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DIÁRIO DA MANHÃ
Imas reafirma alterações com nova gestão
Milena Porto – Da Editoria de Política & Justiça
O Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas) divulgou Nota Oficial em relação à paralisação no dia 25 de abril anunciada pelo Comitê das Entidades Médicas. O Instituto reafirma que está aberto a negociações com as entidades no sentido de reorganizar os serviços prestados e estabelecer uma relação ética e transparente com seus credenciados.
A nota informa que já foram realizadas várias reuniões com os prestadores de serviços credenciados ao Imas e os representantes, por meio do Comitê de Integração das Entidades Representativas dos Médicos e dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (Cier) e da Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (Aheg).
De acordo com a presidenta do Imas, Cristina Naval, uma das queixas das entidades é a falta de negociação e a nova gestão do instituto tem buscado ações para melhorar a relação com os prestadores de serviços, como o reajuste dos valores das consultas médicas e negociação de dívidas em atraso. “As entidades colocam alguns critérios, e com essa nova gestão estamos retomando negociações e já fizemos alterações”, afirma.
Cristina Naval acredita que o prejuízo da paralisação, caso seja plena, será muito grande, já que o instituto tem 67 mil credenciados e cerca de 2 mil emissões de guias por dia. “Vamos informar e pedir compreensão dos usuários para evitar tumulto neste dia, já que essa decisão não depende do Instituto”, informou.
A paralisação irá acontecer quinta-feira, 25. Apenas emergências e urgências serão atendidas.
O presidente da Associação Médica de Goiás (AMG), dr. Rui Gilberto Ferreira, explica que a paralisação, de nível nacional, é um alerta aos planos de saúde em função dos baixos pagamentos e interferência na autonomia dos mesmos. “Doze operadoras de planos de saúde, com consulta no valor inferior a R$ 60, terão o atendimento suspenso. O movimento visa trazer valorização para a categoria”, afirma.
O Comitê das entidades, integrado também pelo Conselho Regional de Medicina (Cremego) e o Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás (Simego), recomenda aos médicos ainda que se descredenciem do plano que consideram o pior.
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Bebê pode ser doado
Caso comprovada esquizofrenia da mãe, menina, que completará um mês, pode ser colocada para adoção, diz promotor
LEANDRO ARANTES
O bebê da mulher que foi diagnosticada como esquizofrênica, em Jataí, está próximo de completar um mês de idade e até o momento seu futuro permanece indefinido. Sem documentos e nenhum parente localizado, a mãe, que diz se chamar Ana Paula, e com uma doença psiquiátrica, não pode nem mesmo registrar a própria filha. A Secretaria da Assistência Social e a promotoria pública aguardam o desenrolar do caso para definir se a criança será posta para adoção ou se fica com a mãe. Até que se defina, o bebê, que a mãe deu o nome de Ana Carolina, permanece abrigado em um lar transitório, por força de ação judicial.
De acordo com a coordenadora da Secretaria de Assistência Social de Jataí, Dinalice de Arruda Silva, tudo que competia ao órgão fazer, foi feito. Eles abrigaram Ana Paula, fizeram exames pré-natais, acompanharam o parto e a colocaram em uma clínica para iniciar o tratamento contra os transtornos mentais. Seu companheiro, Valdeci, que também estava em situação de rua, foi localizado e está junto dela. “Fizemos o acolhimento dela e do bebê, arrumamos o enxoval e, após ela dar a luz, devido ao problema que ela tem, teve que retornar à clínica para continuar o tratamento. Agora o caso não está mais com a gente”, explica.
A população de Jataí, juntamente com o Centro Especializado de Assistência Social (Creas), estão fazendo uma campanha para tentar localizar algum familiar de Ana Paula, evitando que o bebê seja separado da mãe. Utilizam a internet para divulgar fotos e pedir informações sobre a localização de algum parente. Segundo informou a prefeitura, recentemente uma família de Catalão foi até a cidade para confirmar o parentesco. Eles haviam visto as fotos da mulher e a reconheceram como uma irmã que havia desaparecido. Quando se encontraram e conversaram pessoalmente, afirmaram não se tratar da mesma pessoa.
O pai da criança também não foi localizado. Ana Paula, que não sabe nem mesmo a própria idade, não consegue passar nenhum dado que ajude a encontrá-lo. Foi descartada a possibilidade de seu companheiro ser o pai do bebê, pois, segundo conta a coordenadora, Valdeci tem um problema físico que o impede de ser pai. Mesmo assim serão feitos exames para comprovar clinicamente o não parentesco.
A doença
A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica que se caracteriza pela perda do contato com a realidade. A pessoa se fecha, para si, ficando alheia a tudo o que acontece ao seu redor, e em muitos casos tem alucinações e delírios. Muitas vezes ouve vozes, que ninguém mais escuta, e imagina estar sendo perseguida. Há um tempo atrás, pessoas com esse diagnóstico eram postos em sanatórios para loucos, no entanto, houve um certo avanço no tratamento da doença, sendo possível manter o paciente em seu próprio lar.
O psicólogo e psicoterapeuta Eriko Netto de Lima explica que existem vários tipos de esquizofrenia e que deve ser feito exames para diagnosticar qual delas acomete Ana Paula. Ele conta que, no geral, em todas elas o doente pode entrar em um estágio de fantasia, criando nomes, idades, e histórias, que ela acredita que seja real, e na cabeça dela, passa a ser real.
Eriko fala que a pessoa com a doença, depois de medicada e em tratamento, pode ter uma vida quase normal, inclusive ser mãe. “Se a doença estiver controlada, não vejo problema de ela cuidar da filha. O medicamento ajuda a pessoa a ter uma qualidade de vida, e evita surtos”, explica.
O médico conta que é preciso esperar um tempo para o medicamento fazer efeito, mas que no prazo de 10 a 20 dias já é possível ver resultado, e a paciente pode voltar para sua vida normal. Mas tudo depende de cada paciente e de sua história de vida. Para Netto, a primeira coisa a ser feita é descobrir se a paciente é mesmo portadora de esquizofrenia, pois, segundo ele, muitos sintomas podem indicar a doença, mas se tratar de algum outro mal.
O essencial, de acordo com o psicólogo, é que não haja preconceito com a pessoa que tenha essa patologia, e que ela deve se manter o mais próximo possível dos familiares, pois isso ajuda no tratamento. Para ele, o ideal é que se analise profundamente o caso antes de decidir por tirar a filha de sua mãe. “A retirada de uma criança da mãe, independente da situação que essa se encontra, deve ser a última alternativa possível”, comenta.
Consciente disso, o promotor da Infância e Juventude de Jataí, dr. Flávio Cardoso Pereira, explica que está aguardando exames médicos mais aprofundados para saber se Ana Paula é mesmo portadora de esquizofrenia, e que nenhuma decisão será tomada antes que se chegue a uma conclusão sobre sua situação. Ele diz que é cedo para falar o que irá acontecer, pois a comunidade da cidade e a prefeitura continuam em busca dos familiares da mãe de Ana Carolina. “Não tenho absolutamente nada definido, enquanto o município não fizer nenhuma comunicação sobre o caso, não podemos tomar nenhuma decisão”, explica.
O promotor conta que, caso fique comprovado a doença de Ana Paula e a impossibilidade de ela criar uma filha, e não encontrando nenhum parente próximo que possa auxiliá-la nessa tarefa, ele entrará com uma petição para cortar o vínculo da criança com a mãe. Isso sendo feito, Ana Carolina entrará para a lista de espera para ser adotada. “Estou aguardando mais informações para decidir se vou entrar com o pedido de destituição do poder familiar, cortando o vínculo da criança com a mãe”, destaca.
Flavio comenta que é complicado tomar uma decisão dessa, principalmente por que, depois de tomada, fica difícil revertê-la, mesmo encontrando a família de Ana Paula, ou provando que ela tenha condições de cuidar da criança. Outro ponto é que, mesmo encontrando sua família, é preciso analisar se eles são capazes de cuidar do bebê. “Se a família aparecer e ficar comprovado que não é o melhor para a criança, eles não vão ganhar a guarda”, pontua.
esquizofrenia e gravidez
Esquizofrenia, apesar de ser uma doença psiquiátrica crônica e que requer tratamento por toda vida, quando bem tratada não é impedimento para a maternidade, pelo menos sob o ponto de vista biológico. Recomendável e ela deve ser evitada por representar um duplo risco, tanto para a mãe como para o filho, considerando os fatores biológicos, psicossociais e genéticos. Não obstante, a psiquiatria deve estar preparada, pois, às vezes a paciente esquizofrênica engravida sem planejamento.
O problema da gravidez na esquizofrenia não é, unicamente, médico. Trata-se de um agravo psicossocial, familiar e de maternidade. Isso sem contar a probabilidade genética da transmissão da doença ao filho. O fator de risco para herança esquizofrênica é, de modo geral, em torno de 10% para aqueles que têm um membro familiar direto com a doença e de aproximadamente 40% se a doença afeta ambos os pais ou gêmeos idênticos. Aproximadamente 60% dos portadores de esquizofrenia possuem parentes não próximos com a doença. O distúrbio de vestígios no olhar é uma das características genéticas que parece ser associada com a esquizofrenia. Esse risco hereditário da esquizofrenia costuma se manifestar na criança, caso tenha adquirido, geralmente depois dos 15 anos de idade. Embora algumas delas possam portar, desde o berço ou primeira infância, traços de personalidade esquizóide ou paranóide, podem também ser crianças que estão estudando bem, habilosas e socialmente normais mas, de súbito, manifestam o quadro com as alucinaciones e delírios característicos.
Riscos
Entre os riscos da gravidez da mãe esquizofrênica, além daqueles vindos das próprias alterações psíquicas que a gestação favorece, estão os efeitos secundários dos medicamentos usados para essa doença. Esses psicofármacos antipsicóticos podem afetar o feto, principalmente quando usados nos três primeiros meses de gestação.
Quando a mãe usa psicofármacos no final da gravidez, o filho pode apresentar efeitos colaterais depois do nascimento, como por exemplo, dificuldades na sucção da mama, taquipnéia (respiração rápida), taquicardia, irritabilidade, tremores, sudorese aumentada e retenção urinária. Mas nenhum desses efeitos tem gravidade.
Outro fator de risco, também de pouca gravidade, é o aumento das probabilidades de complicações de parto. As mulheres com esquizofrenia têm probabilidade maior de problemas do parto, incluindo-se períodos mais curtos de gestação e baixo peso no recém-nascido.
Talvez os maiores problemas seja, realmente, na esfera da atenção materna e da transmissão genética da esquizofrenia. Geralmente, apenas 30% das crianças filhas de pacientes com problemas psiquiátricos graves (psicose puerperal, esquizofrenia e episódios agudos de transtorno bipolar) recebem atenção materna satisfatória.
Conduta
A melhor conduta que se pode idealizar, na questão das pacientes esquizofrênicas e do ponto de vista científico, é prevenir a gravidez. Conhecendo os riscos, a própria paciente ou, mais provavelmente, os familiares, devem optar por algum método anticonceptivo constante ou até definitivo.
Eticamente, entretanto, não se pode proibir que as pacientes psicóticas engravidem. Caso isso aconteça, as atenções pré-natais devem ser redobradas, valendo-se de um psiquiatra juntamente com o obstetra. É desejável que se use o mínimo de medicamentos necessários para manter a paciente fora da crise. Na gravidez tenta-se evitar o uso de AP no primeiro trimestre, mas se for necessário recomenda-se o uso de haloperidol ou trifluoperazina.
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AGÊNCIA SENADO
Adiada instalação da CPI da Violação do Direito à Saúde
Foi adiada a instalação da CPI da Violação do Direito à Saúde, prevista para ontem. Criada em fevereiro, a comissão vai apurar erros de dirigentes, médicos e demais profissionais de hospitais públicos e privados que resultaram em lesões físicas ou causaram a morte de pacientes. Ainda não foi definida nova data para a sessão de instalação e eleição de presidente.
O requerimento para a criação da comissão, de Magno Malta (PR-ES), recebeu mais 30 assinaturas de senadores.
No documento, foi estabelecido o prazo de 120 dias para os trabalhos da comissão e o limite de despesa foi fixado em R$ 150 mil.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação