Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 24 E 25/10/23

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Governo federal lança programa contra desinformação sobre vacinas

Planos de saúde contratam empresa para cuidar de perto de clientes idosos

Transtorno Borderline e Bipolar: Por que é tão difícil diferenciar os dois?

Três crianças perdem a vida devido à doença não identificada

Informações e indicadores integrados: um desafio a ser superado na saúde

Crescimento dos serviços de saúde em farmácias

Rita Saúde integra recursos para uma jornada de saúde na palma da mão

Goiás é o primeiro estado a oferecer teste genético para câncer de mama

Associação prevê aumento do turismo internacional para cirurgia plástica

Santa Casa processa médicos após condenações por erros

Doenças raras: diagnóstico e tratamento precisam de avanços na legislação

Jovem que morreu após infecção chegou a estudar 14 horas por dia para realizar sonho de cursar medicina: ‘era um exemplo’

Médicas goianas contam que salvaram turista que teve parada cardíaca em aeroporto dos EUA: ‘Cena de filme’

AGÊNCIA ESTADO

Governo federal lança programa contra desinformação sobre vacinas

O governo federal lançou nesta terça-feira (24/10), um programa de combate à desinformação em saúde e de estímulo à vacinação com ações que incluem um portal de conteúdo para desmentir conteúdos enganosos, canal para checagem de informações, parcerias com plataformas digitais como YouTube e Tik Tok, ações judiciais para derrubada de páginas e canais desinformadores e até denúncia para órgãos competentes e responsabilização dos autores de peças desinformativas.

A iniciativa tenta interromper a queda das coberturas vacinais no País. Antes modelo no mundo nas políticas de imunização, o Brasil passou a registrar, nos últimos anos, queda na adesão às principais vacinas. O cenário foi intensificado durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a disseminar diversas vezes desinformação sobre vacinas.

O cenário preocupa principalmente pelo risco de ressurgimento de doenças erradicadas ou controladas, como poliomielite e sarampo, e por deixar a população e o sistema de saúde mais vulnerável aos impactos de novas ondas de covid-19. Coordenado pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, o programa Saúde com Ciência vai atuar em cinco frentes e terá parceria com os ministérios da Justiça e Segurança Pública, da Ciência, Tecnologia e Inovação, e com a Controladoria-Geral da União (CGU) e Advocacia-Geral da União (AGU).

“Só vamos recuperar as altas coberturas vacinais se combatermos a desinformação porque ela coloca em risco a vida e a vacinação. Todas as vacinas sofrem o impacto do negacionismo e da desinformação. Então, essa é uma ação essencial para que possamos efetivamente existir como sociedade”, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante evento de lançamento, em Brasília.

Na frente da comunicação, o Ministério da Saúde colocou no ar o portal do programa, com esclarecimentos sobre as principais dúvidas da população e esclarecimentos sobre as principais “fake news” disseminadas, quiz para a população saber se “já caiu em fake news” e canais de comunicação com a pasta para checagem de conteúdos potencialmente falsos. No pilar da responsabilização, o governo promete encaminhar aos órgãos competentes denúncias de grupos que promovam ou produzam desinformação contra vacinas para que eles sejam investigados e responsabilizados.

Nesse campo, o portal Fala BR, da Controladoria Geral da União (CGU), vai passar a receber também denúncias de desinformação em saúde, conforme anunciou o ministro da CGU, Vinicius Carvalho, durante o evento. O ministro-chefe da Advocacia Geral da União (AGU), Jorge Messias, afirmou que o órgão já ingressou com ação para que o Telegram remova canais que disseminam desinformação em saúde. “A Procuradoria Geral de Defesa da Democracia já ajuizou ação para obrigar o Telegram a remover canais nos quais se disseminam teorias conspiratórias sobre vacinas e se comercializam a adulteração de certificados de vacinação.

A mentira virou um negócio nesse País. Há um modelo de negócio altamente lucrativo em que muitas pessoas se beneficiam da mentira e é contra esta atitude que o Estado deve se colocar”, afirmou ele. O governo identificou 87 canais do tipo no Telegram e analisa outros casos. A disseminação de conteúdos enganosos e danos à saúde pública podem ser enquadrados nos crimes de curandeirismo e charlatanismo, segundo informou Messias.

Completam as cinco frentes do programa Saúde com Ciência as frentes de capacitação, para treinamento de profissionais da saúde de linha de frente para que eles não reproduzam informações equivocadas; de cooperação institucional, para formar parcerias com plataformas digitais, pesquisadores e sociedade civil para ampliar o alcance de informações íntegras, e, por fim, de acompanhamento, análise e pesquisa de fontes de dados online e offline para monitorar a circulação de informações e seu impacto nas políticas públicas de saúde.

Durante o evento de lançamento, Nísia e outros ministros criticaram a postura negacionista do governo anterior e responsabilizaram a gestão Bolsonaro como uma das responsáveis pelo cenário atual de queda de adesão às vacinas. “Tivemos a mais alta autoridade do País reproduzindo notícias falsas e até notícias absurdas”, afirmou Nísia.

De acordo com levantamento apresentado pela ministra durante o evento, a pasta levantou as principais narrativas falsas que circulam nas redes sociais e outras plataformas digitais e encontrou, entre julho e setembro deste ano, mais de 6,8 mil conteúdos com desinformação sobre vacinas em canais públicos, “o que representa um impacto de mais de 23,3 milhões de pessoas”.

Parceria com plataformas digitais
No campo das parcerias institucionais do programa Saúde com Ciência, o governo federal afirmou que a Secretaria de Políticas Digitais da Secom fez parceria com Tik Tok, Kwai, YouTube e Google para viabilizar a divulgação de conteúdos de serviço ao cidadão, incluindo o direcionamento dos usuários para páginas do Ministério da Saúde quando eles realizarem buscas de palavras relacionadas ao tema. O Ministério da Saúde disse que será criado ainda um chatbot tira-dúvidas no Whatapp em parceria com as empresas Robbu, desenvolvedora de software, e Meta, dona do Whatsapp.


O chatbot será lançado em novembro. “As iniciativas (de parcerias com as plataformas) envolvem também postagem de vídeos educativos, inovações nas barras de pesquisa e destaque para informações confiáveis em diferentes interfaces como no destaque de calendários de vacinação por Estado e outras informações relevantes sobre vacinas”, disse nota do ministério.

O governo federal disse que faz parte ainda da ação contra desinformação o Programa Nacional de Popularização da Ciência, com iniciativas para promover a cultura científica e estímulo à utilização da ciência, tecnologia e inovação para a inclusão e redução das desigualdades sociais. Uma das primeiras ações foi a realização de um hackaton, no último sábado, 21, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, com alunos de escolas públicas do Distrito Federal que participaram de uma competição para pensar em soluções e estratégias para o enfrentamento à desinformação sobre vacinas. A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, afirmou que será feita agora uma Olimpíada contra a Desinformação para 400 mil alunos do Ensino Médio. 

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Planos de saúde contratam empresa para cuidar de perto de clientes idosos

De olho na alta de custos dos últimos anos em suas operações e no impacto do aumento de clientes idosos em suas carteiras, algumas operadoras de planos de saúde contrataram uma empresa especializada em cuidado domiciliar e personalizado a idosos com o objetivo de reduzir o risco de surgimento ou agravamento de doenças e, consequentemente, as despesas assistenciais.

Inspirado no modelo holandês Buurtzorg, que significa “cuidados de vizinhança”, o serviço da Laços Saúde é focado em visitas periódicas de enfermeiras, que levantam as necessidades e problemas de saúde do paciente nos primeiros atendimentos e, junto a uma equipe multidisciplinar, montam um plano de cuidado que pode incluir visitas mensais, semanais ou até diárias, dependendo da necessidade.

As demandas e intervenções são variadas: há aqueles idosos que ainda preservam a autonomia, mas precisam de acompanhamento para aderir ao tratamento de doenças crônicas ou adotar um estilo de vida mais saudável, por exemplo. Há outros que recebem orientações para fazer mudanças em casa e na rotina para reduzir o risco de quedas.

Há casos de pacientes mais debilitados em que a enfermeira fará visitas mais frequentes para oferecer auxílio em tarefas como higiene, alimentação, medicação, troca de sonda. Problemas de saúde mental, dor crônica e demência são outras questões comuns que a equipe acompanha.

A equipe também trabalha a criação e fortalecimento de vínculos sociais e familiares e a inclusão tecnológica, até porque algumas consultas de acompanhamento com a equipe podem ser online. A empresa também oferece uma central telefônica para acionamento 24 horas em caso de urgência e emergência e ferramentas de inteligência artificial para avaliar escala de depressão, por exemplo, um problema comum entre idosos.

“Na primeira visita, a gente mede muitos scores, como os de funcionalidade, cognição, ambiente, gestão de medicamentos, para traçarmos o perfil de risco e, a partir dele, traçarmos um plano para diminuir esses riscos, com metas, prazos e monitoramento para verificar se a pessoa está estabilizada ou melhorando ao longo do tempo”, explica Martha Oliveira, CEO da Laços Saúde.

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DIÁRIO DA MANHÃ

Transtorno Borderline e Bipolar: Por que é tão difícil diferenciar os dois?

A psicóloga Ana Lara fala da difícil tarefa do diagnóstico e de suas principais diferenças entre o borderline e bipolaridade

A complexa tarefa de diferenciar o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) do Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) tem sido um desafio constante para profissionais de saúde mental. A psicóloga Ana Lara Vicari Duarte, graduada pelo Centro Universitário Campo Real e especialista em “Transtorno de Personalidade Borderline na Terapia Cognitivo-Comportamental”, compartilha suas perspicazes observações sobre o diagnóstico dessas condições e as nuances que os separam em uma conversa com o Diário da Manhã.

Ana Lara afirma que esse diagnóstico muitas vezes é difícil já que tanto o Transtorno de Personalidade Borderline quanto o Transtorno Afetivo Bipolar possuem diversas semelhanças e que por isso é tão importante saber suas diferenças.

A psicóloga, relata que a diferença já está na própria designação dos transtornos, enquanto um é o transtorno de personalidade — borderline, o outro é um transtorno de humor — bipolar, que possuí dois subtipos principais, I e II e que por mais que os dois tenham alterações de humor sua principal diferenciação é na duração.

“Enquanto o Borderline possuí uma variação de humor rápida podendo mudar várias vezes durante o dia, o paciente Bipolar, estaciona numa fase depressiva, eufórica ou de humor “normal” durante dias, semanas e até meses”, afirma Ana Lara Vicari Duarte

Outra diferenciação que a profissional nos traz é em relação à identidade de cada paciente, segundo Ana Lara Vicari Duarte, os pacientes acometidos do Transtorno de Personalidade Borderline não possuem uma identidade bem definida, podendo alterar sua percepção de autoimagem e suas opiniões de forma rápida e extrema, já os pacientes com Transtorno Bipolar, possuem uma identidade mais concreta, sabendo bem o que querem e como querem.

Para concluir a psicóloga fala sobre a importância do tratamento terapêutico, além do psiquiátrico, já que ambos os transtornos levam muitas vezes a internação e suicídio.

“O tratamento medicamentoso sozinho não se mostra tão eficaz se não aliado a uma terapia, a terapia ajuda o paciente a prever seus comportamentos futuros, a analisar a fase de humor em que estão e a manejar seus comportamentos de forma mais segura”, finalizou a psicóloga Ana Lara Vicari Duarte.

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Três crianças perdem a vida devido à doença não identificada

Os sintomas das vítimas eram amigdalite, febre, vômito e infecção na pele

A cidade de São João del-Rei, no Campo das Vertentes, em Minas Gerais, está em estado de alerta. A preocupação veio após a morte de três crianças, de 3, 9 e 10 anos, nos últimos dois meses. A Secretaria Municipal de Saúde e a prefeitura da região, emitiu uma nota para explicar a situação e alertar a população com recomendações.

De acordo com a pasta, não existe um surto da doença, mas, medidas estão sendo desenvolvidas para evitar que algo mais grave aconteça. Os sintomas observados nas crianças são de amigdalite, febre, vômito, manchas e infecção na pele. Após as mortes, o setor de Vigilância e Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde foi acionado.

A decisão da prefeitura local foi suspender temporariamente as aulas em escolas municipais, mesmo após a Secretaria Municipal de Saúde dizer que não existe a necessidade do fechamento das unidades de ensino. A partir de quarta-feira, 25, todas as escolas vão passar por desinfecção e limpeza generalizada. Ainda não foi informado a previsão do retorno das aulas.

Após os últimos acontecimentos, uma recomendação foi feita à população. Caso a criança apresente alguns dos sintomas descrito, é recomendado que ela não vá à escola, os pais devem procurar o atendimento médico, nas unidades da prefeitura e também na rede hospitalar.

Outra recomendação é a higienização das mãos adequadamente, o uso de álcool 70%, o não compartilhamento de objetos pessoais, e o mantimento do sistema vacinal. As unidades de saúde disponibilizaram um serviço telefônico, basta ligar no (31) 9 9744-6983.

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SAÚDE BUSINESS

Informações e indicadores integrados: um desafio a ser superado na saúde

O desafio de integrar dados de mais de 200 milhões de pessoas, com segurança, necessita superar a desconexão entre sistemas de informações para melhorar a medicina preventiva e reduzir desperdícios

Um dos maiores desafios da saúde no Brasil é integrar, com sucesso, transparência e respeitando todas as premissas de segurança e privacidade, a enorme quantidade de dados e informações relativas a um contingente populacional de mais de 200 milhões de pessoas. Esse volume gigantesco de dados clínicos é essencial para endereçar a medicina preventiva e preditiva, como também apontar comportamentos e tendências. A superação desse entrave – longe de ter uma equação resolvida – contribui para a otimização de recursos, melhora da qualidade assistencial e para a – mais do que necessária – eliminação de desperdícios, gerando mais acesso e sustentabilidade.

As empresas de saúde, hoje, trabalham com grandes bancos de dados dispersos em sistemas nas diversas unidades de negócios, exigindo uma gestão coordenada, conectada e ágil, evitando a chamada “dívida de desconexão”1. O termo define as perdas, sejam financeiras, de gestão ou de experiência do cliente, ocasionadas por sistemas desconectados que demandam extensas horas de trabalho para extrair, transferir e integrar dados de um sistema para outro, resultando em altíssimos impactos negativos.

No setor hospitalar, conhecemos dezenas de indicadores, criados a partir da compilação, interpretação e análise de milhares de dados e informações. As organizações hospitalares utilizam alguns deles em comum, bastante objetivos, como taxa de ocupação ou índice de giro de leitos – necessários para a administração das unidades.

Entretanto, do ponto de vista macro do setor no Brasil, não há um consenso sobre quais indicadores são suficientemente abrangentes, transparentes – inclusive no que diz respeito à qualidade dos dados – e principalmente, permitam realizar análises e leituras profundas.

De certa forma, a saúde se encontra em uma espécie de dívida de desconexão intrasetorial. Os dados existem e estão disponíveis para gerar informações e indicadores importantes para a gestão, mas a impossibilidade de comparação efetiva entre as bases utilizadas é uma fragilidade do sistema.  Um desafio que precisa ser enfrentado para viabilizar ações setoriais que promovam a sustentabilidade do setor. 

A superação desta dívida de desconexão demanda a criação de um novo cenário, incluindo neste palco atores públicos e privados dirigindo esforços para o compartilhamento de informações e indicadores (dentro dos limites da LGPD, e considerando compliance e ética) de forma a subsidiar uma visão completa e realista do sistema de saúde.  

Todos os setores de atividade humana fazem uso dos dados para avaliar, planejar, prever cenários ou realizar análises para obter os melhores resultados. Para que os dados sejam úteis, é preciso que se transformem em informações, obtidas a partir do processamento baseado em critérios e conhecimentos coerentes aos objetivos desejados. É essencial também que os dados utilizados sejam confiáveis e auditáveis. Essas informações podem ser organizadas de forma a gerar indicadores que funcionam como balizadores para tomadas de decisões. Em saúde, evidentemente, não é diferente.

A transformação que almejamos será necessariamente baseada na transparência e na qualidade das informações e indicadores. O aprimoramento da governança resulta na eliminação de desperdícios e aumenta a eficiência. Desta forma, o setor poderá oferecer serviços mais econômicos, com maior qualidade e garantir a sustentabilidade econômica. Além disso, ao ampliar o acesso à saúde, colabora também com a esfera pública  reduzindo a pressão sobre o sistema estatal.

Emerson Gasparetto é médico e Diretor Geral de Negócios Hospitalares e Oncologia na Dasa.

Referências

1. Rohan Narayana Murty, RN; Dadlani, S; Das, RB; Mehta, N. What’s Lost When Data Systems Don’t Communicate. Harvard Business School. Disponível em: https://hbr.org/2023/10/whats-lost-when-data-systems-dont-communicate

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Crescimento dos serviços de saúde em farmácias

Os serviços de saúde em farmácias cresceram 69% no segundo trimestre de 2023 em comparação ao primeiro trimestre do ano

Lei 13.021, de 2014, foi um avanço significativo para o setor de farmácias, pois reconheceu a assistência farmacêutica como parte integrante e essencial para a promoção, proteção e recuperação da saúde individual e coletiva. Nove anos depois, a Anvisa regulamenta a realização de exames rápidos nas farmácias por meio da RDC 786, de 5 de maio de 2023, o que amplia os serviços de saúde que elas podem oferecer, impulsiona o crescimento e as posiciona, cada vez mais, como hubs de saúde.

Serviços de saúde de atenção básica nas farmácias

As farmácias podem realizar alguns serviços de atenção básica à saúde, como verificação de pressão arterial e glicemia capilar, explica Albery Dias, diretor de Serviços de Saúde da rede de farmácias Pague Menos / Extrafarma. “Recentemente, essa oferta de serviços creceu por causa da RDC 786, da Anvisa, que regulamentou a realização nas farmácias de exames laboratoriais rápidos, como teste de colesterol, teste de hemoglobina glicada, teste de dosagem de tireoide etc”.

Exames rápidos – o que determina o que é possível fazer nessa área é a tecnologia, ressalta Dias. “Isso porque não há uma pré-determinação do que pode ser feito”. Então, a oferta de exames rápidos depende que sejam cada vez mais disponibilizadas no mercado soluções tecnológicas a partir do desenvolvimento de novos equipamentos com acurácia, segurança e bons níveis de sensibilidade, equiparados aos laboratórios.

Consulta farmacêutica – outro fator que Dias destaca para a promoção da atenção básica à saúde nas farmácias é o acolhimento pelo farmacêutico. “A consulta farmacêutica, por mais que seja um serviço relativamente simples, é muito importante nessa época de digitalização, pois permite humanizar o atendimento”.

Telefarmácia – a Resolução 727 do Conselho Federal de Farmácia, de junho de 2022, permite o exercício da farmácia Clínica de forma remota para teleconsulta farmacêutica, teleinterconsulta telemonitoramento ou televigilância e teleconsultoria. Na interconsulta, por exemplo, quando o farmacêutico percebe que não consegue avançar em um desfecho no atendimento presencial, pergunta se o paciente quer chamar um médico de forma remota. Caso positivo, ele passa para o médico dados como pressão arterial, temperatura e saturação de oxigênio e triangula, explica Dias.

Triagem de problemas de saúde – ele avalia que a farmácia pode funcionar como um ponto de triagem em relação à atenção básica à saúde por ter bastante capilaridade. Ela é fundamental para saúde como um todo, tanto para a saúde pública como para a privada. “Apesar de termos 38 mil postos de saúde espalhados pelo Brasil, nem sempre a acessibilidade deles é a melhor e faltam insumos às vezes”.

Públicos dos serviços de saúde nas farmácias e sinergia com outras áreas

Em um primeiro momento, avalia Dias, as pessoas que têm plano de saúde procuram tratamento preventivos, procuram se cuidar mais. Por outro lado, as que ainda não têm acesso a plano de saúde – que são cerca de 120 milhões de pessoas no País, segundo ele – ainda são muito direcionadas para uma jornada hospitalocêntrica, uma jornada curativa e não uma jornada preventiva.

Usuários de planos de saúde – “normalmente, quem tem plano de de saúde ou é mais preocupado, ou é instruído a se preocupar. Então, como as farmácias participam disso e tem uma jornada muito conveniente, acabam sendo esses os principais usuários hoje”, explica Dias. Nesse contexto, o farmacêutico consegue ser um coordenador da saúde, especialmente da saúde privada. Porque na saúde pública, o SUS tem uma coordenação muito interessante, muito efetiva, apesar dos problemas já citados, diz ele.

Diminuição de custos – na saúde privada, considera Dias, ainda não há essa coordenação. “Os planos acabam sendo nichadas, sendo universos que não se tocam. Então, o farmacêutico consegue endereçar, direcionar. Mas, principalmente, acolher o usuário do plano nesse momento inicial que ele não sabe nem para onde ir. O acolhimento inicial pode evitar a procura de especialistas e a geração de custos desnecessários, ajudando a baixar sinistralidade do plano de saúde. As farmácias também  podem ajudar bastante na diminuição do custo da saúde pública.

Diagnósticos laboratoriais – em numa jornada na farmácia, a pessoa que faz um teste, por exemplo, de malária ou chikungunya, diz ele, vai precisar confirmar isso no laboratório, pois o exame rápido na farmácia é de triagem. Então, ela pode gerar tráfego adicional para um laboratório, remetendo para um segundo nível. O que gera sinergia com camadas secundárias de atendimento ou com outros players do mercado de saúde em geral.

Oportunidades de negócios nos serviços de saúde nas farmácias

Os serviços de saúde nas farmácias cresceram 69% no segundo trimestre de 2023 em comparação ao primeiro trimestre do ano, segundo o Report CRX T2-2023. O relatório, elaborado pela health-tech Clinicarx, mostra tendências e oportunidades de negócio no setor farmacêutico com base na análise de 1,7milhão de serviços de saúde realizados de primeiro de abril a 30 de junho em mais de quatro mil farmácias do País.

Os dados do relatório mostram que as farmácias realizaram quase 90 tipos diferentes de serviços clínicos, divididos nas categorias de procedimentos, consultas, exames rápidos, vacinas e checkups. Somados, os procedimentos e as consultas representaram mais de 86% dos serviços de saúde prestados, sendo que a primeira categoria foi responsável por 63,12% do total e a segunda por 23,56%.

Já os exames rápidos responderam por 8,46% do total, mostrando uma tendência de elevação comparando com o primeiro trimestre, quando representaram 8,4% dos serviços de saúde realizados nas farmácias. Em seguida vêm as vacinas, responsáveis por 4,79% dos serviços, seguidas pelos check-ups, que representaram 0,09% do total.

Embora a categoria de exames rápidos não tenha apresentado um crescimento muito grande do primeiro para o segundo trimestre de 2023, o resultado é bem diferente quando ela é dividida em exames rápidos Covid-19 e exames rápidos não-Covid. Enquanto os exames para detecção do novo coronavírus caíram 15% em relação ao primeiro trimestre e 86% comparando com o mesmo período do ano anterior, os exames rápidos não-Covid tiveram um crescimento muito expressivo.

Serviços de saúde nas farmácias cresceram mais de 80% na categoria de exames rápidos não-Covid

O aumento superior a 80% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior e de 40% comparando com o primeiro trimestre de 2023, que o relatório da Clinicarx aponta, é reflexo da RDC 786/23 da Anvisa, que regulamenta a realização de exames rápidos em farmácias e consultórios.

Quem faz serviços de saúde em farmácia não só se torna fiel, ou seja, consome por um período mais longo na unidade que frequenta, como incrementa mais produtos da cesta, observa Dias. Segundo ele, os serviços de saúde em farmácia estão sendo um complemento de jornada em farmácia.

“Queira ou não, a farmácia ainda é uma atividade varejista. E como qualquer atividade varejista, ela vai focar no seu core business, no seu principal negócio. O serviço de saúde em farmácia vem mais como um diferencial competitivo para fidelizar e incrementar a cesta”.

Ao colocar elementos como serviços de saúde, a sugestão ou a venda consultiva acaba sendo muito mais assertiva. E não só isso, “como o farmacêutico é muito acessível e tem a questão da pessoalidade, além de existir farmácias em todas as esquinas – a Pague Menos, por exemplo, tem mais de 1.600 lojas no País todo – você acaba gerando um vínculo”, finaliza o executivo.

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Rita Saúde integra recursos para uma jornada de saúde na palma da mão

Em meio às discussões sobre o futuro da saúde no país, plataforma integradora de serviços de saúde do Grupo Sabin cresce 200% nos últimos 12 meses

Como resultado de um projeto de inovação do Grupo Sabin, em Brasília, a Rita Saúde nasceu, em 2021, com a missão de conectar pessoas que procuram serviços de saúde a serviços de excelência. De lá pra cá, a plataforma vem expandindo sua atuação para diversas cidades brasileiras. O número de profissionais e serviços disponíveis, por exemplo, cresceu 200%, neste ano, e o total de usuário já aumentou em três vezes.

A plataforma integra diversos serviços de saúde, como consultas com médicos de família e especialistas e outros profissionais de saúde, medicamentos com desconto e medicina diagnóstica. Desenvolvida in house, de acordo com os conceitos de saúde 5.0, no qual as pessoas estão no centro do cuidado, a Rita Saúde é estruturada nos pilares da medicina participativa, preventiva e preditiva. Isto é, com um olhar para apoiar a jornada de saúde de seus usuários para além do momento da doença. Oferece uma rede de serviços e profissionais que o paciente pode dispor, no dia a dia, para avaliar e mitigar riscos à saúde, além de  e acompanhá-lo ao longo da vida. Facilita e agiliza a jornada com a oferta de serviços de telessaúde.  

Quando Karine Silva, 29 anos, soube da Rita, pensou imediatamente no pai, José dos Reis da Silva. O autônomo de 63 anos sofreu um infarto há dois anos, tem problema crônico de coluna, hipertensão e diabetes, e necessita de cuidados e acompanhamento frequentes. Sem plano de saúde, a Rita pareceu para a filha de José uma opção viável para oferecer ao pai o cuidado de saúde necessário e ela não se arrepende da escolha. “Estamos muito satisfeitos, os agendamentos são rápidos, os médicos muito atenciosos, os descontos em medicamentos nos ajudam muito e como meu pai tem uma certa dificuldade no entendimento e comunicação, a equipe de enfermagem está sempre atenta para me acionar quando necessário e assim garantir que as orientações sejam seguidas”, explica Karine. “É uma tranquilidade saber que temos a quem recorrer e uma alegria saber que meu pai está sendo bem cuidado”.  

“Em um país onde a desigualdade social é uma realidade, poder ampliar o acesso à saúde de qualidade é a força motriz que tem nos impulsionado a investir em integrar o Rita Saúde ao portfólio de serviços oferecidos pelo Grupo Sabin, nas 78 cidades onde está presente pelo Brasil. Queremos tornar a saúde de qualidade mais acessível para a população e contribuir também para a sustentabilidade do setor, por meio do impacto de seus resultados”, explica Lídia Abdalla, Presidente-executiva do Grupo Sabin. Doze estados já contam com os serviços do Rita Saúde, entre eles São Paulo, Amazonas, Tocantis, Bahia, além do Distrito Federal, e outros devem ampliar esse grupo até o final deste ano.  

Empresa com inovação no DNA, a Rita Saúde é mais uma estratégia dentro do plano de crescimento e expansão do Grupo Sabin. “Estamos caminhando para completar 40 anos no mercado nacional, atuando para entregar produtos e serviços de excelência e oferecer à população e ao mercado as melhores soluções para cuidados integrados de saúde com qualidade e eficiência. Queremos avançar cada vez mais rumo à democratização da saúde com qualidade para que a população conte com um serviço de saúde diferenciado. É uma oportunidade singular de levar a cada um o que há de melhor e mais inovador em saúde, sem ter de arcar com um alto custo, por isso, seguiremos ampliando e levando o Rita Saúde em breve para outras regiões do Brasil”, conclui ela.  

A Rita Saúde busca unir de um lado quem busca por serviços de saúde e do outro quem oferece esses serviços. Porém, trabalha para além da ideia do marketplace, focando num trabalho ativo de curadoria que garanta a qualidade dos serviços oferecidos e das relações estabelecidas a partir da plataforma.  

Hoje, são cerca de 1500 especialistas integrados ao Rita Saúde. A plataforma oferece acesso a comunidades de saúde locais que englobam consultas com médicos de família e especialistas, além de outros profissionais de saúde, telemedicina, medicamentos com preços diferenciados, bem como exames de análises clínicas e diagnóstico por imagem, vacinas e outros serviços. “Buscamos integrar os diversos elos da cadeia de saúde na plataforma, de forma a impactar positivamente a jornada de saúde de nossos usuários, por meio de uma experiência única que começa que começa na tela do smartphone”, detalha o gestor da plataforma, o médico Fernando Uzuelli.  

Um dos itens desta integração é justamente a oferta do serviço de Atenção Primária à Saúde (APS), da Amparo Saúde, empresa que também integra o ecossistema do Grupo Sabin. Os clientes que aderirem à assinatura Rita +Saúde, terão acesso a um centro de saúde digital que tem uma equipe da Amparo exclusivamente dedicada ao acompanhamento da saúde do cliente.  

“É importante esclarecer que o Rita Saúde não é um plano de saúde. Nossa proposta é preencher as lacunas da assistência à saúde oferecendo um modelo de acesso à saúde que atenda de forma eficiente e prática as necessidades da população. Para isso, buscamos entre outras coisas modelos de custeio para impactar positivamente o maior número de pessoas. Assim, além de mais de uma opção de assinatura, a plataforma permite a aquisição de vouchers ou o pagamento de assinaturas para custear o atendimento de outras pessoas, independente da relação de parentesco com o pagador”, aponta Uzuelli.  

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MEDICINA S/A

Goiás é o primeiro estado a oferecer teste genético para câncer de mama

Goiás é pioneiro ao colocar em prática a lei que dá às mulheres direito ao teste genético para câncer de mama herdado. Uma das cinco unidades federativas a dispor de uma lei para Detecção de Mutação Genética dos Genes BRCA1 e BRCA2 custeada pelo SUS, o governo estadual assinou o contrato de parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) que permite, efetivamente, a realização do exame. Para a mastologista Rosemar Rahal, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a oportunidade de fazer o teste representa um impacto positivo na sobrevida de pacientes portadoras de mutação.

Com a Lei nº 7.049/2015, conhecida como “Lei Angelina Jolie”, o governo do Rio de Janeiro foi pioneiro em firmar convênio com o SUS para a realização de exames em mulheres com histórico familiar de diagnóstico de câncer de mama ou de ovário em todo o Estado. Minas Gerais, em 2019, foi o segundo Estado a aprovar uma legislação com mesma finalidade, seguido de Goiás e Distrito Federal, em 2021, e Amazonas.

Mulheres com mutação nos genes BRCA1 e BRCA2, segundo a Rosemar Rahal, têm mais chances de desenvolver cânceres de mama e ovário. De acordo com a especialista, a mutação no gene BRCA representa um risco de 80% para câncer de mama e 40% para o de ovário. “Embora a legislação exista, podendo beneficiar uma grande parcela da população, ainda não foi de fato implementada onde foi promulgada”, destaca.

Mas desde a última quinta-feira, a exceção entre as cinco unidades da federação é o Estado de Goiás. A partir da assinatura do convênio com a UFG, o painel genético para câncer de mama herdado será realizado pelo Centro de Genética Humana do Instituto de Ciências Biológicas da UFG, que dispõe de sequenciador, estrutura e recursos técnicos para a realização dos exames.

A partir da identificação da mutação, medidas profiláticas, como as cirurgias de mastectomia e ooforectomia (retirada dos ovários), impactam diretamente na sobrevida das pacientes. “Hoje, além das cirurgias profiláticas, existem medicamentos específicos para as mulheres com câncer de mama e portadores desta predisposição genética”, afirma a mastologista da SBM.

Para Rosemar Rahal, a parceria entre o governo de Goiás e a UFG serve de espelho para o País. “É fundamental que os Estados coloquem, de fato, as legislações em prática”, diz. Em tramitação federal, o Projeto de Lei nº 265/2020 propõe a realização de testes genéticos para prevenção, diagnóstico e tratamento dos cânceres de mama e ovário no âmbito do SUS em todo o País. O direito já assiste as mulheres no sistema suplementar operado pelos planos de saúde desde 2014. “Neste sentido, o convênio também é um estímulo para que o Brasil, como um todo, ofereça o teste para as mulheres”, conclui a representante da Sociedade Brasileira de Mastologia.

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Associação prevê aumento do turismo internacional para cirurgia plástica

BAPS (Brazilian Association of Plastic Surgeons) espera um impacto internacional, com o chamado turismo médico, em virtude da nova resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que atualizou as regras para publicidade médica no Brasil. Turismo médico é o nome que se dá quando um paciente viaja para outro país para se submeter a uma cirurgia. “O Brasil é hoje o segundo país que mais realiza cirurgia plástica, mas não possui um turismo médico internacional tão forte como a da Turquia e dos Estados Unidos. Agora, poderá finalmente ter seu lugar ao sol, já que os cirurgiões plásticos brasileiros estão entre os melhores do mundo e a BAPS espera fortemente contribuir com isso”, explica David Castro Stacciarini, advogado da Comissão de Publicidade e Propagandas Médicas da BAPS, associação que surgiu em março de 2022 para defender a publicidade médica livre e responsável. Os últimos dados da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (Isaps) mostram que as 1.634.220 cirurgias plásticas realizadas no Brasil em 2021 representam mais que 1/8 (12,7%) do total desses procedimentos no mundo.

A Resolução CFM nº 2.336/2023 estabelece mudanças na publicidade médica que entrarão em vigor a partir de 11 de março de 2024. De acordo com as determinações, os médicos poderão divulgar fotos de “antes e depois”, valores cobrados por consultas, explicar como funcionam tratamentos e mostrar dia a dia de trabalho nas redes sociais, desde que não identifiquem os pacientes nem façam propagandas de empresas ou marcas. Segundo o advogado, com a resolução nova, o paciente não terá que pagar uma consulta para descobrir se o cirurgião faz a cirurgia que ele deseja, podendo facilmente conhecer o trabalho do médico em suas redes sociais e isso, por si só, já é uma vitória para todos os pacientes. “Isso abre espaço para um maior crescimento, principalmente na questão internacional. E quando você conhece o trabalho do cirurgião fica mais fácil para você alinhar a expectativa da sua cirurgia”, argumenta o advogado da BAPS.

As imagens de antes e depois

O advogado explica que a resolução proíbe que as imagens de ‘antes e depois’ sejam editadas, como também exige descrição educativa informando os riscos e insatisfações, justamente para evitar que o paciente seja ludibriado ou crie uma fantasia que irá ficar igual a imagem visualizada. “Mas, a verdade é que nenhum paciente acredita mesmo que irá ficar igual a foto. Basta analisar os processos judiciais para perceber que o ponto nevrálgico se limita sempre à insatisfação com o resultado ou intercorrências que prejudicaram o resultado. Não podemos confundir exigência de um ótimo resultado com falsa expectativa”, diz o advogado. As fiscalizações das redes sociais são de responsabilidade dos conselhos regionais de Medicina, de forma que a Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (CODAME) é o órgão que cuida disso. “Acredito que essa fiscalização das fotos ocorrerá sim. Mas, mais importante que isso, o médico terá que tomar cuidado com a lei geral de proteção de dados (LGPD), pois infrações nos dados sensíveis dos pacientes, e aqui inclui fotos médicas, poderão acarretar além de indenizações ao paciente, eventuais denúncias para a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que aplica multas para cada infração”, analisa o advogado.

Contradições da resolução

Apesar de a nova resolução estar mais adequada à atual sociedade e às comunidades internacionais, o advogado analisa que o CFM criou outras contradições nessa resolução. “Iniciando que o perfil pessoal caso esteja junto com o perfil profissional será analisado pelos critérios de publicidade e propaganda da resolução. Aqui entendemos uma certa invasão na vida pessoal do médico”, diz o advogado. “A princípio, a resolução informa que o médico pode aumentar sua clientela e seguidores e ao mesmo tempo afirma que não pode angariar clientes, o que torna contraditório de certa forma. E a resolução não explica o que seria ‘não identificar paciente’ apesar de exigir isso nas postagens. Como também não explica o que seria ‘promessa de resultado’, já que a resolução anterior de 2011 entendia promessa de resultado ser imagens de pré e pós-operatório, mas, agora que se tornou possível, é preciso de uma nova definição. Existe uma discussão também sobre anunciar preços de procedimentos, já que a resolução de 2023 entende ser possível, entretanto o parecer do CFM 2836/2020 solicitado pelo CRMPR, entende que não. Acreditamos que o tempo irá resolver esses impasses”, finaliza o especialista.

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DIÁRIO DA REGIÃO RIO PRETO ONLINE

Santa Casa processa médicos após condenações por erros


Em um esforço para manter a saúde das finanças, a Santa Casa de Rio Preto está processando quatro médicos para que eles devolvam à instituição valores pagos em indenização a pacientes que foram vítimas de erro médico. Em duas ações, a Santa Casa pede de volta o montante de R$ 427 mil. “A falha na prestação de serviços foi reconhecida, mas a Santa Casa não tem culpa, não é justo que eu tenha de arcar com o prejuízo”, diz o provedor Nadim Cury.

A reportagem identificou duas ações de regresso protocoladas na última semana pelo escritório de advocacia Delucca e Castro Sociedade de Advogados em nome da Santa Casa. Nenhum dos médicos faz parte do atual quadro de profissionais da instituição.

Em um dos processos, a Santa Casa pede R$ 290.765 de duas médicas condenadas pela morte de um bebê durante o parto em 2011, mas que teve o acórdão (decisão em segunda instância) publicado em julho deste ano.

No processo, ficou comprovado que as profissionais demoraram 12 horas para realizar a cirurgia cesariana de uma paciente em trabalho de parto, o que resultou na morte do recém-nascido.

As duas médicas foram condenadas criminalmente por homicídio culposo, mas tiveram a pena substituída pelo pagamento de indenização. Como eram funcionárias da instituição, a Santa Casa foi condenada solidariamente a pagar o montante.

“Tivemos que pagar o valor integral para não perdermos o prazo e termos as contas bloqueadas, o que inviabilizaria o funcionamento da instituição”, justificou Nadim.

O outro processo envolve um médico e uma médica que realizaram laqueadura em uma paciente sem autorização em 2016. Apesar de ter juntado ao processo um termo de anuência assinado pelo casal, o procedimento foi realizado durante o parto – conduta proibida pelo Ministério da Saúde. Nesta ação, a Santa Casa teve de indenizar a família em R$ 136.289 e ainda reverter a laqueadura na paciente.

“A apuração da culpa médica dos requeridos restou irrefutável, devendo os mesmos responder pelo prejuízo material que causaram à requerente (Santa Casa). Nesse sentido, dispõe o artigo 934 do Código Civil que: ‘Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou'”, escreveu o advogado Paulo Cesar Caetano Castro para justificar a cobrança da Santa Casa.

“Eu não vou ‘passar pano’ para ninguém. A Santa Casa está em crise orçamentária e não podemos perder dinheiro custeando erro dos outros”, completou Nadim.

As ações correm na 1ª e 10ª varas cíveis de Rio Preto, respectivamente. Os médicos acionados na Justiça ainda não foram citados para apresentarem contestação.

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CORREIO BRAZILIENSE

Doenças raras: diagnóstico e tratamento precisam de avanços na legislação


Cerca de 13 milhões de brasileiros são acometidos com doenças raras – aquelas que afetam 65 pessoas a cada 100 mil. Dentre os pacientes de 8 mil patologias que compõem o rol dessas enfermidades, 75% são crianças e 30% delas morrem antes de completar 5 anos. Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertam para a necessidade dos agentes do Estado melhorarem as políticas públicas voltadas para o diagnóstico e tratamento dessas patologias.

No último ano, entretanto, apenas 19 projetos de lei (PLs) sobre doenças raras foram apresentados no Congresso Nacional e nenhum deles foi aprovado. A informação faz parte da segunda edição do estudo “Radar dos Raros”, lançado, ontem, no CB Talks: Radar dos Raros, debate realizado pelo Correio, em parceria com a Vertex Farmacêutica, com o objetivo de construir uma agenda positiva sobre o tema. A Interfarma, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), a Associação Crônicos do Dia a Dia (CDD), a Frente Parlamentar Mista da Saúde e a Subcomissão de Doenças Raras da Câmara dos Deputados apoiaram o evento ocorrido em Brasília e transmitido pelas redes sociais do Correio.

“Lamento informar que a gente não avançou muito no cenário das doenças raras”, afirmou Gustavo San Martin, que é diagnosticado com esclerose múltipla e apresentou os dados da pesquisa de 2022 no CB Talks. A primeira edição da pesquisa ocorreu no ano passado e considerou o período de 2000 a 2021.

Dos quase 75 mil projetos de lei foram apresentados no Legislativo entre 2000 e 2022, somente 0,3% deles têm a ver com doenças raras (218 ao todo). Desse total, apenas oito projetos foram aprovados no mesmo período, dos quais cinco tratam de datas comemorativas, o que foi lamentado por San Martin. “Dias de conscientização são importantes, sim, mas são pontos de partida, não de fim”, desabafou o fundador da CDD e da Federação Brasileira das Associações de Doenças Raras (Febrararas). “Diagnóstico e tratamento são temas fundamentais para seguir promovendo qualidade de vida para pessoas como eu e outras com doenças raras, tenham qualidade de vida e, muitas vezes, apenas vida”, acrescentou.

Nesse período, houve poucos avanços. Um deles, ocorrido em 2014, a Política Nacional de Atenção Integral a Pessoas com Doenças Raras foi instaurada no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2019, a portaria nº 187 alterou e ampliou as regras do teste do pezinho no Brasil – o exame é o principal para identificar as doenças raras. Em 2021, foi instituído o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) que define um rol mínimo de doenças raras que serão identificadas pelo , garantindo também o diagnóstico correto e o tratamento necessário no SUS. “Uma das funções muito importantes do nosso parlamento é uma ação de fiscalização. Não basta uma boa lei, como a do pezinho, mas é preciso ser fiscalizado”, ressaltou o presidente do Sindusfarma, Nelson Mussolini.

De acordo com o presidente da Interfarma, Renato Porto, a jornada de um paciente com doença rara “é muito difícil”. “A indústria farmacêutica está para desenvolver tecnologia, trazer uma solução para aquele paciente. Precisamos comemorar que existe diagnóstico e de que existe possibilidade do paciente brasileiro ter acesso a tratamento. Porém, temos os desafios de como fazer isso rápido e eficiente”, afirmou.

‘Mayara Souto

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PORTAL G1

Jovem que morreu após infecção chegou a estudar 14 horas por dia para realizar sonho de cursar medicina: ‘era um exemplo’

Lucas Borba, de 26 anos, deixou o curso de engenharia civil no 9º período para se preparar para o vestibular novamente, segundo a família. Mas ele passou mal em decorrência de uma infecção e acabou morrendo em Palmas no domingo (22).

Lucas Borba, de 26 anos, tinha o sonho de ser médico. Começou a vida acadêmica em outra área, mas largou tudo para se dedicar exclusivamente a esse objetivo: entrar no curso de medicina. Chegou a passar 14 horas por dia estudando e foi aprovado na Universidade Federal do Pará (UFPA). Mas, em decorrência de uma infecção, acabou morrendo em Palmas.

O jovem passou cerca de dez dias internado em um hospital da capital. Segundo a família, no domingo (22) o quadro de saúde piorou e ele precisou ir para a UTI. Mas sofreu uma parada cardíaca e a infecção se espalhou. A causa da morte, segundo a família, foi insuficiência renal e hepática.

Lucas, que nasceu em Araguaína, no norte do estado, chegou até o 9º período de engenharia civil, na Universidade Federal do Tocantins (UFT). Mas para conseguir entrar no curso de medicina, abriu mão da engenharia e resolveu começar de novo.

Segundo Arthur Wieczorek, primo de Lucas, ele se matriculou em um cursinho para se preparar novamente para encarar um vestibular.

“Voltou à estaca zero e foi fazer cursinho visando o curso de medicina. Ele tinha esse objetivo em mente: ser estudante de medicina. Teve uma época que ele estudava 14 horas por dia”, contou.

Para a alegria da família e do jovem, ele foi aprovado para a federal do Pará em maio de 2022. “Essa graça foi alcançada. Lucas era um exemplo de estudo”, disse o primo.

Ele se mudou para Belém (PA) e atualmente cursava o 3ª período de medicina. Foi lá que ele começou a passar mal antes, antes de perder a vida em decorrência da infecção que afetou os rins e fígado.

Morte prematura

Arthur contou que Lucas chegou a pedir ajuda a parentes em Palmas após dias sentindo dores abdominais, com diarreia e vômitos.

“Essa diarreia e dores se prolongaram por mais ou menos um mês. Até que ele ligou para minha tia pedindo socorro para ele ir para Palmas se tratar, pois grande parte da família é daqui. Temos uma estrutura boa para servir ele”, relembrou o primo.

Ele chegou a Palmas em 13 de outubro e depois de cerca de dez dias acabou morrendo em um hospital da cidade.

Nas redes sociais, muitos amigos e parentes lamentaram a morte. O diretório acadêmico do curso de medicina da UFPA comentou: “Lucas, você ficará pra sempre em nossas memórias! Descanse em paz! Você foi incrível!”

“Meu amor, hoje vivi o sentimento mais doloroso de toda minha vida, o amargo no estômago, o nó na garganta e o vazio em tudo. Às vezes parece um pesadelo estando acordado, tem horas que eu quero gritar, outras horas quero deitar ou sair correndo, mas não há nada que eu queira mais do te abraçar pela última vez”, disse o jovem nas redes sociais.

Lucas foi velado em Palmas e em Nova Olinda, cidade onde mora a família materna. O sepultamento aconteceu na manhã de terça-feira (24) no cemitério de Nova Olinda.

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Médicas goianas contam que salvaram turista que teve parada cardíaca em aeroporto dos EUA: ‘Cena de filme’

Médicas de folga foram aos EUA para o casamento de uma amiga. Profissionais explicam que, com o atendimento, paciente passou de estado grave para estável.

Por Gabriela Macêdo, g1 Goiás

Médicas goianas contam que salvaram turista que teve parada cardíaca em aeroporto dos EUA

Duas médicas goianas salvaram, nesta segunda-feira (23), um turista brasileiro que teve uma parada cardíaca no aeroporto John F. Kennedy, Nova York, nos Estados Unidos. Ao g1, as médicas pediatras Gyselle Bessa, de 46 anos, e Kamilla Prudente, de 34, contaram a emoção que passaram logo que chegaram no aeroporto e passavam pela imigração (assista vídeo acima).

“Estamos em êxtase. Não estamos acreditando no que aconteceu. [Já] tivemos muitas ocorrências, mas essa de hoje foi a que mais me marcou”, disse Gyselle, emocionada.

“Eu corria para um lado, corria para o outro. Parecia uma cena de filme”, lembrou Kamilla.

Gyselle e Kamilla moram em Goiânia e, por estarem de folga, foram aos Estados Unidos para o casamento de uma amiga médica que também é goiana. Tudo começou quando as profissionais aguardavam na fila para passar pela imigração e ouviram um grito de ajuda: ‘”Help”.

“Estávamos bem lá atrás [na fila] e escutamos ‘help, help’, e eu falei, Gyselle, parece que alguém está pedindo ajuda. Vai lá, olha lá o que aconteceu”, narrou Kamilla.

g1 não conseguiu falar com a família do homem atendido pelas profissionais no aeroporto ou com o hospital em que ele foi levado até o momento para uma atualização do estado de saúde. No entanto, as médicas explicam que após o atendimento, o paciente passou de um estado grave para estável. De acordo com as profissionais, o turista estava com a esposa em visita ao filho.

Atendimento em aeroporto

Kamilla está em sua primeira vez nos Estados Unidos e contou que apesar de ter ido ao país a passeio, também levou alguns equipamentos, como o oxímetro e um estetoscópio. Com receio de uma possível extraviação, a médica manteve seus equipamentos médicos em uma mala de mão junto com ela, que foram essenciais para o atendimento do homem no aeroporto.

“Cheguei lá, vi que ele estava em parada cardiorrespiratória e já comecei a fazer a massagem [cardíaca]. Deixei a Gyselle assumir a massagem e voltei à fila para pegar minha mala onde estavam meus aparelhos médicos e saí correndo de novo. Parecia uma cena de filme”, detalhou Kamilla sobre o momento em que foi atrás de Gyselle no local em que a família do paciente pediu ajuda.

As médicas ainda contaram que, depois de constatar o que o homem havia tido, elas conseguiram um desfibrilador no aeroporto, um aparelho que é usado para reanimar pessoas com parada cardíaca.

“Com o oxímetro vimos a saturação, a frequência cardíaca, graças a Deus tínhamos desfibrilador no aeroporto e depois de observar no oxímetro e no estetoscópio pudemos colocar o desfibrilador fazendo o choque e com as massagens conseguimos reverter até os paramédicos chegarem”, detalhou Gyselle sobre as técnicas empreendidas no atendimento.

“Chegando o desfribrilador a gente cardioverteu ele, afastou todo mundo e mesmo falando muito pouco inglês a gente conseguiu organizar com os seguranças e tudo. Os paramédicos chegaram, a gente ainda ajudou eles para estabilizar o paciente até que a ambulância com os médicos chegassem, e isso foi uns 30, 40 minutos”, completou Kamilla.

Ambas as profissionais são médicas pediatras. Na profissão, Gyselle com mais de 20 anos e Kamilla 11. Dentro de sua trajetória, Gyselle atuou por 10 anos no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e 5 anos no helicóptero do Corpo de Bombeiros. Ainda assim, a médica disse estar “em êxtase” com o ocorrido.

“Já peguei várias ocorrências chocantes, mas igual a essa, que estava relaxada, de boa, na fila, meio sonolenta, nunca imaginava ter que agir naquele momento”, disse Gyselle.

“Fazia muito tempo que eu já não atendia adultos. A principio eu mandei a Gyselle [ir ao local] porque já teve mais anos de SAMU atendendo adultos, mas a gente é formada em clinico geral e a gente sempre lembra”, contou Kamilla.

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Assessoria de Comunicação