ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Rede D’Or São Luiz tem lucro de R$ 668,1 milhões no 4º trimestre de 2023
Rede D’Or tem modelo pioneiro de validação de qualidade
Médica é absolvida por morte de paciente que fez três procedimentos estéticos com ela
Com recebimento de apenas 1 de 8 meses atrasados, hospital pressiona IMAS e mantém suspensão de atendimento
País inicia estratégia para ampliar oferta de terapias gênicas no SUS
Em meio a crise em hospitais, Nísia anuncia novo Secretário de Atenção Especializada à Saúde
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Rede D’Or São Luiz tem lucro de R$ 668,1 milhões no 4º trimestre de 2023
A Rede D’Or São Luiz teve lucro líquido de R$ 668,1 milhões no 4º trimestre de 2023, segundo demonstrações financeiras enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quarta-feira. Os valores referem-se àqueles atribuíveis aos sócios controladores. Em 2023, os ganhos líquidos totalizaram R$ 2,2 bilhões.
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PODER 360
Rede D’Or tem modelo pioneiro de validação de qualidade
Hospitais são submetidos à dupla auditoria externa e avaliação dos indicadores de assistencial, além da checagem interna
O acompanhamento rigoroso dos indicadores de qualidade contribui para a melhoria contínua no atendimento na área da saúde. Para ofertar mais segurança e confiabilidade, a Rede D’Or adotou uma camada extra de controle aos índices técnicos dos hospitais, com um sistema de dupla auditoria independente, além da checagem interna.
As unidades do grupo passam por avaliadores de entidades acreditadoras, mas também pela acurácia de auditores externos, em um modelo pioneiro no setor de saúde brasileiro.
No processo, inicialmente, os hospitais reportam um relatório com dados assistenciais ao setor da qualidade da empresa. As informações são verificadas e registradas em auditoria interna. Os números, inclusive, são disponibilizados publicamente em jornais e revistas desde 2022, uma iniciativa inovadora da Rede D’Or para dar mais transparência.
Depois, os resultados são checados pelos acreditadores e pela auditoria externa contratada de forma independente.
Segundo a Rede D’Or, esse processo é realizado continuamente nos 73 hospitais pelo país, sendo 70 próprios e 3 sob gestão da empresa. A cada ano é concluído um ciclo completo de avaliações externas, contemplando todas as unidades hospitalares.
A diretora de Qualidade Corporativa da Rede D’Or, Helidea Lima, explica que a auditoria extra verifica de forma recorrente os indicadores de qualidade técnica, dando uma camada a mais de credibilidade, que vai além dos certificados de acreditação.
“O objetivo da auditoria externa é verificar cuidadosamente os dados registrados para averiguar a acurácia das informações. Avaliamos a confiabilidade e validamos as medições todas as vezes em que uma nova medida é implementada. Assim, quanto maior o nível de acuracidade, mais próximo da referência ou valor real é o resultado encontrado”, disse.
Avaliação com padrão internacional
A acreditação avalia a técnica assistencial de estabelecimentos de cuidado em saúde e é realizada por entidades independentes nacionais e internacionais. No processo, são mensurados diversos requisitos do atendimento. As entidades acreditadoras, em sua maioria, são validadas pela divisão de avaliação externa da ISQua (International Society for Quality in Health Care). Sediada na Irlanda, a instituição funciona como uma certificadora das organizações que fornecem a chancela de acreditação.
“Uma organização que obteve acreditação organizacional ISQua EEA (External Evaluation Association) demonstra na prática que é capaz de utilizar essa ferramenta para fornecer uma avaliação que atende aos padrões internacionais de qualidade”, afirmou o CEO da ISQua, Carsten Engel.
Dentre as entidades acreditadoras que já concederam certificações aos hospitais da Rede D’Or estão a JCI (Joint Commission International), dos EUA; a Qmentum International, do Canadá; a ACSA (Agencia de Calidad Sanitaria de Andalucía), da Espanha; e a ONA (Organização Nacional de Acreditação), do Brasil.
Atualmente, 86% dos hospitais do grupo são acreditados. Durante a avaliação, os profissionais avaliadores visitam as unidades da Rede D’Or e verificam a acurácia dos indicadores do Programa de Qualidade Técnica interno.
Eles consultam documentos, verificam bancos de dados, entrevistam profissionais de saúde, conversam com lideranças, avaliam dados de exames e leem prontuários de pacientes, dentre outros processos.
A CEO da HSO (Health Standards Organization & Accreditation), entidade acreditadora do Canadá, Leslee Thompson, ressalta a importância da avaliação. “A acreditação hospitalar é um pilar fundamental para garantir a segurança do paciente, assegurando padrões de excelência e qualidade nos serviços de saúde prestados”, afirmou.
O avaliador internacional da Joint Commission International Lindolf Bloedorn reforça o impacto desse tipo de avaliação para a melhoria na prestação do serviço aos pacientes e para dar maior transparência aos indicadores monitorados.
“A construção gradual das atividades de auditoria interna da Rede D’Or tem permitido a incorporação de processos utilizados por equipes de avaliadores externos, pois identifica as boas práticas em suas unidades hospitalares. Ressalto que isso tem produzido um impacto muito positivo no segmento de saúde brasileiro, elevando os níveis de qualidade assistenciais, inclusive entre seus principais concorrentes, aumentando a qualidade percebida pelos pacientes”, disse o especialista.
50 indicadores monitorados
O Programa de Qualidade Técnica da Rede D’Or, que dá início à cadeia do processo de auditorias, oferece desenvolvimento às equipes profissionais e monitora 50 indicadores assistenciais, sendo 24 para pacientes adultos e 26 da linha materno-infantil. Os índices consideram, por exemplo, o monitoramento de taxas de letalidade padronizada, de reinternação, de desenvolvimento de infecções e de pneumonias, dentre outros.
Os dados coletados mostram as iniciativas com melhor performance e que são reunidas no Manual de Práticas Assistenciais da Rede D’Or. Isso permite que a experiência bem-sucedida de uma unidade seja reconhecida internamente e replicada em outras, independentemente da distância geográfica. O objetivo é garantir o acompanhamento e a melhoria contínua do padrão de assistência em todos os hospitais do país.
Este conteúdo foi produzido e pago pela Rede D’Or.
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PORTAL G1/GOIÁS
Médica é absolvida por morte de paciente que fez três procedimentos estéticos com ela
Ministério Público de Goiás informou que pretende recorrer da decisão. Defesa de Lorena Duarte Rosique afirmou que a Justiça reconheceu a ausência de conduta imprudente ou erro de diagnóstico.
A médica Lorena Duarte Rosique foi absolvida da acusação da morte da paciente Arminda Lopes de Aguiar. A sentença detalhou que a mulher morreu após fazer os procedimentos de lipoescultura, abdominoplastia e mastopexia com prótese de mama com a profissional.
“Não havendo certeza da negligência da acusada […]. bem como pela impossibilidade legal de se presumir que a conduta da ré foi negligente ou que seu atendimento foi inadequado […], a absolvição é medida que se impõe”, argumentou o juiz Luciano Borges da Silva.
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) informou que pretende recorrer da decisão.
Em nota, o advogado Vinícius Neves informou que a defesa jurídica de Lorena Duarte Rosique expressou condolências pelo falecimento da paciente e afirmou que a Justiça reconheceu a ausência de conduta imprudente ou erro de diagnóstico (leia nota completa no fim da reportagem).
Arminda morreu por complicações de um tromboembolismo pulmonar em janeiro de 2022, segundo o laudo de exame cadavérico. Na sentença publicada no dia 22 deste mês, o magistrado se baseou no laudo da Polícia Técnico-Científica e no parecer da Junta Médica do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás para absolver a médica.
Veja trechos de destaque dos laudos:
Laudo da Polícia Técnico-Científica: A médica legista afirmou que “não há elementos nos autos que comprovem eventual negligência por parte da acusada, nem sequer suposto erro médico, uma vez que os sintomas apresentados pela vítima não são exclusivos de quadro de tromboembolismo pulmonar, podendo estar relacionados a outras doenças, razão pela qual não há comprovação de que a acusada negligenciou o quadro de saúde apresentado pela paciente”.
Parecer da Junta Médica do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás: O médico perito oficial concluiu que “não há elementos que permitam identificar eventuais conformidades ou desconformidades das condutas médicas da acusada e que o quadro apresentado pela vítima, de tromboembolismo pulmonar, embora raro, é previsto em pós-operatórios de cirurgias como as que a vítima foi submetida”.
Entenda o caso
A sentença usa depoimentos de testemunhas que contaram que a paciente morreu no dia 5 de janeiro de 2022. Segundo as testemunhas, Arminda procurou a médica Lorena para colocar silicone, após indicação de colegas de trabalho, mas foi convencida a fazer também a abdominoplastia e lipo.
Em depoimento, a médica argumentou que a paciente a procurou com queixas sobre os seios e abdômen. Lorena disse que não sabia que Arminda tinha a intenção de operar só os seios, já que teria feito todas essas queixas.
Entre as testemunhas, estão familiares de Arminda e profissionais de saúde envolvidos. Após fazer os procedimentos, a paciente reclamou de dores, mas a médica teria explicado que era normal esses incômodos por pelo menos 21 dias por conta da cirurgia.
Três dias após a cirurgia, uma enfermeira auxiliar de Lorena visitou Arminda e constatou a necessidade dela ser encaminhada ao hospital, onde foi internada. A paciente se sentiu melhor e foi liberada, segundo a sentença.
No entanto, as dores continuaram e, com o agravamento do caso, a paciente foi encaminhada novamente ao hospital. Conforme o relato do caso, Arminda fez exames, tomou medicações, mas não suportou “aguardar a transferência para uma UTI, vindo a óbito em razão do quadro de tromboembolismo pulmonar agudo”.
Laudos
Informações da médica legista da Polícia Técnico-Científica destacam que “não havia elementos para afirmar ou negar se o tromboembolismo pulmonar foi decorrência natural da cirurgia ou se associado a alguma falha médica no procedimento cirúrgico”.
Além disso, o parecer também não concluiu se, com base na documentação e demais constatações, se o tratamento pós-operatório foi adequado.
Questionada se o tratamento foi feito adequadamente, a médica argumentou que os sintomas apresentados pela vítima não são exclusivos do diagnóstico de tromboembolismo pulmonar agudo. Por isso, poderiam estar relacionados a outros diagnósticos, com isso, “não há elementos para afirmar ou negar sobre tratamento adequado adotado pelo médico para este tipo de diagnóstico”.
Já no parecer emitido pela Junta Médica do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, o médico perito oficial concluiu que não tinham elementos que permitam identificar eventuais conformidades ou desconformidades das condutas médicas. Segundo o profissional, a complicação que a paciente teve, embora pouco frequente, é prevista em pós-operatórios de cirurgias como as que ela fez.
“No caso dos autos, não se vislumbra uma conduta imprudente, negligente ou imperita por parte da acusada. Eventualmente, poder-se-ia cogitar-se em erro de diagnóstico ao não ter sido identificado, com maior antecedência – e se possível fosse – o quadro de tromboembolismo, situação que, se comprovada, sequer seria punível na esfera criminal se ausente os demais requisitos do crime culposo”, detalha o parecer.
Histórico
O g1 Goiás já mostrou outros casos envolvendo a médica Lorena Rosique. Em 2022, ela chegou a ser temporariamente proibida de atuar após uma paciente denunciar queimaduras e pele necrosada ao fazer uma cirurgia plástica com a profissional; relembre:
O g1 pediu informações à defesa da médica sobre os três casos, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Necrose e cicatrizes
Em janeiro de 2023, o g1 mostrou que a técnica em enfermagem Joana Darque da Silva Montel, denunciou que teve parte do bumbum necrosado e várias cicatrizes no corpo após fazer cirurgias com a médica Lorena Duarte Rosique, em Goiânia. A mulher contou que fez um procedimento estético no bumbum em 13 de dezembro do ano anterior, que evoluiu para uma infecção.
Morte
Em julho de 2023, a enfermeira Giselle Dias da Silva Barros, de 42 anos, morreu após fazer um procedimento estético com a médica Lorena Duarte Rosique e ter complicações.
Queimaduras e necrose
Em janeiro de 2022, o g1 mostrou também a história da vendedora Kelly Cristina Gomes da Costa, na época com 29 anos. À reportagem, ela detalhou que a pele ficou necrosada após uma cirurgia plástica feita por Lorena Rosique. A jovem disse que, após o procedimento para levantar os seios, eliminar gordura e aumentar o bumbum, passou a ter queimaduras na pele.
Em nota, o Cremego informou que “todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) ou das quais a instituição toma conhecimento são apuradas e tramitam em sigilo, conforme determina o artigo 1º do Código de Processo Ético-Profissional Médico”.
Nota da defesa da médica
A defesa jurídica da médica Dra. Lorena Duarte Rosique continua em profundo pesar e respeito aos familiares pelo falecimento da paciente Arminda Lopes Aguiar.
Já estava comprovado, mas agora existe uma certeza que não houve qualquer conduta imprudente, negligente ou imperita da médica, nem mesmo houve qualquer erro de diagnóstico, que pudesse ter identificado anteriormente a causa que levou à morte, e dessa vez reconhecido e certificado pela Justiça!
Estamos cientes que, independentemente do desfecho proferido pela Justiça, não poderia trazer de volta a ente querida falecida. No entanto, os esclarecimentos do processo judicial, embasados e fundamentados de maneira sólida, oferecem certo consolo aos familiares, ao permitir que saibam do que realmente ocorreu e possam lidar com a verdade de forma mais serena e pacífica!
Por outro lado, a absolvição da acusação injusta traz também paz e conforto à médica e sua equipe, que inclui este jurídico, que por conhecer dos documentos e interesses envolvidos, sempre acreditou que apesar das notícias falsas divulgadas em nome de sua cliente (fake News), ao final a verdade seria constatada!
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JORNAL OPÇÃO
Com recebimento de apenas 1 de 8 meses atrasados, hospital pressiona IMAS e mantém suspensão de atendimento
Segundo dados repassados por diretor do Hospital Infantil de Campinas, o Instituto deve mais de R$ 800 mil
A situação financeira do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (IMAS) com os prestadores de serviços segue problemática. Um dos casos é do Hospital Infantil de Campinas (HIC), que desde julho do ano passado possui créditos com o Instituto. Ao todo, a dívida acumulada, em oito meses, era de R$ 1.165.481,21; no mês passado foi pago apenas o valor referente ao mês de outubro. O saldo negativo é de R$ 878.455,43.
A quitação de apenas um mês seria referente à decisão do presidente do IMAS, Marcelo Marques Teixeira, após pressão dos hospitais para receberem as faturas em atraso. Em fevereiro deste ano, foi editada e publicada no Diário Oficial do Município (DOM) com cronologia de pagamentos.
O diretor do HIC, Márcio Coelho, se reuniu com Conselho de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia, nesta terça-feira, 26, para tentar receber o restantes da dívida com o IMAS.
Eu não consigo atender o IMAS no fluxo de pronto socorro, porque eu tenho que colocar mais um médico. Do ponto de vista financeiro, o IMAS está prejudicando demais o hospital e não vimos outra alternativa a não ser parar de atender
Diretor do HIC, Márcio Coelho
Procurado pelo Jornal Opção, o Instituto informou que mais pagamentos não foram realizados por falta de empenho de notas fiscais do próprio hospital. O que foi rebatido por Coelho, que encaminhou para a reportagem todas as notas fiscais, com datas entre janeiro e março deste ano. “As notas são emitidas de acordo com a liberação do IMAS. Eles quem liberam para emitirmos as notas”, explica Coelho.
“Nós já tentamos conversar com ele [Marcelo Marques], mediar, mas eu classifico assim: o IMAS está em um regime ditatorial. Não recebe ninguém. Até o pessoal da comissão disse que não são recebidos. Ele paga só os hospitais que têm certa proximidade com ele, que a gente não sabe quais são os critérios que estão sendo adotados, porque o único hospital pediátrico que atende o IMAS, somos nós”, pontua Márcio Coelho.
De acordo com o diretor, já se completaram dois meses de tentativas para resolver o problema financeiro com o Instituto. “O tratamento que nos dar é de total desrespeito, a gente não consegue ter uma conversa profissional com ele [presidente do IMAS]”, salienta.
Vida ou morte
Márcio Coelho lamenta a medida drástica de suspensão do serviço, pois os pacientes seguem na busca por serviços hospitalares. “Antes de você me ligar, me ligaram do hospital, o paciente chegou, está lá, ‘ruinzinho’. O hospital atende. Eu estava com um paciente do IMAS na UTI. Então, nos casos de urgência e emergência, a gente atende”, acentua.
Entretanto, o diretor da unidade de saúde ressalta que sem recursos financeiros a situação se complica. “Eu não consigo atender o IMAS no fluxo de pronto socorro, porque eu tenho que colocar mais um médico. Do ponto de vista financeiro, o IMAS está prejudicando demais o hospital e não vimos outra alternativa a não ser parar de atender”, enfatiza.
Indagado se a direção do instituto tem conhecimento destas questões, Coelho conta que já relatou a situação diretamente com o presidente da entidade. “Eu falo para ele [Marcelo Marques] do risco que está correndo, hoje com essas crianças, ainda mais nesta época, sem atendimento”, frisa. “Ele prefere correr o risco com essas crianças sem atendimento, do que nos pagar e nós jamais queríamos suspender o atendimento do IMAS, porque nós temos uma função social”, arremata.
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O HOJE
País inicia estratégia para ampliar oferta de terapias gênicas no SUS
Primeiro projeto envolve imunoterapia para câncer do sangue
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou, nesta terça-feira (26), acordos para iniciar sua Estratégia para Terapias Avançadas, que visa baratear e, assim, ampliar a oferta de terapias gênicas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto é financiado pelo Ministério da Saúde, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
As terapias gênicas envolvem a manipulação de genes para combater doenças como câncer, doenças autoimunes, aids e síndromes genéticas. Há vários tratamentos atualmente em uso, das quais 15 têm autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para utilização no Brasil. Há outras centenas sendo estudadas em todo o mundo.
O grande problema dessas terapias é o custo. Uma terapia para a distrofia muscular de Duchenne, por exemplo, um distúrbio progressivo e irreversível dos músculos, pode chegar a custar R$ 15 milhões, valor semelhante ao da terapia contra a hemofilia A.
De acordo com a Fiocruz, estima-se que, nos próximos cinco anos serão gastos entre R$ 4 bilhões e R$ 14,5 bilhões por ano nesses tratamentos, caso seja pago o valor cobrado pelas farmacêuticas.
A oferta desses tratamentos em unidades privadas de saúde está fora do alcance para pessoas que não têm esse dinheiro. Já a oferta gratuita pelo SUS é muito cara para os cofres públicos.
A ideia é que a Fiocruz, por meio de seu Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-manguinhos), seja capaz de desenvolver e oferecer terapias gênicas a um custo de cerca de 10% do que é gasto hoje com o mesmo tratamento.
O desenvolvimento inicial desses tratamentos contará com o apoio da organização sem fins lucrativos norte-americana Caring Cross, que fará transferência de tecnologia ao instituto brasileiro.
“A orientação é que [essas terapias desenvolvidas pela estratégia da Fiocruz] sejam incorporadas ao SUS”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. “Essa não é apenas uma terapia importantíssima e inovadora. Há uma redução, em dez vezes, do custo dos tratamentos hoje disponíveis. O que significa multiplicar por dez o acesso a essa terapia.”
Câncer
O primeiro projeto a ser desenvolvido pela Estratégia para Terapias Avançadas envolve a reprogramação de células de defesa do organismo para combater alguns cânceres hematológicos, como linfomas e leucemias agudas. Será uma parceria da Fiocruz com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), que já desenvolve pesquisas nessa área.
“É um processo de reeducação da célula. A gente coleta as células do paciente e, em laboratório, a gente vai fazer uma modificação genética nelas, colocando um gene que leva à expressão de uma proteína que vai fazer essa célula passar a reconhecer essas células tumorais”, explicou o pesquisador do Inca Martin Bonamino. “E, depois de todo o controle de qualidade, essa célula é devolvida, como se fosse uma transfusão, para o paciente.”
A terapia chamada de CAR-T consiste em inserir, em linfócitos T (células de defesa) dos pacientes, lentivírus que carregam um gene específico para combater o tumor. Com o novo gene, o linfócito torna-se mais eficaz em encontrar o câncer no corpo e reconhecê-lo como algo a ser eliminado, enviando substâncias que vão causar a morte da célula cancerosa.
Para esse tratamento específico, cujo custo está em torno de R$ 2 milhões, existe a possibilidade de que o valor caia para R$ 200 mil. Além do desenvolvimento da terapia CAR-T, propriamente dita, haverá a produção dos lentivírus.
Os testes clínicos para validação da terapia da Fiocruz e do Inca deverão ser realizados a partir do fim deste ano, nos Estados Unidos e no Brasil.
Com a terapia validada, a ideia é que sejam instalados laboratórios em módulos de contêineres, que poderão ser instalados em hospitais de vários lugares do Brasil, possibilitando a descentralização da realização desses tratamentos.
“Nós aqui em Bio-Manguinhos, vamos aproveitar o conhecimento que a gente adquiriu durante a pandemia [de covid-19] para fazer a produção do lentivírus, que é o vetor viral. E também haverá módulos onde será realizado o processo de CAR-T. E esses módulos serão certificados pela Anvisa e por Bio-Manguinhos”, explicou o diretor de Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma.
Segundo a ministra Nísia Trindade, o barateamento das terapias gênicas beneficiará não apenas o Brasil, mas também poderá ajudar outros países da América Latina e da África.
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PORTAL TERRA
Em meio a crise em hospitais, Nísia anuncia novo Secretário de Atenção Especializada à Saúde
Sanitarista e professor da FGV, Adriano Massuda substitui Helvécio Magalhães, exonerado na semana passada
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou nesta terça-feira, 26, o médico sanitarista Adriano Massuda como novo secretário de Atenção Especializada à Saúde da pasta. Ele assume o cargo do também médico Helvécio Magalhães, exonerado na semana passada em meio à crise nos hospitais federais no Rio.
Massuda será responsável pela área que cuida da assistência de média e alta complexidade no SUS, inclusive o Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), responsável pela administração das seis unidades federais que vêm sendo alvos de denúncias de irregularidades e negligência. O novo secretário herdará ainda a missão de enfrentar as enormes filas do SUS para cirurgias, exames e consultas com especialistas, tema de um programa do governo federal iniciado no ano passado.
Médico formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Massuda é professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e já foi secretário-executivo substituto do Ministério da Saúde entre 2011 e 2012, e secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da pasta em 2015. Foi ainda titular da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba entre 2013 e 2015.
De acordo com o ministério, o novo secretário tem mestrado e doutorado em Saúde Coletiva na área de Política, Planejamento e Gestão em Saúde pela Unicamp e, entre os anos de 2016 a 2020, foi pesquisador-visitante no Departamento de Saúde Global e Populações da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
“Sanitarista brasileiro com trajetória reconhecida, Adriano tem experiências importantes tanto na gestão, dentro e fora do Ministério da Saúde quanto na área acadêmica, sendo um pensador da saúde pública e do SUS. Tudo o que eu considero importante para um desafio tão grande”, disse Nísia, em post nas redes sociais da pasta.
A troca na secretaria ocorreu após uma série de denúncias veiculadas em reportagem do Fantástico, da TV Globo, no último dia 17 sobre a situação de abandono das seis unidades federais no Rio. O problema se arrasta há anos e inclui medicamentos vencidos, equipamentos novos danificados, leitos fechados e problemas de infraestrutura que colocam em risco as unidades. A reportagem mostrou que, em meio ao cenário de caos e precariedade, pacientes aguardam até dez anos por cirurgias.
Embora o problema na rede de hospitais federais do Rio não seja novo, Helvécio acabou caindo por ter seu nome envolvido na indicação de uma representante de uma empresa de construção civil para reuniões e eventual prestação de serviço nos hospitais.
Segundo a reportagem do Fantástico, a mulher não tinha nenhum cargo público, mas se apresentou como enviada pelo secretário para conduzir estudos sobre a estrutura das unidades. Ela já havia sido funcionária da Secretaria de Planejamento e Gestão de Minas Gerais quando Helvécio atuava como titular da pasta mineira. A situação foi denunciada por funcionários ao Ministério Público Federal (MPF). Helvécio disse ao Fantástico que enviou a representante da empresa de construção civil porque ela estava no processo de contratação como consultora.
A crise nos hospitais federais do Rio foi um dos temas pelo qual a ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi cobrada na última reunião ministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com relatos feitos à Coluna do Estadão, Lula reforçou sua confiança em Nísia mas disse que ela deveria “trocar quem tiver de trocar” para resolver o problema na capital fluminense.
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Assessoria de Comunicação