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O HOJE
Médicos se mobilizam contra medida federal
Gracciella Barros
Representantes dos principais Conselhos de Medicina do Brasil se reunirão hoje (26) para definir o calendário de protestos contra a medida do governo federal de contratar médicos estrangeiros ou formados no exterior sem a revalidação do diploma. As mobilizações acontecerão em todo País sob a direção do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Entre os presentes na reunião estarão o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Salomão Rodrigues Filho, o presidente em exercício do Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás (Simego), Rafael Cardoso Martinez, e presidentes das entidades médicas regionais e nacionais.
Para o presidente do Cremego, a medida anunciada na segunda-feira (24) não resolve o problema da falta de médicos no interior do Brasil, mas cria dificuldades para o exercício da profissão. “Não existe carência de médicos no Brasil, até porque há uma média de dois profissionais por mil pessoas. O que existe é uma má distribuição nacional, por causa da falta de estrutura para trabalhar.”
“Trazer médicos de formação duvidosa é arriscar oferecer tratamentos de segunda classe ao povo brasileiro”, comenta Salomão, que garante que o que mais pesa é a falta de estrutura em cidades do interior e também de um plano de carreira do Estado. “Hoje os médicos trabalham em hospitais em que há macas espalhadas pelos corredores, falta instrumentos básicos para atender, entre outros problemas estruturais, e não têm uma carreira de Estado, com concursos públicos”, afirma.
Ofertas nem sempre cumpridas
Segundo site de secretarias de Saúde e diários oficiais, as prefeituras do interior participam de verdadeiros leilões de salários para disputar contratação de médicos e oferecem vencimentos que passam de R$ 20 mil, mais que o dobro nas capitais.
Porém, o presidente do Cremego afirma que essas ofertas são perigosas e, quando acontecem, o médico corre o risco de não receber. “Outra questão é que geralmente essas contratações não são por concurso público, mas por convite. Então, o profissional muda para a cidade com a família, se estabelece, e quando se altera o prefeito, ele não tem garantias e precisa mudar da cidade”, afirma.
Para o médico Ali El Zein, libanês inscrito no Cremego desde 1993, o problema é que o Brasil precisa adotar uma análise padrão e facilitar a volta de brasileiros que estudam fora. “É muito caro estudar no Brasil, são cerca de R$ 9 mil por mês por estudante. Então, é preciso padronizar a revalidação e ajudar os brasileiros que não puderam pagar cursos tão caros como os que tem aqui.”
Ali El casou-se no país de origem, com uma brasileira, e decidiu morar no País. Mas antes, morou oito anos na França, onde cursou 13 especialidades e diz que trabalhou sob a responsabilidade do Estado, com revalidação do diploma do Líbano, sem tanta burocracia como a que viveu quando decidiu mudar para o Brasil.
Segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), hoje são 6.822 profissionais que cursaram Medicina no exterior e revalidaram o diploma no Programa Revalidar, do governo federal. Em Goiás, há 299 médicos com formação no exterior. Entre eles, 146 deles são bolivianos e 37 vieram de Cuba. O pacto do governo federal prevê a contratação de 35 mil novos profissionais, um acréscimo de quase seis vezes no número de médicos es trangeiros.
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SAÚDE BUSINESS WEB
Movimento pede veto total à Dilma para Ato Médico
O movimento Não ao Ato Médico, que mobiliza profissionais e estudantes de 14 setores da área de saúde, que se sentem prejudicados com a aprovação do Projeto de Lei 268/02, decidiu encaminhar à presidenta Dilma Rousseff pedido de veto integral ao texto aprovado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados.
Integrantes do movimento se reuniram na segunda-feira (24), sob os pilotis da Biblioteca Nacional, e aprovaram a formação de uma comissão integrada por representantes das 14 profissões que integram a mobilização e um dos estudantes. A comissão pretende entregar documento à Casa Civil da Presidência da República, além de organizar uma passeata até o Palácio do Planalto na próxima quarta-feira (26). Outro protesto está marcado para sexta-feira.
O projeto desagrada a várias a categorias profissionais, porque estabelece o que denominaram de reserva de mercado para os médicos, impedindo a prática de atos praticados normalmente pelas diversas profissões que atuam na área de saúde sem a interferência deles. A principal queixa está no Inciso I do Artigo 4º, segundo o qual entre as atividades privativas do médico, está a “formulação do diagnóstico nosológico e respectiva prescrição terapêutica”.
Entre as profissionais que participaram das discussões estava a vice-presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 11ª Região, Sandra Jardene. Ela é terapeuta ocupacional da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e relatou que, quando trabalhava no Hospital de Base, teve vários embates com a chefia do seu setor porque ela exigia prescrição médica para aplicação do tratamento aos pacientes. O problema, segundo ela, é que “o médico não sabia o que prescrever, pois não está preparado para interferir nas nossas práticas”.
As profissões que foram representadas no movimento Não ao Ato Médico são: fisioterapia, enfermagem, psicologia, terapia ocupacional, biomedicina, farmácia, educação física, nutrição, odontologia, fonoaudiologia, veterinária, optometria e acupuntura. De acordo com o presidente do Conselho de Fisioterapia, Bruno Fernandes, a sugestão dos setores interessados para a redação do Artigo 4º do projeto sempre foi a de que são atividades privativas do médico a “formulação do diagnóstico nosológico e respectiva prescrição médica”.
Segundo Fernandes, a alteração de prescrição terapêutica para prescrição médica alinharia o texto com o foco do projeto, e, segundo ele, seria suficiente para apaziguar a totalidade das profissões insatisfeitas com o PLS 268/2002.
Outro lado
Pata o vice-presidente para assuntos profissionais da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Carlos Alberto Fernandes Ramos, o PL do Ato Médico assegura os direitos dos pacientes a um parecer médico que seja seguro. “O diagnóstico pode definir a vida de um paciente e não pode ser retirado das mãos dos médicos. Esse trabalho gera laudos que orientam tratamentos, estabelecem prognósticos e também são indispensáveis às campanhas de saúde pública e ações preventivas”, explica o patologista.
Ele afirma ainda que o ato médico não ameaça as prerrogativas legalmente instituídas das outras treze profissões da saúde. No âmbito do SUS, deve haver mudanças da rede pública de saúde, e a presença de médicos será obrigatória nas equipes, porque apenas o médico pode fazer o primeiro diagnóstico e a prescrição dos respectivos medicamentos.
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Médico brasileiro para áreas remotas será priorizado, diz Dilma
O Governo Federal vai atrair médicos para o interior e periferias entre outras regiões carentes de profissionais. Em reunião com ministros, governadores e prefeitos de capitais nesta segunda-feira (25), em Brasília, a presidenta Dilma Rousseff disse que os municípios devem incentivar a ida de médicos para as áreas remotas, dando prioridade aos profissionais do Brasil. Os médicos formados fora do País atuariam exclusivamente na rede pública de saúde e apenas nas cidades em que não houve interesse dos brasileiros. Segundo a presidenta, a saúde do cidadão deve prevalecer sobre quaisquer outros interesses.
“Quero propor acelerar os investimento já contratados em hospitais, UPAs e Unidades Básicas de Saúde. Ampliar também a adesão dos hospitais filantrópicos ao programa que troca dívidas por mais atendimento e incentivar a ida de médicos para as cidades que mais precisam e as regiões que mais precisam”, afirmou a presidenta.
“Sabemos mais que ninguém que não vamos melhorar a saúde pública apenas com a contratação de médicos brasileiros e estrangeiros. Por isso, vamos tomar juntamente com os senhores uma série de medicas para melhorar as condições físicas da rede de atendimento e todo o ambiente de trabalho dos atuais e futuros profissionais”, acrescentou a presidenta Dilma.
O governo estuda o formato do processo de seleção dos estrangeiros para preencherem as vagas restantes. Segundo a Dilma, está certo que um dos critérios será a qualidade da formação, ou seja, só serão aceitos profissionais cujos diplomas são reconhecidos no País de origem. O Brasil não será o primeiro país a buscar médicos de fora para enfrentar a dificuldade de contratação no interior. Enquanto no Brasil 1,7% dos médicos são estrangeiros, no Reino Unidos esse índice é 37%.
“Sobre a vinda de médicos estrangeiros, sei que vamos enfrentar um bom debate democrático. De início, gostaria de dizer à classe médica brasileira que não se trata, nem de longe, de uma medida hostil ou desrespeitosa aos nossos profissionais. Trata-se de uma ação emergencial, localizada, tendo em vista a grande dificuldade que estamos enfrentando para encontrar médicos, em número suficiente ou com disposição para trabalhar nas áreas mais remotas do país ou nas zonas mais pobres das nossas grandes cidades”, disse a presidenta Dilma.
FORMAÇÃO DE MÉDICOS – Ela ressaltou ainda que a prioridade do Governo Federal é a formação do médico brasileiro. Segundo ela, o governo está elaborando o maior programa da história de ampliação de vagas em formação de medicina, com previsão de 11.947 novas vagas de graduação e 12 mil de residência. “Vamos continuar investindo na formação dos nossos médicos, com ampliação de vagas de graduação e de residência”, disse e, em seguida, acrescentou: “sempre ofereceremos aos médicos brasileiros as vagas disponíveis, mas não podemos esperar por eles”.
A atração de médicos às regiões mais carentes é uma das ações do programa que está sendo elaborado pelo governo para suprir a falta de profissionais no Brasil e melhorar os serviços de saúde. Além da seleção de profissionais, a iniciativa prevê a expansão das vagas de medicina no País, principalmente nas áreas onde há poucas instituições; o aumento da oferta de residência médica, com foco nas áreas prioritárias da rede pública; e a melhoria da infraestrutura do Sistema Único de Saúde (SUS), para oferta de serviços de qualidade e melhor condições de trabalho.
“O foco do Ministério da Saúde é o médico brasileiro, a valorização dos profissionais formados no País. Nosso maior investimento é na oferta de graduação, residência e melhoria das condições de trabalho. Sabemos, no entanto, que essas são medidas de longo prazo. Para atender a necessidade hoje, vamos trazer também profissionais de fora. Muitos países fizeram isso para enfrentar a dificuldade de levar médicos ao interior e tiveram sucesso nessa iniciativa”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que diz haver um importante esforço do governo federal na infraestrutura do Sistema Único de Saúde (SUS).
INFRAESTRUTURA – Nos últimos dois anos, o investimento destinado aos serviços de saúde da rede pública chegou a R$ 7,1 bilhões. Foram investidos R$ 2,1 bilhões para reforma, ampliação e construção de 14.671 Unidades Básicas de Saúde. Para essas unidades, estão sendo adquiridos 4.991 equipamentos, correspondente ao montante de R$ 415 milhões.
O governo federal também está financiando os serviços de urgência e emergência. Ao todo, 818 hospitais estão em obras, com aplicação de R$ 3,2 bilhões, incluindo a compra de 2.459 equipamentos. Para as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), o Ministério da Saúde está disponibilizando R$ 1,8 bilhão para a realização de obras de 877 estabelecimentos.
DIAGNÓSTICO – O Brasil tem 1,8 médico para cada mil brasileiros, índice abaixo de outros latino-americanos como Argentina (3,2) e México (2). Para igualar-se à média de 2,7 médicos por mil habitantes registrada no Reino Unido, que também possui um sistema de saúde público de caráter universal, o Brasil, segundo o Ministério, precisaria ter hoje mais 168.424 médicos.
“Para suprir essa carência, o governo desenvolve diversas ações, como a concessão de desconto na dívida do Fies para o médico que atuar na atenção básica de municípios prioritários, e o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), que atrai médicos para áreas com carência desses profissionais com a oferta de bolsa federal no valor de R$ 8 mil, curso de pós-graduação em saúde da família e, após um ano, bônus de 10% nas provas de residência”, afirmou o Ministério em comunicado.
Em todo o Brasil, 55% dos municípios que solicitaram médicos pelo Provab não conseguiram profissionais. Dos 2.867 municípios que pediram profissionais, 1.581 municípios não atraíram nenhum. Com isso, apenas 29% da demanda nacional por 13 mil médicos foi atendida: 3.710 participantes foram para 1.307 municípios brasileiros.
Fonte: Com informações da Agência Saúde
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Governo ampliará vagas para médicos residentes
Ampliar o número de médicos e outros profissionais de saúde no país e qualificar sua formação: estes são os objetivos de um plano lançado nesta terça-feira (25) pelo Governo Federal. O intuito é aumentar a quantidade de especialistas em áreas prioritárias e zerar o déficit da residência em relação ao número de formandos em medicina. Para tal serão criadas 12 mil vagas até o fim de 2017, sendo quatro mil nos próximos dois anos.
“O Ministério da Saúde e o Ministério da Educação mapearam cada cidade do País com serviços credenciados ao SUS e se certificaram que existe estrutura para abrir 12 mil novas vagas, oferecendo oportunidade a todos os médicos que estão se formando”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Serão abertas vagas nas instituições de ensino superior sem fins lucrativos, além das universidades públicas. Os hospitais passarão a receber incentivo de R$ 100 milhões por ano para expandir a oferta.
Segundo o próprio MS, atualmente há 0,73 vaga em residência para cada formando em medicina. São 11.468 vagas para 15 mil formandos.
Segundo o Ministério da Saúde, as medidas na área de saúde já são reflexo dos cinco pactos nacionais anunciados pela presidente Dilma Rousseff na segunda-feira (24). “Se quisermos ter um sistema universal de saúde que garanta amplo acesso precisamos de mais e melhores hospitais, de orçamento crescente para a saúde para contratação de profissionais e insumos, e precisamos de mais médicos, porque não se faz saúde sem médico”, disse.
Residência
O ministro disse que deve custear bolsas de R$ 2.350 aos estudantes de medicina por meio do Programa Nacional de Apoio à Formação de Médicos Especialistas em Áreas Estratégicas (Pro-Residência). Será priorizada a criação de vagas nas especialidades com maior déficit no País, incluindo pediatria, psiquiatria, neurologia, radiologia e neurocirurgia. As novas vagas estarão abertas aos municípios ou regiões com mais de 50 mil habitantes, mínimo de 100 leitos hospitalares e 5 leitos por residente.
As medidas serão acompanhadas de um incentivo anual de R$ 100 milhões em hospitais e unidades de saúde que expandirem programas de residência. Serão repassados R$ 200 mil por hospital pra aplicação em reforma e adequação de espaços e aquisição de material permanente (biblioteca, sala de estudo, entre outros) e entre R$ 3 mil a R$ 8 mil por mês (dependendo da região do país) por vaga criada, durante um ano para cada hospital que ampliar pelo menos 5 vagas de residência. Além disso, serão repassados recursos adicionais no valor de R$ 1 mil para unidades com mais de três programas de residência diferentes ou com modelo focado numa das redes do SUS: Viver sem Limites (pessoa com deficiência), Rede do Câncer, Rede Cegonha, SOS Emergência, Crack é Possível Vencer e Saúde Indígena.
As regiões com maior incentivo serão Norte, Nordente e Centro-Oeste, que receberão R$ 7 mil por vaga criada. O Sul receberá R$ 5 mil e o Sudeste R$ 3 mil. As instituições públicas estaduais e municipais e hospitais privados sem fins lucrativos interessados nas novas vagas poderão se inscrever entre 1 de julho a 30 de setembro no site www.saude.gov.br/sigresidencia/edital2013.
O Ministério da Saúde também vai ampliar o investimento na qualificação da formação dos estudantes de medicina na graduação. Estão previstos R$ 41,9 milhões na criação de novas bolsas para o Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET-Saúde), que promove atividades práticas com graduandos junto à comunidade e em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Serão beneficiados com 3.456 estudantes. Ao todo, são investidos R$ 172 milhões por ano em todas as modalidades do PET-Saúde, que conta com 10.028 estudantes, 4.692 profissionais de serviço e 901 tutores.
Enfermeiros e dentistas também serão contemplados com novos incentivos. Até 2015, o MS vai abrir mil novas vagas de residência multiprofissional, direcionada para todas as áreas da saúde além da medicina.
Provab
Outra medida é o lançamento, em julho, do edital do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab) voltado para enfermeiros e dentistas, que devem atuar em municípios onde já trabalham médicos do Provab. Serão abertas vagas para 1.500 profissionais, 1.000 mil enfermeiros e 500 dentistas. Além de bolsa, eles terão acesso a um curso a distância de especialização com foco na Atenção Básica com duração de 12 meses.
Os enfermeiros serão direcionados para o Programa Saúde na Escola em capitais, regiões metropolitanas e municípios com população superior a 100 mil habitantes. Os dentistas, por sua vez, serão alocados no Brasil Sorridente, em municípios com população rural e pobreza intermediária ou elevada.
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Acreditação não deve ser apenas um selo, advertem gestores
Se a obtenção das acreditações já é um desafio considerável para as instituições hospitalares, mantê-las também não é das tarefas mais fáceis. No entanto, se o processo é desde o início orientado para a melhoria dos processos assistenciais ao paciente, e não simplesmente à conquista de um selo, o processo de “pós-acreditação” pode ser facilitado. Essa é uma das conclusões do IT Mídia Debate realizado nesta terça-feira (25) sobre os desafios do pós-acreditação, que reuniu o presidente do Hospital São Lucas de Ribeirão Preto (SP), Pedro Palocci; o diretor adjunto de prática assistenciais da Rede São Camilo, Marcelo Sartori; e o superintendente médico-assistencial do Sistema de Saúde Mãe de Deus (SSMD), Fábio Leite Gastal, além de plateia composta por gestores do setor.
“O mais importante no pós-acreditação começa no início da busca pela acreditação. Ela nada mais é que uma ferramenta de melhoria para processos. Neste momento você começa a instituir a política e a cultura de melhoria do atendimento ao paciente”, ponderou Sartori. “Não adianta só querer ter a acreditação em um espaço curto de tempo e não manter os processos. Ela apenas certifica o que foi feito e as melhorias conquistadas.”
Para Gastal, o ponto fundamental é a criação de uma cultura de avaliação contínua dos processos e da qualidade do atendimento. Assim, o papel dos gestores das instituições é manter as equipes desafiadas propondo novos objetivos. Acreditações internacionais podem estar entre eles, mas a ONA já representa uma “grande oportunidade para que todas as organizações do Brasil possam entrar neste processo que não tem fim, e mesmo as entidades certificadoras estarão sempre colocando a trave para cima, aumentando as exigências, resultando em um processo de melhoria e educação contínua”, diz o executivo.
Palocci diz que as instituições brasileiras precisam caminhar para o aumento da qualidade assistencial. “Nós ainda somos muito incompetentes na relação com o paciente”, disse Palocci. “A ONA é a grande oportunidade para todos hospitais brasileiros ingressarem no processo de acreditação. Qualidade assistencial tem um custo. Para 90% das instituições o caminho mais adequado seria esse.”
Apesar da percepção inicial do mercado de que uma acreditação representa apenas um aumento nos custos de atendimento do hospital, Pedro Palocci disse que o selo já é entendido como um incremento da qualidade e dos resultados oferecidos aos pacientes. Após um momento de crise, mesmo as operadoras de planos de saúde reajustaram suas tabelas de remuneração utilizando as acreditações como diferencial na hora de oferecer produtos.
“A precificação por qualidade foi incluída na tabela, de acordo com a certificação possuída pelo hospital, e o processo entendido como aumento de qualidade”, explica o gestor do hospital de Ribeirão Preto. “Indicadores foram fundamentais: taxa de reinternação, de complicações operatórias, de recuperação em cirurgias cardíacas etc. Todos os indicadores estratégicos assistências se transformaram em benefício para nós.”
Os indicadores, aliás, foram ressaltados pelos debatedores como componentes importantes para a melhoria de processos estratégicos de gestão, de modo que todo dado realmente importante gere alguma ação de melhoria. Ferramentas de Business Intelligence (BI) e outras metodologias de gestão de dados corporativos são aliados importantes.
Outro ponto abordado é a relevância da formação continuada, uma das metas do processo de acreditação. “O processo de educação é importante, pois não temos como substituir nossos funcionários por robôs, como faz a indústria automobilística”, ponderou Gastal. “A grande vantagem da acreditação como processo cultural é que ela funciona como um ‘esperanto’ organizacional, criando um idioma comum que facilita a comunicação entre os diferentes profissionais da instituição. Uma das questões mais críticas para segurança do paciente é justamente a comunicação.”
Fee for service
Uma das críticas colocadas por parte dos executivos foi o modelo de remuneração por serviços de saúde praticado pelas operadoras brasileiras, o pagamento por serviço (fee for service), que segundo Gastal “só se mantem no Brasil, embora até o SUS já o tenha superado”. Entre outros adjetivos, o sistema de compra de serviços de saúde no Brasil foi classificado como “perverso” e “um estímulo a não-qualidade”.
Segundo Gastal, entre 15% e 20% dos gastos de saúde do Brasil são custos administrativos que não agregam valor ao paciente. “Hoje o problema da saúde no Brasil é essencialmente de gestão. Não há alternativa, mas um conjunto de alternativas”, disse.
Palocci defendeu que a remuneração por serviços no Brasil seja um mix de modelos que busque independência do fee for service. “Precisamos mudar a lógica disso, dos 90% atuais para o fee for service para não mais de 10% ou 12%”.
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Planos coletivos crescem menos em 2012
Apesar de manter-se em crescimento, a taxa de variação de beneficiários de planos coletivos de saúde cresceu ‘apenas’ 4,61% no último trimestre de 2012, ante os 6,86% registrados no ano anterior. O movimento acompanha a queda do PIB do País, que subiu apenas 0,87% no ano passado. É o que revela a quinta edição do estudo FOCO – Saúde Suplementar, divulgado na semana passada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O número de beneficiários em planos de assistência médica das cooperativas mais que dobrou (+103,5%). As demais modalidades (com exceção das autogestões, que permaneceram estáveis) cresceram cerca de 40%. Pela primeira vez desde o início do estudo as cooperativas médicas ocupam o topo do ranking, com participação de 36,6%, enquanto as medicinas de grupo caíram para 36,3%.
Cerca de 47,9 milhões de beneficiários estavam vinculados a planos de assistência médica no fim de 2012, cerca de 970 mil a mais que em dezembro de 2011. O número de beneficiários cresceu 2,1%, o menor crescimento desde 2003.
Entre as cerca de 755 mil empresas brasileiras contratantes de planos coletivos de assistência à saúde, 68% (515 mil) contratam apenas plano de assistência médica, enquanto outras 9% (69 mil) contratam planos exclusivamente odontológicos..
A expansão do mercado formal de trabalho é considerado um fator importante para a contratação de um plano privado de saúde. Em todos os setores de atividade, o percentual de cobertura por planos de assistência médica é superior à média do País (24,7%).
Os setores com maiores coberturas são o de transportes e comunicações (53,1%) e indústria (42,3%). Este último também é o setor com maior número de beneficiários, responsável pela contratação do plano de 26,9% do total em planos coletivos.
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Cebrom amplia instalações e serviços para o tratamento de câncer
O Centro Brasileiro de Radioterapia, Oncologia e Mastologia (Cebrom) está completando 15 anos e ampliando suas instalações, os serviços de radioterapia, quimioterapia e imagem e o atendimento a crianças com a inauguração do Cebrom Kids
O Centro Brasileiro de Radioterapia, Oncologia e Mastologia (Cebrom), unidade de saúde especializada no tratamento de pacientes com câncer, completa 15 anos em 2013 e vai celebrar a data com a inauguração de suas novas instalações e a ampliação dos serviços, com a implantação do Cebrom Kids, especializado no atendimento a crianças. A inauguração do novo serviço e da ampliação da unidade 1 do Cebrom, localizada na 5ª Avenida, número 180, no Setor Leste Universitário, em Goiânia, será na próxima quinta-feira, 27 de junho, às 19 horas.
Com a ampliação, o prédio da unidade 1 do Cebrom passa a contar com cerca de 5 mil metros quadrados de área construída, que vão abrigar novos e amplos consultórios médicos, modernos espaços para quimioterapia, radiologia e radioterapia e um amplo estacionamento privativo. Uma nova estrutura que proporcionará aos pacientes e a seus acompanhantes maior comodidade, conforto, segurança no tratamento e facilidade de acesso à unidade.
No Cebrom Kids, as crianças vão encontrar uma equipe multiprofissional pronta para o atendimento a pequenos pacientes e um espaço físico adequado e especialmente decorado para recebê-las. E mais: o serviço conta com equipamentos especializados para o tratamento infantil e a realização de procedimentos, como quimioterapia.
O corpo clínico da unidade 1 do Cebrom também será reforçado com mais médicos integrando a equipe multiprofissional formada por médicos especialistas em áreas, como oncologia, hematologia, angiologia, cirurgia plástica, dermatologia, mastologia, ortopedia e traumatologia, cabeça e pescoço, cirurgia oncológica, radiologia, radioterapia, além de fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas, odontólogos e psicólogos.
Novos equipamentos de radioterapia proporcionam maior segurança e precisão no tratamento
Nas novas instalações da clínica, os pacientes adultos e crianças também vão contar com uma infraestrutura e equipamentos de alta tecnologia para o tratamento radioterápico, que equiparam os serviços prestados pelo Cebrom ao encontrado nos principais centros mundiais considerados uma referência no tratamento do câncer.
Entre as novas tecnologias de radioterapia encontrados no Cebrom estão o IMRT (Radioterapia por Intensidade Modulada do Feixe), que permite a administração de altas doses de radiação nos tumores, com redução dos efeitos colaterais e maior e melhor preservação dos tecidos sadios; e o IGRT (Radioterapia Guiada por Imagem), indicado em tratamentos que requerem extrema precisão e que oferece maior segurança ao paciente no tratamento de tumores em áreas em constante movimento, como em casos de câncer no pulmão, cabeça e pescoço e próstata.
Mais de 1 milhão de atendimentos
Fundado em 1998, o Cebrom recebe pacientes de Goiânia, do interior e de Estados vizinhos e atende a vários convênios. Ao longo desses 15 anos, o Cebrom, que conta também com uma unidade de radioterapia no Setor Bueno – Rua T-55, número 673 -, já realizou cerca de 500 mil consultas e mais de um milhão de procedimentos, tendo se consolidado com uma das principais referências no tratamento de câncer em Goiás.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação