As pessoas interessadas em submeter-se à cirurgia plástica devem desconfiar dos serviços que vinculam o procedimento a questões estéticas, realizados na maioria das vezes a preços baixos e que, não raro, prometem resultados quase milagrosos. O alerta é feito pelo presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), José Horácio Aboudib, levando-se em consideração a grande quantidade de profissionais que realizam cirurgias plásticas sem serem de fato especialistas na área. Dados da SBCP revelam que em torno de 10% dos cirurgiões plásticos que atuam no país não são credenciados na entidade.
“O paciente deve ficar atento aos serviços que vinculam a cirurgia plástica à estética ou a qualquer outra variação. Isto é um engodo para atrair os pacientes”, destaca José Horácio Aboudib, ao acentuar que a medicina estética não é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina.
Aboudib participa, em Goiânia, da 26ª Jornada Centro-Oeste de Cirurgia Plástica, que se encerra hoje no Hotel Mercure, no Setor Oeste. O evento, que tem como tema central Face e Nariz, reúne profissionais de todo o País. O presidente da SBCP acentua que para ter acesso ao título de especialista em cirurgia plástica o médico deve cursar dois anos de residência em cirurgia geral e mais três anos de residência em cirurgia plástica.
LIPOASPIRAÇÃO
Os levantamentos da SBCP também indicam que a lipoaspiração é o tipo de cirurgia plástica mais realizada no País, responsável por 23,3% dos procedimentos. O implante de silicone para aumento das mamas aparece em segundo lugar, com 16,5% dos casos. O presidente da SBPC regional de Goiás, Nelson Fernandes de Moraes, destaca que a liderança da lipoaspiração está ligada a uma série de fatores, entre os quais o fato de o Brasil ser um país tropical, onde há grande exposição e valorização do corpo perfeito.

Preços baixos podem indicar qualidade ruim
Além do culto ao corpo, o presidente da SBPC regional de Goiás, Nelson Fernandes de Moraes, assinala que a lipoaspiração, intervenção mais comum no Brasil, está associada à realização de outros tipos de procedimentos, entre os quais as cirurgias na mama, face e abdome. “Em muitos casos a lipoaspiração é uma cirurgia complementar, que garante o refinamento do resultado”. Normalmente, o preço da lipoaspiração e do implante de silicone nas mamas varia de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Os representantes dos cirurgiões plásticos destacam que preços abaixo deste valor muitas vezes são indicativos de serviços de qualidade ruim.
Nelson Fernandes acentua que além de verificar se o cirurgião plástico está inscrito na SBCP e no Conselho Regional de Medicina, a pessoa a ser operada deve procurar hospitais com referências de qualidade e com sala de recuperação pós-anestésica (RPA), ambiente em que o paciente é monitorado antes de ir para o quarto. “Nos casos de cirurgia plástica, a RPA é mais importante que uma UTI (unidade de terapia intensiva )”, enfatiza. (23/03/13)
…………………………………………………………..
Artigo – Lições da tuberculose sobre internação compulsória
Amanhã, 24 de março, a tuberculose é lembrada mundialmente. Pode parecer um mal antigo, longe da realidade que vivemos atualmente. Entretanto, dados recentes da conceituada revista The Lancet apontam números ainda alarmantes do impacto da tuberculose na saúde humana. São quase 2 milhões de mortes em todo mundo, e quando avaliada apenas a faixa etária entre 30 e 40 anos, é a terceira causa global de óbitos.
São números incontestáveis de uma doença descoberta há 131 anos pelo médico e pesquisador alemão Robert Koch. E apesar do vasto conhecimento dos métodos para seu diagnóstico e disponibilidade universal de um tratamento eficaz, ela ainda norteia estatísticas alarmantes nos principais indicadores da saúde humana.
E à luz das manchetes atuais da polêmica envolvendo a internação compulsória para os dependentes químicos, quais lições podemos tirar da centenária luta contra a tuberculose? No início do século passado as internações por tuberculose representavam mais da metade de todos os leitos hospitalares na Europa. Era uma doença avassaladora, na qual não se dispunha de tratamento específico. Os doentes ficavam a mercê da sua própria capacidade de defesa. Algumas cirurgias conseguiam curar, mas deixavam os enfermos com sequelas mutilantes. Este sombrio cenário deu à tuberculose o epônimo de peste branca.
No Brasil, o cenário não era diferente. No final do século 19 já surgiam os primeiros locais de tratamento ou “segregação” dos pacientes com tuberculose. Na década de 1930 já havia mais 20 sanatórios, localizados em regiões afastadas das cidades e comumente em locais de maior altitude como nas conhecidas cidades da região serrana do Rio de Janeiro (Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo) e de São Paulo (principalmente na tão badalada Campos do Jordão, que tem a história de sua fundação entrelaçada com os surgimento dos sanatórios).
Na discussão sobre a internação compulsória para usuários de drogas, questionamentos são muito pertinentes sobre a vontade individual. Por isso, uma internação nesse caso só poderia acontecer quando exauridas todas as formas de tratamento ou caso apresentasse um risco iminente de morte. Situações essas que muitas vezes são limítrofes da capacidade individual de decisão. É claro que a internação compulsória contribuiu para o controle da tuberculose, mas, ainda assim, não foi suficiente para abrandar a discriminação sofrida pelos pacientes até os dias atuais.
Internar o usuário de droga está longe de resolver o problema. Não podemos apenas retirá-lo da sociedade, mas sim oferecer tratamento adequado. Nesse sentido, por ser um problema de saúde pública, é preciso melhor capacitação nos Centros de Atenção Psicossociais (CAPs), onde os profissionais pudessem ter condições dignas de trabalho e os indivíduos possam ser atendidos em condições de recuperação afetiva e social. Desta forma, evitaríamos problemas de exclusão social tanto para o usuário como para suas famílias.

Marcelo Fouad Rabahi é professor titular da Faculdade de Medicina da UFG e diretor de Ensino e Pesquisa do Hospital Alberto Rassi – HGG (23/03/13)
………………………………………..

JORNAL OPÇÃO

Saúde pública. O atendimento pelo SUS no Brasil chega a ser vexaminoso em muitos casos. Em Goiás e em Goiânia não tem sido diferente
– São 16 mil pessoas na fila de espera de cirurgias do SUS em Goiânia, número reconhecido pelo diretor de Regulação e Controle, Avaliação e Auditoria da Secretaria de Saúde de Goiânia, Cláudio Tavares Souza. E a solução para um problema começa em reconhecer que ele existe.

– Na verdade, a situação é tão complicada que parece que quanto mais o poder público faz, mais precisa fazer. Para se ter uma ideia, nos últimos 12 meses, foram realizadas mais de 133 mil cirurgias na rede pública goianiense.

– Os hospitais públicos de Goiânia, tanto da rede municipal quanto estadual, recebem pacientes dos 246 municípios goianos e de Estados como Bahia, Tocantins, Maranhão, Pará e outros. Assim não há como atender a demanda. (24/03/13)
……………………………………………
SAÚDE BUSINESS WEB
Mohamad Akl continua presidente da Central Nacional Unimed

A cerimônia de apresentação da nova diretoria executiva da Central Nacional Unimed (CNU) para o triênio 2013 – 2016 ocorreu nesta última quarta-feira (20/03) e o cargo de presidente permaneceu com Mohamad Akl, e Humberto Jorge Isaac foi eleito o primeiro vice-presidente da entidade.
Além disso, o presidente da Unimed Cuiabá, João Bosco de Almeida Duarte, foi reconduzido ao cargo de conselheiro administrativo, técnico e operacional da Central Nacional Unimed (CNU).
Veja abaixo a composição da nova diretoria executiva da Central Nacional Unimed
Mohamad Akl – Presidente;
Humberto Jorge Isaac – Vice-presidente;
Francisco Albeniz Bohrer Pilla – Diretor Administrativo e Financeiro;
Luiz Paulo Tostes Coimbra – Diretor de Mercado, Marketing e Comunicação;
Paulo Cesar Januzzi de Carvalho – Diretor de Atenção à Saúde e Intercâmbio; (24/03/13)
…………………………………………..
Santas Casas vão parar atendimento dia 8 de abril
Defasagem da tabela de procedimentos do SUS impõe um déficit de R$ 5 bilhões por ano às instituições, responsável por uma dívida total de cerca de R$ 12 bilhões

Santas Casas não realizarão procedimentos eletivos (não urgentes) dia 8 de abril como forma de demonstrar à população a delicada situação financeira que os hospitais enfrentam. O principal objetivo é promover a discussão e um alerta à sociedade sobre o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde.
O ato está sendo organizado em conjunto pela Confederação das Santas Casas, a Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, em parceria com as Federações e Frentes Parlamentares Estaduais.
As entidades destacaram que a manutenção da assistência nas urgências e emergências são primordiais para que a população não sofra desassistência generalizada.

Reivindicação
A pauta de reivindicações do movimento é o reajuste de 100% para os procedimentos de média e baixa complexidade da Tabela SUS. As entidades participantes formalizarão a adesão ao Ato, informando as autoridades de saúde estaduais e municipais sobre a paralisação do atendimento.
O Movimento Tabela SUS- Reajuste Já teve início em 2012 e vem promovendo diversos encontros e ações públicas para mobilizar a sociedade. “Contamos com a compreensão dos brasileiros nesta luta, cujo êxito trará ganhos significativos para toda a sociedade. Defendemos o diálogo que garanta algumas medidas emergenciais para que os hospitais mantenham o atendimento”, afirma, em comunicado, o diretor-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes de São Paulo – Fehosp – Edson Rogatti.
A defasagem da tabela de procedimentos do SUS impõe um déficit de R$ 5 bilhões por ano às instituições, responsável por uma dívida total de cerca de R$ 12 bilhões.
A maioria dos seus hospitais utiliza mais de 90% da capacidade no atendimento gratuito, embora a legislação exija apenas 60%. Hoje, algumas já fecharam as portas e muitas estão diminuindo o número de atendimentos para o SUS como forma de atenuar o déficit operacional. “Quando um hospital deixa de atender um paciente do SUS não o faz porque não é vantajoso, mas porque não é possível”, ressalta Rogatti.
Somente no Estado de São Paulo, as entidades filantrópicas respondem por 50,26% dos leitos públicos, realizando 50,78% das internações. Além disso, 56% das instituições estão localizadas em cidades com até 30 mil habitantes, assumindo posição estratégica para a saúde desses municípios, sendo os únicos a oferecerem leitos em quase 1 mil municípios de menor porte.
“Não podemos negar que a EC 29 trouxe avanços para o setor, como a determinação do que, de fato, é gasto em saúde. Mas, da forma como o texto foi aprovado, a área está deixando de receber cerca de R$ 35 bilhões. Dinheiro que, sem dúvida, deveria estar sendo empregado no atendimento à população no Sistema Único de Saúde (SUS). O centro do problema é a defasagem da tabela de procedimentos do SUS. Esse documento determina quanto o Governo deve pagar por cada intervenção realizada nos pacientes da rede pública. No geral, o déficit é de 40%, ou seja, para cada R$ 100,00 gastos os hospitais recebem R$ 60,00. E isso ocorre há anos, minando aos poucos a sobrevivência dos filantrópicos”, finaliza o diretor-presidente da Fehosp.
Números
-42 % dos transplantes realizados no Brasil, em 2011, foram feitos nas Santas Casas e Hospitais Beneficentes.
-79% dos transplantes de pâncreas foram realizados nas Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, assim como 54% dos transplantes de pulmão e 59% dos transplantes de rins.
-Em 2010, a Santas Casas realizaram 85 milhões de procedimentos, isto representa 9% do total, consumindo 30% dos gastos. E os procedimentos mais complexos estavam inseridos neste montante.
-Só no Estado de São Paulo, em 2010, foram dois milhões e quinhentas mil internações, sendo 50% realizado em Santas Casas e Hospitais Beneficentes.
-Dos 645 municípios do Estado de São Paulo, em 212 só existe uma Santa Casas ou hospital beneficentes respondendo pelo atendimento de toda a população.
-O SUS paga por um atendimento de urgência com observação de 24h e atenção especializada R$ 12,47.
-Uma consulta médica com observação de 24h é paga por R$ 12,47 pelo SUS.
-Uma consulta médica de pronto atendimento o SUS paga R$ 11,00
-Um eletrocardiograma custa pelo SUS R$ 5,15.
-Um exame de Urina, tipo 1, sai por R$ 3,70 no SUS.
-Uma dosagem de Creatinina custa no SUS R$ 1,85.
Origem
Conheça a origem das Santas Casas
As Santas Casas de Misericórdia nasceram em Portugal antes que o Brasil fosse descoberto. A primeira delas foi fundada em Lisboa em 1498. Antes destinada a alimentar famintos, dar assistência aos enfermos, consolar tristes, educar os enjeitados e sepultar os mortos. A primeira Santa Casa do Brasil foi criada em 1539, em Olinda (PE), seguidas pela de Santos (SP) em 1543, Vitória (ES) em 1545, Salvador (BA) em 1549 e São Paulo (SP) em 1560. (24/03/13)
…………………………………………………………………..

Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação