Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 24/07/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

O que é saúde suplementar? Entenda o conceito, quais os objetivos deste setor e os benefícios para a gestão da saúde no Brasil

Como a inteligência artificial pode aliviar a crise de saúde no Brasil?

Os médicos serão substituídos pela IA?

Chegada de novas ambulâncias do Samu dependem de regularização do serviço

Anvisa diz que ‘pílula do câncer’ não está autorizada para tratamento da doença

SAÚDE BUSINESS

O que é saúde suplementar? Entenda o conceito, quais os objetivos deste setor e os benefícios para a gestão da saúde no Brasil

Saúde Suplementar é a atividade de operar e gerir os planos e seguros de saúde e assistência médica privados. Essa atividade é regulamentada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Saiba mais!

A saúde suplementar é o setor da saúde privada. Importante pilar da saúde brasileira, compreende a operação de planos, seguros e serviços de saúde privados. Regulada e fiscalizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), é constituída por operadoras, profissionais de saúde e beneficiários.

Nasceu no país na década de 1960, impulsionada pelo crescimento econômico e pelo avanço do emprego formal, período em que empresas passaram a fornecer planos de saúde aos colaboradores.

Os planos coletivos empresariais correspondem a cerca de 70% dos planos de saúde vigentes no Brasil. São mais de 35,8 milhões de beneficiários neste formato. Em seguida, os mais populosos são os planos individuais ou familiares, com 8,8 milhões de beneficiários.

Objetivos da saúde suplementar

A saúde suplementar visa assegurar que a população tenha acesso a planos de saúde e assistência hospitalar. No modelo vigente, a ênfase está no tratamento de doenças, visando a cura ou a melhoria dos sintomas.

Além disso, a saúde suplementar busca oferecer um atendimento de qualidade de modo a reduzir a pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e proporcionar maior agilidade nos serviços médicos. Também procura desenvolver, junto aos beneficiários, ações de prevenção e promoção da saúde.

Veja os principais objetivos da saúde suplementar:

Ampla cobertura 

Garantir que os beneficiários tenham acesso a uma ampla gama de serviços e procedimentos médicos, desde consultas e exames até internações e cirurgias, cobrindo diversas especialidades e necessidades de saúde.

Garantia de qualidade 

Oferecer atendimento médico de alta qualidade, com profissionais qualificados e infraestrutura adequada, assegurando que os usuários recebam cuidados eficientes e eficazes.

Ampliar a liberdade de escolha 

Proporcionar aos beneficiários a liberdade de escolher seus médicos, hospitais e clínicas, permitindo que cada indivíduo selecione os serviços que melhor atendem às suas necessidades e preferências pessoais.

Garantir o acesso à saúde 

Assegurar que mais pessoas possam ter acesso a serviços de saúde de qualidade, complementando o Sistema Único de Saúde (SUS) e contribuindo para que a população tenha uma cobertura de saúde mais abrangente e eficaz.

Os serviços oferecidos pela saúde suplementar não estão integrados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e operam de forma independente. No entanto, complementam os serviços públicos de saúde.

Como funciona o mercado de saúde suplementar

A saúde suplementar funciona por meio da contratação de planos que garantem ao beneficiário o acesso a uma rede de médicos, clínicas, laboratórios e hospitais conveniados. Os serviços cobertos variam conforme o tipo de plano, podendo incluir consultas, exames, terapias, internações, cirurgias e até mesmo assistência odontológica.

Os beneficiários pagam mensalidades ou prêmios que financiam os serviços prestados. As operadoras, por sua vez, devem cumprir uma série de exigências da ANS, que estabelece normas para a comercialização dos planos, a cobertura mínima obrigatória, chamada de Rol da ANS, reajustes de preços e a solvência das empresas.

O setor é um dos maiores do mundo em termos de abrangência e número de beneficiários, refletindo a crescente busca da população por alternativas que garantam acesso a serviços de saúde de forma complementar ao SUS.

Quem regulamenta a saúde suplementar

A saúde suplementar no Brasil só foi regulamentada em 1998, por meio da Lei nº 9.656, que rege os planos de saúde e as operadoras. Com a promulgação da lei, foram definidos os principais requisitos e diretrizes para o aprimoramento do funcionamento do segmento.

Após dois anos, a Lei nº 9.961, de 2000, criou a ANS, uma autarquia vinculada ao Ministério da Saúde, responsável regular o setor da saúde suplementar. O órgão busca garantir a qualidade e a transparência dos serviços prestados pelas operadoras de planos de saúde, bem como proteger os direitos dos consumidores.

A ANS atua em diversas frentes para assegurar que as operadoras cumpram suas obrigações e ofereçam serviços adequados aos beneficiários. Entre suas atribuições estão:

Definição de normas e regras 

A ANS define as diretrizes que regulamentam a atuação das operadoras de planos de saúde, incluindo a cobertura mínima obrigatória, reajustes de preços, padrões de qualidade e regras para comercialização de planos.

Fiscalização e monitoramento 

A agência realiza a fiscalização contínua das operadoras, monitorando o cumprimento das normas estabelecidas. Isso inclui a análise de reclamações dos consumidores e a aplicação de sanções em casos de descumprimento.

Acompanhamento financeiro 

A ANS supervisiona a saúde financeira das operadoras para garantir sua solvência e capacidade de prestar serviços aos beneficiários. Isso envolve a exigência de reservas técnicas e a análise de balanços financeiros.

Mediação de conflitos 

O órgão atua como mediador em conflitos entre beneficiários e operadoras, buscando soluções que respeitem os direitos dos consumidores e promovam a qualidade do atendimento.

Educação e informação 

A agência também tem um papel importante na orientação e informação dos consumidores, disponibilizando dados sobre as operadoras, planos de saúde e direitos dos beneficiários.

Com essas ações, a ANS busca ter um mercado de saúde suplementar justo e eficiente, onde os beneficiários tenham acesso a serviços de saúde de qualidade, com segurança e transparência.

Quem compõe o Sistema Nacional de Saúde Suplementar?

O Sistema Nacional de Saúde Suplementar (SNS) é composto por diversos agentes que atuam em conjunto para regular, fiscalizar e prestar serviços no âmbito da saúde privada. A ANS é um dos principais atores envolvidos neste setor, assim como:

Operadoras de Saúde 

Empresas que comercializam e gerenciam planos de saúde. Elas podem ser classificadas em diferentes tipos, como seguradoras especializadas em saúde, cooperativas médicas, empresas de autogestão, entre outras.

Prestadores de serviços de saúde 

Hospitais, clínicas, laboratórios, médicos e outros profissionais de saúde que oferecem atendimento e serviços aos beneficiários dos planos de saúde.

Beneficiários: pessoas físicas que contratam planos de saúde, seja de forma individual, familiar ou coletiva, e utilizam os serviços oferecidos pelas operadoras e prestadores.

Ministério da Saúde: embora a ANS seja uma autarquia independente, ela está vinculada ao Ministério da Saúde, que coordena as políticas públicas de saúde no país, incluindo as relacionadas à saúde suplementar.

Entidades representativas: associações e sindicatos que representam os interesses das operadoras, prestadores de serviços e beneficiários, como a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge).

Quem utiliza a saúde suplementar?

A saúde suplementar é utilizada por uma ampla gama de pessoas no Brasil. Abrange diferentes perfis socioeconômicos e necessidades de saúde. Os principais grupos que utilizam a saúde suplementar incluem:

Indivíduos e famílias: pessoas físicas que contratam planos de saúde individualmente ou para suas famílias, buscando acesso a serviços médicos e hospitalares de qualidade e mais agilidade no atendimento.

Colaboradores de empresas: muitos trabalhadores têm acesso a planos de saúde coletivos empresariais, oferecidos por seus empregadores como um benefício adicional. Este grupo representa uma parcela significativa da saúde suplementar.

Profissionais liberais e autônomos: profissionais que não estão vinculados a empresas específicas, como médicos, advogados, engenheiros e outros trabalhadores autônomos, podem contratar planos de saúde coletivos por adesão, geralmente por meio de associações de classe.

Servidores públicos: muitos órgãos públicos oferecem planos de saúde suplementar para seus servidores, complementando os serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Idosos e aposentados: pessoas com mais de 60 anos também utilizam a saúde suplementar, muitas vezes buscando planos que ofereçam uma cobertura mais abrangente para doenças crônicas e cuidados específicos para a idade avançada.

Esses grupos buscam na saúde suplementar uma alternativa ou complemento ao Sistema Único de Saúde (SUS), procurando maior agilidade, liberdade de escolha e acesso a uma rede mais ampla de prestadores de serviços de saúde.

Quais os desafios da saúde suplementar?

A saúde suplementar no Brasil enfrenta diversos desafios que afetam tanto as empresas quanto os usuários. Um dos principais problemas é o aumento constante dos custos de assistência à saúde. 

O encarecimento dos planos de saúde eleva os gastos das empresas com os cuidados aos trabalhadores, sem necessariamente melhorar a qualidade e os resultados dos serviços prestados.

Os custos elevados na saúde suplementar são atribuídos a vários fatores, como:

Modelo de remuneração: a lógica de remuneração dos prestadores de serviço é baseada no número de procedimentos executados, e não nos resultados obtidos. Isso pode incentivar a realização de procedimentos desnecessários, aumentando os custos sem necessariamente melhorar a qualidade do atendimento.

Falta de saúde preventiva: há uma menor ênfase na prevenção de doenças. Isso gera aumento nas complicações de saúde e nos atendimentos emergenciais, que são mais caros do que os cuidados preventivos.

Incorporação de tecnologias: a inclusão de novas tecnologias nos procedimentos mínimos dos planos de saúde ocorre muitas vezes sem uma análise adequada da relação custo-benefício. Isso pode resultar na adoção de procedimentos caros com baixo impacto na saúde e no bem-estar dos beneficiários.

Acesso a dados: há uma dificuldade de acesso aos dados agregados de saúde dos beneficiários. Não há uma integração na saúde suplementar, o que impede uma gestão eficiente e a implementação de estratégias de melhoria.

Otimizar o acesso aos serviços, por meio de um acompanhamento multidisciplinar e uma gestão integrada da saúde, poderia reduzir desperdícios e melhorar os resultados. A implementação de medidas preventivas e uma gestão eficiente são essenciais para controlar os custos e melhorar a qualidade da experiência do usuário na saúde suplementar.

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A saúde suplementar é essencial para o progresso da saúde no Brasil, tornando-a mais acessível para todos. As soluções trazidas pelo setor beneficiam milhões de brasileiros todos os dias.

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Como a inteligência artificial pode aliviar a crise de saúde no Brasil?

O uso da Inteligência Artificial na saúde traz grandes benefícios para se combater a crise da saúde brasileira, como redução de custos e aceleração de processos burocráticos, entretanto, desafios relacionados a regulamentação da tecnologia ainda devem ser enfrentados. Saiba mais!

Com a ascensão da inteligência artificial no mundo, surgiu a ilusão de que ela poderia resolver todos os problemas. No entanto, a realidade mostra que há desafios e limitações. Na área da saúde, isso não é diferente. 

Durante o Workshop sobre Saúde, Comunicação e Notícias, promovido pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Antônio Britto, diretor executivo da associação, apresentou sua visão sobre o papel da IA na crise de saúde no Brasil.

Os três pilares da IA na Saúde

De acordo com Britto, há três pilares principais que tratam do impacto das IAs na saúde. Primeiro, a inteligência artificial auxilia no fornecimento de atendimentos e diagnósticos mais rápidos. Segundo, ela alivia a carga de trabalho dos médicos, ajudando a identificar doenças com mais eficiência. No entanto, o terceiro pilar é o mais preocupante: a falta de regulamentação que ainda é vista no mundo inteiro, incluindo no Brasil.  

1. Atendimentos e diagnósticos mais rápidos 

Ferramentas de IA podem analisar grandes volumes de dados médicos em tempo recorde, identificando padrões que podem passar despercebidos aos olhos humanos. Isso acelera o processo de diagnóstico e pode aumentar a precisão, resultando em um tratamento mais eficaz para os pacientes

Além disso, ela também ajuda no atendimento aos pacientes, preenchendo fichas, digitalizando processos manuais e padronizando procedimentos. Com a automação dessas tarefas administrativas, os profissionais de saúde podem dedicar mais tempo à atenção direta ao paciente, melhorando a qualidade do atendimento. 

Velocidade, precisão e digitalização podem reduzir os custos no mercado de saúde, aliviando a crise que está pressionando o sistema de saúde no nosso país. Com a crescente demanda por serviços médicos, a utilização de IA para otimizar diagnósticos e tratamentos torna-se uma solução para melhorar a gestão dos recursos disponíveis.

Além disso, ao diminuir o tempo necessário para identificar e tratar doenças, a IA pode reduzir a necessidade de procedimentos mais caros, contribuindo para a sustentabilidade financeira das instituições de saúde

“Se utilizada de forma correta, a inteligência artificial pode e vai nos ajudar nessa crise”, afirma Britto. 

2. Alívio na carga de trabalho dos médicos 

A inteligência artificial também pode assumir tarefas repetitivas e administrativas, de acordo com o diretor executivo da Anahp, permitindo que os profissionais de saúde se concentrem em atividades que exigem expertise e cuidado humano.  

Com essa adoção, a escassez de profissionais de saúde qualificados também pode ser solucionada, principalmente em questão da otimização de tempo.  

Além disso, como já citado, sistemas de IA podem ajudar na identificação de doenças, oferecendo suporte aos médicos na tomada de decisões complexas. Isso é especialmente importante em um cenário onde médicos estão atolados de trabalho e sofrendo cada vez mais com doenças psicológicas, como o burnout.  

3. Desafios da regulamentação 

A preocupação reside no terceiro pilar, que diz respeito a regulamentação. A adoção da inteligência artificial na saúde enfrenta grandes obstáculos devido à ausência de regulamentações consistentes. Isso inclui questões de privacidade de dados, segurança e ética no uso da IA.

Britto enfatiza que, enquanto essas questões não forem abordadas adequadamente, o potencial total da IA na saúde não poderá ser alcançado. “A criação de uma regulação é essencial para garantir que a tecnologia seja utilizada de maneira segura”, finaliza.  

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Os médicos serão substituídos pela IA?

A inteligência artificial está revolucionando o diagnóstico e o tratamento médico, e os médicos que adotarem essa tecnologia estarão melhor posicionados para se manter relevantes no futuro.

Eduardo Lapa*

Desde o lançamento do ChatGPT 3.5 em 2022, a Inteligência Artificial (IA) tem ganhado grande destaque na mídia. Na medicina, isso não é diferente. Vemos um aumento significativo nas publicações sobre o tema. Inclusive, o mais conhecido periódico médico do mundo, o New England Journal of Medicine, criou uma versão voltada para IA, chamada NEJM AI, dedicada à publicação de artigos na área. 

A aplicação de IA na medicina não está só na teoria. Já existem evidências científicas que mostram o enorme potencial da IA na saúde, destacando-se algumas: 

Reconhecimento mais precoce de infarto agudo do miocárdio através da interpretação de eletrocardiogramas feita pela IA; 

Maior eficiência na detecção de pólipos possivelmente cancerosos durante a realização de colonoscopias; 

Aumento significativo na produtividade do consultório com o uso de transcritores de voz que, ao escutarem a conversa entre médico e paciente, identificam e resumem os principais achados no prontuário eletrônico, economizando tempo; 

Ajuda no desenvolvimento de novas medicações, como antibióticos. 

As possibilidades são vastas e, de onde estamos hoje, podemos dizer com tranquilidade que a IA já se coloca como uma tecnologia revolucionária para a medicina, permeando todas as suas áreas, como diagnóstico, tratamento, seguimento de pacientes, monitorização e predição de complicações, e desenvolvimento de novas medicações. 

Contudo, surge a pergunta: a tecnologia pode avançar a ponto de substituir completamente os médicos? Haveria risco de o médico perder seu emprego para a máquina? A maioria dos especialistas acredita que não. Entre eles, Yann LeCun, chefe de IA da Meta, empresa responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp. Quando perguntado se a IA poderia substituir completamente os radiologistas no futuro, LeCun afirmou que o mais provável é que a máquina ajude a reduzir erros médicos e resolva casos mais simples, permitindo que os radiologistas se concentrem nos casos mais complexos. 

Essa visão é compartilhada por vários outros especialistas, como o cardiologista Eric Topol, que acredita que, até onde se pode prever, sempre haverá a necessidade de um médico por trás das decisões, com a IA servindo como uma ferramenta de apoio. 

Dito isso, um cenário mais provável é que o médico que utiliza IA vá progressivamente ganhando mais espaço em detrimento daquele que não domina essa tecnologia. Se um médico, junto com a IA, consegue melhorar sua produtividade, acurácia diagnóstica e promover planos terapêuticos mais eficazes, é de se esperar que o mercado de trabalho priorize esse profissional em relação a outro que se recusa a integrar a tecnologia em sua prática diária. Vê-se então a necessidade de se adaptar às novas tecnologias que possuem o potencial de melhorar a forma como diagnosticamos e tratamos os nossos pacientes. 

Convido a comunidade médica a abraçar a inteligência artificial como uma força revolucionária e transformadora para a medicina e a prática médica. Em meio a uma expansão vertiginosa, a IA promete avanços extraordinários em nossa área. Com a adesão às mais rigorosas práticas éticas, podemos inaugurar uma era de benefícios sem precedentes, impactando profundamente tanto médicos quanto pacientes. 

*Eduardo Lapa é cofundador e editor-chefe do site Afya CardioPapers. 

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JORNAL OPÇÃO

Chegada de novas ambulâncias do Samu dependem de regularização do serviço

Crise no Samu se arrasta desde o começo do ano e não tem previsão de quando será solucionada

Ao menos quatro ambulâncias destinadas para o Samu de Goiânia ainda aguardam a adequação da Prefeitura de Goiânia para serem efetivadas à frota. A informação foi repassada pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde), Néia Vieira e confirmada por representantes do Ministério da Saúde que participaram de uma audiência pública que discutiu a situação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência na Capital.

O diretor do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), Alexandre Alves, apresentou relatório com ações de controle feitas pelo órgão. O documento mostra que os problemas mais recorrentes estão relacionados aos efetivos de ambulâncias, com várias viaturas fora de rota por falta de manutenção. “Isso compromete a entrega de um serviço essencial que salva vidas, porque leva pessoas em situação crítica para atendimento a tempo, minimizando, inclusive, os impactos no SUS [Sistema Único de Saúde], de forma geral”, ponderou.

Alves destacou que as informações coletadas foram todas repassadas para a gestão central. “O relatório fechado mostra uma dura realidade, que foi recortada e que é importante para procurar melhorias nas políticas de saúde.”

O gestor informou que o órgão que ele representa está trabalhando na elaboração de plano de monitoramento para cumprimento das recomendações que foram exigidas.

Adequação depende de vontade política

Ao Jornal Opção, Néia lembra que esse processo de conformidade envolve a identificação visual do prédio e das viaturas do SAMU. “Mas tem outras questões mais graves, como por exemplo os recursos que foram enviados pelo Ministério para a manutenção das ambulâncias e que não foram utilizados. Tinha muita ambulância baixada e o recurso tinha sido repassado para que elas fossem concertadas”, aponta.

Ela esclarece ainda que essas adequações são necessárias para que a gestão municipal volte a receber os recursos destinados para a manutenção do serviço, que gira em torno de R$ 11 mil por cada ambulância. Esses repasses estão suspensos desde o apontamento de inconformidades feito pelo Sistema Nacional de Auditoria do SUS, em janeiro deste ano. “Então eles deixaram de receber esse recurso porque não fizeram as adequações. São questões que com vontade política você resolve rapidamente, a questão é tomar a decisão e fazer”, relata.

“Em nossa visita ao Ministério da Saúde, constatamos que todas as recomendações feitas para o setor foram solenemente ignoradas pela Prefeitura de Goiânia, inclusive com desvios apontados de recursos. Como resultado, acabamos perdendo quatro ambulâncias novas e 11 mil reais para a manutenção de cada veículo da frota”, acrescentou.

Usuários contratam ambulâncias particulares

O deputado estadual Mauro Rubem (PT) lembrou, durante a audiência, que em alguns momentos a Capital viveu um colapso na saúde sem nenhuma ambulância nas ruas. “Ambulâncias novas já foram destinadas para Goiânia e a prefeitura não tomou providências necessárias para o recebimento. Estamos falando de um serviço fundamental, padronizado há 20 anos no Brasil. Precisamos estudar bem o caso de Goiânia, porque a situação aqui repercute no Estado inteiro”, criticou.

O presidente da Associação dos Servidores do Samu, Jeferson Brito denuncia que com a baixa dos contratos dos médicos e enfermeiros do serviço e a disponibilidade de apenas quatro ambulâncias para rodar na Capital cria situações constrangedoras para a população. “Isso é fundamental para atender a população que fica prejudicada e acaba tendo que contratar ambulância particular. O desmonte serve para privatizar e onerar o valor do serviço”, mostra.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, mas até o fechamento desta reportagem não tivemos retorno. O espaço continua aberto para manifestação.

Terceirização afastou secretário de Saúde

A situação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Goiânia tem sido marcada por uma série de controvérsias e ações judiciais que culminaram no afastamento do secretário de Saúde, Wilson Pollara, e na suspensão de contratações relacionadas ao serviço. Esta decisão foi tomada pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) a pedido do Ministério Público de Contas (MPC), com o intuito de garantir a transparência e a legalidade nos processos de contratação.

Em junho, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia havia tentado, em caráter de urgência, contratar serviços para o Samu, incluindo sistemas web, locação de ambulâncias e recursos humanos. No entanto, essa iniciativa foi interrompida por decisão do TCM, que identificou diversas irregularidades no processo, como a falta de nexo entre a justificativa apresentada — combate à dengue — e os serviços que seriam prestados pelo Samu. Além disso, o período de estiagem indicava uma redução nos casos de dengue, tornando desnecessária a contratação de ambulâncias especificamente para esse fim. Outro ponto crítico foi a tentativa de contratar novos sistemas web, apesar do Samu já dispor de um sistema contratado pelo município.

Apesar da suspensão inicial e do cumprimento da decisão pelo município, a Secretaria Municipal de Saúde reabriu o procedimento de contratação em caráter emergencial apenas 15 dias depois, com ligeiras mudanças no objeto do contrato, mas essencialmente similar ao anterior. Esse novo procedimento foi interpretado pelo MPC como uma tentativa de frustrar o controle externo do TCM, levando à nova suspensão e ao afastamento de Pollara.

A situação foi agravada por uma portaria do Ministério da Saúde, publicada em maio, que suspendeu o repasse mensal de mais de R$ 100 mil destinados ao custeio do Samu, devido a irregularidades identificadas na Central de Regulação das Urgências, responsável pela gestão dos recursos.

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FOLHA DE S.PAULO

Anvisa diz que ‘pílula do câncer’ não está autorizada para tratamento da doença


A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou, nesta terça-feira (23), que a substância fosfoetanolamina não está autorizada para tratamento de câncer.

Conhecida popularmente como “pílula do câncer”, a fosfoetanolamina sintética ganhou destaque em uma polêmica médica em meados de 2015, mas sua eficácia nunca foi comprovada cientificamente.

Desde então, vídeos sobre sua suposta eficácia para a doença continuam circulando na internet. É falso, por exemplo, que um professor da USP (Universidade de São Paulo) tenha descoberto uma substância química capaz de curar o câncer, como afirmam vídeos compartilhados em grupos no WhatsApp.

A agência reguladora esclarece que propagandas nas redes sociais que sugerem que a fosfoetanolamina combate o câncer ou qualquer outra doença, atribuindo-lhe propriedades funcionais ou de saúde, são irregulares e enganosas.

“Utilizar produtos não registrados na Anvisa para o tratamento do câncer é extremamente arriscado. Esses produtos podem interferir negativamente nos tratamentos convencionais, além de apresentar riscos de contaminação”, alerta a agência.

Além disso, a substância também não tem aprovação da Anvisa como suplemento alimentar.

Como mostrou a Folha, a fosfoetanolamina não é considerada uma substância alternativa para o tratamento de câncer.

Seu uso como pílula teve início na década de 1990, mesmo sem comprovações científicas, e se brava na hipótese de que a substância funcionaria como um marcador das células cancerígenas, o que ajudaria o sistema imunológico no combate à doença.

No entanto, a eficácia da substância nunca foi comprovada por testes clínicos. A USP fechou o laboratório de química e denunciou o professor Gilberto Chierice por crimes contra a saúde pública e curandeirismo.

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica enfatiza também que não há embasamento científico para associar a fosfoetanolamina ao tratamento alternativo para o câncer.

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Assessoria de Comunicação

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