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DESTAQUES
Homem com câncer reclama de demora para conseguir vaga de UTI em Goiás
Faltam doses da vacina contra H1N1 em alguns postos da Grande Goiânia
H1N1 já provocou a morte de 25 pessoas em Goiás
José Eliton assina ato para governo assumir regulação nos hospitais do Estado
CEI da Saúde aprova convite ao prefeito Iris Rezende
Transplante de células-tronco é eficiente contra diabete tipo 1
Anvisa autoriza venda de novos genéricos para HIV e pressão alta
Perda de peso pode evitar 15 mil casos de câncer por ano no País
Anvisa proíbe venda de lentes de contato coloridas
Confira os mitos e verdades sobre a gripe
TV ANHANGUERA/GOIÁS
Homem com câncer reclama de demora para conseguir vaga de UTI em Goiás
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-2-edicao/v/homem-com-cancer-reclama-de-demora-para-conseguir-vaga-de-uti-em-goias/6684763/
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Faltam doses da vacina contra H1N1 em alguns postos da Grande Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-2-edicao/v/faltam-doses-da-vacina-contra-h1n1-em-alguns-postos-da-grande-goiania/6684724/
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A REDAÇÃO
H1N1 já provocou a morte de 25 pessoas em Goiás
Goiânia – O número de mortes pelo vírus H1N1 subiu para 25 em todo o Estado, de acordo com o último Boletim Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) na tarde desta segunda-feira (23/4). O número de casos da doença também aumentou para 139.
Os casos de mortes se concentravam em Goiânia e em outras seis cidades. O novo boletim incluiu outros cinco municípios, totalizando 12. A Capital registrou o maior número de óbitos (11), seguida de Rio Verde (3) e Trindade (2). As outras cidades têm um caso cada uma. Goiânia também têm o maior número de casos notificados (73), seguido por Trindade (12) e Rio Verde (9).
Nesta segunda-feira (23), teve início da Campanha de Vacinação em todo o País, mas em Goiás ela já está em andamento há 10 dias. O primeiro grupo prioritário atendido foram idosos, portadores de doenças crônicas e profissionais de saúde. Nesta semana, a vacinação é direcionada ao segundo grupo que contempla gestantes, puérperas e crianças de 6 meses a 5 anos.
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JORNAL OPÇÃO
José Eliton assina ato para governo assumir regulação nos hospitais do Estado
Por Marcelo Gouveia
Atualmente, o serviço é responsabilidade das prefeituras. Ação é uma resposta ao caos verificado na gestão de Saúde de Goiânia
O governador José Eliton (PSDB) assinou, na manhã desta segunda-feira (23/4), ato que transfere a competência da regulação nas unidades de saúde estaduais para o governo de Goiás. Atualmente, a demanda é responsabilidade das prefeituras.
“A pessoa para fazer o mínimo necessário, que é exame e consulta, tem pressa. O cidadão não quer saber se A responsabilidade é do prefeito, do governador ou do presidente ,ele quer ser atendido. Não vou aqui ficar falando que isso não é competência do Estado, vamos assumir essa responsabilidade”, afirmou durante discurso.
O ato com a proposta de mudança deve ser encaminhado nos próximos dias para apreciação da Assembleia Legislativa de Goiás.
Ação é uma resposta a críticas de vereadores que compõem a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investigam o caos na Saúde de Goiânia. Durante depoimento do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), na última semana, os parlamentares questionaram o porquê dos hospitais estaduais atenderem “de portas fechadas”, apesar de estar claro que a demanda sempre esteve nas mãos da prefeitura da capital.
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CÂMARA DOS VEREADORES
CEI da Saúde aprova convite ao prefeito Iris Rezende
Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga irregularidades da saúde municipal aprovou, com voto em contrário de Paulo Daher (DEM), convite ao prefeito Iris Rezende para comparecer à Casa ou receber a comissão no Paço Municipal, na próxima sexta-feira, 27, às 8:30.
Daher justificou que Iris recebeu os vereadores no início da CEI e que a secretária de Saúde Fátima Mrué já esteve por sete vezes às convocações respondendo os questionamentos dos vereadores.
Clécio Alves (MDB), que preside a comissão, esclareceu que “após a visita muitas irregularidades foram comprovadas e que o prefeito se dispôs a receber os vereadores quantas vezes fosse preciso" e que ao final dos trabalhos ninguém poderá dizer que "A foi ouvido e B ou C, não".
Elias Vaz (PSB) retificou que “uma coisa é a responsabilidade da secretária Fátima Mrué e outra é a responsabilidade do prefeito Iris e que há questões que somente o prefeito pode responder”.
PROPAGANDA
Publicidade sobre atendimento em unidade de saúde veiculada pela Prefeitura desde o último dia 19 de abril foi tema de dois requerimentos entre diversos aprovados na CEI nesta segunda-feira,23.
De autoria dos vereadores Elias Vaz(PSB) e Jorge Kajuru(PRP), requerimento recomenda que seja suspensa a propaganda por considerá-la “enganosa e inverídica já que não corresponde à situação atual da saúde em Goiânia”. Os parlamentares justificaram que os gastos com publicidade poderiam ser gastos na compra de insumos para os CAIS e UPA’s onde faltam remédios, luvas e até álcool gel, por exemplo.
O outro requerimento sobre o tema é de autoria de Cristina Lopes (PSDB) que solicitou à secretária de Comunicação Municipal o envio de planilha dos custos com a publicidade veiculada nos meios de comunicação, veiculando o CAIS Novo Horizonte, com utilização de artistas para mascarar a realidade já constatada pela CEI em visitas que diferem do conteúdo apresentado.
Elias Vaz declarou que a Prefeitura deveria usar tal o recurso para fazer campanha midiática para esclarecimentos sobre a gripe H1N1. E Cristina Lopes retificou a sugestão afirmando que o dinheiro gasto na propaganda poderia ter sido utilizado para realização de vacinação nos finais de semana, já que a Secretaria Municipal de Saúde informou que o Município não tinha como pagar as horas extras de servidores para vacinar nesses dias.
HOSPITAIS ESTADUAIS
O atendimento nos hospitais estaduais também pautou as discussões da comissão. O vereador Paulo Daher teve aprovado requerimentos de sua autoria que pedem informações sobre a produtividade dos hospitais: Materno Infantil, Hugo e Hugol, geridos por Organizações Sociais (OS), além de pedido para que voltem a atender urgência e emergência como faziam antes de 2012 quando passaram a ser administrados por OS.
“O Hugo atendia 900 pacientes por dia antes de ter OS e agora atende apenas 120 consultas enquanto o Hugol atende apenas 80 pacientes/dia, jogando os demais para os CAIs que ficam superlotados, pois essas OS são seletivas e excludentes”, declarou Daher, que além de vereador, é médico.
Cristina defendeu o Estado afirmando que o problema está na Regulação que é de competência municipal no sistema Tripartite que faz a gestão do SUS. Os vereadores também aprovaram requerimento para que sejam feitas visitas no Hugol, já que há reclamações de pacientes internados que ficam à espera de leito, sentados em cadeiras ou que ficam em macas nos corredores, em fila de raio-X juntamente com pacientes sem gravidade.
Elias Vaz conseguiu aprovação ainda de requerimentos pedindo que o secretário estadual Leonardo Vilela envie relatório com planilha de custo de uma UTI e de leito de cuidados paliativos no HGG e à secretária Fátima Mrué sobre o cadastramento de leitos paliativos neste mesmo hospital, já que o leito de UTI é mais caro e que há indícios de cobrança do mesmo valor para leito de cuidados paliativos.
Para o CRER a comissão aprovou pedido de informações proveniente da vereadora Cristina sobre vagas ociosas que sobram para serviços disponíveis que não estão sendo regulados para aquela unidade.
Para o TCE, o vereador Paulo Daher solicita o relatório do parecer sobre a não aplicação por parte do Governo Estadual dos índices constitucionais de 12% para a saúde. “O ex-governador Marconi faltou com a verdade na CEI na última sexta-feira, 20, quando falou que está aplicando. No entanto temos em mãos dados de que não vem investindo o índice que preconiza o Ministério da Saúde”, ressaltou o parlamentar.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Transplante de células-tronco é eficiente contra diabete tipo 1
84% dos doentes que se submeteram ao transplante ficaram livres das picadas de insulina em algum momento
Estudo relacionado ao transplante de células-tronco para o tratamento de diabete tipo 1 mostra melhora da qualidade de vida dos pacientes, deixando boa parte deles livres de insulina. O trabalho também aponta redução do risco de sequelas quando comparados com pacientes submetidos ao tratamento tradicional.
Os dados pertencem a uma pesquisa publicada recentemente na revista Frontiers of Endocrinology, realizada por pesquisadores do Centro de Terapia Celular (CTC) e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
A diabete tipo 1 é uma doença autoimune que acomete mais comumente crianças e adolescentes. Os pacientes precisam de várias injeções diárias de insulina para sobreviver, com medição de glicose.
A Federação Internacional de Diabete (IDF) aponta que o Brasil é o terceiro colocado no mundo em número de pessoas com diabete tipo 1, cerca de 100 mil crianças e adolescentes. As doenças autoimunes se desenvolvem porque o sistema imunológico (anticorpos e células de defesa, como os linfócitos) reconhece um determinado órgão como inimigo, e isto faz com que o organismo tente se autodestruir.
Segundo o médico endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, o transplante de células-tronco para a diabete tipo 1 possibilita um reset imunológico. "Neste nosso estudo, os pacientes têm o sistema imunológico desligado quase completamente com altas doses de quimioterapia e reiniciado do zero, com infusão, pela veia, de células-tronco da medula óssea do próprio doente (que haviam sido coletadas e congeladas antes do início do procedimento), explica o pesquisador. Após o procedimento, o sistema imunológico para de agredir as células produtoras de insulina localizadas no pâncreas.
Durante o estudo foram comparados 24 pacientes que participaram do transplante de células-tronco no Hospital das Clínicas da FMRP, com 144 pacientes com diabete tipo 1, seguidos por médicos endocrinologistas, e que fazem tratamento convencional com insulina. Os doentes que utilizaram o tratamento convencional integram um grande banco de dados chamado BRAZDIAB1, com informações de mais de 5 mil pessoas de todo o Brasil. As atividades foram realizadas durante oito anos, com o pareamento dos grupos. Todos os pacientes tinham diabete tipo 1 recém-diagnosticada.
"Quando comparamos os dados vimos que 84% dos doentes que se submeteram ao transplante ficaram livres das picadas de insulina em algum momento. A pessoa com maior tempo livre de insulina neste estudo estava há oito anos sem usar o remédio. No outro grupo, nenhum paciente em tratamento convencional ficou livre de insulina. Além disso, quando se avaliou sequelas da diabete nos olhos, rins e nervos dos pés, o grupo transplantado não apresentou problemas, diferentemente de 25% do grupo com tratamento convencional", destaca Couri.
A equipe de transplante de células-tronco do Hospital das Clínicas da FMRP é pioneira mundialmente no uso de células-tronco em humanos com diabete. O primeiro paciente foi incluído no fim de 2003 e transplantado em início de 2004.
Pesquisas continuam
Os pesquisadores seguem recrutando pacientes para pesquisas com células-tronco na área. Os critérios iniciais de inclusão são idade entre 18 e 35 anos e ter diabete tipo 1 há menos de seis semanas.
Os interessados devem entrar em contato com Carlos Eduardo Barra Couri pelo e-mail ce.couri@yahoo.com.br ou pelo site http://transplantardai.com.br.
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Anvisa autoriza venda de novos genéricos para HIV e pressão alta
Quatro novos medicamentos genéricos tiveram sua venda autorizada
Por Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil Brasília
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu aval para a comercialização de quatro novos medicamentos genéricos. A autorização foi publicada na edição desta segunda-feira (23) do Diário Oficial da União (DOU). Um deles é o Entricitabina combinado com Fumarato de Tenofovir Desoproxila, produto usado para o tratamento de pessoas que contraíram o vírus HIV. O medicamento de referência é o Truvada, cujas indicações incluem a profilaxia pré-exposição (PReP), usada para reduzir o risco de infecção pelo vírus adquirido sexualmente em adultos de alto risco. No Brasil, a detentora do registro é a Blanver Farmoquímica e Farmacêutica S/A.
Outro produto genérico inédito com registro aprovado pela Anvisa é o Perindopril Erbumina combinado com Indapamida, indicado para o tratamento da hipertensão arterial (pressão alta), que acomete uma a cada quatro pessoas adultas, segundo dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH). A empresa detentora do registro no país é a EMS S/A.
Entre os produtos aprovados pela Anvisa, está também o genérico inédito Bilastina, indicado para o tratamento sintomático de rinoconjuntivite alérgica (intermitente ou persistente) e urticária. A empresa detentora do registro é a EMS S/A. A Anvisa ainda autorizou a venda do medicamento genérico Undecilato de Testosterona. Esse produto é usado em terapias de reposição de hormônio sexual em homens que apresentam hipogonadismo primário e secundário (doença que faz com que homens produzam pouca testosterona). A detentora do registro desse medicamento no Brasil é Eurofarma Laboratório S/A.
Preço
Pela legislação brasileira, o medicamento genérico deve ser disponibilizado no mercado com um desconto de, pelo menos, 35% em relação ao preço máximo da tabela da Anvisa. Somente em 2016, foram comercializadas 1,46 bilhão de embalagens de genéricos no Brasil. Essa quantidade representou 32,4% de todas as vendas efetuadas no ano, de acordo com informações da segunda edição do Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico 2016, lançado do pela Anvisa em 2017.
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AGÊNCIA BRASIL
Perda de peso pode evitar 15 mil casos de câncer por ano no País
Estima-se que pelo menos 15 mil casos de câncer por ano no Brasil, ou 3,8% do total, poderiam ser evitados com a redução do excesso de peso e da obesidade
Estima-se que pelo menos 15 mil casos de câncer por ano no Brasil, ou 3,8% do total, poderiam ser evitados com a redução do excesso de peso e da obesidade. E esse número deve ainda crescer até 2025, quando se estima que mais de 29 mil novos casos de câncer atribuíveis à obesidade e sobrepeso devam surgir por ano, índice que vai representar 4,6% de todos os novos casos da doença no país.
Os dados são de um estudo epidemiológico feito no Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em colaboração com a Universidade de Harvard (Estados Unidos).
“O problema principal é que vem ocorrendo um aumento nas prevalências de excesso de peso e obesidade no Brasil e, com isso, os casos de câncer atribuíveis a essas duas condições também devem crescer. Fora isso, espera-se que haja um aumento nos casos de câncer como um todo, pois a população do país vai aumentar e envelhecer”, acredita o doutorando na FMUSP, Leandro Rezende.
Rezende é um dos autores do artigo publicado na revista Cancer Epidemiology, com o título The increasing burden of cancer attributable to high body mass index in Brazil. O trabalho é resultado de uma Bolsa de Pesquisa no Exterior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) realizada na Harvard University. Segundo o pesquisador, o aumento do poder econômico nos últimos anos levou a um maior consumo, porém, no caso da alimentação, o fenômeno ficou atrelado principalmente aos alimentos ultraprocessados.
“O estudo mostra essa fase de transição nutricional epidemiológica. São justamente esses alimentos altamente calóricos, com quantidade elevada de açúcar, sal e gordura, que também são os produtos mais baratos”, disse.
Obesidade e sobrepeso estão associados ao aumento de risco de 14 tipos de câncer, como o câncer de mama (pós-menopausa), cólon, reto, útero, vesícula biliar, rim, fígado, mieloma múltiplo, esôfago, ovário, pâncreas, próstata, estômago e tireoide, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a incidência desses 14 tipos de câncer corresponde à metade do total de casos da doença diagnosticados por ano.
O estudo feito por Rezende, em colaboração com pesquisadores brasileiros e norte-americanos, calculou a fração atribuível populacional (FAP) do câncer relacionado ao índice de massa corporal (IMC) elevado. A FAP é uma métrica para estimar a proporção da doença possível de prevenir na população caso o fator de risco (nesse caso o sobrepeso e a obesidade) fosse eliminado, mantendo os demais fatores/causas estáveis.
População feminina
De acordo com o estudo, 3,8% dos mais de 400 mil casos de câncer diagnosticados anualmente são atribuíveis ao IMC elevado. Verificou-se também que esses casos são mais comuns em mulheres (5,2%) do que em homens. Isso se dá não apenas pelo fato de a média do IMC ser mais elevada nas mulheres, mas, principalmente, porque três tipos de câncer atribuíveis à obesidade e sobrepeso – ovário, útero e câncer de mama – afetam quase exclusivamente a população feminina.
Para estimar o excesso de peso e a obesidade na população brasileira, os pesquisadores usaram dados sobre IMC no Brasil em 2002 e 2013 da Pesquisa de Orçamentos Familiares e da Pesquisa Nacional de Saúde, ambas conduzidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A análise de dados em dois momentos, e com dez anos de diferença, se justifica para analisar a latência da doença a partir do excesso de peso ou obesidade.
De acordo com os dados do IBGE, 40% da população brasileira tinha sobrepeso ou obesidade em 2002. Em 2013, o total subiu para aproximadamente 60%. Levando em conta IMC, magnitude do risco relativo, casos da doença e período de latência, os pesquisadores estimaram que, em 2012, cerca de 10 mil casos de câncer em mulheres e 5 mil casos em homens eram atribuíveis ao excesso de peso e obesidade aferidos dez anos antes. Já os dados sobre a incidência de câncer foram obtidos do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e da base Globocan da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, da OMS.
De modo a quantificar a dimensão da contribuição do sobrepeso e da obesidade na incidência de câncer no Brasil, os autores do estudo estimaram FAPs da doença em 2012 (com dados existentes) e em 2025 (por meio de projeção) atribuídas a IMC elevado. As frações foram calculadas de acordo com sexo, idade, área geográfica e tipo de câncer.
Abordagem regional
O trabalho é um dos primeiros a fazer comparações regionais sobre a relação entre obesidade e câncer. De acordo com o estudo, as maiores FAPs, para todos os tipos de câncer, foram encontradas nos estados das regiões Sul (3,4% de mulheres para 1,5% de homens) e Sudeste (3,3% de mulheres para 1,5% de homens).
Nas mulheres, as maiores FAPs foram encontradas nos estados de Rio Grande do Sul (3,8%), Rio de Janeiro e São Paulo (ambos 3,4%). Nos homens, as FAPs mais altas foram em Mato Grosso do Sul e São Paulo (ambos 1,7%).
“Houve aumento do IMC no país inteiro. Observamos que o impacto da obesidade é maior nas regiões Sul e Sudeste, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, mais ricos e com maiores IMC. No entanto, não se justifica uma estratégia de prevenção de câncer e redução da obesidade exclusivamente nessas duas regiões”, disse Rezende.
Isso porque, de acordo com o artigo, ao comparar os dados de IMC de 2013 e de 2002, os autores perceberam que as regiões Norte e Nordeste tiveram o maior aumento de IMC em comparação com outras regiões. “Os dados mostram que é preciso tomar precauções em outros locais, além do Sul e Sudeste”, alerta Rezende.
Políticas públicas
Na avaliação do professor titular da FMUSP e orientador do estudo, José Eluf Neto, o interessante é poder mensurar o impacto da relação de câncer e obesidade para a saúde pública e, com base nisso, planejar ações e investimentos.
“Hoje, se sabe que há uma razão biológica para haver essa relação, com mecanismos moleculares ou metabólicos bem descritos. É o caso da insulina. A obesidade causa resistência à insulina gerando inflamações e o aumento da proliferação celular”, esclarece Eluf Neto.
Alimentos ultraprocessados
De acordo com o artigo, as vendas de produtos ultraprocessados cresceram 103% em toda a América Latina entre os anos de 2000 e 2013, acompanhadas de um consequente aumento no IMC nos países da região. Para os autores, reverter esse quadro exige políticas públicas como a regulamentação de imposto, rotulagem nutricional e restrição de marketing de alimentos ultraprocessados.
“Esse crescimento de vendas na América Latina retrata uma estratégia da indústria de alimentos, assim como foi, ou tem sido, a da indústria de tabaco. Quando alguns países começam a regular minimamente a venda e publicidade desses alimentos, eles partem para regiões em que as leis ainda não foram estruturadas para promover a saúde da população”, analisa Rezende.
Segundo ele, o crescimento dos alimentos ultraprocessados no Brasil é comparável ao que ocorreu com a indústria de tabaco nos anos 1980. “O tabagismo, hoje, é um problema maior em países de baixa e média renda porque é onde a indústria de tabaco está focada. Fazer isso no Brasil em 2018 ficou mais complicado. Temos restrição de publicidade, é proibido fumar em ambiente fechado. Já no caso dos alimentos ultraprocessados, é como se estivéssemos em 1980. Os produtos não são comercializados, rotulados e taxados de maneira adequada a garantir a saúde da população”, disse.
Outros fatores
A equipe de pesquisadores está calculando também o peso de outros fatores, como sedentarismo, tabagismo, alimentação e consumo de álcool, na incidência e mortalidade por câncer. Os dados desses outros fatores ainda não foram publicados, mas o objetivo final do trabalho é compará-los e estimar quantos casos de câncer seriam evitáveis no Brasil.
“Existem fatores genéticos que aumentam o risco do desenvolvimento do câncer, mas isso não é algo modificável e também eles não excluem os outros fatores que causam a doença. O tabagismo é o principal fator de risco ou causa de câncer no Brasil, podemos adiantar essa análise, mas ele está caindo de forma importante, com prevalência em cerca de 15% da população. Com isso, outros fatores começam a ganhar relevância na formação de políticas públicas. Os dados mostram que não dá para cessar os esforços para reduzir o tabagismo, mas combater o sobrepeso e a obesidade também deve ser prioridade”, avalia o pesquisador.
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AGÊNCIA ESTADO
Anvisa proíbe venda de lentes de contato coloridas
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda e uso de lentes de contato coloridas, comercializadas pela Nipon Cosplay em todo o território nacional. A proibição foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). O produto, sem registro na Anvisa, era vendido pela internet muitas vezes para uso estético, para composição de fantasias com personagens de jogos eletrônicos ou de mangás (cosplay).
Segundo o oftalmologista Aderbal de Albuquerque Alves Júnior, Chefe do Hospital do Servidor do Estado do Rio de Janeiro, a opção estética de mudar a cor dos olhos, através de lentes de contato coloridas, muitas vezes não tem orientação médica e pode trazer consequências graves para a córnea.
"A lente de contato é considerada um corpo estranho dentro do olho, em caso de má orientação, pode causar danos severos e permanentes para a visão como por exemplo úlcera de córnea e a cegueira", alerta o oftalmologista. É importante realizar exames oftalmológicos para saber se o uso de lente de contato é indicado, orienta Júnior. Os exames como a curvatura da córnea, refração para determinação do grau das lentes, paquimetria (medição da espessura da córnea) são importantes para utilização de lente.
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Confira os mitos e verdades sobre a gripe
A campanha de vacinação contra a gripe tem início nesta segunda-feira (23/4) em todo o País. A mobilização nacional termina no dia 1º de junho e não haverá prorrogação. Em Goiás, a campanha começou há dez dias.
Poderá tomar a vacina quem pertence ao grupo prioritário, considerado pelo Ministério da Saúde mais suscetível ao agravamento de doenças respiratórios. A meta do governo federal é imunizar 54 milhões pessoas do grupo prioritário.
Podem se vacinar pessoas acima de 60 anos, crianças com idade entre seis meses e cinco anos, trabalhadores de saúde, professores das redes pública e privada, povos indígenas, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas privadas de liberdade – entre eles, adolescentes de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas – e funcionários do sistema prisional.
De acordo com o Ministério da Saúde, também estão aptos a se imunizar os portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais. Este público deve apresentar uma prescrição médica no ato da vacinação.
Os pacientes cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) também poderão se dirigir aos postos de saúde em que estão registrados para receber a vacina, sem a necessidade de prescrição médica.
A chegada da campanha de vacinação traz algumas dúvidas: é preciso tomar a vacina todos os anos? A gripe pode matar? A vacina é a única forma de evitar gripe? Como parte da campanha, o Ministério listou mitos e verdades sobre a doença.
Mitos
1. É possível pegar gripe pela vacina?
Isso não é possível. A vacina contra a gripe é feita com o vírus morto. Portanto, é 100% segura e incapaz de provocar a doença nas pessoas que são vacinadas.
2. Em gestantes, a vacina faz mal para o bebê?
Pelo contrário. É muito importante a vacinação das grávidas, pois quando a mãe é vacinada o bebê também fica protegido.
3. A única forma de prevenir a gripe é tomando a vacina?
A vacina contra a gripe é a melhor e mais segura forma de se proteger contra a doença, porém, existem outras medidas importantes que ajudam na prevenção: – Lavar e higienizar as mãos com frequência. – Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talher, copo e garrafa. – Evitar tocar mucosas do olho, nariz e boca. – Ter boa alimentação e beber bastante líquido. – Evitar contato com pessoas que estejam com sintomas da gripe. – Manter a sua casa bem arejada.
Verdades
1. É preciso tomar a vacina todos os anos?
Sim. Isso acontece por dois motivos. Primeiro, porque a imunidade da vacina se mantém por um período de aproximadamente 12 meses. Segundo, porque a cada ano temos vírus diferentes, que causam diferentes tipos de gripe, e a vacina é produzida a partir dos vírus que estão mais propensos a aparecer durante o período de vacinação.
2. A gripe pode matar?
Se não for tratada a tempo, a gripe pode causar complicações graves e levar à morte, principalmente nos grupos de alto risco como, pessoas com mais de 60 anos, crianças menores de cinco anos, gestantes e doentes crônicos.
3. Gripe e resfriado são doenças diferentes?
Embora os sintomas sejam muito parecidos, os vírus que causam a gripe e o resfriado são diferentes. A gripe é uma doença mais grave, que causa febre alta, dores musculares, dor de cabeça, dor de garganta e exige mais cuidados para não evoluir para uma pneumonia. Já o resfriado é mais brando e dura menos tempo.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação