Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 27/07/23

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Hospitais privados enfrentam dificuldades para pagar piso de enfermagem em Goiás, alegam entidades

Ginecologista investigado por crimes sexuais estuprou adolescente de 13 anos durante 1ª consulta, diz delegada

Idec: Aumento de idosos não pode ser justificativa para elevação de preços de planos de saúde

Preço de órteses, próteses e materiais especiais avança 1,41% no primeiro semestre

Artigo – O poder de uma boa comunicação em instituições de saúde

Falta lugar para o setor da saúde na mesa dos Três Poderes

JORNAL OPÇÃO

Hospitais privados enfrentam dificuldades para pagar piso de enfermagem em Goiás, alegam entidades

Segundo Ahpaceg e Sindhoesg, o reajuste irá comprometer hospitais, com demissões em massa e até o fechamento de unidades de saúde

As entidades patronais em Goiás informaram estar em negociação com o sindicato dos profissionais de enfermagem o pagamento do novo piso salarial nacional para a categoria. Segundo as associações, “a rede hospitalar privada não tem condições financeiras de arcar com os encargos trabalhistas e os novos salários.” A remuneração foi determinada pelo governo federal e chegou a ser barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas autorizada após o governo sancionar auxílio aos municípios.

A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) e Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg) informaram que buscam viabilidade econômica para o reajuste.

De acordo com um comunicado, o custo com a folha de pagamento “inviabilizará o funcionamento de hospitais em todo Estado”. As Ahpaceg e Sindhoesg acrescentam ainda que as receitas da rede privada de hospitais seguem inalteradas em comparação com de outras instituições.

“Sem um consenso com os trabalhadores, a redução de leitos, demissões em massa e até o fechamento completo de muitas unidades de saúde serão inevitáveis no momento”, cita trecho da nota.

Piso da enfermagem

O novo piso nacional para enfermeiros e técnicos contratados no regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é de R$ 4.750. Essa valor foi estabelecido pela Lei nº 14.434. As demais categorias, como técnicos de enfermagem recebem, no mínimo, 70% desse valor (R$ 3.325) e auxiliares de enfermagem e parteiras, 50% (R$ 2.375). No entanto, o piso vale para trabalhadores dos setores público e privado.

Dados do Conselho Federal de Enfermagem (CFE) mostram que há mais de 2,8 milhões de profissionais do setor no país. Isso inclui 693,4 mil enfermeiros, 450 mil auxiliares de enfermagem e 1,66 milhão de técnicos de enfermagem, além de cerca de 60 mil parteiras. Para auxiliar os municípios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou a abertura de crédito especial de R$ 7,3 bilhões para o pagamento do piso.

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PORTAL G1

Ginecologista investigado por crimes sexuais estuprou adolescente de 13 anos durante 1ª consulta, diz delegada

Mais de 10 mulheres já procuraram a polícia para o denunciar. Vídeo mostra agressão de homem que bateu no médico dizendo que ele era ‘abusador de mulher’.

Por Gabriela Macêdo e Ludmilla Rodrigues, g1 Goiás e TV Anhanguera

O médico ginecologista Fábio Guilherme da Silveira Campos, de 73 anos, preso em Goiânia após denúncias de crimes sexuais, também é investigado pelo estupro de uma adolescente de 13 anos, segundo a Polícia Civil. A delegada Amanda Menuci explicou que o crime teria acontecido em 2002, durante a primeira consulta ginecológica da menina.

“Ela procurou esse médico para sua primeira consulta ginecológica, era virgem e foi ali violentada por ele”, contou a delegada.

O médico anteriormente respondia apenas pelo crime de abuso sexual mediante fraude, mas passou a responder também pelo crime de estupro de vulnerável, uma vez que a menina tinha menos de 14 anos no momento da consulta.

Fábio foi preso na manhã de quinta-feira (20), na casa dele localizada no Jardim América. Ao todo, 13 mulheres procuraram a delegacia para o denunciar.

Ele já havia sido filmado sendo agredido com um soco dentro do consultório por um homem, no Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) Novo Horizonte, em junho desse ano. Nas imagens, é possível vê-lo agredindo o médico e o acusando de ser “abusador de mulher” (assista acima).

g1 não conseguiu contato com a defesa do médico até a última atualização deste texto. A reportagem também questionou o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) sobre a absolvição das acusações feitas em 1994, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.

Crimes há quase 30 anos

Além da vítima de 13 anos que denunciou o crime, a polícia informou que uma das mulheres denunciou o abuso ao CRM em 1994. Ela é testemunha nas investigações atuais.

Durante as acusações em 1994, o médico alegou que as duas mulheres “armaram” para ele. No entanto, a delegada ressaltou que as duas não se conheciam. À época, ele foi absolvido das acusações pelo CRM.

Após a repercussão do caso, uma mulher entrou em contato com a polícia civil e relatou que foi vítima em 2014.

“No caso de 2014, ela estava na posição ginecológica, ele puxou o corpo dela no sentido do seu e pressionou o órgão genital dele contra o dela. Isso causou um estranhamento, ela já o afastou e encerrou a consulta”, disse a delegada.

“Enquanto ela estava se vestindo, ele afastava a cadeira dele da consulta para observá-la vestindo a roupa”, completou a delegada.

Soco

No vídeo, o homem com um registro de ocorrência contra o médico, o sacode na frente da câmera do celular, entra no consultório, confirma se é o mesmo ginecologista e o agride com um soco no rosto, enquanto o chama de “abusador”.

Após a agressão, o médico demonstra confusão e chega a pedir para o homem contar o motivo do soco. À TV Anhanguera, na época, o profissional negou ter abusado da mulher e que só fez o exame do toque, já que a mulher está em seu oitavo mês de gestação.

O homem chegou a deixar o local, mas foi localizado pela GCM logo depois. Ele, seu tio e sua companheira, assim como o médico, foram levados para a Central de Flagrantes. O médico também passou pelo o Instituto Médico Legal (IML), onde passou por exame de corpo de delito devido à agressão sofrida.

Nota da SMS na íntegra

“A respeito da demanda enviada por esse veículo de comunicação, referente à prisão de um médico ginecologista, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece o que se segue:

O profissional médico é ginecologista, servidor efetivo da Secretaria Estadual de Saúde, cedido ao município de Goiânia, com ônus para o Estado de Goiás. O profissional está lotado no Ciams Novo Horizonte desde 2014.

Durante este período, a SMS não recebeu nenhuma denúncia contra o profissional. Desde o dia 30 de junho passado, ele está afastado da unidade de saúde.

A secretaria acatará qualquer determinação judicial sobre o caso.

Ressalta-se, que a secretaria não compactua com atos de desrespeito aos usuários e preza pelo acolhimento e qualidade da assistência.”

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MEDICINA S/A

Idec: Aumento de idosos não pode ser justificativa para elevação de preços de planos de saúde


O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) manifestou repúdio ao que chamou de à grave distorção de fatos propagada por entidades representativas de planos de saúde, no sentido de tentar convencer a opinião pública de que idosos são caros e desequilibram financeiramente o setor de saúde suplementar.

De acordo com o instituto, recentemente foi divulgada uma pesquisa do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) que aponta o aumento no número de consumidores idosos vinculados a planos de saúde nos últimos dez anos. A verdade, no entanto, é que, segundo o próprio estudo, este fenômeno não está sendo puxado pela adesão de pessoas já idosas aos planos, mas sim pelo envelhecimento natural de consumidores que, a duras penas, continuam a pagar mensalidades cada vez mais elevadas para conseguir manter seus planos, detalha a nota.

Para a entidade, ao contrário do que as entidades representativas de planos de saúde querem fazer parecer, considerando o intervalo entre fevereiro de 2022 e deste ano, a pesquisa mostra que o número de idosos expulsos do mercado de saúde suplementar superou o de novas adesões em mais de 200 mil.

É importante que se diga que, apesar de ter havido crescimento relativo do número de idosos em todos os tipos de plano, é justamente nos coletivos em que se verifica o maior aumento. Planos esses que não têm limite de reajustes e podem ser cancelados unilateralmente a qualquer momento, explica a coordenadora do programa de Saúde do Idec, Ana Navarrete. São consumidores com um vínculo cada vez mais precário com o mercado, sujeitos à expulsão direta (cancelamento) ou indireta, por causa de reajustes abusivos e proibitivos, completa.

Como o próprio estudo indica, o envelhecimento é um fenômeno que afeta não só a saúde suplementar, mas a sociedade brasileira como um todo (nesta de forma muito mais acelerada, inclusive). Trata-se de um desafio para todo o sistema de saúde, a ser discutido e encarado coletivamente, especialmente diante da sua natureza intersetorial.

No SUS, por exemplo, mais do que apenas as políticas e unidades de referência específicas para idosos, será necessário fortalecer e adaptar toda a Atenção Básica às novas necessidades de saúde desta população. Na assistência social, será necessário valorizar quem dedica suas vidas a cuidar destas pessoas, como por meio de uma Política Nacional de Cuidados.

Neste mesmo sentido, para o Idec, a discussão na saúde suplementar deve passar pela revisão das políticas de prevenção, promoção, cuidado e gestão na saúde suplementar, e não no tratamento do envelhecimento como fator de risco para as empresas, a ser amortizado por meio da legalização de práticas abusivas e expurgos, como sugere a divulgação de dados avulsos e incompletos por parte das empresas. Esse tipo de abordagem só afasta a sociedade do tratamento adequado da questão e tem o potencial de agravar a sustentabilidade do sistema de saúde, além de ofender frontalmente o Estatuto da Pessoa Idosa.

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Preço de órteses, próteses e materiais especiais avança 1,41% no primeiro semestre


O Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (I-OPME), registrou uma alta de 0,27% em junho, seu nono avanço consecutivo. Comparativamente, a variação do índice superou os principais indicativos de preço da economia brasileira, representados pelo IPCA/IBGE (-0,08%) e pelo IGP-M/FGV (-1,93%). O índice também é mais alto do que o comportamento dos preços de medicamentos para hospitais, dado pelo IPM-H (-0,99%), assim como a variação da taxa de câmbio (-2,63%). Assim, o I-OPME encerrou o primeiro semestre de 2023 com uma alta acumulada de 1,41%, além de um avanço de 2,66% nos últimos 12 meses.

Desenvolvido em parceria pela Fipe e pela Bionexo, empresa de tecnologia SaaS líder em soluções para gestão em saúde, o Índice OPME monitora os preços de produtos transacionados entre fornecedores e hospitais na plataforma Opmenexo, responsável por cerca de 2 mil cotações diárias de preços para mais de 20 mil itens do segmento.

O incremento do índice de preço voltado para OPME foi novamente impulsionado por quase todas as especialidades incluídas em sua cesta: sistema musculoesquelético e articulações (+1,24%); cabeça e pescoço (+0,55%); sistema nervoso central e periférico (+0,43%); sistema genital e reprodutor (+0,41%); sistema urinário (+0,17%); sistema digestivo e anexos (+0,09%).

“Com base nos últimos resultados do Índice OPME, encerramos o primeiro semestre de 2023 com uma alta nominal de 1,41% nos preços de próteses, órteses e materiais especiais. Na série histórica, incrementos de preço na primeira metade do ano só haviam sido registrados em 2020, ano coincidente com o choque inicial da pandemia. Entre itens e produtos que mais contribuíram para o nono avanço do índice, incluem-se os seguintes: tecidos hemostáticos absorvíveis; placas e implantes metálicos para cirurgias ortopédicas, barras para fixadores, eletrodos de CDI e lâminas dentadas de serra óssea.”, diz Bruno Oliva, economista da Fipe.

Considerando os últimos 12 meses, as variações acumuladas no período foram as seguintes: cabeça e pescoço (+6,75%); sistema musculoesquelético e articulações (+5,17%); sistema nervoso central e periférico (+4,66%); sistema cardiocirculatório (+3,09%); sistema urinário (-0,45%); sistema genital e reprodutor (-0,98%); e sistema digestivo e anexos (-1,55%).

Desde o início de sua série histórica (isto é, considerando o intervalo temporal entre janeiro de 2017 e junho de 2023), o Índice OPME registra um recuo de 0,58% nos preços de próteses, órteses e materiais especiais A ligeira retração na série histórica pode ser explicada pelo recuo nos preços de produtos relacionados às seguintes especialidades: sistema cardiocirculatório (-10,21%); sistema genital e reprodutor (-2,60%); e sistema urinário (-2,43%). No cômputo agregado, os resultados negativos se sobrepuseram à valorização histórica de produtos das especialidades: cabeça e pescoço (+18,59%); sistema musculoesquelético e articulações (+5,74%); sistema nervoso central e periférico (+4,24%); e sistema digestivo e anexos (+0,73%).

Por dentro do índice

O Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (índice OPME) é resultado da parceria entre Fipe e Bionexo, e nasce como o primeiro indicador dedicado a analisar o comportamento de preços de produtos e materiais transacionados entre fornecedores e hospitais no mercado brasileiro. A cada mês e para cada material, calcula-se um índice que indique a variação de seu preço em relação ao mês de referência, levando em consideração variáveis que podem ser relevantes para determinar o preço, entre elas: 1) quantidade de itens requisitados no mercado; 2) discriminador de produto (dado que uma única família pode ser composta por múltiplos produtos); 3) localização do hospital e do fornecedor; 4) convênio; e 5) procedimento de urgência.

Os produtos são agrupados em oito especialidades e ponderados de acordo com uma cesta de valor total transacionado na plataforma Opmenexo. O Índice OPME consolida o comportamento dos índices dos preços de cada especialidade.

Apesar de estar correlacionado a outros indicadores, o Índice OPME não mensura ou influencia o comportamento de preços de produtos e materiais no varejo. Ele não reflete diretamente em mudanças ou substituições tecnológicas, nem tem relação direta com os custos de hospitais e planos de saúde. Os dados apontam tendências de preços para negociações entre fornecedores e instituições hospitalares.

*Fonte: FIPE, com base em dados de transações da plataforma Bionexo

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Inovação brasileira para tratar câncer de pele será utilizada no SUS

Medicina S/A – Online

27 de julho de 2023




A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou a incorporação no SUS de uma terapia fotodinâmica que poderá ser mais uma alternativa para o diagnóstico e o tratamento não invasivo de pacientes com carcinoma basocelular, o tipo de câncer de pele mais frequente no Brasil e no mundo.

O dispositivo, de baixo custo e fácil produção, e a técnica de aplicação foram desenvolvidos por pesquisadores vinculados ao Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP, sediado no Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).

“A indicação para incorporação no SUS é uma grande conquista do IFSC-USP. Se concretizada, pelo nosso conhecimento, o Brasil será o primeiro país a oferecer a terapia fotodinâmica no sistema público de saúde. Esse resultado demonstra a importância do financiamento à pesquisa básica e aplicada, como a feita nos CEPIDs, que contribuem para o desenvolvimento e implementação de novas tecnologias para a saúde, avalia Cristina Kurachi, professora do IFSC-USP e uma das autoras da técnica.

O equipamento, desenvolvido com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e fabricado pela empresa MM Optics, em São Carlos, é composto por um dispositivo capaz de promover uma melhor discriminação visual do câncer de pele, aumentando o contraste de visualização das margens da lesão.

Após a identificação da lesão, é aplicada no local uma pomada à base de metilaminolevulinato (MAL) – um derivado do ácido 5-aminolevulínico (ALA). Passadas três horas de contato com a pele, o composto é absorvido e dá origem, no interior das mitocôndrias das células tumorais, à protoporfirina – pigmento fotossensibilizante “primo” da clorofila.

Depois da remoção da pomada da lesão, a região é irradiada por 20 minutos com um dispositivo contendo uma fonte de luz LED vermelha em 630 nanômetros integrada ao equipamento. A luz ativa a protoporfirina e desencadeia uma série de reações nas células tumorais, gerando espécies reativas de oxigênio capazes de eliminar as lesões. Já os tecidos sadios são preservados.

Após o procedimento, são geradas imagens de fluorescência – também por meio do equipamento – para verificar a resposta do tratamento.

O tratamento ocorre em duas sessões, repetindo o mesmo procedimento, com intervalo de uma semana entre elas.

Por meio de um projeto, apoiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Finep, foram feitos ensaios clínicos para a validação da técnica em 72 centros de saúde em todo o país. O estudo multicêntrico foi coordenado por Vanderlei Salvador Bagnato, professor do IFSC-USP e coordenador do CEPOF.

No Hospital Amaral Carvalho de Jaú, interior de São Paulo, por exemplo, foram tratadas com o novo método mais de 2 mil lesões de pacientes atendidos pela instituição e treinados 40 grupos de médicos para usar a técnica. Além dos hospitais, ambulatórios e clínicas no Brasil, foram realizados estudos clínicos em outros nove países da América Latina.

Os resultados dos ensaios clínicos mostraram que o tratamento foi capaz de eliminar cerca de 85% dos tumores, sem efeitos colaterais, causando apenas leve vermelhidão no local e sem a formação de cicatriz. Um novo protocolo desenvolvido pelo grupo, com as duas aplicações em uma única sessão clínica, atinge a eliminação de 93% dos tumores.

“Há uma grande quantidade de pacientes que necessitam viajar longas distâncias para ter acesso ao tratamento cirúrgico ou que moram em municípios com extensas filas de espera para a cirurgia. Nesses casos, a possibilidade de tratamento pela terapia fotodinâmica, que é um procedimento ambulatorial, se torna uma relevante opção terapêutica, segura e efetiva”, avalia Kurachi.

Resultados promissores

De acordo com uma nota da Conitec, essa é a primeira demanda de uma universidade para incorporação de uma tecnologia no SUS e um case de sucesso da inovação tecnológica no país.

As universidades brasileiras têm papel central na inovação, reconhecendo as necessidades do SUS, impulsionando a pesquisa, desenvolvimento e inovação, produzindo evidências clínicas, capacitando os serviços de saúde e participando do processo de incorporação e oferta de uma nova tecnologia no SUS, afirmou a diretora do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde (DGITS), Luciene Bonan. O demandante para incorporação foi a USP e o Núcleo de Avaliação de Tecnologias da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – membro da Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde (Rebrats) – atuou como Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde (NATS) colaborador do Ministério da Saúde na análise da demanda.

Os membros da Conitec, no retorno da consulta pública sobre o tema, apresentado no dia 28 de junho, observaram que há bom resultado da terapia fotodinâmica para pacientes com câncer de pele não melanoma do tipo carcinoma basocelular superficial e nodular e que ela se mostra como alternativa segura e eficaz para os casos em que a intervenção cirúrgica não é recomendada.

O carcinoma basocelular é o mais frequente entre todos os tipos de câncer malignos diagnosticados, e a primeira linha de tratamento é a cirurgia para a retirada das lesões. No entanto, a comissão também observou que, nos casos de pacientes que não podem passar pela cirurgia ou que foram diagnosticados com tumores de baixo risco, há vantagens do procedimento em relação à cirurgia pelo fato de se tratar de um procedimento ambulatorial e não demandar grande infraestrutura. Além disso, considerou-se na recomendação final favorável à incorporação no SUS que já existem profissionais capacitados e estrutura instalada com o equipamento em dezenas de serviços públicos de saúde.

A proposta ainda se revelou como um tratamento com eficácia a longo prazo. As amostras de ensaios clínicos conduzidos pelos pesquisadores brasileiros em centros de referência em oncologia indicam que as lesões apresentam taxas mínimas de recidiva após o tratamento com a terapia fotodinâmica e que o índice de cura da doença se mantém em 90%.

A incorporação da tecnologia foi recomendada pela Conitec conforme Protocolo de Uso do Ministério da Saúde. A decisão, agora, será do secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde do Ministério da Saúde (SECTICS/MS) e publicada no Diário Oficial da União (DOU). 

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Artigo – O poder de uma boa comunicação em instituições de saúde


Por Camilla Covello

A comunicação é uma ferramenta essencial em qualquer ambiente de trabalho. No entanto, quando se trata de instituições de saúde, como hospitais e clínicas, a comunicação interna se torna ainda mais crucial. Uma boa comunicação interna não apenas facilita o fluxo de informações entre os profissionais de saúde, mas também promove uma interação eficaz com os pacientes, resultando em um atendimento de qualidade e uma melhor experiência para todos os envolvidos.

No contexto do ambiente de trabalho, uma comunicação eficiente é imprescindível para o funcionamento harmonioso de uma organização de saúde. Os profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos e administradores dependem da troca de informações precisas e atualizadas para desempenhar suas funções de maneira eficaz. Sem uma comunicação interna adequada, podem ocorrer atrasos no atendimento e até mesmo riscos à segurança dos pacientes.

Quando os profissionais de saúde se comunicam de forma clara e eficaz, compartilhando informações relevantes e solicitando apoio quando necessário, há uma maior cooperação entre as diferentes áreas e especialidades. Isso leva a uma abordagem mais abrangente e integrada no cuidado aos pacientes, resultando em diagnósticos mais precisos, tratamentos mais efetivos e melhores resultados clínicos.

No entanto, a importância da comunicação interna não se limita apenas aos profissionais de saúde. Ela se estende aos pacientes e às suas famílias. Uma comunicação clara e empática por parte dos profissionais de saúde pode trazer conforto, tranquilidade e confiança aos pacientes, permitindo-lhes compreender melhor sua situação e participar ativamente de seu próprio cuidado.

Além disso, uma boa comunicação com os pacientes ajuda a evitar mal-entendidos e a minimizar a ansiedade. Explicar de forma adequada os procedimentos médicos, os resultados dos exames e os planos de tratamento pode ajudar os pacientes a se sentirem mais informados e envolvidos em suas decisões de saúde.

A importância de uma boa comunicação interna no ambiente de trabalho, tanto com os profissionais quanto com os pacientes e seus familiares em instituições de saúde, não pode ser subestimada. Uma comunicação interna eficiente promove a colaboração, melhora a qualidade do atendimento, fortalece o trabalho em equipe e cria um ambiente de trabalho mais saudável. Da mesma forma, uma comunicação clara, empática e acessível com os pacientes contribui para sua confiança, engajamento e melhores resultados de saúde. Investir na melhoria da comunicação e informação é um investimento valioso que traz benefícios significativos para todos os envolvidos nos cuidados de saúde.

Confira, agora, três sugestões de como melhorar a comunicação interna na prática:

1. Plataforma de Comunicação Integrada: existem diversas opções disponíveis de plataformas digitais, como Slack, Microsoft Teams, Trello e muitas outras que facilitam a comunicação das equipes. Essas ferramentas permitem que os colaboradores se comuniquem de forma rápida e eficiente, compartilhem documentos, realizem videochamadas, criem grupos de discussão e muito mais.

2. Reuniões Regulares: forme times e estabeleça reuniões regulares para alinhar metas, compartilhar informações importantes e permitir que os membros da equipe se expressem. Além disso, incentive um ambiente aberto e acolhedor, onde as pessoas se sintam à vontade para expressar suas opiniões e fazer perguntas.

3. Feedback contínuo: promova uma cultura de feedback aberto e contínuo entre os colaboradores. Estabeleça canais de comunicação que permitam que os membros da equipe forneçam feedback uns aos outros de forma construtiva e regular. Incentive os colaboradores a expressarem suas opiniões e que reconheçam suas contribuições, oferecendo sugestões para melhorias. O feedback contínuo ajuda a fortalecer as relações de trabalho, aumentar a eficiência e criar um ambiente de confiança e crescimento mútuo.

4. Esteja presente: não adianta realizar as três primeiras sugestões, se não houver um acompanhamento de tudo que está sendo feito. É preciso participar das ações e ter noção de que tudo está sendo implementado para, se preciso, fazer alguma alteração durante o caminho. Se for necessário realizar alguma mudança de trajeto, é fundamental que isso seja feito em conjunto com a equipe para todos entenderem os problemas que precisam ser resolvidos.

Ao implementar essas sugestões práticas para melhorar a comunicação interna, sua instituição de saúde estará no caminho para uma transformação significativa. A colaboração entre profissionais de diferentes áreas resultará em uma abordagem mais abrangente e integrada no cuidado aos pacientes, promovendo resultados clínicos aprimorados. Além disso, uma comunicação clara e empática com os pacientes fortalecerá a confiança e o engajamento, contribuindo para uma experiência positiva em sua jornada de cuidados de saúde.

Lembre-se de que uma comunicação interna eficiente não é apenas um objetivo a ser alcançado, mas um investimento contínuo e valioso. Aproveite essas sugestões como ponto de partida e esteja aberto a adaptá-las às necessidades e particularidades da sua equipe e pacientes. Ao priorizar a comunicação interna, você está construindo uma base sólida para uma organização de saúde mais coesa, eficiente e centrada no paciente. Vamos juntos aprimorar a comunicação e fazer a diferença na qualidade do atendimento oferecido.

*Camilla Covello é sócia e Chief Growth Officer (CGO) da QGA.

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JOTA INFO

Falta lugar para o setor da saúde na mesa dos Três Poderes

Estamos longe de participar da tomada de decisões do Poder Público Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Crédito: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Entre, fique à vontade, escolha o lugar de sua preferência e sente-se à mesa. Uma saudação que demonstra hospitalidade, mas que nem sempre é direcionada aos executivos da saúde quando se trata de ocupar espaço nas discussões do Legislativo, Executivo e Judiciário.

E bastam alguns questionamentos para acender o sinal amarelo de que estamos longe de participar ou intervir efetivamente na tomada de decisões do Poder Público.

Para entender por meio de um exemplo, responda mentalmente: você está por dentro dos projetos de lei relacionados à saúde que tramitam nas casas legislativas? Ou, ainda, sabe dizer quais são as pautas que cobrem a agenda dos Três Poderes hoje? Se essas perguntas parecem complexas demais, acomode-se, mas, incomode-se. Digo, fique confortável para seguir essa reflexão, no entanto, não deixe de questionar. Estamos combinados?



Eu começo daqui não com um questionamento, mas uma observação: enquanto setor da saúde, representamos uma força de trabalho monumental, mais de 4,6 milhões de empregados, temos participação estratégica na economia, movimentando mais de 9,5% do PIB brasileiro; somos responsáveis por notórios aprimoramentos nas atividades socioeconômicas, produzimos pesquisa/ciência em nossas instituições e conectamos o movimentado mercado internacional em apenas um clique.

Fatores como esses já são didáticas representações do nosso DNA e influência e deveriam, via de regra, abrir portas, mas, na prática, nos sentimos em um labirinto em que nossos pleitos não estão refletidos em discussões públicas, e as decisões tomadas não consideram os impactos reais no setor.

Quantas vezes acompanhamos o noticiário e nos deparamos com medidas que não refletem a real necessidade do que vivemos. Penso em quantas decisões poderiam soar mais harmônicas se estivessem na mesma frequência daquilo que nossas evidências e experiências sinalizam. Será que estamos mesmo exercendo a democracia em sua totalidade?

Colhemos hoje frutos de um passado recente quando regulações foram alteradas, parcerias fortalecidas e foi aprovada a entrada do capital internacional para investimento no setor privado de saúde. Com isso vimos o capitalismo financeiro na saúde embalar aceleradamente.

Vivemos hoje com um saldo daquela década, uma crise de confiança no setor da saúde, onde por um lado as relações não são plenamente transparentes e por outro, líderes estão confiando em tomadores de decisão que não conseguem compreender o funcionamento do sistema de forma completa, com 360º.

Assistimos a um setor da saúde privada que não cresce e não consegue ter definido o seu real papel e limites no sistema nacional de saúde. E segue sem fazer as reformas estruturantes necessárias. Considero ser pelo fato de o setor seguir desunido e não ter poder político decisório e apoio dos usuários e da opinião pública. Hoje vivemos a maior crise econômica e de confiança no setor, e isso exige novos modelos que existem em outros setores, uma câmara de negociação.

Assim como a saúde, sabemos que o ambiente da construção política é igualmente complexo, possui múltiplas ramificações e um modus operandi singular. É ainda um terreno desconhecido para muitos, mas, por outro ângulo, um ambiente com grande potencial de desbravar e que nos faz refletir, consequentemente, sobre como explorar positiva e eficazmente a estrutura do modelo de poder no Brasil. Pensando nesse contexto, parece distante conceber quando, de fato, implementaremos ações planejadas e integradas. E, principalmente, quando chegará o tempo em que a sociedade tomará o seu lugar de fala em decisões políticas. Para o CBEXs, é chegada a hora.

O primeiro passo que nos aproxima desse propósito é a educação para mudança de cultura acerca da participação na construção democrática das políticas de saúde. Com esse objetivo, o CBEXs, em parceria com a Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig) e apoio do Instituto Ética Saúde, lançou o livro Poder e Saúde: estrutura de poder no Brasil e os impactos da tomada de decisão no ecossistema da saúde. Um guia de bolso que exemplifica a estrutura dos Três Poderes nos três níveis federados, enumera as instâncias que o compõem e aponta o caminho para que líderes assumam o seu papel como agentes construtores de políticas públicas e regulatórias, que impactam diretamente o setor da saúde. Você vem conosco?

O CBEXs é uma associação civil sem fins lucrativos, parceiro na América Latina do American College of Healthcare Executives (ACHE), dedicado à promoção da excelência na gestão da saúde por meio de educação, capacitação técnico-científica e certificação de executivos dos setores público e privado. Atualmente, o CBEXs capilariza suas atividades de educação, representação e relacionamentos nos estados brasileiros através dos capítulos em 12 estados, sendo a sede em São Paulo.

A Abrig, entidade que reúne mais de 400 agentes de RIG em seus quadros associativos, tem por missão ser parte ativa dos processos de decisão política que irão contribuir para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, dando voz aos cidadãos e às instituições sobre as suas necessidades e demandas. Por meio do Comitê de Saúde, atua para a formação profissional, melhores práticas e contribui para o assessoramento parlamentar com foco na complexidade do ecossistema da saúde.

O Instituto Ética Saúde representa o propósito de lutar pela promoção de um ambiente de negócios mais ético na saúde do Brasil.

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Assessoria de Comunicação