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DESTAQUES
Abastecimento de máscaras e luvas preocupa Ministério da Saúde
Casos pontuais ou surto generalizado: os possíveis cenários para o coronavírus no Brasil
Planos acompanham evolução da Covid-19
Hospitais de São Paulo preparam cartilha única para o coronavírus
Brasília em alerta para o coronavírus
Caso em SP eleva pressão na rede de saúde, mas calor reduz risco de surto
Mortes só em 3% dos casos
Ministério da Saúde quer antecipar vacinação contra gripe
Envelhecimento da população exigirá gasto adicional de R$ 50 bi em saúde até 2027, prevê governo
Prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, é internado em UTI após passar mal
O GLOBO
Abastecimento de máscaras e luvas preocupa Ministério da Saúde
BRASÍLIA O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, demonstrou preocupação nesta quarta-feira com o abastecimento de insumos de proteção individual, como luvas e máscaras, que serão usados também para evitar a proliferação do novo coronavírus na rede pública de saúde do Brasil. Em entrevista à Globo News, na noite desta quarta-feira, Mandetta disse que o Ministério da Saúde fez edital para comprar R$ 150 milhões em equipamentos de proteção individual, mas que os fornecedores apresentam "dificuldades" em prover o material.
Esse é um tema que nos preocupa: o abastecimento de insumos. Porque a vida continua. Para se operar um apendicite, precisa de máscaras, de luvas, de todos esses insumos. E não digo apenas em relação ao coronavírus, que a gente nem sabe se vem. Mas isso pode interferir na vida, no dia a dia. Nós fizemos um edital de compra de R$ 150 milhões em equipamentos de proteção individual. A licitação ocorreu, mas na hora de fazer o contrato, o fornecedor está tendo dificuldades. Estamos começando a perceber que temos de chamar esses fornecedores, para organizar, porque isso pode ser sim um problema afirmou.
O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira o primeiro caso do novo coronavírus no Brasil. Trata-se de um brasileiro de 61 anos que foi atendido no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Ele esteve na Itália, que já registrou mais de 320 casos, com pelo menos 4 mortes. Um exame preliminar já havia dado positivo para o vírus. A contraprova, do laboratório Instituto Adolfo Lutz, também deu resultado positivo. O paciente passa bem e se recupera em casa, depois de ser atendido no Albert Einstein.
Mandetta voltou a pedir que as pessoas abusem de procedimentos de higiene, como lavar as mãos constantemente para evitar a proliferação do vírus. Questionado se aconselharia o uso de máscaras pela população, o ministro alertou que as proteções vencem após duas horas de uso e que uso prolongado delas, sem trocá-las, não seria higiênico. O ministro da Saúde repetiu que o mais recomendado para esses casos de vírus é água e sabão em mãos e rostos.
Temos de aumentar o hábito de lavar as mãos, o que não é muito arraigado na nossa cultura. É melhor apostar nesse tipo de medida, que apostar em máscaras descartáveis _ afirmou à Globo News.
O Brasil já está no terceiro nível de risco, o mais alto dos três estabelecidos pelo Ministério da Saúde para enfrentamento à doença. Assim, a confirmação do caso não muda essa situação. Mandetta também voltou a dizer que o caso do Brasil poderá ditar a dinâmica do vírus no Hemisfério Sul. O homem brasileiro é o primeiro caso confirmado na América Latina. A vítima do novo coronavírus veio ao Brasil através de Paris, na França, de onde embarcou para o Brasil.
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Coronavírus: infectologista recomenda vacinação contra a gripe para reduzir sobrecarga em hospitais brasileiros
RIO O infectologista e epidemiologista Celso Ramos Filho, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um dos pioneiros no Brasil combate da maior pandemia da história recente da Humanidade, a de Aids, diz que o espalhamento do Covid-19 pela Itália aumentou significativamente o risco aqui.
Ele alerta que o país não está preparado e propõe a ampliação da vacinação contra a gripe para reduzir a sobrecarga nos hospitais de pessoas com doenças respiratórias.
O surto de um nova doença (nomeada Covid-19) provocada por um tipo inédito de coronavírus surgiu na cidade de Wuhan, megalópole da região central da China, em dezembro de 2019. O primeiro caso de coronavírus registrado no Brasil e na América Latina foi confirmado na última terça-feira em um primeiro exame divulgado pelo Ministério da Saúde.
Qual a situação hoje no Brasil?
O vírus chegou, mas não circula no Brasil. Temos um caso confirmado e outros suspeitos que, mesmo se confirmados, não configuram que o vírus esteja em circulação, isto é, que se espalhou por nossa população.
O mais provável é que comecemos a ver a circulação do vírus por aqui em maio. É nessa época que começa a estação de doenças respiratórias, a gripe e os resfriados, e isso é um problema monumental
E qual a possibilidade de o vírus entrar em circulação?
Não é mais uma questão sobre se ele vai entrar em circulação. É sobre quando vai entrar. Os casos na Itália, país com o qual temos ligações muito mais intensas do que com a China, mudaram tudo. É inevitável que o vírus continue a se espalhar pelo mundo. E o mais provável é que comecemos a ver a circulação do vírus por aqui em maio, talvez no fim de abril. É nessa época que começa a nossa chamada estação de doenças respiratórias, a gripe e os resfriados, e isso é um problema monumental.
Por quê?
Porque a chegada do novo coronavírus vai sobrecarregar um sistema que já não consegue dar conta de todos os casos de doenças respiratórias. Na verdade, não consegue dar conta de nada. E teremos mais um vírus respiratório circulando, somado aos da gripe e do resfriado comum, só estes são mais de cem.
Isso, na prática, vai inviabilizar o diagnóstico e dificultar o atendimento. Uma coisa é fazer testes para diagnosticar casos suspeitos em pequeno número, como temos visto por aqui. Isso o país faz bem. A outra é colocar na rede pública, na base do atendimento. É só ver a precariedade e a subnotificação dos casos de dengue, há décadas entre nós.
E quantos casos de Covid-19 poderemos esperar no Brasil, quando o vírus circular?
Uma estimativa da Universidade de Harvard previu que entre 40% e 70% da população mundial contrairão o vírus, mas que a imensa maioria dos casos será branda. Segundo a OMS, a taxa de letalidade está em 2%. Isso é muita gente. (Para uma população global de cerca de sete bilhões de habitantes, se 50% se infectarem, isso representará 140.000.000 de mortes.) É preciso ver a questão de escala para entender a gravidade do problema.
O que o senhor recomenda?
Que o governo brasileiro analise a possibilidade de universalizar a vacina da gripe, isto é, que passe a oferecê-la para toda a população e não apenas para grupos específicos, mais vulneráveis, que não chegam a 50% da população.
Por que a de gripe? O que isso traria de benefícios?
Em primeiro lugar, reduziria a carga sobre os hospitais, pois menos gente desenvolveria casos graves de gripe. Não há vacina contra o coronavírus. Então qualquer um pode adoecer e procurar um hospital. Mas, se reduzirmos os casos de gripe, causados por vírus influenza, que pode ser amenizada pela vacina (ela não evita, mas reduz a gravidade da doença), teremos menos gente precisando recorrer a hospitais e abriremos espaço para os casos de Covid-19.
A vacinação universal contra a gripe é viável no Brasil?
Montar uma campanha de vacinação e obter o número de doses necessárias para vacinar milhões de pessoas é algo extremamente complexo, que não se faz da noite para o dia. A produção de vacinas não é trivial, tampouco a preparação para distribui-las e imunizar a população. Também custa caro. Mas tratar qualquer doença custa sempre muito mais do que preveni-la. O Brasil tem expertise para grandes campanhas. É questão de vontade política e de preparação.
O senhor acha que o Brasil está preparado?
Definitivamente, não. Temos condição para diagnosticar casos isolados como esse que vimos agora, para detectar casos que estejam entrando. Nossos laboratórios e centros de referência são muito bons. Mas mesmo assim é limitado. Acho pouquíssimo provável que esse primeiro caso tivesse sido identificado tão depressa, se não tivesse sido atendido num hospital com a estrutura do Albert Einstein. O grande problema veremos quando a doença deixar de ser rara aqui e chegar no atacado.
Mas não foram estabelecidos recomendações e protocolos?
Sim, no papel. E não acessíveis a todos. A rede do SUS, que atende à imensa maioria da população, opera em condições precárias, sem precisar de Covid-19. Veja se há nas UPAs condições de identificar imediatamente um caso possivelmente suspeito, se alguém que entra com sintomas recebe máscara cirúrgica, daquelas comuns. Ou se ele fica lá misturado a todos os outros pacientes. Veja se os profissionais de saúde estão de máscara. Falamos de um vírus altamente transmissível e para o qual a única proteção são os cuidados básicos. E isso não temos.
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PORTAL UOL
Casos pontuais ou surto generalizado: os possíveis cenários para o coronavírus no Brasil
Brasil confirma primeiro caso – mas o que vai acontecer de fato no país? Entenda os dois principais cenários possíveis na crise atual
O primeiro caso de coronavírus no Brasil foi confirmado nesta quarta-feira (26). Um homem de 61 anos, que passou duas semanas na Itália, apresentou os sintomas e agora está em isolamento domiciliar em São Paulo.
Mas o que vai acontecer de fato no país com a divulgação de um caso da doença Covid-19? Haverá quarentenas para poucos ou para cidades inteiras? Aulas serão canceladas? Ou a rotina segue relativamente normal, como em mais de 40 países que já tiveram casos confirmados da doença?
Na prática, tudo depende da evolução dos casos no país. Há dois grandes cenários possíveis na crise atual: um de contenção, outro de mitigação.
Quais os sintomas e os riscos da doença causada pelo novo coronavírus O que acontece agora que Brasil tem 1º caso confirmado de coronavírus Coronavírus: com chegada da doença ao Brasil, o que realmente funciona para se proteger?
No primeiro, o país passa a ter cada vez mais casos pontuais ligados a pessoas oriundas de outros países, como tem acontecido nos Estados Unidos e no Reino Unido. O Brasil, hoje, está nesse grupo.
No segundo, o vírus foi disseminado em uma área mais ampliada pelo contágio, o surto está instalado no país e a doença passa a ser transmitida com rapidez e volume entre diversas pessoas, como na Itália, na Coreia do Sul e China.
De todo modo, em ambos cenários a doença mantém uma taxa de letalidade considerada baixa por especialistas e autoridades. Ela mata 2 a cada 100 pessoas infectadas e mais de 80% dos casos são leves. "É mais uma gripe que a humanidade vai enfrentar", afirmou o ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta.
Cenário 1: Casos pontuais, sem transmissão sustentada ? contenção
Até o momento de publicação desta reportagem, o novo coronavírus, batizado de SARS-COV2, atingiu 50 países e territórios. São quase 82 mil casos confirmados da doença ? chamada de covid-19 ?, sendo 78.497 na China (ou 97% do total). Há atualmente mais casos novos sendo registrados fora da China do que dentro do país.
Até agora, o surto se instalou de fato em apenas quatro desses lugares: China, Coreia do Sul, Irã e Itália. Nos outros, há casos confirmados de modo isolados, como no Brasil.
E o que tem sido feito nesses 46 países e territórios?
O protocolo internacional indica uma sucessão de passos que vão sendo tomados à medida que o surto avança ou não, colocando na balança tanto a segurança da população quanto o impacto socioeconômico. O mais importante é identificar rapidamente quem está doente, garantir o isolamento e evitar que a doença se espalhe.
Em geral, a rotina da população não sofre mudanças, exceto a daqueles que estão doentes ou tiveram contato próximo com essas pessoas infectadas.
Nos EUA, onde foram confirmados 60 casos, não houve cancelamento de aulas e eventos públicos ou cidades sob quarentena até agora, por exemplo ? o mesmo se vê em 16 países europeus.
O governo americano tem adotado medidas básicas para evitar a circulação da doença, como quarentena domiciliar ou hospitalar para quem apresentar sintomas, ampliação das recomendações de prevenção e monitoramento daqueles que tiveram contato com pessoas doentes ou viajam de zonas onde o vírus circula.
O que determina onde ficará o paciente é a sua condição de saúde. Um isolamento hospitalar, segundo o Ministério da Saúde brasileiro, só aumenta o risco de transmissão da doença para mais pessoas e é recomendado para pessoas com sintomas graves.
Por ter apresentado sintomas brandos, por exemplo, o brasileiro diagnosticado com a doença em São Paulo ficará 14 dias em casa ao lado de sua mulher, que será mantida ali por outros 14 dias, ao fim desse período.
O passo seguinte é identificar e monitorar todas as pessoas com as quais o paciente teve contato. No caso do brasileiro, isso inclui 30 pessoas que ele recebeu em casa num evento familiar e os passageiros de poltronas próximas à dele no avião oriundo da Itália.
Na China, são monitoradas atualmente mais de 100 mil pessoas que tiveram contato com pacientes do Covid-19. Outras 500 mil já passaram por processo semelhante.
Mesmo antes da confirmação do caso, o Brasil já havia elevado seu alerta para a doença de nível 2 (perigo iminente) para 3, no qual se declara emergência de saúde pública de importância nacional.
Nessa situação, o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson Oliveira, explicou que há uma mobilização conjunta de governos federal, estaduais e municipais "para que o vírus não se disperse", para ampliar a conscientização da população e para adotar dispositivos normativos para "acelerar a organização dos serviços de saúde e ampliar a capacidade de atendimento da população", a depender do possível avanço da doença.
A Organização Mundial da Saúde não recomenda qualquer fechamento de fronteiras, mas alguns países têm adotado esse tipo de medida. Foi o caso de nações vizinhas do Irã, por exemplo.
A medição de temperatura dos passageiros tampouco é eficaz, já que a doença pode ser transmitida durante o período de incubação, que varia de 1 a 14 dias e não há sintomas, como febre, tosse, coriza ou falta de ar.
Ninguém também é proibido de deixar o país nesse cenário. Para o ministro da Saúde brasileiro, vale a regra do bom senso. Ou seja, se a viagem internacional for inadiável, que se adote todas as medidas de precaução. Se não for, melhor cancelar.
Cenário 2: Surto instalado no país ? mitigação
"Se há um surto instalado numa região, em um Estado ou uma cidade brasileira, por exemplo, não há dúvida de que o cancelamento de aulas, eventos com aglomerações e adoção de quarentenas são as medidas mais adequadas", explica Fernando Spilki, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia.
Esse tipo de estratégia foi adotado no Brasil em 2009, quando havia um número grande de casos de vírus H1N1 ? infecção que matou entre 151.700 a 575.400, segundo o governo americano.
No caso do novo coronavírus, o primeiro país a adotar medidas dessa natureza foi a China, onde o surto começou em dezembro do ano passado.
"Essas ações podem ser disruptivas e ter impacto econômico e social em indivíduos e comunidades. No entanto, estudos mostram que a adoção em etapas dessas intervenções podem reduzir a transmissão em comunidades", explica o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.
Para a chefe desse órgão, Nancy Messonnier, não é mais uma questão de "se" a doença vai se espalhar nos EUA, por exemplo, mas "quando". Por isso, as pessoas precisam estar preparadas para as mudanças drásticas que isso vai acarretar, como suspensão de aulas, trabalho remoto e confinamento em casa.
Essas medidas começaram a ser adotadas inicialmente na cidade de Wuhan, na China, considerada o epicentro da doença. Gradualmente, aulas foram suspensas, empresas reduziram expedientes ou fecharam, sistemas de transporte público foram paralisados, a circulação de pessoas nas ruas foi praticamente proibida. Por fim, a medida mais restritiva foi o fechamento das divisas da cidade.
Para parte dos especialistas, apesar de todos os duros transtornos que essas medidas causam, elas têm funcionado, por exemplo, para conter o avanço da doença na China. Há uma tendência de queda no número de novos casos há mais de duas semanas.
Em meio a uma explosão de casos, a Itália passou a adotar medidas parecidas com a da China. Em cinco dias, os registros no norte italiano passaram de 4 para mais de 450.
O Carnaval de Veneza foi cancelado dois dias mais cedo, jogos da primeira divisão de futebol foram adiados, empresas começaram a adotar trabalho remoto e 10 cidades que somam 50 mil habitantes foram submetidas a quarentenas. Ninguém entra ou sai dali, salvo raras exceções. Como consequência, pessoas passam a estocar mantimentos, e mercados começaram a registrar desabastecimentos parciais. Ruas ficam vazias.
O principal instrumento à disposição do Brasil para uma situação desse tipo com surto instalado é a lei sancionada no dia 7 de fevereiro pelo presidente Jair Bolsonaro, prevista para vigorar enquanto durar a emergência internacional do surto, decretada pela Organização Mundial da Saúde no fim de janeiro.
O texto brasileiro determina que, diante de uma situação de emergência, o governo poderá colocar cidadãos em isolamento ou quarentena, sob condições estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
Também poderá realizar compulsoriamente exames e testes laboratoriais, coletar amostras para análises e aplicar vacinas e tratamentos médicos específicos.
Não adotar medidas como quarentenas, isolamento rápido de pessoas doentes e transparência na divulgação de informações pode agravar a disseminação da doença e levar à perda de controle sobre a cadeia de transmissão do vírus de uma pessoa para outra ? estima-se que, no caso do novo coronavírus, uma pessoa infectada contamime até outras três, em média.
Esse descontrole é o que especialistas e autoridades estrangeiras temem que esteja acontecendo no Irã, onde também há transmissão sustentada. O governo iraniano tem se negado a adotar medidas como quarentenas, sob o argumento de que elas não funcionam e querem evitar o fechamento de lugares sagrados para os clérigos que controlam o país, como a cidade de Qom, onde mais de uma dezena de pessoas morreram.
Em um dia, quatro países vizinhos do Irã registraram seus primeiros casos confirmados da doença. Todos eram ligados a pessoas oriundas do território iraniano.
"No fim, a nossa principal preocupação nesse tipo de surto é sobre o impacto em sistemas de saúde como o do Brasil, que já precisam lidar com epidemias e endemias, como a dengue e o sarampo. Essa é mais uma doença que chega", explica Fernando Spilki, da Sociedade Brasileira de Virologia.
E o que realmente funciona para as pessoas se protegerem?
A BBC News Brasil conversou com infectologistas e colheu as principais recomendações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, o Serviço de Saúde britânico (NHS) e do Ministério da Saúde brasileiro nesse sentido.
A principal ? simples, porém bastante eficiente ? é lavar as mãos com sabão após usar o banheiro, sempre que chegar em casa ou antes de manipular alimentos.
As outras são:
Manter o ambiente limpo Evitar aglomerações e manter distância de pessoas com sintomas de gripe Manter hábitos saudáveis para fortalecer a imunidade. Ou seja, dormir a quantidade de horas certas para a sua idade, alimentar-se bem, manter-se hidratado, fazer exercícios físicos regularmente e tentar reduzir o estresse
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CORREIO BRAZILIENSE
Planos acompanham evolução da Covid-19
ANDRÉ PHELIPE
Com a chegada do coronavírus ao Brasil, os planos de saúde também estão se precavendo para a Covid-19. A Amil informou ao Correio que vem adotando medidas que estão alinhadas com os protocolos do Ministério da Saúde em suas unidades hospitalares a fim de conter, prevenir e informar seus clientes e pacientes sobre os efeitos da doença e evitar novos casos.
A Amil adotou o envio de informes para colaboradores, pacientes e beneficiários, com explicações sobre as formas de transmissão, sintomas e dicas de prevenção. Aproximadamente seis milhões de pessoas utilizam os serviços da operadora.
Outros planos, como Bradesco Seguros, Quality, Unimed e SulAmérica, foram procurados pela reportagem, mas não se manifestaram até o fechamento desta edição.
Empresas
As multinacionais também começam a tomar medidas para evitar prejuízos, humanos e financeiros, com o coronavírus. A Nestlé pediu que seus funcionários em todo o mundo suspendam temporariamente viagens internacionais de negócios. A companhia, que emprega cerca de 291 mil pessoas e vende seus produtos em 187 países, pediu que as idas ao exterior sejam suspensas até 15 de março.
Já a Costa Cruzeiros anunciou que vai ampliar as medidas de precaução em sua frota para garantir a segurança de hóspedes e tripulação, por conta do surto. Entre as providências, está a proibição da entrada de pessoas que tenham viajado para China, Hong Kong, Macau e mais 12 cidades da Itália, nos 14 dias que antecedem o embarque.
Qualquer pessoa com uma temperatura corporal acima de 37,8 ºC terá o acesso ao navio negado.
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Brasília em alerta para o coronavírus
No mesmo dia em que o Ministério da Saúde confirmou a primeira infecção de um brasileiro, internado em São Paulo, o Distrito Federal registrou quatro casos suspeitos da doença. Na capital, aumentou a procura por máscaras e álcool em gel
A quarta-feira de cinzas começou com a sombra de uma doença perigosa em Brasília. Quatro pacientes foram internados em hospitais das redes pública e privada do Distrito Federal com suspeita de coronavírus, doença que teve início na China. Destes, dois seguem em observação, aguardando resultados definitivos e dois tiveram o diagnóstico descartado após exames realizados ao longo do dia. Os quadros preocupam a população por causa da gravidade e da primeira confirmação da infecção de um brasileiro, em São Paulo. Para especialistas, este é o momento de ampliar a cautela, mas sem pânico.
O Correio apurou que, na madrugada de ontem, um homem, vindo da Espanha, deu entrada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) após apresentar sintomas semelhantes aos identificados em pessoas com o vírus (veja Atenção). Ele teria dito aos médicos que, no país europeu, teve contato com um infectado. A informação foi confirmada pelo diretor do hospital, o médico Leonardo Ramos. O paciente está internado no 7º andar do edifício, onde ficou em isolamento. "O procedimento padrão nesses casos é monitorá-lo por 12 a 24 horas na unidade de saúde. Depois, se for o caso, ele é liberado, e continuamos monitorando o estado de saúde dele em casa", explicou Leonardo.
Outros quatro casos haviam sido descartados no Hran. Após passar por avaliações médicas, o hospital descartou a infecção. Ao longo do dia, poucos sabiam do que se passava no 7º andar. "Eles deveriam emitir um comunicado, até para a gente se prevenir", reclamou o acompanhante de uma paciente, que não quis se identificar. "A minha esposa está internada no 5º andar, mas a gente nem imaginava que isso pudesse acontecer. Ainda bem que descartaram", disse.
No Distrito Federal, o Hran é a unidade habilitada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para os eventos de sentinela. Segundo a Secretaria de Saúde, o hospital está preparado para lidar com casos envolvendo a doença. De acordo com o Plano de Contingência da pasta, "a infecção humana pelo coronavírus é uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII)", e "os casos suspeitos, prováveis e confirmados devem ser notificados de forma imediata pelo profissional de saúde responsável pelo atendimento".
Rede privada
O Hospital Santa Lúcia, unidade de saúde particular da Asa Norte, confirmou ontem que há um paciente com suspeita de infecção por coronavírus internado. O homem, que havia chegado recentemente de uma viagem à Austrália, deu entrada no centro clínico na terça-feira e passou por exames para reconhecimento de infecções virais e para o novo coronavírus, disponibilizados pela rede. Os primeiros testes deram resultado favorável à suspeita do Covid-19. Após os resultados, no mesmo dia, a Secretaria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde foi notificada. A pasta enviou ontem representantes para colher novas amostras e realizar testes no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF). Esses exames vão comprovar ou descartar a contaminação. A avaliação final deve ficar pronta em até 72 horas.
Também ontem, outro hospital particular recebeu suspeitas da mesma doença. O Hospital Ortopédico e Medicina Especializada (Home), na Asa Sul, informou que dois pacientes com sintomas do vírus deram entrada na clínica. Ambos viajaram para a Itália, país que registrou 12 mortos e mais de 300 casos de coronavírus. Um dele, porém, foi liberado após exames da Vigilância Epidemiológica descartarem a infecção. Até o fechamento desta edição, o outro seguia em observação. "O hospital adotou todos os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação ao atendimento de caso suspeito", resumiu a unidade de saúde, em nota do diretor técnico Cícero Dantas.
A Secretaria de Saúde informou que "investiga todos os casos suspeitos, inclusive os da rede privada". Não foi confirmado se os pacientes com suspeita da doença internados em unidades particulares serão transferidos para o Hran. Porém, caso exista a confirmação, este deve ser o padrão seguido pela pasta.
Manter a calma
Diante das especulações, especialistas lembram que não é preciso se desesperar. "A vida das pessoas tem de ser igual como há dois dias. Nada mudou. Vamos lembrar de não entrar em pânico, porque não é o apocalipse", alerta Leandro Machado, infectologista do Hospital Santa Lúcia Sul. Os sintomas da nova doença se assemelham aos de gripes e dengue. "A pessoa que apresentar essas características não deve ir para o pronto-socorro dizendo que tem coronavírus. Caso tenha vindo de um dos países listados pelo Ministério da Saúde, ou tenha tido contato com alguém cuja suspeita foi confirmada, aí, será investigado."
O médico lembra que, para se proteger, é preciso higienizar as mãos, usar álcool em gel e evitar tossir nas mãos. Os riscos maiores são para pessoas que estiveram nos países listados pelo Ministério da Saúde. Idosos, profissionais da saúde, diabéticos e crianças, caso contagiados, podem apresentar as formas mais graves da patologia. "Estudos publicados na China mostram que a letalidade é de 2% a 4%, e, em idosos, de até 14%. Mas, a efeito de comparação, a dengue deve matar neste ano muito mais do que o coronavírus", avalia.
Atenção
O infectologista Leandro Machado elenca os principais sintomas da doença:
» Febre
» Dor de cabeça
» Tosse
» Dificuldade para respirar
» Dor muscular
» Pneumonia
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O ESTADO DE S.PAULO
Hospitais de São Paulo preparam cartilha única para o coronavírus
Foi dado um alerta para que os hospitais isolem os casos suspeitos e os profissionais de saúde utilizem os equipamentos de proteção, segundo federação
SÃO PAULO – Hospitais de São Paulo já se mobilizam para padronizar cartilhas sobre o novo coronavírus e recebem alertas sobre como isolar casos suspeitos. Diretor da Federaçāo dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehoesp), Luiz Fernando Ferrari diz que, desde dezembro, o avanço da doença e as ações para receber os casos suspeitos estão sendo debatidos com os associados.
De acordo com Ferrari, que também é vice-presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Sindhosp), as entidades, que representam 55 mil serviços de saúde da rede privada do Estado, planejam padronizar cartilhas sobre o tema.
"Na semana passada, a gente se reuniu com os sindicatos dos empregados e o patronal para fazer cartilhas conjuntas de comunicação para os funcionários e gestores de hospitais. Estamos acompanhando os alertas dados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Ministério da Saúde e Secretaria de Estado da Saúde."
Segundo Ferrari, foi dado um alerta para que os hospitais isolem os casos suspeitos e que os profissionais de saúde utilizem os equipamentos de proteção individual ao lidar com esses pacientes.
"Deve ser feito o isolamento respiratório do paciente, com uso de máscara, e os funcionários devem usar os métodos de precaução universais: luvas, óculos, o avental não-estéril e a máscara cirúrgica, a máscara comum. As pessoas que mexerem com ele precisam estar com um aparato. Não é a N95, que é para procedimentos invasivos, como intubação e aspiração."
O diretor da federação explica que, neste momento em que não há transmissão local do vírus, não existe a recomendação de que esses métodos sejam adotados por todos os funcionários.
"Se todo mundo começar a usar máscara, não vai ter produção suficiente. É preciso fazer uma boa barreira com quem está com suspeita, diagnóstico rápido e a higiene do hospital. Os hospitais sempre estiveram preparados, porque a gente vive lidando com epidemias."
O Hospital Israelita Albert Einstein, que recebeu o primeiro caso da doença no País, informou que acompanha a situação do novo coronavírus desde o início da epidemia.
"O hospital, que conta com os mais avançados recursos diagnósticos e assistenciais para os atendimentos que se fizerem necessários, inclusive os mais graves, vem atuando no treinamento intensivo de seus colaboradores com o objetivo de assegurar a oferta de atendimento adequado, bem como a segurança de pacientes, familiares e funcionários", informou, em nota.
No Hospital Sírio-Libanês, pacientes recebem a orientação em três idiomas sobre como agir caso desconfiem que estão com a doença. "Desde que começaram a sair os alertas do Ministério da Saúde, em janeiro, foi criado um comitê de crise e foi colocada a sinalização em português, inglês e mandarim para que ele se identifique, retire uma máscara cirúrgica e use o álcool em gel", explica Mirian Dal Ben, infectologista do hospital.
Caso sejam identificados os sintomas da doença e se a pessoa tiver visitado um dos países com transmissão do vírus, o paciente é transferido para um quarto especial para evitar que ele circule pelas instalações do hospital. Os profissionais também foram orientados a adotar medidas de segurança, além do uso do equipamento de proteção.
"Há uma ordem de retirada. Eles respeitam uma sequência para evitar a contaminação. Primeiro, tiram as luvas e higienizam as mãos. Depois, o avental descartável e higienizam as mãos de novo. Por fim, tiram os óculos de proteção e a máscara."
China cria medidas para cuidar de equipes médicas
Epicentro da epidemia, a China elaborou um documento com medidas para cuidar das equipes médicas que estão atuando nos casos do Covid-19, como aumento salarial, oferta de refeições nutritivas e transporte, garantia de tempo de descanso e atendimento psicológico.
Segundo a agência oficial do governo chinês, que divulgou as informações na última segunda-feira, 24, as autoridades chinesas classificaram que a luta contra a doença está em uma "fase crítica" e que todos os departamentos devem focar na proteção e no cuidado dos profissionais, tendo em vista o alto risco de infecção e a pressão no trabalho.
Para os médicos que forem infectados, haverá compensação com seguro de acidente de trabalho e, em caso de morte, os profissionais serão homenageados como mártires.
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Caso em SP eleva pressão na rede de saúde, mas calor reduz risco de surto
CORONAVÍRUS NO BRASIL
Autoridades alertam para chance de sobrecarga no sistema diante de pânico da população e corrida desnecessária a hospitais; para especialistas, plano federal segue protocolo internacional e desafio será lidar com defasagem do serviço público em algumas regiões
Com a confirmação do primeiro caso do novo coronavírus no Brasil – um empresário de 6i anos em São Paulo -, subiu o alerta para a possibilidade de epidemia no País. E os governos começaram a colocar em prática os planos de vigilância e controle para conter a doença. O risco, talvez mais do que a epidemia em si, é de que o pânico da população possa levar a uma corrida desnecessária e a uma sobrecarga do sistema de saúde.
Esta foi a tônica dos pronunciamentos ontem do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde paulista. É também o que defendem os especialistas. Todos explicam que, apesar de ser uma doença sobre a qual ainda não se conhece completamente a dinâmica de transmissão, trata-se de uma síndrome respiratória, com epidemiologia parecida com outras já enfrentadas no Brasil. E como as gripes, em geral, se manifesta com mais facilidade no inverno. Assim, o fato de o vírus ter chegado no verão pode ajudar a desacelerar uma propagação imediata.
É a primeira vez que o vírus é identificado na América Latina e a segunda no Hemisfério Sul. Além do Brasil, também chegou à Austrália onde, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), já foram confirmados 23 casos, sem mortes. "Vamos ver agora como o vírus vai se comportar em um país tropical, em pleno verão", afirmou ontem o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
O Covid-19 tem sido transmitido rapidamente – até porque encontra populações sem imunidade para ela -, mas, em média, calcula-se que cada infectado contaminou só duas ou três pessoas. "E uma gripe. Mais uma que o mundo terá de enfrentar", afirmou Mandetta, enfatizando que a doença não tem se mostrado grave. A taxa de mortalidade, em média, é de 2% a 3%, e tem atingido principalmente os idosos. A maioria apresenta quadro de leve a moderado.
"Na maioria dos casos, os que pegam evoluem muito bem e saem depois e vivem sua vida como se nada tivesse acontecido", disse o ministro. Para ele, o mais delicado agora é a "infodemia" – epidemia de informações que criam "ansiedade e insegurança." O Brasil tem 20 casos suspeitos, em sete Estados (São Paulo, Minas, Rio, Santa Catarina, Paraíba, Pernambuco e Espírito Santo). Até agora, 59 já foram descartados.
O governo está em fase final de compra de equipamentos, como máscaras e luvas. Já a contratação de mil leitos em hospitais, anunciada em janeiro, ainda está em análise. O governo corre para comprar imunoglobulina, usada para amenizar efeitos de infecções.
Segundo o presidente do conselho dos secretários de Saúde, Alberto Beltrame, nos planos apresentados pelos Estados foram considerados como fatores de maior preocupação a fronteira com a Venezuela, em Roraima, e a grande circulação de estrangeiros no Aeroporto de Guarulhos (SP).
Medidas. Especialistas ouvidos pelo Estado dizem que o plano do Brasil para vigilância e controle segue o regulamento sanitário internacional e epidemias anteriores, como a de influenza H1N1, em 2009, trouxeram experiência para lidar com a situação. Mas lembram que há problemas estruturais em alguns sistemas de saúde do País e um possível surto vai concorrer com outras moléstias que já existem, como a dengue. Alertam também que é preciso boa comunicação para evitar sobrecarga no sistema com casos leves, o que prejudica o atendimento de pacientes graves.
"Neste momento, só deve procurar o sistema de saúde quem tiver sintomas respiratórios (coriza, tosse, dor de garganta, dificuldade de respirar), acompanhados de febre. E que tenham estado, nos 14 dias anteriores ao início dos sintomas, em área que tenha transmissão local da doença, como China e Itália, ou em contato com infectado ou suspeito", explica a médica Carolina Lázari, assessora em Infectologia do Fleury Medicina e Saúde.
Quem está fora dessas condições, por ora, não está sob suspeita. "O maior desafio é de comunicação. Neste momento a sobrecarga pode vir de classes mais altas, que têm recursos médicos privados. São elas que viajam ou têm mais contato com viajantes internacionais. Como conseguem pagar por teste em laboratórios, logo saem notícias de que esses locais estão lotados. E isso cria pânico em quem não tem acesso ao serviço privado", diz Nancy Bellei, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
"O pânico não ajuda a resolver um problema de saúde coletiva", diz Rivaldo Cunha, coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz. Ele afirma que em um número grande de casos, a pessoa fica doente, mas o problema se resolve sozinho, em alguns dias. "Sabemos que os quadros mais intensos têm ocorrido com pessoas mais velhas e com outras condições de base, como hipertensão, diabete, doença pulmonar crônica, problemas cardíacos." Segundo ele, é importante entender que, se houver sintomas, a pessoa não deve ir à escola, trabalho, se possível, ou usar o transporte público para não levar a doença para outros. / DANIEL WETERMAN, GIOVANA GIRARDI, MATEUS VARGAS, PALOMA COTES e PAULA FELIX
Recursos
RS 200 mil
é o investimento previsto pelo governo do Estado de São Paulo destinado à aquisição de kits para realização de diagnóstico do novo coronavírus. Caso foi confirmado na capital paulista.
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Mortes só em 3% dos casos
PERGUNTAS & RESPOSTAS
1. Qual o risco de o novo coronavírus se tornar uma epidemia no País?
Não há evidência de transmissão de pessoa a pessoa no País. Para especialistas, mesmo com o vírus no ar, clima quente reduz a propagação.
2 . É necessário se preparar, comprando máscaras, por exemplo?
O uso deve ser feito só por pessoas com infecções virais. Como o estoque é limitado, a alta procura pode causar desabastecimento. Não há evidências científicas de alta qualidade que indiquem a eficiência das máscaras fora dos hospitais. Ao jornal The New York Times , a presidente do comitê de saúde pública da Sociedade de Doenças Infecciosas da América, Julie Vaishampayan, afirmou que as máscaras são a "última linha de defesa". Segundo a médica, lavar as mãos e evitar pessoas doentes são atitudes muito mais importantes.
3. Tenho uma viagem marcada para Europa ou Ásia. Devo adiar?
Se possível, evite áreas de transmissão. Oficialmente, o governo só recomenda evitar viagens para a China.
4 . Se quiser cancelar a viagem, a companhia aérea me reembolsa?
O Código de Defesa do Consumidor estabelece que é direito do consumidor a proteção a sua vida e sua saúde, então, diante da epidemia, é possível negociar com companhias aéreas e agências de turismo. Como ainda não há recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar viagens, a decisão deve ser tomada caso a caso. Viajantes que iriam para eventos que forem cancelados também podem usar isso de argumento.
5. Há diferentes formas de se precaver de acordo com a idade?
Crianças pequenas estão mais propensas à infecção. Em pessoas com doenças cardiopulmonares, com sistema imunológico comprometido, ou idosas, é maior o risco de quadro mais grave, inclusive pneumonia. Nesses casos, as formas de prevenção são as mesmas, mas os cuidados devem ser redobrados. A maior parte das mortes relatadas é de idosos.
6. Pessoas com outras doenças são mais vulneráveis ao coronavírus?
Segundo o infectologista Celso Granato, as chances de a pessoa se infectar dependem exclusivamente do grau de exposição dela ao vírus. No entanto, se ela tiver alguma doença crônica – como hipertensão, diabete, asma e cardiopatia – e for contaminada, poderá desenvolver os sintomas do coronavírus com mais gravidade.
7 . Quais países já registraram o novo coronavírus?
Além da China, e das regiões autônomas de Hong Kong, Macau e Taiwan, há casos confirmados em Afeganistão, Argélia, Áustria, Bélgica, Brasil, Camboja, Canadá, Croácia, Egito, Espanha, Filipinas, Finlândia, índia, Iraque, Israel, Líbano, Nepal, Omã, Rússia, Sri Lanka, Suécia, Suíça, Alemanha, Austrália, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, França, Kwait, Malásia, Reino Unido, Tailândia, Vietnã, Cingapura, Estados Unidos, Irã, Coréia, Japão e Itália. O Ministério da Saúde atualiza diariamente em seu portal na internet as áreas com transmissão local de acordo com a OMS.
8. Quais são os sintomas? O que devo fazer caso suspeite de infecção?
Só busque atendimento médico se sintomas como febre, tosse e coriza persistirem. Certa de 80% dos casos relatados são leves. Apenas 6 % dos casos da doença são considerados muito graves e demandam até mesmo que o paciente fique na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – e 2% a 3% são letais. De acordo com o infectologista David Uip, o importante é não sobrecarregar serviços de saúde após sintomas simples e só procurar um hospital "se tiver uma febre que perdura, que não some em 24 ou 48 horas ou desaparece e reaparece, e desconforto respiratório".
9 . Como posso me prevenir de uma possível contaminação?
Se sabe que a transmissão pode ocorrer pelo ar ou por contato com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, aperto de mão e contato com objetos ou superfícies contaminadas seguido de contato com boca, nariz ou olhos. Para prevenção, lave as mãos frequentemente, evite contato com doentes, cubra boca ou nariz ao tossir ou espirrar; em caso de infecção comprovada, fique em casa.
10. Como surgiu esse novo coronavírus?
Os coronavírus são uma grande família de vírus responsáveis por causar doenças em humanos – até 10% dos casos de problemas respiratórios relatados no mundo anualmente. A maioria circula em animais como camelos, gatos e morcegos. A hipótese mais provável é de que a fonte primária do vírus, chamado oficialmente de Covid-19, seja animal e ele tenha começado a circular em um mercado de frutos do mar em Wuhan, na China. Nesse mercado, além de frutos do mar, são vendidos animais silvestres vivos, como morcegos. Autoridades ainda não descobriram como a transmissão teve início.
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Ministério da Saúde quer antecipar vacinação contra gripe
Brasília – O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou a intenção de antecipar a campanha de vacinação contra a gripe no Brasil após o primeiro caso confirmado de coronavírus no País.
A vacina contra gripe não previne contra o coronavírus. As autoridades, porém, avaliam que a imunização facilita o diagnóstico para separar os casos quando há sintomas como febre e tosse. A vacinação está prevista para começar entre a última quinzena de março e o início de abril.
"Se tivermos como antecipar, podemos começar pelo Rio Grande do Sul. O inverno chega um mês antes no Sul do Brasil", afirmou o ministro. O Instituto Butantan, que produz as doses, poderá concluir a fabricação da vacina e possibilitar uma antecipação.
"Vamos poder antecipar. O que eu não posso dizer é em quanto tempo será essa antecipação", disse o secretário estadual de Saúde de São Paulo, José Henrique Germann Ferreira. O instituto é ligado ao governo paulista.
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PORTAL G1
Envelhecimento da população exigirá gasto adicional de R$ 50 bi em saúde até 2027, prevê governo
Estimativa é da Secretaria do Tesouro Nacional. Em educação, projeção é de menor pressão por gastos. Área econômica propõe unificar pisos em saúde e educação.
A Secretaria do Tesouro Nacional projeta a necessidade de gastos adicionais de R$ 50,7 bilhões em saúde entre 2020 e 2027 devido ao envelhecimento populacional, segundo estimativa do Relatório de Riscos Fiscais da União.
Neste ano, o orçamento da saúde é de R$ 135 bilhões, segundo a proposta orçamentária aprovada pelo Congresso no final do ano passado.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a parcela da população com mais de 65 anos era de 10,5% em 2018, segundo dados da da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada em maio de 2019. Pelas projeções do instituto, esse percentual atingirá 15% em 2034 e alcançará 25,5% em 2060 (veja no gráfico abaixo).
Para estimar o impacto da evolução demográfica nas despesas com saúde, o governo informou que foram considerados os gastos em assistência farmacêutica, inclusive do programa Farmácia Popular, e da atenção de média e alta complexidade (atendimentos hospitalares e ambulatoriais).
"Há uma forte pressão para elevação das despesas [em saúde] em decorrência do processo de envelhecimento da população, dado que a população de maior idade demanda proporcionalmente mais serviços de saúde", informou a instituição, no documento.
A indicação de que serão necessários mais recursos para gastos em saúde nos próximos anos se dá em um contexto de restrição imposta pelo novo regime fiscal, o teto de gastos, aprovado em 2016. De acordo com a regra do teto de gastos, as despesas da União não podem crescer mais que a variação da inflação acumulada em 12 meses até junho do ano anterior.
Em razão desse mecanismo, que corrige o piso em saúde e educação pela inflação do ano anterior, R$ 9 bilhões deixaram de ser aplicados em saúde no ano passado, segundo números do Tesouro Nacional. Para este ano, a projeção é semelhante.
Na lista da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil está em 37º lugar em gasto per capita em saúde. A OCDE reúne os seis países mais ricos, além de outros 38 membros da organização. O Brasil busca ingressar na OCDE e, para isso, já obteve apoio dos Estados Unidos.
Tarefa difícil
De acordo com diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), Felipe Salto, vai ser difícil aumentar as despesas com saúde no valor indicado pelo Tesouro Nacional em 2020 e nos próximos anos. "O Tesouro está indicando isso para mostrar o quão difícil vai ser", declarou.
Segundo ele, nem mesmo a aprovação da reforma da Previdência, que evita um aumento maior dos gastos previdenciários, vai ajudar a abrir espaço no teto nos próximos anos. Isso porque a reforma vai permitir, disse Salto, a estabilização, mas não a queda, do gasto com aposentadorias e pensões na proporção do Produto Interno Bruto (PIB).
O economista da IFI defende a manutenção do chamado teto de gastos, que limita as despesas em saúde e educação nos próximos anos. Ele avalia que, para abrir espaço para mais gastos sociais, as regras das contas públicas sofram novas alterações, com a PEC da Emergência Fiscal e do pacto federativo, que permitem ao governo reduzir jornada e salário de servidores públicos enquanto a regra de ouro não for cumprida.
Outros analistas ouvidos pelo G1, porém, defendem a retirada das áreas de saúde e educação do teto de gastos, ou até mesmo o seu fim.
Pacto federativo
Por meio da proposta de pacto federativo enviada ao Congresso Nacional no fim do ano passado, o governo Bolsonaro está propondo mais uma mudança no piso de saúde: a sugestão é que esse valor mínimo de despesas passe ser contabilizado em conjunto com a educação.
Em novembro de 2019, quando a proposta foi apresentada, o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse que essa unificação dos pisos seria positiva porque governo federal, estados e municípios teriam mais flexibilidade para alocar recursos na área que mais precisar (saúde ou educação).
Pela regra atual, do teto de gastos, o piso do governo é corrigido pela inflação do ano anterior, tanto em saúde como em educação. No caso dos estados, a Constituição diz que devem ser destinados 12% da receita à saúde e 25% à educação. Municípios, por sua vez, têm de gastar, respectivamente, 15% e 25%.
Para Francisco Funcia, economista e e consultor técnico do Conselho Nacional de Saúde, essa proposta de unificar os pisos em saúde e educação é "mais um passo para desvincular os recursos para as áreas sociais".
O analista, que esclareceu que não fala em nome do conselho nessa questão, afirmou que, "quando uma área precisar, vai tirar da outra". "Deixa de garantir recursos para saúde e educação separadamente", declarou.
Estimativa de pressão por gastos com Saúde e Educação -e estudo do Tesouro Nacional
Educação
Ao mesmo tempo em que prevê a necessidade de mais gastos com saúde nos próximos anos, o estudo do Tesouro Nacional preve uma redução da pressão por gastos na educação em R$ 5,4 bilhões no mesmo período, de 2020 a 2027, devido à evolução demográfica da população.
No gasto com educação, foram consideradas pelo governo as "despesas com controle de fluxo", que correspondem, grosso modo, a todas as despesas da área, exceto pessoal ativo e inativo, Fundeb, salário-educação e o impacto primário do Fies.
"Com relação à educação, tal dinâmica atua de maneira favorável, no sentido de gerar uma menor pressão sobre os gastos, dado que o tamanho da população jovem tem caído não apenas em termos relativos, mas também em termos absolutos", informou.
Estudo divulgado em 2018 mostra que o Brasil atingiu a porcentagem de 5% do PIB investido na educação primária, na secundária e na terciária (valor que é o mesmo da média da OCDE). Entretanto, o ainda é um dos países que menos gastam por aluno.
O Brasil é um dos países com o maior número de pessoas sem diploma do ensino médio: mais da metade dos adultos (52%) com idade entre 25 e 64 anos não atingiram esse nível de formação.
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JORNAL OPÇÃO
Prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, é internado em UTI após passar mal
Por Eduardo Pinheiro
Ele foi internado após sentir fortes dores de cabeça e foi diagnosticado com trombose venosa
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB), foi internado na quarta-feira, 26, após passar mal. Ele está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Santa Mônica, na Vila Sul. Ele foi diagnosticado com trombose venosa e deve ficar internado até pelo menos o próximo domingo, 1.
Mendanha publicou um vídeo no Instagram em que explica sua internação. Ele diz que sentiu fortes dores de cabeça ainda na terça-feira, 25, e resolveu procurar um médico. Após passar por tomografia, em que foi diagnosticado com a trombose, o prefeito tomou um remédio para descoagulação.
“Estou sendo bem medicado e bem tratado. Espero em breve estar aí trabalhando por vocês”, diz no vídeo. “Estou determinando a todos os secretários que possam continuar trabalhando pelo município. Peço orações por mim e por minha família”, afirma o prefeito.
Gustavo Mendanha é forte candidato à reeleição por ter boa avaliação da sua gestão entre a população de Aparecida.
https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/prefeito-de-aparecida-gustavo-mendanha-e-internado-apos-passar-mal-238126/
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