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DESTAQUES
Número de homens com plano de saúde cresce e atinge 47% do total de vínculos no país
Hospital Sírio-Libanês inaugura laboratório de ponta rumo à medicina personalizada
Exclusivo: dívida da Prefeitura de Goiânia com hospitais ultrapassa R$ 250 milhões, aponta MP
Após reunião com secretários, Mabel diz que trabalha para a abertura de 30 novos leitos de UTI de imediato
Prefeito eleito, Mabel anuncia 20 novas vagas de UTI para Goiânia
MEDICINA S/A
Número de homens com plano de saúde cresce e atinge 47% do total de vínculos no país
As adesões de homens a planos médico-hospitalares apresentaram crescimento expressivo (9,7%) entre 2020 e 2024 (média dos três primeiros trimestres) – passaram de 22 milhões para 24,1 milhões, marca histórica recorde. O número representa 47% do volume total de vínculos no País (51,1 milhões), aponta Análise Especial da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB) nº 99, desenvolvida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
A nova marca demonstra a preocupação do público masculino com a saúde, já que supera o indicador anterior, de 2014, quando havia 23,6 milhões de beneficiários assistidos. Lembrando que a divulgação dos novos dados acontece dentro da campanha “Novembro Azul”, voltada à conscientização sobre a saúde do homem, com foco especial na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata.
De modo geral, entre 2014 e 2020, o setor de saúde suplementar passou por um período desafiador, no qual apresentou redução de 6,2% no número total de contratos, refletindo os efeitos da crise econômica enfrentada pelo Brasil. Essa queda foi mais acentuada, inclusive, entre os homens (6,7%) em comparação com as mulheres (5,8%).
Para José Cechin, superintendente executivo do IESS, o crescimento de adesões a planos de médico-hospitalares demonstra uma recuperação no setor de saúde suplementar após um período longo de retração. “Mesmo diante dos desafios enfrentados com a pandemia de Covid-19, o cenário ficou mais favorável a partir de 2020. Especialmente nos contratos dos homens, indica que esse público está mais preocupado, dando mais atenção e cuidando melhor da saúde”, explica.
Distribuição de beneficiários por região
De acordo com a análise, do total de beneficiários do sexo masculino (24,1 milhões), levando em conta a média dos três primeiros trimestres de 2024, a maior parte (59,8%) é composta por moradores da região Sudeste. São Paulo agrega o maior número de vínculos (8,5 milhões), seguido por Minas Gerais (2,8 milhões), Rio de Janeiro (2,5 milhões) e Espírito Santo (651 mil).
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SAÚDE BUSINESS
Hospital Sírio-Libanês inaugura laboratório de ponta rumo à medicina personalizada
Neste mês, o Hospital Sírio-Libanês inaugurou o novo laboratório de análises clínicas, batizado de Superlab. A instituição encerrou a parceria com o Fleury e decidiu apostar em um laboratório próprio. O novo espaço é parte de um plano de expansão, que inclui a inauguração de uma nova unidade no Morumbi, em 2025, e o objetivo de dobrar a estrutura do hospital até 2030.
O laboratório começou a operar há três semanas e realizou mais de 300 mil exames. A capacidade total de processamento chega ao em torno de 450 mil e 500 mil exames mensais. Com 1.100 metros quadrados de área construída e tecnologia de ponta, a estrutura exigiu um investimento na ordem de R$ 70 milhões, incluindo equipamentos de última geração de parceiros estratégicos, como Roche Diagnóstica, BD, bioMérieux, Abbott e Euroimmun. Além disso, foram contratados 80 novos profissionais de saúde para compor a equipe.
Construído de forma ágil e intensa ao longo de um ano e meio, o Superlab é apresentado como o mais moderno da América Latina. Nasce com a promessa de transformar a experiência do paciente, otimizar o diagnóstico médico e reforçar o protagonismo do Hospital Sírio-Libanês na medicina personalizada.
Diferenciais do novo laboratório
“Esse laboratório foi projetado do zero, com uma infraestrutura completamente nova e voltada para a eficiência e qualidade. Hoje, ele é o mais avançado em funcionamento no Brasil”, afirma César Nomura, diretor de Medicina Diagnóstica do hospital.
Entre as novidades, destacam-se linhas de automação exclusivas para casos de urgência e emergência, conectadas diretamente ao pronto-socorro e ao centro cirúrgico por tubos pneumáticos. Isso permite que as amostras cheguem ao laboratório em até 10 segundos, reduzindo drasticamente o tempo de resposta.
“O resultado de exames simples, como hemogramas, pode sair em menos de 20 minutos, o que é crucial em situações críticas, como no tratamento oncológico”, explica Nomura. O sistema também conta com uma capacidade automatizada de armazenamento de 27 mil tubos, que possibilita a realização de novos exames sem a necessidade de coleta adicional, o que otimiza a experiência do paciente.
O laboratório também conta com tecnologias, como a inteligência artificial, para triagem automatizada de amostras, capaz de identificar alterações e acionar exames confirmatórios de forma autônoma. A análise é finalizada pelo biomédico especialista com maior assertividade e segurança técnica.
“Diminui retrabalho e melhora a segurança do paciente, permitindo maior agilidade nos diagnósticos”, destaca o diretor.
Interoperabilidade
O Superlab não apenas moderniza o diagnóstico, mas também é mais um passo na intraoperabilidade. A gestão integrada de informações dos pacientes já implementada pela instituição é essencial para o futuro da interoperabilidade em saúde no Brasil de acordo com Nomura.
“Independentemente da unidade onde o paciente seja atendido, todos os dados ficam integrados no sistema. Isso elimina lacunas na jornada de cuidado e oferece uma visão completa da saúde do paciente, conectando exames laboratoriais, radiológicos e outras informações clínicas em uma única plataforma”, explica o diretor.
Essa abordagem não apenas fortalece a experiência do paciente, mas também abre novas possibilidades para a pesquisa e a ciência. “Com a integração dos dados, podemos cruzar informações, como exames de sangue e ultrassons, permitindo análises mais profundas. Isso contribui para a identificação de riscos, desenvolvimento de estudos populacionais e, no futuro, alertas personalizados para médicos e pacientes”, destaca Nomura.
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JORNAL OPÇÃO
Exclusivo: dívida da Prefeitura de Goiânia com hospitais ultrapassa R$ 250 milhões, aponta MP
Valor apurado, no entanto, pode ser ainda maior, tendo em vista novos atrasos nos pagamentos às unidades hospitalares
A dívida da Prefeitura de Goiânia com os hospitais particulares e filantrópicos ultrapassa os R$ 250 milhões, aponta levantamento do Ministério Público de Goiás (MPGO). O levantamento, feito em maio por meio de uma ação civil pública que obrigou o município a quitar os débitos, identificou ainda o fechamento de leitos de Unidades de Tratamento Intenso (UTI) e enfermaria na cidade. Coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Saúde do MPGO, Marlene Nunes, disse ao Jornal Opção que o volume total da dívida só será conhecido através de uma auditoria nas contas da Prefeitura de Goiânia.
O Jornal Opção entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) sobre a questão, mas até o fechamento desta reportagem, a demanda ainda não havia sido respondida. O espaço segue aberto.
Conforme Marlene Nunes, o MP apurou “que muitas pessoas estavam permanecendo em UPAs e Cais por um tempo muito elevado à espera de um leito hospitalar”. Ela conta que foram instaurados procedimentos e inspeções que detectaram o rompimento de contrato de prestadores de serviço com a Prefeitura de Goiânia, a exemplo do Hospital Ortopédico e o Hospital da Criança, “por falta de pagamento”.
Prosseguimos nas apurações e vimos que havia hospitais dispostos a receber pacientes, mas a Secretaria [Municipal de Saúde] não estava pagando. O que apuramos é que todo esse imbróglio é problema de acerto, problema de pagamento
Encolhimento dos leitos
A promotora do MP relata que o acúmulo de dívidas e a quebra de contrato dos hospitais “gerou um encolhimento da oferta de leitos de UTI na Capital“. A instituição chegou a conseguir decisão liminar favorável que obrigou a Prefeitura a quitar o montante, mas o Paço recorreu da decisão e conseguiu suspender a liminar por um período. “Fizemos com que a liminar fosse reestabelecida e estamos na fase de cumprimento da decisão”, revela Nunes.
Além do encolhimento do número de leitos de UTI, o Ministério Público também identificou que o número de leitos de enfermaria teve encolhimento de igual modo. “É curioso que muitos leitos não estão sendo ocupados, mas eles estão habilitados no SUS. Por que eles não estão sendo ocupados? Porque o Município não está pagando o prestador e não encaminha o paciente”, explica.
Dívidas
Em junho deste ano, o responsável técnico do Hospital Gastro Salustiano informou a existência de um débito da SMS referente ao custeio de diárias de UTI adulto tipo II e enfermaria destinada a pacientes com Covid-19 no período de maio a junho de 2022. O valor total, segundo a ação civil pública, é de R$ 203,1 milhões.
Foi apurado ainda “a existência de dívidas com praticamente todas as unidades contratualizadas”, diz o documento. Na Santa Casa, a dívida chega a cerca de R$ 18 milhões, no Hospital Jacob Facuri seriam R$ 20 milhões; Araújo Jorge, R$ 34 milhões; Hospital Ortopédico. R$ 1 milhão; São Judas Tadeus, R$ 6 milhões, além de um total momentâneo de cerca de R$ 102 milhões que não teriam sido repassados para as unidades com contrato, embora os repasses tenham sido encaminhados pelo Ministério da Saúde.
Em outubro, o secretário municipal de saúde de Goiânia, Wilson Pollara, disse ao Jornal Opção que chegou ao comando da pasta com uma dívida de mais de R$ 260 milhões, mas que teria conseguido quitar aproximadamente 70%. A informação é contestada por diretores médicos e sindicatos, que apontam o atraso de salário de médicos e de pagamentos referentes aos atendimentos, inclusive de verbas carimbadas do MS.
Pollara voltou a repetir o discurso de que quitou parte dos débitos com os prestadores de saúde, no entanto, não soube especificar qual seria o valor atualizado da dívida. “Quando assumi a pasta peguei R$ 265 milhões em dívidas. Hoje esse número é bem menor mas não consigo especificá-lo”, disse.
Habilitação de 20 leitos em 10 dias
O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), se reuniu na tarde desta segunda-feira, 25, com os secretários estadual e municipal de Saúde, Rasível Santos e Wilson Pollara, para tratar da crise de falta de UTIs em Goiânia.
Mabel afirmou que 20 leitos de UTI devem ser habilitados, de forma imediata, para atender a demanda na saúde da Capital. “Estamos agindo em três frentes, gestão atual, próxima gestão e gestão estadual para suprir a necessidade da capital. Isso significa a abertura imediata de 20 leitos e nos próximos dez dias novos leitos deverão ser abertos diariamente. O número de leito a serem abertos imediatamente pode subir para 30, caso a Santa Casa abra mais 10 leitos e, caso necessário, teremos como abrir até 40 leitos”, explicou durante coletiva.
Redução dos leitos provocou quatro mortes
À espera por leitos de UTI na Capital, ao menos quatro pacientes pereceram na fila da saúde em Goiânia. O técnico de informática, Luiz Felipe, 30 anos, morreu no último sábado, 23, enquanto aguardava vaga no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), único hospital que tratava da doença do paciente.
Severino Ramos Vasconcelos Santos, 63, aguardava a transferência para a unidade de tratamento intensivo após uma fratura no fêmur após uma queda. Ele havia sido internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Itaipu em 18 de novembro, mas o quadro do paciente se agravou, apresentando esforço respiratório, rebaixamento do nível de consciência, hipoglicemia, hipotensão arterial e episódios febris.
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) chegou a impor que o município de Goiânia encontrasse uma vaga em caráter de urgência ou arcasse com os custos do leito na rede privada. A vaga não foi encontrada e o paciente morreu cinco dias após ser internado na UPA.
Katiane de Araújo Silva, 36, foi diagnosticada com dengue hemorrágica e morreu na fila de esperava por uma vaga de UTI na Capital. Ela foi internada no dia 19 de novembro e veio a óbito no dia 22 após apresentar sintomas mais graves. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o caso está sendo investigado pelo Serviço de Verificação de Óbitos (SVO).
Janaína de Jesus, 29 anos, deu entrada com dengue hemorrágica na UPA do Jardim Itaipu. Ela morreu três dias após ser internada, enquanto aguardava transferência para a UTI. O prontuário da jovem também indicava falecimento por dengue hemorrágica, mas a nota da SMS diz que “conforme laudo médico, Janaína de Jesus faleceu em decorrência de complicações causadas pela diabetes Mellitus”.
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Após reunião com secretários, Mabel diz que trabalha para a abertura de 30 novos leitos de UTI de imediato
Nos últimos dias, ao menos quatro pessoas morreram aguardando leitos de Terapia Intensiva na capital
O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), se reuniu na tarde desta segunda-feira, 25, com os secretários estadual e municipal de Saúde, Rasível Santos e Wilson Pollara, para tratar da crise de falta de UTIs em Goiânia. Nos últimos dias, ao menos quatro pessoas morreram aguardando leitos de Terapia Intensiva na capital.
Em coletiva de imprensa, Mabel afirmou que a principio a intenção é a abrir de forma imediata ao menos 20 leitos de UTI na capital. “Estamos agindo em três frentes, gestão atual, próxima gestão e gestão estadual para suprir a necessidade da capital. Isso significa a abertura imediata de 20 leitos e nos próximos dez dias novos leitos deverão ser abertos diariamente. O número de leito a serem abertos imediatamente pode subir para 30, caso a Santa Casa abra mais 10 leitos e, caso necessário, teremos como abrir até 40 leitos”, explicou.
De acordo com o prefeito eleito, ainda não se tem certeza da dimensão do rombo financeiro na Saúde da capital. Porém, a equipe de transição já trabalha para garantir o pagamento de fornecedores para manter o funcionamento de hospitais, Cais e UPAs de Goiânia. “A partir de primeiro de janeiro, mesmo o que for faturado em dezembro, será pago pela Prefeitura com ajuda do Estado. Os fornecedores poderão voltar a trabalhar dentro de uma normalidade. Estamos combinando contratos para que, caso seja preciso, haja uma redução de preço do serviço para que possamos vencer o caos. O rombo financeiro estamos averiguando para tentar ver condições de pagar”, disse.
Outra forma de diminuir a demanda por UTIs, segundo Mabel, é aumentar a atenção à Saúde básica na capital. “Vamos contratar equipes de saúde da família e colocar para funcionar. Vamos rastrear todo mundo que precisa de atenção básica antes que o problema cresça a ponto de esses pacientes precisem de UTI. Isso é uma gestão que tem que ser feita. Muitas vezes a pessoa tem pico de pressão que pode chegar em um AVC e essa pessoa terá que ocupar um leito de UTI. Vamos monitorar tudo para que isso não aconteça”, continuou.
A crise
A reunião desta segunda-feira, 25, foi motivada pela falta de vagas de Unidade de Tratamento Intensivo nas unidades de saúde de Goiânia, o que tem levado à morte de pacientes na espera por leitos. Apesar disso, diversos outros setores da pasta acusam crise.
A Saúde em Goiânia já vem sendo alvo de críticas da imprensa há meses. Poucas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) rodando na capital, anestesistas em greve devido às condições de trabalho e atrasos nos repasses para as principais maternidades de Goiânia são algumas das polêmicas envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e seu titular, Wilson Pollara.
Agora, a situação se agrava já que, na última semana, pacientes começaram a morrer na espera por vagas na UTI, apesar de, em alguns casos, já existir decisão judicial determinando que o poder público encontrasse alternativa no Sistema Único de Saúde (SUS) ou que arcasse com os gastos do leito na rede privada.
Segundo o secretário Estadual de Saúde, Rasível Santos, a crise foi causada por “falta de credibilidade”. “Quando começamos a ter esses problemas acabamos inflacionando o mercado e o leito acaba ficando mais caro. Às vezes, o hospital acaba tendo mais dificuldade para gerar leitos e, outro problema que agrava, é a falta de medicamentos na atenção primária. Isso faz com que a doença agrave e aumente o tempo de permanência de pacientes nas UTI’s”, explicou.
“Vamos sanar esses problemas de credibilidade com a ajuda do Governo de Goiás. O governador Ronaldo Caiado tem a credibilidade de nunca atrasar pagamentos e não fazer nenhum compromisso que o governo não possa cumprir. Traremos essa credibilidade para a Saúde de Goiânia junto ao próximo prefeito”, continuou.
A “falta de credibilidade” citada por Rasível já havia sido mencionado pelo secretário Municipal de Saúde, Wilson Pollara. Durante sua fala no início da reunião, Pollara afirmou que a a “Prefeitura está sem credibilidade financeira” como uma das justificativas para o colapso notado na questão das UTIs na cidade.
Pollara também destacou como “honrosa” a postura do prefeito eleito, Sandro Mabel, que se comprometeu a buscar soluções antes mesmo de assumir o cargo oficialmente em 2025. “É uma atitude de muita honra e demonstra preocupação genuína com a população de Goiânia. Assumir essa responsabilidade 35 dias antes da posse é algo digno de reconhecimento”, disse.
Em nota enviada ao Jornal Opção, a SES-GO afirmou que a responsabilidade “pela gestão dos leitos municipais e conveniados” é do município e que a falta de leitos não é do Estado, que tenta suprir como pode a carência da capital e, por isso, acaba se sobrecarregando. “A falta de leitos em Goiânia resulta na sobrecarga da regulação estadual, quando as solicitações extrapolam a capacidade municipal”, afirmam.
De 2018 para cá, a SES-GO cumpriu com sua função de aumentar o número de leitos disponíveis em UTI, diferentemente da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). “A rede estadual de saúde disponibilizava, em 2018, 212 leitos de UTI Adulto e, em 2024, são 575, com a ampliação de 171% por parte do Estado”, explicam.
Porém, dados apresentados por Rasível mostram a redução no número de leitos de UTI em Goiânia nos últimos anos. Em 2022, havia 186 leitos financiados pelo estado e município; em 2024, o número caiu para 118.
Rasível alertou sobre as consequências desse cenário: “A superlotação nos hospitais faz com que os pacientes fiquem internados e levem mais tempo, criando um ciclo vicioso de agravamento das condições de saúde”. Ele também ressaltou a necessidade de melhorar a gestão dos leitos existentes, reduzindo o tempo de permanência e ampliando o giro dos pacientes.
A crise na saúde de Goiânia não se limita à oferta de UTIs. Greves de anestesistas, falta de insumos e condições precárias de trabalho são apenas alguns dos sintomas de um sistema à beira do colapso. Sandro Mabel terá a missão de resgatar a confiança dos prestadores de serviços, renegociar dívidas e implementar melhorias que atendam à crescente demanda por serviços de saúde na capital.
Rasível dos Santos também destacou a necessidade de ações preventivas, como o fortalecimento da atenção primária para evitar agravamentos de casos que poderiam ser tratados antes de chegar às UTIs. “Estamos diante de uma demanda maior do que a capacidade do sistema, o que exige medidas estruturantes”, concluiu.
Rombo financeiro e frustração
O secretário Municipal de Saúde, Wilson Pollara, afirmou que não tem um número exato do tamanho do rombo financeiro da saúde da capital. Esse número, no entanto, teria caído nos últimos meses. “Quando assumi a pasta peguei R$ 265 milhões em dívidas. Hoje esse número é bem menor mas não consigo especificá-lo”, disse.
“Não me deram dinheiro para fazer o necessário, e não posso culpar o prefeito Rogério Cruz e nem a administração anterior. Os problemas começaram muito antes, inclusive, da gestão Rogério Cruz. Foram compromissos assumidos acima da capacidade de pagamento que se refletiram nas gestões seguintes, tanto na do Durval quanto na minha. Recebi um rombo grande na saúde e realmente fiquei frustrado com isso. Muita coisa deveria ser feita e não pôde ser”, completou.
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A REDAÇÃO
Prefeito eleito, Mabel anuncia 20 novas vagas de UTI para Goiânia
Depois de se reunir com o atual titular Secretaria de Estado da Saúde (SES), Rasível Santo, no domingo (24/11), o prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), começou a semana anunciando a contratação de 20 novos leitos de UTI para a capital. Segundo o futuro chefe do executivo, as vagas emergenciais serão abertas nos próximos 10 dias, e há a possibilidade da contratação de mais 40 leitos no curto prazo.
A notícia é uma resposta aos casos noticiados pela imprensa de, ao menos três, pacientes que estariam internados em unidades na rede municipal e que morreram enquanto aguardavam por leitos de Unidade de Terapia Intensiva.
No domingo (24/11), em vídeo publicado no Instagram, Mabel afirmou que havia conversado com o governador Ronaldo Caiado e recebido do chefe do Executivo estadual apoio para se comprometer financeiramente com o tema. “Vamos garantir pra esses hospitais que eles podem abrir as UTIs deles que Goiânia vai pagar. Mês de janeiro a gente começa a pagar. O que não podemos deixar é a situação ficar como está. Não podemos deixar gente morrer assim não”, disse.
Já nesta segunda-feira (25/11), Mabel disse que está trabalhando com urgência para salvar vidas. “A regulação estadual está empenhada em agilizar os encaminhamentos, e estamos garantindo o pagamento aos fornecedores para que os serviços sejam retomados com confiança”, afirmou o prefeito eleito.
O anúncio das novas vagas de UTI ocoreu depois de reunião entre Mabel, Rasível dos Reis, e o secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara. “Estamos renegociando contratos com hospitais e fornecedores para obter preços reduzidos e mais serviços com menos dinheiro. Garantimos que os pagamentos pendentes serão auditados e quitados. O apoio do governador Ronaldo Caiado será essencial para viabilizar os repasses e estabilizar o sistema”, explicou Sandro depois do encontro.
Mabel também anunciou que está em busca de recursos junto ao Ministério da Saúde e à bancada federal para equipar as unidades de saúde de Goiânia, desde postos de atendimento até hospitais. Ele destacou que os investimentos serão usados para adquirir medicamentos, modernizar estruturas e contratar profissionais. “Queremos um sistema de saúde que funcione plenamente. Vamos equipar nossas unidades, garantir a presença de profissionais capacitados e reabastecer os estoques de medicamentos. Nosso compromisso é entregar uma saúde digna para a população”, afirmou.
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Assessoria de Comunicação