Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 24 A 28/10/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Tecnologia na saúde coloca o paciente no centro do cuidado

Ministro do STF mantém suspensas decisões para fornecer remédio de R$ 17 milhões

A segurança psicológica no trabalho agora é lei

Morte de empresário durante ressonância magnética pode ter sido ‘fatalidade’, diz neurologista

Veja novas diretrizes para controlar a pressão arterial, que passou a ser considerada elevada a partir de ’12 por 8′

Sem regras específicas, cadáveres frescos são comprados no exterior para cursos de estética

MEDICINA S/A

Tecnologia na saúde coloca o paciente no centro do cuidado

tecnologia na saúde representa um marco revolucionário na maneira como cuidamos de pacientes e gerenciamos instituições de saúde. A integração de sistemas de informação tem permitido uma gestão mais eficiente, garantindo que os dados dos pacientes sejam acessados e atualizados em tempo real, o que é crucial para a tomada de decisões clínicas. Além disso, a automação de tarefas administrativas libera os profissionais da saúde para se concentrarem no que é mais importante: o cuidado ao paciente.

Softwares de gestão de saúde são essenciais para a coordenação eficaz do atendimento ao paciente. Eles não apenas simplificam o agendamento e a administração de tratamentos, mas também garantem que a comunicação entre diferentes especialistas seja fluida e eficiente.

A assertividade dos recursos virtuais é um ativo valioso para as equipes médicas, proporcionando um suporte robusto e eficaz no atendimento ao paciente. Por exemplo, o acesso facilitado a exames, prontuários e relatórios médicos melhora a comunicação entre os profissionais de saúde, permitindo que procedimentos sejam concluídos com base em um volume abrangente de informações. Isso não apenas otimiza o processo de tomada de decisão clínica, mas também promove uma abordagem mais personalizada e centrada no paciente.

Nesse contexto, a gestão eficiente de consultórios e instituições de saúde é um desafio complexo, que envolve não apenas a administração de recursos humanos e materiais, mas também a coordenação de horários e a comunicação com os pacientes. O absenteísmo, ou no-show, é uma questão crítica que afeta diretamente a eficiência operacional e financeira dessas instituições. Quando pacientes faltam sem aviso prévio, isso não só resulta em perda de receita, mas também em desperdício de recursos e tempo de profissionais de saúde, que poderiam estar atendendo outros pacientes.

Além disso, o absenteísmo pode aumentar a fila de espera e retrabalho nos reagendamentos, afetando a satisfação do paciente e a reputação da instituição. Contudo, a tecnologia ocupa um lugar privilegiado ao oferecer soluções simples que mudam a trajetória da relação com o cliente. Por exemplo, um lembrete eficaz pode ser a chave para reduzir o esquecimento, enquanto uma interface de agendamento online intuitiva pode minimizar erros na marcação de consultas. Neste cenário, criar políticas claras de cancelamento e reagendamento, bem como implementar sistemas de confirmação de presença, pode ajudar a mitigar o impacto das faltas.

A utilização de sistemas automatizados baseados em inteligência artificial para a gestão de presenças em unidades de saúde representa um avanço na eficiência operacional. Essa tecnologia não só otimiza o processo de confirmação de consultas e exames, como também contribui para a redução do absenteísmo. A integração desses sistemas com as ferramentas de gestão dos prestadores de saúde permite uma comunicação eficaz com os pacientes, garantindo que sejam lembrados de seus compromissos sem a necessidade de intervenção manual.

Para abordar esses desafios, as instituições de saúde podem adotar uma variedade de estratégias. A tecnologia desempenha um papel fundamental nesse processo, oferecendo soluções como sistemas de gestão de pacientes, aplicativos móveis para lembretes de consultas e plataformas de telemedicina que facilitam o acesso aos cuidados de saúde. A análise de dados também pode revelar padrões de absenteísmo e ajudar a identificar áreas de melhoria na comunicação e no agendamento.

Além das soluções tecnológicas, é essencial que haja um esforço contínuo para entender as necessidades e comportamentos dos pacientes. Pesquisas de satisfação, feedback direto e grupos focais podem fornecer insights valiosos sobre como melhorar a experiência do paciente e, consequentemente, reduzir as taxas de no-show. A colaboração entre profissionais de saúde, administradores e pacientes é crucial para criar um sistema mais resiliente e responsivo.

Em última análise, a redução do absenteísmo em instituições de saúde requer uma abordagem multifacetada que combine tecnologia, comunicação eficaz e um compromisso com a melhoria contínua. Ao enfrentar esse desafio de frente, as instituições de saúde podem não apenas melhorar suas operações, mas também fornecer um atendimento ao paciente mais confiável e de maior qualidade.

Ou seja, a tecnologia na saúde tem sido um catalisador para melhorias significativas na qualidade do atendimento ao paciente e na eficiência operacional. À medida que continuamos a integrar novas ferramentas e sistemas, podemos esperar um futuro em que a saúde seja mais acessível, personalizada e eficiente para todos.


*Eduardo Nunes é o cofundador e CMO da Wellon.

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A TRIBUNA ONLINE

Ministro do STF mantém suspensas decisões para fornecer remédio de R$ 17 milhões

Medicamento de alto custo é destinado para crianças diagnosticadas com distrofia muscular de Duchenne

Supremo Tribunal Federal: Gilmar Mendes manteve suspensão das decisões para fornecer medicamento de alto custo

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a restrição na concessão do medicamento de alto custo Elevidys para crianças de 4 a 7 anos diagnosticadas com distrofia muscular de Duchenne.

Na mesma decisão, o ministro manteve suspensas as liminares que determinam o fornecimento do medicamento custeado pelo Ministério da Saúde. A exceção segue para liminares já concedidas para crianças que contassem com no mínimo 6 anos e 6 meses, em 6 de setembro de 2024.

O medicamento também deve ser adquirido nos casos de liminares concedidas por ministros do STF.

O financiamento desse medicamento abriu um impasse entre o governo federal e a farmacêutica Roche, em negociações mediadas pelo STF. Famílias têm recorrido à Justiça para que o Ministério da Saúde cubra os custos.

O medicamento Elevidys, que tem custo médio de R$ 17 milhões, ainda não está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) e está em avaliação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para essa idade.

Hoje, 108 ações judiciais estão em andamento, aguardando o desfecho do possível acordo, mas já houve 19 decisões liminares (provisórias) determinando à União fornecer o Elevidys.

A decisão do ministro desta sexta-feira (25) acolhe parcialmente uma proposta conjunta apresentada pela União e a farmacêutica Roche Brasil. As partes solicitaram ainda a suspensão das audiências de conciliação por 45 dias ou até o registro do Elevidys pela Anvisa.

A medida foi autorizada pelo ministro após a União e a Roche informarem que o processo de avaliação na agência reguladora está em fase final e que eventual aprovação facilitaria o avanço das tratativas.

A Anvisa afirmou, em nota, que a análise está sendo feita para o fornecimento do medicamento em crianças de 4 a 7 anos. No momento, a agência aguarda resposta dos últimos pedidos de informações feitos à Roche, enviado em setembro de 2024.

As reuniões sobre o tema são conduzidas de forma sigilosa no STF. Uma nova rodada foi pré-agendada para o dia 12 de dezembro.

A distrofia muscular de Duchenne é uma doença rara que causa fraqueza progressiva dos músculos, levando com o tempo à perda de mobilidade e comprometendo as funções respiratória e cardíaca.

Por determinação da Justiça, a Saúde já pagou R$ 52,8 milhões para custear a entrega da terapia a três crianças. Apenas em 2024, a pasta comandada por Nísia Trindade empenhou (etapa que antecede o pagamento) R$ 1,7 bilhão para cumprir decisões judiciais sobre o fornecimento de diferentes tratamentos.

A discussão sobre o medicamento se intensifica por ser o único que atua diretamente na causa da doença. Atualmente, o tratamento disponível para crianças é limitado ao uso de corticoides e fisioterapia, que apenas reduzem os impactos.

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PORTAL G1

A segurança psicológica no trabalho agora é lei

Entenda a NR-1 e como a TH Segmed está à frente disso

A saúde mental no ambiente de trabalho é fundamental para o funcionamento saudável e produtivo de qualquer empresa, e por anos ela foi relegada ao segundo plano. Não obstante, a TH Segmed sempre empenhou-se em se especializar e se dedicar em garantir um ambiente de trabalho seguro e a estabilidade emocional e psicológica do trabalhador, o que agora se tornou uma lei vigente.

A Norma Regulamentadora 1 (NR-1) é a diretriz que trata do gerenciamento de riscos organizacionais, e ela foi atualizada em Julho de 2024 para incluir o bem estar e a saúde mental dos funcionários. O novo padrão demanda que as empresas identifiquem e controlem os riscos psicossociais no ambiente de trabalho. A partir de agora, as empresas devem tratar as questões de saúde mental com a mesma seriedade que lidam com riscos de lesões físicas. As empresas que não se adequarem à nova norma regente estão passíveis de multas e também podem ser interditadas.

A TH Segmed é especializada em Medicina e Segurança do Trabalho, e é a única empresa que conta com psicólogos especializados no assunto e capacitados para prestar esse serviço para outras empresas. Adicionalmente, a TH Segmed oferece um treinamento – uma especialização – para que tais adversidades sejam primeiramente identificadas, e então seus métodos aplicados de maneira efetiva para que tanto o ambiente de trabalho quanto o trabalhador prosperem.

Sempre com o objetivo de promover a saúde dos trabalhadores, por meio da adequação das rotinas trabalhistas com as normas vigentes de segurança ocupacional e da adoção de medidas preventivas, a TH Segmed é composta por profissionais excelentes e experientes, e busca encontrar os melhores e mais eficientes caminhos para o desenvolvimento integral de sua empresa.

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Morte de empresário durante ressonância magnética pode ter sido ‘fatalidade’, diz neurologista

Fábio Mocci Rodrigues Jardim, de 42 anos, morreu em uma clínica em Santos (SP). Causa da morte será apontada por meio do exame de necrópsia feito pelo Instituto Médico Legal (IML).

A morte do empresário Fábio Mocci Rodrigues Jardim, de 42 anos, durante um exame de ressonância magnética na cabeça em uma clínica em Santos, no litoral de São Paulo, pode ter sido uma fatalidade. Ao g1, o médico neurologista e professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), João Brainer Andrade, explicou a função e os riscos do exame.

Fábio se submeteu à ressonância na cabeça em uma clínica no bairro Vila Mathias, às 14h de terça-feira (22). O exame foi indicado após ele relatar que sentia “muito sono” a um médico. A comerciante e viúva Sabrina Altenburg Penna, de 44 anos, contou ter sido informada por uma médica da unidade sobre o marido ter sofrido um “infarto fulminante”.

Apesar disso, ainda de acordo com a viúva, um laudo do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Santos considerou “morte suspeita”, solicitando a conclusão do Instituto Médico Legal (IML) por meio de exame de necrópsia. O prazo para a divulgação do resultado é de 90 dias.

Ao g1, o médico neurologista João Brainer Andrade, que não acompanha o caso, explicou que a ressonância magnética não causa chance de infarto. Sendo assim, a morte de Fábio, ainda neste contexto, pode ter sido uma fatalidade.

“O paciente [pode] ter se sentido mal e, por coincidência, ter tido o infarto dentro da ressonância”, afirmou o médico.

O médico acrescentou que o contraste, em si, também não causa infarto. “Ele pode causar uma insuficiência respiratória, dificuldade para respirar e pressão baixa, no contexto que a gente chama de choque anafilático, [mas] aí é diferente, que é o choque da reação alérgica”, disse.

Ressonância magnética

De acordo com o médico, a ressonância magnética é um exame inócuo, ou seja, que não é nocivo, do ponto de vista de radiação, uma vez que cria um campo eletromagnético – diferentemente dos exames de Raios-X e tomografia, que podem causar mal devido o “efeito acumulativo”.

Andrade complementou dizendo que, apesar disso, a ressonância pode ser um “problema” para pacientes que possuem órtese [dispositivo ortopédico que auxilia as funções de um membro, órgão ou tecido], prótese, marca-passo ou metais, que podem agir como um “grande ímã” e serem deslocados ou aquecidos durante o exame.

“Todas essas questões devem ser informadas previamente, os médicos do paciente têm que ser informados. Em geral, esses devices [dispositivos] têm um manual de instruções relacionados ao tipo de ressonância que pode ser feita […]”, afirmou.

O médico ressaltou que, em alguns casos, o paciente pode sofrer reação alérgica ao contraste. Ele explicou que, apesar disso, o tipo de contraste usado na ressonância causa menos alergia do que o utilizado na tomografia. Nessas situações, o quadro do paciente pode evoluir para afilaxia.

“[Acontece] quando o paciente tem choque circulatório, ou seja, fica com a pressão baixa, [e] pode ter problema para respirar grave, secundário a essa alergia”, disse.

Quando o exame é indicado?

O neurologista explicou que, para a cabeça, de forma geral, a ressonância é indicada em casos de tumor para identificar o padrão e tipo. Além disso, o procedimento também é usado para identificar Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Para pacientes que sentem sono demais durante o dia, a sonolência excessiva diurna, como o caso do empresário, o especialista afirmou que a avaliação é feita por meio de um exame chamado teste das latências múltiplas.

“Se o médico identifica alguma outra alteração do exame neurológico do paciente, ai ele pode, eventualmente, recomendar realizar a ressonância, mas não é o primeiro exame que a gente indica que seja realizado”, finalizou.

Entenda o caso

Segundo a esposa, uma médica da unidade disse que Fábio sofreu um infarto fulminante. Apesar disso, de acordo com a viúva, um lado do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Santos considerou ‘morte suspeita’, solicitando a conclusão do IML.

“Isso tudo me deixa angustiada e nervosa”, desabafou Sabrina. A viúva afirmou ter recebido um prazo de 90 dias para o resultado do exame de necrópsia.

Conforme apurado pelo g1, a morte aconteceu em uma unidade da Mult Imagem. A equipe de reportagem entrou em contato, em busca de um posicionamento, mas não recebeu retorno até a publicação desta matéria.

Morte de empresário

Segundo a esposa, um médico de Fábio pediu o exame de ressonância magnética na cabeça após o homem reclamar de sentir “muito sono” durante o dia.

“A gente sempre fez exames de rotina, mas esse em especial foi um pedido do médico”, afirmou a comerciante. De acordo ela, o marido estava “tranquilo” com o procedimento apesar de fazê-lo pela primeira vez.

A comerciante contou que o exame estava marcado para o meio-dia de terça-feira (22). Apesar disso, segundo ela, o marido só foi atendido às 14h. Sabrina disse que o companheiro não reclamou de fome mesmo tendo passado oito horas em jejum. “Demorou muito, atrasou demais. Mas ele estava tranquilo, aguardando”, disse.

Sabrina afirmou ter deixado a clínica para almoçar nos andares inferiores do prédio comercial assim que o marido foi atendido. Ela disse que voltou à unidade em menos de 30 minutos, perguntando a uma das funcionárias se o companheiro estava bem. “Ela disse que sim, que estava fazendo o exame, agitado, normal, mas que estava tudo bem”, lembrou.

De acordo com o relato, a comerciante aguardou o fim do exame dentro da clínica. Pouco depois de perguntar sobre o estado do marido, ela percebeu uma “movimentação estranha” de pessoas entrando e saindo do cômodo rapidamente. Sabrina novamente questionou sobre o companheiro.

“[A funcionária] falou: ‘Olha, está tudo bem. Ele passou mal, mas já estamos resolvendo’. E ficou uma moça na porta o tempo inteiro, então sentei e fiquei esperando”, lembrou Sabrina.

Após aproximadamente 40 minutos de “tensão e angústia”, Sabrina viu dois profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) indo em direção à sala da ressonância. Por isso, ela perguntou mais uma vez sobre o que estava acontecendo.

“Os médicos do Samu abriram a porta para entrar e vi que ele [Fábio] estava deitado e tinha uma pessoa em cima dele fazendo a massagem [cardíaca] com a mão”, relatou a mulher.

A comerciante chegou a ver a blusa do marido ser rasgada para os primeiros socorros, mas logo foi informada sobre a morte dele após infarto fulminante. A mulher disse que a mãe dela e uma amiga chegaram ao local na sequência, assim como a polícia.

“Ficaram lá perto para ouvir o que estava acontecendo. Eu não aguentava, só chorava”, relembrou, acrescentando que precisou ir até a delegacia registrar o caso, enquanto o corpo do marido foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO), que emitiu um laudo sobre morte suspeita.

No documento, foi descrito que o órgão considerou “prudente e necessário o exame necroscópico e toxicológico” realizado por médico legista. “Por exposição a outras drogas, medicamentos e substâncias biológicas, não especificadas, intenção não determinada – residência”.

Prefeitura de Santos e SSP-SP

Em nota, a administração municipal informou que o Samu foi acionado para a ocorrência por volta das 15h. O município ressaltou, porém, que os profissionais encontraram o paciente sendo atendido por um médico da clínica.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso está sob investigação no 2° Distrito Policial de Santos. O laudo no IML está em andamento e, assim que finalizado, será analisado pela autoridade policial.

“Vale esclarecer, que o processo para conclusão dos laudos demanda tempo devido à sua complexidade e o prazo pode ser estendido por questões técnicas, em casos excepcionais. Quando isso ocorre, a autoridade solicitante sempre é comunicada”, acrescentou a pasta.

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FOLHA DE S.PAULO

Veja novas diretrizes para controlar a pressão arterial, que passou a ser considerada elevada a partir de ’12 por 8′


Protocolos brasileiros estão sendo revisados e alinhados ao modelo europeu, com previsão de divulgação em 2025

A pressão alta afeta 1 em cada 4 brasileiros, segundo dados divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2023. Globalmente, o número de hipertensos foi de 650 milhões para 1,3 bilhão, entre 1990 e 2019. Para melhorar esse cenário, foram apresentadas novas diretrizes para hipertensão no Congresso Europeu de Cardiologia, em Londres, trazendo mudanças no diagnóstico e tratamento da doença.

A principal novidade é que a pressão arterial 12/8 (entre 120 por 80 e 129 por 84 mmHg), tradicionalmente considerada normal, passa a ser vista como elevada. Agora, a pressão ideal é 12/7 (12 por 7 mmHg) menos.

As diretrizes médicas ainda definem hipertensão arterial como uma pressão de 14/9 (140/90 mmHg) mais, explica Carlos Alberto Machado, cardiologista e assessor científico da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo).

“Isso significa que o diagnóstico de hipertensão arterial continua o mesmo, seja, se sua pressão estiver acima desse valor em duas ocasiões, você será considerado hipertenso”, completa o médico que também é um dos autores da publicação “Diretrizes Brasileiras de Medidas da Pressão Arterial Dentro e Fora do Consultório”.

O objetivo dessa mudança anunciada no congresso europeu é reduzir os níveis de pressão o máximo possível, especialmente para pessoas de alto risco.

Novas diretrizes para hipertensão foram apresentadas no Congresso Europeu de Cardiologia, em Londres

Outras alteração nas diretrizes é o início imediato do tratamento medicamentoso para hipertensão, exceto em casos de baixo risco em idosos acima de 80 anos, quando o tratamento pode ser iniciado de forma mais gradual para evitar riscos de quedas devido aos efeitos colaterais dos remédios, explica

Anteriormente, pacientes de baixo risco tinham até três meses para tentar controlar a pressão apenas com mudanças no estilo de vida. Agora, o tratamento começa logo após o diagnóstico para alcançar rapidamente a meta de pressão e reduzir o risco de complicações cardiovasculares.

A abordagem atualizada recomenda o uso de dois fármacos de classes diferentes desde o início, aumentando a eficácia e reduzindo os efeitos colaterais. Para casos mais difíceis de controlar, combinações de três fármacos podem alcançar o controle em até 90% dos pacientes.

“O objetivo é atingir a meta de controle entre 3 e 6 meses, reduzindo riscos de comorbidade e mortalidade cardiovascular”, completa o cardiologista. Carlos Alberto Machado afirma que as diretrizes brasileiras de hipertensão estão sendo revisadas, alinhadas ao modelo europeu, com previsão de divulgação no início do próximo ano.

Para as pessoas já diagnosticadas com hipertensão, o tratamento medicamentoso deve começar junto com mudanças no estilo de vida. Para aqueles com pressão apenas elevada, a prioridade é ajustar a rotina, como dieta e exercícios. No entanto, se o risco de problemas cardíacos for alto, é necessário iniciar também o tratamento com medicamentos, explica Celso Amodeo, cardiologista do Hcor (Hospital do Coração).

Pacientes de baixo risco podem inicialmente se beneficiar de mudanças no estilo de vida sem medicamentos, evitando efeitos colaterais desnecessários. Já os muito idosos, devido à fragilidade e ao risco de hipotensão e quedas, precisam de um ajuste mais gradual da pressão arterial para manter uma boa perfusão (passagem de líquido através do sistema circulatório) e priorizar a qualidade de vida.

A diretriz, portanto, recomenda um tratamento mais personalizado e menos agressivo para esses grupos.

Diagnóstico de hipertensão

O diagnóstico de hipertensão não deve se basear em uma única medição no consultório. É recomendada a monitorização ambulatorial (MAPA) residencial (MRPA), explica Carlos Alberto Machado. A pressão deve ser medida inicialmente nos dois braços para identificar possíveis diferenças, o que pode indicar problemas de circulação. A precisão é fundamental, já que a hipertensão é uma condição crônica que requer tratamento contínuo.

A medição da pressão no consultório funciona como uma “fotografia”, refletindo a pressão arterial apenas naquele momento específico, enquanto a medição fora do consultório, como a monitorização ambulatorial (MAPA) residencial (MRPA), permite um acompanhamento contínuo, oferecendo uma visão mais ampla e precisa do comportamento da pressão ao longo do dia e da noite, ajudando a identificar variações que podem passar despercebidas em uma única consulta.

Mede a pressão em casa, durante o dia, com o uso de aparelhos automáticos de medição de pressão arterial (medidores digitais)

Dá uma ideia melhor da pressão no cotidiano, fora do ambiente do consultório, mas não inclui o período noturno

Ajuda a entender a pressão ao longo do dia e a evitar leituras erradas causadas pelo efeito “jaleco branco”, seja, o estresse de estar no consultório médico

Monitora a pressão ao longo de 24 a 48 horas, incluindo durante a noite, com um aparelho de monitorização ambulatorial, que é portátil e permanece acoplado ao braço do paciente durante todo o período

É mais completa, pois mostra o comportamento da pressão durante o sono, quando a pressão deve naturalmente cair

Se a pressão não baixa à noite aumenta ao despertar, o risco de problemas cardiovasculares é maior

Estratégias não farmacológicas

Além do uso de medicamentos, a diretriz recomenda medidas não farmacológicas, como exercícios físicos e alimentação equilibrada.

A combinação de atividades aeróbicas (corrida, natação bicicleta) e de resistência (musculação) é ideal, devendo ser realizada na maior quantidade de dias possíveis, em intensidade moderada, permitindo falar durante o esforço, explica Andrea Brandão, membro do conselho administrativo da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Atividades como corrida, natação e ciclismo ajudam a melhorar a saúde cardiovascular e a reduzir a pressão arterial. Esses exercícios aumentam a frequência cardíaca, fortalecem o coração e melhoram a circulação sanguínea

Incluem musculação, levantamento de peso, uso de faixas elásticas e exercícios com o próprio peso corporal (como flexões e agachamentos). Eles fortalecem os músculos, melhoram o metabolismo e ajudam no controle do peso, beneficiando a saúde do coração e a redução da pressão arterial

Alimentação e consumo de sódio

Na alimentação, é recomendada a redução do uso de sal (sódio). Alimentos que ajudam a controlar a pressão alta são ricos em potássio, magnésio e fibras, e pobres em sódio, explica Marcella Garcez, médica nutróloga e diretora da ABRAN (Associação Brasileira de Numerologia).

O potássio ajuda a eliminar o excesso de sódio pelos rins e promove o relaxamento dos vasos sanguíneos, reduzindo a pressão arterial. “Manter um equilíbrio adequado entre potássio e sódio é essencial para controlar a hipertensão”, completa Garcez.

Garcez recomenda frutas e vegetais (banana, abacate, laranja, espinafre), cereais integrais (aveia, quinoa), leguminosas (feijão, lentilha), oleaginosas (nozes, amêndoas), peixes ricos em ômega-3 (salmão, sardinha) e laticínios com baixo teor de gordura.

“A recomendação de consumo de sódio permanece em 2g por dia, o que equivale a 5g de sal de cozinha (cloreto de sódio)”, completa Andrea Brandão.

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PORTAL UOL

Sem regras específicas, cadáveres frescos são comprados no exterior para cursos de estética

As redes sociais entraram em polvorosa com o oferecimento de cursos de estética em cadáveres fresh frozen , termo médico que indica que são cadáveres frescos conservados congelados, sem uso de formol. A comoção se agravou com a informação de que os corpos seriam importados.

E são mesmo, segundo Kelly Ricca, diretora de ensino do Instituto de Treinamento em Cadáveres. Em entrevista à Folha , a dentista não deu detalhes de valores ou de onde vêm os corpos. Segundo ela, isso comprometeria a operação. O que a dentista diz é que muitas compras são feitas em dólar.

Instituições como o Centro de Treinamento em Cadáveres, Nepuga, Ramaga e Instituto de Treinamento em Cadáveres oferecem, principalmente, cursos de estética como preenchimentos com ácido hialurônico e aplicações de outros produtos injetáveis com corpos frescos.

No Brasil, a compra e venda de corpos é proibida. Mas existe uma regulamentação para uso de cadáveres para estudos. A norma, de 1992 , é repleta de lacunas, segundo Henderson Furst, presidente da Comissão de Bioética da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Segundo a lei, “o cadáver não reclamado junto às autoridades públicas, no prazo de trinta dias, poderá ser destinado às escolas de medicina “.

Não há orientações para a doação voluntária de corpos para a pesquisa e ensino , nem sobre a venda. A única orientação sobre importação diz respeito a restos mortais, a resolução 662 da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O ITC (Instituto de Treinamento em Cadáveres) é uma das instituições que usa os cadáveres frescos. “A gente é praticamente 100% dependente do mercado externo”, afirma o dentista Mohamad Abou Wadi, à frente do instituto.

Na seção de perguntas frequentes do site do ITC, a resposta para a origem das peças é apenas que “as peças chegam de fora do Brasil, sem origem especificada”.

A reportagem falou com um médico familiarizado com os processos de uma das unidades do ITC, que acompanhou a compra de cabeças humanas pela instituição.

O médico, que pediu para não ser identificado, diz que cada cabeça pode custar até R$ 10 mil. Elas vêm dos Estados Unidos, por meio de sistemas em que famílias que não podem arcar com os custos de velório doam o corpo para a ciência.

Diversas empresas oferecem o serviço, americanas e europeias, caso da Novusarge, na Turquia e Science Care, nos EUA. Universidades americanas indicam em seus sites que aceitam doações de corpos, como a Indiana University e a Universidade da Califórnia-Davis.

A reportagem solicitou mais informações sobre as transações com a Anvisa, o Ministério da Saúde , o Ministério da Educação, o Ministério da Justiça, a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Nenhum deles deu detalhes do que as duas resoluções já mencionadas.

A Anvisa afirmou que não se trata de uma competência da alçada da agência. O MEC não respondeu sobre a regulamentação de compra de cadáveres no exterior para uso em salas de aula. A SSP afirma que o Instituto Médico Legal não tem autorização para doar corpos ou parte deles.

A Receita Federal, por onde os corpos comprados devem necessariamente passar, não respondeu à solicitação de imprensa.

Segundo profissionais da área, inclusive Ricca, a vantagem dos cadáveres frescos é que eles conservam algumas características dos tecidos humanos que se perdem na conservação química.

Furst afirma que os corpos podem ser usados em qualquer nível de ensino superior, tanto na graduação, quanto em cursos de pós-graduação latu ou stricto sensu. Ele diz que o Código Civil veda a comercialização de corpos humanos, tecidos ou células. “Mas isso só vale para negócios realizados no Brasil. Não incide sobre negociações internacionais.”

“Na ausência de outra regra específica ou de uma proibição expressa, fica valendo a importação de corpos para fins de ensino”, diz. Eis a brecha.

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Assessoria de Comunicação