ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Estudantes de enfermagem desocupam prédio administrativo da UFG em Catalão
Especialista tira dúvidas sobre a esclerose múltipla
Pacientes de clínica clandestina falam sobre tortura que sofreram, em Goiânia
Falta de peritos causa demora em atendimento no INSS, em Goiás
Coluna Spot – Parceria
Editorial – Desafio na saúde mental
Demanda por atendimentos de alta complexidade deve aumentar na capital
Operação Decantação: MPF diz que esquema irrigou campanhas
Plaqueta é maior desafio para Hemocentro
Cadê a insulina?
Ministro da Saúde sinaliza planos populares sem redução de serviços
O legado de Paulo Garcia
Hospitais de ponta implantam até biometria para controlar remédios
TV ANHANGUERA/ GOIÁS
Estudantes de enfermagem desocupam prédio administrativo da UFG em Catalão
http://g1.globo.com/goias/videos/t/bom-dia-go/v/estudantes-de-enfermagem-desocupam-predio-administrativo-da-ufg-em-catalao/5259252/
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Especialista tira dúvidas sobre a esclerose múltipla
http://g1.globo.com/goias/videos/t/bom-dia-go/v/especialista-tira-duvidas-sobre-a-esclerose-multipla/5259261/
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Pacientes de clínica clandestina falam sobre tortura que sofreram, em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-2-edicao/v/pacientes-de-clinica-clandestina-falam-sobre-tortura-que-sofreram-em-goiania/5258479/
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Falta de peritos causa demora em atendimento no INSS, em Goiás
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-2-edicao/v/falta-de-peritos-causa-demora-em-atendimento-no-inss-em-goias/5258489/
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O POPULAR
Coluna Spot – Parceria
A partir de setembro, uma equipe do Hospital Israelita Albert Einstein ministrará cursos para hospitais de cidades goianas, em parceria firmada com a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás. Hoje, a diretoria do Albert Einstein assina contrato de cooperação com o hospital Óriun, durante encontro no Centro de Convenções de Goiânia.
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Editorial – Desafio na saúde mental
Operação da Polícia Civil e da Vigilância Sanitária resgatou 18 dependentes de drogas e álcool que, segundo reportagem na edição de ontem, seriam submetidos a tortura numa clínica clandestina no Setor Chácara São Joaquim, Região Noroeste da capital. A narrativa dos internos, registrada no inquérito, traça um cenário de castigos medievais. Dois suspeitos foram presos diante das acusações.
Espanta que uma clínica opere livremente sem qualquer tipo de fiscalização, o que revela omissão do poder público. Famílias em desespero acabam se tornando presas fáceis para uma espécie de estelionato em tratamento de saúde mental. Embora Goiás tenha feito movimentos no sentido de ampliar a oferta de leitos psiquiátricos, o atendimento de todo o sistema ainda é incapaz de oferecer esperança a pacientes e seus familiares.
Já é tempo de se observar a condição mais importante no processo de recuperação de um dependente de drogas, que é a garantia na sequência do tratamento, com início, meio e fim. Enquanto não houver o enfrentamento desta questão, muitos dependentes químicos e familiares sofrerão na mão de oportunistas. Infelizmente.
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Operação Decantação: MPF diz que esquema irrigou campanhas
Procurador aponta que é possível afirmar que houve pagamento de despesas eleitorais do governador, mas que não há indícios de participação do tucano Afrêni Gonçalves, presidente regional do PSDB e diretor de Expansão da Saneago, foi preso ontem pela PF
Fabiana Pulcineli
Gravações telefônicas, operações bancárias e interceptação de e-mails apontam envolvimento de pelo menos três empresas em esquema de desvio de recursos da estatal de saneamento de Goiás, a Saneago, para irrigar campanhas eleitorais do PSDB, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF). O procurador da República Mário Lúcio Avelar disse ao POPULAR que é possível afirmar que houve pagamento de despesas da campanha do governador Marconi Perillo (PSDB) de 2014, mas que não há indícios de participação do tucano no esquema.
A Operação Decantação, deflagrada pela Polícia Federal com apoio do MPF e do Ministério da Transparência, prendeu ontem o presidente da estatal, José Taveira Rocha, e o diretor de Expansão, Afrêni Gonçalves, que preside o PSDB goiano – ambos muito próximos do governador – além de outras 12 pessoas.
As apurações sobre recursos para campanha eleitoral atuam em três frentes: doações declaradas da empresa Sanefer Construção e Empreendimento, inclusive ao governador; repasses legais ou por caixa 2 da empresa JC Gontijo Engenharia; e os pedidos feitos pela Gráfica Moura para pagamentos de dívidas da campanha.
A Sanefer e a JC Gontijo têm contratos com a Saneago, sendo o primeiro em valores superiores a R$ 200 milhões, segundo o MPF. A empresa teria cedido aviões para campanhas tucanas. Já no caso da JC, há troca de e-mails com pedido de repasse de R$ 1 milhão ao PSDB. A prestação de contas oficial do partido na campanha de 2014 em Goiás relata doação de R$ 500 mil da direção nacional do PSDB, identificando como origem a empresa José Celso Gontijo Eng S.A. Há dados bancários confirmando o repasse de R$ 1 milhão, ainda segundo o MPF.
O procurador compara os casos a revelações da Lava Jato de desvios também em doações declaradas de campanha.
Os pedidos de pagamentos feitos pela Gráfica Moura são comprovados por gravações telefônicas do empresário José Cesário Lopes a Taveira e Afrêni. Cesário pede R$ 200 mil aos dois e diz que o valor refere-se a “negócio do governador, da campanha”.
A assessoria do governador divulgou nota em que afirma que “os recursos empregados na campanha foram rigorosamente declarados à Justiça Eleitoral, não havendo nenhuma relação entre eles e a Saneago”. “As contas da campanha, por sua vez, foram aprovadas pela Justiça Eleitoral”, completa. Sobre a operação, o governo afirmou que apoia as investigações, está à disposição para esclarecimentos e que acredita na idoneidade dos diretores.
Trecho da gravação de telefonema entre Taveira e Cesário*
CESÁRIO: Deixa eu te falar… Você podia me fazer um favor… O Afrêni tem que passar
R$ 200 mil para a gráfica, e eu tô numa situação meio constrangedora lá na gráfica,
R$ 200 mil para a gráfica, e eu tô numa situação meio constrangedora lá na gráfica,
certo. Você podia dar um empurrão nele pra mim, fazendo o favor.
TAVEIRA: Ele tem que te pagar o quê, hein?
CESÁRIO: É negócio do governador.
TAVEIRA: Hein.
CESÁRIO: Da campanha. É negócio do governador, da campanha.
TAVEIRA: Não… eu tenho que falar com quem… com…
CESÁRIO: Com Afrêni.
TAVEIRA: Pois é, mas o que ele tem que pagar você?
CESÁRIO: R$ 200 mil.
TAVEIRA: Ah.. sei… é de que isso?
CESÁRIO: É da campanha da gráfica do governador.
TAVEIRA: Ah… sei… isso ficou pra ele?
CESÁRIO: Ficou. Ficou R$ 200 mil pra ele.
TAVEIRA: Ahn…
CESÁRIO: Duzentos mil… pro… pro… Duzentos mil pro da Agetop
Presos são aliados de tucano desde 99
Fabiana Pulcineli
Auxiliar do governador Marconi Perillo (PSDB) desde o primeiro mandato do tucano, em 1999, o presidente da Saneago, José Taveira Rocha, preso ontem na Operação
Decantação, é tido como um curinga no governo tucano. Da cota pessoal de Marconi nas nomeações do governo, ele ocupou seis cargos antes de passar a comandar a estatal de saneamento, no início do quarto mandato de Marconi, em janeiro do ano passado.
Taveira, que é funcionário de carreira aposentado do Banco do Estado de Goiás (BEG), compôs a primeira equipe do governador como liquidante da Caixego. Foi diretor de Relações Internacionais do BEG e depois presidente da Goiás Fomento.
No terceiro mandato de Marconi, assumiu a presidência do Ipasgo e foi elogiado pelo governador por superar a crise no órgão. Passou pelo Detran e virou secretário da Fazenda. Sua ida para a Saneago interrompeu um ciclo de mais de dez anos de grupo político de Itumbiara – ligado a José Gomes da Rocha (PTB) – à frente do órgão.
O presidente do PSDB goiano e diretor de Expansão da Saneago, Afrêni Gonçalves, também preso ontem, não fica muito atrás na relação próxima com Marconi e nas missões variadas em favor do governo. Como deputado estadual, foi líder do Governo na Assembleia e, depois de não conseguir ser reeleito, virou coordenadorgeral da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG).
Marconi atuou diretamente nas articulações no ano passado para tornar Afrêni o presidente estadual do PSDB, em meio a tentativas de outras lideranças mais jovens de comandar o partido no lugar de Paulo de Jesus.
Sanefer fez doações a quatro candidatos do PSDB em 2014
Andréia Bahia
A Sanefer Construção e Empreendimento, empresa de propriedade de um dos presos na Operação Decantação, doou R$ 440 mil para a campanha de Marconi Perillo (PSDB) em 2014, segundo prestação de contas disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Um dos sócios da Sanefer, Carlos Eduardo Pereira da Costa, preso ontem, consta como doador de três candidatos tucanos em 2014, ainda de acordo com o site do TSE. O ex-deputado federal Carlos Alberto Lereia, que não se elegeu deputado estadual, recebeu em doação R$ 235 mil; o deputado estadual Gustavo Sebba, recebeu R$ 120 mil e o deputado federal Giuseppe Vecci, R$ 50 mil.
O deputado Gustavo Sebba argumentou que todas as doações estão documentadas na prestação de contas e foram feitas dentro da legalidade. O deputado federal Giuseppe Vecci disse que não houve irregularidades nas doações. “Tive dezenas de doações porque era permitido e não vigiei a vida de quem doou pra minha campanha”. A reportagem não conseguiu contato com o ex-deputado Carlos Alberto Lereia.
Afrêni se disse “surpreso” com a prisão
Presidente do PSDB de Goiás fazia ginástica quando os agentes da Polícia Federal cumpriram mandado em sua residência
Buscas – Agentes da Polícia Federal levaram computadores e documentos da sede da Saneago
Galtiery Rodrigues
Os cerca de 300 agentes da Polícia Federal (PF) que participaram da Operação Decantação começaram a cumprir os mandados judiciais, ontem, bem cedo. Não eram nem 7 horas da manhã quando eles chegaram à casa do ex-deputado e atual presidente do PSDB em Goiás, Afrêni Gonçalves. Ele estava fazendo a ginástica diária, em cima da esteira, quando a campainha tocou e ele foi informado da chegada dos agentes. “Recebi com surpresa a notícia”, contou ele ao juiz, ontem, durante a audiência de instrução antes de ser encaminhado para o Núcleo de durante a audiência de instrução antes de ser encaminhado para o Núcleo de Custódia, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Assim como os outros 14 investigados, alvos de mandados de prisão – entre eles, o presidente da Saneago, José Taveira – ele é suspeito de participar de suposto esquema de favorecimento de empresas em processos de licitação de obras da empresa pública, superfaturamento de contratos e desvios de verbas federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Afrêni e Taveira estão entre os quatro que foram presos temporariamente e devem permanecer detidos por até cinco dias, caso a investigação não peça a prorrogação da prisão. Os demais foram recolhidos preventivamente, pois o juiz entendeu que existem provas mais robustas contra eles.
O movimento foi intenso ontem na sede da Polícia Federal, em Goiânia. Familiares e advogados compareceram ao local e acompanharam de perto o desenrolar da operação. Agentes não paravam de chegar com malotes e objetos apreendidos. Durante a manhã e início da tarde, os investigados foram interrogados pelo delegado do caso, Rodrigo Teixeira. Alguns chegaram a ser confrontados com conteúdos de interceptações telefônicas que vinham sendo realizadas pela investigação há mais de um ano. A Polícia Federal teve o cuidado de não deixar alguns dos presos juntos, pois havia a recomendação judicial de que nove deles deveriam permanecer separados, sem comunicação.
Divididos em grupos, eles foram levados em um micro ônibus para o Instituto Médico Legal (IML) e, em seguida, para o prédio da Justiça Federal, onde ocorreram, separadamente, as audiências de instrução de custódia para saber das condições de prisão.
O primeiro a ser chamado pelo juiz foi o empresário Frederico Navarrete, um dos donos da Naeng S/C, empresa de consultoria que presta serviços para a Saneago e que é citada no relatório de investigação como suposta integrante e auxiliar no esquema de desvio de verba. Navarrete diz ter sido abordado com respeito pelos policiais e o advogados dele tentaram alegar problemas de saúde como motivos para revogar a prisão.
Indício de desvio para pagar coquetéis
Galtiery Rodrigues
Entre os elementos levantados pela investigação, constam indícios de que o dinheiro desviado pelo suposto esquema alvo da Operação Decantação era utilizado para pagar coisas sem nenhuma relação com as atividades da Saneago.
Uma delas, que chamou a atenção dos investigadores, é o possível pagamento de coquetéis realizados no Palácio das Esmeraldas. Tanto o procurador da República Mário Lúcio de Avelar como o delegado da Polícia Federal, Rodrigo Teixeira, relataram a situação, segundo eles, evidenciada em alguns dos diálogos interceptados nos últimos meses.
Em nota enviada à imprensa ontem pela assessoria do governador Marconi Perillo (PSDB), o governo informou que está à disposição para esclarecer essa e outras questões levantadas pela investigação. Outro aspecto destacado no organograma apresentado pela Polícia Federal (PF), que resume o suposto esquema, é o possível uso de dinheiro da Saneago para pagar organizações sociais (OSs) que atuam na área da saúde. Os nomes dessas empresas não foram divulgados, mas Rodrigo Teixeira afirma ser uma situação que envolve, no máximo, duas OSs. Nas gravações feitas, segundo ele, aparecem um dos presos ordenando o uso do dinheiro desviado para custear contratos com essas empresas.
Ainda no organograma, consta a suspeita de que a direção da Saneago vinha maquiando a situação para justificar financiamentos bancários, utilizando-se de suposta consultoria financeira contratada sem licitação. “Há uma série de financiamentos sendo feitos pela Saneago para cobrir dívidas e pagar contratos.
Seria um socorro financeiro nesse período de grande dificuldade. Há indícios fortes, no entanto, do uso de uma consultoria sem devida licitação, possivelmente desviando dinheiro que seria para a Saneago”, conta Rodrigo.
Sistema foi fraudado, diz CGU
Segundo Controladoria, dinheiro para ampliar captação de esgoto foi desviado
Gabriela Lima
A maior parte das irregularidades apontadas até o momento nas investigações da Operação Decantação, da Polícia Federal, está nas obras de ampliação do Sistema Intermediário Meia Ponte, de esgotamento sanitário em Goiânia. De acordo com relatório da Controladoria Geral da União, dos R$ 67,4 milhões aplicados para a captação e tratamento dos resíduos, que são lançados in natura no Rio Meia Ponte e afluentes, R$ 3,4 milhões foram desviados.
Em análise detalhada das licitações e acompanhamento das obras, a CGU constatou superfaturamento e sobrepreço.
Na prática, ficou constatado de que eram contratados serviços menos eficientes por um preço mais caro quando a execução poderia ser realizada por método mais eficiente e mais barato – gerando sobrepreço. Além do dinheiro já repassado, foram fiscalizados recursos ainda em início de execução, onde a controladoria identificou sobrepreço no valor de R$ 1,7 milhão.
Os recursos destinados pelo governo federal ao Sistema Intermediário Meia Ponte foram para a construção de redes coletoras, interceptores, estações elevatórias de esgoto no Ribeirão Anicuns e Rio Meia Ponte, além da ampliação e reformulação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Parque Atheneu.
Corumbá IV
A CGU também aponta fraude nas obras do Sistema Corumbá IV, que será responsável pelo abastecimento de água dos municípios goianos de Luziânia, Valparaíso de Goiás, Cidade Ocidental e Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal, e das cidades de Gama e Santa Maria, no DF. O relatório aponta um prejuízo de R$ 1 milhão aos cofres públicos.
Direcionamento de licitação, alteração de quantitativos sem justificativa técnica e inclusão de equipamentos de alto valor (bombas) de forma vantajosa estão entre as irregularidades apontadas. Relata ainda um prejuízo potencial de R$ 6 milhões. O repasse não deverá se concretizar por conta da operação deflagra ontem.
A Saneago não comentou as denúncias. Informou apenas que 50% da primeira etapa do projeto devem ser concluídos até dezembro de 2017 e atender cerca de 650 mil habitantes, sendo metade para ser distribuída pela Saneago e metade pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). Ao finalizar as duas etapas previstas, o Sistema Corumbá poderá atingir aproximadamente 2,5
Sistema foi fraudado, diz CGU/duas etapas previstas, o Sistema Corumbá poderá atingir aproximadamente 2,5 milhões de usuários.
Canteiros parados
Karina Ribeiro
A reportagem do POPULAR visitou durante à tarde de ontem as cinco obras do Sistema Intermediário Meia Ponte. A sensação, porém, ao observar os canteiros de obras é que o ritmo segue em marcha lenta. Betoneiras paradas, carrinhos de mão virados e um volume pequeno de mão de obra corroboram alertas da Caixa Econômica Federal (CEF) de que “a obra está sendo executada em ritmo lento, em desacordo com o cronograma proposto”.
No Gameleira 1, por exemplo, quase um ano após a empresa executora assumir, a obra está praticamente no zero.
A justificativa é que águas do Rio Meia Ponte avançaram no local – resultado de chuvas intensas – causando erosão. Até ontem, só havia demarcação da área da estação.
5 perguntas para Rodrigo Teixeira
Delegado responsável pela investigação conta que foi preciso esperar as Olimpíadas para conseguir deflagrar a operação.
Galtiery Rodrigues/
No organograma apresentado, consta a suspeita de uso do dinheiro para pagar organizações sociais (OSs) da Saúde. Quais são os indícios?
Dentro das medidas cautelares que nós adotamos, especialmente nas mais invasivas, foram constatados diálogos entre os presos, nos quais aparecem ordens de pagamento dessas OSs.
Por que a Saneago estaria pagando OSs de Saúde?
Nós não sabemos ainda exatamente o porquê de essa dívida ter ficado com a Saneago. É algo que terá que ser explicado.
O suposto uso do dinheiro para pagar coquetéis no Palácio das Esmeraldas também surgiu nessas interceptações?
Sim. Foram com as cautelares mais invasivas que tomamos conhecimento de mais essa situação que aparece na gama de ilícitos que vêm ocorrendo na Saneago há anos.
Essa situação pode chegar ao governo do Estado?
Nós não podemos descartar nenhuma hipótese, porque vai depender do que for analisado agora. Temos muitos documentos de quebra de sigilo, tanto bancário como fiscais, que ainda serão analisados.
Os mandados foram expedidos no início de agosto. Por que só agora eles foram cumpridos?
Houve um período de Olimpíadas em que vários dos nossos servidores estavam trabalhando no evento. Existe todo um cronograma e preparação da Polícia Federal para esse tipo de ação. Não havia mesmo a possibilidade em razão da quantidade de agentes. Precisamos de mais de 300 homens hoje, que vieram de vários locais, como Distrito Federal, Bahia e São Paulo.
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O HOJE
Plaqueta é maior desafio para Hemocentro
Hemocomponente tem coleta diferenciada, o que afasta doadores
O aumento na demanda por sangue não foi acompanhado pela quantidade de doadores. O reflexo disso é a atual crise que o Hemocentro Goiás enfrenta para abastecer as unidades que atendem o Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, são coletadas cerca de 100 bolsas por dia, mas o número está bem aquém do necessário, e para piorar, a captação de bolsas de plaquetas é ainda mais problemático. A capacidade de coleta é de 250 bolsas.
A coleta de plaquetas é feita por dois métodos: o randômico que precisa de dez doações para encher uma bolsa e o aférese, em que cada coleta gera uma bolsa. A questão é que nem todos doadores têm disponibilidade para passar pelo processo mais eficiente que leva cerca de duas horas, contra cerca de 30 minutos do outro.
As plaquetas são bastante requisitadas para atender casos de queimaduras, processos hemorrágicos, leucemia e outros tipos de câncer. Geralmente, os doadores deste hemocomponente são cadastrados na instituição que os convida periodicamente para a doação.
Para o diretor administrativo do Hemocentro, Arione de Paula, o crescimento e envelhecimento da população e o aumento no número de doenças fazem a demanda crescer em velocidade superior à de doadores. Com capacidade para armazenar 1,5 mil bolsas, o Hemocentro tem apenas 200 unidades no estoque, por isso muitas geladeiras estão vazias. “Nós apelamos para que o doador se sensibilize com o próximo, tenha esse ato de grandeza, esse ato de solidariedade, procure um hemocentro mais próximo, porque só com essa atitude você vai salvar vidas. O paciente que está no leito de hospital precisando de sangue, só o sangue salva a vida dele”, frisa.
Para tentar minimizar o problema, a instituição tem procurado parcerias com empresas para ações de doação com o ônibus do Hemocentro. Cada visita chega a receber 100 doadores, mas 30% não podem colaborar porque não passam na triagem.
Em Goiânia, outras duas unidades públicas oferecem o serviço de coleta de sangue. São elas: o Hospital das Clínicas e o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Mas para Arione, outras unidades de saúde como o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) precisam ter estrutura para receber doações. “Isso facilita a doação, favorece o doador”, diz.
Exemplo
O operador de abastecimento, Wellington dos Reis, 39, é doador desde 1996. Na manhã da última segunda-feira (22) contribuiu para salvar mais vidas. Ele conta que repete o ato três ou quatro vezes por ano. “Eu dôo porque vejo campanhas na TV e no rádio e também porque minha família é de profissionais de saúde e então eu comecei a doar”, relata.
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ÓRION BUSINESS E HEALTH COMPLEX
Demanda por atendimentos de alta complexidade deve aumentar na capital
Um deles são os atendimentos por agressões e acidentes de trânsito. O índice de mortes violentas em Goiânia já é maior do que Rio e São Paulo, mostra o estudo realizado pela Sociedade Israelita Albert Einstein
Quais são as tendências mundiais de saúde? E do que a saúde goiana precisa para preparar para o futuro? Essas são algumas questões respondidas por um estudo realizado pela Sociedade Israelista Albert Einstein em Goiânia. As informações nortearão a consultoria da Sociedade Israelita Albert Einstein ao Hospital Órion para se tornar o primeiro hospital de categoria Premium de Goiânia, que está sendo preparado para atender a demandas de alta complexidade. Na quinta-feira, 25 de agosto, estará em Goiânia a diretoria do Albert Einstein para assinatura o convênio de cooperação em evento marcado para às 19h, no auditório Lago Azul do Centro de Cultura e Convenções de Goiânia.
Na oportunidade, os diretores da Sociedade Israelita Albert Einstein apresentarão aos convidados como funcionará a parceria e alguns dados sobre o estudo, que traçou as doenças ou problemas que mais levam as pessoas óbito em Goiânia. Doenças do aparelho circulatório estão no topo do ranking, com 25% das mortes; em segundo lugar estão as neoplasias (tumores cancerígenos), com 19,1%. Chama atenção a terceira causa de óbitos, as mortes por fatores externos, ligadas a agressões (principalmente por armas de fogo) e por acidentes de trânsito (especialmente aqueles envolvendo motocicletas). Elas respondem por 15,9% dos óbitos em Goiânia e chamam atenção no estudo, por estar bem acima dos índices das capitais do Rio de Janeiro (8,4%) e São Paulo (8,7%). Em 2014 foram 1.368 óbitos (15,9% do total) na região metropolitana foram em decorrência de violência e acidentes de trânsito; e dentro do perímetro da Grande Goiânia, essa porcentagem sobe para quase 20% (19,8%).
A pesquisa encomendada pela Sociedade Israelita Albert Einstein mostra que em nossa capital a cada 100 mil habitantes são registrados 96,3 óbitos causados por agressões físicas (principalmente por armas de fogo) e por acidentes de trânsito (especialmente aqueles envolvendo motocicletas). Nas duas maiores capitais do País, São Paulo e Rio de Janeiro, esses índices são, respectivamente, de 54,1 e 69,8 mortes a cada 100 mil habitantes. Levando em consideração a Região Metropolitana da Capital, os números são ainda mais graves saltando para 108,2 óbitos para cada 100 mil pessoas.
As complicações em decorrência de agressões estão entre as situações que mais demandam atendimentos de alta complexidade, mas apenas 37% dos hospitais da capital possuem estrutura para este tipo de demanda, segundo identificou o estudo, que aponta, ainda que a capital segue uma tendência mundial de aumento no número de óbitos causados por doenças cancerígenas – outra área de atendimento que necessita de atendimento de alta complexidade.
Sobrecarga dos hospitais
A pesquisa usada pelo Albert Einstein foi elaborada pela S & DW, empresa com atuação internacional em consultoria especializada no manejo global de informação estratégica. O estudo reúne uma coletânea de dados, no período entre 2010 e 2015, de diversos órgãos como Ministério da Saúde (DataSus), IBGE, Agência Nacional de Saúde (ANS) e outros. O levantamento também aponta alguns gargalos dos atendimentos médicos na capital identificados pelo estudo.
Um deles é uma sobrecarga dos sistemas público e privado de saúde na capital que ocorre mesmo com a cidade tendo uma oferta de leitos hospitalares acima do que preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS). Goiânia, conforme o estudo, possui cinco leitos para cada mil habitantes, a OMS recomenda entre 3 ou 5 leitos.
“Dados desse estudo revelam que o raio de extensão para a atratividade por serviços de saúde em Goiânia chega até o Estado do Acre. Entre a demanda que vem de fora do Estado, pacientes que vindos do sul da Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Maranhão são os que mais buscam atendimento na capital goiana”, revela o responsável pela Área de Expansão e Novos Projetos do Hospital Albert Einstein, Fábio Gonçalves.
Mas segundo ele, há outro fator que, combinado com o alto poder atratividade de Goiânia, influencia diretamente na sobrecarga do atendimento à saúde: deficiência na gestão hospitalar e a falta qualificação dos recursos humanos, especialmente no que se refere a atualização de protocolos médicos. Conforme explica Fábio Gonçalves, a evolução das tecnologias e práticas em saúde permitem que os procedimentos sejam cada vez menos invasivos e, assim, há uma redução significativa do tempo de internação e um maior grau de resolutividade. “Há um alongamento do tempo de ocupação dos leitos muitas vezes sem necessidade, devido a agravamentos causados pela falta de uma atualização por parte dos protocolos de atendimentos, a falta de uso de novas tecnologias e de treinamento constante para o corpo de enfermagem”, explica.
Gestão modelo
Segundo o gestor técnico e financeiro da obra Órion Hospital, Frank Campos, com esse acordo de compartilhamento de tecnologia, de conhecimento técnico e de know how de governança corporativa que será firmado com o Albert Einstein, Goiânia terá uma instituição hospitalar, não só com o que há de mais moderno em tecnologia médica, mas também com um modelo de gestão e operacional que irá superar as expectativas e conceitos atendimento hospitalar existentes no Brasil.
“Seguindo as diretrizes operacionais, técnicas e de gestão adotadas por uma das mais renomadas instituições de saúde do País, buscaremos, sistematicamente, um nível de compatível com a assistência que é prestada pelas mais renomadas instituições internacionais. Nossa meta é, no segundo ano de operação de operação do Órion Hospital, alcançar nossa primeira certificação internacional e a ONA3, que é atualmente a acreditação em âmbito nacional mais importante no segmento da saúde”, afirma Frank.
Sobre o Órion Business e Health Complex
O Hospital Órion ficará dentro do Órion Business e Health Complex, que está sendo construído na Avenida Portugal esquina com Avenida Mutirão e terá 125 mil metros quadrados de área construída e irá abranger espaços voltados para negócios, saúde, hotelaria e lazer. O empreendimento contará também com um heliponto, centro de convenções, shopping e 1,4 mil vagas de estacionamento. As obras civis tem previsão de entrega em agosto de 2017 e o início das operações acontece a partir de dezembro de 2017. O Órion Business e Health Complex é um empreendimento da GVC Engenharia, FR Incorporadora, Tropical Urbanismo e Joule Engenharia.
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DIÁRIO DE APARECIDA
Cadê a insulina?
No último mês de julho, o jornal Diário de Aparecida publicou matéria denunciando a falta de insulina na Farmácia Municipal de Aparecida de Goiânia. Na ocasião, a Secretaria de Saúde do município informou que em 20 dias o hormônio estaria disponível. Há mais de um mês da publicação, a situação ainda é a mesma e quem sofre são os pacientes diabéticos, que dependem da medicação.
O marido da dona de casa Lidiane Sousa é diabético, e ela afirma que toda semana vai até a farmácia da prefeitura e não encontra o que precisa. “Há quatro meses venho aqui e é sempre assim. Nunca tem insulina, fita, nem os insumos que a gente precisa. Mais uma vez, minha viagem foi perdida”, afirma.
O marido da dona de casa, Valdeir Miranda da Silva, lamenta a situação. “Se eu ficar um dia sem o medicamento, vou direto para o pronto-socorro. Como não tem, vou ter que comprar. Tirar do dinheiro que poderia comprar leite para os meus filhos para mais uma vez comprar insulina”, pontua Valdeir.
Outra dona de casa que está desesperada é Maria dos Santos. A filha dela, de apenas 10 anos, tem a doença, e ela conta que a criança precisa da insulina para poder se alimentar. “Se não tiver a medicação, ela tem que ficar com fome. Não sei como faço, pois não recebo salário, e não tenho condições de comprar”, explicou.
De acordo com a Portaria n° 2.583 do Ministério da Saúde, os municípios e Estados são obrigados a fornecer apenas dois tipos de insulina, uma de ação rápida, a Regular, e outra de ação lenta, a NPH. De acordo com a Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia, ambas estão disponíveis nas Unidades de Saúde da prefeitura.
As outras são fornecidas apenas mediante relatório médico ou por encaminhamento do Ministério Público. Ainda segundo a secretaria, as insulinas análogas estão em processo de compra, sendo que a Lantus e Apidra irão chegar em aproximadamente 15 dias, enquanto a Novorapid e a Humolag estão previstas para chegar hoje (25).
Goiânia
Na capital goiana, a situação não é diferente. Segundo pacientes, frequentemente o tratamento tem que ser interrompido pela falta do medicamento nas farmácias públicas da cidade. Conforme a Secretaria de Saúde do município, foi feito um acordo com a empresa que fornece a substância para agilizar o processo de entrega e a primeira remessa deve chegar às unidades em até 20 dias, porém, somente a insulina Apidra será fornecida. (Danielle Borges)
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O GLOBO
Ministro da Saúde sinaliza planos populares sem redução de serviços
Proposta é alvo de críticas do setor
BRASÍLIA — O ministro da Saúde, Ricardo Barros, sinalizou que os planos populares de saúde poderão ser viabilizados sem que haja uma diminuição da cobertura obrigatória de serviços. Ele encampou a ideia de colocar seguros com preços acessíveis no mercado, abrindo a possibilidade a essas empresas de oferecerem menos do que hoje é exigido do setor.
O projeto do ministro, porém, levantou uma série de polêmicas sobre os direitos do consumidor, que hoje se sentem desrespeitados, mesmo havendo um rol mínimo de atendimento estabelecido pelo governo. Em coletiva à imprensa nesta quarta-feira, o ministro afirmou que o foco do grupo de trabalho sobre a viabilidade dos planos de saúde mais baratos não está na diminuição da cobertura obrigatória.
— Essa informação é relevante. A redução do rol de obrigações não é prioridade nessa negociação. Mas isso será decidido pela comissão criada. Vamos esperar a comissão. Esse tema é importante, muito demandado, muita gente buscando participar — disse o ministro da Saúde.
Barros não detalhou como seria possível viabilizar a redução dos preços dos planos sem a diminuição dos serviços obrigatórios. A criação de uma espécie de plano de saúde mais popular, com custos menores, é uma das principais bandeiras defendidas pelo ministro em uma tentativa, segundo ele, de aliviar os gastos do governo com o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
No início deste mês, o governo criou um grupo de trabalho para discutir e elaborar a proposta, que deverá incluir mudanças regulatórias da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e propostas de alterações na legislação dos setor.
— Está criada uma comissão sobre o assunto dos planos acessíveis. Essa comissão está convocando outros setores. Ontem, uma das áreas interessadas disse que a redução do rol de cobertura não seria o foco da negociação e que é possível reduzir o preço dos planos com outras medidas — disse Ricardo Barros.
A criação dessa nova modalidade de plano enfrenta resistência de entidades do setor. Os críticos da proposta dizem que a ideia pode diminuir o número de procedimentos que os convênios são obrigados a cobrir, segundo normas da ANS. Essas exigências estão previstas no rol de procedimentos da agência reguladora e incluem os tratamentos, exames e cirurgias considerados como o mínimo necessário para as necessidades dos pacientes das seguradoras.
Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), não há sustentação técnica ou transparência sobre como uma possível redução do rol de cobertura será feita. De acordo com a coordenadora executiva do instituto, Elici Bueno, qualquer redução de coberturas só aumentará o número de pacientes sem atendimento, sobrecarregando ainda mais o Sistema Único de Saúde (SUS) em um momento de cortes no orçamento público e do acúmulo de quase R$ 1 bilhão em débitos das operadoras pelo não ressarcimento ao sistema:
— De todo modo, o que querem fazer é que o cidadão mais pobre com seu orçamento reduzido, inclusive pelo desemprego – subsidie o Sistema de Saúde. Certamente, o reflexo será a elevação dos custos do Judiciário, decorrente do evidente aumento de demanda pelo direito à vida e à saúde.
O grupo de trabalho que analisa o tema é composto por representantes do Ministério da Saúde, responsável pela coordenação, da ANS e da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização.
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DIÁRIO DA MANHÃ
O legado de Paulo Garcia
Prefeito de Goiânia cita obras físicas que deixa para a população
POR HUMBERTO PEDREIRA
O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, fez um balanço preliminar de sua gestão e comemora as obras físicas que deixa para a cidade, ressalta a mudança de comportamento na gestão pública comprometida com a humanização da administração e os conceitos de sustentabilidade que ele implantou de forma inovadora.
Obras de vulto como o Hospital da Mulher e Maternidade Dona Iris, o Complexo Viário Mauro Borges, os corredores preferenciais para transporte coletivo em artérias vitais para o trânsito como a T-9, T-7, T-63 e Avenida Universitária e a estrutura do BRT, que terá um grande trecho inaugurado ainda esse ano, são as lembranças que Paulo faz questão de guardar. Isso sem falar no Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns, que requalifica 130 bairros e os integra ao projeto de qualidade de vida pretendido pela gestão de Paulo Garcia. "Tivemos a grata satisfação de devolver a Praça Cívica à população na forma em que ela foi concebida pelo arquiteto Atílio Correia Lima, que projetou Goiânia. Ele queria a Praça Cívica do modo como está agora, ou seja, um grande boulevard para convivência da população".
Em entrevista ao Diário da Manhã, ele falou sobre as conquistas na área da educação, com a redução drástica na demanda por vagas em escolas municipais e o fornecimento de kits uniforme para os alunos. "Essa foi a inovação mais agradável que tivemos orgulho de entregar para nossos estudantes, além da abertura de vagas", falou com satisfação o prefeito. A saúde, área de formação acadêmica do prefeito, também foi analisada e ele avaliou o impacto que a cidade sofre em atender uma demanda muito superior à da Capital, por receber pacientes de praticamente todos os municípios de Goiás e de outras unidades da Federação.
Confira a entrevista
Diário da Manhã – Como o senhor vê um novo rumo para Goiânia após sua gestão? Como a Capital estará nos próximos anos?
Paulo Garcia – Eu tenho uma convicção pessoal que todos os que me antecederam contribuíram de alguma forma para chegarmos onde estamos. Cada um ao seu modo, com suas dificuldades, mas todos deram sua contribuição inestimável com suas virtudes e seus defeitos. Eu, particularmente, considero que vivemos um momento de raras oportunidades, em que a cidade atingiu uma maturidade e está pronta para se desenvolver com qualidade, preservando a vida e mantendo o desenvolvimento sustentável. Quando nós, ainda em 2012, durante a campanha de reeleição, propusemos a tese de desenvolvimento sustentável ninguém tocava nesse tema. Essa era uma ideia genérica que era discutida somente entre quatro paredes e em ambientes acadêmicos. Era uma tese em que as pessoas tinham muitas dúvidas, em que o homem comum considerava isso um assunto muito distante e que nós trouxemos esse tema para a vida cotidiana das pessoas. Eu penso que isso seja irreversível, que não seja mais possível administrar a cidade de Goiânia sem ter como parâmetro a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável. Isso nas diversas vertentes do relacionamento humano. Quando falo sobre esse assunto, não falo somente em sustentabilidade do ponto de vista ambiental. Eu falo em cuidar das pessoas, em preservar a vida, na criação de um ambiente mais promissor para as futuras gerações e falo em sustentabilidade na solução de demandas que são infinitas, dinâmicas e que nos remete todos os dias ao compromisso de manter esses princípios.
Diário da Manhã – Qual é o rumo traçado para superar demandas da vida moderna e fazer de Goiânia uma cidade melhor para se viver?
Paulo Garcia – Primeiramente, é preciso dizer que o Brasil precisa sentar e rediscutir o pacto federativo. Não é possível mais os municípios brasileiros ficarem com a menor fatia do bolo. Tudo o que é arrecadado no País em forma de tributo fica em sua grande parte com a União, a segunda maior parte com os Estados e a menor parte com os municípios e sempre buscamos com pires na mão. Isso precisa ser repactuado porque a vida acontece nas cidades, é aqui que vivemos e criamos nossas famílias, é aqui que surgem as demandas e acontece a procura por educação, por saúde, por mobilidade, por habitação, é aqui que as necessidades e a alegria de viver estão presentes. Então, essa repactuação é necessária e urgente. Não vejo em momento algum o Congresso Nacional se debruçar sobre esse tema e mesmo quem ocupa agora a Presidência da República se dedicar a isso como premissa de seu mandato. Enquanto isso não for feito as cidades vão viver com muita dificuldade, até para atender as necessidades básicas de seus munícipes e de suas comunidades. Mas, eu penso que precisamos basicamente investir em algumas áreas e eu fiz isso em momentos de grave crise econômica. Até o final do mandato teremos entregue 40 escolas entre Cmeis (Centros Municipais de Educação Infantil), 40 ginásios poliesportivos cobertos nas escolas municipais que ainda os tinham, 40 novas unidades de saúde. Se dividirmos os meses que ocupei a cadeira de prefeito, que vão dar 80 meses, isso dá uma unidade de saúde, uma unidade de esporte e uma unidade de ensino a cada dois meses. Imagine o esforço que foi necessário para se chegar a isto. Ninguém antes de mim fez isso e eu falo sem exagero. Nenhum prefeito que me antecedeu fez isso e eu digo sem medo de errar nem de ser megalomaníaco. Sem falar nos projetos.
Diário da Manhã – O senhor conseguiu reduzir a demanda por vagas no ensino fundamental?
Paulo Garcia – Hoje nós temos, segundo dados dos Conselhos Tutelares, um déficit de 4.215 vagas no ensino infantil, porque no ensino fundamental, que é da 1ª à 9ª série nós não temos demanda, todo jovem ou adolescente que queira estudar em Goiânia tem sua vaga garantida. Quando iniciei minha administração a falta de vagas era de mais de 12.000 vagas e reduzimos para menos da metade. Isso sem falar que no início da nossa gestão tínhamos 17.000 alunos no ensino infantil e hoje temos 33.000 alunos. Lá em 2010, quando assumi, não se distribuía uniforme e nem kit escolar completo para os alunos. Hoje distribuímos mais de 100 mil kits escolares com uniforme completo para todos os alunos da rede de ensino municipal. Isso não existia e foi em nossa administração que demos início a esse processo.
Diário da Manhã – O que o senhor reputa como mais importante de obras físicas em sua gestão?
Paulo Garcia – Temos várias para falar. Mas, podemos dizer inicialmente que o Hospital da Mulher e Maternidade Dona Iris é uma obra de referência internacional. Recebemos comitivas de várias partes do mundo para ver como mudamos a forma de abordar a saúde da mulher e não apenas uma maternidade para que mulheres deem à luz seus filhos. Mudou-se a abordagem para ser um acolhimento humanizado onde a saúde da mulher por completo é levada em conta, não apenas uma maternidade onde se faz parto. Só que ela esgotou sua capacidade operacional porque atende inúmeras pessoas que não são de Goiânia. Vou contar uma coisa que ilustra bem essa situação. Outro dia eu fui inaugurar uma quadra coberta poliesportiva em um bairro na Região Oeste de Goiânia. Deviam ter seguramente umas 800 crianças sentadas no chão e criança não mente. Eu fiz uma pergunta que eu já sabia a resposta, mas queria ver a sinceridade na resposta das crianças e fui surpreendido pelo tamanho da coisa. Perguntei quem estudava ali, mas morava em outro município: a resposta foi reveladora, porque mais de 70% dos alunos levantaram a mão contando que não moram em Goiânia. Então, um dos grandes problemas para a Região Metropolitana e que acaba por sobrecarregar a cidade de Goiânia em seus investimentos e no atendimento mais adequado, mais abrangente e célere para sua população, é justamente que Goiânia atende na saúde e na educação pessoas de outros municípios. Tem cidades da Região Metropolitana que há mais de 40 anos que não realizam um parto sequer em suas unidades de saúde pelo SUS, todos são mandados para Goiânia. Então nossas unidades ficam sobrecarregadas e a atenção para a população que vive, trabalha e depende de Goiânia fica comprometida. Talvez se tivéssemos um atendimento só para a população da capital com certeza teríamos um sistema de saúde muito melhor e com mais unidades do que é nossa saúde. Goiânia tem 1,3 milhão de habitantes e 6 milhões de inscritos no SUS. Goiânia acolhe pacientes de 600 municípios, sendo que Goiás tem apenas 246. Ou seja, um contingente monumental de pacientes de outros estados vizinhos. Isso sobrecarrega nossas unidades. Vou dar dado que comprova essa realidade absurda e que quando digo as pessoas falam que esse prefeito está doido. Goiás tem leitos de UTI em no máximo cinco municípios, então vem todo mundo para Goiânia. E a capital tem mais leitos de UTI do que necessita para atender a demanda de sua população. Quando buscamos no Ministério da Saúde verbas para leitos de UTI eles dizem que temos mais do que necessitamos, o que não é de todo uma inverdade, mas eles não sabem que atendemos essa infinidade de outros municípios.
Diário da Manhã – Sua gestão teve uma atenção muito grande com os modais de mobilidade urbana. Houve uma mudança de concepção nisso?
Paulo Garcia – Tenho certeza que sim. Agora todo mundo fala que o sucesso dos corredores exclusivos ou preferenciais para o transporte coletivo é algo indelével e que não vai retornar, que precisa avançar e construir mais. Mas, lá atrás, quando começamos com essa inovação houve muita oposição. Concluímos o Corredor Universitário, estamos por concluir o Corredor T-7, fizemos o Corredor T-63, fizemos novos terminais. Não se falava nisso antes. O BRT é outra realidade. Se você percorrer da Praça do Trabalhador até o Terminal do Recanto do Bosque que está sendo reconstruído verá que é uma obra fantástica, que vai remodelar e dar conforto aos usuários e vamos inaugurar todo esse trecho norte até o final do ano. Fizemos também uma coisa que mudou paradigmas em Goiânia, que foi o estímulo ao cicloativismo ou andar de bicicleta. Eu comecei isso na cidade. Vamos deixar 100 quilômetros de ciclovias, ciclorotas e ciclofaixas de lazer ao redor dos parques. Tudo para melhorar o transporte e a preservação da saúde. Ninguém falava nisso e agora virou moda. Mas, não se esqueçam de que quem introduziu isso fui eu. Nenhum administrador que se diz moderno, competente, tocador de obra, realizador fez um metro sequer de ciclovia em Goiânia antes de mim. Esse é um legado que vou deixar. E cuidamos de embelezar a cidade também.
Diário da Manhã – Em que sentido?
Paulo Garcia – A Praça Cívica, por exemplo, com grandes obras de arte e vamos inaugurar o complexo de fontes luminosas, que são importadas, belíssimas, com vários circuitos de altura e coloração das luzes, vai virar uma atração turística para a cidade. Além de haver devolvido a ela seu conceito de um grande boulevard, ideia do arquiteto que projeto Goiânia, Atílio Correia Lima.
Diário da Manhã – O Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns é uma marca sua. Qual será o grande benefício dele?
Paulo Garcia – Esse projeto foi concebido ainda lá na administração do professor Pedro Wilson, mas foi somente na minha gestão que ele saiu do papel e foi dada a ordem de serviço. Hoje nós temos entregues, graças a esse grande projeto, que é uma requalificação de 130 bairros, centros da saúde da família, obras de proteção a nascentes, protegemos as margens desses córregos e replantamos mais de 100 mudas de árvores ao longo desse arrojado projeto. Ciclovias, pistas de caminhada, parque ambiental com anfiteatro, centros de convivência comunitária e muitas obras de estrutura que vão alegrar a vida dessa grande parte da população.
Diário da Manhã – Se o senhor puder deixar um legado de conceitos para as próximas gerações de administradores que virão, qual será?
Paulo Garcia – Sejam comprometidos com a verdade, com a seriedade. Não façam da política a arte da dissimulação porque o povo está cheio disso, de mentir, de não ir e vir, de não tentar encobrir a realidade, de ver o que há de bom nas pessoas. Mas, sejam verdadeiros com nosso povo. A política precisa ser feita de forma séria.
"O Brasil precisa sentar e rediscutir o pacto federativo. Não é possível mais os municípios brasileiros ficarem com a menor fatia do bolo. Tudo o que é arrecadado no País em forma de tributo fica em sua grande parte com a União"
"Goiânia tem 1,3 milhão de habitantes e 6 milhões de inscritos no SUS. Goiânia acolhe pacientes de 600 municípios, sendo que Goiás tem apenas 246. Ou seja, um contingente monumental de pacientes de Estados vizinhos"
"Até o final do mandato teremos entregue 40 escolas entre Cmeis (Centros Municipais de Educação Infantil), 40 ginásios poliesportivos cobertos nas escolas municipais que ainda os tinham, 40 novas unidades de saúde"
"Tivemos a grata satisfação de devolver a Praça Cívica à população na forma em que ela foi concebida pelo arquiteto Atílio Correia Lima, que projetou Goiânia"
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CONTINUA…