Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 24/07/20

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES
País já tem 1% da população infectada
Covid-19: estudo aponta ineficácia de tratamento com hidroxicloroquina
Anvisa proíbe venda de cloroquina e ivermectina sem receita
Desvio de verbas para o combate ao Covid-19
Vírus chegou de diversas formas ao Brasil
1,8 milhão têm mais riscos
Um ano depois de anúncio, Hugol não oferece cirurgias
Após 18 anos do início das obras, novo HC abrirá para Covid-19
Paciente que ficou com gaze no corpo após cirurgia será indenizada
Médico orienta parentes de pacientes com Covid-19 a pagar transporte particular para agilizar transferência a hospitais
 

PORTAL UOL
País já tem 1% da população infectada


Após mais de quatro meses de pandemia no País, 1% da população brasileira já está oficialmente infectada pelo novo coronavírus. Ontem o Brasil registrou 1.293 novas mortes e mais 65.339 casos confirmados de infecção em 24 horas, segundo dados do levantamento realizado por Estadão , G1 , O Globo , Extra , Folha e UOL . Nos últimos sete dias, o Brasil registrou uma média diária de 1.052 óbitos.
Da população de mais de 211 milhões, conforme o IBGE, 2.231.871 foram infectados pela covid-19. Isso representa 1,05% de contaminação. Apesar disso, o País testa pouco a população, ou seja, os números podem ser muito maiores que os registrados. Como o Estadão já mostrou, o Brasil só atingiu 20% da capacidade de exames prevista para o período de pico.
Além de distribuir menos testes do que o projetado, o governo Jair Bolsonaro também tem feito entregas de kits incompletos, sem um dos reagentes essenciais para processar as amostras.
Em alguns locais, como São Paulo e Rio, só faz o teste quem está internado com quadro mais grave e sintomas da doença.
Mesmo quem consegue fazer o teste precisa esperar dias, às vezes mais de uma semana, para saber se está com covid-19.
Essa marca de ter 1% da população infectada não é exclusividade do Brasil. Nações como San Marino, Catar, Estados Unidos, Kuwait, Chile, Peru, Omã, Panamá, Bahrein, Armênia e Andorra também já registram mais de 1% de sua população contaminada pelo novo coronavírus, conforme as informações do site Worldometers. Isso sem contar Guiana Francesa e Mayotte, que são departamentos franceses.
Além de estar nesse pequeno grupo de alta incidência da covid-19 em sua população, o Brasil é o segundo país com mais casos da doença no mundo. Só perde para os Estados Unidos, que somam 3 941.741 de contaminações confirmadas, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. O terceiro país mais afetado é a Índia, com 1.193.078 casos. Os três juntos são responsáveis por quase metade de todos os casos registrados no mundo. No dia 16 de julho, o País alcançou a marca de 2 milhões de casos de covid-19 e em menos de 6 dias foram mais de 207 mil novas infecções.
O Estado de São Paulo, que desde o início da pandemia é o epicentro da doença, contribuiu para o alto número de casos ontem com mais 16.777 infecções registradas em 24 horas. Há 439 446 pessoas com a covid-19 no Estado, que computou mais 361 mortes, chegando a um total 20.532 óbitos. Em números absolutos, São Paulo continua liderando o ranking nacional de mortes e casos confirmados da doença.
O Rio de Janeiro vem na sequência da lista de Estados mais afetados, com 150 mortes registradas por covid-19 e 3.502 novos casos da doença no período de 24 horas. Agora são 12.443 mortes e 148.623 casos no total. Em todas as regiões brasileiras, exceto a Norte, houve recorde de casos ontem.
Consórcio
O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação, que uniram forças para coletar dados com as Secretarias Estaduais de Saúde e divulgar os números totais de mortos e contaminados. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia – e continua mesmo após recuo da gestão.
O órgão governamental informou, no início da noite desta quarta-feira, que contabilizou 1.284 óbitos e mais 67.860 pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Com isso, segundo o Ministério da Saúde, no total são 82.771 mortes e 2.227.514 casos confirmados pelo coronavírus. O número é diferente do compilado pelo consórcio de veículos de imprensa principalmente por causa do horário de coleta dos dados.
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AGÊNCIA BRASIL

Covid-19: estudo aponta ineficácia de tratamento com hidroxicloroquina

Brasília – Um estudo promovido por pesquisadores de um consórcio de instituições de saúde brasileiras concluiu que a hidroxicloroquina não é eficaz para o tratamento de casos precoces da covid-19. A pesquisa foi publicada no periódico New England Journal of Medicine hoje.

Os pesquisadores da Coalizão Covid-19 Brasil conduziram um ensaio clínico randomizado de 15 dias com três grupos, envolvendo um total de 667 pacientes em 55 hospitais de todo o país. Para um grupo foi ministrada apenas hidroxicloroquina, para outro hidroxicloroquina e azitromicina e para o terceiro nenhum dos remédios, com tratamento denominado padrão.

Foi empregado um modelo de análise com uma escala de sete níveis de acordo com a situação e saúde dos pacientes, indo da não hospitalização sem comprometimento de atividades à morte em função da doença.

Os autores não encontraram efeitos do uso de hidroxicloroquina sozinha ou com azitromicina em comparação aos pacientes que não receberam os remédios, do denominado grupo-controle.

"Entre os pacientes com covid-19, não houve diferença entre grupos nas probabilidades proporcionais entre grupos de ter um desempenho pior na escala de sete pontos ordinais no fim do período de 15 dias", afirmam os pesquisadores no artigo.

Na escala, em que 1 são as melhores condições de saúde e 7 é a morte por covid-19, o grupo que recebeu o tratamento padrão teve percentual maior do que os pacientes cujo tratamento foi feito com hidroxicloroquina apenas (68% contra 64%) no número de pessoas que permaneceram no Estágio 1, com melhor quadro de saúde.

O estudo também identificou mais efeitos adversos entre quem recebeu hidroxicloroquina com azitromicina (39.3%) e hidroxicloroquina (33,7%) do que no grupo com tratamento padrão (18%).

Consórcio
Os pesquisadores da Coalizão Covid-19 Brasil fazem parte das equipes dos hospitais e institutos Albert Einstein, HCor, Alemão Oswaldo Cruz, Beneficiência Portuguesa e Sírio Libanês, de São Paulo, e Moinhos de Vento, de Porto Alegre.

Governo
O estudo vai em sentido contrário do que tem defendido o governo federal. Sob a gestão interina de Eduardo Pazuello, o Ministério da Saúde passou a recomendar o uso de cloroquina e hidroxicloroquina também em casos precoces e como prevenção, a partir da decisão do médico. Até então o medicamento era recomendado apenas em casos médios e graves, pelas possibilidades de complicações.

Em entrevistas coletivas, representantes do MS afirmaram que havia evidências de eficácia da cloroquina, embora sem listá-las. Na semana passada, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) recomendou a retirada da cloroquina e da hidroxicloroquina do tratamento da covid-19.

No dia 19 de julho, a Associação Médica Brasileira (AMB) defendeu em nota a autonomia do médico para prescrever o medicamento com a anuência do paciente.

Perguntado pela Agência Brasil sobre o estudo, o Ministério da Saúde, por meio de sua assessoria, informou que "o uso de qualquer medicamento compete à autonomia e orientação médica, em consonância com o esclarecimento e consentimento do paciente".
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DIÁRIO DO PARÁ

Anvisa proíbe venda de cloroquina e ivermectina sem receita

Nas últimas semanas, aumentou a procura pelo remédio usado contra vermes e parasitas para prevenir a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, mesmo sem evidências de que o medicamento funcione. A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu que o vermífugo ivermectina só poderá ser vendido com receituário médico.

Nesta quinta-feira (23), foi publicada no Diário Oficial da União, a resolução que mudou as regras de comercialização. O texto é assinado pelo diretor-presidente da agência, Antônio Barra Torres.

Anvisa proibiu também a venda sem receita médica dos medicamentos cloroquina, hidroxicloroquina e nitazoxanida (Annita). Todas essas drogas passaram a ser usadas como possíveis tratamentos contra a Covid-19. As pesquisas científicas não comprovaram os efeitos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras principais organismos internacionais, não recomendam o uso antes de resultados mais robustos das pesquisas científicas e aponta paras os riscos de efeitos colaterais e complicações adversas.

Essa mudança promovida pela Anvisa não se aplica aos medicamentos à base de cloroquina distribuídos no âmbito de programas públicos governamentais. O texto ressalta que as medidas de controle para os medicamentos se devem em virtude da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) relacionada ao novo coronavírus.

"A prescrição dos medicamentos que contenham substâncias constantes do Anexo I desta resolução deverá ser realizada em receituário privativo do prescritor ou do estabelecimento de saúde, sem a necessidade de modelo de receita específico", diz a Anvisa.

Novas regras
A receita deve ser prescrita de forma legível, sem rasuras, em duas vias e contendo dados obrigatórios como identificação do médico, endereço do consultório número da inscrição no Conselho Regional de Medicina, identificação do paciente, endereço completo, nome do medicamento ou da substância prescrita sob a forma de Denominação Comum Brasileira (DCB), dosagem ou concentração, forma farmacêutica, quantidade (em algarismos arábicos e por extenso) e data da emissão.

A farmácia ou drogaria somente poderá aviar ou dispensar a receita quando todos os itens estiverem devidamente preenchidos. A receita desses medicamentos será válida por 30 dias, a contar da data da emissão.
As prescrições por cirurgiões dentistas e médicos veterinários só poderão ser feitas quando para uso odontológico e veterinário, respectivamente, sendo proibida a indicação para tratamento da Covid-19.

Imbróglio
A Anvisa chegou a publicar uma nota técnica alertando para os riscos do uso do vermífugo ivermectina contra o coronavírus. Porém, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu o uso do medicamento.

O órgão mudou o entendimento e publicou nova nota técnica. No primeiro texto, a Anvisa ressaltou que não existem estudos conclusivos que comprovem a eficácia do medicamento para a Covid-19. Na segunda versão, porém, o texto inclui um novo trecho: "Bem como não existem estudos que refutem esse uso".
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DIÁRIO DA MANHÃ

Desvio de verbas para o combate ao Covid-19

Dos R$ 39,2 bilhões que o Ministério da Saúde tem para o enfrentamento da Covid-19, só R$ 12,2 bilhões (31%) foram pagos -ou seja, efetivamente gastos, segundo acompanhamento do Conselho Nacional de Saúde.
A pasta ainda tem, portanto, R$ 27 milhões para investir em transferências a estados e municípios e por meio de aplicações diretas, como compras centralizadas, para combater o novo coronavírus.

O Tribunal de Contas da União (TCU) e a imprensa enviesada só não dizem nada sobre os desvios de verbas destinadas ao combate do novo coronoviris por parte de governadores e prefeitos.

O mau uso do dinheiro público está sendo realizada ao menos em 11 Estados e no DF, todos passando por operações que começaram após o Ministério Público e a polícia descobriram indícios de irregularidades nas compras de insumos para o combate à pandemia.

Com a benevolência da legislação brasileira, que passou a permitir, desde fevereiro, que as compras sejam feitas sem licitação há corrupção em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Amapá, Brasília, Amazonas, Paraíba, Ceará, Roraima, Pará, Maranhão, Acre e Rondônia. Sem contar as prefeituras, até as pequenininhas.

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Vírus chegou de diversas formas ao Brasil

O novo coronavírus entrou no Brasil de forma distinta pelo menos cem vezes, na grande maioria das vezes vindo da Europa

O novo coronavírus entrou no Brasil de forma distinta pelo menos cem vezes – na grande maioria das vezes vindo da Europa. A maior parte dessas introduções foi identificada nas capitais com maior incidência de voos internacionais como São Paulo, Minas Gerais, Ceará e Rio de Janeiro.

Apenas uma pequena parcela dessas introduções, no entanto, resultou nas linhagens que se dispersaram por transmissão comunitária no País. Um novo estudo revela que 76% dos vírus detectados até o final de abril se agrupam em três grandes grupos que foram introduzidos entre o final de fevereiro e o início de março e se espalharam rapidamente pelo país antes que as medidas de controle de mobilidade fossem iniciadas.

Os resultados foram obtidos por uma força-tarefa composta por pesquisadores de quinze instituições brasileiras (em conjunto com instituições britânicas), que realizaram o sequenciamento de 427 geno-mas do novo coronavírus SAR-S-CoV-2 de 21 no País. O estudo foi publicado na "Science", nesta quinta-feira, 23, com amostras colhidas de pacientes que testaram positivo para o novo coronavírus entre os meses de março e abril em 85 municípios. Trata-se do maior estudo de vigilância genômica do CO-VID-19 na América Latina.

Nesse estudo, os pesquisadores combinaram dados ge-nômicos de SARS-CoV-2, com dados epidemiológicos e de mobilidade humana para investigar a transmissão do CO-VID-19 em diferentes escalas e o impacto das medidas de intervenção não farmacêuticas (INFs) no controle da epidemia no país.

Os resultados demonstram que as INFs, como fechamento das escolas e comércio no final de março, embora insuficientes, ajudaram a reduzir a taxa de transmissão do vírus que foi estimada no início do período em superior à 3 para valores entre 1 e 1,6 tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro.
Goiás bate recorde de mortes e supera 50 mil casos

O balanço de 24 horas atualizado ontem pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) registrou um total de 50.915 pessoas com 1.295 óbitos, 3.400 casos e 102 mortes a mais. A taxa de le-talidade do vírus corresponde a 2,54%. Goiás registrou 44.469 curados da infecção. Os dados se referem à vários dias devido a instabilidade no sistema. 68 mortes suspeitas em investigação. 110.477 casos suspeitos são investigados. Dos 246 municípios, somente 14 não tem casos registrados.
Goiânia

A capital registrou, em 512 bairros, um total de 13.034 casos e 378 óbitos. 731 novos infectados e 32"mortes. 11.705 pessoas se recuperaram da doença. Os bairros com mais casos atualizados no boletim da última segunda-feira são: Setor Bueno (519), Setor Oeste (319), Jd. Guanabara (307), Jardim América (293) e Jd. Novo Mundo (228).

Brasil
O Brasil registrou 1.311 novas mortes por covid-19 no balanço de 24 horas, elevando o total de óbitos pela doença a 84 082, segundo dados divulgados ontem à noite pelo Ministério da Saúde. De quarta para quinta-feira , o País registrou 59.961 novos casos de covid-19, elevando o número de infectados a 2.287.475. Esse é o segundo maior número de confirmações da doença em 24 horas, atrás apenas do registrado quarta-feira (22) quando o País teve recorde de casos, 67.860.
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O POPULAR

1,8 milhão têm mais riscos

Cerca de 28% da população total do Estado possuem pelo menos uma das características que se confirmaram entre aquelas que causam maior gravidade em infecções por Covid 19

Cerca de 28% da população de Goiás possui ao menos uma característica que aumenta ainda mais os riscos de uma infecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) se tornar um caso grave, que necessita de internação, ou mesmo evoluir para um óbito. O número chega a mais de 1,8 milhão de pessoas que moram no Estado, de acordo com uma pesquisa feita por professores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz). São pessoas com mais de 65 anos ou com comorbidades como cardiopatias, diabetes, doenças respiratórias, hipertensão, câncer ou acidente vascular cerebral (AVC).

Para se ter uma ideia, dos 1.295 óbitos confirmados em Goiás até o fim da tarde desta quinta-feira (23), 498 tinham doenças cardiovasculares, o que representa 38,45% do total. Somando ainda os casos com diabetes, doenças respiratórios e com imunossupressão, um total de 79,7% dos óbitos no Estado por Covid-19 são de vítimas que apresentavam alguma comorbidade. Além disso, se olharmos pela faixa etária das pessoas mortas pela doença, 72,2% estavam acima dos 60 anos, parcela descrita como idosa no Brasil. O estudo da Unifesp estabeleceu o critério de acima de 65 anos para se enquadrar na literatura internacional que apontava esta idade como ponto inicial para um fator de risco da Covid-19.

O artigo científico, finalizado em maio deste ano, fez um levantamento a partir da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, realizada pelo Ministério da Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em que foi possível inferir a incidência destas doenças na população do Brasil e de cada Estado. Foi levada em consideração apenas a população adulta (acima de 18 anos), visto que, até então, a gravidade da doença é estatisticamente menor em crianças e adolescentes. Levando em consideração este critério, sobe para 34,4% a prevalência de um dos fatores de risco na população de Goiás.

Em todo o País, estima-se 53,8 milhões de pessoas na situação de risco ainda maior, mas este número pode chegar a 86 milhões, se levar em conta as pessoas com obesidade, doença renal crônica, asma moderada a grave ou que fumam tabaco. Se este outro critério for adicionado, a população goiana com mais risco chega a 2,7 milhões de pessoas. No entanto, a pesquisa reforça que o primeiro cenário traz os fatores de risco já identificados e estabelecidos para a Covid-19 grave em outros artigos científicos, com base em estudos de casos na China e na Europa, onde a pandemia já havia se estabelecido há mais tempo. O segundo cenário se deu com itens adicionais, a partir de inferência de relatos dos casos dos Estados Unidos.

Como exemplo, a pesquisa lembra que nos Estados Unidos um estudo estimou que quatro em cada dez (37,6%) adultos estariam sob alto risco de doença grave pela Covid-19. "É interessante notar que doenças não transmissíveis, como doenças cardiovasculares, câncer, doenças respiratórias e diabetes, são responsáveis pela maior parte das mortes em todo o mundo, desempenham um papel no agravamento do impacto da pandemia de Covid-19", relata a pesquisa brasileira. O próprio estudo, no entanto, aponta que há limitações para estabelecer estatisticamente qual parcela da população possui um risco ainda maior de chegar a um caso grave da doença gerada pelo coronavírus, justamente pela dificuldade de ter dados sobre a incidência das doenças na população. "À medida que o conhecimento sobre o curso clínico do Covid-19 avança, o entendimento dos fatores de risco para doenças graves será aprimorado, assim como as estimativas das populações de maior risco", esclarece.

Amplitude
O médico infectologista Boaventura Braz de Queiroz alerta que a quantidade relatada pela pesquisa é muito grande, pois ela abrange um rol amplo de doenças. "Não vejo como o fato da pessoa ter tido câncer nos últimos 5 anos e já estar curada ser um dos fatores de risco. Colocaram muita coisa." Ele acredita, como exemplo, que o fato de a pesquisa e da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás descrever uma comorbidade como doenças cardiovasculares também é um espectro muito amplo, já que inclui muitas doenças em um mesmo termo. "Teríamos que ver como é a incidência geral destas doenças aqui na região para saber como é de fato esta relação com o coronavírus", diz.

Piora ocorre por processo de associação da doença

O agravamento dos casos de Covid-19 em pessoas com outras comorbidades está relacionada ao processo de associação da doença com outros sistemas. O médico infectologista Boaventura Braz de Queiroz explica que a Covid-19 é uma doença inflamatória e, por isso, tem a possibilidade de alterar todos os sistemas. "As comorbidades vêm a piorar o comprometimento pulmonar, depois caminha para as outras consequências", diz. Segundo ele, trata-se de uma doença que age como um todo, "integrada ao corpo todo".

"A maioria dos vírus não foca em um só ponto do corpo. Este tem o foco pulmonar primeiro, mas depois tem outras consequências disso. Pois o corpo tenta auxiliar no processo respiratório e também é atingido", diz Queiroz. O titular da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Ismael Alexandrino, explica que qualquer doença que se associa ao sistema cardiovascular se torna muito mais grave. "É um dos sistemas que têm ação no corpo todo. Por exemplo, a coagulação intravascular disseminada, que é uma das consequências do processo inflamatório exacerbado da Covid-19 ou de qualquer outra doença infecciosa grave, faz com que os microvasos se coagulem deixando de ser oxigenados, ou seja, não tem troca gasosa adequada."

Alexandrino informa que processo semelhante ocorre com as pessoas que possuem diabetes. "É uma doença sistêmica, tem repercussões neurológicas, renais, na visão, então, tanto as cardiovasculares como as diabetes são sindrômicas, recheadas de comorbidades e afetações a diversos órgãos. Seja a pneumonia bacteriana ou viral, como H1N1 ou Covid-19, se associadas a estas patologias, traz muito mais gravidade."

Havia uma hipótese de que o uso de inibidores da enzima conversora de angiotensina (Ieca) ou bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA), comuns para pessoas com doenças cardiovasculares, poderiam facilitar a entrada do vírus nas células, no entanto, a teoria não se mostrou verdadeira até então.
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Um ano depois de anúncio, Hugol não oferece cirurgias

Enquanto isto, crianças com problemas cardíacos correm o risco de morrer ou ter quadro agravado. Outro hospital que atende pelo SUS no Estado não comporta toda a demanda

Um ano depois que o governo de Goiás anunciou, em junho do ano passado, a oferta de cirurgias cardiopediátricas no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), a medida ainda não se concretizou. Há anos, o Hospital da Criança é o único a ofertar o procedimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiás e oferece seis vagas de unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal e outras seis pediátricas para atendimento não só de pacientes do Estado, mas também encaminhados de outras partes do País. Apesar de o serviço estar descrito no contrato de gestão da Secretaria de Estado de Goiás (SES-GO) com a Organização Social Agir, as cirurgias ainda não saíram do papel.
Quando houve o anúncio das cirurgias do coração para crianças no hospital estadual não foi informada uma data para o início do serviço. Em novembro do ano passado, o secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, afirmou que as primeiras seriam realizadas em 2020. A nova previsão é para daqui a 120 dias. O problema, segundo a Sociedade Goiana de Pediatria (SGP), é que muitas crianças podem morrer ou ter a situação agravada pelo atendimento tardio.
No geral, a cada 100 bebês nascidos vivos no Brasil, um tem de cardiopatia congênita, um grupo de problemas de saúde que envolve vários tipos de malformações do coração. Alguns deles são graves a ponto de levarem à morte horas após o nascimento. Em Goiás, 10% dos óbitos infantis são ocasionados por este tipo de doença, a terceira causa de morte em neonatos, segundo o Departamento de Informática do SUS (DataSUS).
No último dia 16 de junho, representantes do grupo "Amigos do Coração", que reúne mais de 300 famílias em Goiás, participaram de uma reunião com o secretário Ismael Alexandrino e com integrantes do Hugol. Martha Camargo, coordenadora do grupo, afirmou que foi estipulado o prazo de 120 dias para dar início às cirurgias, as entre as justificativas, estava a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). "O mundo parou por conta da pandemia, pela falta de vagas em unidades de terapia intensiva (UTI). As crianças com cardiopatias congênitas aqui em Goiânia enfrentam esta situação há muito tempo. Nossa realidade é antes da Covid-19", pontua Martha.
As famílias contestam o fato de que o último aditivo de contrato firmado entre a SES-GO e a Agir, organização social responsável pelo Hugol, já previa a realização de cirurgias cardiopediátricas, mas a situação não mudou. "Já fomos informados da contratação de médicos, temos um hospital, temos aparelhos. A gente não entende. A conta não fecha. Nunca se morreu tanta criança com cardiopatias e os números não são reais, as filas não correspondem à realidade porque quando as crianças chegam para a cirurgia já estão morrendo", lamentou Martha Camargo.
Coordenadora do Departamento de Cardiologia da Sociedade Goiana de Pediatria (SGP), Mirna de Sousa disse que na reunião ficou acordado, entretanto, que os procedimentos mais simples como cateterismos começariam de forma imediata. "O que acontece é que não está sendo realizado em nenhum lugar. Só eu tenho dois pacientes precisando de cateterismo e eles não conseguem (o procedimento). Uma das pacientes passou por teleconsulta e foi informada que não estão fazendo atendimentos eletivos independente dos últimos decretos municipais. Acontece que eletivo em cardiologia não pode esperar. A criança perde o tempo cirúrgico ou morre", pontua Mirna.
Luiz Felipe Rodrigues Lima tem 1 ano e 8 meses e busca agora a realização de um cateterismo pelo SUS. Quando nasceu, ele ficou internado por 19 dias e desde que recebeu alta é acompanhado pela cardiopediatra Mirna de Sousa.
"Chegaram a me ligar do Hugol, pediram a documentação, laudos, exames e enviei tudo. Pediram para que eu ligasse de volta e marcasse o cateterismo, mas aí fui informada que este procedimento não é feito por agendamento. É uma burocracia danada e o meu medo é que ele acabe precisando de uma cirurgia porque não conseguiu o procedimento", afirma a mãe Aparecida Rosa Rodrigues, de 43 anos.
Ajustes
Em nota, o Hugol informou que as cirurgias cardíacas pediátricas e neonatais estão em fase de estruturação de insumos, equipamentos e fluxos. Disse também que os serviços começarão de forma escalonada, apesar de o contrato prever 20 cirurgias mensais. "Como pré-requisito para a realização de procedimentos cirúrgicos cardíacos neonatos e pediátricos, o Hugol necessita readequar a sua estrutura física para ativar

Secretaria diz que fila tem apenas duas crianças; médica contesta
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), responsável pela regulação em todo o Estado, afirmou que apenas duas crianças constam na lista de espera para cirurgias cardiopediátricas, uma de Aparecida de Goiânia e outra de Rio Verde. Por meio da Central de Regulação foram solicitadas vagas ao Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e também ao Hospital da Criança.
Coordenadora do Departamento de Cardiologia da Sociedade Goiana de Pediatria (SGP), Mirna de Sousa afirma que as chamadas "filas" são falsas porque as crianças ficam em estado grave muito antes de chegarem à regulação. "Nosso problema não é apenas a vaga no Hugol, temos muitos pacientes que não chegam às filas, não recebem sequer assistência de pediatria no sistema básico de saúde", pontua.
A médica cita ainda o caso de uma paciente que é cardiopata e tem Síndrome de Down. Ainda sem conseguir um cateterismo, ela sequer entrou na fila para a cirurgia.
"Ela tem uma cardiopatia chamada de Comunicação intraventricular, conhecida como CIV. É uma situação relativamente fácil de resolver, mas ela teve um diagnóstico tardio. Agora, está com hipertensão pulmonar e precisa passar por um cateterismo para decidirmos que tipo de cirurgia deverá ser feito. Como eu disse, as cardiopatias não podem esperar", finaliza a coordenadora da SGP.
Covid-19 pode complicar quadro de cardiopatas
O pequeno N.B.C., de 5 meses, está internado no Hospital Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), desde o último dia 14 de julho. Ele possui uma malformação do coração, mas foi diagnosticado tardiamente em Ceres, no interior do Estado. No dia em que conseguiu um pedido de cirurgia pelo Hospital da Criança, em Goiânia, recebeu também o diagnóstico positivo para Covid-19. Agora, respira com ajuda de ventilação mecânica, apresenta febre e está internado em estado grave na unidade de terapia intensiva (UTI) do HMI.
Ele só poderá passar pela cirurgia do coração depois que se recuperar do quadro clínico atual. Cirurgião cardiovascular do Hospital da Criança, Wilson Silveira diz que quando recebeu o paciente, a família apresentou um ecocardiograma feito na cidade de Ceres, mas que não correspondia ao estado clínico do garoto. Por este motivo, pediu um novo exame, mas com um especialista
Quem atendeu N.B.C. foi a cardiopediatra e ecocardiografista infantil, Mirna de Sousa. "Ela viu que a criança estava com falta de ar e encaminhou para internação no HMI. Isso porque, existe um processo burocrático de solicitar a cirurgia e a criança não tinha condições de ir para casa e esperar por isso. Ele foi internado, passou pelo teste de Covid-19 e quando o pai foi ao meu consultório pegar o pedido da cirurgia descobriu que o filho estava positivo para o novo coronavírus (Sars-CoV-2)", disse Wilson Silveira.
O cirurgião cardiovascular explica que o diagnóstico do bebê é conhecido como dupla via de saída de ventrículo direito mais coarctação da aorta. Para ele, o atendimento tardio pode ter complicado ainda mais a situação. "Sem dúvidas o atendimento foi tardio. Uma criança de 5 meses que tem apenas 4kg e com aquela patologia deveria apresentar cansaço há muito tempo. O primeiro exame que peguei foi feito por um ecocardiografista que faz exames de adultos. Com certeza faltou um diagnóstico precoce e adequado. Com a descoberta logo que nasceu, a história poderia ser outra."
Mudança de protocolo
Este não foi o primeiro caso de criança com cardiopatia confirmado para a Covid-19 em Goiânia. No dia 1º de junho, um bebê de apenas quatro dias de vida testou positivo para o coronavírus, no Hospital da Criança, no Setor Sul, também na capital. O menino nasceu no HMI e foi encaminhado à outra unidade de saúde para uma cirurgia que deveria ter sido feita no dia 29 de maio. Na ocasião, a unidade havia definido como protocolo a realização do teste. Com o resultado positivo, precisou aguardar pela cirurgia.
Na ocasião, a cardiopediatra do HMI, Mayra Barreto explicou que o diagnóstico do bebê sobre a cardiopatia foi feito ainda durante a gestação. O bebê deveria ser operado logo nos primeiros dias de vida. Com Covid-19, teve de esperar 14 dias para um novo exame e com o resultado negativo, teve a cirurgia agendada. O resultado negativo veio em 16 de julho. O bebê chegou a ser operado pelo cirurgião cardiovascular Aleksander Dobrianskyj, que é referência no Estado. Apesar da cirurgia, o recém-nascido não resistiu e morreu após o procedimento.
Wilson Silveira explica que depois deste primeiro caso, o protocolo foi alterado no Hospital da Criança e agora os testes são feitos antes da internação na unidade hospitalar. "Essas duas crianças são casos graves que já apresentam hipertensão pulmonar. Então, somada á lesão do pulmão pela Covid-19, o quadro piora muito. Precisamos primeiro tratar a infecção para depois operar. Não podemos fazer a cirurgia na fase aguda da doença", finaliza.
hospital, a contratação de empresa especializada está em fase final de elaboração e assinatura de contrato para início das obras", diz o documento.
A SES-GO também se manifestou e afirmou que devido ao atual cenário mundial da pandemia do novo coronavírus, os prazos para entrega de medicamentos, insumos e equipamentos pelos fabricantes foram diretamente afetados. Pontuou também que "o Hugol é uma das unidades da rede estadual referência no enfrentamento à Covid-19 e, realiza desde abril, atendimento aos pacientes pediátricos com síndrome respiratória aguda grave (Srag), ou seja, crianças acometidas ou com suspeita de infecção pelos vírus H1N1 e Covid-19. Os atendimentos são encaminhados por meio do Complexo Regulador de Goiás (CRE)".
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Após 18 anos do início das obras, novo HC abrirá para Covid-19


Prédio do Hospital das Clínicas foi concluído no fim de 2019, mas abertura durante pandemia só foi possível depois de acordo entre UFG, Prefeitura e fundação

O novo prédio do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG) finalmente vai abrir as portas após 18 anos de obras e 7 meses fechado após a conclusão dos serviços. A partir de um convênio entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, a UFG e a Fundação de Amparo ao Hospital das Clínicas (Fundahc), a rede municipal vai contar com uma capacidade de 78 leitos de UTI e 64 leitos de enfermaria para casos suspeitos e confirmados de Covid-19 a partir do início de agosto.
Inicialmente, a previsão é começar com 10 leitos de UTI e 52 de enfermaria e, então, ir ampliando conforme a demanda. O convênio é válido até dezembro e pode ser renovado conforme o estágio da epidemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) na capital. A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsável pela gestão do HC, autorizou o uso do prédio sem ônus para o poder público. A gestão dos leitos será de responsabilidade da Fundahc, que já administra o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), unidade dedicada à Covid-19.
O reitor da UFG, Edward Madureira, disse que a instituição conseguiu respiradores para equipar 40 leitos de UTI, mas que dependia do prazo de entrega das empresas e que o restante caberia à SMS. A equipe médica ficará por conta da Fundahc. O antigo prédio do HC, que oferta 10 leitos de UTI para Covid-19, continuará atendendo, com a mesma direção que já o administra, sob gestão da Ebserh.
A Prefeitura contratou uma empresa para locação de equipamentos suficientes para equipar cem leitos de UTI, que serão requisitados de acordo com a necessidade da rede municipal. O contrato com a empresa carioca RTS Rio S/A, no valor máximo de R$ 14,1 milhões, foi homologado no dia 14 de julho, sendo que a Prefeitura vai pagar apenas pelos equipamentos utilizados. A ideia é que parte deles já seja usada no novo prédio, que será chamado de Hospital das Clínicas Covid-19 (HCC19).
Para o reitor, o convênio – que está em análise pelos respectivos departamentos jurídicos dos envolvidos – veio na hora certa, antes da epidemia atingir seu pico, ajudando a evitar um colapso no sistema de saúde. "Se a situação se agravar, há mais espaço lá no prédio para ser utilizado", ressalta.
A superintendente de Regulação e Políticas Públicas da SMS, Andréia Alcântara, diz que tanto o convênio como o contrato de locação para cem leitos traz um fôlego para a secretaria na gestão de vagas para os casos graves de Covid-19.
Atualmente, a rede municipal conta com 183 leitos de UTI em 10 hospitais de referência, sendo 2 públicos e 8 conveniados. O crescimento de vagas tem sido gradativo. Há uma semana eram 160 e praticamente todo dia desde então chegou a ter pelo menos uma vaga nova aberta em algum destes hospitais. Nesta quinta-feira (23), foram 8 no HMMCC.
Andréia explica que os equipamentos da RTS Rio serão locados conforme a necessidade e poderão ir tanto para o HCC19 como para o HMMCC. O contrato prevê a possibilidade de ser ampliado em mais 50% ou reduzido no mesmo porcentual.
Na noite desta quinta-feira, havia 37 vagas disponíveis na rede municipal entre os 183 leitos existentes, incluindo os 8 recém-abertos. No dia anterior, chegou a ter 16 leitos vagos apenas. Existe a expectativa, entretanto, que a demanda aumente nas próximas duas semanas, por causa da reabertura das atividades comerciais em Goiânia desde o dia 14.
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MAIS GOIÁS

Paciente que ficou com gaze no corpo após cirurgia será indenizada

Material ficou preso no corpo da mulher por cerca de três meses após uma cirurgia realizada em 2014 para retirada do útero
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O Hospital Municipal Atanásio Ferreira Cunha, representado pelo Município de Aloândia e um médico da unidade hospitalar, foram condenados, de forma solidária, a indenizar uma paciente que conviveu por muito tempo com uma gaze no corpo. O tecido, que é usado para estancar sangramentos, foi esquecido dentro dela após um procedimento cirúrgico realizado no hospital em 2014.
A juíza Ana Paula Tano, da Vara das Fazendas Públicas da comarca de Joviânia, fixou em R$ 50 mil reais os danos morais, e em R$ 950 reais os danos materiais gastos em nova cirurgia para retirar o material.
A paciente é uma dona de casa, que ajuda o marido a cuidar de uma fazenda, na condição de vaqueiro. Segundo ela, em 8 de julho de 2014, foi submetida a uma cirurgia para remover o útero e passou a sentir fortes dores dias após o procedimento. Quando procurou o hospital, recebeu novas prescrições de remédios.
Conforme a dona de casa, mesmo depois de medicada as dores continuaram por diversos dias, e com maior intensidade. Porém, o médico sempre alegava que era normal, pois ela estava em fase de recuperação.
A dona de casa disse também que ficou por quase três meses sentindo dores e que nem conseguia realizar os afazeres domésticos, o que lhe provocava grande angústia. Diante da situação, ela percebeu que a infecção aumentava, surgindo escorrimento, além das dores intensas.
Como a situação não melhorava, a paciente foi levada para Anápolis para que o caso fosse reavaliado. A gaze então foi encontrada por meio de exame e a mulher precisou ser submetida a uma nova cirurgia para retirada do material.
Para a juíza, a responsabilidade do Hospital Municipal Atanásio Ferreira Cunha, representado pelo Município de Aloândia, é objetiva, devendo ser aplicada as disposições do art. 37, § 6º da Constituição Federal, que determina: “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.
Em relação ao médico, a magistrada ressaltou que além da conduta comissiva/omissiva, a existência de dano e nexo causal, deve também haver a existência de culpa por parte do agente.
Conforme ela, os artigos 186 e 927 do Código Civil observam que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano ao outro, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito e aquele que, por ato ilícito causar danos ao outro, fica obrigado a repará-lo.
O Mais Goiás entrou em contato com o Município de Aloândia, que informou que o médico não trabalha no hospital municipal desde 2016. Apontou também que se o Município for condenado no fim do processo, os danos sofridos pela paciente serão ressarcidos regularmente.
Leia a nota completa na integra:
A Procuradoria-Geral do Município de Aloândia, através do Procurador João Paulo Rosemberg, esclarece que se encontra aberto o prazo para a interposição de recurso contra a decisão que condenou o Município a reparar, civilmente, a paciente.
Noticia que não foi realizada perícia no processo judicial, apta a comprovar os fatos, e que por isso irá recorrer no prazo legal.
Esclarece, além disso, que o médico que realizou o procedimento não trabalha no hospital municipal da cidade desde o início do ano de 2016.
Pontifica que o mais prudente, no momento, é aguardar a decisão dos tribunais sobre o caso.
Ressalta, por fim, que se o Município for condenado ao findar do processo, os danos sofridos pela paciente serão ressarcidos regularmente.

*Com informações do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO)
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PORTAL G1

Médico orienta parentes de pacientes com Covid-19 a pagar transporte particular para agilizar transferência a hospitais

Apesar da alta demanda nas remoções de pessoas internadas em estado grave, ambulâncias do Samu precisam ser desinfectadas entre uma viagem e outra, o que demora, em média, uma hora, em Goiânia.

Por Rafael Oliveira, G1 GO

Por causa da demora para pacientes com sintomas graves de coronavírus conseguirem a transferência entre unidades de saúde por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), um médico que atende em um Centro de Atenção Integra à Saúde (Cais) de Goiânia está indicando aos familiares dos infectados a contratarem ambulâncias no ramo privado.
"No desespero, quando a vaga do paciente sai, estamos orientando os familiares a procurarem transporte particular, na tentativa de evitar que agrave seu quadro no Cais", disse o médico, que preferiu não se identificar.
A empregada doméstica Maria de Fátima Jesus não teve dinheiro para pagar uma ambulância particular para levar a mãe dela, Gasparina Jesus, de 80 anos, para um hospital de referência, na quarta-feira (22). A idosa só foi transferida pelo Samu 12 horas depois que saiu uma vaga de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
"A demora foi tão grande, que, infelizmente, o estado da minha mãe ficou gravíssimo. É um sofrimento muito grande", lamenta.

Demora agrava quadro do paciente

Apesar da alta demanda nas transferências entre unidades de saúde durante a pandemia de coronavírus, ambulâncias do Samu precisam ser desinfectadas entre a remoção de um paciente e outro, o que demora, em média, uma hora com o veículo fora de operação. A limpeza é uma exigência para evitar que uma pessoa passe o vírus para outra.
Na manhã de quarta-feira (22), três ambulâncias precisaram ficar paradas ao mesmo tempo para a limpeza em um lava a jato da capital.
Segundo o médico intensivista Eros Sousa Júnior, existe o "tempo certo para tratar a doença e, às vezes, quando passa esse tempo, o tratamento se torna fútil".
"O paciente pode ter o quadro agravado na atenção primária e não tem condição de transporte. Então, a gente lida com esse problema quando o transporte atrasa", explica o médico.
O coordenador do Samu em Goiânia, André Luiz Braga, disse que houve aumento de 66% na demanda de transportados durante a pandemia, mas que isso não prejudicou o atendimento à população e o tempo de espera. Ainda assim, afirmou que estuda alugar mais ambulâncias.
"Há demora, mas não maior que quatro a cinco horas entre a solicitação de uma vaga, a confirmação e o transporte do nosso usuário. Independente, nós estamos com avaliação técnica pronta para ser apresentada à Secretária de Saúde com a viabilidade de se contratar, de forma emergencial, se houver necessidade nos próximos dias, de um serviço terceirizado", explicou o coordenador.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação