Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 27/04/21

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Parente de paciente consegue na justiça acesso à tratamento com Ecmo em Goiás

Com quase 400 mil mortos no país, Senado instala nesta terça CPI da Covid para investigar o governo

Professores devem receber vacina contra Covid-19 em maio para que aulas presenciais sejam retomadas em agosto, diz Caiado

Queiroga admite dificuldade na entrega de segunda dose

Anvisa vê falhas técnicas e de segurança e veta importação da Sputnik por Estados

Principais riscos à vacinação são falta de doses e plano da Saúde, diz TCU

País registra mais de 391 mil mortes

Pesquisador estuda impacto da pandemia em médicos residentes

Você sabe medir o seu salário emocional?

Covid-19: Goiás notifica mais 2,3 mil casos e 17 mortes em um dia

Sírio-Libanês tem novo comando

Hospitais particulares da Ahpaceg se unem para importar medicamentos escassos para tratamento da Covid-19

Fieg cede capacetes Elmo a prefeituras para o combate à pandemia de covid-19

TV ANHANGUERA

Parente de paciente consegue na justiça acesso à tratamento com Ecmo em Goiás

globoplay.globo.com/v/9466853/

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PORTAL G1

Com quase 400 mil mortos no país, Senado instala nesta terça CPI da Covid para investigar o governo

Acordo prevê senadores de oposição ou independentes nos postos de comando. CPI deve ter como foco inicial demora na aquisição de vacinas e propaganda estatal de remédios sem eficácia.

O Senado instala a partir das 10h desta terça-feira (27) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, destinada a apurar ações e omissões do governo federal e eventuais desvios de verbas federais enviadas aos estados para o enfrentamento da pandemia.

Na primeira reunião, os membros da comissão elegerão o presidente e o vice-presidente da comissão. Cabe a eles, em seguida, indicar um senador para relator da CPI.

A sessão será semipresencial – os senadores podem discursar de forma remota, mas terão de ir ao prédio do Congresso para votar.

Há também a expectativa da definição de um plano de trabalho – possivelmente em reunião a ser marcada para esta quarta (28). O plano vai definir, por exemplo, o horário e os dias de funcionamento da comissão e será uma espécie de guia para a atuação da CPI. A apresentação desse documento cabe ao relator.

O início dos trabalhos se dá num momento em que o Brasil se aproxima da marca das 400 mil mortes por Covid-19. Somente nos primeiros quatro meses deste ano o país acumulou a quantidade de vítimas de todo o ano de 2020 – no domingo (25), foram contabilizadas 195.949 mortes pelo coronavírus neste ano, enquanto entre 17 de março e 31 de dezembro do ano passado houve 194.976.

Um acordo pré-estabelecido entre a maioria dos 11 titulares prevê os senadores Omar Aziz (PSD-AM) na presidência, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) na vice-presidência e Renan Calheiros (MDB-AL) na relatoria.

O trio é visto com cautela pelo governo. Omar Aziz é tratado como um senador independente. No entanto, espera-se que o parlamentar amazonense cobre de maneira mais enfática o colapso da saúde em Manaus, onde pessoas morreram por falta de oxigênio.

O vice, Randolfe Rodrigues, é um conhecido adversário de Jair Bolsonaro e atualmente ocupa a liderança da oposição no Senado.

Renan Calheiros também é avaliado como parlamentar oposicionista. Inicialmente, o governo tentou barrar politicamente a indicação dele para a relatoria. Em outra frente, buscou uma aproximação com Calheiros. Há uma semana, o presidente Jair Bolsonaro telefonou para o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), filho do senador, sinalizando interesse em manter um diálogo com o provável relator.

Nesta segunda, ao decidir sobre uma ação impetrada pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP), aliada de Bolsonaro, a Justiça Federal concedeu liminar (decisão provisória) que suspendeu a eventual escolha de Renan para relator. O senador disse que recorrerá.

Se confirmado na relatoria, caberá a Renan Calheiros, ao fim dos trabalhos, elaborar um parecer e encaminhá-lo ao Ministério Público ou à Advocacia-Geral da União com conclusões sobre possíveis infrações e com eventuais pedidos de indiciamento.

Ao G1, Renan Calheiros disse que, designado para a relatoria, vai requisitar ajuda de outros órgãos de investigação.

‘Está certo que requisitaremos as melhores cabeças do Tribunal de Contas da União (TCU), do Ministério Público (MP) e Polícia Federal’, afirmou Calheiros.

Há possibilidade de disputa para o comando da comissão. O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) corre por fora e também quer entrar no páreo pela presidência.

Embora se intitule independente, Girão tem se alinhado às pautas do governo, acusa o que chama de ‘acordão’ da CPI.

‘Mantenho a minha candidatura com convicção. Estou conversando com um a um, inclusive com os suplentes. Acredito que alguns titulares possam faltar’, afirmou.

‘Sei que é difícil. O jogo está jogado, houve um acordão. Mas espero que haja uma reflexão dos colegas. O que se está pedindo é uma CPI sem conflito de interesses, na qual não haja blindagem nem ao governo federal nem sobre o destino das verbas que foram repassadas aos estados’, disse Girão, autor do requerimento que ampliou o escopo das investigações para incluir nas investigações as verbas federais transferidas aos estados e municípios – uma reivindicação do governo.

Largada

Em negociações prévias, senadores que compõem a CPI querem iniciar os trabalhos apurando o processo de aquisição de vacinas contra o coronavírus.

Estão na mira, principalmente, as negociações com a farmacêutica Pfizer, que em agosto do ano passado ofereceu ao governo brasileiro 70 milhões de doses da vacina com previsão de entrega ainda em dezembro daquele ano. A oferta, porém, foi recusada.

Em entrevista à revista “Veja”, o ex-secretário de Comunicação Social Fabio Wajngarten creditou o atraso do governo na aquisição de vacinas à “incompetência” e “ineficiência” do Ministério da Saúde, à época comandado pelo general Eduardo Pazuello.

‘As negociações avançaram muito. Os diretores da Pfizer foram impecáveis. Se comprometeram a antecipar entregas, aumentar os volumes e toparam até mesmo reduzir o preço da unidade, que ficaria abaixo dos US$ 10. Só para se ter uma ideia, Israel pagou US$ 30 para receber as vacinas primeiro. Nada é mais caro do que uma vida. Infelizmente, as coisas travavam no Ministério da Saúde”, declarou Wajngarten.

Membros da CPI trabalham para convocar Wajngarten e Pazuello como uma das ações iniciais da comissão. Uma acareação entre os dois auxiliares do governo Bolsonaro também é estudada.

Em outra frente, há um esforço para avaliar se houve a adoção de medidas preventivas, como o uso de máscara e o distanciamento social, e a compra e divulgação de modelos de tratamento cuja ineficácia contra a Covid foi comprovada, como a cloroquina.

Devem ser convocados os três ex-ministros da Saúde – além de Pazuello, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich – e o atual mandatário da pasta, Marcelo Queiroga.

‘Roteiro’ do governo pode ser utilizado

Ofício elaborado pela Casa Civil a ministérios com uma lista de 23 acusações e críticas ao desempenho do governo federal no combate à pandemia também deve servir como base para as investigações (veja no vídeo acima).

A Casa Civil informou que a medida teve objetivo de levantar dados e informações que serão usados pelo governo para responder aos questionamentos da CPI.

O documento elenca, por exemplo, acusações de que houve negligência do governo na compra de vacinas; minimização da gravidade da pandemia; a falha na implementação de testagem, com testes atingindo o vencimento; falta de insumos e o genocídio de indígenas.

A oposição, porém, também quer fazer uso do ofício. ‘Acho que o governo se antecipou e fez uma delação com o documento. Ali tem um roteiro dos crimes cometidos pelo governo’, afirma o senador Randolfe Rodrigues.

A CPI, conforme o requerimento de criação, terá 90 dias de duração. O prazo pode ser prorrogado, mas isso depende de decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

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Professores devem receber vacina contra Covid-19 em maio para que aulas presenciais sejam retomadas em agosto, diz Caiado

De acordo com os dados da Secretaria Estadual de Educação, são 38.686 servidores atuantes na rede de ensino do estado, sendo 26.508 professores. Ao todo, o Plano Nacional de Imunização prevê 106 mil pessoas atuando na educação em Goiás.

O governador de Goiás, Ronaldo Caido (DEM), anunciou nesta segunda-feira (26) a inclusão dos professores no calendário de vacinação contra a Covid-19. A classe receberá a vacina em maio para que as aulas presenciais sejam retomadas em agosto, segundo a expectativa do governador.

“Agora vai chegar nos 60 anos. A partir dessa idade, os professores e professoras vão entrar na vacinação, ou seja, antes do final do mês de maio, eles vão entrar na vacinação para poder voltar a ter uma vida normal nas escolas no segundo semestre”, declarou o político.

“Agora vai chegar nos 60 anos. A partir dessa idade, os professores e professoras vão entrar na vacinação, ou seja, antes do final do mês de maio, eles vão entrar na vacinação para poder voltar a ter uma vida normal nas escolas no segundo semestre”, declarou o político.

De acordo com os dados da Secretaria Estadual de Educação, são 38.686 servidores atuantes na rede de ensino do estado, sendo 26.508 professores. O Plano Nacional de Imunização mostra que 81.265 pessoas trabalham na educação do ensino básico em Goiás e 24.843, no ensino superior.

No último dia 23, o governo recebeu 107,4 mil doses de vacinas. O 14º lote enviado pelo Ministério da Saúde (MS) trouxe 86 mil frascos da AstraZeneca e 21,4 mil da CoronaVac.

Campanha de vacinação

Atualmente, Goiânia, por exemplo, vacina os idosos de 61 anos e profissionais da saúde. O município vizinho, Aparecida de Goiânia, aplica as doses em pessoas de 60 anos.

O levantamento realizado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) contabilizou até esta segunda-feira que 843.461 moradores foram vacinados com a 1ª dose. Do total, 366.416 pessoas já receberam o reforço.

Covid-19

Goiás registrou 541.034 infectados por Covid-19 e 14.522 mortes, segundo o boletim da SES. Nas últimas 24 horas foram 2.358 novos casos e 17 óbitos pela doença.

A capital tem 144.903 contaminados e 4.338 mortes desde o início da pandemia. A rede hospitalar municipal tem 12.796 pacientes internados, sendo 5.713 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

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O GLOBO

Queiroga admite dificuldade na entrega de segunda dose

Ministro diz que emitirá nota técnica sobre o tema e pede que estados respeitem o PNI: ‘Se todos judicializarem, não há vacina para todos

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou ontem a judicialização para entrega de doses da vacina CoronaVac e avisou que, se todos procurarem a Justiça, “não haverá doses pra todo mundo”.

Ele citou, em sessão da comissão do Senado que discute medidas de combate à Covid-19, o exemplo de João Pessoa, na Paraíba, que recebeu o imunizante após liminar. Queiroga admitiu que há dificuldades no fornecimento de vacinas para aplicação da segunda dose em vários estados, mas advertiu sobre o caminho adotado na capital paraibana: – Se todos judicializarem, não há dose para todo mundo.

O ministro disse que a previsão de distribuição das próximas doses da CoronaVac aos estados é daqui a dez dias, devido ao atraso da entrega do IFA (ingrediente farmacêutico ativo) ao Instituto Butantan. Queiroga informou que o ministério vai emitir uma nota técnica sobre o assunto. Ele lembrou que, há cerca de um mês, a pasta liberou a aplicação da segunda dose, mas agora está “preocupado”.

– Tem nos causado certa preocupação a CoronaVac. (…) Se os senhores lembram, cerca de um mês atrás foram liberadas as segundas doses para que se aplicassem, e agora, em face do retardo de insumo vindo da China para o Butantan, há uma dificuldade com essa segunda dose – disse na audiência.

Queiroga também falou sobre a atualização do cronograma de vacinação, divulgada no último sábado. O número de doses esperadas para o mês de maio caiu de 46,9 para 32,4 milhões. Ele justificou que foram retiradas do cronograma 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, ainda sem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e citou a demora para entrega do IFA para produção de vacinas no Brasil.

– Temos trabalhado fortemente pra conseguir mais doses – disse, acrescentando, sem dar detalhes, que está negociando a compra de vacina de um outro fabricante chinês.

O ministro fez um “apelo” para que os estados respeitem o Programa Nacional de Imunizações (PNI). O secretário de vigilância em saúde, Arnaldo Medeiros, disse que a pasta está monitorando “rigorosamente os estados que estão com déficit da segunda dose”.

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O ESTADO DE S.PAULO

Anvisa vê falhas técnicas e de segurança e veta importação da Sputnik por Estados

Dez Estados buscavam aval para trazer 29,6 milhões de doses da vacina russa; agência aponta falta de dados básicos e problemas nos estudos clínicos e no processo de fabricação que impedem garantir eficácia, segurança e qualidade. Imunizante já foi liberado em 61 países

Fabiana Cambricoli

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou ontem a autorização para a importação da vacina russa Sputnik V por 10 Estados, em um total de 29,6 milhões de doses. Em reunião extraordinária, a diretoria colegiada da agência rejeitou por unanimidade o pedido, com base na falta de dados básicos para análise do produto e falhas identificadas pela área técnica da Anvisa que podem comprometer eficácia, segurança e qualidade do produto.

A reunião foi convocada frente ao fim do prazo de 30 dias definido pela Lei 14.124/2021 e confirmado pelo Supremo Tribunal Federal para que a Anvisa avaliasse os pedidos de importação de vacinas contra a covid-19 feitos por governos estaduais e municipais. Ao menos 14 Estados e 2 municípios solicitaram a importação, mas a análise feita pela agência nesta segunda se referiu só ao pedido de importação de Bahia, Acre, Rio Grande do Norte, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Ceará, Sergipe, Pernambuco e Rondônia.

Os cinco diretores seguiram a recomendação das três áreas técnicas envolvidas na avaliação: as gerências de medicamentos/produtos biológicos, fiscalização e monitoramento, que defenderam a não autorização da importação. Os servidores apontaram a falta do relatório técnico da vacina e uma série de falhas nos estudos e processos produtivos do imunizante.

Sem receber dos Estados os dados básicos do imunizante, a agência brasileira pediu informações às autoridades russas e de países que já utilizam a vacina, como Argentina e México, e encontraram irregularidades no produto. Hoje o imunizante é adotado em 61 países, mas tem baixa adesão mesmo na Rússia (dados oficiais do início do mês apontavam pouco mais de 3% da população tendo recebido as duas doses).

Um dos problemas mais graves apontados pela Anvisa foi a identificação em lotes da vacina de adenovírus que podem se replicar nas células humanas. O adenovírus é usado como um vetor que leva o material genético do coronavírus ao indivíduo vacinado, mas deve estar “inativado”, sem a capacidade de se replicar e provocar doença. “Verificamos a presença de adenovírus replicante em todos os lotes. Isso é uma não conformidade grave e está em desacordo com o desenvolvimento de qualquer vacina de vetor viral. A presença de um adenovírus pode ter impacto na nossa segurança quando utilizamos a vacina”, destacou Gustavo Mendes, gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da agência.

Ele apresentou ainda outros problemas da Sputnik, como fa- lhas no protocolo dos estudos clínicos. O especialista afirmou que, pelos dados disponíveis, não foi possível verificar de que forma os participantes dos testes clínicos reportavam eventos adversos e eram monitorados quanto a eventuais reações. Também foram encontradas falhas nas análises que investigaram se eventos adversos graves tinham relação com a vacina.

Mendes destacou ainda que não foi apresentado perfil de segurança por faixa etária ou por presença de comorbidades. Ele destacou que outras vacinas que usam a mesma tecnologia de vetor viral (como a de Oxford/AstraZeneca) podem provocar efeitos colaterais, como trombose, e essas reações, ainda que raras, precisam ser conhecidas para detalhar a bula.

O gerente-geral de medicamentos frisou ainda que os estudos clínicos foram realizados com lotes produzidos em escala laboratorial, e não industrial, o que compromete a análise do comportamento do produto fa- bricado em larga escala.

No campo da fiscalização das fábricas do produto, a gerente-geral da área, Ana Carolina Marino, destacou que a inspeção in loco na Rússia não ocorreu de forma ideal porque os servido- res da Anvisa foram impedidos de entrar em algumas instalações, como no Instituto Gamaleya, o desenvolvedor.

Por fim, a gerente-geral de monitoramento, Suzie Marie Gomes, destacou que análises das informações de estudos clínicos, do processo produtivo e de países que já utilizam a Sputnik, como a Argentina, mostraram problemas em vários aspectos do desenvolvimento e fabricação do imunizante e no monitoramento da aplicação do imunizante após a aprovação. Para a servidora, os problemas “não permitem garantir que o produto seja seguro para a população brasileira”.

O diretor relator do caso, Alex Machado, acolheu os argumentos das áreas técnicas e manifestou especial preocupação com a identificação do adenovírus replicante na vacina. “As incertezas em relação à qualidade e segurança da vacina podem trazer agravos na saúde das pessoas, que estão saudáveis ao se vacinar e buscam na imunização a proteção contra a infecção pelo vírus sem esperar reações adversas.” Os diretores destacaram que os dados exigidos eram os mínimos esperados para análise e, mesmo assim, não foram entregues.

Insegurança

“As incertezas em relação à segurança da vacina podem trazer agravos na saúde das pessoas, que estão saudáveis ao se vacinar.” Alex Machado DIRETOR DA ANVISA

Empresa sugere influência dos EUA; governador lamenta

Os responsáveis pela Sputnik V no Brasil afirmaram na página oficial da vacina no Twitter ter compartilhado com a Anvisa “todas as informações e documentações necessárias, muito mais do que o utilizado para homologar a Sputnik V em 61 países”. A publicação sugere ainda que a decisão da agência regulatória brasileira pode ter sofrido influência dos Estados Unidos, rival político da Rússia. A hipótese é rechaçada pela Anvisa.

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), também pelas redes sociais, afirmou respeitar a decisão da Anvisa, mas disse que neste momento, não pode “deixar de expressar minha decepção e estranheza, pelo fato de a mesma vacina já ser usada em muitos países, e com eficácia demonstrada”.

A diretoria da Anvisa negou críticas de falta de sensibilidade ou excesso de burocracia na decisão de não aprovar a vacina e destacou que a decisão foi tomada com base nos dados disponíveis neste momento. E nova avaliação do produto poderá ser feita, caso informações mais detalhadas sejam entregues.

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FOLHA DE S.PAULO

Principais riscos à vacinação são falta de doses e plano da Saúde, diz TCU

Em estudo com gestores, técnicos apontam falhas na comunicação de entrega de doses a estados

Constança Rezende

Uma pesquisa realizada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) apontou que os principais riscos ao sucesso da meta de vacinação contra a Covid-19 dos grupos prioritários no Brasil são abaixa quantidade de doses recebidas e a ausência de um cronograma de disponibilização de imunizantes pelo Ministério da Saúde.

O chamado relatório da produção do conhecimento, obtido pela Folha, consolidou os principais riscos apontados pelos gestores para as 26 secretarias do tribunal nos estados e a SecexSaúde (Secretaria de Controle Externo da Saúde) no mês passado.

“Da análise do relatório de consolidação das respostas dos gestores, é possível deduzir que há dificuldades na relação dos gestores dos entes subnacionais com os gestores do Ministério da Saúde no tocante à vacinação da Covid-19”, diz o documento.

Essas dificuldades, de acordo com os técnicos, podem advir de falhas na comunicação, falta de conhecimento acerca da elaboração e da coordenação do programa ou a partir de um entendimento de que o Plano de Operacionalização da Vacinação deveria ser mais participativo.

Foram identificados aspectos relacionados ao planejamento da campanha de vacinação nacional, bem como tuna comunicação deficiente, “tardia, de véspera ou por meios não oficiais, em relação à entrega de vacinas pelo Ministério da Saúde aos estados”.

O estudo levou técnicos do tribunal a concluírem que o Ministério da Saúde não assumiu a execução do Programa de Vacinação da Covid, “estando esta a cargo das secretarias estaduais e municipais de Saúde”.

A afirmação consta no relatório do processo do TCU que acompanha a condução do Ministério da Saúde no combate à pandemia, que ainda precisa ser aprovado pelos ministros do tribunal em plenário.

O documento também foi apresentado às áreas do Ministério da Saúde responsáveis pelas ações do Plano Nacional de Vacinação da Covid em 17 de março.

O tribunal lembrou que, de acordo com a lei 6.259/1975, compete ao Ministério da Saúde a elaboração e a coordenação do Programa Nacional de Imunizações e o apoio técnico, material e financeiro à sua execução, em âmbito nacional e regional.

De acordo com o órgão, cabem às secretarias de Saúde as ações relacionadas com a execução do programa e o Ministério da Saúde pode assumir “quando o interesse nacional ou situações de emergência o justifiquem”.

“É muito difícil para o TCU identificar se os problemas apontados são devidos somente a falhas de planejamento ou de coordenação do Ministério da Saúde ou se há também falhas na execução da política, a cargo das secretarias estaduais e municipais, sendo necessária a descentralização do controle e fiscalização da política de vacinação”, ponderou o órgão.

O ministro da Saúde, cardiologista Marcelo Queiroga, revisou o calendário de vacinação contra a Covid-19 e adiou o fim da imunização do grupo prioritário em quatro meses, de maio próximo para setembro. Na estimativa do Ministério da Saúde, fazem parte do grupo prioritário 77,2 milhões de pessoas no Brasil. No sábado (24), o ministério divulgou um novo cronograma de entrega de doses, reduzindo as previsões anteriores divulgadas em março.

Conforme mostrou a Folha, o governo brasileiro rejeitou no ano passado uma proposta da farmacêutica Pfizer que previa 70 milhões de doses de vacinas até o mês de dezembro deste ano. Do total, 3 milhões estavam previstos até fevereiro.

Na pesquisa do Tribunal de Contas da União, foi ainda indicado o risco associado à resistência da população em aderir à vacinação, à existência e disseminação de fake news e a deficiências na divulgação publicitária da campanha de vacinação. Os fatores, de acordo com os entrevistados, têm contribuído para o aumento dos custos de logística e dificultado a definição e divulgação de tuna campanha de vacinação em nível local.

Foi identificado também o risco de deficiências na estimativa do público -alvo pelo Ministério da Saúde.

Os estados relataram ter realizado estimativas próprias para grupos prioritários, e alguns desses cálculos feriam apresentado divergências em relação à estimativa federal, com risco de recebimento de quantitativo inferior de vacinas em relação à necessidade estimada localmente Representantes do Ministério da Saúde justificaram que a definição dos grupos prioritários foi discutida no âmbito da Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis, com representantes de conselhos municipais e estaduais de Saúde.

As informações colhidas pelo TCU também levaram à conclusão de que estados, Distrito Federal e capitais realizaram, até agora, tuna boa gestão para a operacionalização da imunização.

“O trabalho permitiu verificar que todos os estados, Distrito Federal e capitais realizaram seu planejamento local, de quantificar o público -alvo, estimar insumos e recursos necessários e definir procedimentos, com vistas a criar bases para a execução da campanha de vacinação contra a Covid-19”, afirma o documento.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que “trabalha incansavelmente para ampliar a vacinação em todo país, mas a escassez de vacinas é tuna realidade mundial”.

“Ainda assim, a pasta ultrapassou a marca de mais de 57 milhões de doses das vacinas contra a Covid-19 distribuídas aos estados, alcançando mais de 30 milhões de brasileiros”, disse o órgão.

A pasta afirmou ainda que “cabe ressaltar que as doses previstas toda semana são estimadas de acordo com as previsões de entregas dos laboratórios”.

“Existem, ainda, variáveis que não dependem do Ministério, como a aprovação de vacinas pela Anvisa, a velocidade de produção dos fabricantes e a importação dos imunizantes e dos insumos para a sua produção”, afirmou.

A pasta esclarece ainda que “a estratégia de vacinação contra a Covid-19 é definida toda semana entre representantes da União, dos Estados e dos Municípios”.

“Em relação à publicidade, o Ministério da Saúde realiza a divulgação da campanha de vacinação e prevenção contra a doença na televisão, internet, rádio e mídia exterior”, justificou.

É possível deduzir que há dificuldades na relação dos gestores dos entes subnacionais com os gestores do Ministério da Saúde no tocante à vacinação da Covid-19 trecho de relatório do TCU (Tribunal de Contas da União)

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CORREIO BRAZILIENSE

País registra mais de 391 mil mortes

INGRID SOARES


O Ministério da Saúde informou, ontem, que a covid-19 tirou a vida de 1.139 brasileiros nas últimas 24 horas. O boletim divulgado pela pasta indicou, ainda, que o total de óbitos no país por conta da doença é de 391.936s. Com mais 28.636 infectados no período, o Brasil contabiliza 14.369.423 casos da doença.

São Paulo segue como a unidade da Federação com as estatísticas mais alarmantes da pandemia. Pelo levantamento, 2.838.233 de pessoas no estado já foram infectadas pelo novo coronavírus, enquanto 92.798 morreram.

Em seguida, vem Minas Gerais, com 1.325.022 casos, sendo 32.414 fatalidades. O Distrito Federal soma 374.588 diagnósticos positivos e 7.628 mortos pela doença.

Na véspera da instalação da CPI da Covid, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comentou, em audiência pública no Senado, o fato de o país ter atingido em 2021 mais registros de óbitos pelo vírus no comparativo com todo o ano de 2020. Ele ressaltou que a variante de Manaus, a P1, é mais “contagiosa” e também apresenta maior letalidade. 

Além da vacinação, ele voltou a defender o uso de máscaras e o distanciamento social. “É claro que não é só a vacinação. Eu tenho, desde o primeiro dia que assumi o cargo, reiterado a importância das chamadas medidas não farmacológicas, como uso de máscaras, distanciamento social. Essas ações já têm sido acompanhadas de campanhas publicitárias, orientando a população brasileira a adotar essas precauções”, concluiu.

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Pesquisador estuda impacto da pandemia em médicos residentes

A pesquisa Narrativas dos Impactos da Pandemia de Covid-19 na Vida de Residentes de Saúde encontra-se na fase de análise prévia dos depoimentos coletados

O pesquisador Ricardo Massuda Oyama, que estuda a Saúde Coletiva pela Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, iniciou um estudo para compreender de que forma os residentes estão absorvendo as experiências de trabalho durante a crise sanitária atual.

Oyama é formado em psicologia com residência em Saúde da Família. Ele atuou como psicólogo social e coordenador no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e também em atuação clínica na Rede de Reabilitação Lucy Montoro. Atualmente, o pesquisador equilibra o mestrado com atendimentos no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e em consultório particular.

A maioria das pesquisas mostraram um cenário preocupante nos níveis de estresse entre os profissionais de saúde, mas não abordam de que maneira o trabalho extenuante física e emocionalmente impacta a vida dentro e fora dos hospitais. Por isso, Oyama quer saber ‘quais sentidos estão sendo atribuídos pelos residentes através da experiência em se trabalhar e estudar durante o período de pandemia e também as implicações em sua vida no geral.’

A pesquisa Narrativas dos Impactos da Pandemia de Covid-19 na Vida de Residentes de Saúde encontra-se na fase de análise prévia dos depoimentos coletados. No entanto, é possível apontar um grau de frustração dos residentes nos resultados parciais.

‘Os impactos da pandemia se dão tanto em relação às expectativas que tinham ao ingressar nos programas de residência, onde os residentes foram pegos desprevenidos e não tiveram tempo para se preparar emocionalmente para o que estavam prestes a enfrentar em sua formação devido ao medo gerado na atuação da linha de frente no combate à pandemia, quanto às diferentes formas de enfrentamento por cada profissional de saúde residente’, afirma Ricardo Oyama.

Apesar do maior risco de infecção e adaptações aos programas de residência, o pesquisador enxerga na pandemia uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional dos médicos residentes e fortalecimento do SUS.

‘Acredito que a situação atual de emergência em saúde pública vai contribuir e muito na formação dos profissionais de saúde, uma vez que os Programas de Residência surgiram com o propósito de formar profissionais para o SUS, preparados para atuar nas mais diversas situações, proporcionando um cuidado integral, universal e equânime. A pandemia está ensinando a todos nós que o SUS é essencial e precisa ser valorizado e é preciso investir nele.’

Enfrentamento

Aumento no número de mortes, falta de equipamentos e de insumos, ausência de estrutura adequada, fluxo intenso de internações e longas jornadas de trabalho contribuíram para a insegurança e o estresse dos profissionais de saúde no Brasil em 2020. Os médicos residentes, mesmo com pouca experiência, precisam lidar com as condições adversas impostas pela pandemia de Covid-19 durante a formação profissional.

As dificuldades foram listadas na ampla pesquisa Condições de Trabalho dos Profissionais de Saúde no Contexto da Covid-19, realizada pela Fiocruz em todo o território nacional. É quase unânime o entendimento que a pandemia afetou de modo significativo o trabalho de profissionais de saúde e metade dos entrevistados indicaram excesso de trabalho.

As alterações mais citadas no levantamento foram insônia (15,8%), irritabilidade (13,6%), estresse (11,7%), dificuldade de concentração (9,2%), perda de satisfação na carreira (9,1%), pessimismo em relação ao futuro (8,3%) e falta de apetite (8,1%).

O medo de se infectar com o novo coronavírus é relatado por 43,2% dos entrevistados. O principal motivo apontado por 23% dos profissionais é a escassez ou inadequação de equipamentos de proteção individual (EPIs). Cerca de 64% das pessoas envolvidas diretamente no combate à Covid-19 precisaram improvisar equipamentos.

A pesquisa teve 25 mil participantes, dos quais 16 mil são ligados à área de saúde. As outras categorias ouvidas incluem técnicos, auxiliares e trabalhadores de nível médio.

O medo é justificado e traduzido em número de mortes no Brasil. Em 2020, foram no total mais de 1,4 milhão de mortes no país, o maior número registrado ao longo de um ano pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), entidade que representa os cartórios. A diferença em relação ao ano anterior é de aproximadamente 190 mil óbitos, similar ao número de mortes por Covid em 2020. Segundo o ministério da Saúde, a doença matou 195,4 mil pessoas até o dia 1º de janeiro de 2021.

Os profissionais de saúde, na linha de frente de combate ao coronavírus, também são vítimas da doença. Segundo dados da Arpen-Brasil, de março de 2020 à fevereiro de 2021, morreram no país 1.411 profissionais de saúde por Covid. O levantamento inclui profissionais da área de biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, odontologia, psicologia, radiologia, nutrição, gestão hospitalar, estética e cosmética e ciências biológicas.

Residentes no Brasil

Na formação médica, é recorrente o profissional recém-formado iniciar uma residência logo após a graduação, por meio de processo seletivo e chamamento público. Os programas de residência visam tanto a qualificação quanto o desenvolvimento do sistema de saúde e possuem duração entre 2 e 5 anos.

Em 2019, havia 53.776 residentes entre os 502.475 médicos do país. Ou seja, praticamente um a cada dez médicos estava em um programa de especialização. Do total de residentes em 2019, mais de um terço dos médicos estavam no 1° ano do programa de especialização. Os dados detalhados estão na pesquisa Demografia Médica no Brasil 2020, publicada em dezembro de 2020 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Universidade de São Paulo (USP).

Mas não há vagas em programas de residência para todos que se formam em medicina. Em 2019, havia oportunidade de especialização para 79% dos novos CRMs registrados no ano. A taxa de 100% de vagas para recém-formados chegou a ser estabelecida pelo Programa Mais Médicos em 2013, mas foi revogada pelo novo Programa Médicos pelo Brasil, de 2019. Ainda que a universalização de vagas não tenha ocorrido, o número de residentes aumentou em 81% em dez anos, passando de 9,5 mil novos inscritos em 2009 para 17,3 mil em 2019.

A quantidade de médicos não é o maior problema para o atendimento médico no país. Com 2,4 médicos a cada mil habitantes em 2020, o Brasil possui números semelhantes aos da Coréia do Sul, Japão, México e Polônia. A taxa ainda é inferior aos 36 países que compõem a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que possuem em média 3,5 médicos por mil habitantes.

O grande desafio do Brasil é a distribuição desigual de profissionais de saúde pelo país, provocada pela falta de infraestrutura e de centros de formação. Na região Norte do país, que sofreu colapsos no sistema de saúde, a taxa de médicos por mil habitantes cai para 1,3, muito inferior à média nacional.

O número de residentes acompanha a desigualdade. Em 2019, a região Sudeste concentrou 57,3% dos médicos residentes e o Norte do país registrou apenas 3,7% do total. Enquanto São Paulo somou 33,9% dos residentes, outras 12 unidades federativas contaram com menos de 1%. Na comparação entre zona rural e zona urbana, a diferença é enorme: 97,5% dos médicos estavam em áreas urbanas.

A maior parte dos programas são financiados com verba pública e as bolsas mensais são no valor bruto de R$3.330,43 para 60 horas semanais, com um dia de descanso por semana. O principal financiador é ministério da Saúde, que aloca recursos em bolsas vinculadas ao SUS. O ministério da Educação, secretarias estaduais e municipais de saúde, hospitais filantrópicos e privados também financiam programas de residência. Algumas instituições oferecem um valor extra como incentivo, mas não é comum.

Em março de 2020, o ministério da Saúde criou a Ação Estratégica ‘O Brasil Conta Comigo – Residentes na área de Saúde’. A intenção da medida foi ampliar a assistência médica no SUS e reduzir o tempo de espera no atendimento de pacientes infectados por Covid-19 em unidades de pronto socorro e emergências hospitalares.

No documento, o ministério da Saúde estabelece uma bonificação de R$667 aos residentes em programas financiados por órgãos públicos e entidades sem fins lucrativos enquanto permanecer a situação de emergência de saúde pública. O órgão também reforça a importância do fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPI) e a atualização de conhecimento científico sobre a contenção da Covid-19 aos residentes.

Em portarias subsequentes, os órgãos responsáveis¹ estabeleceram carga horária de 20% do total para atividades teóricas e a adequação de recursos humanos à demanda em regiões de maior incidência da doença.

A regulação, supervisão e avaliação dos programas de residência é de responsabilidade da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), um colegiado vinculado ao ministério da Educação. Para cumprir suas funções, de acordo com o decreto 7.562 publicado no Diário Oficial da União (DOU) em 2011, o CNRM deve ‘considerar a necessidade de médicos especialistas indicada pelo perfil socioepidemiológico da população, em consonância com os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde – SUS.’

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PORTAL UOL

Você sabe medir o seu salário emocional?

Denyse Godoy

Nunca como no último ano se falou tanto de saúde mental no trabalho. Para as categorias profissionais da linha de frente do combate à pandemia da infecção covid-19 – médicos, enfermeiros, jornalistas, farmacêuticos e cientistas envolvidos na pesquisa de medicamentos e vacinas, trabalhadores de serviços essenciais como supermercados e postos de gasolina -, o aumento do estresse é bastante óbvio.

Mas é muito difícil, senão impossível, encontrar quem não tenha sido afetado pela angústia e exaustão em outras ocupações. Os que ficaram em home office tiveram que reorganizar a vida para dar conta das tarefas do emprego remunerado e do cuidado com a casa e a família. Quem não contou com esse privilégio se viu precisando escolher entre se arriscar a pegar a doença saindo de casa e amargar uma enorme queda de renda, que em alguns casos pode significar até ficar sem comida. Ninguém está no seu estado normal.

Nesse cenário, ganhou força a discussão do papel do empregador no suporte psicológico aos funcionários. Há empresas que não oferecem nenhum tipo de apoio. E há as que pensaram em medidas para ajudar os colaboradores a atravessar esse período tumultuado. O conjunto de benefícios voltados a garantir qualidade de vida, saúde mental e estabilidade para os empregados está ganhando o nome de salário emocional, um conceito que ajuda as companhias a planejar as suas ações e o profissional, a fazer escolhas. É o que vai fazer a diferença entre as oportunidades de trabalho e estimular um talento a permanecer na companhia.

“As empresas vão buscando cada vez mais recursos que possam atrair, reter e engajar pessoas. Estratégias de oferta intangíveis ligadas à saúde mental e à qualidade de vida, como o salário emocional, fazem a empresa ampliar o olhar e pensar mais competitivamente nas ações adotadas, em alinhamento com os valores da empresa”, diz Deise Amorim, professora do curso de Psicologia e coordenadora da clínica-escola de psicologia da Faculdade Anhanguera.

A mensuração do quanto esse pacote significa para o funcionário não é muito simples porque não pode ser medido em dinheiro nem fica registrado na carteira de trabalho. Mas consultores e coaches da área dão algumas dicas de como profissionais e empresas podem fazer essa análise para encontrar o benefício mais adequado para cada trabalhador e cada organização.

Quem é o funcionário da empresa?

Setores de atividade distintos têm exigências distintas para seus colaboradores. Em uma mesma companhia, também há diferenças entre as funções e os cargos. A empresa precisa entender em profundidade como é a rotina do funcionário para oferecer apoio adequado. O trabalhador deve fazer o mesmo exame para identificar de onde vem o seu estresse. No entanto, entre as melhores práticas de gestão de pessoas está proporcionar o mesmo tipo de suporte para todo o quadro de funcionários nas áreas mais críticas. O plano de saúde é um bom exemplo. Oferecer a mesma cobertura para os colaboradores independentemente da sua posição é sempre visto de maneira extremamente positiva entre os trabalhadores.

A saúde vem primeiro

O apoio à saúde básica deve ser o primeiro foco. Às vezes, o plano de saúde da organização é tão antigo que nem é mais questionado. Revisões periódicas de acordo com as mudanças do mercado e das condições de atuação da empresa são importantes. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabelece coberturas mínimas, mas ganham pontos as companhias que permitem o uso de mais sessões de psicoterapia e reembolso de medicamentos, especialmente em momentos de crise como o atual. Muitas empresas vêm contratando serviços de atendimento psicológico presencial ou à distância especialmente para a demanda da pandemia. Consultoria periódica para que o funcionário ajuste seus equipamentos conforme as regras de ergonomia também ajuda a promover o bem-estar no escritório da empresa e no home office.

Coibir o assédio

As empresas têm se mostrado mais atentas ao perigo que os assédios moral e sexual representam para a sua operação por conta do abalo emocional que provocam. “A companhia precisa agir na prevenção e na correção”, afirma Thiago Giglio, estudioso do conceito de felicidade interna bruta nas empresas, um índice de desenvolvimento humano reconhecido pela Organização das Nações unidas (ONU). A prevenção passa por treinamentos e atualizações periódicas dos colaboradores em função de liderança. A correção se dá com a abertura de canais de denúncia seguros, confiáveis e acessíveis. Podem ser digitais, telefônicos ou por correspondência escrita. A maneira como a empresa trata cada denúncia, investigando e dando o retorno devido para o colaborador, aumentam a credibilidade do programa. Em empresas de todos os tamanhos também é possível estabelecer uma área de compliance, que vai supervisionar as medidas.

Desenvolvimento profissional

A sensação de estar estagnado ou de não ser valorizado na empresa traz grande sofrimento para o colaborador. Evitar o problema começa por estabelecer um relacionamento próximo com o funcionário, seja pelo seu líder direto ou pelo Departamento de Recursos Humanos, de forma que seja possível entender os seus anseios e proporcionar desafios e feedback. É necessário também ter regras claras de progressão de careira e destacar as oportunidades de aprendizado que o trabalho traz.

Aprendizado contínuo

Os profissionais de maior sucesso são os que gostam de continuar aprendendo no trabalho. Além das lições técnicas e comportamentais do dia a dia, os cursos internos de atualização e as bolsas de estudos tanto para a área de atuação do funcionário quanto para estimular outros interesses são um grande motivador. Algumas companhias permitem que o colaborador escolha, por exemplo, aprender japonês ou estudar artes plásticas por gosto pessoal bancado pelo empregador. Esse tipo de medida faz com que o funcionário sinta que não é apenas uma peça na engrenagem da organização, mas que a liderança se preocupa com ele como ser humano.

Promover a integração

A comunicação com as equipes e o sentimento de pertencimento à empresa têm sido bastante prejudicadas pelo distanciamento social e pelo abre-e-fecha das empresas para tentar desacelerar a disseminação do novo coronavírus. A qualquer tempo, porém, atividades de integração entre os colaboradores fora do ambiente (presencial e digital) da empresa – como almoços, jantares, happy hours, eventos de comemoração de realizações específicas ou de encerramento de ciclos – atendem à mais básica necessidade das pessoas, a da socialização, e ajudam o colaborador a se sentir parte da companhia, aumentando o seu engajamento. “O conceito de salário emocional faz parte de um movimento de humanização do RH. A pandemia está sendo um divisor de água para muitas empresas e trabalhadores. Os colaboradores que receberam apoio da organização serão muito gratos por sentir que realmente importam, que não são só um número. Os que não puderam contar com nenhum suporte vão se lembrar para sempre que, quando mais precisava, foi abandonado”, diz Edna dos Santos, professora do curso de Recursos Humanos da Faculdade Anhanguera.

O Prêmio Lugares Incríveis Para Trabalhar é uma iniciativa do UOL e da FIA para reconhecer as empresas que têm as melhores práticas em gestão de pessoas. Os vencedores são definidos a partir da pesquisa FIA Employee Experience (FEEx), que mede a qualidade do ambiente de trabalho, a solidez da cultura organizacional, o estilo de atuação da liderança e a satisfação com os serviços de RH. As inscrições para a edição 2021 estão abertas e vão até 15 de junho.

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A REDAÇÃO

Covid-19: Goiás notifica mais 2,3 mil casos e 17 mortes em um dia

Théo Mariano

Goiânia – Goiás notificou mais 2.358 casos e 17 mortes pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (26/4) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). Com os acréscimos de hoje, os indicadores referentes ao avanço da covid-19 no estado chegam a 541.034 infectados e 14.522 óbitos pelo vírus. Ao todo, há 515.991 recuperados da doença no território goiano.

Ainda de acordo com a pasta estadual, 278 mortes são investigadas para saber se existe ligação com a covid-19, e outros 433 mil pacientes são considerados casos suspeitos da doença. A taxa de letalidade do vírus no estado é de 2,69%.

Até agora, a SES-GO aplicou a primeira dose das vacinas contra a covid-19 em 843.461 pessoas. Destas, mais de 366 mil já receberam o reforço (segunda dose) de seus imunizantes. Os dados, informa a secretaria, são preliminares.

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VALOR ECONÔMICO

Sírio-Libanês tem novo comando

Fernando Ganem, cardiologista, assume o novo posto nesta terça-feira, 27 de abril

O Hospital Sírio-Libanês, um dos centros médicos de maior prestígio do país, está trocando o comando. Paulo Chapchap, que ocupa o cargo de diretor-geral desde 2016, passa o bastão a Fernando Ganem, que assume o novo posto nesta terça-feira, 27 de abril.

Segundo nota do hospital enviada ontem à noite ao Valor, Ganem é cardiologista com formação e doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e pós-graduação em gestão em saúde pelo Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa e pela Fundação Dom Cabral. Ganem trabalha no Sírio-Libanês há 28 anos e, desde novembro de 2018, é diretor de governança clínica.

O novo diretor-geral do Hospital Sírio-Libanês terá um orçamento de R$ 160 milhões para administrar neste ano, o dobro do aplicado no ano passado.

Cerca de R$ 30 milhões, disse Ganem ao Valor ontem, serão investidos em projetos de inovação, com foco em produtos digitais. Se forem considerados os investimentos na renovação do parque tecnológico do hospital, um dos maiores centros médicos e de referência do país, esse valor sobe a quase R$ 100 milhões.

No ano passado, em função da pandemia da covid-19, o orçamento foi reduzido para R$ 80 milhões, “por prudência”, disse Chapchap, que está passando o bastão da diretoria-geral a Ganem a partir desta terça-feira. O período de transição é estimado em dois meses.

Sobre eventuais planos de expansão do Sírio-Libanês, que em 2019 abriu uma unidade em Brasília, Ganem disse que é “mandatório para o país resolver as questões relacionadas à pandemia, antes de pensar em expansão”. Para ele, é fundamental manter a qualidade de atendimento do hospital aos pacientes que sofrem com a covid-19 e de outras patologias. E isso foi feito até agora, frisou.

Chapchap, que está com 66 anos, disse que Ganem está assumindo o cargo de diretor-geral como resultado de um processo iniciado por ele há cerca de quatro anos. “Estou com 66 anos e há 17 anos na alta gestão do hospital. Combinei com o conselho do hospital que era hora de mudar. Ganem é a pessoa ideal. E eu o indiquei como meu sucessor natural”, disse Chapchap. Ganem trabalhou ao lado de Chapchap, seu mentor nos últimos anos, segundo o comunicado do hospital.

Chapchap, além do posto de diretor-geral, faz parte do corpo clínico da instituição e é coordenador do grupo de transplantes de fígado do Sírio-Libanês. Foi responsável pela inauguração do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, em 2019. “Essa unidade foi a consolidação de uma estratégia de ampliação da instituição, que abriu seu primeiro centro oncológico no Distrito Federal em 2011”, informou o hospital.

Pelos próximos 60 dias, Chapchap atuará com um consultor no processo de transição a Ganem. Chapchap permanecerá como coordenador da equipe de transplantes do Hospital Sírio-Libanês, inclusive como parte do Projeto Escola de Transplantes, do PROADI-SUS, atendendo pacientes do sistema público de saúde de todo país”, informou o hospital.

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JORNAL OPÇÃO

Hospitais particulares da Ahpaceg se unem para importar medicamentos escassos para tratamento da Covid-19

Por Fernanda Santos

De acordo com associação, serão mais de 60 mil unidades de medicamentos em falta no Brasil adquiridos pela rede particular

Nesta segunda-feira, 26, medicamentos utilizados em pacientes que necessitam de intubação por Covid-19 saíram da China rumo ao Brasil. A remessa foi adquirida por hospitais associados da Ahpaceg, que negociam por meio da Central de Compras para importar medicamentos essenciais no tratamento de pacientes graves do novo coronavírus.

O lote conta com 35 mil frascos do relaxante muscular Rocurônio. Ao chegar no Brasil, o medicamento será analisado pela Vigilância Sanitária e Receita Federal para que possam ser distribuídos aos hospitais particulares associados.

A Central de Compras da Ahpaceg, ainda, negocia a importação de mais de 60 mil unidades de medicamentos em falta no Brasil. Entre eles, relaxantes musculares e anestésicos usados para pacientes com necessidade de intubação por Covid-19.

Já foram adquiridos mais de 20 mil frascos de Atracurio, bloqueador neuromuscular usado na intubação, e o anestésico Propofol. Na segunda remessa, a associação adquiriu quase seis mil fracos de Rocurônio. Outros diversos medicamentos escassos no mercado são negociados para garantir atendimento aos pacientes brasileiros.

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Fieg cede capacetes Elmo a prefeituras para o combate à pandemia de covid-19

A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) entrega, nesta segunda-feira (26/4), capacetes Elmo a sete prefeituras de cidades goianas, às 17h, na Casa da Indústria, em Goiânia. O equipamento de respiração assistida é utilizado de forma eficaz no tratamento de pessoas com quadros leves ou moderados de covid-19.

Nesta segunda, serão contemplados os municípios de Edeia, Goianésia, Goiatuba, Morrinhos, Goiandira, Abadiânia e Vicentinópolis. Entretanto, a federação informa que já cedeu cerca de 100 equipamentos a diferentes localidades para contribuir com o combate à pandemia causada pelo novo coronavírus. 


Desenvolvidos por pesquisadores do Ceará, segundo a Fieg, os capacetes Elmo têm a capacidade de diminuir em até 60% a necessidade de internações em leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) nos casos de pacientes com covid-19.

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Assessoria de Comunicação