Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 24/08/16

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES

Polícia Federal faz operação contra desvio de recursos federais em Goiás
Bebê que nasceu com microcefalia morre em RIo Verde
Diretor do Credeq explica como funciona triagem e tratamento, em Aparecida de Goiânia
Família tenta tratamento para criança com distrofia muscular, em Cristalina
Monitor de clínica clandestina afirma que era obrigado a bater em pacientes
Reunião sobre Hospital Araujo Jorge não chega a conclusão imediata
Região Leste tem nova unidade de Saúde
Médicos recebiam sem cumprir jornada
Epidemia de câncer


TV ANHANGUERA/ GOIÁS

Polícia Federal faz operação contra desvio de recursos federais em Goiás
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/policia-federal-faz-operacao-contra-desvio-de-recursos-federais-em-goias/5256651/

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Bebê que nasceu com microcefalia morre em RIo Verde
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/bebe-que-nasceu-com-microcefalia-morre-em-rio-verde/5256539/

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Diretor do Credeq explica como funciona triagem e tratamento, em Aparecida de Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/bom-dia-go/v/diretor-do-credeq-explica-como-funciona-triagem-e-tratamento-em-aparecida-de-goiania/5256448/

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Família tenta tratamento para criança com distrofia muscular, em Cristalina
http://g1.globo.com/goias/videos/t/bom-dia-go/v/familia-tenta-tratamento-para-crianca-com-distrofia-muscular-em-cristalina/5256414/
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Monitor de clínica clandestina afirma que era obrigado a bater em pacientes
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-2-edicao/v/monitor-de-clinica-clandestina-afirma-que-era-obrigado-a-bater-em-pacientes/5256240/

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O HOJE

Reunião sobre Hospital Araujo Jorge não chega a conclusão imediata
Documento levantando motivos da crise vai ser entregue em 10 dias, para só depois ser analisado possíveis soluções

Na manhã desta terça-feira (23) aconteceu uma reunião na sede do Ministério Público Federal (MPF) para discutir a crise que vêm acontecendo no Hospital Araújo Jorge. No final nenhuma solução foi encontrada para que os serviços no local continuem a ser prestados.

A reunião foi anunciada na última segunda-feira (23). Nela estavam presentes o presidente da entidade, Paulo Moacir de Oliveira Campoli, e um técnico representando o Ministério da Saúde e também estiveram presentes. O procurador Ailton Benedito de Souza, que convocou para a reunião os secretários municipal e estadual de Saúde para esclarecer alguns fatos, também estava presente.

Foi levantado no encontro reivindicações ao poder público, incluindo a complementação da defasagem dos valores dos procedimentos de transplante de medula óssea; o credenciamento e extensão da habilitação dos leitos da UTI do HAJ pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS); o credenciamento do Pronto-Socorro do HAJ à rede municipal dos CAIS; e o estabelecimento de Termo Aditivo ao Plano de Contratualização da ACCG com a SMS, para reajuste de valores dos procedimentos da Oncologia Pediátrica.

Ficou acertado no encontro que Machado e Leonardo Vilela, respectivamente os secretários municipal e estadual de Saúde, Fernando, deverão elaborar, em conjunto com a ACCG, um documento que apresente os motivos para a crise e as medidas que estão sendo efetuadas para saná-la.
O prazo de entrega para o documento é até dia 2 de setembro, daqui 10 dias. Depois da entrega, o procurador Ailton Benedito de Souza vai avaliar possíveis ações judiciais ou a elaboração de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para resolver o problema.
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Região Leste tem nova unidade de Saúde

O Centro de Saúde da Família (CSF) Militão Rodrigues Araújo, localizado no Jardim Maria Helena, região Leste da Capital, é a 31ª obra entregue pela gestão de Paulo Garcia.

Com o novo prédio, cerca de 12 mil pessoas de sete bairros serão beneficiadas.
Hoje, 24, o prefeito inaugura outra unidade de saúde na região Oeste do município, no Bairro São Francisco.
Durante a inauguração, o prefeito Paulo Garcia destacou que "é satisfatório investir em áreas fundamentais para a comunidade, como a saúde".
Além das 31 unidades inauguradas durante sua administração, outras 20 foram ampliadas e reformadas.
"Se fizermos uma média, foram entregues mais de uma obra a cada dois meses de mandato", conta Paulo Garcia.
"O Programa de Saúde da Família é o pilar da saúde no Brasil", lembrou o secretário municipal de Saúde, Fernando Machado.
"Ao se investir em Atenção Primária, a prevenção e a promoção da saúde são favorecidas e assim as pessoas adoecem menos e vivem com mais qualidade de vida", explicou Machado.
Atualmente, a área de cobertura de Saúde da Família em Goiânia é de 52%. "Estamos acima da meta que foi proposta para essa gestão, que seria de 50%", lembrou Fernando Machado. A inauguração dos CSF Militão Rodrigues Araújo e do Bairro São Francisco contribuem diretamente para o alcance desses resultados.
Entre os anos de 2010 e 2015 houve uma redução de 31% das chamadas internações por causas sensíveis à Atenção Primária. Segundo o secretário, o dado é positivo e mostra o fortalecimento desse nível de atenção à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) no município.
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JORNAL OPÇÃO

Médicos recebiam sem cumprir jornada

Esquema no Samu de Anápolis envolveu mais de R$ 600 mil em jornada de trabalho não cumprida.Valor da fraude pode ser ainda maior
MILLENY CORDEIRO

A Justiça Federal liberou uma liminar ao Ministério Público Federal em Anápolis (MPF/GO) que autoriza o bloqueio de bens e valores de 30 médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), envolvidos em esquema de improbidade administrativa, com prejuízos aos recursos financeiros públicos.
De acordo com o procurador da república Rafael Paula Parreira Costa, os médicos receberam um valor indevido de mais de R$ 600 mil, porém, o valor real poderia alcançar a casa dos R$ 2 milhões se não fosse a falta de provas.
O caso tomou conhecimento público após denúncia anônima feita ao Conselho Municipal de Saúde de Anápolis, que começou a apurar o caso no ano de 2011.
A denúncia apontava Sérgio Paulo Carneiro Júnior, excoordenador do Samu, como o controlador do esquema.
Como não havia controle de ponto, ele não só registrava a sua própria frequência, como também as dos 30 médicos que deveriam cumprir as escalas dos plantões de 24 horas, os quais eram cumpridos pela metade ou simplesmente não eram.
A partir das investigações preliminares, uma Ação Civil Pública do procurador em questão, que pede a condenação dos 30 médicos, foi ajuizada pelo Ministério Público Federal em julho deste ano. De acordo com a ação, os profissionais contratados pelo Samu foram remunerados indevidamente nos anos de 2009 e 2010. O valor pago de forma ilícita durante esses dois anos chega aos R$ 2 milhões, no entanto, as provas levantadas e apresentadas na ação correspondem ao período de oito, nove meses, o que reduz o valor total dos pagamentos para R$ 617.369,47.
Ainda de acordo com o procurador, alguns dos médicos que haviam recebido sem cumprir jornada recorreram ao Sérgio Paulo Carneiro Júnior para devolver o dinheiro. No entanto, o excoordenador embolsou os valores que deveriam ser restituídos aos cofres públicos.
Durante investigação, testemunhas confirmaram em depoimento que os médicos não cumpriam a jornada de trabalho estabelecida em contrato de credenciamento firmado com o município de Anápolis. O próprio ex-coordenador- geral do Samu confirmou a realização do esquema e os pagamentos irregulares pelos plantões não cumpridos. A confirmação da irregularidade também partiu do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (SUS), que esteve presente no Samu de Anápolis.
Punições Mediante as provas e documentação apresentada (6 volumes de documentos) na Ação Civil Pública, que comprovam as condutas impróprias e a falta de profissionalismo dos médicos, a Justiça Federal não teve dificuldades em deferir a liminar que decreta o bloqueio de bens dos réus. Essa decisão foi tomada no dia 08 de agosto e tem como objetivo restituir aos cofres públicos, a partir do bloqueio, o valor suficiente embolsado de forma ilícita, além do pagamento de multa com valor três vezes maior.
Fraudes Não é de hoje que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência tem sido alvo de fraudes. Em junho deste ano, tornou-se público um esquema que envolvia funcionários do Samu e hospitais particulares de Goiânia. A fraude consistia no pagamento dos trabalhadores para encaminhar pacientes às UTI's privadas. 21 pessoas foram presas, dentre técnicos, enfermeiros, dois bombeiros e médicos. Informações do Ministério Público apontam para o envolvimento de 20 hospitais.
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DIÁRIO DA MANHÃ

Epidemia de câncer
Paula Sperb

O agricultor Atílio Marques da Rosa, de 76 anos, andava de moto quando sentiu uma forte tontura e caiu na frente de casa em Braga, uma cidadezinha de menos de 4 mil habitantes no interior do Rio Grande do Sul.

"A tontura reapareceu depois, e os exames mostraram o câncer", conta o filho Osmar Marques da Rosa, de 55 anos, que também é agricultor.
Seu Atílio foi diagnosticado há um ano com um tumor na cabeça, localizado entre o cérebro e os olhos. Por causa da doença, já não trabalha em sua pequena propriedade, na qual produzia milho e mandioca.
Para ele, o câncer tem origem: o contato com agrotóxicos, produtos químicos usados para matar insetos ou plantas dos quais o Brasil é líder mundial em consumo desde 2009.
"Meu pai acusa muito esse negócio de veneno. Ele nunca usou, mas as fazendas vizinhas sempre pulverizavam a soja com avião e tudo", diz Osmar.
O noroeste gaúcho, onde seu Atílio mora, é campeão nacional no uso de agrotóxicos, segundo um mapa do Laboratório de Geografia Agrária da USP, elaborado a partir de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para especialistas que lidam com o problema localmente, não há dúvidas sobre a relação entre o veneno e a doença.
"Diversos estudos apontam a relação do uso de agrotóxicos com o câncer", diz o oncologista Fábio Franke, coordenador do Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) do Hospital de Caridade de Ijuí, que atende 120 municípios da região.
O glifosato é o agrotóxico mais usado no país, e fabricado pela Monsanto, que rechaça a relação do uso do produto com a doença.
A empresa diz tratar-se de "um dos herbicidas mais usados no mundo, por mais de 40 anos e em mais de 160 países", e que "nenhuma associação do glifosato com essas doenças é apoiada por testes de toxicologia, experimentação ou observações".
Já o Sindiveg (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal), que representa os fabricantes de agrotóxicos, encaminhou o questionamento da BBC Brasil para a Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal), que responde basicamente pelas mesmas empresas.
Em nota, a Andef afirma que "toda substância química, sintetizada em laboratório ou mesmo aquelas encontradas na natureza, pode ser considerada um agente tóxico" e que os riscos à saúde dependem "das condições de exposição, que incluem: a dose (quantidade de ingestão ou contato), o tempo, a frequência etc.".

Oncologista Fábio Franke vê relação direta entre agrotóxicos e câncer

Um dos principais problemas é que boa parte dos trabalhadores não segue as instruções técnicas para o manejo das substâncias
"Nós sempre perguntamos se usam proteção, se usam equipamento. Mas atendemos principalmente pessoas carentes. Da renda deles não sobra para comprar máscaras, luvas, óculos. Eles ficam expostos", diz Emília Barcelos Nascimento, voluntária da Liga Feminina de Combate ao Câncer de Ijuí.
Anderson Scheifler, assistente social da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer da cidade (Aapecan), corrobora: "Temos como relato de vida dessas pessoas um histórico de utilização excessiva de defensivos agrícolas e, na maioria das vezes, sem uso de proteção".

"Alarmante epidemia"

Um estudo realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) comparou o número de mortes por câncer da microrregião de Ijuí com as registradas no Estado e no país entre 1979 e 2003 e constatou que a taxa de mortalidade local supera tanto a gaúcha, que já é alta, como a nacional.
De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o Rio Grande do Sul é o Estado com a maior taxa de mortalidade pela doença. Em 2013, foram 186,11 homens e 140,54 mulheres mortos para cada grupo de 100 mil habitantes de cada sexo.
O índice é bem superior ao registrado pelos segundos colocados, Paraná (137,60 homens) e Rio de Janeiro (118,89 mulheres).
O Estado também é líder na estimativa de novos casos de câncer neste ano, também elaborada pelo Inca – 588,45 homens e 451,89 mulheres para cada 100 mil pessoas de cada sexo.
Em 2014, 17,5 mil pessoas morreram de câncer em terras gaúchas – no país todo, foram 195 mil óbitos.
Especialistas ligam uso de agrotóxicos à alta incidência de câncer no RS
Anualmente, cerca de 3,6 mil novos pacientes são atendidos na unidade coordenada por Franke. Se incluídos os antigos, são 23 mil atendimentos. Destes, 22 mil são bancados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) – os cofres públicos desembolsam cerca de R$ 12 milhões por ano para os tratamentos.
Segundo o oncologista, a maioria dos doentes vem da área rural – mas o problema pode ser ainda maior, já que os malefícios dos agrotóxicos não ocorrem apenas por exposição direta pelo trabalho no campo, mas também via alimentação, contaminação da água e ar.
"Se esses números fossem de pacientes de dengue ou mesmo uma simples gripe, não tenho dúvida de que a situação seria tratada como a mais alarmante epidemia, com decreto de calamidade pública e tudo. Mas é câncer. Há um silêncio estranho em torno dessa realidade", afirma o promotor Nilton Kasctin do Santos, do Ministério Público da cidade de Catuípe.
"Milhares de pessoas estão morrendo de câncer por causa dos agrotóxicos", acrescenta ele, que atua no combate aos produtos.
Mas, segundo a Andef, "o setor de defensivos agrícolas apresenta o grau de regulamentação mais rígido do mundo".

Salto no consumo

Mais de 1,1 mil pessoas morreram por intoxicação com agrotóxico no país em 8 anos
A comercialização de agrotóxicos aumentou 155% em dez anos no Brasil, apontam os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS), estudo elaborado pelo IBGE no ano passado – entre 2002 e 2012, o uso saltou de 2,7 quilos por hectare para 6,9 quilos por hectare.
O número é preocupante, especialmente porque 64,1% dos venenos aplicados em 2012 foram considerados como perigosos e 27,7% muito perigosos, aponta o IBGE.
O Inca é um dos órgãos que se posicionam oficialmente "contra as atuais práticas de uso de agrotóxicos no Brasil" e "ressalta seus riscos à saúde, em especial nas causas do câncer".
Como solução, recomenda o fim da pulverização aérea dos venenos, o fim da isenção fiscal para a comercialização dos produtos e o incentivo à agricultura orgânica, que não usa agrotóxico para o cultivo de alimentos.
Márcia Sarpa Campos Mello, pesquisadora do instituto e uma das autoras do "Dossiê Abrasco – Os impactos dos Agrotóxicos na Saúde", ressalta que o agrotóxico mais usado no Brasil é o glifosato – vendido com o nome de Roundup e fabricado pela Monsanto.
Segundo ela, o glifosato está relacionado aos cânceres de mama e próstata, além de linfoma e outras mutações genéticas.
"A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que 80% dos casos de câncer são atribuídos à exposição de agentes químicos. Se os agrotóxicos também são esses agentes, o que já está comprovado, temos que diminuir ou banir completamente esses produtos", defende.
A Monsanto, entretanto, rechaça a opinião. Procurada pela BBC Brasil, a empresa afirma que o registro do glifosato na União Européia foi renovado por 18 meses, em junho.
A renovação, porém, não passou sem polêmica. A intenção inicial era que a renovação fosse por 15 anos. França, Itália, Suécia e Países Baixos foram contra. Um dos motivos é a recente classificação da Agency for Research on Cancer (IARC), parte da Organização Mundial da Saúde, que classificou o glifosato como "provavelmente cancerígeno para humanos".

Fabricante afirma que glifosato é seguro para a saúde

Procurada, a Monsanto afirma que "todos os usos de produtos registrados à base de glifosato são seguros para a saúde e o meio ambiente, o que é comprovado por um dos maiores bancos de dados científicos já compilados sobre um produto agrícola".
Três vezes mais
Segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), o brasileiro consome até 12 litros de agrotóxico por ano.
A bióloga Francesca Werner Ferreira, da Aipan (Associação Ijuiense de Proteção ao Ambiente Natural) e professora da Unijuí (Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul), alerta que a situação é ainda pior no noroeste gaúcho, onde o volume consumido pode ser três vezes maior.
Ela conta que produtores da região têm abusado das substâncias para secar culturas fora de época da colheita e, assim, aumentar a produção. É o caso do trigo, que recebe doses extras de glifosato, 2,4-D, um dos componentes do "agente laranja", usado como arma química durante a Guerra do Vietnã, e paraquat.
A agricultura é uma das atividades mais importantes para a economia do noroeste gaúcho
Segundo o promotor Nilton Kasctin do Santos, este último causa necrose nos rins e morte das células do pulmão, que terminam em asfixia sem que haja a possibilidade de aplicação de oxigênio, pois isso potencializaria os efeitos da substância.
"Nada disso é invenção de palpiteiro, de ambientalista de esquerda ou de algum cientista maluco que nunca tomou sol. Também não é invenção de algum inimigo do agronegócio. Sabe quem diz tudo isso sobre o paraquat? O próprio fabricante. Está na bula, no rótulo", alerta o promotor.
No último ano, 52 pessoas morreram por intoxicação por paraquat em terras gaúchas, segundo o Centro de Informação Toxicológica do Estado.
No Brasil, 1.186 mortes foram causadas por intoxicação por agrotóxico de 2007 a 2014, segundo a coordenadora do Laboratório de Geografia Agrária da USP, Larissa Bombardi.
A estimativa é que para cada registro de intoxicação existam outros 50 casos não notificados, afirma ela. A pesquisa da professora aponta ainda que 300 bebês de zero a um ano de idade sofreram intoxicação no mesmo período.
A Syngenta, fabricante do paraquat, não se manifestou sobre os casos de intoxicação e afirmou endossar o posicionamento da Andef.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação