ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
O HOJE
Morte por falta de atendimento médico
Hospital de Queimaduras de Anápolis suspendeu internação pelo SUS desde a última semana e população fica sem serviço
LUIZ FLÁVIO MOBAROLI
Uma mulher identificada apenas como Ana Lúcia, de aproximadamente 40 anos, morreu na noite do sábado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências Dr. Henrique Santillo (HUHS), em Anápolis. Ela teve 70% do corpo queimado na quinta-feira, 20, em sua casa, na Vila Esperança, e não resistiu aos ferimentos. O marido dela, João Ferreira Gil, 43, permanece internado na UTI do hospital em estado grave, com 80% do corpo queimado. O crime é atribuído a Egmar Ferreira Gil, irmão de João, que teria ateado fogo no colchão no qual o casal dormia.
O crime, que fez uma vítima fatal e que deixou outra em estado gravíssimo, aconteceu menos de uma semana após o Hospital de Queimaduras, única unidade especializada na área em Anápolis, encerrar o atendimento de pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Hospital de Urgências, para onde foi encaminhado o casal, não dispõe de UTI específica para queimados, o que acaba se tornando um agente limitador no tratamento.
A Polícia Civil chegou a Egmar Ferreira Gil por meio do filho de João, que revelou estar presente no momento em que o tio atacou o casal. As vítimas e o autor teriam se envolvido em uma discussão, sendo esta a motivação do crime. Ouvido inicialmente na sexta-feira, no plantão do final de semana, Egmar foi indiciado por lesão corporal e liberado em seguida. A situação, agora, deve mudar, e ele deve ser enquadrado pela prática de homicídio. Levantamento da polícia indica que na casa em que vivia a família ocorria consumo frequente de drogas.
Hospital
Desde a quarta-feira, 20, o Hospital de Queimaduras de Anápolis, referência nacional no setor, não recebe pacientes oriundos do Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão foi comunicada aos órgãos competentes no dia 20 de fevereiro, motivada pelos valores repassados pelo Ministério da Saúde, que estariam muito abaixo do custo mínimo dos procedimentos realizados e pelo atraso constante dos complementos acordados com as secretarias municipal e estadual de Saúde, resultando em constantes déficits para a instituição.
Com a decisão, cerca de 500 pacientes por mês deixam de ser atendidos no local. Mas, conforme informações do assessor especial da Secretaria Municipal de Saúde, Marcelo Daher, repassadas na quinta-feira, 20, o poder público se articula para assumir esse papel como rede própria. “Estamos estruturando a unidade onde funcionava o Hospital do Idoso e funciona provisoriamente o Mini-Cais, para fazer o ambulatório do queimado, voltado aos pequenos procedimentos como curativos e para os casos de pacientes referenciados, encaminhados para o acompanhamento do tratamento”, explicou.
Na rede em questão, o paciente que sofrer pequena e média queimadura será encaminhado à rede de atenção básica, em especial ao minicais, ao Hospital Municipal e o Cais Abadia Lopes. Já a pessoa com grande queimadura deve ser levado para a emergência do mesmo Hospital Municipal ou do Hospital de Urgências, de onde será regulado para Goiânia. “Neste período inicial, nossa unidade de referência nos casos mais sérios será o Hospital de Queimaduras de Goiânia”, disse Marcelo Daher.
O médico lembrou que a área de saúde de Anápolis conversa com o Governo de Goiás para que, juntos, encontrem soluções para o problema, que também afeta o Estado. “Aqui, 40% dos pacientes atendidos eram de outras cidades. Tantos estes, quanto os de Anápolis agora vão para a capital, o que implica em uma situação que preocupa a todos”, avaliou Marcelo Daher, destacando que a prefeitura mantém conversas com outros hospitais locais para construir uma ampla rede de atendimento.
Casos graves reencaminhados
Ainda conforme o assessor técnico da Secretaria Municipal de Saúde, a rede que será montada em Anápolis vai absorver grande parte dos casos de pequenas queimaduras em curto prazo e, nos casos mais graves, isso também deve acontecer, mas somente em médio prazo. “É claro que perdemos com o descredenciamento do Hospital de Queimaduras, mas vamos qualificar os profissionais e montar estrutura que atenda de forma adequada e obedecendo aos protocolos, às demandas”, garantiu Marcelo Daher.
O médico ainda disse entender o direito do Hospital de Queimaduras em tomar a decisão de não atender pelo SUS, mas destacou que o município trabalha com uma tabela que é definida pelo Ministério da Saúde e que qualquer discussão sobre os valores deve ser travada em nível federal. “Nós já fazíamos uma complementação, que não era pequena, apesar de acontecerem atrasos. É uma pena que o hospital tenha feito esta opção, mas talvez eles não precisem mais, pelo reconhecimento que alcançaram, trabalhar com pacientes do SUS. Mas podem perder um pouco em volume de atendimento”, comentou.
Em relação aos pacientes que eram atendidos via SUS no Hospital de Queimaduras, Marcelo Daher orienta que procurem o cais para marcar as consultas e dar sequência aos procedimentos. “Repito que vamos absorver a demanda, ainda que, em alguns casos, isso demande um pouco mais de tempo”, concluiu.
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Paciente relata maus tratos na UPA – Senador Canedo
Homem, que é analfabeto, errou sala na unidade de saúde e foi mal recebido pelo médico
ELVIS MARQUES
Após um acidente de motocicleta, Jucelino da Silva Nascimento, de 32 anos, procurou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Senador Canedo, por volta das 17 horas de ontem, mas, segundo a irmã, ele foi mal atendido pelos funcionários do local e expulso.
De acordo com Lucélia Silva, irmã de Jucelino, o irmão, que é analfabeto, foi encaminhado para o atendimento em uma determinada sala, entretanto, o paciente errou de sala e foi destratado pelo médico.
Após a discussão com o médico, Jucelino foi expulso da unidade de saúde pelos seguranças, e só recebeu os cuidados médicos para a mão lesionada nessa manhã de segunda-feira (24), informou a Lucélia.
O diretor da UPA, Fernando Pellozo, afirmou que ainda não teve conhecimento do caso, mas nos seis meses de funcionamento do local existe uma preocupação com a qualidade do atendimento. “Tivemos quatro dias de reuniões com funcionários de todos os departamentos para discussões sobre a qualidade do atendimento. Além disso, estamos esperando um curso de humanização do atendimento que será ministrado pelo Ministério da Saúde”.
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A REDAÇÃO
Novidade
O Cebrom, centro de tratamento de pacientes com câncer, inaugura, na próxima quinta-feira (27/6), às 19 horas, o Cebrom Kids – especializado no atendimento a crianças. O novo serviço funcionará na unidade 1 do Cebrom, localizada no Setor Leste Universitário, em Goiânia, que foi ampliada e passa a contar também com novos equipamentos para o tratamento radioterápico, como o IGRT (Radioterapia Guiada por Imagem).
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DIÁRIO DA MANHÃ
Luz para o câncer
O Cebrom, referência no tratamento de pacientes com câncer, vai inaugurar na próxima quinta-feira (27/6), às 19 horas, o Cebrom Kids, especializado no atendimento a crianças. Passa a contar também com novos equipamentos para o tratamento radioterápico, como o IGRT (Radioterapia Guiada por Imagem), que proporciona maior precisão e segurança aos pacientes em tratamento de tumores em áreas em constante movimento, como em casos de câncer no pulmão e próstata.
http://www.dm.com.br/jornal/#!/view?e=20130625&p=29
À espera de um milagre
Protocolo de morte cerebral se encerra hoje. Médicos deverão apresentar resultados de exames. Filha, que é médica, lamenta a morte da mãe
ELPIDES CARVALHO
Após ter confirmação de morte cerebral da jornalista Márcia Elizabeth Souza, 64, na noite do último domingo, divulgada pela filha Lívia Carla Bianchi, a junta médica do Instituto Neurológico de Goiânia ainda não confirmou a informação. Segundo os médicos do hospital, para realizar o encerramento do protocolo de morte cerebral, é necessário aguardar o prazo de 48 horas depois do ocorrido. De acordo com o último boletim médico do instituto, que saiu ontem à noite, por volta das 20h, a paciente está com pressão arterial normal, diurese diminuída, respirando por aparelhos e em estado grave.
Até o final do dia de ontem, o coração de Márcia Elizabeth, batia normalmente. A morte cerebral da jornalista, embora tenha sido confirmada na noite anterior, a família preferiu mantê-la sob aparelhos até que a morte atingisse todos os órgãos.
A jornalista teve uma trajetória brilhante no jornalismo goiano, iniciando ao vivo na, TV Anhanguera e passou por emissora, jornais e fazia assessoria de imprensa, sendo uma das mais badaladas de Goiás. Jornalistas falaram com a Redação do DM e disseram quem era ela como pessoa e profissional.
Pelo Facebook, Lívia, que também é médica, oftalmologista, anunciou a morte da mãe. “Perdemos a batalha. Dai-nos força, Senhor. Conforta nosso coração e tira um pouco dessa dor imensa que estamos sentindo. Minha mãe teve morte cerebral. Não está mais entre nós”, descreveu Lívia, a única filha de Márcia.
A jornalista Márcia Elizabeth Souza, nascida em Goiânia, no ano de 1949, atuava na área jornalística, há 34 anos, desde 1979. A carreira dela teve início na TV Anhanguera, onde foi repórter e apresentadora por cerca de 25 anos, sendo uma das pioneiras nas transmissões ao vivo do telejornal goiano. Em seguida, passou a atuar na TV Serra Dourada, onde foi também diretora do Departamento de Jornalismo, na emissora onde trabalhou por muito tempo.
Segundo amigos, a comunicadora era competente, falava muito bem e dominava a área do meio. Mesmo depois de ter saído da televisão, Márcia sempre manteve contatos com as fontes, onde muitas se tornaram amigas. Dessa forma, ela nunca abandonou o jornalismo e fez assessoria para diversos políticos, entre eles, a deputada federal Iris Araújo (PMDB) e Wilder Moraes, senador pelo (DEM), além do empresário e prefeito do município de Trindade, Jean Darrot.
Em nota, o dono da marca de jeans e prefeito de Trindade, Jânio Darrot e Dairdes Freire, também proprietária da empresa, expressaram seu enorme pesar, afirmando que além do relacionamento profissional eram amigos particulares da jornalista Márcia Elizabeth.
Para o jornalista e um dos âncoras do Jornal do Meio Dia, da TV Serra Dourada, Jordevá Rosa, Márcia Elizabeth durante o tempo em que atuou no jornalismo goiano fez história. “Ela foi história no jornalismo goiano e agora passa a ser história da televisão. Para quem conviveu com Márcia aprendeu a conhecer uma profissional atuante, com garra e disposição para o trabalho, além de ser uma pessoa sempre presente para os amigos ou para quem precisasse dela”, conta.
Em 1981, próximo do fim da ditadura militar no Brasil, a jornalista Márcia Elizabeth, inspirada pelo início da democracia que sacudia o País, propôs o primeiro debate político da televisão brasileira.
A ideia surgiu em conversa com o ex-diretor de jornalismo da TV Anhanguera, Jackson Abrão. Ela sugeriu um confronto de ideologias entre os dois principais pré-candidatos a governador de Goiás, Iris Rezende e Índio Artiaga. As eleições ocorreriam um ano depois. Dessa forma, com passar dos anos, os debates passaram a ganhar força na televisão e em outros veículos, se tornando peça fundamental do processo eleitoral.
Paulo Beringhs, jornalista e apresentador do Jornal Brasil Central, disse que teve a oportunidade de trabalhar com Márcia. “Eu tive a oportunidade de trabalhar com ela na TV Anhanguera e Serra Dourada. A Márcia era uma grande amiga e profissional. Todos nós perdemos muito com sua morte. Ela já deixa muita saudade”, afirma.
Pelo Facebook, o jornalista Luiz Carlos Lopes lembrou o tempo em que trabalhou com Márcia na TV. “Deus dê forças a Lívia (filha) e todos da família de Márcia Elizabeth Souza. Éramos amigos desde o início de minha carreira de jornalista na TV Anhanguera. Lamentável o ocorrido. Perdemos uma grande amiga”, lamenta.
Atualmente, Márcia integrava, todas às segundas-feiras, pela manhã, ao grupo de debatedores do programa Falando Sério, na Rádio Interativa, comandado pelo apresentador José Luiz. No veículo, ela tinha a liberdade de comentar e opinar sobre vários assuntos do cotidiano. A jornalista também trabalhava como assessora de imprensa, prestando serviços para o Shopping Bougainville, Panarello, Teuto, Star Motors e Orca.
Ontem pela manhã, no Falando Sério, José Luiz iniciou o programa dando a notícia da morte da jornalista. “Hoje estamos começando o programa com a triste notícia de que nossa colaboradora das segundas-feiras, Márcia Elizabeth, faleceu. No mais tentaremos continuar o programa, mesmo sem sua presença”, diz.
O vereador goiano Virmondes Cruvinel Filho, sensibilizou e lamentou a morte de Márcia com quem participava no programa de rádio. “Os meus sentimentos à toda família da amiga jornalista e colega de programa Falando Sério, Márcia Elizabeth Souza pelo seu falecimento. Ficam as ótimas lembranças”, conta.
Em maio de 2011, Márcia Elizabeth concedeu entrevista ao programa e revista Costume, por ser mulher, ela disse que foi difícil o início da carreira de jornalista e que enfrentou preconceitos na época, mas que lutou bravamente para vencer e superar barreiras. “Nasci para ser jornalista, para fazer televisão e rádio, nunca fui muito de jornalismo impresso”, diz. Ela conta ainda que não sentia falta de trabalhar no meio televisivo “Há um momento para tudo. Foram quase trinta anos de TV em que tentei fazer o máximo de um bom jornalismo, com boas fontes e boas matérias, levando a verdade para o telespectador. Isso meu deu muita credibilidade e foi gratificante”, afirma.
O jornalista e apresentador do programa Jornal da Sucesso, Rosenwal Ferreira disse solidarizar com a família de Márcia Elizabeth. “Sempre fui um dos amigos fiéis de Elizabeth”, diz.
Durante a entrevista, Márcia contou que a ideia de trabalhar com assessoria surgiu a partir da saída dela da TV Serra Dourada, e após ir para o Estado de São Paulo onde trabalhou na empresa Máquina da Notícia. Assim, após dois anos de colaboração, experiência e conhecimento adquiridos, retornou para Goiânia montando sua própria empresa de assessoria de imprensa.
“As empresas que presto serviço, são empresas sólidas, entre elas, Panarello, Teuto, Shopping Bougainville, Jean Darrot, entre outras”, diz. Márcia finaliza a conversa falando sobre os mais de 30 anos de jornalismo. “Foram conquistas que me gratificam muito e ainda me enchem de orgulho ao ter o seu nome reconhecido pelas pessoas e pelas próprias empresas que eu trabalhei”, encerra.
Em artigo sobre o Dia Internacional da Mulher, publicado no Diário da Manhã, Márcia Elizabeth demonstrava sua satisfação ao falar do assunto e das conquistas da mulher no século 21. Mundialmente vinculada às reivindicações femininas por melhores condições de trabalho, Justiça e igualdade social. “A passagem do Dia Internacional da Mulher, é um momento de reflexão sobre os abusos históricos contra as mulheres, mas também sobre as conquistas e mudanças sociais conseguidas”, ressalta.
Márcia se preocupava com os ideais femininos, pois ela também sofreu preconceitos por ser mulher quando iniciou a carreira jornalística. “Neste dia pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher, levando a consciência e o respeito do valor humano na sociedade. O homem deve assumir a importância que a mulher ocupa nos dias de hoje em quase todas as economias do mundo – apesar da submissão em países da África e do Oriente Médio – para se manifestar, contestar, protestar, opinar e lutar contra as limitações e opressões que vêm sendo impostos à ela”, declara.
Início do caso
Segundo o odontólogo Alessandro Bianchi, genro de Márcia Elizabeth, a jornalista estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto Neurológico de Goiânia desde a última segunda-feira, 17. "O coração dela ainda está batendo, mas o quadro de morte cerebral é irreversível", afirma.
Ainda de acordo com Alessandro, a jornalista sofreu uma reação alérgica a um medicamento tomado para tratar uma infecção. "Ela teve edema de glote e o quadro evoluiu para a síndrome de Stevens-Johnson", explica. Segundo o odontólogo, a reação alérgica começou dois dias após Márcia começar fazer uso do medicamento. O quadro foi se complicando até que ela teve um tipo de derrame cerebral.
Morte reversível
Médicos e especialistas afirmam que o indivíduo, uma vez acometido por morte cerebral, o quadro clínico torna-se irreversível. Neste contexto, a reportagem do Diário da Manhã pesquisou casos em que pessoas saíram do estado de morte cerebral e surpreendeu a medicina.
Em 2008, um jovem de 17 anos se recuperou e surpreendeu médicos após ter morte cerebral diagnosticada por quatro profissionais da saúde em Coventry, no Reino Unido. Especialistas avaliaram o caso do adolescente Steven Thorpe como único no ramo. As informações são do site do jornal britânico Daily Mail.
Thorpe estava com dois amigos em um carro que se envolveu em um acidente. Um dos amigos morreu e o adolescente acabou em coma induzido em um hospital da cidade. Na época os médicos deram como certo a morte cerebral do jovem, mas o pai dele solicitou novos exames porque acreditava que o filho não morreria.
A família de Thorpe chegou a contratar uma neurologista para fazer nova avaliação. Dessa forma, a médica Julia Piper examinou o adolescente e foram diagnosticados sinais muito fracos do cérebro. Assim, os médicos decidiram retirar o paciente do coma induzido e observar se o jovem se recuperaria.
No entanto, cinco semanas depois, Thorpe surpreendeu os médicos e recebeu alta. Ele passou por quatro operações para reconstruir a face. Além disso, fez fisioterapia para melhorar os movimentos do braço esquerdo.
O hospital afirma ao site do jornal que "os ferimentos no cérebro do adolescente foram extremamente críticos e diversos exames de tomografia computadorizada indicaram que o dano era praticamente irreversível. Contudo, os times de especialistas continuaram a dar suporte apesar do momento crítico e estamos satisfeitos em ver Steven recuperado e fazendo progresso contra todas as probabilidades. Ele é realmente um caso único”, relata.
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Tumores mortais
Células que tomam formações diferentes podem afetar tecidos e órgãos do organismo, às vezes, mudando tumores de lugar
NAYARA REIS E ANTÉRO SÓTER
Uma doença não contagiosa, o câncer pode ser definido como um grupo de mais de 100 doenças que se caracterizam pelo crescimento descontrolado de células anormais, chamadas de malignas. O coordenador de Câncer de Base Populacional, da Associação de Combate ao Câncer de Goiás (ACCG), médico-cirurgião de cabeça e pescoço José Carlos de Oliveira (53) lembra que, “por vezes essas células anormais podem migrar e invadir tecidos e órgãos em diversas regiões do corpo, originando tumores em outros locais. Quando isso ocorre dizemos que houve metástase”, diz.
Segundo ele, com uma divisão celular muito rápida e incontrolável, as células cancerosas costumam ser agressivas, determinando a formação de tumores malignos e constituindo um risco de vida para o paciente. “Por outro lado, o tumor benigno se caracteriza por ser apenas um acúmulo de células que se dividem muito lentamente, sem causar maiores agressões ao indivíduo”, explica.
Doutor José Carlos lembra que a maioria dos tipos de câncer tem suas causas ainda desconhecidas, mas 90% dos casos de câncer estão relacionados a fatores ambientais, como cigarro (câncer de pulmão); excesso de sol (câncer de pele); alguns tipos de vírus (leucemia); hábitos alimentares (câncer de mama; câncer de próstata; câncer de esôfago; câncer de estômago; câncer no intestino grosso); alcoolismo (câncer de esôfago, câncer da cavidade bucal); hábitos sexuais (câncer de colo uterino); medicamentos (câncer de bexiga, leucemias, câncer de endométrio); cânceres provocados por exposições ocupacionais, etc.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), os mais comuns são os de pulmão, mama, colo-retal, estômago e fígado, que juntos respondem por quase metade dos novos casos de câncer que surgem no mundo a cada ano. “Mas o que é essa doença que assusta tanta gente?”, indaga o médico do Hospital Araújo Jorge, da ACCG e ele mesmo responde: “O câncer pode aparecer em praticamente qualquer parte do corpo, quando uma célula sofre mutações e passa a se dividir descontroladamente. Essas células doentes são capazes de induzir a formação de novos vasos sanguíneos para se alimentar e, quando atingem a fase chamada metástase, usam esses caminhos abertos para se espalhar pelo resto do corpo.”
Pessoas que têm histórico de câncer na família, de acordo com o doutor José Carlos, podem ou não desenvolver a doença, mas há alguns tipos de câncer, como o de mama, estômago e intestino, que podem ter influência genética. Atualmente o câncer é a segunda causa mortis no Brasil, perdendo apenas para doenças cardiovasculares. A letalidade do câncer, ou seja, sua capacidade de matar, depende de vários fatores. “Primeiro, das características do próprio câncer, como a rapidez com que ele cresce e invade tecidos e órgãos”, diz ele.
Especialistas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam que, atualmente, os cientistas têm investido em duas grandes áreas em busca de uma cura definitiva para a doença. Uma linha de pesquisa aposta na tentativa de cortar o suprimento de sangue do câncer, matando as células doentes por falta de alimentos. Outra trabalha com a ideia de estimular o sistema imunológico do paciente, ajudando o organismo a reconhecer as células cancerosas para eliminá-las.
O cirurgião da ACCG os tipos mais comuns em homens e mulheres. O câncer de pele pode incidir em pessoas de ambos os sexos. Mas o homem está mais susceptível ao câncer de próstata, pulmão, estômago e colo (intestino), enquanto que as mulheres são mais vulneráveis ao câncer de mama, útero, cólon e tireoide. “No homem, os tumores sólidos são os mais agressivos”, garante o médico.
Para o doutor José Carlos, o que tem se observado nos últimos tempos é que, entre as mulheres, o câncer de útero tem sido diagnosticado mais precocemente devido ao Exame Papanicolau, que é feito nos centros de saúde através do Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero e de Mama (Siscolo/Sismama), do Ministério da Saúde. “Um fator interessante é que os dois tipos (útero e mama) se diferem por classe social e financeira. Enquanto o câncer de útero é diagnosticado mais em mulheres das classes mais baixas, o de mama se dá, em maior escala, nas de alto poder aquisitivo”, revela.
Entre os homens, o tipo de câncer diagnosticado com maior rapidez é o de próstata devido ao exame de Dosagem do Antígeno Prostático Específico (PSA) que tem colaborado, segundo o médico do ACCG, no seu diagnóstico desde 1998. No caso desse tipo de câncer, segundo o doutor José Carlos, não existe distinção de classe ou raça. “Ele pode ser diagnosticado em homens de todas as classes sociais”, garante.
ESTATÍSTICAS
A Associação de Combate ao Câncer de Goiás, de acordo com o médico José Carlos, não tem, ainda, números precisos de casos de câncer no Estado. No entanto, um estudo em fase de finalização pela Coordenação de Câncer de Base Populacional da ACCG mostra números referentes a 2010. Segundo o doutor José Carlos há registro de que cerca de 7 a 8 mil casos em Goiânia, o que seria um caso de “incidência média”.
Esses números, ainda segundo o doutor José Carlos, mostram que o caso do Césio 137 não tem representação na incidência de câncer na Capital goiana. “Fosse assim, teríamos números bem mais alarmantes. Os atingidos pelo Césio 137 têm acompanhamento de um grupo especializado e se tivesse o registro de casos de câncer entre estas famílias, nós teríamos a informação. Não tem nada a ver. O Césio não influenciou em nada”, garante ele.
O oncologista Osterno Queiroz, concorda com a posição de José Carlos, em relação ao Césio 137. “Ele é um elemento físico e radioativo, de baixa penetração na pele. Para que causasse câncer em toda ou grande parte da população, essas pessoas deveriam estar em contato direto com o Césio, o que não aconteceu. Já quem teve esse contato, realmente pode ter várias complicações. O problema de termos um índice alto da doença no estado está relacionado ao número de pessoas mais velhas. Há vinte anos a população era jovem, hoje não, essas pessoas envelheceram, o que pode ter feito essa incidência de câncer aumentar. Na velhice, as células vão se degenerando e sofrem mudanças, o que deixa as pessoas mais vulneráveis. Em todo o mundo proporcionalmente, de cada 100 mil habitantes, 250 pessoas têm câncer. A população carcerária do mundo é maior que isso”, ressalta.
Campanhas
O médico do Hospital Araújo Jorge diz que é necessário investir mais em campanhas educativas de prevenção, a exemplo do que ocorreu recentemente na tentativa de conscientizar os homens a se submeterem aos exames de próstata. “Precisamos estimular a população a ter maior cuidado com a saúde, pois com saúde não se brinca, é coisa séria”, alerta.
Ele também defende a necessidade de estimular as escolas de medicina a qualificar melhor seus alunos, inclusive quanto ao aumento do número de vagas para a residência médica. Hoje, segundo ele, este número está em torno de três mil enquanto são formados cerca de 30 mil médicos todos os anos no Brasil. “As escolas deveriam estar alertas quanto a isso. Estamos formando médicos sem qualificação para o mercado, o que é um risco sem tamanho”, diz o doutor José Carlos.
Administração de hospitais
A diretora-executiva do Centro Brasileiro de Radioterapia, Oncologia e Mastologia (Cebrom), Deborah Almeida, explica que os medicamentos têm preço médio de R$14 mil cada dose. ”Para as pessoas com planos de saúde, não há grandes problemas, a maioria dos planos cobrem esse valor, ou parte dele, para quem não têm já é mais complicado”, esclarece.
Segundo Deborah, os hospitais, quando geridos por pessoas especializadas em administrar, têm o desempenho melhor, tendo em vista que assim os médicos podem dedicar mais o seu tempo ao estudo da Medicina. “Temos exemplos de hospitais que, no passado, eram geridos pelos fundadores e depois por seus filhos e alguns são exemplos, em Goiás, de clínicas que deram certo com médicos na administração. Hoje, os próprios profissionais, preferem contratar pessoas da área de gestão para administrar seu negócio, o que no meu ponto de vista funciona melhor”, ressalta.
Deborah ainda esclarece que os planos de saúde fazem sua parte, no entanto os preços que pagam para cobrir as despesas, ainda mais se tratando de uma clínica oncológica em que os custos de medicação são altos, é baixo e tornam a gestão mais difícil. “Para termos uma ideia, com duas clínicas em Goiânia, durante esses 15 anos atendemos cerca de 500 mil consultas e 805 procedimentos, mais da metade disso foram atendidos pelos convênios”, diz.
Em comemoração aos 15 anos de existência do Cebrom, quinta-feira (27), às 19h, acontecerá, em Goiânia, a inauguração das novas instalações da clínica.
Para ajudar a combater a inflação, o governo decidiu reduzir de 10% para zero o Imposto de Importação (II) do feijão, conforme comunicado divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O feijão-branco não está incluído na redução da alíquota de importação.
A medida da Câmara de Comércio Exterior (Camex) é temporária: vale a partir de ontem, e vigora até 30 de novembro, com a publicação da Resolução Camex n° 47/2013 no Diário Oficial da União.
De acordo com comunicado da Camex, a “redução da alíquota tem o objetivo de facilitar a compra externa, aumentar a oferta de feijão no mercado brasileiro e reduzir o preço do produto, já que houve queda da produção nacional e ainda não há perspectivas de aumento da oferta doméstica”.
A alteração foi feita por meio da inclusão dos dois códigos NCM referentes ao feijão na Lista Brasileira de Exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul (Letec). A escolha levou em conta “a urgência da adoção da medida de redução da alíquota para importação do feijão”, diz o comunicado.
Perseverança, coragem e fé fazem parte de tratamento
A contadora Simone de Fátima Lamounier (48), da cidade de Piranhas, município na Região Oeste do Estado e a 310 km de Goiânia, e a dona de casa Flávia de Cássia, de Jataí, no Sudoeste goiano e distante 320 quilômetros da Capital, são duas mulheres que sofrem do mesmo mal: câncer de mama. Cada uma com uma história diferente, mas que enfrentam os mesmos dissabores, problemas e buscam a mesma solução, mesmo sabendo que poderão encontrar apenas o conforto e a solidariedade daqueles que as cercam.
A primeira, que somente descobriu ter câncer de mama ao fazer uma ultrassonografia já aos 40 anos de idade, decidiu por uma cirurgia radical e retirou os seios. A segunda optou por retirar o nódulo que havia sido detectado em uma das mamas. Ambas se mostram resignadas com o rigoroso tratamento a que são submetidas. Uma rotina angustiante de sessões de quimio ou radioterapia.
Simone de Lamounier, que usa peruca para disfarçar a queda de cabelo, explica que anualmente, no mês de novembro, fazia exames pelo sistema municipal de saúde de Piranhas. Uma vez que tem parentes com câncer, “tinha pressentimento que poderia acontecer também comigo, até que em um exame de rotina o médico descobriu o nódulo que, por ser pequeno dificultava o diagnóstico, pois não era sentido no exame de toque ou nas mamografias, sendo possível detectá-lo apenas através de ultrassonografia. Depois disso fui encaminhada ao Araújo Jorge e hoje (19) estou recebendo a última aplicação de quimioterapia”.
Flávia de Cássia, ao contrário de Simone, não usa peruca. “Recuperei meus cabelos, mas também já usei peruca”, diz ela. No entanto lembra que vem se submetendo a sessões de quimio e radioterapia e que há um ano fez a cirurgia para a retirada do nódulo. “Hoje, graças a Deus já me sinto recuperada. Tanto que até meus cabelos pararam de cair e já estão crescendo”, alegra-se.
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SAÚDE BUSINESS WEB
Atração de médicos estrangeiros gera reações negativas
Formas de suprir a carência de médicos no Brasil, principalmente no interior e em periferias de grandes centros urbanos, estão em estudo pelo Ministério da Saúde. E a contratação de médicos estrangeiros para atuar na atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS) aparece entre as possibilidades.
Recentemente a atração de profissionais da Espanha e Portugal veio à tona – por meio de um programa com período de tempo pré-determinado e restrito às áreas carentes, periferias das grandes cidades e municípios de interior. A ideia seria fazer intercâmbios com os dois países europeus, que possuem grande quantidade de profissionais qualificados e desempregados em razão da crise econômica. Apesar de Cuba também ter ficado sob os holofotes em relação ao tema, o Ministério não confirmou negociações com a ilha.
O Brasil conseguiu avançar mais com a Espanha, tendo visitado algumas províncias, como Catalunha e Andaluzia, no mês de maio. Ficou claro que há interesse de intercâmbio de profissionais. O governo espanhol estima que pode ter 20 mil médicos desempregados, contando com quem já está no sistema público e aqueles que estão para se formar neste semestre.
A pasta ainda não definiu como será o processo de implantação deste programa, portanto não fez nenhuma previsão quanto aos impactos na legislação. Entretanto, o Ministério da Saúde tem deixado claro que não haverá validação automática de diploma, que não serão admitidos profissionais vindos de países com menos médicos que o Brasil e que só serão atraídos formados em instituições de ensino autorizadas e reconhecidas por seus países de origem.
Ônus
Na opinião do conselheiro do Conselho Federal de Medicina (CFM) pelo Mato Grosso do Sul, Mauro Ribeiro, interiorizar profissionais médicos é uma “pseudo-assistência”. “Não adianta interiorizar médicos a força. O que regula o trabalho é o mercado, com economia e estrutura adequadas. Cabe ao governo interiorizar o médico, trazendo um plano de carreira de estado nos mesmos moldes que existem para juízes e procuradores, por exemplo”.
Segundo Antonio Carlos Lopes, diretor da Faculdade de Medicina da Unifesp, os médicos estrangeiros não estão preparados para atuar no Brasil. “Isso envolve formação e educação médica, para que haja humanismo na prática da medicina. Uma saída é que seja feito um estágio prévio para se atualizar. Além disso, quem está bem em seu País de origem não se submete a dificuldades em outro. Atrair profissionais que não foram retidos em seus países, não trará a nata dos profissionais médicos ao Brasil. Antes de revalidar o diploma, é preciso fazer um exame psicotécnico para avaliar condições morais, éticas, religiosas, senso de humanismo, relação médico e paciente”, critica.
Para o acadêmico, o principal impacto da atração de médicos estrangeiros ao Brasil será sentido pela própria população. “Para ter um médico mal formado atuando aqui é melhor não ter. O governo brasileiro precisa de uma política pública que contemple áreas carentes e não uma medida emergencial”, argumenta.
Na mesma linha, o CFM é contra a medida, apontando que existe uma falta de infraestrutura de saúde generalizada. “O médico é um profissional importante, mas existe toda uma equipe multiprofissional, além de postos de saúde, hospitais, laboratórios, equipamentos de diagnóstico, sistema de referência, transporte. Senão você coloca um médico em uma cidade do interior sozinho, que não terá condição de oferecer uma assistência digna ao cidadão”, pontua o conselheiro Ribeiro.
Questionado pela FH quanto a outras medidas para sanar o problema da falta de mão de obra médica em regiões carentes do Brasil, o Ministério informou que, em parceria com o Ministério da Educação, está desenvolvendo um conjunto de ações voltadas para esta questão, como a abertura de vagas de graduação em medicina, a ampliação das bolsas de residência médica e o desenvolvimento de programas como a Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab).
A segunda edição do Provab, lançado em dezembro de 2012, oferece curso de especialização em Saúde da Família, bolsa federal no valor de R$ 8 mil mensais e bônus de 10% em provas de residência para médicos interessados em atuar em localidades com dificuldade de prover profissionais. Atualmente, cerca de 4 mil médicos estão atuando pelo programa em todo o país.
Exemplo do Pará
O Hospital Regional do Marajó, localizado no município de Breves (PA), é um caso típico da falta de acesso à mão de obra qualificada. O acesso de Belém para o Hospital só é possível via barco, mas esse trajeto leva 12 horas. Na cidade não existem médicos. Portanto, não há como contratar mão de obra local. Mesmo os profissionais contratados de Belém precisariam fazer esse trajeto e o acesso por barco inviabiliza o trabalho, em virtude do tempo desperdiçado. “A dificuldade é encontrar profissionais que aceitem viver em locais e cidades tão distantes. Por exemplo, no caso de Breves, um médico experiente, portanto com mais de 30 anos, casado com filhos, pensará duas vezes em fixar residência numa ilha que fica a 12 horas de barco da capital”, pondera o diretor geral do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), José Cleber do Nascimento Costa.
Por esse motivo, o Instituto responsável pela gestão do hospital, encontrou uma solução: criar condições de trabalho interessantes para fixar esses profissionais. “O que oferecemos é o transporte aéreo, o alojamento para os médicos no próprio hospital e plantão concentrado em uma semana. Assim os profissionais são levados semanalmente para o hospital de avião, prestam atendimento por uma semana e depois voltam para os locais de origem”, conta Costa.
De acordo com o executivo, em todos os hospitais gerenciados pelo INDSH existe a tentativa de manter o mesmo padrão de profissionais e atendimento dos hospitais dos grandes centros. “Só aceitamos médicos titulados. Para isso, investimos em infraestrutura para que os profissionais tenham condições de trabalho para exercerem sua função com segurança; esse é o primeiro ponto. Depois analisamos a quantidade a ser contratada de forma a garantir a demanda de atendimento. Posteriormente analisamos como pode ser feito o plantão dessas equipes e a questão salarial”, conta Costa.
O diretor acredita que seja louvável a medida do governo federal de atrair médicos estrangeiros, afinal “há países na Ásia, como o Butão, que enfrentam a falta de médicos e aceitam profissionais vindos de outros lugares e essa tem se revelado uma boa saída para garantir uma assistência de saúde para os habitantes, melhorando inclusive o IDH do país”.
Como administrador, Costa acredita que é preciso estudar e avaliar bem o perfil da instituição e buscar alternativas para conseguir contratar e reter profissionais competentes, de forma que o custo disso não inviabilize a saúde financeira da instituição e no caso do Brasil.
Infraestrutura Hospital Regional do Marajó
• 17 especialistas são levadas semanalmente para darem atendimento no Ambulatório, internação, UTI Adulto, Pediátrica e Neonatal do Hospital Regional do Marajó, localizado no município de Breves, localizado no Pará;
• Especialidades: são 2 cirurgiões, 2 ortopedistas, 2 anestesistas, 2 pediatras (sendo um neonatologista), 2 clínicos, 2 intensivistas, 1 nefrologista, 1 cardiologista, 1 oftalmologista, 1 radiologista e 1 infectologista + coordenações médicas;
• Origem dos médicos: 60% dos médicos são de Belém, 20% de cidades do Norte, Nordeste e Centro-Oeste e 20% são do Sudeste;
• Tempo instalados no Hospital: Focam por 7 dias em esquema de plantão 24 horas, lembrando que o hospital é de referência;
• Custo médio com mão de obra: os profissionais recebem cerca de R$ 2.000,00 por plantão;
• Custo médio com o fretamento: o contrato é de R$ 60 mil/mês para o transporte semanal dos profissionais.
O Revalida hoje
Atualmente, no Brasil, a revalidação de diplomas estrangeiros pode ser feita pelo Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida), exame nacional realizado em diversas capitais do país, ou por processos próprios de universidades públicas que optaram por não aderi-lo. Desde que foi criado, em 2011, 37 universidades participam. Com o Revalida, o médico pode passar a atuar na profissão de seis meses a um ano no país. A prova ocorre anualmente em duas etapas, objetivas e discursivas.
O exame é conduzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, em colaboração com a subcomissão de Revalidação de Diplomas Médicos, da qual participam representantes dos ministérios da Saúde, da Educação e de Relações Exteriores, além da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais do Ensino Superior (Andifes) e também do Inep.
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O POPULAR
Cartas dos Leitores – Médicos estrangeiros
Mobilidade, educação e saúde estão na pauta que a presidente quer discutir com os governantes. Está ouvindo as vozes democráticas que pedem mudanças. Creio que houve um equívoco em um destes aspectos no que tange à saúde. Nenhuma voz na rua clama pela importação de médicos estrangeiros, principalmente de onde são mal formados, mal preparados e mal equipados.
Não seria isso contraproducente? Não seria decente para o Brasil investir nas suas próprias faculdades de medicina? Não seria honesto que os valores que são destinados ao patrimônio dos corruptos fossem diretamente para o aumento das consultas do SUS e dos equipamentos dos hospitais públicos? Será que algum médico das mais excêntricas e bem dotadas faculdades do mundo gostaria de trabalhar no Brasil nestes termos, nestas condições?
Esta não é uma crítica destrutiva, é apenas reflexão colaborativa para que as vozes não tenham de voltar às ruas por mais um problema que a importação de médicos causará. Custo a creditar que este disparate se concretizará. Invista realmente na saúde!
Ana Clara Pereira Assis Alves Almeida – Jataí – GO
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Coluna Giro – Formar médicos
O advogado Dyogo Crosara, da OAB, critica a importação de médicos e defende novas faculdades de medicina no País. A entidade faz campanha para abrir um curso no câmpus da UFG na cidade de Goiás.
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Dilma propõe 5 ações para o País
Iniciativa do governo tem por objetivo dar respostas às manifestações populares que tomaram as ruas
Fabiana Pulcineli
Na tentativa de dar respostas às manifestações populares no País, a presidente Dilma Rousseff propôs ontem, em reunião com governadores e prefeitos, cinco pactos que incluem a realização de plebiscito que autorize convocação de Assembleia Constituinte para tirar do papel a reforma política. “Esse tema, todos sabemos, já entrou e saiu da pauta do País por várias vezes e é necessário que tenhamos a iniciativa de romper o impasse”, afirmou, em discurso de abertura do encontro.
A presidente defendeu uma reforma “ampla e profunda”, destacando que o “Brasil está maduro para avançar e já deixou claro que não quer ficar parado onde está”. Em críticas, a oposição acusou a presidente de “atropelar” o Congresso no anúncio de medidas e não apresentar medidas suficientes. O governador Marconi Perillo (PSDB) e o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), participaram da reunião e disseram apoiar os pactos.
Os demais pactos propostos por Dilma são pela responsabilidade fiscal e medidas para melhorar saúde, educação e mobilidade. Na proposta de reforma, a presidente também sugeriu incluir corrupção na classificação de crime hediondo, com penas mais severas. Segundo ela, o enfrentamento à corrupção deve ocorrer “de forma ainda mais contundente do que já vem sendo feito em todas as esferas”. Ela também voltou a defender, como já havia dito no pronunciamento de sexta-feira, a efetiva implantação da Lei de Acesso à Informação em todo o País.
Ao falar da área de saúde, Dilma também reafirmou a intenção de contratar médicos estrangeiros, completando não se tratar de “medida hostil ou desrespeitosa” a profissionais brasileiros. “Trata-se de uma ação emergencial, localizada, tendo em vista a grande dificuldade que estamos enfrentando para encontrar médicos, em número suficiente ou com disposição para trabalhar nas áreas mais remotas do País ou nas zonas mais pobres das nossas grandes cidades.” Ela pediu que as gestões acelerem investimentos já contratados em hospitais, unidades de pronto atendimento e básicas de saúde.
Na área de transporte, que provocou as primeiras manifestações no País, a presidente defendeu “um salto de qualidade” e prometeu destinar R$ 50 bilhões para novos investimentos em obras. Ressaltou que o governo federal já adotou medidas para incentivar a redução de tarifas e pediu que os governos também se esforcem nesse sentido.
A presidente encerrou a proposta de pactos com a educação, quando voltou a defender a aprovação do projeto que garante 100% dos royalties do petróleo e 50% dos recursos do pré-sal para investimentos no setor. “Nenhuma nação se desenvolve sem alfabetização na idade certa, sem creches, sem educação em tempo integral, sem ensino técnico profissionalizante, sem universidade de excelência, sem pesquisa, ciência e inovação. São condições essenciais para alcançar essas metas a formação, a valorização e bons salários para os educadores e isso exige recursos.”
Segundo informações da Agência Estado, a proposta de plebiscito partiu do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do governador do Ceará, Cid Gomes, em reuniões e telefonemas com a presidente no final de semana.
O ministro afirmou a Dilma que a reforma política nunca será feita sem uma Constituinte exclusiva, porque o “espírito de corpo” do Congresso sempre prevalece. Ainda segundo informações da agência, a cúpula do PT avalia que a aprovação da reforma é crucial para o governo mostrar que está disposto a enfrentar a corrupção, que é um dos pontos das críticas feitas nas manifestações.
Dilma voltou a dizer que está atenta aos recados das ruas e afirmou que “não há por que ficarmos inertes, acomodados ou divididos”.
MPL vê despreparo no governo
Brasília – Integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) saíram da reunião com Dilma Rousseff, ontem, classificando a Presidência de “despreparada” para lidar com o tema do transporte público. “Não ficamos satisfeitos, foi uma abertura de diálogo importante, mas vimos a Presidência completamente despreparada. Não apresentaram uma pauta concreta para mudar a realidade do transporte”, disse Marcelo Hotimsky, representante do MPL. Na reunião no Planalto, Dilma recebeu seis integrantes do movimento, quatro deles de São Paulo e dois do Distrito Federal.
Depois de se reunir com os líderes do Movimento Passe Livre, a presidente pretende prosseguir hoje com nova rodada de encontros com setores que estão participando dos protestos nas ruas do País. A ideia da presidente é receber, primeiro, lideranças ligadas a movimentos urbanos e, depois, amanhã pela manhã, pessoal da área de cultura, e à tarde o campo, incluindo MST, Contag, Fetraf e outros.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) devem programar nos próximos dias manifestações em conjunto com outras centrais sindicais para levar às ruas a chamada pauta trabalhista, além de cobrar mais investimentos em saúde, educação e transporte. Os sindicalistas querem deixar claras suas diferenças em relação aos manifestantes atuais.
Medidas respondem a “clamor”, afirma Paulo
Ao comentar o encontro da presidente Dilma Rousseff (PT) com governadores e prefeitos das capitais brasileiras, o prefeito Paulo Garcia (PT) afirmou que as medidas anunciadas representam avanços na tentativa de dar uma resposta “ao clamor popular”. “Como o pacto foi consensuado por todos governadores e prefeitos presentes, é uma avanço, especialmente na busca de resposta ao clamor popular”, afirmou.
Paulo ressaltou as propostas de realização de um plebiscito para a convocação ou não de uma Constituinte sobre a reforma política e a defesa da classificação da corrupção dolosa como crime hediondo. “Essas propostas merecem realce e eu as acato de muito bom grado”, disse o petista.
Ele também citou o anúncio da desoneração do PIS/Cofins sobre o óleo diesel dos ônibus do transporte coletivo. “Ela também chamou a responsabilidade para que todos os Estados promovam as desonerações que lhes cabem”, completou.
Marconi diz esperar que “soluções rápidas” surjam
O governador Marconi Perillo (PSDB) disse esperar que “soluções rápidas” surjam da proposta de cinco pactos feita pela presidente Dilma Rousseff ontem. Ao deixar a reunião no Palácio do Planalto, ele disse que as propostas foram aceitas por unanimidade. “O que nós esperamos é que soluções rápidas sejam dadas a essas questões. O importante é que coloquemos em prática as medidas”, afirmou em entrevista coletiva.
Ele não sinalizou para desoneração sugerida pela presidente para a área de mobilidade. Reafirmou que concordou imediatamente com a redução da tarifa para R$ 2,70, na semana passada, e que já tem adotado medidas para melhorar o transporte público na capital. Disse ainda que pode buscar mais recursos para o Veículo Leve sobre Trilhos, no Eixo Anhanguera, no pacote de mais R$ 50 bilhões anunciado pela presidente.
“O Estado tem se adequado às exigências do governo federal que apenas investirá em bons e viáveis projetos. Estamos muito próximos de licitar o VLT de Goiânia. Acreditamos que ele seja um bom projeto e pode se beneficiar desses recursos”, afirmou.
Questionado se teme a possibilidade de o Estado ter de abrir mão de alguma receita, ele disse acreditar em compensações se for o caso. “Se houver necessidade de perdermos de um lado, certamente teremos compensações de outro.”
Marconi diz também apoiar a proposta de reforma política por meio de um plebiscito. “Nós temos hoje mais de 30 partidos, temos uma série de equívocos na legislação eleitoral e partidária que deverão ser corrigidos através da reforma política.”
Antes da reunião com Dilma, o governador participou de encontro em Brasília com as principais lideranças do PSDB. Segundo ele, neste encontro o partido manteve posição de defesa de algumas medidas que considera urgentes, como a destinação de 10% de recursos federais para a saúde. “Esta é uma reivindicação do PSDB que oportunamente será discutida com o governo federal.”
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação