CLIPPING SINDHOESG 23 A 25/06/18

25 de junho de 2018

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
 

DESTAQUES
Família denuncia que grávida perdeu bebê por negligência médica, em Aparecida de Goiânia
Paciente com pneumonia internada em UPA aguarda há 4 dias transferência para UTI
Ministros liberam R$ 6,6 mi para investimentos em saúde
TRF3 reverte decisão que limitou reajuste de planos de saúde a 5,72%
Caiado propõe investimentos na saúde preventiva dos goianos
Pouco gasto em diagnóstico eleva prejuízo com o câncer
Afogamento é maior causa de mortes acidentais de crianças no Brasil
SUS incorpora novos tratamentos para doenças raras
Médico é condenado por estuprar pacientes durante consultas
Vítima de médico se sente aliviada por condenação
Crise na Saúde de Goiânia também afeta pacientes com transtornos mentais


TV ANHANGUERA/GOIÁS
Família denuncia que grávida perdeu bebê por negligência médica, em Aparecida de Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/familia-denuncia-que-gravida-perdeu-bebe-por-negligencia-medica-em-aparecida-de-goiania/6830003/
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Paciente com pneumonia internada em UPA aguarda há 4 dias transferência para UTI
http://g1.globo.com/goias/videos/t/bom-dia-go/v/paciente-com-pneumonia-internada-em-upa-aguarda-ha-4-dias-transferencia-para-uti/6829974/
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DIÁRIO DA MANHÃ
Ministros liberam R$ 6,6 mi para investimentos em saúde

O governador José Eliton (PSDB) participou do anúncio da liberação de RS 6,6, milhões pelo Ministério da Saúde, para 30 hospitais, laboratórios e clínicas credenciadas para ações de média e alta complexidade de Anápolis, na última sexta-feira, feito pelos ministros Gilberto Occhi (Saúde) e Alexandre Baldy (Cidades), que auxiliou nas tratativas junto ao Governo Federal. O prefeito Roberto Naves (PTB) recepcionou as autoridades.
Os recursos do Ministério da Saúde (RS 6,6 milhões) serão destinados a 30 hospitais, laboratórios e clínicas credenciadas para ações de média e alta complexidade como, por exemplo, custeio de leitos de UTI e de procedimentos voltados para doenças renais crônicas, cardiologia, neurologia, transplantes, oncologia, implantes, ortopedia, traumatologia, oftalmologia, cirurgias eletivas e demais procedimentos de pequeno, médio e grande portes.
O incremento de R$ 6,6 milhões totaliza agora cerca de R$ 114,6 milhões/ano, destacou o ministro Gilberto Occhi: "Esse investimento na Saúde de Anápolis será constante, garantido para os próximos anos" Anápolis recebeu, nos últimos anos, mais de R$ 130 milhões do Ministério da Saúde, Informou o ministro.
Segundo Alexandre Baldy, "moradores de quase 70 municípios da região serão beneficiados pelo Investimento que está sendo liberado hoje, o que significa a melhoria da saúde pública"."
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TRF3 reverte decisão que limitou reajuste de planos de saúde a 5,72%

Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) afirma que irá recorrer

O desembargador Nelton Agnaldo Moraes dos Santos, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), anulou uma decisão da Justiça Federal em São Paulo que havia imposto um teto de 5,72% para o reajuste de planos de saúde individuais neste ano.
Em decisão liminar (provisória) do último dia 12, o juiz federal José Henrique Prescendo, da 22ª Vara Cível de São Paulo, aceitou pedido feito em uma ação civil pública pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Para o magistrado, seria "excessivo" autorizar um reajuste maior do que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA) relativo à saúde e aos cuidados pessoais.
Ao reverter a decisão, atendendo a recurso da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o desembargador Moraes dos Santos afirmou ser "bastante abstrato o conceito de 'reajustes excessivos'", pois a dinâmica de preços dos planos de saúde é complexa e não se vincula às variações inflacionárias.
"Parece inquestionável que tais reajustes não possam ser pautados por índices inflacionários. Fosse isso possível, o papel da agência reguladora, nesse aspecto, seria praticamente nulo, visto que bastaria uma norma que vinculasse os reajustes dos planos de saúde a esse ou àquele índice inflacionário", escreveu o desembargador em sua decisão, assinada na sexta-feira (22). Ele suspendeu a liminar e determinou uma nova instrução processual do assunto, até que se possa decidir a questão de mérito em definitivo.
Em nota, o Idec lamentou a decisão, que, para o instituto, foi "tomada apenas considerando os argumentos das empresas sem levar em conta os fatos gravíssimos que o Idec e as organizações de defesa do consumidor vêm denunciando há anos".
Segundo a entidade, o Tribunal de Contas da União (TCU) já apontou irregularidades na metodologia que a ANS utiliza para calcular os reajustes máximos dos planos individuais. "A decisão desconsidera a gravidade dos erros na metodologia dos reajustes aplicados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e ignora suas falhas, permitindo que a lesão aos consumidores se agrave", disse o Idec, acrescentando que irá recorrer.
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Caiado propõe investimentos na saúde preventiva dos goianos

Senador do Democratas participa, em Rio Verde, de encontro da frente Unidos para Mudar Goiás, com a presença de 1,2 mil lideranças de diversos partidos
O pré-candidato ao Governo de Goiás, Ronaldo Caiado (Democratas), defendeu, ontem, em Rio Verde, no Sudoeste Goiano, o foco em investimentos na saúde preventiva da população e a realização de convênios para atender pacientes que necessitam do apoio do Estado.
A fala foi durante encontro da frente de oposição Unidos para Mudai" Goiás, que reuniu o senador Wilder Morais (Democratas), o prefeito Paulo do Vale(MDB) e mais de 1,2 mil lideranças, deputados, prefeitos e pré-candidatos.
Médico com mais de 40 anos de atuação, Ronaldo Caiado defende a realização de convênios e uma parceria direta entre governo, municípios e agentes comunitários para criar uma rede de medicina preventiva competente para os goianos. Segundo o senador, hoje há pouca preocupação do Estado com a prevenção.
"Queremos fazer uma transformação neste sentido. Hoje quantos hipertensos não recebem o acompanhamento que deviam? Nosso trabalho é cuidar da saúde da população. Vamos fazer uma ação de convênios com academias e educadores físicos para que as pessoas mais humildes tenham condições e motivação para cuidar da saúde. Teremos uma academia popular para isso. Academia não pode ser lugar de rico apenas"," defendeu.
Ronaldo Caiado afirmou que pretende estabelecer também parcerias para com empresas e igrejas para a recuperação de dependentes químicos e criticou os milhões gastos pelo governo nos Credeqs, que até não estão em funcionamento. "Na área médica saberemos cuidar Nós vamos inovar. Não faremos como o governo, que começa suas iniciativas e não termina. Qual o resultado teve o Credeq com milhões gastos e obras não terminadas? Vou chamar as empresas para que possam ajudar a recuperar jovens" explicou.
Em sua fala, o democrata também cobrou a prometida regionalização da saúde, que nunca saiu do papel. "Onde estão os hospitais regionais? Os desafios que temos na área da saúde são enormes. O Tribunal de Contas do Estado disse publicamente que Goiás não aplica o que determina a Constituição em saúde e educação há quatro anos" revoltou-se.
Colega de Senado e pré-candidato à reeleição, Wilder Morais fez um testemunho do prestígio do colega em nível nacional. "Ronaldo Caiado é a reserva moral da política brasileira. Hoje ele poderia ser candidato a presidente da República. Mas quer ser governador para fazer uma gestão que seja referência para o Brasil, de como se faz política com transparência, usando as verbas de forma correta em cada setor. Com certeza o povo goiano quer mudança e essa é a sua vez. O senhor será nosso próximo governador A aceitação do seu nome é enorme" assegurou.
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Pouco gasto em diagnóstico eleva prejuízo com o câncer

Preocupante. A Agência Internacional para Pesquisas do Câncer (IARC) revela que no Brasil cada morte por "neoplasia gera um prejuízo de cerca de R$ 176". Isso mesmo. A conclusão foi feita a partir do cruzamento de informações com os dados atuais do Sistema Único de Saúde (SUS), que 'apontam mais de 206,8 mil mortes no País em 2015 em decorrência de câncer". O dado leva a uma triste projeção, triste mesmo: um déficit de R$ 36,4 bilhões na economia brasileira. Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) mostra que no ano passado foram realizadas "mais de 11,7 milhões de análises que, com valor médio em cerca de R$ 14, custaram aos cofres públicos cerca de R$ 166,2 milhões". A conclusão que a SBP chegou é que "é possível notar que no Brasil pouco se investe em diagnósticos, mais especificamente análise por anatomia patológica e citopatologia, que podem antecipar o diagnóstico de câncer e determinar o melhor tratamento para o paciente". O presidente da SBP, o médico Clóvis Klock, sustenta: "Comparar os números que levantamos via SUS com as projeções do IARC escancara a precarização do procedimento diagnóstico no Brasil. Hoje um médico patologista trabalha de graça e pode até ter que tirar dinheiro do próprio bolso para comprar material quando atende na saúde pública".
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Afogamento é maior causa de mortes acidentais de crianças no Brasil

Todos os dias no Brasil 17 pessoas morrem afogadas, sendo que três delas são crianças
O esquiador americano Bode Miller, seis vezes medalhista olímpico, passou neste mês por uma tragédia familiar que repercutiu em vários países. Ele perdeu Emeline, a filha de um ano de idade, encontrada inconsciente na piscina de um vizinho. Enquanto os pais conversavam, não perceberam que a menina havia caído na água e estava se afogando. Quando o socorro chegou, já era tarde
Nos Estados Unidos, dez pessoas morrem afogadas diariamente, conforme a USA Swimming Foudation. O afogamento é a principal causa de morte não intencional em crianças de um a quatro anos no país.
No Brasil, o quadro não é diferente. Todos os dias, 17 pessoas morrem afogadas -sendo que três delas são crianças-, de acordo com o Ministério da Saúde.
Em 2016, ano com os dados mais recentes» foram 913 obitos por afogamento de crianças de até 14 anos de idade Essa é a maior causa de morte acidental entre crianças na faixa de um a quatro anos, sendo a piscina o local onde a maioria dos incidentes ocorre, ainda conforme o Ministério da Saúde.
"Afogamento não é acidente, não acontece por acaso, tem prevenção", ressalta o médico David Szpilman, da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa). "O grande problema é que não se dá a devida importância a esse vilão da saúdepública" como diz Szpilman. "Não há campanhas de combate ao afogamento" critica.
A blogueira Odeie Souza escreve desde 2007 para alertar sobre o perigo dos ralos das piscinas-uma ameaça mesmo àqueles que sabem nadar. Em 1998, sua filha Flávia, na época com dez anos, teve os cabelos puxados por causa da sucção.
"Já são mais de 20 anos desde que você sofreu o acidente que lhe deixou vivendo em coma. Por causa da sucção dos ralos de piscinas, que infelizmente continuam a ocorrer em todas as partes do mundo, querida. O descaso com a vida humana é revoltante. Tenho lutado pela Lei de Segurança nas Piscinas que salvaria tantas vidas e evitaria que outras crianças venham a ter o seu destino, mas as autoridades pouca atenção nos têm dado" escreveu Odeie no Dia das Mães, mês passado.
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SUS incorpora novos tratamentos para doenças raras
Com as alterações, portadores de Mucopolissacaridoses tipo I e II vão contar com duas novas opções de medicamento: a laronidase e a idursulfase alfa
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias aprovou novas opções de cuidado para quem sofre de doenças raras no Brasil. Os tratamentos, de acordo com o Ministério da Saúde, devem ser disponibilizados em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir do segundo semestre de 2018.
Com as alterações, portadores de Mucopolissacaridoses tipo I e II vão contar com duas novas opções de medicamento: a laronidasee a idursulfase alfa Para quem sofre de Deficiência de Biotmidase, a novidade é a aprovação de protocolos que orientam a assistência na rede pública. Os protocolos para a Síndrome de Tumere a Hepatite Autoimune também foram atualizados.
Os chamados Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas funcionam como documentos oficiais que estabelecem critérios para diagnóstico; tratamento preconizado, incluindo medicamentos e demais tecnologias; posologias recomendadas; cuidados com a segurança dos doentes; mecanismos de controle clínico; e acompanhamento e verificação de resultados terapêuticos.
NÚMEROS
Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que as doenças raras afetam até 65 pessoas em cada grupo de 100 mil indivíduos, sendo 80% decorrentes de fatores genéticos. No Brasil, cerca de 13 milhões de pessoas são acometidas por esse tipo de enfermidade.
O ministério informou que, desde 2014, o SUS incorporou 19 exames de diagnóstico e 11 medicamentos, além de organizar a rede de assistência a doenças raras no Brasil. O país conta, atualmente, com sete serviços de referência nesse tipo de atendimento.
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FOLHA DE S.PAULO

Médico é condenado por estuprar pacientes durante consultas

A Justiça de Goiás condenou, na semana passada, o médico Joaquim de Sousa Lima Neto, 58, a dez anos, nove meses e 18 dias de prisão, em regime inicialmente fechado, por três estupros e três violações sexuais contra pacientes durante consultas ginecológicas. O médico está preso desde janeiro, quando a Polícia Civil tomou conhecimento dos casos.
Após as acusações recentes contra ele, outras 32 mulheres procuraram a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEM) de Goiânia, onde ele atuava, para prestar queixa pelos mesmos crimes. Entretanto, na maioria dos casos, o prazo da denúncia já havia prescrito.
Segundo as investigações da Polícia Civil, ele agia sempre de forma semelhante: introduzia o dedo nas genitais das vítimas e as ofendia verbalmente enquanto elas estavam deitadas na maca. Em um dos casos, ele teria chegado a praticar sexo oral na paciente.O médico trabalhou por 30 anos em um grande hospital na região central da cidade.
Em sua justificativa, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) alegou que o médico aproveitava-se do momento de vulnerabilidade após as vítimas estarem despidas para o exame e violava as mulheres sexualmente, chegando a estuprar algumas delas. Ainda segundo o MP-GO, o acusado fazia perguntas de cunho sexual impertinentes à consulta médica, oferecendo orientações para melhorar o desempenho da relação sexual, embora as pacientes não tivessem solicitado nenhum auxílio nesse sentido.
Ficou comprovado nos autos que o réu, valendo-se de sua condição de médico e das características próprias do exame ginecológico, induziu as vítimas em erro, a fim de praticar atos libidinosos diversos da conjunção carnal, utilizando-se de meio fraudulento que dificultou a livre manifestação da vontade das ofendidas, consistente na realização de exame de toque ginecológico, sem que houvesse a efetiva necessidade do mencionado exame , escreveu na sentença a juíza Placidina Pires, da 10ª Vara Criminal de Goiânia.
Segundo a sentença, a defesa do médico argumentou que, devido a sua altura, ele não teria condições de estuprar as vítimas da forma como foi relatado.
O Conselho Regional de Medicina (Cremego) informou que, no final de janeiro, após tomar conhecimento da prisão do médico por suspeita de abuso sexual contra pacientes, instaurou uma sindicância para apurar a conduta do profissional.
Entretanto, ressaltou que o procedimento, em andamento no Conselho, tramita em sigilo processual, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional (CPEP) médico .
Ainda segundo o órgão, a instauração de ação penal e a condenação do médico pela Justiça não interferem na tramitação do processo no Cremego, que apura infrações ao Código de Ética Médica.
Mesmo preso e condenado pela Justiça, o médico atualmente, encontra-se em situação regular junto ao Cremego, podendo exercer normalmente a medicina em Goiás , informou o Conselho.
O Conselho informou ainda que, conforme já divulgado anteriormente e de acordo com informação disponível no site do Cremego a todos os interessados, o médico não tem registro na especialidade de ginecologia. O anúncio de especialidade não registrada infringe normas do Conselho Federal de Medicina  (CFM) e também está sendo apurado pelo Cremego.
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O POPULAR

Vítima de médico se sente aliviada por condenação

JUSTIÇA Ginecologista foi condenado a 10 anos por três estupros e três violações sexuais contra pacientes. Outras 32 pessoas também declararam ter sofrido abusos
Uma das pacientes que denunciou o médico Joaquim de Souza Lima Neto disse que se sente aliviada após a condenação do ginecologista. Eia foi umas das primeiras pessoas que procuraram a Delegacia da Mulher (Deam) para apresentar queixa contra o comportamento do médico dentro do consultório. "Eu cheguei a pensar que isso não iria adiante, que ele jamais pudesse ser, sequer, julgado. Mas, agora, sinto que a justiça foi feita. Espero que isso sirva como incentivo para todas as mulheres que já foram abusadas procurem a delegacia", desabafa a mulher que pediu para não ter o nome divulgado.
O médico foi condenado a 10 anos, nove meses e 18 dias de prisão em regime fechado. A defesa dele foi procurada, mas preferiu não comentar o assunto por enquanto. O advogado Caio Victor Lopes Tito informou que até a noite desta quinta-feira (20) não havia sido notificado da decisão e que, por isso, não poderia falar sobre o assunto. "Estive essa tarde com o doutor Joaquim e ele também não havia sido notificado. Por isso, não temos condição de nos manifestar sobre o assunto", ressaltou.
Joaquim de Souza Lima Neto está preso desde o começo do ano no Núcleo de Custódia, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Mais de 30 mulheres se apresentaram na Deam para relatar abusos, mas nem todos os casos puderam ser denunciados, já que o prazo para de alguns deles já havia sido encerrado. Delegada da Mulher, Ana Elisa Gomes Martins entende que o julgamento foi ágil. "Percebemos que houve preocupação do Poder Judiciário, talvez pela gravidade dos crimes ou mesmo pela quantidade de vítimas. O fato é que ficamos satisfeitos com isso", diz.
A paciente que disse estar aliviada com a condenação do médico se lembra que outras mulheres, também pacientes do ginecologista, a criticaram. "No depoimento, depois na audiência, algumas pacientes do médico diziam que eu estava louca, que eu não sabia o que estava fazendo e que iria acabar com a vida de um médico excelente. Eu não sei o que ele fazia com outras pacientes dentro do consultório. O fato é que o abuso ocorreu e isso é um crime e todo crime deve ser denunciado e punido", frisa.
O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) apura a conduta do médico desde sua prisão, em 23 de janeiro deste ano. Segundo a acusação apresentada pelo Ministério Público à Justiça, em 15 de fevereiro desse ano, os crimes ocorreram entre 1994 e 2018 e a forma de atuação do médico ocorria sempre de forma semelhante. Ele introduzia o dedo nas genitais das vitimas e as ofendia verbalmente enquanto elas estavam deitadas na maca para a realização da consulta. Isso sempre ocorria dentro do consultório.
O médico já havia sido condenado por violação sexual mediante fraude de outras pacientes em 2015 e recebeu como pena multa de R$ 5 mil, além de três anos de prisão, convertidos em serviços comunitários. Mesmo assim ele continuou trabalhando e cometendo os abusos, segundo consta no inquérito e na denúncia. O médico, à época, também declarou que não tinha especialização, mas atuava como ginecologista há vários anos.
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JORNAL OPÇÃO

Crise na Saúde de Goiânia também afeta pacientes com transtornos mentais

Por Fernanda Garcia

Famílias relatam que não estão conseguindo vagas para internação nas unidades psiquiátricas conveniadas ao SUS. Além disso, faltam insumos e a estrutura é precária

A sala de espera do Pronto Socorro Psiquiátrico Wassily Chuc, em Goiânia, fica apinhada de gente todos os dias, geralmente, entre o horário de almoço e o meio da tarde, segundo os funcionários encarregados pela limpeza do hospital. Na última terça-feira (19), a salinha verde, quase monocrática não fossem suas paredes descascadas, estava exatamente assim: cheia. Várias famílias de pacientes, amigos e até guardas de uma escolta prisional ocupavam o cômodo, a maioria esperando uma resposta quanto aos procedimentos após a realização do atendimento. Grande parte, no entanto, acompanhantes de pessoas em que os casos exigiam internação prolongada, voltavam desalentados para casa por conta da falta de vagas imediatas.
“Não tem condições de eu voltar com ela desse jeito. Eles dão um remédio, mas e a hora que passar o efeito, o que eu vou fazer?”, questiona Maria [nome fictício], 60 anos, mãe de uma paciente que estava sendo atendida no pronto socorro. Ela conta que a filha, diagnosticada com esquizofrenia, já estava há dois dias passando por um surto psicótico e necessita de atenção especializada. Com a idade avançada, Maria diz que é difícil cuidar sozinha da filha nesse estado. “Eu não tô dormindo nada, eu só consegui trazer ela porque a irmã me ajudou”, relata. Segundo ela, o médico requisitou a internação, mas como não havia vaga naquele momento, a orientação foi para que voltassem para casa e aguardassem o surgimento de um leito.
O Wassily Chuc funciona apenas como uma porta de entrada para o atendimento. O hospital pode acolher o paciente por até 72 horas, em casos urgentes. De lá, dependendo da avaliação, ele é encaminhado para um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) ou, para os mais graves, uma unidade psiquiátrica conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade. A situação da filha de Maria, que configuraria caráter de urgência, é complicada. De acordo com a mãe, os médicos alegaram que o pronto socorro não tinha estrutura adequada para mantê-la, já que a condição da paciente era “mais complexa”.
Em circunstâncias parecidas, Francinete, 37 anos, aguardava resposta ao lado de sua mãe, que tinha acabado de ser atendida e estava sentada no banco entorpecida pela medicação. Ela reclama da escassez de informações e descaso com pessoas que sofrem de transtornos mentais. “Eu nem sabia que tinha esse hospital. Primeiro fui em um Cais procurar ajuda e aí eles me encaminharam para cá”, afirma. Em tom de desabafo, enquanto espera, ela lamenta que o hospital não tinha ao menos um analgésico para sua mãe, que reclamava de dor de cabeça.
Ao ir embora, Francinete revela que o psiquiatra solicitou trinta dias de internação. Porém, a história se repete. Mesmo com a necessidade do tratamento, a única possibilidade para o momento era o cadastro no sistema de regulação e ficar na fila de espera por uma vaga. “É um absurdo. A gente paga tanta coisa, é imposto de tanta coisa, e quando a gente mais precisa, simplesmente não tem retorno nenhum”, afirma.
Naquele dia, apenas uma paciente havia conseguido ser internada. A cunhada dela, que não entrou em muitos detalhes, contou que a família quase toda se deslocou do interior para Goiânia em busca de atendimento. Ela disse que os familiares já estavam há mais de onze horas no Wassily Chuc aguardando a desocupação de um leito.
Emergência
O Wassily Chuc, gerido pela Prefeitura de Goiânia, funciona como um pronto socorro especializado no atendimento emergencial de pessoas com transtornos mentais. De acordo com o diretor da unidade, Fabrício Meneses, o hospital conta com 35 leitos, destinados para pacientes que apresentam um quadro grave e que precisam de internação imediata. Apesar de existir, teoricamente, um tempo padrão para que esse paciente seja acolhido, na prática a história é diferente.
“Nós somos um pronto socorro, então aqui deveria funcionar como um Cais. Na política de funcionamento, o paciente permaneceria em observação por até 72 horas, para efeito de diagnóstico ou algumas particularidades de cada caso. Ele deveria permanecer por esse tempo e a partir daí, necessitando de um tratamento prolongado, ou seja, uma internação, nós lançamos ele no sistema de regulação de leitos e a regulação irá buscar um leito para a internação em algumas das clínicas da rede conveniada”, esclarece Fabrício.
Ainda assim, com essa política, alguns pacientes acabam permanecendo por mais tempo no hospital em decorrência da falta de vagas nas clínicas. “Temos um paciente aqui, foi um caso grave, um acontecido durante o tratamento dele em outra clínica. Ele veio para nós pela emergência e acabou permanecendo por 40 dias, porque clínica nenhuma estava conseguindo aceitá-lo”, conta. Segundo o diretor, essas circunstâncias se aplicam quando o quadro do enfermo é considerado muito grave.
Questionado sobre os pacientes que estavam sendo mandados embora para casa, Fabrício explicou que todos passam por uma avaliação e os casos que não configuram alto risco são liberados. “O paciente sai daqui encaminhado, medicado e fica aguardando. É o caso em que ele consegue aguardar sob os cuidados da família. Agora, aquele caso que não, aí é onde a gente ocupa nossos leitos”, diz.
Estrutura
As condições do prédio da unidade são visivelmente precárias. Na recepção, não há nada que indique que funcione um pronto socorro ali, a não ser pelo nome estampado no muro. Quem não conhece o hospital, deve seguir as pistas invisíveis trazidas pelo corredor esquerdo até encontrar a sala de espera. Às vezes, encontra-se um segurança na porta. Às vezes, não. Os pacientes, alguns mais agitados e outros dormentes pela medicação, esperam a finalização do atendimento nessa sala, enquanto familiares ou choram ou estão apenas resignados, acostumados demais com aquele cenário.
O diretor da unidade afirma que os problemas são mesmo estruturais. Enquanto a reportagem do Jornal Opção estava no hospital, na semana anterior à entrevista, um enfermeiro passou pelo corredor relatando que trazia uma maçaneta da própria casa, já que o prédio carecia até desse item. O Wassily Chuc passa pela instabilidade e dificuldades de ser instalado em um local alugado. Segundo Fabrício, ações para melhorar a estrutura acontecem de forma lenta.
No que diz respeito a equipe de profissionais, o diretor diz que um processo seletivo realizado recentemente reforçou a equipe, trazendo técnicos de enfermagem, enfermeiros, arteterapeutas e musicotepeutas. Ainda conforme Fabrício, quanto aos medicamentos, ocasionalmente falta determinado produto que é substituível por outro.
Caps
Os cuidados prestados aos pacientes psiquiátricos, com a implementação da Política Nacional de Saúde Mental no país, deve primar pela integração comunitária e não isolamento. Por isso, a internação, segundo especialistas, só acontece em último caso. Tendo isso em vista, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) são locais voltados especificamente para o acompanhamento desses pacientes e dependentes químicos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Goiânia conta com 9 unidades: Caps II Esperança, Caps III Novo Mundo, Caps II Água Viva, Caps II Vida, Caps II Beija-Flor, Cap II Girassol, Caps II Casa, Caps III Noroeste e Caps II Negrão de Lima.
Uma servidora que não quis se identificar conta que os centros sofrem com a falta de itens básicos, como alimentos, sabonetes e medicação. “A equipe é competente, o que falta é mais investimento nas unidades. O dinheiro que vem do Ministério da Saúde não chega nos centros e as unidades realmente precisam de mais apoio”, reitera.
De acordo com ela, é recorrente que os pacientes tenham que comprar os próprios remédios, que costumam ser caros. Além disso, o trabalho dos servidores é dificultado pela carência de recursos. “Os materiais para trabalhar não chegam e isso acaba atrapalhando nosso serviço. A realização de bazares, por exemplo, que é uma coisa não permitida, acaba sendo a única opção”, revela. Segundo a servidora, o sucateamento das redes acarreta no que eles mais temem: “Às vezes, por falta de estrutura, temos que negar atendimento”.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação