Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 26 A 28/07/14

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES DE HOJE

• Medicina – Conselho critica novos cursos
• Hospital Santa Catarina vai fechar maternidade e UTI neonatal
• Saúde privada desagrada consumidor
• Dia Mundial de Combate às Hepatites: especialistas alertam sobre a doença
• Arte de cuidar da saúde
• Preconceito ou precaução
• Dengue afeta mais mulheres

O POPULAR

Medicina
Conselho critica novos cursos

Entidade classista diz que Brasil já tem bastante médico e que prefeituras devem investir em carreira
Andréia Bahia

O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) criticou a abertura de novas vagas e cursos de medicina no país em “carta à sociedade” publicada ontem na imprensa. Contrariando o que diz o governo federal, a entidade afirma que não faltam médicos no Brasil e que o Ministério da Educação (MEC) autoriza a criação de cursos de medicina de forma “indiscriminada” para “favorecer empresários do ensino e interesses eleitoreiros”. As críticas foram rebatidas pelo governo federal e por instituições de ensino.
O Cremego compara o numero de médicos do país, onde “temos dois médicos por mil habitantes”, à realidade dos Estados Unidos e Canadá, que contam com 0,44 e 0,52 profissionais, respectivamente, para a mesma quantidade de habitantes. A comparação é viável, afirma o presidente do Cremego, Erso Guimarães, pois se trata de dois países considerados referência em medicina de qualidade. “Outros países em desenvolvimento também se encontram na mesma situação”, diz o presidente sem citar quais.
O Ministério da Saúde tem outros termos para a mesma comparação. O Brasil, segundo o ministério, possui 1,8 médicos por mil habitantes, índice abaixo da média de países como Argentina (3,2), Uruguai (3,7), Portugal (3,9), Espanha (4), Reino Unido (2,7). Além disso, eles estão mal distribuídos no país: 22 estados não atingem a média nacional.
INTERIOR
Essa má distribuição, que o Cremego admite existir, não será resolvida com a criação de escolas de medicina fora dos grandes centros urbanos, na opinião do presidente do conselho. “Muitas pessoas se formam em Rio Branco e não ficam lá, retornam para a cidade natal. As pessoas querem fazer medicina e vão onde tiver o curso, mas não ficam”, disse Guimarães. Segundo ele, dos 600 médicos registrados no conselho anualmente, apenas 250 se formam em Goiás. “Levar a faculdade para o interior não garante que ele permaneça no local.”
Para o presidente da entidade, o que levaria o médico para as regiões menos ricas e desenvolvidas seria uma carreira de Estado, nos moldes da de um juiz ou promotor de justiça, e condições adequadas de trabalho. Atualmente, relata Guimarães, para trabalhar no interior os médicos firmam contratos precários com os municípios, sem direitos trabalhistas, e ficam a mercê dos prefeitos, que podem demiti-los se forem contrariados em seus interesses. “Há mais médicos demitidos que aqueles que pediram demissão”, conta.
ESTRUTURA
Formar mais médicos sem fazer investimento na estrutura não vai resolver o problema, afirma o médico. “Não somos contra a abertura de novas escolas, mas o problema não está na falta de médicos, mas nas condições de trabalho.”
De acordo com o Ministério da Saúde, esse é um dos pontos do programa Mais Médico, que visa a melhoria e ampliação de infraestrutura, provimento emergencial de médicos e aprimoramento da formação profissional.
Guimarães nega que a manifestação da entidade tenha um forte apelo corporativista. Todavia admite que o aumento da oferta de médicos vai criar competição para os médicos existentes. Ele afirma também que “a oferta maior de mãos de obra vai levar os gestores públicos e particulares a reduzir a remuneração dos médicos e tornar a profissão menos atraente”.

Vice-reitor da UFG diz que curso em Jataí tem qualidade para formar
Sem querer se contrapor diretamente ao Cremego, o vice-reitor da UFG, Manoel Chaves, afirma que o curso de medicina de Jataí, que vai oferecer 60 vagas a partir de agosto, segue rigorosamente os requisitos do governo federal e que não há risco de não oferecer o nível de qualidade das universidades públicas do país. “Talvez não seja de forma indiscriminada porque existe um rígido controle”, diz.
Ele relata que o curso foi criado em um campus já consolidado, de 30 anos, com os cursos básicos instalados, de química e biologia, que tem o apoio do município e já firmou os convênios para a prática médica. O vice-reitor lembra que durante 45 anos Goiás contou apenas com as 110 vagas da Faculdade de Medicina da UFG de Goiânia, o que concentrou a formação e a assistência médica na capital. “O curso de Jataí vai formar e interiorizar médicos e, dessa maneira, a UFG está cumprindo seu papel.”
O curso de medicina de Rio Verde foi autorizado pelo Conselho Estadual de Educação, em 2011. O órgão é responsável por autorizar e reconhecer cursos e instituições de Educação Superior das instituições estaduais – Universidade Estadual de Goiás (UEG) e municipais – Universidade de Rio Verde, Centro Universitário de Mineiros, Faculdade de Goiatuba e Faculdade de Anicuns. A única que oferece o curso de medicina é a UniRV.
Na opinião da presidente do CEE, Ester Carvalho, o Cremego tem legitimidade para posicionar-se sobre a matéria e questionar a política nacional de saúde em suas diferentes nuances. Todavia, o contesta. “Os números apontam que o Estado de Goiás, no contexto da região, apresenta a menor oferta de cursos de medicina, apesar de ter uma população cinco vezes maior do que a do Tocantins, cuja oferta suplanta a nossa.” Ela afirma ainda que o conselho assegura a qualidade necessária para a oferta do curso de medicina da UniRV. “O acompanhamento dos dados da instituição comprovam essa afirmação.”
A reportagem entrou em contato com o Ministério da Educação e com o da Saúde, mas nenhum dos órgãos quis se posicionar em relação às criticas feitas pelo Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego).

Cremego reclama de fiscalização
Em Goiás, a política de expansão das escolas de medicina – que faz parte do programa Mais Médicos – resultou na criação de dois cursos, um em Aparecida de Goiânia, pela Universidade de Rio Verde, (UniRV) e um em Jataí, da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ambos terão início neste próximo semestre.
Eles vêm se somar aos quatro já existentes em Goiás: dois em Goiânia, da UFG e da Pontifícia Universidade Católica (PUC), um em Anápolis, da Uni evangélica, e o de Rio Verde, da UniRV. De acordo com o presidente da entidade da entidade, Erso Guimarães, outros dois estão para ser criados, um em Mineiros e outro em Aparecida de Goiânia pela Faculdade Alfredo Nasser. Eles não constam na página do MEC.
De acordo com a carta do Cremego, “muitos cursos estão sendo abertos sem as mínimas condições de oferecer uma boa formação aos futuros médicos”. O presidente diz que a entidade quis apenas alertar os pais e alunos sobre a qualidade das escolas de medicina.
“Já que os conselhos não têm voz nem voto na criação de cursos de medicina e nem pode fiscaliza-los.” Cabe o MEC e Ministério da Saúde. Ele cita como exemplo o curso de medicina da UFG de Goiânia, que aumentou as vagas em 50% sem ampliar o corpo docente. “Quem pode dizer que a qualidade está garantida?”, questiona.

Estudantes também temem concorrência com novas vagas
Maria José Silva
A abertura dos cursos de Medicina em diferentes municípios goianos tem levado momentos de incerteza e apreensão aos jovens que concluíram ou estão prestes a concluir a tão sonhada graduação. Eles alegam que a disponibilidade de vagas em unidades e instituições médicas não tem acompanhado a oferta cada vez mais crescente de profissionais que saem das universidades, institutos e faculdades de medicina.
Na avaliação do médico residente Dário de Souza Rezende Júnior, de 29 anos, o mercado de trabalho para o médico é limitado. Formado pela Universidade Federal de Goiás no final de 2012, o jovem faz residência médica em cirurgia-geral na Santa Casa de Misericórdia de Goiânia. Na tentativa de aperfeiçoar o aprendizado, ele também faz estágio em urgência no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). No próximo ano, pensa em prestar nova seleção para residência médica em Cirurgia Vascular, Cirurgia Plástica ou Urologia.
“Hoje a concorrência é muito grande. Além dos colegas que se formaram na UFG, na PUC e na Unievangélica, há também as pessoas que fizeram graduação no Tocantins e no Distrito Federal e que vêm para Goiânia”, sintetiza Dário Rezende Júnior. Ele relata que a saturação do mercado de trabalho pode ser aferida nos Centros de Assistência Integral à Saúde, os Cais. Antes, conforme diz, havia vagas sobrando nestas unidades de saúde. Hoje, enfatiza, há disputa por plantões nos Cais. (26/07/14)
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SAÚDE BUSINESS 365

Hospital Santa Catarina vai fechar maternidade e UTI neonatal
Serviços serão mantidos por 90 dias. Hospital anunciou que vai priorizar atuação em especialidades e cirurgias de alta complexidade

O Hospital Santa Catarina de São Paulo, tradicional entidade mantida pela Associação Congregação Santa Catarina (ACSC), de 108 anos de idade, anunciou esta semana que, a partir de 1º agosto, vai descontinuar sua maternidade, UTI neonatal, centro obstétrico, PA obstétrico e berçário. O processo de fechamento deve continuar até o fim de outubro para “garantir o atendimento de nossos pacientes”, ou seja, por 90 dias, “período superior ao exigido pela legislação”.

No comunicado enviado à imprensa, a entidade paulistana informou que vai ampliar a atuação em cirurgias de alta complexidade e nas especialidades de oncologia, neurologia, cardiologia, ortopedia e cirurgias do aparelho digestivo. A decisão foi tomada pela “expressiva demanda por leitos hospitalares relacionadas ao progressivo envelhecimento da população brasileira”, além da “necessidade de revitalização da maternidade”.

Atualmente o nível de ocupação do Santa Catarina mantém média mensal de 87%. Nos últimos anos também foram registrados aumentos significativos em exames, internações e cirurgias, bem como na procura pela oncologia.

O hospital deve apostar em sua UTI neurológica, uma “das únicas de São Paulo”, e adquiriu novos equipamentos para a especialidade para responder à crescente demanda. O Santa Catarina pretende investir R$ 42 milhões na atualização de seu parque tecnológico e infraestrutura em 2014. (26/07/14)
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O HOJE
Saúde privada desagrada consumidor
Clientes reclamam que reajuste dos planos de saúde não é acompanhado por melhoria de qualidade. Burocracia também impera
Adriano Zago

Antes considerados vantajosos, os planos de saúde já não estão mais tão acessíveis e também já não prestam um serviço com tanta qualidade. A burocracia, aliada aos altos preços das mensalidades, é uma das principais reclamações desse tipo de serviço, que, no início deste mês, sofreu reajuste de 9,65%, segundo divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O aumento deve atingir quase 9 milhões de consumidores, cerca de 18% do total de 50,3 milhões de credenciados nos planos. Mudança que não agrada em nada quem já passou por constrangimentos na hora de utilizar o serviço de uma empresa de auxílio-saúde. Esse é o caso da funcionária pública Jesely Ferreira de Moraes, de 55 anos.
Ela conta que, em maio do ano passado, quando a filha de 20 anos, que é agregada ao plano dela, precisou do benefício para realizar o parto do primeiro bebê, o procedimento foi negado. “Fiquei extremamente revoltada. Tem quase 20 anos que pago esse plano e o dia em que minha filha mais precisa, nós não conseguimos utilizar”, desabafa Jesely, que teve de pagar mais de R$ 1 mil para fazer o parto na rede particular.

Desapontamento
Revoltada, a funcionária pública revela que está pensando seriamente em cancelar o plano de saúde da fa
mília. “Para ter um atendimento como este, é preferível não ter. Estou muito desapontada com o que aconteceu e acho que vou parar de pagar. É muito caro e o serviço é de péssima qualidade”, declara ela, que conclui: “Isso não acontece somente comigo. Conheço muita gente que viveu o mesmo problema.”
Presidente da Comissão de Direito do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Goiás, Rogério Rodrigues Rocha acredita que esse tipo de situação acontece por falta de fiscalização e cumprimento das regras.
De acordo com ele, o reajuste aplicado anualmente nos contratos das empresas que ofertam o serviço tem previsão legal. Porém, a ANS não consegue fiscalizar os planos por vários motivos. Um dos principais, segundo ele, é a falta de rigor na atuação das agências reguladoras que “funcionam quase só no papel”, destaca ele.
Por conta do grande descontentamento dos consumidores, o advogado afirma que é cada vez maior o volume de ações na Justiça contra os planos de saúde e suas práticas comerciais “fatais”.
Ele orienta as pessoas a procurar a ajuda de um profissional e ingressar com ação para coibir os abusos e lembra que, nas relações de consumo, “não existe favor”. “O que existem são direitos que devem ser exigidos”, acrescenta o presidente da Comissão de Direito do Consumidor da OAB-GO.

Dados
Um levantamento estatístico do Tribunal de Justiça de Goiás revela que, entre janeiro de 2009 e junho de 2013, o número de processos ligados a reclamações sobre planos de saúde ficou na oitava posição, depois de instituições bancárias, empresas de telefonia e do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). No total, foram registrados 440 procedimentos.
Já no Procon, entre janeiro de 2013 a julho deste ano, foram registradas mais de 500 reclamações relacionadas aos serviços particulares de saúde. (28/07/14)
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AGÊNCIA BRASIL
Dia Mundial de Combate às Hepatites: especialistas alertam sobre a doença

Brasília – No Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, lembrado nesta segunda-feira (28/7), especialistas alertam a população para cuidados rotineiros e simples capazes de evitar a contaminação dos tipos mais comuns da doença no Brasil: A, B e C.

A higiene pode prevenir a transmissão do tipo A, que ocorre por ingestão de água e alimentos contaminados. Sempre lavar as mãos com sabão depois de ir ao banheiro, ferver a água em locais onde não há água clorada, higienizar os alimentos são algumas dicas evitar esse tipo de hepatite, doença que atinge o fígado.

Os tipos B e C, mais virulentos – que têm como principal forma de transmissão o contato com sangue e as relações sexuais – também podem ser evitados com maior cuidado em atividades corriqueiras.  A coordenadora estadual de Hepatites Virais da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Clarice Gdalevici, lembrou que garantir instrumentos esterilizados na manicure é uma forma de evitar o contágio.

“[Isso ocorre com] todos os instrumentos de manicure, mesmo que não sejam cortantes, mesmo o palitinho, se tiver sangue na cutícula. O ideal é que o material seja de uso próprio”, informou. “[Com] tatuagens também, tanto a tinta como a agulha devem ser descartáveis ou esterilizadas para uso de mais de uma pessoa”, orientou ela.

Escovas de dente, aparelho de barbear, brincos, entre outros acessórios pessoais, não devem ser compartilhados, pois também podem ser transmissores da doença. No Rio de Janeiro, foram registrados 5.261 casos de hepatite B e 6.162 casos de hepatite C, entre 2005 e 2012. Anualmente, são ocorrem cerca de 700 novos registros.

A hepatite C é a que mais atinge a população do Rio. “Estamos investindo em campanhas de testes rápidos de 30 minutos nas regiões de maior incidência”, frisou a médica. “Muitas pessoas não sabem que têm a doença, que demora a se manifestar”, completou.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, além dos cuidados com a higiene, a vacinação é fundamental para a prevenção, sobretudo no caso da hepatite B que pode ser tornar crônica e manter a circulação do vírus na comunidade.

“Quanto mais cedo a pessoa adquirir a hepatite B, maior a chance de que ela se torne portadora crônica”, explicou ele ao lembrar que a vacina contra o tipo B faz parte do Programa Nacional de Imunizações há 14 anos. “Na época, ela era oferecida apenas a recém-nascidos e hoje é oferecida para pessoas até 49 anos. Felizmente não há mais ocorrências em crianças. O desafio agora é universalizar o acesso, pois é uma doença que atinge todas as idades”, explicou Renato Kfouri.

Para ele, a baixa adesão de jovens e adultos à imunização da hepatite B se deve sobretudo à falta de informação. “Muitos não sabem sequer que existe vacina para essas faixas etárias. Há uma cultura muito forte de vacinação da criança, mas ainda estamos muito longe na cobertura vacinal de jovens, adultos e idosos”, destacou. “Com a universalização, mais informação e conscientização conseguiremos erradicar pelo menos as hepatites A e B”, acrescentou.

Não há vacina para prevenir a hepatite C – a mais severa desses três tipos mais comuns no Brasil, podendo causar câncer no fígado. A vacina contra a Hepatite A começou a ser fornecida, pelo Sistema Único Saúde (SUS), para crianças de 1 a 2 anos no mês passado. Crianças maiores, adolescentes e adultos podem ser vacinados em clínicas privadas.

A hepatite A é mais leve, mas existem alguns casos fulminantes. O tipo B é 100 vezes mais infeccioso do que o HIV, e "o infectado costuma portar o vírus mesmo depois de curado”, segundo Renato Kfouri. “As chances de um recém-nascido, filho de uma mulher com hepatite B, ser portador do vírus para o resto da vida é 90%.” (Agência Brasil) 28/07/14

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DIÁRIO DA MANHÃ
Arte de cuidar da saúde
Hospital Geral de Goiânia recebe investimentos e melhora estrutura física. Filosofia de humanização é diferencial da unidade

DIÁRIO DA MANHÃ
DEIVID SOUZA


Os corredores do Hospital Alberto Rassi, também conhecido como Hospital Geral de Goiânia (HGG), podem ser confundidos com os de muitos hotéis de bom gosto do País. Muito organizado, em boas condições de conservação e limpo, ele tem muitas de suas paredes repletas de quadros. A maioria das pinturas é de artistas goianos.

O ambiente agradável passa por um processo de melhoria contínua, desde março de 2012, quando a organização social Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech) assumiu a gestão do hospital. São contínuas reformas e mudanças nos processos de gestão. A convite da direção da unidade, a reportagem do Diário da Manhã passou uma manhã no hospital, com o intuito de observar o funcionamento da unidade de saúde.

Logo na recepção, é fácil notar as mudanças na estrutura física. Os pacientes encaminhados para o hospital são recebidos em uma ampla sala de espera, onde as pessoas aguardam ser chamadas por meio de senhas, enquanto assistem TV. O local foi ampliado e se desfez de uma rampa de acesso sem cobertura para dar lugar a um conjunto de acesso composto de escada e elevadores.

A unidade é um hospital de assistência, ensino e pesquisa, especializado em média e alta complexidade, atende basicamente pacientes encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que necessitam de acompanhamento especializado.

Nas enfermarias e demais áreas, nota-se que a construção da década de 50 não é tão grande para abrigar todos equipamentos, mas tudo está bem distribuído e não atrapalha o bom andamento da rotina hospitalar. Algumas enfermarias ainda vão passar por mudanças.

O setor de hotelaria hospitalar, onde são higienizados todos os tecidos, parece uma indústria em ritmo acelerado. Dezenas de colaboradores preparam o que será usado por profissionais e pacientes com cuidado, até mesmo na hora de aplicar um aromatizante nas vestes dos internos. No almoxarifado, o sinal de que ainda é preciso outras alterações físicas é claro, mas também um indício que os suprimentos estão disponíveis conforme a necessidade, dado o volume.

Modernidade

Um dos locais que já passou por reforma e recebeu grande atenção foi a “menina dos olhos” do hospital, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os equipamentos estão entre os mais modernos do mundo, de acordo com os profissionais que atuam na unidade e “proporcionam uma qualidade muito maior no serviço e uma segurança profissional. Então, são equipamentos que você sabe que você pode confiar”, comenta a diretora de enfermagem do hospital, Natálie Alves Andraschko.

A UTI tem um sistema que garante que a luz natural se faça presente no ambiente, colchões pneumáticos e ainda um excesso de zelo no controle da infecção hospitalar. Os equipamentos que acompanham os sinais vitais dos pacientes não tocam o chão, para garantir a higiene.

Os investimentos financeiros, aliados ao cuidado dos profissionais, ajudam na recuperação dos pacientes. “Uma benção de Deus, eu tô muito é feliz. É um cuidado com esse velhinho. Só Deus é que sabe. Eu saio daqui, mas fico feliz com cês tudo”, avalizava o simpático senhor Deodato Pereira Valverde, 82 anos, que se recuperava de insuficiência cardíaca.

A filosofia de humanização do hospital está presente de diversas formas, como os quadros citados no início do texto, mas não é só isso. Há uma programação semanal que conta com Sarau, um piano em uma das recepções recebe artistas dispostos a quebrar a rotina hospitalar. A iniciativa é reforçada pela apresentação de outros voluntários, que emprestam seu tempo e atenção aos pacientes, como o ex-paciente Rogério Pereira Gimenez, 47 anos. “O sentimento é de muito amor, gratidão, porque quando as pessoas estão assim, enfermas num leito, elas ficam muito fragilizadas e, às vezes, até param de sorrir. Uma das coisas que eu falo pra elas é ‘olha, você precisa sorrir, porque a tua alegria vai te ajudar no teu processo da cura’”, conta. “O trabalho é maravilhoso porque as pessoas são muito receptivas, estão assim bem fragilizadas por causa da enfermidade e é um momento assim que a gente sente, que Deus fala ao coração delas trazendo melhoras”, complementa a esposa do violonista, Marina Alves de Oliveira.

A auxiliar de produção Rosilene da Silva, 46 anos, aguardava o momento de passar por uma cirurgia na tireoide e ficou feliz ao receber uma serenata da dupla. “Não esperava, foi muito bom, muito bom mesmo.”

O conceito de humanização influencia o trabalho dos profissionais, e colhem elogios como os da Sonia Maria Reis, 44 anos, que faz tratamento de uma doença neurológica. “A doença me deixou assim um pouco nervosa, como foi no cérebro, mexe com todo sistema de nervos, mas eu vou levando e hoje mesmo eu tava brincando com as meninas lá no quarto, que hoje eu tô bem melhor que no início, mais tranquila”, comenta.

Ouvir

Casos de satisfação não são raros, eles são observados pelo programa Gestão Cidadã. A iniciativa consiste na busca de opiniões dos pacientes. Isso pode ser feito de várias formas, por meio telefônico na ouvidoria, e-mail, no site do hospital ou pelo aplicativo WhatsApp.

Totens de pesquisa ainda estão distribuídos pela unidade, assim, um paciente ou acompanhante pode fazer reclamações, elogios ou sugestões. Também faz parte da estratégia de gestão a realização de uma entrevista com cada paciente que recebe alta do hospital.

Todas as opiniões são avaliadas pela equipe de gestão, para resposta e correção dos problemas apontados. No mês de junho, 600 pessoas fizeram questão de participar do programa.

História

O Hospital Alberto Rassi – HGG iniciou suas atividades em 29 de dezembro de 1959, com o nome de Hospital Geral do Inamps e funcionou, por vinte anos, como um hospital federal para tratamento eletivo, de urgência e emergência, em várias especialidades.

Em 1991, foi desativado para reforma estrutural, concluída apenas em 1998. Após a reabertura, o HGG passou a oferecer atendimento terciário e quaternário, de alta complexidade. Em 2001, o hospital abriu suas portas, reorganizou seus programas de residência médica, inicialmente em oito especialidades. Atualmente, é classificado pelo Ministério da Saúde como Hospital de Referência Nível VIII.

Unidade recebe certificação de qualidade
O diretor técnico do HGG, Rafael Nakamura, formado em 2002 pela Universidade Federal de Goiás (UFG), lembra que ao chegar à unidade levou vários sustos com as condições encontradas. Um dos problemas mais marcantes para ele era o acúmulo de papéis ao lado do tanque de combustível, que abastecia geradores e a caldeira. Mas isso ficou no passado, a reportagem vistoriou a caldeira e o depósito de combustíveis e viu um ambiente limpo e organizado. O diesel foi substituído pelo gás natural.

As reformas que colocaram a unidade em boas condições de uso e a implantação de protocolos de segurança para os pacientes foram fundamentais na conquista da certificação da Organização Nacional de Acreditação (ONA), dedicada a unidades de saúde que operam sob rígidas normas operacionais. O título foi entregue em junho deste ano e deve ser ratificado a cada oito meses, momento em que todos os procedimentos são conferidos por meio de vistoria da ONA.

Um dos protocolos utilizados na unidade é a dispensação de medicamentos. Os remédios, que cada paciente precisa no dia a dia, são encaminhados ao seu leito, em um kit cuidadosamente identificado. Cada frasco ou porção contém o nome do paciente e outros dados de segurança, como um selo vermelho nos medicamentos que podem provocar reações adversas, um alerta a mais para os enfermeiros.

Tempo

“A transformação é muito grande e muito rápida, dois anos e meio pra você trazer uma unidade para a Acreditação ONA 1. Nós saímos de uma unidade pública deficiente para uma unidade de excelência, em dois anos e meio é (um período) muito curto”, avalia Nakamura.

Os resultados também são vistos com bons olhos pelo coordenador executivo do Idtech, José Cláudio Romero. “Rompemos as barreiras do preconceito e inserimos uma nova cultura organizacional e hoje, todos dentro do hospital estão unidos para trabalhar continuamente por um SUS diferente, que tem surpreendido os usuários de forma positiva”, ressalta Romero.

Saiba Mais
HGG em números

234 leitos
40 leitos de tratamento intensivo
73 vagas de residência médica
19 programas de residência médica
25 especialidades médicas e odontológicas
1.203 trabalhadores
9.180 consultas por mês
Saiba Mais
Números de 2013

4.316 cirurgias
110.218 consultas ambulatoriais
7.201 internações
251.132 exames/diagnósticos
95.404 atendimentos multiprofissionais (28/07/14)

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Preconceito ou precaução
Quem fez tatuagem ou aplicou piercing fica um ano impedido de doar sangue. Mas essa medida é realmente necessária?

KHAYTE PROFETA


A doação de sangue é um ato valoroso incentivado constantemente pelo poder público e por diversas instituições de saúde. As campanhas de doação são intensificadas nos períodos de férias, quando muitos doadores viajam e preferem não ter um dia sequer de indisposição física.
Porém nem todas as pessoas podem doar sangue. Além das restrições de idade, peso e condições de saúde, todos os que colocaram piercings ou fizeram tatuagens recentemente ficam temporariamente inaptos. Mas será que isso é realmente necessário?
A Portaria nº 1686 do Ministério da Saúde, editada em 20 de setembro de 2002, determinava que "pessoas que se submeteram a acupuntura, tatuagens, maquilagem definitiva e adereços corporais, se realizados ou retocados em intervalo inferior a 12 meses da doação", não podem doar sangue, assim como já constava "homens e/ou mulheres que tenham tido múltiplos parceiros sexuais" e "pessoas que estiveram detidas em uma instituição carcerária ou policial".
A Portaria 2.712 – documento editado no final do ano passado que atualmente regula os procedimentos hemoterápicos – é menos abrangente e o sétimo inciso do seu artigo 64 inclui nos grupos de risco apenas quem "tenha feito 'piercing', tatuagem ou maquiagem definitiva", excluindo a acupuntura e os demais adereços (como brincos).

Discriminação
Muitas pessoas classificam como discriminatória o ponto de vista do Ministério da Saúde quanto à tatuagem e piercing, porém Katiuscia Freitas, coordenadora de coleta do Hemocentro de Goiás, explica que não tem como se garantir qual foi o método utilizado e se não houve risco de infecção. "Como não é possível fazer essa avaliação, é dado um ano de segurança por causa de doenças como hepatite, que tem uma janela imunológica grande (que é o período no qual a doença pode não se manifestar)", explica.
Para Katiuscia, quem faz acupuntura costuma saber se as agulhas eram descartáveis e em qual clínica passou pelo procedimento, mas essas informações se tornam menos confiáveis em caso de tatuagens e piercings porque não é possível avaliar os locais nos quais as tatuagens foram feitas. "Normalmente quem faz acupuntura é um profissional de saúde formado", afirma. As maquiagens definitivas são consideradas procedimentos similares à tatuagem por ambos utilizarem agulhas.
Vitor José Santos, triagista do banco de sangue do laboratório Hemolabor, lembra que é necessário aguardar seis meses se houver comprovação que foram utilizados materiais esterilizados no procedimento que causou lesão à pele, contudo assume que é difícil a comprovação do local onde os procedimentos foram feitos porque "a gente não confia na pessoa. Se não for uma pessoa íntima que a gente assistiu o procedimento, a pessoa tem que aguardar 12 meses para ter mais segurança".

Cuidado
Ele vê a acupuntura e a maquiagem definitiva como técnicas similares à tatuagem por haver "perfuração de pele", mas ressalta que o piercing na região oral ou genital proporciona exposição contínua à contaminação por vírus e bactérias,
Fernando Almeida, tatuador, compreende a postura do Ministério da Saúde e não vê como preconceituosas tais medidas restritivas a recém-tatuados. "Eu acho isso uma precaução deles, porque eles não falam que a gente não pode, só falam que tem que ter um tempo certo para a gente poder doar o sangue. A gente sabe, não é todo mundo que vai fazer uma tatuagem no estúdio, tem gente que pode fazer com o amigo em casa", reconhece.
Porém esse ponto de vista não é muito comum entre a comunidade dos mais tatuados. Higor Oliveira é músico e acha que a tatuagem é apenas uma individualidade estética. "Acho desnecessário ter que aguardar após fazer uma tatuagem ou colocar um piercing porque isso agrega um tabu à tatuagem e faz isso como uma coisa não normal."
Katiúscia assume que a segurança é exagerada quando se trata de doação de sangue, mas crê que é apenas para minimizar ao máximo todos os riscos de morte dos que recebem o sangue.(26/07/14)
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Dengue afeta mais mulheres

Os números da Secretaria Municipal de Saúde revelam que o sexo feminino é o responsável pela notificação de mais casos
ELPIDES CARVALHO

A dengue tem acometido indivíduos de ambos os sexos, porém as mulheres têm sido "presas fáceis" do Aedes aegypti. Não que o mosquito goste mais do sangue feminino. Nem que elas sejam mais susceptíveis a doença que os homens. Mas as mulheres são maioria nas estatísticas de casos da moléstia em Goiânia, é o que revelam dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Neste ano, foram 9.958 mil mulheres notificadas contra 7.949 mil homens diagnosticados, ou seja, 10% a mais. O número é contabilizado entre as semanas epidemiológicas 01 e 29 (entre final de dezembro de 2013 e meados de julho de 2014).
No ano passado, quando a Capital goiana liderou o ranking de casos de dengue no Estado com 52.860 mil agravos, no mesmo período de semanas epidemiológicas deste ano, 29.353 mil pessoas do sexo feminino contraíram a doença, enquanto 23.507 mil eram do sexo masculino.
Causa
Estudos apontam que uma das explicações para o fato pode estar relacionado ao maior tempo que a mulher passa em casa, local onde se encontra grande parte dos focos do mosquito Aedes aegypti. Mais exposta ao transmissor da doença, ela teria então mais chances de ser infectada e adoecer. Para enfermeira e técnica em vigilância epidemiológica da dengue da SMS, Mônica Samara Gonçalves, o fato não tem relação.
"A mulher tem maior preocupação em relação à saúde, então, ela procura mais o serviço de saúde. Não é uma relação fidedigna. Se uma população está susceptível a uma doença, tanto homem ou mulher, está sujeito a contrair determinada doença. O foco da dengue pode estar em qualquer lugar e não somente dentro das residências", explica.
Independente de a dengue acometer mais o sexo feminino ou masculino, outra realidade vivida pela população de Goiânia é a grande incidência da doença no inverno, fato que tem sido observado pelo infectologista Rogério Valls. "Nós temos percebido que, independentemente do frio, a dengue é presente. Já não existe mais dengue sazonal", analisa. Ele também acredita que com o tempo "o próprio vetor tem-se habituado ao clima e aos fatores do Estado".
Outro fato verificado pelo especialista é que "não temos mais uma época de inverno tão fria. Já tivemos períodos de calor dentro da estação. Desta forma, também está mais difícil eliminá-lo, por conta destes novos fatores", reconhece.
Em maio de 2014, início do período seco, os registros de dengue aumentaram em cerca de 50% em comparação ao ano passado, quando o número passou de 2.568 casos da doença em 2013 para 3.307 este ano. Até o momento 10 pessoas morreram em decorrência da moléstia em um total de 18.798 mil notificações.
Contudo, a melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de água parada, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não deixar acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d’água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros. (26/07/14)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação