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DESTAQUES
Após lucro de 50% na pandemia, plano de saúde coletivo sobe 16%
Variante delta faz duas vítimas no Brasil
Coronavac é segura e induz resposta imune em crianças a partir de 3 anos
Ministério confirma morte de mulher infectada com variante delta
Número de brasileiros com primeira dose de vacina supera 70 milhões
Covid-19: Brasil tem 618 mortes e 27.804 casos nas últimas 24 horas
Anvisa alerta estados sobre adulteração de frasco da CoronaVac
No dia 3 de julho teremos ideia de quantos somos, ao tomarmos as ruas
CPI da Covid vai acusar Bolsonaro de prevaricação
Universidade de Oxford não encontrou fortes indícios da eficácia da ivermectina contra a Covid
Valor de contratos da Precisa cresce 6.000% com Bolsonaro
Média móvel de mortes por covid cai pelo 9º dia seguido
Ocupação das UTIs para covid está em 82% nos hospitais de Goiás
Operação da PF apura desvio de vacinas contra covid em Goiás e Tocantins
Butantan recebe insumos suficiente para a produção de 10 milhões de doses da Coronavac
A vacina sozinha é capaz de deter o coronavírus?
Covid-19 deixa rastro de sequelas por mais de seis meses
FOLHA DE S.PAULO
Após lucro de 50% na pandemia, plano de saúde coletivo sobe 16%
Operadoras dizem que caixa é ilusório porque usuários retomaram cirurgias adiadas e os custos subiram muito
Cláudia Collucci
SÃO PAULO – Usuários de planos de saúde coletivos por adesão começaram a receber seus boletos com reajuste anual em torno de 16%. Muitos são clientes da Qualicorp, uma das principais administradoras de benefícios no país e que tem como parceiras 102 operadoras de saúde, e já buscam escritórios de advocacia e associações de defesa do consumidor para questionar o aumento na Justiça.
Além de ser o dobro da inflação do período (o acumulado em 12 meses é de 8,06%, segundo o IBGE), a cobrança deste ano ocorre em um momento em que se espera um reajuste dos planos individuais próximo a zero, ou até negativo, devido à queda nos custos do setor em 2020, provocada pela redução de cirurgias, consultas, exames e outros procedimentos eletivos durante a pandemia.
O índice de aumento dos planos individuais, que representam cerca de 20% do total de usuários de planos de saúde, é calculado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). O valor deste ano ainda não foi divulgado.
Já os planos coletivos (empresariais e por adesão), que somam 80% dos usuários, não são regulados pela agência. A negociação é direta entre operadoras, empresas e entidades de classe. O reajuste leva em conta critérios
contratuais, além do índice de sinistralidade e de variação do custo médico hospitalar.
O reajuste cobrado pela Qualicorp para a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, por exemplo, é de 15,9%. Outras entidades de classe tiveram aumentos semelhantes e seus usuários já buscam advogados para questioná-los judicialmente.
É o caso de Ivana, 59, que prefere não se identificar porque o processo judicial contra a operadora está em curso. Até o final do ano passado, ela pagava R$ 2.200 pelo plano. No início de 2021, ele sofreu um acréscimo de R$500 para compensar o congelamento do reajuste imposto pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em 2020 devido à pandemia.
Em fevereiro, quando Ivana completou 59 anos, recebeu de presente o reajuste por idade, de 85%. O boleto saltou para R$ 5.000. Agora, com o aumento aplicado pela operadora via Qualicorp, de 15,9%, o valor chegará a R$ 5.700.
‘É muita angústia. Ou eu me mantenho ou mantenho o plano’, diz Ivana.
Em nota, a Qualicorp diz que o reajuste anual é definido pela operadora de planos de saúde. ‘Na função de administradora de benefícios, a empresa busca negociar a aplicação do menor índice de reajuste possível’, diz.
E acrescenta. ‘Além disso, oferece diversas alternativas de planos de saúde em mais de cem operadoras para que seus clientes possam manter O acesso à assistência médica privada de qualidade.’
Todos os anos, o aumento dos planos coletivos gera embate por ser bem acima dos planos individuais. Em 2020, por exemplo, foi de 11,28%, mais de três pontos percentuais acima do aplicado aos individuais pela ANS, segundo o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
Neste ano, os debates estão ainda mais inflamados porque o setor goza de uma boa saúde financeira, com a queda de consultas, cirurgias e outros procedimentos eletivos, durante a pandemia.
O lucro líquido dos planos de saúde cresceu 49,5% em 2020, com uma receita de R$ 217 bilhões, segundo dados da ANS. O mercado encerrou o ano com 47,6 milhões de usuários, com uma alta de 650 mil novos beneficiários.
‘Teve redução nos atendimentos não-Covid, mas isso não se reflete em um reajuste menor para o consumidor. Há Índices até mais altos do que o do ano passado’, diz o advogado Rafael Robba, especialista em direito à saúde do escritório Vilhena Silva Advogados.
Para Marcus Pestana, assessor especial da presidência da Abrampge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), essa sobra de dinheiro no caixa das operadoras é ilusória.
‘As pessoas falam: ‘Pô! Um setor que fatura R$ 200 bilhões por ano!’ Mas é um caixa gerado artificialmente. As pessoas não deixam de precisar da consulta e da cirurgia, elas só adiam.’
Vera Valente, diretora-executiva da Fenasaúde, concorda. Ela diz que neste ano o setor vive uma ‘tempestade perfeita’, que vai se refletir em reajustes maiores em 2022.
‘Os custos Covid estão explodindo nesta segunda onda da pandemia, as internações estão mais longas. Ao mesmo tempo, as [cirurgias] eletivas, adiadas em 2020, voltaram para valer a níveis maiores do que antes da pandemia.’
De acordo com o último boletim da ANS, nos primeiros meses de 2021não houve um aumento de utilização de serviços de saúde no comparativo com 2019 (pré-pandemia). ‘Os números seguem no mesmo patamar (no caso de exames e terapias eletivas) ou em patamar inferior (no caso de internações e atendimentos em pronto-socorro)’, diz a publicação.
Valente afirma que os reajustes aplicados pelas operadoras associadas à Fenasaúde neste ano serão os mais baixos desde 2013 porque refletem a queda da sinistralidade de 2020. Mas ainda não há definição do reajuste médio.
Na opinião de Robba, os aumentos são abusivos e frutos da pouca transparência sobre a composição do índice de reajuste das operadoras.
Muitas vezes, o consumidor só consegue revisar o reajuste por meio de uma ação judicial. O Judiciário costuma entender que o aumento é abusivo e determina que o índice seja o mesmo dos planos individuais.
Segundo Matheus Zuliane Falcão, analista do Idec, a ANS poderia e deveria mudar a regulação dos coletivos porque a premissa de que há um poder de barganha entre pessoas jurídicas, ou seja, entre as operadoras e os contratantes do plano, é equivocada. ‘Esse poder de negociação não existe’
A ANS diz que monitora os reajustes e atualmente trabalha para divulgar essas informações de modo mais eficiente e detalhado.
Diante dos aumentos, uma opção dos usuários tem sido a migração para convênios mais baratos. Nos primeiros quatro meses deste ano, houve um aumento de 50% de consultas na ANS sobre a portabilidade de carência. De janeiro a abril deste ano, foram gerados 122.678 protocolos de consultas, quase 40 mil a mais que os gerados no mesmo período em 2020 (83.081).
Para Robba, idosos e pessoas em tratamento enfrentam dificuldade para fazer a portabilidade e muitas vezes ficam amarrados ao plano que não conseguem mais pagar.
O tema do reajuste dos planos coletivos chegou à comissão de defesa do consumidor da Câmara dos Deputados, que vai elaborar um projeto de lei para regular o tema. A ideia é que o projeto defina regras específicas para os reajustes dos coletivos, a exemplo do que existe para os planos individuais.
Para Vera Valente, da FenaSaúde, a atual fórmula da ANS para o cálculo dos planos individuais deixa as empresas numa situação de risco porque os reajustes ficam abaixo da inflação médica.
Segundo ela, 85% das receitas das operadoras são repassados para os prestadores de serviço, como os hospitais, e pede cautela na adoção de medidas de regulação mais restritiva.
Valente diz que a maioria das operadoras (56%) são de pequeno porte e que 80% estão no interior do Brasil. Na sua opinião, essas serão as primeiras a serem impactadas com uma eventual mudança no modelo de reajustes.
Pestana, da Abramge, lembra que a margem de rentabilidade das operadoras é menor do que 5% e só a última incorporação de 68 novos procedimentos autorizada pela ANS em abril deve trazer um impacto de custos de até 3%.
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Coronavac é segura e induz resposta imune em crianças a partir de 3 anos
Pesquisa de fases 1 e 2 com mais de 500 voluntários na China foi publicada nesta segunda-feira
Ana Bottallo
SÃO PAULO – A Coronavac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório Sinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, é segura e produz resposta imune em pessoas de 3 a 17 anos. Os dados do estudo de fases 1e 2, anunciados no início do mês pelo próprio laboratório chinês, foram publicados oficialmente na edição desta segunda-feira (28) do periódico científico The Lancet Infectious Diseases.
Ao mesmo tempo que anunciou os resultados preliminares do estudo, o governo chinês afirmou que iria começar a aplicação da vacina em crianças a partir de três anos. Comisso, a China pode setor nar o primeiro país a ter essa população vacinada, embora o ensaio de fase 3 da vacina ainda esteja em andamento.
No estudo randomizado, controlado e duplo-cego, foram avaliadas 550 crianças e adolescentes (71 na fase 1 e 479 na fase 2) de 3 a 17 anos para medira segurança, a tolerabilidade e a imunogenicidade (capacidade de gerar resposta imune) de duas doses da Coronavac em um intervalo de 28 dias entre elas.
Um grupo dos participantes foi sorteado para receber uma substância placebo, inócua ao organismo -nesse caso, foi o hidróxido de alumínio, adjuvante também presente na fórmula do fármaco verdadeiro.
A pesquisa foi conduzida no CDC (Centro para Controle e Prevenção de Doenças) da província de Hebei, região central da China, a 18 quilômetros de Pequim.
A análise de imunogenicidade da vacina apontou que a vacina levou à produção de anticorpos em 96% dos participantes 28 dias após a aplicação da segunda dose. Na fase 1, nenhum dos voluntários tinha anticorpos neutralizantes contra o coronavírus SarsCov-2 e, 28 dias após a vacina, 100% deles apresentaram esses anticorpos no sangue.
Na fase 2,95% dos participantes que receberam as duas doses com 1,5ug e 100% dos que receberam a dosagem maior, com 314g da vacina, apresentaram anticorpos no sangue 28 dias após a segunda injeção. Por essa razão, os pesquisadores optaram por continuar os estudos de fase 3 com a dosagem mais alta.
Comparando com os testes em pessoas com 18 à 59 anos, a seroconversão, ou seja, a presença de anticorpos no sangue específicos contra o Sars-CoV-2 após a vacinação, foi maior em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos do que na população adulta (18 a 59 anos).
Na avaliação da segurança, os participantes foram acompanhados por até 28 dias após a aplicação da segunda injeção contendo vacina ou placebo e, em geral, os efeitos colaterais foram leves a moderados, com 146 (27%) dos 550 participantes reportando pelo menos um evento após a vacinação. Em geral, os efeitos mais comuns foram dor no local da injeção (73 ou 13%) e febre (25 ou 5%), e aconteceram até sete dias após a vacinação, com resolução dos sintomas em até 48 horas.
Houve apenas um caso de evento adverso grave, uma criança que apresentou quadro de pneumonia após receber o placebo, não associado à vacina. Não houve uma diferença estatística significativa entre os indivíduos que receberam a vacina com a dose menor(1,5ug) em comparação àqueles que receberam a dose mais alta (3ug) na ocorrência de efeitos adversos, confirmando o perfil de alta tolerabilidade da vacina.
A pesquisa não tinha como objetivo avaliar a chamada resposta imune celular, produzida pela ação de células de defesa, como os linfócitos T, cuja função é combater e matar as células infectadas pelo vírus no corpo.
De acordo com os ensaios clínicos com indivíduos com 18 anos ou mais, a Coronavac também induz à produção dessas células, e para a próxima etapa de investigação nas crianças e a dolescentes os pesquisadores desejam avaliar também esses índices nos mais jovens.
Algumas limitações do estudo apontadas pelos próprios pesquisadores são o número baixo de indivíduos incluídos no estudo por faixa etária e o fato de todos eles serem de uma mesma etnia (han ou de origem oriental).
Outro ponto citado pelos autores é o curto tempo de monitoramento, não sendo possível ainda afirmar se a produção de anticorpos é duradoura ou não, e se efeitos colaterais podem surgir com maior tempo de observação. Esses dados são, em geral, avaliados quando as vacinas passam a ser utilizadas em larga escala na população.
Até o momento, os testes das vacinas com crianças e adolescentes concluídos incluíram indivíduos de 12 anos ou mais, e não há informações para crianças abaixo dessa idade.
O imunizante da Pfizer/BioNTech é o único autorizado para uso em crianças com 12 a17 anos, inclusive no Brasil, onde recebeu autorização da Anvisa no último dia 11 de junho, embora seu uso seja condicionado à inclusão desse grupo no PNI (Programa Nacional de Imunizações).
Segundo Dimas Covas Tadeu, diretor do Instituto Butantan, responsável pela produção da Coronavac no Brasil, a inclusão das crianças e adolescentes em outros países e a publicação dos dados do estudo chinês podem acelerar o processo de autorização para essa faixa etária no Brasil.
‘Não é um grupo prioritário no momento, pois precisamos primeiro completar a vacinação nos adultos, mas estamos aproveitando esse estudo inclusive para acrescentar no dossiê da Coronavac apresentado à Anvisa e brevemente também esperamos obter essa autorização e poder vacinar crianças e adolescentes’
A vacina da farmacêutica Sinovacé feita a partir de vírus inativado, mesma tecnologia utilizada em vacinas tradicionais, como da gripe, e que são aplicadas anualmente em crianças.
Testes de fase 1 e 2 da Coronavac em crianças
*550 crianças e adolescentes de 3 a 17 anos incluídos na pesquisa
* 96% de soroconversão 28 dias após a segunda dose
* 27% dos participantes reportaram efeitos colaterais
* Não houve diferença estatística significativa dos efeitos com a dose mais alta em comparação à dose menor do imunizante
* As duas dosagens se mostraram bem toleradas e com boa resposta imune
Fonte: The Lancet Infectious Diseases
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CORREIO BRAZILIENSE
Variante delta faz duas vítimas no Brasil
Mortes foram confirmadas pelo Ministério da Saúde ontem. Primeiro caso ocorreu no Paraná, no mês de abril. Caso é tratado por autoridades como importado. Segunda vítima da cepa chegou ao país a bordo de navio, vindo da Malásia, e faleceu em São Luís
O Ministério da Saúde confirmou, ontem, as duas primeiras mortes causadas pela variante delta –também conhecida como cepa indiana — da covid-19 no Brasil. O primeiro óbito ocorreu há mais de dois meses, dia 18 de abril, no Paraná. A vítima era uma gestante de 42 anos. A segunda morte foi notificada ao Ministério da Saúde no sábado (26), um homem de 54 anos.
O primeiro caso é relatado pela Secretaria de Estado de Saúde do Paraná como importado. A vítima veio do Japão e chegou no dia 5 de abril. Antes de embarcar, fez o teste para covid-19, que deu negativo. No dia 7, foi visitada por uma amiga, filha da idosa de 71 anos que foi o primeiro caso confirmado com a variante delta no estado. No mesmo dia, a gestante começou a apresentar os sintomas e fez um novo teste, com resultado positivo.
A mulher foi internada no dia 15 de abril e faleceu no dia 18, quando seu quadro piorou e precisou ser submetida a uma cesária de emergência, com 28 semanas de gravidez. O recém-nascido ficou internado até o dia 18/06. De acordo com a Secretaria de Saúde, tanto o bebê quanto a família da gestante estão saudáveis e seguem em acompanhamento pelo município. O sequenciamento genético que identificou a variante foi feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Segundo a secretaria, a família, que vive em Apucarana (PR), teve contato com parentes de outra cidade, Rolândia. O rastreamento feito pelo estado identificou que pelo menos outros 12 casos de covid-19 no município estavam diretamente ligados à ela. O secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, disse, após a confirmação da variante, que não há motivo para alarde ou pânico.
“Precisamos continuar tomando todas as medidas de precaução que têm sido ao longo do tempo vastamente informadas: distanciamento, uso de máscaras, de álcool em gel, mas ,ao mesmo tempo, precisamos pensar que estamos entrando no inverno. E o inverno, muitas vezes, seleciona as pessoas em ambientes fechados. Isso pode facilitar a transmissão de qualquer tipo de vírus, incluindo as cepas e variantes do próprio coronavírus”, afirmou, em uma transmissão ao vivo.
No entanto, a demora para a confirmação do óbito causado pela variante delta é considerada preocupante por especialistas. A infectologista Ana Helena Germoglio explica como funciona o processo. “O sequenciamento consiste em pegar uma amostra do vírus da pessoa e ver que tipo de vírus é esse. Com base nisso, dá para saber de onde ele veio, as mutações e qual a linhagem. Assim, é possível estabelecer programas de vigilância. Se comparar o Brasil com o Reino Unido, a gente faz 1% de tudo o que eles fazem em questão de sequenciamento. Porque falta investimento. Por isso a gente fica sem saber qual a linhagem que chegou. O exame não deveria demorar tanto”, afirmou.
Anamélia Lorenzetti Bocca, professora titular da UnB e doutora em imunologia, esclarece que a demora nos resultados da Fiocruz se explica porque a Fundação é um centro de referência. “A demora de dois meses na Fiocruz provavelmente é porque a demanda lá é muito grande, porque é um centro de referência. Neste momento, o Ministério da Saúde deveria ampliar os centros de referência, para ter mais agilidade. Em termos de vigilância, dois meses é muito tempo”, completou.
O segundo óbito confirmado pelo Ministério da Saúde reporta a morte de um indiano, 54 anos, tripulante do navio chinês MVS Shandong da ZMI, que atracou na costa do Maranhão no início de maio. O homem estava internado há 43 dias na rede privada de saúde de São Luís (MA). O paciente, segundo o Ministério, passou a apresentar sintomas no dia 13 de maio e testou positivo para a covid-19 no dia 17 do mesmo mês.
O navio recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para atracar na costa maranhense após cumprir quarentena. A liberação veio após os 24 membros da tripulação testarem negativo para a covid-19. A embarcação partiu da Malásia para São Luís, contratado pela Vale para o transporte de minério de ferro.
Chegam mais doses da Pfizer
O Brasil recebeu, ontem, mais 936 mil doses de vacina contra a covid-19 da Pfizer/BioNTech. A remessa saiu de Miami, nos Estados Unidos, rumo ao Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). Os imunizantes serão distribuídos pelo Ministério da Saúde para compor o Plano Nacional de Imunizações (PNI).
Na última semana, a Pfizer já havia enviado 528.840 mil doses na terça-feira (22) e outras 936 mil na quinta (24). A previsão é de que a remessa seja repassada às unidades da federação nos próximos dias. Segundo o Ministério da Saúde, já são 2,4 milhões de imunizantes entregues. Até o momento, a pasta já distribuiu mais de 10,6 milhões de doses da vacina para estados e para o Distrito Federal.
O país já recebeu 17 lotes da vacina, totalizando 13,2 milhões de imunizantes do laboratório. Espera-se que, até o fim do mês de junho, Brasil tenha pelo menos 14 milhões de doses, conforme o contrato firmado entre o Ministério e a farmacêutica. Nele, está prevista a entrega de 100 milhões de doses até setembro deste ano e de mais 100 milhões entre setembro e dezembro, totalizando 200 milhões de doses até o fim de 2021.
Boletim
De acordo com o boletim divulgado ontem pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), 739 mortes foram registradas no período de 24h, totalizando 513.474 óbitos. No mesmo período, foram registrados 33.704 novos casos de coronavírus, somando 18.420.598 pessoas infectadas. (IM).
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AGÊNCIA BRASIL
Ministério confirma morte de mulher infectada com variante delta
Uma mulher grávida de 42 anos é a primeira pessoa morrer aqui no Brasil com diagnóstico da variante delta do novo coronavirus, aquela que foi identificada na Índia. A informação foi confirmada neste domingo pelo Ministério da Saúde.
Essa mulher veio do Japão para Apucarana, no Norte do Paraná, onde morreu em 18 de Abril. Segundo o Ministério, a gestante teve resultado negativo para covid-19 no teste de RT-PCR antes de embarcar para o Brasil. No entanto, começou a apresentar problemas respiratórios em 7 de Abril, dois dias depois de chegar ao país.
A paciente refez o teste, com resultado positivo. 8 dias após a confirmação do diagnóstico, em 15 de abril, a gestante foi internada. Ela teve que passar por uma cesariana de emergência por causa do agravamento do estado de saúde e morreu.
O bebê nasceu com 28 semanas, mas não contraiu a doença. A paciente morta está na origem do primeiro caso de transmissão comunitária da variante delta no Paraná. Uma idosa de 71 anos foi infectada pela filha que visitou a amiga grávida. A idosa já teve alta.
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Número de brasileiros com primeira dose de vacina supera 70 milhões
O Brasil superou nesse sábado (26/6) a marca de 70 milhões de pessoas imunizadas com a primeira dose das vacinas contra a covid-19, divulgou o Ministério da Saúde. Segundo a pasta, 71,152 milhões de brasileiros receberam a primeira dose. O total equivale a 45% das 158,095 milhões de pessoas com mais de 18 anos no país.
Um total de 25,583 milhões de brasileiros receberam a primeira e a segunda dose da vacina ou a dose única da Janssen, completando o ciclo de imunização. Isso equivale a 16,2% da população vacinável no país e a 36,2% do total de pessoas que receberam a primeira dose.
As informações estão no painel de vacinação do LocalizaSUS , plataforma do Ministério da Saúde que registra o andamento da campanha de imunização contra a covid-19. Os dados estão atualizados até ontem.
Ao todo, 96,736 milhões de doses, distribuídas entre primeira dose, segunda e dose única, foram aplicadas desde o início da vacinação, em janeiro. Nas últimas 24 horas, foram aplicadas 1,158 milhão de doses.
Distribuição
O Ministério da Saúde distribuiu 129,720 milhões de doses às unidades da Federação, desde o início da campanha de imunização. Até a semana passada, o Brasil contava apenas com vacinas de duas doses para conclusão do ciclo vacinal. Eram os imunizantes AstraZeneca, CoronaVac e Pfizer. Desde a última terça-feira (22/6), no entanto, o Brasil também passou a receber a vacina da Janssen, de dose única.
Mais de 1,8 milhão de doses da Janssen foi antecipada no contrato de 38 milhões de unidades da pasta com a farmacêutica. As unidades estavam previstas para chegar somente a partir de outubro. Na última sexta-feira (25/6), mais 3 milhões de doses da Janssen foram doadas pelo governo dos Estados Unidos para a imunização da população brasileira.
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Covid-19: Brasil tem 618 mortes e 27.804 casos nas últimas 24 horas
O Brasil chegou a 514.092 mortes por covid-19. Nas últimas 24 horas, foram 618 óbitos e 27.804 novos casos. No total, 18.448.402 casos foram confirmados no país. Existem 3.640 mortes em investigação por equipes de saúde, dados relativos a ontem. Isso porque há casos em que o diagnóstico sobre a causa só sai após o óbito do paciente. O número de pessoas recuperadas totalizou 16.673.329.
Os dados estão no balanço diário do Ministério da Saúde, divulgado na noite de hoje (28). O balanço é elaborado a partir dos dados sobre casos e mortes levantados pelas autoridades locais de saúde.
Em geral, os registros de casos e mortes são menores nos feriados, aos domingos e segundas-feiras em razão da dificuldade de alimentação dos dados pelas secretarias de Saúde aos fins de semana. Já às terças-feiras, os totais tendem a ser maiores pelo acúmulo das informações de fim de semana que são enviadas ao ministério.
O ranking de estados com mais mortes pela covid-19 é liderado por São Paulo (126.112), Rio de Janeiro (55.195) e Minas Gerais (45.924). As unidades da Federação com menos óbitos são Roraima (1.731), Acre (1.736) e Amapá (1.832).
Em relação aos casos confirmados, São Paulo também lidera, com 3,7 milhões de casos. Minas Gerais, com 1,7 milhão, e Paraná, com 1,2 milhão de casos, aparecem na sequência. O estado com menos casos de covid-19 é o Acre, com 85,4 mil, seguido por Roraima (111,8 mil) e Amapá (116,8 mil).
Vacinação
Até o momento, foram distribuídas a estados e municípios 129,7 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. Desse total, foram aplicadas 96,9 milhões de doses, sendo 71,2 milhões da primeira dose e 25,6 milhões da segunda dose.
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Anvisa alerta estados sobre adulteração de frasco da CoronaVac
Como medida de segurança, a agência recomendou que profissionais de saúde designados para aplicação de vacinas verifiquem se os frascos recebidos pelo Instituto Butantan estão intactos
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviou às secretarias estaduais um alerta sobre a possibilidade de adulteração de frascos da vacina CoronaVac, usada na imunização contra a covid-19.
Desde maio, a Anvisa investiga um possível caso de falsificação ocorrido no Maranhão. De acordo com a apuração, um frasco vazio de vacina foi reaproveitado para introdução de um líquido desconhecido. Um lacre adulterado também foi utilizado.
Como medida de segurança, a agência recomendou que profissionais de saúde designados para aplicação de vacinas verifiquem se os frascos recebidos pelo Instituto Butantan estão intactos. Além disso, os frascos vazios devem ser inutilizados. Possíveis irregularidades encontradas deverão ser comunicadas por meio do Sistema de Notificações para a Vigilância Sanitária (Notivisa).
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CARTA CAPITAL
No dia 3 de julho teremos ideia de quantos somos, ao tomarmos as ruas
A infeliz escolha em 2018 resultou na maior mortandade que este País já presenciou
por Milton Rondó
‘Suas ações não deveriam ser determinadas pelos desejos daqueles que estão à sua volta, mas sim pelas necessidades de toda a humanidade.’
Leon Tolstoi.
As mudanças climáticas induzem-nos à reflexão sobre nosso destino comum no planeta Terra. Descobrimos que o egoísmo só conduz ao suicídio – coletivo e individual, no curto ou no longo prazo.
Nesse sentido, o genocídio que vivemos atualmente no Brasil é tristemente simbólico: manipulada, uma parte da população optou, em 2018, por um projeto político egoísta (‘Brasil acima de tudo’ é a cópia manifesta do lema nazista ‘Deutschland uber alles’).
Aquela infeliz escolha resultou na maior mortandade que este País já presenciou: mais de 510 mil falecidos (número subnotificado, como todos sabem), dos quais, 400 mil assassinados pela incúria governamental, se considerarmos a média mundial internacional de infecções, como bem assinalou o professor Pedro Hallal, docente e ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas, na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid.
Neste pobre rico país, morre-se de uma doença para a qual já existe imunizante; porém, o desgoverno preferiu a propina à vacina, como recém-descobrimos, embora de longa data intuíssemos a negociata.
Felizmente, aumenta o número dos que denunciam o descalabro. No dia 3/7 teremos ideia mais clara de quantos somos, ao tomarmos as ruas. No entanto, o silêncio de entidades como o Conselho Federal de Medicina e outros órgãos de classe (em mais de um sentido, no caso) é eloquente. A FIESP do pato? Não queriam pagar o ‘pato’, mas pagam silentes as covas? Suas congêneres como FIRJAN, FIERGS e CNI, onde estão? Migraram? Perderam a eloquência? Extraviaram-se-lhes as línguas? Tingiram-se de vermelho as camisetas da CBF? Sim, graças à covardia de vocês, nossa bandeira tornou-se vermelha, rubra de sangue inocente.
Seus interesses de classe, entendidos de forma estreita, pobre, inculta, falaram mais alto. Pensam, provavelmente, que o determinismo de pertencerem à classe dominante os isentará do juízo da história. Enganam-se redondamente, até mesmo porque a lista de milionários que foram além da estreiteza da própria classe social vai de Marx (a esposa era aristocrata) e Engels a Ludwig Wittgenstein, Giangiacomo Feltrinelli e Luchino Visconti, passando por Pasolini e Oswald de Andrade, Getulio Vargas e João Goulart, em terras nossas.
Entretanto, conservadores tem uma grande fragilidade, apesar das forças brutas com que contam (literalmente, no caso): eles são previsíveis. Tentam sempre repetir a história, esquecendo-se que os seres humanos, como os rios, estão em constante renovação orgânica.
Como disse o citado Karl Marx, a história só se repete como farsa, ou tragédia, como é o caso do Brasil da atualidade.
Nesse sentido, a inovação, a renovação tem de ser o antídoto ao veneno do mal, da estagnação e do atraso.
Estarão os partidos progressistas investindo nisso? Na participação? Na coleta de ideias? Fica a pergunta, a inquietação, a dica, se permitirem.
É possível verificar também nas relações internacionais: enquanto a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, Emmanuel Macron, defendem a abertura de diálogo direto com a Rússia, os países europeus satélites relutam em assumir o protagonismo das próprias relações exteriores.
Mirem-se no exemplo local, do Brasil: ao abrir mão de sua soberania, o país vê-se na contingência de receber doação de vacinas dos Estados Unidos, o principal ator por trás do golpe de 2016, que nos impediria de ter acesso à produção do nosso próprio imunizante. Não é à toa que Cuba batizou sua vacina contra a COVID, elaborada com tecnologia própria, de ‘soberana’. De fato, a soberania é condição sine qua non para a liberdade, a vida em plenitude.
Resta evidente a assertiva de Paulo Freire que recentemente li em artigo da revista Jacobin: ‘Educação como desocultação da verdade.’ Disso se trata: de educação que emancipe, que forme cidadãos e cidadãs, que permita discernir! Que lhes enseje para a luta contra políticas subordinadas, de dependência, de morte, independentemente da classe social de origem, pois o fim da aventura humana pode estar muito próximo!
O mesmo engajamento vale para os médicos, os enfermeiros, os diplomatas e os jornalistas, dentre outros. Não basta reproduzir: a vida exige o novo, a criação.
Outra vez, estarão as forças progressistas aptas a produzirem os mecanismos políticos para a discussão, o planejamento, a execução, o monitoramento e a avaliação das políticas públicas, dentro e fora do governo?
Como Eduardo Martins recorda no utilíssimo ‘Os 300 erros mais comuns da Língua Portuguesa’ (editora Laselva Negócios): ‘cooperar para que alguma coisa ocorra é contribuir para; contribuir com equivale a dar apoio material a’. O segredo, no caso, será preferir ‘contribuir para’ a ‘contribuir com’. Estarão as organizações de esquerda preparadas? A sociedade civil? As agremiações religiosas?
Quantas vidas podemos viver? Muitas, se vividas em comunhão, em amorosidade com os demais, de perto e de longe; nenhuma, no egocentrismo, no isolamento, na vaidade narcísica.
Que neste 28/6, dia internacional do orgulho LGBTQIA+, possamos viver, proteger e promover muitas vidas, participando, então, de muitas outras mais. Só assim teremos experimentado a riquíssima experiência da vida.
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CPI da Covid vai acusar Bolsonaro de prevaricação
Ao não ter determinado a apuração de um suposto esquema de corrupção envolvendo a compra da Covaxin, presidente teria cometido crime
O depoimento do deputado Luis Miranda (DEM-DF) na CPI da Covid vai levar o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a apresentar nesta semana uma representação contra o presidente Jair Bolsonaro na Procuradoria-Geral da República (PGR).
O parlamentar acusa o chefe do Planalto de cometer crime de prevaricação ao não ter determinado a apuração de um suposto esquema de corrupção envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin.
Em depoimento na sexta-feira, dia 25, o deputado disse que, durante uma reunião com Bolsonaro no dia 20 de março, no Palácio da Alvorada, o presidente citou o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR), como o parlamentar que queria fazer ‘rolo’ no Ministério da Saúde com a Covaxin. Miranda e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor de carreira da pasta, confirmaram à CPI ter avisado Bolsonaro sobre suspeitas de corrupção na compra da vacina indiana.
Para Randolfe, Bolsonaro deve ser acusado pelo crime de prevaricação, pois tinha obrigação legal de avisar os órgãos competentes sobre indícios de práticas irregulares. Nesse caso, caberá ao procurador-geral da República, Augusto Aras, avaliar se investigará ou até mesmo denunciará Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte é responsável por julgar o chefe do Executivo em caso de crime comum, mas, nesse caso, precisa de autorização da Câmara dos Deputados.
‘Este crime até aqui é o mínimo a ser apurado. Eu tenho certeza que a Comissão Parlamentar de Inquérito apurará muito mais além disso’, disse Randolfe ao anunciar a notícia-crime contra Bolsonaro. Na sexta-feira, ele afirmou que avaliava acionar o STF. No sábado, porém, especificou que a representação será levada ao procurador-geral, antecipando medida que pode ser feita pela própria CPI. A comissão, porém, precisa finalizar os trabalhos e o relatório de Renan Calheiros (MDB-AL) para encaminhar a conclusão a Aras. ‘A gravidade é muito maior do que vocês estão imaginando’, disse o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM).
Na Câmara, a oposição prepara uma representação contra Ricardo Barros no Conselho de Ética da Casa. O PSOL vai acionar o órgão e pedir a cassação do deputado, que nega envolvimento no caso citado por Luis Miranda. ‘Está claro que Barros cometeu ato de corrupção por agir em favor da Precisa Medicamentos no contexto de contrato fraudulento da Covaxin. Basta!’, escreveu o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) no Twitter. Governistas, por outro lado, ameaçaram acionar Luis Miranda no Conselho de Ética e acusá-lo de denunciação caluniosa contra o governo.
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FOLHA DE S.PAULO
Universidade de Oxford não encontrou fortes indícios da eficácia da ivermectina contra a Covid
Diferentemente do que disse Bolsonaro, instituição não tem previsão para publicar resultados de estudo com a droga
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou no dia 23 de junho que a Universidade de Oxford encontrou fortes indícios de que a ivermectina realmente previna ou é benéfica no tratamento da Covid-19. A afirmação, conforme verificado pelo Projeto Comprova, é enganosa pois o estudo ainda se encontra em estágio inicial, não tendo chegado a conclusões.
Em vídeo gravado durante conversa com apoiadores, ele pergunta: ‘Vocês viram aí que a Oxford encontrou fortes indícios de que a ivermectina realmente previne ou, no primeiro momento, é salutar e começaram a estudar com mais profundidade a ivermectina?’.
A declaração ocorreu no mesmo dia em que a Oxford comunicou que passaria a investigar a ivermectina como parte de um ensaio randomizado, destacando que o medicamento demonstrou reduzir a replicação do Sars-CoV-2 em estudos de laboratório, ou seja, sem testes em humanos, e que estudos-piloto, em escala reduzida, mostram que a administração precoce pode reduzir a carga viral e a duração dos sintomas em alguns pacientes com casos leves.
O estudo da Oxford, entretanto, está apenas no início e a equipe responsável afirmou à reortagem que não possui expectativa de prazo para a publicação de resultados. Além disso, em nenhum momento o comunicado fala sobre prevenção da Covid e destaca que há poucas evidências de ensaios clínicos randomizados em grande escala para demonstrar que a ivermectina pode acelerar a recuperação da doença ou reduzir a internação hospitalar.
Além da declaração do presidente, diversas contas de apoiadores, algumas com grande alcance, incluindo a do deputado federal capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), fizeram postagens em redes sociais ironizando as informações de que a substância não tem comprovação científica e defendendo que ela já deveria estar sendo utilizada no combate à doença.
A reportagem procurou a assessoria de comunicação da presidência e do deputado, mas nenhuma retornou. Também entrou em contato com outras três contas de apoiadores que compartilharam o vídeo, mas não houve retorno. Uma quarta não foi procurada porque, em verificação anterior, pediu para não ser mais consultada.
Como verificamos?
A reportagem avaliou a fala do presidente e as demais postagens de contas em redes sociais, comparando-as com o comunicado oficial divulgado pela Universidade de Oxford, localizando as incoerências entre as informações.
Em seguida, encaminhou email para os responsáveis pelo estudo Principle, que irá analisar os efeitos da ivermectina contra a Covid, pedindo detalhes sobre o trabalho a ser desenvolvido.
Também pesquisou a diferença entre o ensaio randomizado, aqui proposto, e os estudos de laboratório e piloto nos quais a universidade se baseia para aprofundar o olhar sobre a ivermectina e consultou os atuais entendimentos dos principais órgãos reguladores e fiscalizadores de medicamentos acerca da droga.
Por fim, o Comprova procurou a assessoria de comunicação da presidência e do deputado federal, além das demais contas, via mensagem direta ou resposta à publicação em questão no Twitter.
Verificação
O que a Oxford anunciou?
Em comunicado divulgado no dia 23 de junho, a Universidade de Oxford, na Inglaterra, informou que passaria a investigar a ivermectina como parte do ensaio randomizado, onde os integrantes serão escolhidos de forma aleatória.
A análise se dará no contexto do estudo Principle (sigla em inglês para Plataforma de Ensaio Randomizado de Tratamentos na Comunidade para Epidemias e Doenças Pandêmicas), conduzido nacionalmente com intuito de encontrar tratamentos para a recuperação rápida de infectados pelo coronavírus e que evitem internação hospitalar.
A publicação destaca que a ivermectina é um medicamento antiparasitário seguro e de amplo espectro, com propriedades antivirais conhecidas. Os responsáveis pelo estudo afirmam que o remédio demonstrou reduzir a replicação do Sars-CoV-2 em estudos de laboratório (pré-clínicos e sem testes em humanos) e que pequenos estudos-piloto (em pequena escala) mostram que a administração precoce pode reduzir a carga viral e a duração dos sintomas em alguns pacientes com casos leves. Não é citado nenhum estudo relacionado ao uso da ivermectina como remédio preventivo.
A divulgação não esclarece quais estudos são esses. O Comprova questionou a equipe responsável sobre isso, mas ela respondeu sem citar os estudos que neste momento não estão sendo concedidas entrevistas à mídia internacional a respeito da pesquisa com a ivermectina, que apenas começou.
O anúncio divulgado pela Oxford observa, entretanto, que embora a ivermectina seja usada rotineiramente em alguns países para o tratamento da doença, há poucas evidências de ensaios clínicos randomizados em grande escala para demonstrar que ela pode acelerar a recuperação ou reduzir a internação hospitalar.
No texto, o professor Chris Butler, do Departamento de Ciências da Saúde de Atenção Primária de Nuffield da Universidade de Oxford, investigador-chefe adjunto do estudo, afirma que o medicamento tem bom perfil de segurança e que será estudado devido aos primeiros resultados promissores em alguns estudos. ‘Ao incluir a ivermectina em um ensaio de grande escala como Principle esperamos gerar evidências robustas para determinar a eficácia do tratamento contra a Covid-19 e se há benefícios ou danos associados ao seu uso’, disse. Em nenhum momento são citados ‘fortes indícios’ dessa eficácia.
O estudo
Os responsáveis pelo Principle explicam que os voluntários passarão por triagem por meio de questionário e, em seguida, serão aleatoriamente designados para receber um curso de três dias relacionado ao tratamento com ivermectina via oral. A partir disso, serão acompanhados por 28 dias e comparados com participantes que foram designados a receber o tratamento padrão do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido.
Entre as pessoas elegíveis para o estudo estão aquelas com idades entre 18 e 64 anos com certas condições de saúde subjacentes/falta de ar devido à doença ou com idade acima de 65 anos, estando nos primeiros 14 dias após apresentarem sintomas ou tendo recebido um teste positivo.
A ivermectina é o sétimo tratamento a ser investigado pelo Principle, que também avalia atualmente o antiviral favipiravir, utilizado no tratamento da influenza.
Em abril deste ano, a universidade relatou evidências provisórias do primeiro medicamento eficaz do Reino Unido para tratar a covid em pacientes em casa, a budesonida inalada, mostrando que o tratamento pode reduzir o tempo de recuperação em uma média de três dias. Desde então, o medicamento foi incluído nas diretrizes clínicas para o tratamento em estágio inicial no Reino Unido, Canadá e Índia.
O estudo também já concluiu que as substâncias azitromicina e doxiciclina não são um tratamento eficaz para reduzir o tempo de recuperação ou o risco de internação hospitalar para pessoas com suspeita de Covid.
À reportagem, por email, os responsáveis pelo Principle informaram não haver, ainda, número definido de participantes a serem recrutados para a análise da ivermectina ou um tempo definido para quando os resultados estarão disponíveis.
Não comprovada
O anunciado pela Universidade de Oxford afirma apenas que uma pesquisa randomizada será iniciada com a ivermectina, com base em estudos de laboratório e estudos-piloto. Até o momento não há, contudo, estudo concluído que comprove a eficácia do antiparasitário para tratamento ou prevenção da Covid.
A OMS, por exemplo, recomenda o uso da substância apenas em ensaios clínicos, como é o caso aqui verificado, tendo em vista que a evidência atual sobre o uso desse medicamento para tratar pacientes com a doença é inconclusiva.
Já a FDA (Food and Drug Administration), agência de regulação dos Estados Unidos, também desaprova o uso da substância para tratar ou prevenir a covid-19 e alerta que doses excessivas do medicamento podem causar danos. A EMA (Agência Europeia de Medicamentos) desaconselha o uso fora de ensaios clínicos.
No Brasil, a Anvisa já esclareceu que não existem estudos conclusivos que comprovem o uso desse medicamento para o tratamento, mas destacou que não existem estudos que refutem o uso: ‘Nesse sentido, as indicações aprovadas para a ivermectina são aquelas constantes da bula do medicamento’, diz. Apesar deste posicionamento, acrescenta que ‘o uso do medicamento para indicações não previstas na bula é de escolha e responsabilidade do médico prescritor’.
O laboratório Merck, fabricante da ivermectina nos Estados Unidos, afirmou em fevereiro de 2021 que os cientistas da empresa examinam cuidadosamente todos os estudos disponíveis e emergentes de ivermectina para o tratamento da doença para evidências de eficácia e segurança, mas ainda não foi identificada base científica para um efeito terapêutico potencial contra a Covid de estudos pré-clínicos.
Como reiterado frequentemente pelo Comprova, não há, até o momento, estudos que comprovem a eficácia ou segurança do uso de medicamentos associados ao ‘tratamento precoce’ para o combate à covid. Os órgãos se baseiam em estudos grandes, bem desenhados e publicados em revistas científicas respeitadas.
Anúncio
Em nenhum trecho do anúncio feito pela Universidade de Oxford é recomendado o uso da ivermectina para tratamento da Covid antes de haver resultados que comprovem a eficácia da droga neste sentido.
Além da declaração do presidente Bolsonaro aos apoiadores, a reportagem identificou postagens no Twitter e no Facebook sobre um suposto sucesso que uma pesquisa realizada na universidade estaria obtendo para confirmar a eficácia da ivermectina. Porém, o Principle, como já dito aqui, sequer admitiu em resposta ao Comprova que os estudos sejam da própria universidade ou em quais estaria se baseando.
Tuítes nos perfis @PolitzOficial, @spinellirio, @paulofilippus e @BrazilFight enfatizam quanto o presidente apostou no medicamento para o ‘tratamento precoce’ da doença e que, agora, a pesquisa conduzida pela instituição inglesa teria fortes indícios da eficácia da ivermectina, além de questionar se a CPI da Covid, no Senado, e o Jornal Nacional vão divulgar o fato.
No Facebook, a postagem na página do deputado federal capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) apresenta com ironia a notícia da análise anunciada pela universidade com a seguinte frase: Será que vão contestar com tanta ênfase os estudos da Oxford agora? Em seguida, reproduz trecho da notícia veiculada no Portal Terra sobre os resultados da droga em testes laboratoriais e estudos-piloto.
As assessorias de comunicação do presidente e do deputado foram procuradas e não retornaram. Os demais, à exceção do @Politz, foram contatados pelo Twitter, mas também não responderam. O Politz não foi procurado porque em verificação anterior afirmou não ter interesse em ser consultado em novas checagens.
Por que investigamos?
Em sua quarta fase, o Comprova verifica conteúdos suspeitos que tenham viralizado nas redes sociais sobre a pandemia ou sobre políticas públicas do governo federal.
Quando o conteúdo envolve medicamentos ou tratamentos contra o novo coronavírus, a checagem é necessária porque informações incorretas podem levar as pessoas a colocarem a saúde em risco. Aqui o caso é ainda mais grave, pois a desinformação foi propagada pelo presidente, a maior autoridade do país, o que pode impactar fortemente na forma como as pessoas lidam com a doença.
Até o momento, as medidas eficazes contra o novo coronavírus incluem a vacinação, a higienização das mãos, o uso de máscaras e o distanciamento social.
Em dois dias o vídeo com a fala de Bolsonaro publicado no Youtube somou 181 mil visualizações e 2,3 mil comentários. Também no dia 25 de junho a postagem do deputado federal no Facebook já alcançava 16 mil reações, 9,4 mil comentários e 7,7 mil compartilhamentos. No Twitter, as demais postagens somaram 9,4 mil interações.
O vídeo do presidente e conteúdos semelhantes nas redes sociais também foram verificados pela AFP Checamos e pelo Estadão Verifica. Neste ano, o Comprova já publicou outras verificações relacionadas à ivermectina, como os malefícios de altas doses da droga e que a OMS não indica o uso da ivermectina no combate à Covid.
Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; ou ainda que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.
O Comprova fez esta verificação baseado em informações disponíveis no dia 25 de junho de 2021.
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O ESTADO DE S.PAULO
Valor de contratos da Precisa cresce 6.000% com Bolsonaro
Investigação. Empresa está no centro das suspeitas envolvendo a compra de vacinas na Saúde e ganhou no governo Bolsonaro acesso ao BNDES e à embaixada do Brasil na Índia
Vinícius Valfré Julia Afonso / brasília
Empresa que está no centro das suspeitas envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin, a Precisa Medicamentos teve um salto em seus negócios no governo do presidente Jair Bolsonaro. Antes dele, a firma havia assinado apenas um contrato, de R$ 27,4 milhões, para fornecer preservativos femininos ao Ministério da Saúde. Desde 2019, primeiro ano de Bolsonaro, a Precisa fechou ou intermediou acordos que somam R$ 1,67 bilhão. No atual governo, o empresário Francisco Maximiano, dono da Precisa, também ganhou acesso a ministérios, ao BNDES e à embaixada do Brasil na Índia.
Foi o próprio filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o responsável por abrir as portas do BNDES ao empresário. Após a revista Veja revelar que o Zero Um intermediou uma reunião de Max, como é conhecido em Brasília, com o presidente do banco público, Gustavo Montezano, o senador admitiu ter “amigos em comum” com o dono da Precisa.
Antes de Bolsonaro, a firma havia assinado apenas um contrato com o governo federal desde sua criação. Segundo o Portal da Transparência, a Precisa recebeu R$ 27,4 milhões em 2018 pela venda de 11,7 milhões de preservativos femininos.
O presidente era Michel Temer e o ministro da Saúde o atual líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR). Nos anos seguintes, já com a dobradinha Bolsonaro-Barros, a empresa ampliou o negócio e assinou novos contratos, que somam R$ 1,67 bilhão.
Na sexta-feira passada, o deputado Luis Miranda (DEMDF) afirmou à CPI da Covid no Senado que Bolsonaro atribuiu a Barros “os rolos” envolvendo a compra da vacina Covaxin. O líder do governo admitiu ontem ter sido citado pelo presidente, mas atribuiu a menção ao outro contrato suspeito envolvendo sua gestão no ministério.
O ex-ministro da Saúde, contudo, não é o único contato de Max no governo, como mostram registros da reunião no BNDES à qual Flávio o levou. Quando a família Bolsonaro se aproximou do dono da Precisa ele já era investigado por ter recebido R$ 20 milhões do Ministério da Saúde por medicamentos de alto custo que nunca entregou. O negócio, porém, foi feito por uma outra empresa em nome de Max, a Global Saúde.
Além do crescimento exponencial da Precisa sob a gestão Bolsonaro, chamou a atenção do mercado o fato atípico de uma empresa que não vendia imunizantes – até então todos os contratos eram sobre preservativos – entrar nesse negócio de uma hora para outra. Nesse caso, a Precisa fechou em fevereiro último o contrato que prevê o envio de 20 milhões de doses da Covaxin, produzido pelo laboratório indiano Bharat Biotech, ao Brasil. A empresa não informa quanto receberá da fabricante nem se há cláusula de desempenho, típica de contratos de lobby. Das seis vacinas compradas até agora pelo governo brasileiro, apenas a indiana foi negociada por meio de um intermediário que não vai produzir as doses. O valor da dose também é o mais alto até agora (US$ 15 por unidade). Como revelou o Estadão, o valor é 1.000% mais alto do que estimava a própria fabricante (US$ 1,34).
Fundada em 1999, em Santos, a Precisa tem como foco o fornecimento de medicamentos de alto custo. A empresa passou às mãos de Max em 2014. A Global também é alvo de suspeitas de irregularidades em negócios anteriores feitos com a Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios, na Petrobrás e com o próprio Ministério da Saúde, no caso dos remédios nunca entregues.
Com Max no comando, a Precisa também assinou um contrato com o governo do Distrito Federal, de Ibaneis Rocha (MDB), aliado de primeira hora de Bolsonaro. A empresa é uma das investigadas na operação Falso Negativo, que apura a compra de milhares de testes rápidos de covid-19 com suspeitas de serem superfaturados e de baixa qualidade. O sobrepreço apontado pelos procuradores é de pelo menos R$ 18 milhões.
Embaixada. O acesso do dono da Precisa no governo Bolsonaro também foi registrado em documentos do Ministério das Relações Exteriores. Telegrama sigiloso, ao qual o Estadão teve acesso, afirma que Max foi recebido em janeiro deste ano na embaixada brasileira em Nova Délhi com uma comitiva ligada à Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC).
As empresas de Maximiano Precisa e Global – não são filiadas à ABCVAC, e nem o empresário faz parte dos quadros da entidade. A CPI quer entender o motivo de o empresário ter chefiado a delegação e falado em nome das clínicas privadas.
Após o encontro na índia, a associação anunciou acordo com o laboratório indiano Bharat Biothec, intermediado pela Precisa, para a compra de R$ 5 milhões de doses da Covaxin. A empresa de Maximiano importaria as vacinas indianas, ficaria como responsável pelo armazenamento, transporte e logística dos imunizantes e os venderia ao mercado privado. A ABCVAC intermediou o contato entre a Precisa e seus associados. Cada clínica escolheu uma determinada quantidade de vacinas.
O negócio, porém, não saiu do papel por impedimentos legais. A lei que permitiu a compra pela iniciativa privada, aprovada em março no Congresso, prevê o repasse de 100% das doses para a vacinação na rede pública e proíbe a cobrança pela aplicação, o que inviabiliza a venda pelas clínicas privadas.
Ao Estadão, o presidente da ABCVAC, Geraldo Barbosa, negou que ele ou algum representante da entidade tenham ido à reunião na sede da embaixada em Nova Déhli. “Eu nunca tive contato, nunca fui solicitado, não participei dessa reunião. Eu não sei porque isso foi citado”, afirmou Barbosa, que pretende procurar a embaixada para saber porque a associação foi citada no documento. Diante disso, o Estadão questionou a embaixada brasileira para saber a pedido de quem Max foi atendido pelo embaixador – uma agenda difícil de ser conquistada. Não houve resposta.
Os documentos da embaixada também revelam que Max mantinha relações no Ministério da Economia. No encontro em janeiro, o empresário afirmou que havia discutido com a pasta de Paulo Guedes a abertura de uma linha de crédito para clínicas privadas adquirirem vacinas no exterior.
Procurada, a Precisa Medicamentos negou qualquer relação com Ricardo Barros e afirmou que todos os seus contratos “seguem práticas de compliance e atendem às regras de licitação”. O Ministério da Saúde não se manifestou sobre a Precisa até as 20h45 de ontem.
CPI vai investigar compra de vacinas russa e chinesa
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid quer investigar a ligação do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), com a compra de outras vacinas pelo Ministério da Saúde, além da Covaxin. Agora, outros dois contratos entraram na mira da CPI: o da russa Sputinik V e o da chinesa Convidecia. Nos três, o quadro é parecido: vacinas mais caras compradas de laboratórios por meio de intermediários no Brasil, com elos com Barros. A apuração é discutida após os depoimentos do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão Luis Ricardo Miranda. Luis Miranda disse ter ouvido do presidente Jair Bolsonaro o nome de Barros quando o alertou sobre esquema na compra da Covaxin. Barros nega a acusação.
Os contratos da empresa Governo
Temer Dezembro de 2018 A Precisa é contratada para fornecer 11,7 milhões de preservativos femininos ao governo. O ministro da Saúde era Ricardo Barros (Progressistas-PR), atual líder do governo na Câmara. Valor: R$ 27,4 milhões.
Governo Bolsonaro Setembro de 2019 A Precisa fecha outro contrato para fornecer preservativos femininos. O Ministério da Saúde contratou 17,6 milhões de unidades.
Valor: R$ 41,2 milhões.
Novembro de 2020 Novo acordo, desta vez, para fornecer 5 milhões de preservativos femininos ao governo. Já foram pagos R$ 9,6 milhões já foram pagos.
Valor: R$ 15,7 milhões.
Fevereiro de 2021 Sem experiência em vacinas, a Precisa representa o laboratório indiano Barath Biontech na aquisição da vacina Covaxin. O negócio é investigado pela CPI da Covid. Valor: R$ 1,6 bilhão.
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Média móvel de mortes por covid cai pelo 9º dia seguido
João Ker
O Brasil registrou 725 novas mortes pela covid-19 ontem, o menor registro de óbitos desde 22 de fevereiro deste ano, quando foram registradas 716 óbitos pela doença no País. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, caiu pelo nono dia seguido e ficou em 1.661, abaixo dos 1.707 registrados na véspera.
Neste domingo, o número de novas infecções notificadas foi de 32. 963. No total, o Brasil tem 513.544 Mortos e 18. 417.113 casos da doença, a segunda nação com maior número de óbitos, atrás apenas dos Estados Unidos. Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h.
Segundo os números do governo, 16, 6 milhões de pessoas se recuperaram da doença. O Estado de São Paulo registrou neste domingo 134 novas vítimas fatais do coronavírus. Minas Gerais foi o único Estado que também ultrapassou a marca dos 100 óbitos e superou o total de
São Paulo nas últimas 24 horas, com 170 mortes.
O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde 8 de junho do ano passado, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias.
Ainda de acordo com informações do Ministério da Saúde, foram registrados 33,7 mil novos Casos e mais 739 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas. No total, segundo a pasta, são 18. 420. 598 pessoas infectadas e 513. 474 óbitos. Os números são diferentes do compilado pelo consórcio de veículos de imprensa principalmente por causa do horário de coleta dos dados.
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A REDAÇÃO
Ocupação das UTIs para covid está em 82% nos hospitais de Goiás
Goiânia – A taxa de ocupação da rede hospitalar pública e privada de Goiás está em 82,69% nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para tratamento da covid-19 na manhã desta segunda-feira (28/6). As unidades de saúde contam com 1.138 vagas, das quais 941 estão com pacientes que estão com a doença ou apresentam sintomas suspeitos, de acordo com os dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO).
A ocupação dos leitos de enfermaria utilizados para tratamento da covid-19 segue baixa nas redes particular e pública em Goiás. Está em 38,63% na manhã de hoje, com 873 vagas com pacientes de um total de 2.260.
Nos hospitais geridos pelo governo estadual, a taxa de ocupação é de 85,95% na manhã desta segunda-feira. Dos 598 leitos abertos para receber pacientes nas UTIs para covid-19, 490 estão ocupados, 24 bloqueados e 84 disponíveis.
Desde o início da pandemia em Goiás, no mês de março de 2020, a SES-GO confirmou a morte de 18.992 pessoas no Estado vítimas da doença. Outros 362 óbitos estão em investigação. 3.087 goianos faleceram em decorrência de síndromes respiratórias agudas graves não especificadas. A mortalidade em Goiás chegou a 270 mortos por covid-19 a cada 100 mil habitantes.
Casos confirmados
Goiás tem 671.791 casos confirmados da doença em 15 meses de pandemia no Estado. Outras 493.235 pessoas apresentaram sintomas suspeitos da covid-19 no mesmo período. De acordo com a SES-GO, 14.039 goianos tiveram síndromes respiratórias agudas graves não especificadas. A incidência da covid-19 em Goiás está em 9.571 casos confirmados a cada 100 mil habitantes.
A Secretaria Estadual de Saúde alerta para a necessidade de a população respeitar as medidas preventivas contra a covid-19, como o uso de máscaras, a higiene das mãos, o distanciamento social, a manutenção de ambientes ventilados e a busca pela vacinação para reduzir o número de casos diários de contaminações e mortes pela doença.
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Operação da PF apura desvio de vacinas contra covid em Goiás e Tocantins
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (29/6), a operação “Efeito Adverso”, que investiga a suspeita de desvio de vacinas contra a covid-19 no Tocantins, com desdobramento em Goiás.
São cumpridos três mandados de busca e apreensão em Porangatu (GO) e Gurupi (TO). No total, 13 policiais federais participam da ação.
A PF informou que caso confirmada a conduta criminosa, os envolvidos poderão responder pelos crimes de furto, peculato e receptação. A investigação é desdobramento de uma notícia-crime encaminhada pela Secretaria Municipal de Saúde de Gurupi (TO).
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JORNAL OPÇÃO
Butantan recebe insumos suficiente para a produção de 10 milhões de doses da Coronavac
Por Gabriela Macedo
Após o recebimento dos mais de 6 mil litros de Ingrediente Farmacêutico Ativo vindos da China, Instituto prevê o mínimo de 20 dias para começar a distribuir doses
Imunizante produzido pelo Instituto Butantan e pela farmacêutica Sinovac | Foto: Butantan
Mais de 6 mil litros de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) foram entregues pela China ao Instituto Butantan neste sábado, 26, para a produção de 10 milhões de doses da vacina contra Covid-19, Coronavac, feita pela farmacêutica Sinovac. O material foi recebido no aeroporto de Guarulhos às quatro e cinquenta da tarde, através de um vôo vindo de Pequim.
Segundo o instituto, será preciso cerca de 20 dias para que as doses sejam envasadas rotuladas, passadas pelo controle de qualidade e, posteriormente, embaladas. Somente após esse processo as doses poderão ser distribuídas em lotes.
A última remessa de IFA recebida continha apenas 3 mil litros e foi entregue ao Instituto no dia 25 de maio. Ainda de acordo com o Instituto, a expectativa é que sejam entregues um total de 100 milhões de doses de imunizantes ao Ministério da Saúde até o mês de agosto. Até o momento, 52 milhões já foram entregues.
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A vacina sozinha é capaz de deter o coronavírus?
Por Italo Wolff
O que a experiência de países que confiaram unicamente na vacinação diz sobre as tentativas de conter a pandemia?
Na quinta-feira, 24, o Brasil recebeu a maior doação direta de vacinas contra a Covid-19 já anunciada. Foram três milhões de doses cedidas pelo governo dos Estados Unidos do imunizante Janssen. Além da chegada das novas doses, o dia 24 foi marcado por alta na média de doses aplicadas: pela primeira vez, o número médio ultrapassou a marca de um milhão de pessoas imunizadas diariamente.
Atualmente, a taxa é de 1.074.543 doses aplicadas a cada 24 horas. Cerca de 32,3% da população brasileira recebeu pelo menos uma dose (68.465.736 de pessoas) e 11,8% já foi completamente imunizada com todas as doses necessárias. Esses números significam que o país está em 68º no ranking mundial de vacinas por habitantes e em 4º no ranking de total de vacinas aplicadas. Especialistas afirmam que o Sistema Único de Saúde (Sus), por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI), tem capacidade de distribuir e aplicar ainda mais doses diariamente por todo o país, caso haja estoque de vacinas.
A farmacêutica Johnson&Johnson é a produtora da vacina Janssen, imunizante de dose única e aprovado pela Anvisa para uso emergencial. A empresa Johnson&Johnson é associada à Amcham Brasil – câmara de comércio que facilita negócios entre Brasil e Estados Unidos. Deborah Vieitas, CEO da Amcham Brasil, afirmou a respeito do carregamento de vacinas que partiu de Fort Lauderdale, no estado americano da Flórida, com destino ao aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP):
“Recebemos com esperança renovada o anúncio da chegada dessas vacinas, que contribuirão para proteger as vidas de 3 milhões de brasileiros. Trata-se de um gesto nobre dos Estados Unidos que corrobora os nossos laços de parceria e simboliza o desejo americano de que o povo brasileiro consiga superar a pandemia.”
A doação de 3 milhões de doses destinadas ao Brasil se soma às quantidades anunciadas recentemente pelos Estados Unidos de distribuir 20 milhões de doses de vacinas a países da América Latina e Caribe, incluindo o Brasil, por meio do mecanismo Covax Facility, programa de compartilhamento de vacinas contra a Covid-19 coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Poréns
Os crescentes números da vacinação no Brasil se convertem na esperança de que a imunidade coletiva possa vir em breve, e que a razão de infecções do coronavírus (Sars-CoV-2) diminua. Entretanto, o cenário futuro pode não ser tão simples.
O Chile, com 19 milhões de habitantes, tem a campanha de vacinação mais veloz da América Latina: tendo aplicado 20,1 milhões de doses, é o terceiro colocado no ranking de países que mais vacinaram em razão da população. 114 doses foram administradas para cada 100 pessoas. Isso significa que metade da população já recebeu duas doses e 14% já recebeu uma dose.
Ainda assim, o Chile foi vítima de um surto de coronavírus que começou em março que só diminuiu em maio e junho. No pior momento da pandemia, em abril deste ano, foram mais de 8.000 contágios diários e lotação dos leitos de UTI, apesar de 45% da população estar vacinada à época.
Diversos fatores explicam os números decepcionantes. O país confia principalmente na vacina CoronaVac (que chamam de SinoVac). No Brasil, a vacina foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em janeiro com eficácia global verificada de 50,4%. De acordo com um levantamento feito pela Universidade do Chile em abril, a eficácia na prevenção do contágio entre quem recebeu as duas doses foi de 56,5%. Entre aqueles que tomaram apenas uma injeção, entretanto, a taxa caiu para apenas 3%.
A sensação de invulnerabilidade após a primeira dose é uma das explicações para o relaxamento dos chilenos com as medidas não-farmacológicas (uso de máscaras, higiene, distanciamento social). Outros fatores são: o aumento da circulação por pressão de setores da indústria e comércio; novas variantes; e pela fadiga com os 15 meses de restrições.
O Dr. Cesar Cortes, médico emergencista do hospital da Universidade do Chile, disse que as pessoas que ficaram em casa no ano passado agora têm mais medo de ficar sem trabalhar. “No ano passado havia baixa circulação e as medidas de confinamento eram mais eficazes porque as pessoas tinham medo de morrer”, disse. “Isso não está acontecendo agora.” Sem as vacinas, o Chile estaria muito pior, disse ele. “A situação complicada que estamos vendo agora seria catastrófica”, afirmou.
O órgão regulador de saúde do Chile, o Instituto de Saúde Pública, publicou que o sequenciamento do genoma das infecções entre dezembro e junho confirmou que a variante gamma (P.1, cepa originada em Manaus, Brasil) era a mais prevalente no país e duas vezes mais contagiosa que a cepa original. O Chile agora está embarcando na vacinação de adolescentes. Há duas semanas, introduziu green cards para conferir maior liberdade aos vacinados, em uma tentativa de encorajar os hesitantes a se prontificarem para a imunização.
“Cerca de 10% das pessoas, mesmo vacinadas, não estarão protegidas contra doenças graves. São centenas de milhares de pessoas indo para UTI ”, disse Cesar Cortes. “E quando nosso sistema de saúde é forçado ao limite como está agora, essa porcentagem por si só é suficiente para sobrecarregá-los.”
Michael Touchton, do Observatório para Contenção de Covid-19 da Universidade de Miami nas Américas, afirmou: “O país pode ter estado muito otimista após o lançamento da vacina e se abriu muito rapidamente, especialmente para viagens internas durante a temporada de férias de verão”. O Chile reabriu suas fronteiras em novembro de 2020, quando as infecções caíram do pico de junho para cerca de 1.400 casos por dia. O país também permitiu viagens domésticas durante a temporada de férias de dezembro a fevereiro deste ano, quando restaurantes, lojas e resorts de férias reabriram.
“No início da campanha de vacinação, havia uma mensagem do governo de que ‘as vacinas estão a caminho, então a pandemia vai acabar logo’. Todos pararam de se cuidar, pararam de usar máscaras e se juntaram a grandes multidões durante a temporada de férias”, disse Claudia Cortés, especialista em doenças infecciosas da Universidade do Chile.
Em artigo publicado no dia 20 de abril, Ennio Vivaldi, reitor da universidade, analisou os resultados da vacinação chilena e o aumento de novos casos de Covid-19. O reitor concluiu que até duas semanas após a segunda dose ser administrada, a vacina “não tem efeito significativo”. Ele acrescentou: “Temos que ter empatia, cuidar de nós mesmos, usar máscaras, seguir medidas de saúde e ficar em casa mesmo que tenhamos a vacina. Essa é a única maneira de sairmos da pandemia. ”
América Latina
Novas infecções por coronavírus seguem aumentando na Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, disse a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em um comunicado à imprensa latinoamericana. A diretora da OPAS, Carissa Etienne, pediu aos governos que se concentrem em medidas de saúde pública para controlar a crise e não depender de vacinas. “Não posso deixar de enfatizar isso o suficiente: para a maioria dos países, as vacinas não vão impedir essa onda de pandemia”, disse ela.
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O POPULAR
Covid-19 deixa rastro de sequelas por mais de seis meses
Síndrome Pós-Covid: Problemas de saúde são mais comuns em pessoas que desenvolveram graves da doença. Pacientes chegam enfrentar mais de seis meses de sintomas
Depois de mais de um ano do início da pandemia da Covida-19 no Brasil, a extensão dos sintomas e das sequelas da doença nos pacientes ainda é estudada por especialistas. A chamada síndrome pós-covid pode ser manifestar desde a permanência da perda do olfato e do paladar até problemas mais graves como, por exemplo, episódios de trombose. Alguns pacientes já estão levando mais de seis meses para se recuperar.
Resultados preliminares de uma pesquisa recente da Fundação Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo feita com pessoas que desenvolveram casos graves da doença mostraram que 89,3% delas tiveram algum sintoma prolongado da doença. Entretanto, a situação também se estende a pessoas que desenvolveram quadros leves e moderados da Covid.
O anestesiologia Solon Maia, de 40 anos, teve Covid-19 em dezembro, ficou 80 dias internado e precisou de uma ECMO (oxigenação por membrana extra corpórea), que funciona como um pulmão artificial, para sobreviver. Em março, ele teve alta. Porém, a previsão é de que o tratamento dele dure de um a dois anos.
Solon teve necrose na cabeça do fêmur de ambas as pernas por conta da do uso de medicamentos, estreitamento da garganta pelo tempo que passou entubado e enfrenta a síndrome dos pés caídos pelo tempo que ficou internado, necessitando de um aparelho para ajudá-lo a se locomover. Além disso, tremores nas mãos fazem parte da rotina. “Sei que todo dia eu caminho para melhorar”, pontua.
A designer de interiores Lana Zedi, de 58 anos, teve a doença em fevereiro e necessitou ficar em Unidade de Terapia Intensiva por 10 dias. Durante esse período, ela teve 90% de comprometimento pulmonar e precisou ser entubada. Entretanto, depois de recuperada, ela continuou com comprometimento de 30%.
No próximo mês, Lana ainda terá de se submeter a outros exames para ver se o pulmão continua comprometido. Além disso, ela ainda tem de lidar com alguns sintomas como, por exemplo, a falta de memória. Entretanto, a designer ainda considera que teve uma boa recuperação. “Levando em conta a minha idade é o fato de que nunca fui uma grande esportista, acho que estou bem”.
O infectologista Marcelo Daher diz que quanto mais grave um paciente fica, mais comum é ele continuar com sintomas, mesmo depois da alta médica. “Um paciente com comprometimento pulmonar elevado, vai ter uma chance maior de ter problemas depois. Essas pessoas também precisam ter atenção para os eventos tromboembolicos”, aponta.
Entre as principais queixas dos pacientes com síndrome pós-covid, ele aponta a perda do olfato e paladar, confusão mental, perda de memória, falta de concentração, cansaço e fraqueza. “São eventos bastante relatados. O que recomendamos é que esses pacientes graves continuem fazendo acompanhamento para avaliação do quadro geral “, esclarece.
Principais órgãos
Apesar de ser mais em comum, a síndrome pós-covid pode afetar órgãos importantes como o cérebro e o coração, especialmente naqueles pacientes onde o quadro da doença foi mais grave.
O presidente da Sociedade Goiana de Cardiologia, Leonardo Sara, aponta que as complicações cardiovasculares mais sérias podem estar relacionadas com processo inflamatório do músculo cardíaco. “Isso pode deixar áreas de fibrose no coração, se tornando foco de potenciais arritmias“, diz. Ele afirma ainda que outra possibilidade de sequela é um enfarte, seja porque o coração foi sobrecarregado ou porque ele sofreu trombose de alguma artéria.
O neurologista José Guilherme Schwan explica que é possível que a Covid cause lesões no cérebro e acidentes vasculares cerebrais. Entretanto, esses episódios são mais raros. Ele conta que os sintomas neurológicos vão desde os mais leves, como fraqueza e dificuldade de concentração, até os mais graves, como neuropatia inflamação dos nervos.
O médico revela que tem sido cada vez mais comum pacientes chegarem ao consultório com sintomas prolongados da doença. Schwan aponta que o melhor caminho para evitar e atenuar os sintomas é mantendo uma boa rotina de sono, exercícios físicos e alimentação. “Entretanto, caso esses quadros sejam persistentes, a melhor saída é fazer consulta com um profissional”.
Prejuízos à saúde mental também são significativos
Além das sequelas físicas que a Covod-19 pode deixar, danos psicológicos também estão associados à síndrome pós convide. Estudo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo feito com pacientes graves recuperados da doença mostrou altos índices de delírios (6,35%) e alucinações (8,71%) em relação a dados disponíveis sobre a população geral.
Na prática, a psicóloga Adriane Rodrigues, disse que tem visto muitos casos de crise de pânico, ansiedade e depressão associados à Covid-19. “Isso vai depender muito do paciente, de como ele e as pessoas próximas enfrentam a doença “, explica Adriene.
A psicóloga afirma que a maioria dos casos está associada aos pacientes que desenvolveram a doença de forma grave. “Os quadros de depressão e ansiedade são mais comuns nas pessoas que tiveram sequelas relacionadas à saúde física de forma mais acentuada“.
Adriene afirma que a vontade dos pacientes superarem as sequelas e sintomas prolongados acaba gerando muita ansiedade, o que pode desencadear problemas psicológicos. “Entretanto, é preciso ter paciência durante o tratamento. Pacientes com perda de memória, por exemplo, precisam fazer exercícios para retomar essa habilidade. Isso leva tempo”.
A psicóloga explica que, por si isso só, a sociedade já vivencia um momento delicado e que as incertezas relacionadas à evolução da doença e às possíveis sequelas posteriores geram ainda mais insegurança nos pacientes. “Esse desequilíbrio interfere na saúde mental das pessoas e isso é, de certa maneira, é natural “, esclarece.
Por isso, o acompanhamento psicológico e até mesmo psiquiátrico deve ser feito assim que os pacientes perceberem componentes diferentes dos rotineiros. “Sono conturbado, falta de energia e uma agitação exacerbada são sinais que merecem atenção. Quando eles ocorrem, é a hora da pessoa procuram ajuda profissional para “, finaliza psicólogo
Cirurgia para retirada desse escaras tiveram aumento
Desde o início da pandemia da Covid-19, a comunidade de cirurgiões plásticos tem percebido um aumento de procedimentos para tratar escaras (feridas que podem surgir em áreas da pele que ficam muito tempo sob pressão e são comuns em pacientes que permanecem internados muito tempo), especialmente na região sacral, depois do início da pandemia de Covid-19.
O cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Goiás (SBCP-GO), Marcelo Prado, explica que o ideal é que os pacientes internados tenha a posição alternada a cada duas horas. “Entretanto, por conta do tratamento da doença nem sempre isso é possível e essas escaras acabam aparecendo com mais frequência“, esclarece.
O anestesiologia Solon Maia, de 40 anos, que enfrenta várias sequelas da doença, teve de ser submetido a três cirurgias para tratar uma escara sacral que apareceu depois de ele ficar muito tempo deitado na mesma posição durante o tempo que ficou internado. O médico teve de usar drenos para fazer vários tipos de curativos diferentes para conseguir cicatrizar a ferida. “De todas as sequelas que eu enfrentei, essa foi a pior revela.
Prado afirma que a maioria das escadas pode ser evitada e que por isso, é importante que os familiares da pessoa internada estejam atentos a isso. “É claro que alguns casos vão acontecer, mas sabendo da existência da escara, ela pode ser tratada ainda durante a internação ou logo depois que a pessoa receber alta, evitando o sofrimento e desgaste para os pacientes “, finaliza.
A queda severa de cabelos está entre os sintomas prolongados
A queda severa de cabelos está entre os sintomas prolongado sofridos pela maioria dos pacientes que contraiu Covid-19. A presidente da Comissão Científica da Sociedade Brasileira Dermatologia – Regional Goiás (SBD-GO), Lorena Dourado Alves, explica que normalmente depois de o corpo passar por um grande estresse como, por exemplo, uma longa internação ou uma cirurgia. Isso costuma ocorrer por volta de três meses depois do episódio.
Entretanto, entre pacientes que tiveram Covid-19 esta queda tem ocorrido bem mais cedo. “É uma queda considerável. A procura no consultório aumentou muito”, explica. De acordo com ela, o perfil dos pacientes vai dos que tiveram a doença de forma grave até aqueles assintomáticos.
De acordo com ela, cientistas investigam o fato de que a queda precoce possa acontecer pelo fato de ser uma doença inflamatória, ela pode ter efeitos tromboembólicos ou como microtrombos do folículo piloso, diminuindo a circulação no local e contribuindo para a queda. “Entretanto, isso ainda está sendo estudado. O fato de a doença causar febre também pode contribuir para essa queda“. A dermatologista explica que o tratamento para o problema existe e costuma ser eficaz. “As pessoas devem procurar ajuda assim que notarem a queda”.
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Assessoria de Comunicação